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AULA 01: LEI ORGÂNICA NACIONAL DO MPU (LEI

COMPLEMENTAR Nº 75/93) – PARTE I

SUMÁRIO PÁGINA

Apresentação da aula e Sumário 01

I – Disposições Gerais (Título I) 02

Lista das questões 40

Questões comentadas 44

Gabarito 47

Olá, meus amigos!

Na aula de hoje vamos iniciar o estudo da Lei Orgânica Nacional do MPU. Esse estudo irá se estender pelas próximas 04 aulas, já que a matéria é extensa e requer bastante atenção!

Nesta primeira aula veremos o primeiro Título da Lei, destinado às disposições gerais, que são extremamente importantes para a compreensão dos demais temas. Muita atenção!

A alguns temas se dá maior atenção, a outros, menor atenção. Isso se deve ao fato de que uns são mais cobrados na prova que outros, e como nosso tempo é escasso, devemos nos ater àquilo que realmente interessa.

Bons estudos!

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I – DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

1. Da definição, dos princípios e das funções institucionais O Ministério Público, como nós já estudamos, não integra nenhum dos Poderes da República, sendo Instituição autônoma. A LC 75/93 traça o perfil do Ministério Público da União, que é um dos ramos do Ministério Público (ao lado dos Ministérios Públicos dos Estados).

Vejamos o que diz o art. 1º da LC 75/93:

Art. 1º O Ministério Público da União, organizado por esta lei Complementar, é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático, dos interesses sociais e dos interesses individuais indisponíveis.

Assim, podemos perceber que não há muitas novidades no art. 1º, pois esta definição é decorrência lógica do que dispõe a própria Constituição em seu art. 127.

O art. 2º também não é novidade, já que meramente reproduz o que diz o art. 129, II da Constituição, ou seja, o MP deve se valer de todos os mecanismos possíveis para garantir que o Poder Público e os serviços de relevância pública respeitem os direitos e garantias assegurados pela Constituição.

No art. 3º da LC 75/93 nós já começamos a verificar alguma coisa nova na área. Este artigo regulamenta o art. 129, VII da Constituição, traçando os objetivos que se pretende alcançar com o exercício deste controle externo pelo MPU. Vejamos a redação do art. 3º:

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Art. 3º O Ministério Público da União exercerá o controle externo da atividade policial tendo em vista:

a) o respeito aos fundamentos do Estado Democrático de Direito, aos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, aos princípios informadores das relações internacionais, bem como aos direitos assegurados na Constituição Federal e na lei;

b) a preservação da ordem pública, da incolumidade das pessoas e do patrimônio público;

c) a prevenção e a correção de ilegalidade ou de abuso de poder;

d) a indisponibilidade da persecução penal;

e) a competência dos órgãos incumbidos da segurança pública.

É bom que se deixe clara uma coisa: O MP NÃO É O CHEFE DA POLÍCIA! O MP apenas tem a atribuição para FISCALIZAR o exercício da atividade policial. Através desta fiscalização, caso seja constatada alguma irregularidade, o MP pode adotar as medidas judiciais ou extrajudiciais cabíveis para resolver o problema (seja ajuizando ação penal contra os infratores, seja requisitando a abertura de inquérito para apurar os fatos, etc.).

Mal comparando, o MP atua mais ou menos como o Congresso Nacional, que fiscaliza os atos do Poder Executivo, sem ser, contudo, seu chefe.

Um dos objetivos mais evidentes deste controle externo realizado pelo MPU é a preservação da indisponibilidade da persecução penal. O que é isso? A persecução penal nada mais é que o exercício do

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poder-dever conferido ao Estado para que investigue os fatos a fim de que, lá na frente, se possa punir eventuais culpados. A este procedimento de busca pelos fatos preliminares (investigação) e processo e condenação dos culpados (processo penal) se dá o nome de persecução penal.

Mas o que significa a “indisponibilidade da persecução penal”? Significa a ausência de discricionariedade na persecução penal. A persecução penal não é disponível, ou seja, não pode o responsável por ela simplesmente “abrir mão”, deixar de realiza-la, seja qual for o motivo. Assim, quando se busca garantir a indisponibilidade da ação penal, ao fim e ao cabo o que se pretende é evitar que fatores externos (principalmente $$$) influenciem negativamente na condução da persecução penal, que numa fase preliminar é conduzida pela Polícia, através da investigação criminal, e é nesta fase que a persecução é mais vulnerável.

Nós acabamos de ver quais são os objetivos do controle externo da atividade policial. O art. 9º, todavia, nos traz alguns (sim, pois este rol NÃO É TAXATIVO) mecanismos de que dispõe o MPU para exercer este controle externo.

Vejamos:

Art. 9º O Ministério Público da União exercerá o controle externo da atividade policial por meio de medidas judiciais e extrajudiciais podendo:

I - ter livre ingresso em estabelecimentos policiais ou prisionais;

II - ter acesso a quaisquer documentos relativos à atividade-fim policial;

III - representar à autoridade competente pela adoção de providências para sanar a omissão indevida, ou para prevenir ou corrigir ilegalidade ou abuso de poder;

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IV - requisitar à autoridade competente para instauração de inquérito policial sobre a omissão ou fato ilícito ocorrido no exercício da atividade policial;

V - promover a ação penal por abuso de poder.

Vejam que estas são ferramentas que contribuem para o bom exercício dessa função de fiscalização que é atribuída ao MPU.

É importante notar que o inciso II fala em “acesso a documentos relativos à atividade-fim policial”. Isso significa que o MPU tem acesso livre a quaisquer documentos relativos à atividade de investigação da polícia (no caso da Polícia Civil, Federal, etc., que são as chamadas “polícias judiciárias”, pois lhes incumbe obter elementos de convicção para apresentação perante o Poder Judiciário) ou à sua atividade de prevenção ostensiva (No caso da Polícia Militar, Rodoviária Federal, etc., que são as chamadas “polícias administrativas”, cuja função é basicamente preservar a ordem pública, prevenindo a ocorrência de infrações). Assim, o MPU não terá acesso, por exemplo, ao documento referente a um pedido de férias de um Delegado, pois isso não guarda qualquer relação com a atividade-fim da polícia (A menos que haja indícios de que esse pedido de férias, por exemplo, tenha se dado com a finalidade de furtar-se a uma investigação, no que estará se relacionando com a atividade-fim).

Um dos objetivos principais, além de garantir a indisponibilidade da persecução penal, é garantir o respeito aos direitos da pessoa, zelando pela não ocorrência de abuso de poder e promovendo medidas contra aqueles que eventualmente o pratiquem. Para tanto, o art. 10 nos traz a necessidade de comunicação ao MP competente (MPF, MPT, MPDFT ou MPM) quando da realização de prisão de qualquer pessoa por parte de autoridade federal ou do DF, devendo se indicar

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o local onde se encontra o preso e cópia dos documentos acerca da legalidade da prisão. Vejamos:

Art. 10. A prisão de qualquer pessoa, por parte de autoridade federal ou do Distrito Federal e Territórios, deverá ser comunicada imediatamente ao Ministério Público competente, com indicação do lugar onde se encontra o preso e cópia dos documentos comprobatórios da legalidade da prisão.

CUIDADO! O MPU exerce o controle EXTERNO da atividade policial, pois o MPU NÃO INTEGRA a mesma estrutura da polícia. Quem exerce o controle INTERNO da atividade policial é a CORREGEDORIA da polícia respectiva.

Ultrapassado o estudo do controle externo da atividade policial, vamos aos princípios institucionais do MPU.

O art. 4º traz a seguinte redação:

Art. 4º São princípios institucionais do Ministério Público da União a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional.

Trata-se de mais um artigo que repete a Constituição Federal, com a mera alteração de “Ministério Público” para “Ministério Público da União”. Segundo a Constituição Federal, em seu art. 127, os princípios institucionais do MP são os seguintes:

§ 1º - São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a

indivisibilidade e a independência funcional.

Vamos estudá-los individualmente.

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Por princípio da unidade entende-se que o MPU é apenas um, sob a direção do Procurador-Geral da República, embora funcionalmente dividido em vários. Sendo assim, a manifestação de um membro do MP em um processo, por exemplo, representa a vontade do MP enquanto instituição.

Não se pode dizer que, num dado processo, o Procurador fulano pediu a condenação do réu. Quem pediu a condenação não foi o Procurador, foi o Ministério Público, pois ele age em nome do MP. Ou melhor, o promotor, no exercício das suas atribuições, É o MP.

Vocês têm que ter muito cuidado, pois as bancas, principalmente a CESPE/UnB, adoram lançar um conceito correto e vinculá-lo ao princípio errado. Isso é mais comum do que vocês imaginam!

O princípio da Unidade deve ser entendido como Unidade dentro de cada MP! Não podemos falar em Unidade entre MPs diferentes! Não existe Unidade, por exemplo, entre o MPU e um MP estadual.

Disse a vocês, logo acima, que a Unidade só se aplica dentro de cada MP, ou seja, não é possível a ingerência de um membro de um MP estadual na atuação dos membros do MP de outro estado, por exemplo.

Entretanto, MUITO CUIDADO! Em matéria eleitoral, a situação é bem mais complicada de ser analisada.

Como vimos anteriormente, dentro da estrutura do MP NÃO HÁ UM MP ELEITORAL. Entretanto, embora não haja um Ministério Público Eleitoral, existe a FUNÇÃO ELEITORAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO. Como assim?

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A Justiça Eleitoral, por possuir uma demanda bem menor que as demais, e por ser esta demanda sazonal (ocorre apenas em épocas próprias de eleição), não possui um quadro próprio de Juízes. Por esta razão também não se criou um “Ministério Público Eleitoral”.

Porém, existem funções a serem exercidas pelo MP em matéria eleitoral. Essas funções serão exercidas, em primeira instância, por promotores de justiça (vinculados ao MP do estado), cumulativamente com suas funções perante o MP estadual.

Tá bom, professor, mas onde entra o princípio da unidade nisso aí? Meu caro aluno, o problema é que em segunda instância quem desempenha as funções do MP Eleitoral não é o PGJ ou um Procurador de Justiça do MP estadual, mas um membro do MPF de segunda instância (Um Procurador Regional da República). Esse membro do MP desempenha a função de Procurador Regional Eleitoral. Aí é que reside o problema.

Existem hipóteses legais em que a decisão de um promotor pode ser revista pelo chefe do MP. Por exemplo, no caso de arquivamento de inquérito policial (art. 28 do CPP). No arquivamento de Inquérito Policial Comum, se o Juiz não concordar com a decisão do membro do MP, remeterá o inquérito ao PGJ e ele decidirá se mantém o arquivamento ou não. Como fica a questão no caso de arquivamento de inquérito policial eleitoral? Nesse caso, quem decide se o arquivamento deve ser mantido, ou não, é o Procurador Regional Eleitoral (que é um membro do MPF).

A jurisprudência do TSE vem entendendo que não há violação ao princípio da Unidade em casos como este, por entender que a Unidade deve ser vista como Unidade dentro de cada MP, com relação a cada função. Ainda que não haja um MP eleitoral enquanto estrutura, ele existe abstratamente enquanto função. Os promotores de justiça e procuradores regionais da república quando atuam pelo MP eleitoral, atuam pela mesma instituição, por isso, a revisão do ato de

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um promotor de justiça por um procurador da república não deve ser vista como violação ao princípio da Unidade. (REspE 12.704)

1.b) Princípio da Indivisibilidade

Pelo princípio da indivisibilidade, os membros do MP (do mesmo ramo) podem se substituir uns aos outros, sem qualquer impedimento. Na verdade, esse princípio deriva do princípio da unidade, pois tira seu fundamento daquele. Vejamos:

Por que os membros do MP podem se substituir uns aos outros? Porque quem atua no processo não é o promotor (ou Procurador da República, Procurador do Trabalho, etc.), é o MP. O membro do MP é apenas o meio utilizado para a materialização da vontade do MP. Assim, se um membro do MP que atua num caso “X” sair de férias, não há necessidade de se aguardar seu retorno. O processo tramitará normalmente e, caso haja necessidade da prática de algum ato pelo MP, o MP será intimado e o membro que estiver designado como substituto atuará.

Percebam que eu disse que o MP será intimado, e não o membro fulano ou beltrano, e é exatamente isso. Como já disse a vocês, quem atua no caso é o MP. Quando o MP ajuíza a ação penal pública, quem ajuíza a ação não é o membro tal, é o MP. O membro (Procurador da República, Procurador do Trabalho, etc.) apenas subscreve (assina) a petição, que representa a vontade daquele Ministério Público.

Assim, quando houver necessidade de atuação do MP para a prática de algum ato processual, quem será intimado não será o membro que assinou a petição inicial da ação, mas o MP.

Isto não ocorre com a advocacia, por exemplo. Quando um advogado representa uma pessoa em juízo, ele está vinculado ao processo. Ele, pessoalmente, não o seu escritório, nem a OAB, enquanto instituição. Assim, no caso de haver uma audiência, por exemplo, quem

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deverá comparecer é o advogado que consta nos autos do processo, ou, caso não possa, deverá fazer um substabelecimento para outro advogado, a fim de que ele pratique o ato.

No caso do MP isso não acontece. O membro do MP não está vinculado pessoalmente ao processo e, por isso, não tem que substabelecer a outro membro do MP para que pratique o ato num processo perante o qual atua. Porque a possibilidade de atuar num processo e falar pelo MP decorre da posse no cargo de promotor (ou procurador da república, etc.).

CUIDADO! Vocês verão que uma das prerrogativas dos membros do MP é a de receber intimação pessoal nos autos do processo em que atuarem. Contudo, o termo “intimação pessoal” não quer dizer que a intimação deva ser realizada na pessoa de algum membro do MP, especificamente. O que este termo significa é que a intimação do MP só se formaliza quando o seu membro toma ciência pessoal da intimação, nos autos, ou seja, não há intimação por publicação no DO. É necessário que um membro do MP (qualquer membro, não necessariamente o que ajuizou a ação) seja pessoalmente intimado para que a intimação se formalize!

1.c) Princípio da independência funcional

O princípio da independência funcional é de assimilação mais fácil que os dois primeiros. Este princípio garante que os membros do Ministério Púbico, no exercício de suas funções, não se submetem à nenhuma hierarquia de ordem ideológico-jurídica. O membro do MP tem liberdade total para atuar conforme suas ideias jurídicas.

POR EXEMPLO: Imaginem que em determinado estado da Federação, um Procurador-Geral de Justiça elabore uma portaria, determinando que, a partir daquela data, seria vedado aos membros daquele MP arquivar inquéritos policiais e pedir a absolvição em processos

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criminais. Essa portaria seria flagrantemente inconstitucional, pois violaria o princípio da independência funcional, já que cada membro do MP tem a prerrogativa de agir conforme sua convicção. Se o membro acha que não há elementos que indiquem que o investigado cometeu o crime, ele tem total liberdade para mandar arquivar o inquérito ou pedir a absolvição, no caso de já ter sido ajuizada a ação.

Mas professor, você disse que no caso do arquivamento do inquérito policial, o PGJ pode rever a decisão do promotor. Isso não viola o princípio da Independência funcional? Não! Embora o CPP preveja que, se o Juiz não concordar, remeterá ao chefe do MP (no caso do MPU, o PGR), se este discordar do arquivamento, NÃO PODE MANDAR O PROMOTOR AJUIZAR A AÇÃO. O que ele pode fazer é ele próprio ajuizar, ou designar outro membro do MP para que ajuíze a ação.

Peraí, mas e como fica a independência funcional deste outro membro do MP que receberá a ordem do PGJ para ajuizar a ação? A Doutrina e a jurisprudência (embora haja certa polêmica doutrinária) entendem que não há violação ao princípio da independência funcional, posto que nesse caso, o membro designado age em nome do Chefe, como longa manus deste.

Embora não concorde com esta corrente, por entender que esta parte do CPP não foi recepcionada pela Constituição, já que, a meu ver, fere sim a independência funcional do membro do MP, o que vocês têm que saber é isso, que nesse caso não há violação. Como a prova é objetiva, isso basta. Numa prova discursiva seria interessante citar a divergência, para somar mais uns pontinhos!

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CUIDADO! A independência funcional diz respeito apenas à atividade jurídica do membro do MP. No que se refere à organização administrativa do órgão, HÁ SIM HIERARQUIA. Por exemplo: Se o PGR baixa uma portaria dizendo que a partir daquela data é obrigatório aos Promotores de Justiça o uso de terno e gravata todos os dias em que haja expediente, essa portaria não fere a independência funcional do membro do MP, pois não interfere em sua consciência jurídica acerca de que decisão deve ou não ser tomada. Entretanto, embora não viole o princípio da independência funcional, nada impede que essa portaria viole algum outro direito dos membros do MP, previstos em legislação própria. O QUE VOCÊS TEM QUE SABER É QUE A INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL SÓ SE REFERE À ATIVIDADE-FIM DO MEMBRO DO MP, não às questões meramente administrativas, de organização da Instituição.

1.d) Das funções institucionais e mecanismos de atuação

Agora que nós já vimos os princípios institucionais do MPU, podemos analisar suas funções institucionais.

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O art. 5º assim delibera:

Art. 5º São funções institucionais do Ministério Público da União:

I - a defesa da ordem jurídica, do regime democrático, dos interesses sociais e dos interesses individuais indisponíveis, considerados, dentre outros, os seguintes fundamentos e princípios:

a) a soberania e a representatividade popular;

b) os direitos políticos;

c) os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil;

d) a indissolubilidade da União;

e) a independência e a harmonia dos Poderes da União;

f) a autonomia dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

g) as vedações impostas à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios;

h) a legalidade, a impessoalidade, a moralidade e a publicidade, relativas à administração pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes da União;

II - zelar pela observância dos princípios constitucionais relativos:

a) ao sistema tributário, às limitações do poder de tributar, à repartição do poder impositivo e das receitas tributárias e aos direitos do contribuinte;

b) às finanças públicas;

c) à atividade econômica, à política urbana, agrícola, fundiária e de reforma agrária e ao sistema financeiro nacional;

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d) à seguridade social, à educação, à cultura e ao desporto, à ciência e à tecnologia, à comunicação social e ao meio ambiente;

e) à segurança pública;

III - a defesa dos seguintes bens e interesses:

a) o patrimônio nacional;

b) o patrimônio público e social;

c) o patrimônio cultural brasileiro;

d) o meio ambiente;

e) os direitos e interesses coletivos, especialmente das comunidades indígenas, da família, da criança, do adolescente e do idoso;

IV - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos da União, dos serviços de relevância pública e dos meios de comunicação social aos princípios, garantias, condições, direitos, deveres e vedações previstos na Constituição Federal e na lei, relativos à comunicação social;

V - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos da União e dos serviços de relevância pública quanto:

a) aos direitos assegurados na Constituição Federal relativos às ações e aos serviços de saúde e à educação;

b) aos princípios da legalidade, da impessoalidade, da moralidade e da publicidade;

VI - exercer outras funções previstas na Constituição Federal e na lei.

§ 1º Os órgãos do Ministério Público da União devem zelar pela observância dos princípios e competências da Instituição, bem como pelo livre exercício de suas funções.

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§ 2º Somente a lei poderá especificar as funções atribuídas pela Constituição Federal e por esta Lei Complementar ao Ministério Público da União, observados os princípios e normas nelas estabelecidos.

Como se pode perceber, a Lei estabelece uma série de funções como sendo de atribuição do MPU. O que se deve ter em mente é que todas elas se referem a direitos de índole coletiva (meio ambiente, patrimônio cultural, educação, etc.), ou seja, afetam a toda a coletividade ou a algum grupo específico, mas nunca apenas em relação a um particular, isoladamente considerado.

Toda esta regulamentação também retira sua validade da própria Constituição, que estabelece as funções institucionais do MP, em seu art. 129.

Não há uma relação de conflito entre o rol de funções institucionais previsto na LC 75/93 e o rol de funções institucionais previsto na Constituição. Ambos coexistem de forma harmoniosa, até porque o rol do art. 129 se refere ao MP em geral, sem fazer distinção quanto ao ramo de atuação. Já a LC 75/93 se refere exclusivamente ao MPU.

Na aula passada nós já estudamos a respeito das funções institucionais previstas na Constituição.

É importante lembrar que o rol de funções institucionais NÃO É TAXATIVO, ou seja, é possível que sejam atribuídas outras funções institucionais, através de Lei, e desde que sejam compatíveis com a natureza da Instituição.

Mas como o MPU irá desenvolver todas estas funções que lhe são atribuídas? Os arts. 6º, 7º e 8º nos trazem os mecanismos (ou instrumentos, ferramentas) de que dispõe o MPU para conseguir alcançar sua finalidade, que é dar cabo de todas as suas funções institucionais. Vejamos:

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Art. 6º Compete ao Ministério Público da União:

I - promover a ação direta de inconstitucionalidade e o respectivo pedido de medida cautelar;

II - promover a ação direta de inconstitucionalidade por omissão;

III - promover a argüição de descumprimento de preceito fundamental decorrente da Constituição Federal;

IV - promover a representação para intervenção federal nos Estados e no Distrito Federal;

V - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei; VI - impetrar habeas corpus e mandado de segurança;

VII - promover o inquérito civil e a ação civil pública para: a) a proteção dos direitos constitucionais;

b) a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente, dos bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;

c) a proteção dos interesses individuais indisponíveis, difusos e coletivos, relativos às comunidades indígenas, à família, à criança, ao adolescente, ao idoso, às minorias étnicas e ao consumidor;

d) outros interesses individuais indisponíveis, homogêneos, sociais, difusos e coletivos;

VIII - promover outras ações, nelas incluído o mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania, quando difusos os interesses a serem protegidos; IX - promover ação visando ao cancelamento de naturalização, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional;

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X - promover a responsabilidade dos executores ou agentes do estado de defesa ou do estado de sítio, pelos ilícitos cometidos no período de sua duração;

XI - defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas, incluídos os relativos às terras por elas tradicionalmente habitadas, propondo as ações cabíveis;

XII - propor ação civil coletiva para defesa de interesses individuais homogêneos;

XIII - propor ações de responsabilidade do fornecedor de produtos e serviços; XIV - promover outras ações necessárias ao exercício de suas funções institucionais, em defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, especialmente quanto:

a) ao Estado de Direito e às instituições democráticas; b) à ordem econômica e financeira;

c) à ordem social;

d) ao patrimônio cultural brasileiro;

e) à manifestação de pensamento, de criação, de expressão ou de informação;

f) à probidade administrativa; g) ao meio ambiente;

XV - manifestar-se em qualquer fase dos processos, acolhendo solicitação do juiz ou por sua iniciativa, quando entender existente interesse em causa que justifique a intervenção;

XVI - (Vetado);

XVII - propor as ações cabíveis para:

a) perda ou suspensão de direitos políticos, nos casos previstos na Constituição Federal;

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b) declaração de nulidade de atos ou contratos geradores do endividamento externo da União, de suas autarquias, fundações e demais entidades controladas pelo Poder Público Federal, ou com repercussão direta ou indireta em suas finanças;

c) dissolução compulsória de associações, inclusive de partidos políticos, nos casos previstos na Constituição Federal;

d) cancelamento de concessão ou de permissão, nos casos previstos na Constituição Federal;

e) declaração de nulidade de cláusula contratual que contrarie direito do consumidor;

XVIII - representar;

a) ao órgão judicial competente para quebra de sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, para fins de investigação criminal ou instrução processual penal, bem como manifestar-se sobre representação a ele dirigida para os mesmos fins;

b) ao Congresso Nacional, visando ao exercício das competências deste ou de qualquer de suas Casas ou comissões;

c) ao Tribunal de Contas da União, visando ao exercício das competências deste;

d) ao órgão judicial competente, visando à aplicação de penalidade por infrações cometidas contra as normas de proteção à infância e à juventude, sem prejuízo da promoção da responsabilidade civil e penal do infrator, quando cabível;

XIX - promover a responsabilidade:

a) da autoridade competente, pelo não exercício das incumbências, constitucional e legalmente impostas ao Poder Público da União, em defesa do meio ambiente, de sua preservação e de sua recuperação;

b) de pessoas físicas ou jurídicas, em razão da prática de atividade lesiva ao meio ambiente, tendo em vista a aplicação de sanções penais e a reparação dos danos causados;

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XX - expedir recomendações, visando à melhoria dos serviços públicos e de relevância pública, bem como ao respeito, aos interesses, direitos e bens cuja defesa lhe cabe promover, fixando prazo razoável para a adoção das providências cabíveis.

§ 1º Será assegurada a participação do Ministério Público da União, como instituição observadora, na forma e nas condições estabelecidas em ato do Procurador-Geral da República, em qualquer órgão da administração pública direta, indireta ou fundacional da União, que tenha atribuições correlatas às funções da Instituição.

§ 2º A lei assegurará a participação do Ministério Público da União nos órgãos colegiados estatais, federais ou do Distrito Federal, constituídos para defesa de direitos e interesses relacionados com as funções da Instituição.

Art. 7º Incumbe ao Ministério Público da União, sempre que necessário ao exercício de suas funções institucionais:

I - instaurar inquérito civil e outros procedimentos administrativos correlatos; II - requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial e de inquérito policial militar, podendo acompanhá-los e apresentar provas; III - requisitar à autoridade competente a instauração de procedimentos administrativos, ressalvados os de natureza disciplinar, podendo acompanhá-los e produzir provas.

Art. 8º Para o exercício de suas atribuições, o Ministério Público da União poderá, nos procedimentos de sua competência:

I - notificar testemunhas e requisitar sua condução coercitiva, no caso de ausência injustificada;

II - requisitar informações, exames, perícias e documentos de autoridades da Administração Pública direta ou indireta;

III - requisitar da Administração Pública serviços temporários de seus servidores e meios materiais necessários para a realização de atividades específicas;

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V - realizar inspeções e diligências investigatórias;

VI - ter livre acesso a qualquer local público ou privado, respeitadas as normas constitucionais pertinentes à inviolabilidade do domicílio;

VII - expedir notificações e intimações necessárias aos procedimentos e inquéritos que instaurar;

VIII - ter acesso incondicional a qualquer banco de dados de caráter público ou relativo a serviço de relevância pública;

IX - requisitar o auxílio de força policial.

§ 1º O membro do Ministério Público será civil e criminalmente responsável pelo uso indevido das informações e documentos que requisitar; a ação penal, na hipótese, poderá ser proposta também pelo ofendido, subsidiariamente, na forma da lei processual penal.

§ 2º Nenhuma autoridade poderá opor ao Ministério Público, sob qualquer pretexto, a exceção de sigilo, sem prejuízo da subsistência do caráter sigiloso da informação, do registro, do dado ou do documento que lhe seja fornecido. § 3º A falta injustificada e o retardamento indevido do cumprimento das requisições do Ministério Público implicarão a responsabilidade de quem lhe der causa.

§ 4º As correspondências, notificações, requisições e intimações do Ministério Público quando tiverem como destinatário o Presidente da República, o Vice-Presidente da República, membro do Congresso Nacional, Ministro do Supremo Tribunal Federal, Ministro de Estado, Ministro de Tribunal Superior, Ministro do Tribunal de Contas da União ou chefe de missão diplomática de caráter permanente serão encaminhadas e levadas a efeito pelo Procurador-Geral da República ou outro órgão do Ministério Público a quem essa atribuição seja delegada, cabendo às autoridades mencionadas fixar data, hora e local em que puderem ser ouvidas, se for o caso.

§ 5º As requisições do Ministério Público serão feitas fixando-se prazo razoável de até dez dias úteis para atendimento, prorrogável mediante solicitação justificada.

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É muita coisa. Sim, eu sei. Mas vocês NÃO PRECISAM DECORAR TUDO ISSO. Não é com decoreba que nós vamos alcançar o objetivo que é passar no concurso.

O que vocês têm que entender é basicamente:

 O MPU promove as ações abstratas (ADI, ADPF, ADI por omissão etc.);

 O MPU promove PRIVATIVAMENTE a ação penal pública (nos casos de sua competência, ressalvada a competências dos MPEs);

 O MPU promove ações de cunho coletivo (ação civil pública), com a finalidade de proteger bens de valor coletivo (direitos coletivos e difusos, individuais homogêneos, etc.), podendo instaurar ICP (Inquérito Civil Público, uma espécie de inquérito para matérias cíveis) para melhor conduzir os trabalhos;

 O MPU se manifesta nos processos, em qualquer fase, por solicitação do Juiz ou iniciativa própria, SEMPRE QUE ENTENDER EXISTENTE INTERESSE QUE JUSTIFIQUE A ATUAÇÃO DO MPU;

 O MPU não pode decretar a quebra de sigilo das informações telefônicas, das correspondências e telegráficas, mas pode e deve REPRESENTAR À AUTORIDADE JUDICIÁRIA COMPETENTE requerendo a quebra destes sigilos, quando necessário é possível, de acordo com a lei;

 O MPU NÃO INSTAURA INQUÉRITO POLICIAL, mas pode requisitar sua instauração;

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 O MPU pode expedir notificações para oitiva de testemunhas, e no caso de não comparecimento injustificado, pode REQUISITAR sua condução coercitiva. Pode, ainda, requisitar informações, documentos, exames e perícias de entidades da administração pública, bem como serviços temporários de seus servidores. De entidades privadas pode requisitar, apenas, informações e documentos.

Ter acesso livre a qualquer local público ou privado, RESSALVADA a inviolabilidade do domicílio (ou seja, para entrar no domicílio de alguém somente com autorização judicial);

Acredito que assim se pode resumir os mecanismos de atuação do MPU, de forma a condensar na mente de vocês aqueles que realmente são mais importantes, já que o tempo é curto e a matéria é longa.

1.e) Da defesa dos direitos constitucionais

Trata-se de uma forma de atuação do MPU cuja finalidade é especificamente a defesa dos direitos constitucionais do cidadão em face do Poder Público ou prestadores de serviço de relevância pública.

Nós já vimos que esta é uma das funções institucionais do MPU. Contudo, os arts. 11 a 16 esmiúçam a forma de atuação do MPU em casos deste tipo. Vejamos:

Art. 11. A defesa dos direitos constitucionais do cidadão visa à garantia do seu efetivo respeito pelos Poderes Públicos e pelos prestadores de serviços de relevância pública.

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Art. 12. O Procurador dos Direitos do Cidadão agirá de ofício ou mediante representação, notificando a autoridade questionada para que preste informação, no prazo que assinar.

Art. 13. Recebidas ou não as informações e instruído o caso, se o Procurador dos Direitos do Cidadão concluir que direitos constitucionais foram ou estão sendo desrespeitados, deverá notificar o responsável para que tome as providências necessárias a prevenir a repetição ou que determine a cessação do desrespeito verificado.

Art. 14. Não atendida, no prazo devido, a notificação prevista no artigo anterior, a Procuradoria dos Direitos do Cidadão representará ao poder ou autoridade competente para promover a responsabilidade pela ação ou omissão inconstitucionais.

Art. 15. É vedado aos órgãos de defesa dos direitos constitucionais do cidadão promover em juízo a defesa de direitos individuais lesados.

§ 1º Quando a legitimidade para a ação decorrente da inobservância da Constituição Federal, verificada pela Procuradoria, couber a outro órgão do Ministério Público, os elementos de informação ser-lhe-ão remetidos.

§ 2º Sempre que o titular do direito lesado não puder constituir advogado e a ação cabível não incumbir ao Ministério Público, o caso, com os elementos colhidos, será encaminhado à Defensoria Pública competente.

Art. 16. A lei regulará os procedimentos da atuação do Ministério Público na defesa dos direitos constitucionais do cidadão.

Assim, o Procurador dos Direitos do Cidadão atuará de ofício (sem provocação de ninguém) ou mediante representação, notificando a autoridade para prestar informações sobre a possível violação aos direitos do cidadão. Se o Procurador verificar que estão sendo desrespeitados os

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direitos do cidadão, notificará o responsável para que tome as providências necessárias para fazer cessar a violação. Não atendida a notificação no prazo assinalado a Procuradoria representará ao Poder ou Autoridade para que promova a responsabilidade pela ação ou omissão.

É VEDADO AOS ÓRGÃOS DE DEFESA DOS DIREITOS CONSTITUCIONAIS DO CIDADÃO AJUIZAR DEMANDAS COM A FINALIDADE DE PROMOVER A DEFESA DE DIREITOS INDIVIDUAIS LESADOS.

No caso acima, caso o particular não possa pagar por advogado, os elementos de convicção (os documentos até então produzidos) serão enviados à Defensoria Pública competente, que irá avaliar se é o caso de sua atuação.

Se, durante o decorrer do procedimento de apuração, se verificar que a atribuição para ajuizar a ação decorrente da violação a estes direitos pertencer a outro órgão do MP, os elementos de informação (os documentos até então reunidos) deverão ser encaminhados a este.

1.f) Das garantias e das prerrogativas dos membros do MPU

As garantias e prerrogativas dos membros do MPU estão elencadas no art. 17 e seguintes da LC 75/93. Vamos começar pelas garantias.

Nos termos do art. 17:

Art. 17. Os membros do Ministério Público da União gozam das seguintes garantias:

I - vitaliciedade, após dois anos de efetivo exercício, não podendo perder o cargo senão por sentença judicial transitada em julgado;

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II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do Conselho Superior, por voto de dois terços de seus membros, assegurada ampla defesa;

III - (Vetado)

O inciso III se referia à irredutibilidade de vencimentos, mas foi vetado. Quer dizer então que os membros do MPU podem ter seus vencimentos reduzidos? NÃO! A irredutibilidade de vencimentos continua prevista, só que apenas na Constituição, em seu art. 128, §5º, I. Assim, vamos trabalhar com três garantias: Vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de subsídio.

A Constituição Federal estabelece que:

§ 5º - Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério Público, observadas, relativamente a seus membros:

I - as seguintes garantias:

a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por sentença judicial transitada em julgado;

b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão colegiado competente do Ministério Público, pelo

voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada ampla defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 39, § 4º, e ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 150, II, 153, III, 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

a) Vitaliciedade

A vitaliciedade é a garantia de que dispõem os membros do Ministério Público da União de só perderem o cargo em razão de sentença judicial transitada em julgado. Ou seja, não basta mero

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Procedimento Administrativo Disciplinar para que o membro do MPU seja punido com demissão do cargo. Essa decisão tem que acontecer dentro de um processo judicial, com decisão que não caiba mais recurso (trânsito em julgado).

Essa representa uma das maiores garantias conferidas aos membros do MPU, pois confere aos membros do MPU uma maior segurança e liberdade no exercício de suas funções, já que condiciona sua demissão à decisão judicial transitada em julgado.

Mas isso não seria um privilégio aos membros do MP, ferindo a isonomia com os demais servidores públicos? Não, pois a natureza das funções do MP (atribuição de investigar e acusar, muitas vezes, pessoas influentes na sociedade e na política) requer que seja a eles conferida essa segurança, já que muitas vezes a atuação destes profissionais incomodará pessoas que possuem grande influência e poderiam se mobilizar para “derrubar” o membro do MP.

B) Inamovibilidade

Esta garantia impede que o membro do MP seja removido compulsoriamente do seu local de atuação para outro, salvo por decisão da maioria absoluta dos membros do colegiado competente (No caso do MPU, o Conselho Superior do MPU), ainda assim, desde que haja interesse público devidamente justificado e seja assegurada ao membro do MP a ampla defesa.

Imaginem a seguinte situação: Paulo é Procurador da República (membro do MPF) em São Paulo, capital. Por estar exercendo brilhantemente suas atribuições, acaba por denunciar um poderoso político local. Este, por possuir forte influência e ser amigo do PGR, pede que o membro seja transferido para Ribeirão Preto,

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600km da capital. Vejam que se não fosse a garantia da inamovibilidade, Paulo poderia ser “punido” com a remoção para longe de sua casa e de sua família, simplesmente por estar exercendo livremente suas funções.

Desta forma, não basta que aos membros do MP seja garantida a impossibilidade de demissão por procedimento administrativo, deve ser garantido, ainda, que não sejam compulsoriamente removidos, para evitar situações como a do exemplo.

Como eu disse a vocês, o membro do MP não pode ser removido por interesse público SALVO NO CASO

DE DECISÃO DO ÓRGÃO

COLEGIADO DO MP, por decisão da maioria absoluta, comprovado o interesse público da medida. Ou seja, a garantia não impede a remoção ex

officio do promotor, apenas exige que

ela se dê de uma forma mais burocrática e transparente, para evitar que seja eventualmente utilizada de maneira irregular. O aluno deve atentar, ainda, para o fato de que o art. 17, II da LC 75/93 exige que a decisão se dê pelo voto de 2/3 dos membros do Conselho Superior, mas entende-se que prevalece o comando Constitucional que exige apenas maioria absoluta.

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C) Irredutibilidade de subsídios Segundo a Constituição:

Art. 128 (...)

§ 5º - Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério Público, observadas, relativamente a seus membros:

I - as seguintes garantias:

(...)

c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 39, § 4º, e ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 150, II, 153, III, 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Esta é uma garantia financeira conferida aos membros do MP. Semelhantemente ao que acontece com os magistrados, os membros do MP não podem ter seus subsídios reduzidos. Alguns pontos devem ser analisados.

Primeiramente, vocês têm que saber que essa irredutibilidade não é real, mas apenas nominal. O que quer dizer isto? Quer dizer que essa garantia não assegura a correção anual do subsídio pelo índice da inflação, para evitar a perda de poder aquisitivo. Garante apenas que o valor nominal pago ao membro do MP não sofrerá redução. Ou seja, não garante reajuste periódico. O STF já decidiu sobre isso!

Para fixar, vamos dar um exemplo: Imaginemos que Pedro é Procurador da República, e recebe subsídio de R$ 20.000,00. Considerando que a inflação no ano anterior foi de 10%, segundo os

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índices oficiais, não pode Pedro, nem qualquer membro do MPU, pleitear judicialmente o reajuste de 10%, para preservar o valor real do subsídio, pois a garantia se refere, tão-somente, à manutenção do valor que já é pago.

Em segundo lugar, como consta da própria redação do dispositivo constitucional, há exceção. A mais relevante delas, e a única que é cobrada em provas de concurso é:

Teto do subsídio dos Ministros do STF Nos termos do art. 37, XI da CRFB/88:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos

Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,

impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

(...)

XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa

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inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tri-bunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos;

Pelo que está escrito no artigo, podemos perceber que, caso um membro do MP (seja ele qual for) estiver recebendo subsídio em valor superior ao subsídio fixado para os Ministros do STF, este poderá ser reduzido até aquele teto (Subsídio dos Ministros do STF) sem que haja violação à garantia da irredutibilidade de subsídios, pois se trata de exceção prevista na própria Constituição.

Porém, não é toda e qualquer parcela que entra nesse limite. Valores recebidos a título de INDENIZAÇÃO não se submetem ao teto do serviço público (Como dito, o subsídio dos Ministros do STF). Mas o que são parcelas indenizatórias? São parcelas, valores, que são pagos ao membro do MP não como remuneração pelo seu serviço prestado, pelo exercício de suas funções, mas em razão de despesas por ele efetuadas para o desempenho de sua função.

EXEMPLO: Se um membro do MPU é designado para atuar provisoriamente numa outra comarca, ele irá ter gastos com locomoção, hospedagem, alimentação... Esses gastos são ressarcidos pelo MP como diárias. Essas diárias são verbas de natureza indenizatória, pois se entende que o membro do MP não está “lucrando” com isso, mas apenas utilizando a verba recebida para custear suas despesas realizadas em razão do trabalho.

As demais exceções referem-se à possibilidade de tributação do subsídio (art. 150, II; 153, III; 153, §2°) e possibilidade de desconto direto no subsídio para ressarcimento ao erário no caso de prática de ato

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de improbidade (art. 39, §4°). O que vocês não podem se esquecer para esse concurso é que EXISTEM EXCEÇÕES!

No que tange às prerrogativas dos membros do MPU, elas estão previstas no art. 18 da LC 75/93, e podem ser dividas em institucionais e processuais. As primeiras se referem a prerrogativas necessárias ao bom exercício das funções. As segundas estão relacionadas à sua atuação processual.

Vejamos o rol das prerrogativas:

Art. 18. São prerrogativas dos membros do Ministério Público da União: I - institucionais:

a) sentar-se no mesmo plano e imediatamente à direita dos juízes singulares ou presidentes dos órgãos judiciários perante os quais oficiem;

b) usar vestes talares;

c) ter ingresso e trânsito livres, em razão de serviço, em qualquer recinto público ou privado, respeitada a garantia constitucional da inviolabilidade do domicílio;

d) a prioridade em qualquer serviço de transporte ou comunicação, público ou privado, no território nacional, quando em serviço de caráter urgente;

e) o porte de arma, independentemente de autorização;

f) carteira de identidade especial, de acordo com modelo aprovado pelo Procurador-Geral da República e por ele expedida, nela se consignando as prerrogativas constantes do inciso I, alíneas c, d e e do inciso II, alíneas d, e e f, deste artigo;

II - processuais:

a) do Procurador-Geral da República, ser processado e julgado, nos crimes comuns, pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Senado Federal, nos crimes de responsabilidade;

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b) do membro do Ministério Público da União que oficie perante tribunais, ser processado e julgado, nos crimes comuns e de responsabilidade, pelo Superior Tribunal de Justiça;

c) do membro do Ministério Público da União que oficie perante juízos de primeira instância, ser processado e julgado, nos crimes comuns e de responsabilidade, pelos Tribunais Regionais Federais, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;

d) ser preso ou detido somente por ordem escrita do tribunal competente ou em razão de flagrante de crime inafiançável, caso em que a autoridade fará imediata comunicação àquele tribunal e ao Procurador-Geral da República, sob pena de responsabilidade;

e) ser recolhido à prisão especial ou à sala especial de Estado-Maior, com direito a privacidade e à disposição do tribunal competente para o julgamento, quando sujeito a prisão antes da decisão final; e a dependência separada no estabelecimento em que tiver de ser cumprida a pena;

f) não ser indiciado em inquérito policial, observado o disposto no parágrafo único deste artigo;

g) ser ouvido, como testemunhas, em dia, hora e local previamente ajustados com o magistrado ou a autoridade competente;

h) receber intimação pessoalmente nos autos em qualquer processo e grau de jurisdição nos feitos em que tiver que oficiar.

Parágrafo único. Quando, no curso de investigação, houver indício da prática de infração penal por membro do Ministério Público da União, a autoridade policial, civil ou militar, remeterá imediatamente os autos ao Procurador-Geral da República, que designará membro do Ministério Público para prosseguimento da apuração do fato.

A prerrogativa do inciso II, h do art. 18 é considerada “processual” pela Lei, mas eu tendo a considerá-la como uma prerrogativa institucional, eis que está vinculada à atuação funcional do membro do

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MPU, ainda que se refira ao processo. Porém, está na Lei, então, paciência.

Dentre as prerrogativas não relacionadas diretamente com a atuação institucional, a que mais merece destaque é a chamada “prerrogativa de foro”, ou, como conhecida vulgarmente, “foro privilegiado”.

Os membros do MPU são processados e julgados (criminalmente) perante o Órgão Judiciário imediatamente superior àqueles em que oficiem, com exceção do PGR, que é julgado pelo STF nos crimes comuns e pelo Senado Federal nos crimes de responsabilidade. Cuidado com isso!

Outras prerrogativas que chamam a atenção e que vocês devem estar atentos são a prerrogativa de ser ouvido como testemunha em dia e hora previamente agendados e a prerrogativa de não ser preso salvo por decisão judicial do Tribunal competente ou em flagrante de crime inafiançável.

Assim, não pode um membro do MP ser intimado para ser ouvido como testemunha em um determinado dia e horário que não tenha sido previamente marcado. Caso o membro do MP receba uma intimação assim, não estará obrigado a comparecer.

Também não pode o membro MP ser preso em flagrante por prática de crime afiançável. Assim, verificando a autoridade policial que houve a prática de crime afiançável pelo membro do MP, não poderá decretar sua prisão em flagrante, devendo o mesmo ser liberado e responder ao processo em liberdade.

O membro do MPU também não pode ser indiciado! O indiciamento é o ato pelo qual a autoridade policial individualiza e aponta alguém como especificamente investigado. Nesse caso, verificando que há possibilidade de prática de infração penal por membro do MPU, deve ser seguido o disposto no § único do art. 18, remetendo-se os autos ao PGR, que designará membro do MP para dar seguimento à apuração do fato.

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O membro do MPU pode ingressar e transitar livremente em qualquer recinto público ou fechado, em razão do serviço, ressalvada a inviolabilidade do domicílio.

Assim, não pode o membro do MPU, valendo-se de sua prerrogativa funcional, pretender adentrar ao domicílio de qualquer pessoa, sob pena de estar cometendo crime de invasão de domicílio.

CUIDADO! O STF já decidiu que o escritório do advogado, bem como de qualquer profissional liberal É CONSIDERADO DOMICÍLIO (HC 82788 / RJ). Assim, o membro do MPU não pode ingressar no consultório ou escritório de profissional liberal sem que haja mandado judicial, pois este é equiparado a casa (domicílio) pelo STF.

Os arts. 19, 20 ainda nos trazem outras prerrogativas, referentes ao tratamento que deve ser dispensado aos membros do MPU (art. 19) e ao direito de voz e presença nas sessões de julgamento do Poder Judiciário perante o qual oficiem (art. 20). Vejamos:

Art. 19. O Procurador-Geral da República terá as mesmas honras e tratamento dos Ministros do Supremo Tribunal Federal; e os demais membros da instituição, as que forem reservadas aos magistrados perante os quais oficiem.

Art. 20. Os órgãos do Ministério Público da União terão presença e palavra asseguradas em todas as sessões dos colegiados em que oficiem.

O art. 21 descreve a natureza das prerrogativas e ainda estabelece em seu §1º que a Lei pode conferir outras prerrogativas além das previstas na LC 75/93:

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Art. 21. As garantias e prerrogativas dos membros do Ministério Público da União são inerentes ao exercício de suas funções e irrenunciáveis.

Parágrafo único. As garantias e prerrogativas previstas nesta Lei Complementar não excluem as que sejam estabelecidas em outras leis.

1.g) Da autonomia do MPU e sua estrutura

Como já vimos, o MPU compreende quatro “diferentes MPs”:  Ministério Público Federal;

 Ministério Público do Trabalho;  Ministério Público Militar;

 Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;

A autonomia do MPU abrange:  Autonomia funcional;  Autonomia administrativa;  Autonomia financeira.

Para dar efetividade a esta autonomia, o art. 22 da LC 75/93 estabelece uma série de competências conferidas ao MPU. Vejamos:

Art. 22. Ao Ministério Público da União é assegurada autonomia funcional, administrativa e financeira, cabendo-lhe:

I - propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, bem como a fixação dos vencimentos de seus membros e servidores;

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III - organizar os serviços auxiliares;

IV - praticar atos próprios de gestão.

A autonomia financeira dá ao MPU o direito de elaborar sua proposta orçamentária, respeitando-se sempre a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), nos termos do art. 23. A autonomia não impede, contudo, o exercício de fiscalização orçamentária, financeira, patrimonial, operacional e contábil, a ser exercida pelo Congresso Nacional (Controle externo), com o auxílio do TCU. Também há fiscalização exercida mediante controle interno, por sistema próprio (art. 23, §2º).

1.h) Do Procurador-Geral da República

Sobre a forma de nomeação e exoneração do PGR nós já estudamos na aula passada, motivo pelo qual não se faz necessária a menção ao art. 25 e § único da LC 75/93.

O art. 26 traz as atribuições do PGR, assim elencadas:

Art. 26. São atribuições do Procurador-Geral da República, como Chefe do Ministério Público da União:

I - representar a instituição;

II - propor ao Poder Legislativo os projetos de lei sobre o Ministério Público da União;

III - apresentar a proposta de orçamento do Ministério Público da União, compatibilizando os anteprojetos dos diferentes ramos da Instituição, na forma da lei de diretrizes orçamentárias;

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IV - nomear e dar posse ao Vice-Procurador-Geral da República, ao Procurador-Geral do Trabalho, ao Procurador-Geral da Justiça Militar, bem como dar posse ao Procurador-Geral de Justiça do Distrito Federal e Territórios;

V - encaminhar ao Presidente da República a lista tríplice para nomeação do Procurador-Geral de Justiça do Distrito Federal e Territórios;

VI - encaminhar aos respectivos Presidentes as listas sêxtuplas para composição dos Tribunais Regionais Federais, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, do Superior Tribunal de Justiça, do Tribunal Superior do Trabalho e dos Tribunais Regionais do Trabalho;

VII - dirimir conflitos de atribuição entre integrantes de ramos diferentes do Ministério Público da União;

VIII - praticar atos de gestão administrativa, financeira e de pessoal;

IX - prover e desprover os cargos das carreiras do Ministério Público da União e de seus serviços auxiliares;

X - arbitrar o valor das vantagens devidas aos membros do Ministério Público da União, nos casos previstos nesta Lei Complementar;

XI - fixar o valor das bolsas devidas aos estagiários; XII - exercer outras atribuições previstas em lei;

XIII - exercer o poder regulamentar, no âmbito do Ministério Público da União, ressalvadas as competências estabelecidas nesta Lei Complementar para outros órgãos nela instituídos.

§ 1º O Procurador-Geral da República poderá delegar aos Procuradores-Gerais as atribuições previstas nos incisos VII e VIII deste artigo.

§ 2º A delegação também poderá ser feita ao Diretor-Geral da Secretaria do Ministério Público da União para a prática de atos de gestão administrativa, financeira e de pessoal, estes apenas em relação aos servidores e serviços auxiliares.

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As funções do PGR são basicamente as de qualquer chefe de Instituição, ou seja, representar a Instituição, propor os projetos de Lei, etc.

Além disso, devemos fazer algumas observações importantes quanto às atribuições do PGR:

 O PGR nomeia e dá posse ao Vice-PGR, ao PGT e PGJM, e apenas dá posse ao PGJDFT. O PGR NÃO nomeia o PGJDFT, essa tarefa cabe ao Presidente da República (O PGR apenas encaminha lista tríplice);

 O PGR resolve eventuais conflitos de atribuição entre membros de diferentes ramos do MPU;

 O PGR pode exercer outras atribuições não previstas na LC 75/93, desde que previstas em Lei, pois não se trata de um rol taxativo, mas meramente exemplificativo;

O PGR deve nomear um Vice-PGR, dentre os integrantes da carreira, maiores de 35 anos, que o substitui em seus impedimentos. No caso de vacância do cargo de PGR (renúncia, morte, etc.), o Vice-PGR NÃO ASSUME. Quem exercerá o cargo, neste caso, é o Vice-Presidente do Conselho Superior do MPF, até que seja definitivamente provido o cargo (art. 27 da Lei).

1.i) Do Conselho de Assessoramento Superior do Ministério Público da União

O CASMPU é um órgão colegiado, presidido pelo PGR, integrado também pelo Vice-PGR, pelo PGT, pelo PGJM e pelo PGJDFT.

A função do CASMPU é OPINAR sobre matérias de interesse geral da Instituição, nos termos do art. 30 da Lei:

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Art. 30. O Conselho de Assessoramento Superior do Ministério Público da União deverá opinar sobre as matérias de interesse geral da Instituição, e em especial sobre:

I - projetos de lei de interesse comum do Ministério Público da União, neles incluídos:

a) os que visem a alterar normas gerais da Lei Orgânica do Ministério Público da União;

b) a proposta de orçamento do Ministério Público da União;

c) os que proponham a fixação dos vencimentos nas carreiras e nos serviços auxiliares;

II - a organização e o funcionamento da Diretoria-Geral e dos Serviços da Secretaria do Ministério Público da União.

As reuniões do CASMPU serão CONVOCADAS pelo PGR, e qualquer dos demais membros poderá SOLICITAR a sua realização (art. 29 da Lei).

1.j) Das carreiras e dos serviços auxiliares

Quando a Lei se refere a carreiras, está se referindo exclusivamente aos MEMBROS do MPU, não abarcando os analistas e técnicos, que fazem parte dos “serviços auxiliares”.

As carreiras dos diferentes ramos do MPU são independentes entre si, e as funções do MPU somente podem ser exercidas por seus membros respectivos, que devem residir no local em que atuem (arts. 32 e 33 da Lei).

No que tange aos serviços auxiliares, o art. 36 estabelece que sua organização se dará necessariamente em quadro próprio de carreira (não

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“da carreira”, pois “a carreira” é só a dos membros do MPU), sob regime estatutário, para apoio técnico-administrativo às atividades da Instituição.

Bons estudos! Prof. Renan Araujo

LISTA DAS QUESTÕES

01 - (CESPE – 2006 - MPE-AM – ADMINISTRATIVO – AGENTE TÉCNICO JURÍDICO)

A unidade, a indivisibilidade e a independência funcional são princípios institucionais do Ministério Público.

02 - (NUCEPE – 2008 - MPE-PI – 2008 – ANALISTA PROCESSUAL)

Quanto aos princípios relativos ao Ministério Público, assinale a alternativa correta.

A) A indivisibilidade significa que os integrantes da carreira podem ser substituídos, uns pelos outros, desde que da mesma carreira, segundo prescrições legais.

B) O princípio da independência funcional se refere aos aspectos administrativos do desempenho funcional do membro do Ministério Público, porém não está relacionado com questões jurídicas referentes à sua atividade funcional.

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C) O princípio da unidade significa, basicamente, que os membros do Ministério Público integram um só órgão, sob a direção do Conselho Nacional do Ministério Público.

D) A partir do princípio da unidade, foi deduzida a doutrina do promotor natural.

E) O princípio da independência funcional pode ser suprimido em virtude de decisões do Procurador Geral.

03 - (NUCEPE – 2008 - MPE-PI – 2008 – ANALISTA PROCESSUAL)

São princípios institucionais do Ministério Público: A) a moralidade, a legalidade e a impessoalidade. B) a moralidade, a legalidade e a publicidade. C) a eficiência, a moralidade e a impessoalidade.

D) a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional. E) a divisibilidade, a legalidade e a independência funcional.

04 - (CESPE - 2010 - MPU - TÉCNICO DE INFORMÁTICA)

O MPU é instituição permanente, essencial ao exercício de todas as funções do Estado Democrático de Direito.

05 - (CESPE - 2010 - MPU - TÉCNICO DE INFORMÁTICA)

A proposta orçamentária é matéria que exige a demarcação de diretrizes. Para tanto, é necessária a compatibilização dos diferentes ramos do MPU, na forma da lei de diretrizes orçamentárias.

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