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4º Congresso de Mulheres MEUC.

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Academic year: 2021

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4º Congresso de Mulheres – 2014 - MEUC. Introdução ao tema geral: “Silêncio”.

Mirian Christen Silêncio!

No mundo agitado, complexo, barulhento, em que vivemos, parece que não há lugar para o silêncio. No nosso dia a dia há lugar para o silêncio? Conseguimos ficar quietas por algum

tempo? E se ficamos o que ouvimos? Que pensamentos nos vêm à mente? Que sentimentos nos sobre vem?

Vemos em nossos dias muitas pessoas que andam com fone de ouvido pela rua, nos ônibus, nos carros, em muitos lugares, ouvindo alguma coisa. Podem ser coisas boas, como também não. Quase todas as pessoas têm seus celulares na mão, na bolsa, sobre a mesa de trabalho. O famoso whatsapp está fazendo com que as pessoas estejam olhando quase que

constantemente para a telinha de seu celular. Quando estamos em um consultório ou em qualquer outra sala de espera, ou restaurante, ou ponto de ônibus, vemos as pessoas recebendo ou escrevendo mensagens. São instrumentos úteis, mas que mais e mais nos vêm roubando momentos de silêncio.

Senti-me privilegiada em ter a tarefa de fazer a introdução ao tema deste congresso. Precisei realmente parar para pensar sobre o silêncio. E buscá-lo foi algo muito especial. Fez-me ver que mais e mais pessoas, no nosso caso - mulheres, necessitam fazer isso também.

Quando estamos em um grupo de oração, não é assim que o silêncio parece até perturbar? Realmente não temos tempo para ficar em silêncio. Precisamos falar, falar, falar... e logo alguém

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tem que ser o próximo a orar. O quanto sabemos silenciar diante de Deus? O quanto sabemos silenciar diante de alguém que

precisa falar daquilo que lhe perturba a alma? Por que temos dificuldade para ficar em silêncio?

Tiago 1.19 nos diz: “Todo homem (e mulher), pois, seja pronto para ouvir, tardio para falar...”. Aprender a silenciar no tempo certo é sinal de prudência e sabedoria.

O pastor Ricardo Barbosa, em seu livro: “O caminho do coração”, nos lembra “que as grandes descobertas científicas não

aconteceram dentro dos laboratórios, por cientistas cercados de livros, fórmulas e produtos químicos, mas por pessoas que, pelo silêncio e contemplação, conseguiram captar os fenômenos que estavam presentes no mundo, mas que não podiam ser

percebidos por aqueles cuja mente andava ocupada com outras coisas. Conta-se que Isaac Newton, matemático inglês do séc. 17, achava-se um dia sentado no jardim, quando viu uma maçã cair de uma árvore e perguntou: “Por que será que esta maçã caiu, e não flutuou, ou se elevou no ar?” Meditando sobre esse fato, estudou até chegar à conclusão de que todos os corpos são atraídos para o centro da terra. Depois, dando mais um passo, descobriu que também os planetas são atraídos para o sol, e, por fim, a lei da gravitação universal, que explica o movimento de todos os corpos celestes. As conclusões de Newton demoraram aproximadamente sete anos! Foram sete anos de observação, imaginação e contemplação. Como Isaac Newton muitos outros cientistas, que na verdade eram considerados sábios, usaram sua imaginação e paciência contemplativa para chegarem a

conclusões científicas que revolucionaram o mundo. Se para descobrir os fenômenos da natureza, que são tão claros e

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quanto mais exigirá de nós penetrar nos mistérios de Deus e da vida e da sua palavra?”.

Precisamos encontrar um lugar em nossa programação diária quando poderemos dar algum espaço para Deus falar conosco e também para nós ficarmos quietas. E nesse lugar ou espaço poderemos ouvir a sua voz, seremos instruídas, e nesse lugar e tempo vamos ter um novo relacionamento com o Pai.

Madre Tereza disse o seguinte: “Deus não pode ser encontrado com barulho e desassossego. Deus é amigo do silêncio. Veja como a natureza – árvores, flores, grama, crescem em silêncio. Veja as estrelas, a lua e o sol, como se movem em silêncio.” O silêncio não significa apenas o não falar, mas também uma postura diante de Deus e diante de nós mesmas. É um silêncio que nos habilita ouvir, meditar e contemplar as obras e mistérios de Deus. Alguém disse: “Um homem pode parecer silencioso, mas se em seu coração está condenando os outros está falando sem cessar”. Na meditação exotérica é uma tentativa de esvaziar a mente, enquanto que o silêncio na contemplação cristã é uma tentativa de esvaziar a mente dos pensamentos humanos e enchê-la com os pensamentos de Deus.

Francis Neneck disse: “O silêncio é muito mais que ausência de fala. Essencialmente, silêncio é ouvir”.

Quando silenciamos nós temos a capacidade de aprender e

também de motivar os outros a abrir o coração. Ouvir é uma arte que precisa ser aprendida e treinada por todos nós.

Jesus é o exemplo de ensinar pelo silêncio. Suas atitudes e atos falavam muito mais alto. Diante dos acusadores da mulher “pega” em adultério, ele escrevia na areia. Ele ouviu as duas

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partes. À luz de cada palavra Ele deu o veredito. Quando da negação de Pedro, o Senhor Jesus somente olhou para Ele. O olhar (silêncio) do Mestre bastou para desencadear em Pedro uma profunda consciência de pecado, de falsidade e de falta de compromisso. O olhar de Jesus levou Pedro a chorar

amargamente, em sincero arrependimento.

Jesus apanhou das autoridades judaicas, sofreu muito em

silêncio. Não buscou defesa para si, mas simplesmente confiou na justiça e nos planos do Pai. O silêncio positivo, aquele que não pensa o mal contra o outro, é uma forma de confiança no

Senhor.

Gosto muito da passagem bíblica de Lucas 2.19: “Maria, porém, guardava todas essas palavras, meditando-as no coração”. Na visita dos pastores, no nascimento de Jesus, conta a passagem bíblica de que os pastores divulgaram do que lhes tinha sido dito a respeito do menino. E todos se admiram. E então, essa

referência à Maria: “Maria, porém, guardava todas essas palavras, meditando-as no coração”. Ela também se torna um ótimo exemplo para nós: Ler a Palavra, ouvi-la, e guardá-la no coração, meditando em tudo, em silêncio. É esse o momento em que podemos aprender a ouvir a voz do Bom Pastor. A voz de nosso Pai. Como Jesus disse acerca das ovelhas em João 10.3: “... as ovelhas ouvem a sua voz, ele chama pelo nome as suas

próprias ovelhas...” e versículo 14: “Eu sou o Bom Pastor; conheço as minhas ovelhas e elas me conhecem a mim”. Já conhecemos a voz do Bom Pastor? Ou ela se tornou estranha para nós?

Deus se revela no silêncio. “Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus” – diz o Salmo 46.10a. É o silêncio de Deus que fala

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conosco. E para nós o silêncio significa aquietar-se, deixar de fazer esforços, de correr, de falar, de gritar e de livrar-se de tudo o que nos distrai. Deus tem propósitos conosco. Tem

perspectivas para nós. Mas Ele quer que silenciemos diante Dele. Ele quer nos instruir, quer nos ensinar a lhe ser subordinadas, a obedecer a Sua voz.

O silêncio é necessário nessa geração tão barulhenta que não o suporta. Ele é terapêutico, pois permite ouvir mais e melhor os sinais que estão sendo dados. O silêncio aguça a audição

enquanto o barulho a compromete. Ele permite que aprendamos mais. Permite que ouçamos a voz de Deus. Precisamos pedir ao Senhor por mais sensibilidade para ouvir a Sua voz através do Espírito Santo que habita em nós. Quando uma pessoa é

convertida por Jesus, o Espírito Santo faz morada em sua vida. E o nosso corpo se torna, assim, o templo do Espírito Santo de Deus. E Ele fala conosco. Mas, para isso, precisamos nos calar, silenciar diante Dele. Só não ouvimos porque estamos por

demais inquietas e com o coração cheio de muitas outras vozes. O tema deste congresso vem ao encontro de cada uma de nós. É maravilhoso estar aqui, neste momento. Deus quer nos ensinar algo.

A televisão, o rádio, o mp3, o celular, o whatsapp, o facebook, a internet, transformaram-se nos amigos das pessoas solitárias. Necessitamos de algum ruído, de movimentos, de grandes

projetos para nos sentirmos “vivas”. O que distrai a cada uma de nós? Podem ser outras coisas também. Aqui e agora é um lugar especial para aprendermos sobre esse tema tão precioso: o silêncio. Vamos aproveitar alguns momentos para ficarmos sozinhas, por aí, no arraial, em contato com a natureza que o

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nosso próprio Deus criou. Vamos, com a bíblia e oração, e as palestras que vamos ouvir, silenciar diante do Pai. Vamos nos dar o presente de aprender a ter essa comunhão íntima com Deus. Aquietar-se na presença Dele é o primeiro passo para

reorganizar nossa vida! De aprender a conhecer a Sua voz! De aprender a reconhecer a Sua voz mesmo no mesmo do turbilhão e demais ruídos ao nosso redor.

“O silêncio é o caminho no qual nos aproximamos da Palavra de Deus, a digerimos e a absorvemos, até que ela se transforme em uma parte de nosso ser e nos transforme.” (Keneth Leech)

Na entrada do Lar Filadélfia lemos em uma placa: “Vinde

repousar um pouco, à parte” – Marcos 6.31. É o convite de Jesus para cada uma de nós neste congresso.

Desejo que cada uma de nós consiga receber essa mensagem para si mesma, para receber para si o desafio de exercitar o silêncio que nos leva a ouvir o falar de Deus conosco. Amanhã ouviremos a Sirlene Zermianni sobre “Ruídos são desgastantes” e “A força que brota do silêncio” e no domingo a Helena

Kohlscheen nos falará sobre “Seguindo o exemplo de Jesus”. Para finalizar, vamos ouvir uma música de Sigfried Fietz em língua alemã. Estará legendada para que possamos entendê-la. Essa música nos faz um convite especial.

Referências

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