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Características sociodemográficas e comportamento de risco à saúde em adolescentes de Aracaju e região metropolitana e revisão sistemática sobre programas de intervenção em atividade física

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

NARA MICHELLE MOURA SOARES

CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS E COMPORTAMENTO DE RISCO À SAÚDE EM ADOLESCENTES DE ARACAJU E REGIÃO METROPOLITANA E

REVISÃO SISTEMÁTICA SOBRE PROGRAMAS DE INTERVENÇÃO EM ATIVIDADE FÍSICA

ARACAJU 2016

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NARA MICHELLE MOURA SOARES

CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS E COMPORTAMENTO DE RISCO À SAÚDE EM ADOLESCENTES DE ARACAJU E REGIÃO METROPOLITANA E

REVISÃO SISTEMÁTICA SOBRE PROGRAMAS DE INTERVENÇÃO EM ATIVIDADE FÍSICA

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade Federal de Sergipe como requisito à obtenção do grau de Doutor em Ciências da Saúde.

Orientadora: Profª. Drª. Sara Maria Thomazzi Coorientador: Prof. Dr. Roberto Jerônimo dos Santos Silva

ARACAJU 2016

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NARA MICHELLE MOURA SOARES

CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS E COMPORTAMENTO DE RISCO À SAÚDE EM ADOLESCENTES DE ARACAJU E REGIÃO METROPOLITANA E

REVISÃO SISTEMÁTICA SOBRE PROGRAMAS DE INTERVENÇÃO EM ATIVIDADE FÍSICA

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade Federal de Sergipe como requisito à obtenção do grau de Doutor em Ciências da Saúde.

Aprovada em ________/________/________

_________________________________________________

Orientadora: Profª. Drª. Sara Maria Thomazzi

_________________________________________________

1ª Examinador: Prof. Dr. Marcos Antônio Prado Nunes

_________________________________________________

2º Examinador: Prof. Dr. Paulo Ricardo Saquete Martins Filho

_________________________________________________

3ª Examinador: Prof. Dr. Estélio Henrique Martin Dantas

_________________________________________________

4º Examinador: Prof. Dr. Diego Augusto Santos Silva

PARECER ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho à memória do meu pai, José Rubens Soares, verdadeiramente o maior mestre que tive. Nossa separação é insuperável! A minha mãe, Maria Laura Moura Soares, que sempre acreditou e apostou em meus sonhos! Dedico todo o seu esforço à vitória conquistada por nós! Amo vocês!!!

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a DEUS, supremo criador que me permitiu chegar até aqui! “Se o Senhor é por nós, quem será contra nós?” (Romanos 8:31)

Ao meu esposo João Ricardo que se viu, em muitos momentos, privado da minha companhia. Vamos acreditar que nossos esforços irão valer à pena!!!

À minha irmã Mara Rúbia, que sempre me ajudou na vida profissional e aos meus sobrinhos Victor, Gustavo e Suellen, que me trouxeram alegria, fazendo da vida uma trajetória mais amena.

Aos mestres Profª. Drª. Sara Maria Thomazzi e Prof. Dr. Roberto Jerônimo dos Santos Silva, principais responsáveis pela concretização deste trabalho, meu agradecimento especial. Pelo acolhimento, preocupação e cuidado. Por despender o seu precioso tempo em valiosas orientações, correções, observações e aconselhamentos. Pelos ricos ensinamentos, desafios propostos e oportunidades concedidas. Pelo ensino além da academia, ensinamentos para a vida. Tê-los-ei sempre como exemplos de capacidade científica.

Ao professor amigo Prof. Dr. Marzo Edir da Silva, participantes atuantes no meu crescimento profissional. Obrigada pelas valiosas conversas sobre o conhecimento científico! A todos os professores do PPGCS, por contribuírem para que eu superasse mais esta etapa em minha vida.

Ao grupo de pesquisa UFS em Movimento e, principalmente, Arley, Glauber, Isabella, Netinha e Martinha, que fizeram parte do meu progresso acadêmico e me possibilitaram muitos aprendizados.

À minha amiga Irlaneide, que sem ela, o meu doutorado não teria sido realizado. Obrigada, amiga!!

À FAPITEC pelo apoio financeiro durante o curso. E, por último, obrigada a todos que de forma direta ou indireta contribuíram para a concretização da presente pesquisa.

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O futuro tem muitos nomes. Para os fracos é o inalcançável. Para os temerosos, o desconhecido.

Para os valentes é a oportunidade.

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RESUMO

Características Sociodemográficas e Comportamento de Risco à Saúde em Adolescentes de Aracaju e Região Metropolitana e Revisão Sistemática sobre Programas de Intervenção em Atividade Física. Nara Michelle Moura Soares. Aracaju, Sergipe, 2016.

Objetivo: Estimar a prevalência dos comportamentos de risco à saúde e sua associação com as

características sociodemográficas em adolescentes de Aracaju e região metropolitana, Sergipe, Brasil para o inquérito e apresentar a evidência relacionada a existência de programas de intervenção em atividade física para adolescentes por meio do estudo de revisão sistemática.

Casuística e Métodos: Para a pesquisa por inquérito, a amostra foi composta por 2207

adolescentes (13 a 18 anos) matriculados no ensino público dos municípios que compõem a região observada. O levantamento de informações foi realizado elegendo-se os seguintes comportamentos: “baixos níveis de atividade física” e “tempo de assistência à TV/dia”, por meio do PAQ-C, “consumo de bebidas alcoólicas”, “consumo de mais de cinco doses de bebidas alcoólicas em uma única ocasião”, “envolvimento em brigas”, “consumo de cigarros”, “porte de arma” e “consumo de maconha”, identificados pelo instrumento YRBS e “classe econômica” acessada via ABEP. Para a revisão sistemática, foram realizadas pesquisas no PubMed, SportDiscus, LiLacs e SciELO a partir de palavras-chave para identificação da população, intervenção e desfecho, com os termos DeCS e MeSH em inglês, português e espanhol. Incluíram-se estudos observacionais com intervenção mínima de seis meses, tamanho amostral mínimo de 100 adolescentes, escritos em qualquer idioma e que atingiram pontuação no STROBE ≥ 70%. Resultados: A maior prevalência foi verificada para os “baixos níveis de atividade física” (88,1%), seguido por “assistir mais que duas horas de TV por dia” (66,2%) e “consumo de bebidas alcoólicas” (38,0%). Existem padrões de comportamentos de risco diferentes para os sexos. Sexo feminino está associado aos “baixos níveis de atividade física” e “mais que duas horas assistindo TV”. Sexo masculino foi associado ao “transporte de armas”, “envolvimento em brigas” e “uso de maconha”. O grupo etário maior de 16 anos esteve associado ao “consumo de cigarros”, “consumo de bebidas alcoólicas”, “consumo de mais de cinco doses de bebidas alcoólicas por ocasião” e “uso de maconha”. O nível socioeconômico mais alto esteve associado ao “transporte de armas”, “envolvimento em brigas”, “consumo de bebidas alcoólicas” e “mais de cinco doses de bebidas alcoólicas por ocasião”. Na revisão sistemática, apenas sete estudos preencheram todos os critérios de inclusão. Cinco estudos apresentaram abordagens diferentes na mensuração da intervenção da atividade física, utilizando o ambiente escolar apenas para recrutamento da amostra, com estratégias favoráveis aos níveis de atividade física, e eficazes na promoção de um estilo de vida ativo fora do ambiente escolar. Conclusão: No estudo por inquérito, as variáveis mais prevalentes foram: baixos níveis de atividade física, mais que duas horas assistindo TV e o consumo de bebidas alcoólicas. Os comportamentos menos prevalentes foram consumo de maconha, transporte de armas, consumo de cigarros e envolvimento em brigas. Foram observadas associações na população estudada com três grupos de risco que merecem destaque: sexo masculino, a partir de 17 anos e com alto nível socioeconômico. A Revisão Sistemática concluiu que, dentre os estudos analisados, a maioria apresentou desenho de estudo experimental, com tempo de seguimento até um ano, com intervenções que associavam atividade física à dieta/alimentação, com estratégia de aplicação diferentes e realizados em ambientes extracurriculares, capazes de promover mudança de comportamento de risco à saúde em adolescentes.

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Palavras-chave: Comportamentos de Risco. Adolescentes. Classe Social. Atividade física.

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ABSTRACT

Characteristics Sociodemographic and Risk Behavior Health in Adolescents from Aracaju and Metropolitan Area and Systematic Review on Intervention Programs in Physical Activity. Nara Michelle Moura Soares. Aracaju, Sergipe, 2016.

Objective: To estimate the prevalence of risk behaviors to health and its association with

sociodemographic characteristics among adolescents in Aracaju and the metropolitan area, Sergipe, Brazil to the investigation and present evidence regarding the existence of intervention programs in physical activity for adolescents through of a systematic review. Methods: For the survey research, the sample consisted of 2207 adolescents (13 to 18 years) enrolled in public schools of the municipalities that make up the observed region. The survey information was held electing the following behaviors: "low levels of physical activity" and "watching time TV/day", through the PAQ-C, "drinking", "consumption of more than five doses of alcohol on a single occasion", "involvement in fights", "cigarette smoking", "bear arms" and "marijuana use", identified by YRBS instrument and "economic class" accessed for ABEP. For the systematic review, surveys were conducted in PubMed, SportDiscus, Lilacs and SciELO from keywords to population identification, intervention and outcome, with the DeCS and MeSH terms in English, Portuguese and Spanish. They included observational studies with minimal intervention six months, minimum sample size of 100 teenagers, written in any language and have reached the score STROBE ≥ 70%. Results: The highest prevalence was found for "low levels of physical activity" (88.1%), followed by "watch more than two hours of TV a day" (66.2%) and "alcoholic beverages" (38.0%). There are different patterns of risk behaviors sexes. female is associated with "low levels of physical activity" and "more than two hours watching TV." Male gender was associated with "weapons of transport", "involvement in fights" and "marijuana use". The largest age group of 16 years was associated with the "cigarette smoking", "drinking", "consuming more than five drinks of alcohol during" and "marijuana use." The highest socioeconomic status was associated with "weapons of transport", "involvement in fights", "drinking" and "more than five doses of alcohol on the occasion". In the systematic review, only seven studies met all inclusion criteria. Five studies presented different approaches to measure the physical activity intervention using the school environment only for sample recruitment, with strategies favorable to physical activity levels, and effective in promoting an active lifestyle outside of school. Conclusion: In the survey study, the most prevalent variables were: low levels of physical activity, more than two hours watching TV and drinking. The behaviors were less prevalent marijuana use, transport of weapons, cigarette smoking and involvement in fights. Associations were observed in the studied population with three risk groups that should be highlighted: male, from 17 years and with high socioeconomic status. A Systematic Review found that, among the analyzed studies, most presented experimental study design, with follow-up up to one year, with interventions that linked physical activity to diet/nutrition, with different implementation strategy and implemented in extracurricular environments, able to promote change in health risk behavior in adolescents.

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LISTA DE ABREVIATURAS

ABEP – Associação Brasileira de Estudos Populacionais BVS – Biblioteca Virtual em Saúde

CEP – Comitê de Ética em Pesquisas DeCS – Descritores em Ciências da Saúde IC – Intervalo de Confiança

IMC – Índice de Massa Corporal

MEDLINE – Medical Literature Analysis and Retrieval System Online MeSH – Medical Subject Headings

METs – Metabolic Equivalent of Task NSE – Nível Sócio Econômico

PAQ-C – Physical Activity Questionnaire for Children and Adolescent PAR – Physical Activity Recall

RP – Razão de Prevalência

SciELO - Scientific Electronic Library Online

STROBE – Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology Statement TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

WHO – World Health Organization

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Caracterização das variáveis utilizadas no Estudo ... 33 Tabela 2. Razão de prevalência bruta e intervalo de confiança para a associação entre

comportamentos de risco e variáveis sociodemográficas em adolescentes de Aracaju e região metropolitana, 2011, n = 2207. ... 42

Tabela 3. Razão de prevalência ajustada às variáveis sociodemográficas e intervalo de

confiança para a associação entre comportamentos de risco e variáveis sociodemográficas em adolescentes de Aracaju e região metropolitana, 2011, n = 2207. ... 44

Tabela 4. Resumo das características e resultados dos estudos que atingiram STROBE > 70%,

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Fluxograma com os critérios de elegibilidade da pesquisa por inquérito ... 39 Figura 2. Prevalência de comportamentos de risco em adolescentes de Aracaju e Região

Metropolitana, n = 2200, 2011 ... 40

Figura 3. Organograma da seleção dos estudos de acordo com os critérios de inclusão da

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SUMÁRIO DEDICATÓRIA ... V AGRADECIMENTOS ... VI RESUMO ... VIII 1 INTRODUÇÃO ... 16 2 REVISÃO DA LITERATURA... 19

2.1 Comportamento de Risco à Saúde em Adolescentes ... 20

2.1.1 Comportamento Violento ... 20

2.1.2 Consumo de Drogas Lícitas e Ilícitas ... 22

2.1.3 Baixos Níveis de Atividade Física... 24

3 OBJETIVOS ... 28

3.1 Objetivo Geral ... 29

3.2 Objetivos Específicos da Pesquisa por Inquérito ... 29

3.3 Objetivos Específicos da Revisão Sistemática ... 29

4 CASUÍSTICA E MÉTODOS ... 30

4.1 Pesquisa por Inquérito ... 31

4.1.1 Desenho do Estudo ... 31

4.1.2 População e Amostra ... 31

4.1.3 Critérios de Inclusão e de Exclusão ... 32

4.1.4 Procedimentos para a Coleta de Dados ... 32

4.1.5 Análise dos Dados ... 34

4.2 Revisão Sistemática ... 35

4.2.1 Estratégia de Busca da Literatura ... 35

4.2.2 Critérios de Inclusão ... 35

4.2.3 Critérios de Exclusão ... 36

4.2.4 Extração dos Dados ... 36

4.2.5 Avaliação da Qualidade dos Estudos Individuais... 37

(15)

5.1 Pesquisa por Inquérito ... 39

5.2 Revisão Sistemática ... 45

5.2.1 Inclusão dos estudos ... 45

5.2.2 Desenho e Amostra ... 48

5.2.3 Intervenção ... 48

5.2.4 Desfecho e Medida de Intervenção ... 48

5.2.5 Qualidade dos Estudos... 49

6. DISCUSSÃO ... 50

6.1 Pesquisa por Inquérito ... 51

6.2 Revisão Sistemática ... 55

6.2.1 Intervenção ... 55

6.2.2 Qualidade dos Estudos... 57

7 CONCLUSÕES ... 59

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 61

REFERÊNCIAS... 63

ANEXOS... 73

1 Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos ... 74

2 Instrumento Compilado para Levantamento de Informações dos Adolescentes ... 75

3 Artigo Submetido ao Preventive Medicine ... 99

4 Norma de Submissão para o Preventive Medicine ... 119

5 Carta de submissão ... 134

6 Artigo de Revisão Sistemática Publicado ... 135

7 E-mail de Autorização do The Scientific World Journal sobre Utilização do Artigo na Tese ... 143

(16)

1 INTRODUÇÃO

“Fazer vinte vezes, recomeçar a obra, poli-la constantemente,

poli-la sem descanso”. Nicolas Boileau

(17)

Adolescentes são indivíduos com idade de 10 a 19 anos de acordo com os limites cronológicos definidos pela Organização Mundial da Saúde1. Nesta fase, ocorrem transformações biológica, maturacional e emocional e se caracteriza como um período em que surge a capacidade de procriar, necessidade de afirmação pessoal, construção da identidade, novas relações sociais, buscando-se a independência para a vida adulta2.

A fase da adolescência institui vários comportamentos que envolvem os aspectos psicossociais, como violência, sexualidade, consumo de bebidas alcóolicas, drogas e inatividade física. Estes hábitos podem repercutir em comportamento de risco à saúde uma vez que podem comprometer as dimensões física, mental e social.

No ano de 2015, a OMS lançou normas para melhorar qualidade de serviços de cuidados aos adolescentes, apontando que, dentre as principais causas de morte estão: lesões no transito, AIDS e suicídio. As elevadas prevalências mundiais de comportamento de riscos à saúde de adolescentes estão associadas, principalmente, às causas de morbimortalidade nesse grupo etário tais como, gravidez precoce e indesejada e doenças crônico-degenerativas. No entanto, quando não são identificados precocemente tais comportamentos podem se consolidar na vida adulta, repercutindo em áreas familiar, social e individual. Somando-se a essa problemática, o nível socioeconômico também pode estar associado aos agravos à saúde, tendo em vista que reflete a realidade social e cultural em que os adolescentes vivem.

Segundo Barbosa3, no Brasil, há uma carência de dados epidemiológicos sobre os comportamentos de risco à saúde do adolescente e dentre os estudos desenvolvidos há duas vertentes analisadas: ou a análise isolada de alguns comportamentos de risco à saúde ou a análise simultânea de vários comportamentos de risco, mas não foram desenvolvidos com amostras representativas de adolescentes.

A identificação dos comportamentos de risco à saúde em adolescentes pode subsidiar a implantação de programas de promoção à saúde, seja na dimensão escolar ou na dimensão populacional. Observa ainda que os serviços de saúde deverão trabalhar conjuntamente com programas de orientação sobre o consumo de álcool, drogas e atitudes saudáveis relacionadas ao exercício físico.

Diante disso, pensou-se na temática que tem sido uma das prioridades dos setores internacionais de saúde e que tem demandado estudos sobre aconselhamento, diagnóstico, tratamento e cuidados que vão além do tradicional foco na saúde.

Para identificar os comportamentos de risco, torna-se necessário avaliar as condutas de risco dos adolescentes se utilizando dos conhecimentos epidemiológicos e conceituais afim de que possa subsidiar setores públicos da sociedade, reduzindo os custos com a saúde pública

(18)

dessa população. Dessa forma, a pesquisa é relevante por buscar investigar e construir conhecimento sobre os adolescentes de Aracaju e região metropolitana. Essas informações podem ajudar a evitar problemas futuros, tais como as doenças crônico-degenerativas.

A presente tese foi construída abordando dois tipos de estudo: estudo por inquérito e estudo de revisão sistemática. Primeiramente, foi pensado em um estudo que abordasse os comportamentos de risco relacionados à saúde de adolescentes que durante a tese foi denominado de pesquisa por inquérito. Assim, foi realizado um inquérito para investigar a associação entre os comportamentos de risco e as características sociodemográficas dessa população, como sexo, idade e nível socioeconômico.

Partindo deste estudo, foi identificado que os baixos níveis de atividade física estão entre os comportamentos mais prevalentes entre os adolescentes de Aracaju e região metropolitana. Nesse sentido, foi elaborado um estudo de revisão sistemática para identificar a existência de programas de intervenção escolar e extracurricular em atividade física para adolescentes. A escola é o principal responsável para favorecer o comportamento ativo entre adolescentes, uma vez que nessa faixa etária fazem parte desse meio social. No entanto, para atrair o público, há uma complementação de atividades físicas extracurriculares, realizadas no horário oposto ao ensino regular.

É nessa premissa que o grupo de pesquisa UFS em Movimento tem se engajado. Por meio de estudos epidemiológicos, tem-se investigado temáticas sobre ideia de suicídio, comportamento violento e baixos níveis de aptidão e atividade física com atenção especial a adolescentes.

(19)

2 REVISÃO DA LITERATURA

“A mente que se abre a uma nova ideia Jamais voltará ao seu tamanho original”. Albert Einstein

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2.1 Comportamento de Risco à Saúde em Adolescentes

Não existe um conceito bem delineado para comportamento de risco à saúde. Entende-se que a adoção de comportamento de risco pode levar a consequências que podem comprometer a saúde do indivíduo. A transição epidemiológica descreve a mudança dos padrões de distribuição populacional em relação às mudanças nos padrões de mortalidade, fertilidade, expectativa de vida e as principais causas de morte4. Segundo a Word Health Organizacion5, entre as principais causas de doenças estão o estilo de vida e o comportamento, merecendo destaque para o número de lesões, tanto intencionais quanto não intencionais. Há uma estimativa de que em 2020 as lesões podem se equiparar às doenças infecciosas, gerando um grave problema de saúde pública5.

O Brasil atualmente vivencia esse processo e apresenta elevada prevalência de doenças crônico-degenerativas como cardiopatias, hipertensão arterial e diabetes6, e de

acontecimentos classificados como causas externas, sobretudo nos grupamentos etários mais jovens7. De 2002 a 2004 a mortalidade proporcional por categoria de causa de óbitos referentes às causas externas correspondeu a 12,6%8.

Outro ponto a ser destacado é que o grupo de crianças e adolescentes não está somente acometido por comportamentos que se associam aos males crônico-degenerativos. Há também as causas externas, problemas relacionados ao comportamento violento, ao consumo de drogas lícitas e ilícitas e aos níveis insuficientes de atividade física, além de hábitos alimentares inadequados e comportamento sexual inseguro7, o que sugere a elaboração de políticas de mapeamento e intervenção para solucionar os problemas identificados.

2.1.1 Comportamento Violento

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a violência como uso intencional da força física ou poder, real ou em ameaça, contra si próprio, contra outra pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade, que resulte ou tenha grande possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação10.

A violência pode ser dividida em três grandes categorias, de acordo com o contexto em que está comprometida tais como, violência autodirigida subdividida em comportamento suicida e automutilação, violência interpessoal relacionada à família ou à violência contra terceiros e violência coletiva associada à violência social, política e econômica10.

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Ainda segundo a OMS as mortes por causas violentas são o resultado do comportamento violento. Inquéritos de base populacional são, portanto, fundamental para documentar a prevalência global e as consequências da violência juvenil. No entanto, inquéritos de base escolar são escassos para a maioria dos países.

Os padrões e as consequências da violência não estão uniformemente distribuídos entre países e regiões, ou pelo sexo. Enquanto o sexo masculino representa as vítimas de morte violenta e lesões físicas tratadas em serviços de emergência, o sexo feminino está mais susceptível à violência no namoro e à violência sexual.

O relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) mostrou que a violência é a quarta maior causa de morte entre jovens de 10 e 29 anos. Cerca de 200 mil jovens entre 10 e 29 anos morrem assassinados por armas de fogo e brigas a cada ano, sendo que 83% das vítimas são do sexo masculino11. A violência nos jovens envolve homicídio, assalto, brigas, bullying, abuso emocional e violência no namoro. No entanto, essa violência pode trazer consequência como o aumento no número de internações hospitalares por lesões graves.

No mundo, 47% do sexo masculino estão mais suscetíveis à envolvimentos em brigas. Entre os anos de 2003 a 2013, a região da África apresentou prevalências mais baixas no envolvimento em brigas (35%) para o sexo masculino, em contrapartida, o Mediterrâneo Oriental ficou com as maiores prevalências na mesma variável (58%) e para o mesmo sexo10.

Em 2014 foi publicado um documento pelo governo federal brasileiro intitulado Vulnerabilidade Juvenil à Violência e Desigualdade Racial12, mostrando sinteticamente os dados relativos às dimensões consideradas importantes na determinação da vulnerabilidade dos jovens à violência, tais como: taxa de frequência à escola, escolaridade, inserção no mercado de trabalho, taxa de mortalidade por causas internas, taxa de mortalidade por causas violentas e valor do rendimento familiar médio mensal. O índice de vulnerabilidade juvenil foi analisado em 288 municípios com mais de 100 mil habitantes identificando que os índices mais altos estão na região Nordeste onde, entre os 59 locais analisados, mais de 20 tiveram coeficientes altos e estão associados à pobreza, argumentando que as condições macroeconômicas e sociais têm importância nesse resultado.

Em Sergipe, o Município de Nossa Senhora de Socorro, localizado na região metropolitana de Aracaju, aparece no ranking dos municípios com mais de 100.000 habitantes na 48ª posição em relação ao índice de vulnerabilidade, enquanto que Aracaju aparece na 122ª posição12. Além disso, Nossa Senhora de Socorro está entre os dez municípios que expressaram

piora mais acentuada entre os anos de 2007 a 2012, sendo que o indicador de violência letal, relacionado aos homicídios, foi o que mais contribuiu para o agravamento da exposição de

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jovens à violência. Vítimas de violência na adolescência podem sofrer danos na saúde física e psicológica. Além disso, a violência em jovens tem sido associada a comportamentos de risco, como tabagismo, consumo de álcool e drogas ilícitas13,14, sedentarismo e elevados níveis de estresse14.

A violência não se limita apenas aos indivíduos e pode se tornar um problema de saúde pública. A influência dos pais, familiares e adultos podem moldar as crenças dos jovens. Ainda como aliado, há a influência da escola e do bairro nas atitudes e comportamentos dos jovens em relação à violência15. Uma revisão sistemática conduzida por Hahn et al.16 constatou que a institucionalização de programas de base escolar diminui as taxas de violência entre jovens em idade escolar. Em tal ambiente, torna-se importante ajudar os jovens a aprender habilidades para resolver problemas sem violência, aumentando suas relações sociais e melhorando a sua capacidade comportamental, reduzindo os casos de agressão.

Diante disso, pode-se observar que o comportamento violento pode favorecer a perpetuação de comportamentos de risco à saúde durante a idade adulta, além de provocar um aumento nos números de internações hospitalares devido às lesões, como consequência aumenta os custos com a saúde pública. Por isso, é recomendável aliar políticas de prevenção à melhoria das condições de vida dessa população.

2.1.2 Consumo de Drogas Lícitas e Ilícitas

Temáticas abordando adolescentes sempre foram destacadas entre profissionais de diversas áreas. No entanto, o enfoque sobre o envolvimento em comportamentos violentos, em muitos casos, permeia pela utilização de drogas, tanto licitas como ilícitas. Segundo Kendel17 as drogas são substâncias consumidas em sua forma natural ou não, cujo efeito consiste na mudança do funcionamento do organismo e são classificadas em drogas lícitas, cujo uso é liberado, como é o caso do álcool e do cigarro e, drogas ilícitas, como a maconha.

O consumo de álcool é considerado um fator de risco à saúde, pois pode gerar hábitos indesejáveis tais como, alcoolismo, uso de drogas ilícitas, ansiedade, depressão, brigas, bullying, danos pessoais e familiares, além do dano cerebral, déficits neurocognitivos e baixo desempenho da aprendizagem em adolescentes18.

Um inquérito realizado pelo Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC)19, identificou que o consumo excessivo de álcool é responsável pela terceira causa de morte do país sendo que, entre os adolescentes, 66,2% já experimentaram bebida alcóolica pelo

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menos uma vez. A prevalência do consumo de álcool é maior no sexo feminino (67,9%) do que do sexo masculino (64,4%). Outro inquérito realizado na população das capitais brasileiras e do Distrito Federal8 aponta que alguns comportamentos de riscos favorecem o aparecimento de doenças crônico-degenerativas e a maioria está associado às causas externas, pincipalmente o consumo abusivo de álcool, que apresentou prevalência que variou de 13,4 a 23,1%.

Em Sergipe, um estudo realizado na cidade de Aracaju20 identificou prevalências semelhantes entre os sexos masculino e feminino. Dentre os 1.028 participantes, 34,5% do sexo masculino e 34,3% do sexo feminino consumiram excessivamente álcool. Ainda em Sergipe, especificamente no município de Gararu, localizado no Baixo São Francisco, Lima e Silva21 identificaram em uma amostra de 439 adolescentes do Ensino Médio, de ambos os sexos, que 56,9% consumiram álcool com regularidade.

Recentemente, um estudo publicado por Bezerra et al.22 identificou que a exposição ao consumo de álcool e ao tabagismo estão associados à inatividade física no lazer. Os adolescentes que consumiram álcool apresentaram 27% mais chances de comportamento inativo no lazer, enquanto que os adolescentes tabagistas apresentaram 28% mais chances à inatividade.

O uso abusivo de álcool é um dos fatores de risco de maior impacto para a morbidade, mortalidade e incapacidades em todo o mundo. Além disso, as consequências do uso de álcool aumentam os custos em hospitais e outros dispositivos do sistema de saúde, sistema judiciário e previdenciário.

Em relação ao consumo de cigarros, um levantamento realizado pelo Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC)23 identificou, após a análise dos dados do inquérito ente 1997 a 2013, que a proporção de adolescentes que usaram cigarros durante os últimos 30 dias foi de 19,2%. No México, a prevalência de tabaco foi de 7,8% para o sexo masculino e 3,6% para o sexo feminino24, mostrando-se inferior às prevalências dos Estados Unidos. Na mesma linha de pensamento, outro estudo foi realizado na Inglaterra25, sendo verificado que 23% dos adolescentes com idade entre 11 e 16 anos relataram que tinham consumido cigarro pelo menos uma vez na vida e 4% foram classificados como fumantes regulares (definidos como fumar pelo menos uma vez por semana).

No Brasil, o relatório VIGITEL8 apontou que o tabagismo apresentou uma prevalência que variou entre 11,5 a 21,7%. Em Sergipe, um estudo realizado na cidade de Aracaju8 identificou, entre participantes de ambos os sexos, prevalências de 4,5% para o sexo

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tabaco e segundo os autores, o consumo de cigarro tem sido considerado um fator de risco para o aparecimento doenças crônico-degenerativas.

As elevadas prevalências supracitadas sugerem a importância de monitorar a iniciação do tabagismo em adolescentes aliada ao incentivo para a realização de pesquisas que enfoquem esta área temática a fim de que se possa implementar políticas públicas que promovam ações preventivas quanto a este comportamento de risco.

Estudos epidemiológicos também têm obserdado prevalências para o consumo de drogas ilícitas. Na cidade de Aracaju20, 2,0% dos participantes do sexo masculino e 1,2% do sexo feminino consumiram drogas ilícitas. Nessa mesma linha, a literatura sobre o consumo de maconha tem apresentado prevalências semelhantes em alguns países: 21,4% nos Estados Unidos23 e 18,6% na Inglaterra25. No Brasil, um estudo realizado em 1998, na cidade de Pelotas

(Rio Grande do Sul)26, com adolescentes de 10 a 19 anos identificou uma prevalência de 13,9% no consumo de maconha, no entanto, 2,6% utilizavam a substância frequentemente, sendo que a idade mais preocupante para o consumo foi entre 16 e 18 anos.

A dificuldade de implementação de pesquisas sobre o consumo de maconha reflete no baixo quantitativo de publicações sobre a temática. Vale observar que, a utilização tanto de tabaco quanto de maconha é muitas vezes iniciada durante a adolescência, uma época em que os indivíduos estão em modificações aceleradas no aspecto neural, emocional, cognitivo e físico e podem contribuir para a progressão de comportamentos de riscos na idade adulta27.

Neste sentido, apesar dos estudos relatados apontarem que há uma tendência a um comportamento de risco em jovens, sente-se a necessidade de identificar adequadamente este quadro de forma a propor um programa de intervenção que enfatizem a adoção de comportamentos saudáveis, conforme sugerido por órgãos e instituições de renome internacional.

2.1.3 Baixos Níveis de Atividade Física

A participação regular em atividade física e um estilo de vida ativo proporcionam uma série de benefícios para a saúde de crianças e adolescentes. A dose ideal de atividade física moderada-a-vigorosa recomendada pelas diretrizes da WHO4, para garantir o crescimento saudável dessa população e para evitar o risco de doenças metabólicas e cardiovasculares, é de 60 minutos por dia durante cinco dias por semana.

(25)

A atividade física é parte integrante do comportamento humano e envolve aspectos culturais, socioeconômicos, psicológicos e ambientais. Todavia, considerando o grupo de adolescentes vários são os estudos que apontam para os baixos níveis de atividade física, independente da região estudada28-30. Estes mesmos trabalhos sugerem que as intervenções, para esse grupo populacional, ocorram no âmbito comunitário, escolar e no dia-a-dia da criança e do adolescente de forma que o mesmo possa adotar um comportamento cada vez mais ativo.

O posicionamento oficial da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte31 pontua que em adolescentes o maior nível de atividade física contribui para melhorar o perfil lipídico e metabólico, reduzindo a prevalência de obesidade, todavia os baixos níveis podem estar associados a vários fatores de risco32.

Segundo Dumith et al.33 e Tassitano et al.34, há uma diminuição média entre 60 a

70% nos níveis de atividade física durante a adolescência. Esses dados proporcionam uma oportunidade para os pesquisadores refletirem sobre a melhor forma de promover a atividade física dos jovens, necessitando de intervenções consistentes para reduzir esses percentuais.

A literatura sinaliza que os indivíduos do sexo masculino tendem a realizar mais atividade física do que indivíduos do sexo feminino32,35,36. Segundo Malina37, os rapazes são mais ativos que as moças, com tendência ao declínio nos níveis atividade física durante a adolescência.

No entanto, em ambos os sexos, os níveis de atividade física diminuem com a idade, especialmente a partir da adolescência, cerca de 4% ao ano38,39. Um dos fatores associados à diminuição dos níveis de atividade física dos adolescentes estão os avanços tecnológicos juntamente com a economia em atividades de lazer.

No Brasil, Lopes et al.29, 85,6% dos indivíduos do ensino médio da cidade de Curitiba apresentam baixos níveis de atividade física, não atingindo 60 minutos de atividade física diária. Araújo, Blank e Oliveira41 colaboram com as informações supracitadas, demonstrando que a maioria dos adolescentes (69,1%) de Santa Catarina pratica Educação Física regular na escola de uma a três vezes por semana, no entanto 59,6% não realizam atividade fora dela.

Na região Nordeste, Farah et al.42 mostraram que 66,8% dos adolescentes

pernambucanos são insuficientemente ativos. Para Farias Júnior43 aproximadamente seis em cada dez escolares do ensino médio do município de João Pessoa são classificados como inativos fisicamente e a prevalência de inatividade física concorda com os estudos aqui apresentados, sendo mais elevada entre as moças (64,2%), mantendo-se as diferenças nas idades entre 14 e 18 anos. Silva et al.44, ao avaliarem transversalmente indivíduos de 7 a 17 anos de

(26)

ambos os sexos das escolas públicas e privadas de Alagoas, demonstraram que 93,5 % da amostra foi classificada como sedentária.

Em Sergipe, alguns estudos têm sido realizados com o objetivo de identificar a prevalência de baixos níveis de atividade física. Silva et al.44 identificaram, no município de Aracaju, prevalência foi de 84,7% para o sexo feminino e 72,8% para o masculino; Rosa et al.20 verificou prevalência, também no município de Aracaju, de 85,2% para o sexo feminino e 70,8% para o masculino e Silva et al.45, verificou a prevalência no município de Barra dos Coqueiros, prevalência de 51% para o sexo masculino e 70% para o sexo feminino. Todos estes estudos classificam os adolescentes em uma categoria de risco para o nível de atividade física. Twisk46 aponta que a prática de atividade física em crianças e adolescentes favorece

o comportamento saudável em adultos. Da mesma forma, Tassitano et al.34 apontam que a tenra

exposição a inatividade física torna tal comportamento mais difícil de ser modificado na idade adulta.

Existem várias formas de mensuração do nível de atividade física: métodos diretos (observação, calorimetria, água duplamente marcada, plataformas de força, vetores de aceleração, sensores de movimento, recordatórios ou diários) e métodos indiretos (calorimetria indireta, medidas fisiológicas, questionários e estimativa de ingestão calórica)47. Dentre os métodos indiretos, os questionários têm sido os mais empregados para avaliar a atividade física e o gasto energético em estudos de grande abrangência, devido ao baixo custo financeiro e baixa demanda de tempo para aplicação.

Os questionários, além de avaliarem a situação atual da atividade física, facilitam a intervenção e orientação nas modificações dos hábitos de vida dos jovens, pois podem ser avaliados periodicamente por estes métodos.No entanto, Argiropoulou et al.48 afirmam que algumas limitações estão relacionadas à idade de crianças, tendo em vista que as mais jovens podem necessitar da ajuda dos pais ou professores para responder a algumas questões.

Um dos questionários que tem demonstrado repercussão e crescimento nos índices de aceitação para os pesquisadores é o Questionário sobre Atividade Física Regular em Crianças (PAQ-C). O PAQ-C é um checklist canadense que verifica a atividade física realizada pelas crianças nos últimos sete dias a aplicação do questionário, sendo que o mesmo foi vali-dado para crianças de 8 a 14 anos49.

Kowalski et al.49 relataram que o PAQ-C apresenta valores de consistência interna

entre 0,79 e 0,89 e de fidedignidade de teste-reteste entre 0,75 e 0,82. A validade investigada pela correlação do escore do PAQ-C, comparado com os resultados do nível de atividade física mensurado diretamente, foi de r = 0,72(50)39.

(27)

O questionário avalia a atividade física habitual e a média diária de tempo em atividade sedentária. Os estudantes devem marcar a frequência de cada atividade, para que possa ser identificada a atividade física nas aulas de educação física, no intervalo, no almoço, no período pós-escola, no período noturno e no fim de semana. O PAQ-C é composto por questões de múltipla escolha, o que facilita a marcação da resposta pelo aluno e reduz a perda amostral por limitações de leitura de adolescentes com dificuldade de aprendizagem.

No Brasil, para a estimativa de baixos níveis de atividade física em jovens, não existe uma padronização de instrumentos de medidas de atividade física, tornando-se necessária a adequação ou a criação de um instrumento de medida baseado nas condições brasileiras para um melhor entendimento dos padrões. Neste sentido, o PAQ-C, instrumento validado no Brasil, tem demonstrado bons indícios de aplicabilidade para os indivíduos nessa faixa etária.

Assim, estudos têm se debruçado sobre os comportamentos de risco em jovens7,51,52 sendo taxativos na afirmação de que comportamentos adquiridos na juventude tendem a se perpetuar por toda a vida51-53, o que termina por aumentar a preocupação e realização de estudos neste grupo etário.

Pode-se concluir que o nível de atividade física juntamente com outros comportamentos como, utilização de drogas lícitas e ilícitas, são fundamentais para a investigação epidemiológica por serem considerados comportamento de risco para a saúde de adolescentes.

(28)

3 OBJETIVOS

“Sem sonhos, a vida não tem brilho. Sem metas, os sonhos não têm alicerces. Sem prioridades, os sonhos não se tornam reais. ” Augusto Curi

(29)

3.1 Objetivo Geral

 Estimar a prevalência dos comportamentos de risco à saúde e sua associação com as características sociodemográficas em adolescentes de Aracaju e região metropolitana, Sergipe, Brasil para o inquérito e apresentar a evidência relacionada a existência de programas de intervenção em atividade física para adolescentes por meio do estudo de revisão sistemática.

3.2 Objetivos Específicos da Pesquisa por Inquérito

 Verificar a prevalência de uso do tabaco;

 Verificar a prevalência de uso de álcool;

 Verificar a prevalência de uso de drogas ilícitas;

 Verificar a prevalência do transporte de armas;

 Verificar a prevalência do envolvimento em brigas;

 Verificar a prevalência dos baixos níveis de atividade física;

 Verificar a prevalência do comportamento sedentário;

 Verificar as associações existentes entre os comportamentos e variáveis que caracterizam o nível sociodemográfico.

3.3 Objetivos Específicos da Revisão Sistemática

 Verificar os tipos de estudos publicados na literatura;

 Verificar quais foram os tipos de intervenções realizadas;

(30)

4 CASUÍSTICA E MÉTODOS

"O caminho da vida é, e sempre será, o caminho do mistério. Aprender uma coisa significa entrar em contato com o mundo do qual não se tem a menor ideia. É preciso ser humilde para aprender".

(31)

4.1 Pesquisa por Inquérito

4.1.1 Desenho do Estudo

O presente estudo caracterizou-se como descritivo, observacional e transversal. Segundo Pereira54, os estudos descritivos têm o objetivo de informar sobre a distribuição de um evento, na população, em termos quantitativos. Nos estudos observacionais o pesquisador observa o comportamento dos fenômenos sem interferir nas variáveis e os estudos transversais examinam a relação exposição-doença em um momento particular54.

4.1.2 População e Amostra

Para a identificação da amostra considerou-se como base populacional os 13.373 estudantes regularmente matriculados nas unidades de ensino que compõem a rede estadual de ensino, na modalidade Ensino Médio, gerenciadas pela Secretaria de Estado da Educação (SEED) e pelas Diretorias Regionais de Educação (DR’s) que gerenciam os municípios de Aracaju, Nossa Senhora do Socorro, São Cristóvão e Barra dos Coqueiros.

O cálculo do tamanho da amostra seguiu os procedimentos sugeridos para amostragem do tipo cluster, com acréscimo de 20% ao número de sujeitos de forma a compensar a perda amostral55. Sendo assim, o número mínimo de componentes para a amostra, ao ser considerado um erro amostral de 3,0 pontos percentuais e uma expectativa de prevalência de 50% dos comportamentos observados, com um desenho do efeito de 2,0, foi de 1802 participantes.

Considerando os municípios que compõem a região metropolitana da cidade de Aracaju e a estratificação necessária para a realização do estudo obteve-se para o município Nossa Senhora do Socorro 326 (14,8%) sujeitos, para o município São Cristóvão 248 (11,2%) sujeitos e, 91 (4,1%) sujeitos para Barra dos Coqueiros, sendo que para a cidade de Aracaju, obteve-se 1.544 (70,0%) sujeitos para compor a amostra.

Para a definição amostral, foi utilizado o procedimento de amostragem aleatória por conglomerado em dois estágios, sendo considerada a distribuição administrativa em Diretorias Regionais de Educação utilizada pela Secretaria de Estado da Educação do Estado de Sergipe. No primeiro estágio, foram considerados conglomerados as unidades de ensino que continham

(32)

a modalidade Ensino Médio, em cada município, com quantidade de matrículas superior a 350 alunos, totalizando 19 escolas em toda a região observada, com um total de 13.373 alunos.

O segundo estágio caracterizou-se pela definição do número de alunos por conglomerado de sala de aula, utilizou-se a média de 32,62 alunos por sala, número que foi obtido a partir da divisão do total de alunos matriculados (13.373) nas unidades de ensino elegíveis pelo total de turmas (410) de Ensino Médio nestas unidades, respeitando-se a proporcionalidade das séries e turnos em cada escola para o sorteio do número de salas de aula por série.

Em seguida, dividiu-se o “n” calculado para cada unidade por 32,62, de maneira que se chegasse ao número de salas sorteadas que seriam necessárias por unidade de ensino, respeitando-se a proporcionalidade por séries de ensino na unidade.

4.1.3 Critérios de Inclusão e de Exclusão

Foram incluídos: a) adolescentes regularmente matriculados no Ensino Médio das unidades escolhidas para participar do estudo; b) com idade mínima de 13 e máxima de 18 anos; e c) que apresentaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) assinado pelos pais ou responsável.

Foram excluídos: a) adolescentes que apresentaram impedimento à prática de atividade física; e b) que se ausentaram no dia da coleta de dados.

4.1.4 Procedimentos para a Coleta de Dados

O projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisas com Seres Humanos, de acordo com a resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde e foi aprovado sob número CAAE 5724.0.000.107-10 (Anexo 1).

Para a coleta de dados, cada Unidade de Ensino selecionada foi visitada em dois dias. Durante o primeiro dia foram explicados os objetivos do trabalho, esclarecidas as dúvidas existentes quanto ao estudo e entregue o TCLE aos discentes para que o pai ou responsável assinasse autorizando a participação do mesmo. O segundo dia foi destinado à coleta de dados propriamente dita.

(33)

O levantamento de informações foi realizado elegendo-se os seguintes comportamentos: “baixos níveis de atividade física”, “tempo de assistência à TV/dia”, “consumo de bebidas alcoólicas”, “consumo de mais de cinco doses de bebidas alcoólicas em uma única ocasião”, “envolvimento em brigas”, “consumo de cigarros”, “porte de arma” e “consumo de maconha” que foram identificados a partir do uso de um instrumento compilado para este levantamento de informações (Anexo 2). No entanto, para os dois primeiros comportamentos supracitados foi utilizado o instrumento PAQ-C e para os demais comportamentos de risco foi utilizado o YRBS, ambos adaptados e validados no Brasil, conforme disponibilizado na tabela 1.

As variáveis sociodemográficas analisadas foram: sexo (masculino e feminino), idade coletada de forma contínua e posteriormente dicotomizada em <16 anos e ≥17 anos, e nível socioeconômico por meio do questionário desenvolvido pela ABEP56. A classificação do nível socioeconômico foi agrupada nos estratos “Alto” (“A1”, “A2”, “B1” e “B2”), “Médio” (“C1” e “C2”) e “Baixo” (“D” e “E”). Na tabela 1 são apresentadas as variáveis utilizadas no estudo, assim como as questões utilizadas para a sua identificação e sua classificação.

Tabela 1. Caracterização das variáveis utilizadas no Estudo

Variáveis Questão utilizada Classificação

Sexo* Qual seu sexo? Masculino

Feminino

Idade* Qual sua idade? < 16 anos

≥ 17 anos Classe Econômica* Caracterizadas a partir dos

critérios da ABEP†

Alto (“A1”, “A2”, “B1” e “B2”)

Médio (“C1” e “C2”) Baixo (“D” e “E”) Transporte de armas**

Durante os últimos 30 dias, em quantos dias você carregou

uma arma, como faca,

revólver ou cassetete? ††

Nunca Uma ou mais vezes Envolvimento em

brigas**

Durante OS ÚLTIMOS 12 MESES, quantas vezes você se envolveu em uma luta corporal

(briga)? ††

Nunca Uma ou mais vezes

Consumo de álcool**

Durante os últimos 30 dias, em quantos dias você tomou pelo

menos uma dose de bebida alcoólica? ††

Nunca Uma ou mais vezes Consumo de mais de

cinco doses de bebidas alcoólicas por ocasião**

Durante os últimos 30 dias, em quantos dias você tomou cinco

ou mais doses de bebida

Nunca Uma ou mais vezes

(34)

alcoólica em uma mesma ocasião?††

Consumo de cigarros**

Durante os últimos 30 dias, em quantos dias você fumou

cigarros?††

Nunca Uma ou mais vezes Consumo de maconha** Durante sua vida, quantas

vezes você usou maconha? ††

Nunca Uma ou mais vezes Nível de Atividade

Física**

Caracterizado a partir do escore do PAQ-C‡, referente

aos últimos sete dias.

Ativo (escores superiores a três)

Baixos Níveis de Atividade Física (escores inferiores a

três) Horas assistindo

TV/dia**

Em média quantas horas você assiste televisão por dia? ‡

Até duas horas Mais que duas horas

* Variáveis sociodemográficas; ** Variáveis referentes aos comportamentos de risco; †Critério de Classificação Econômica Brasil, 201056; ††YRBS – Brasil57; Physical Activity Questionnaire for Children and Adolescents –

PAQ-C58

4.1.5 Análise dos Dados

Foi realizada a estatística descritiva na forma de proporções para a identificação das prevalências de cada comportamento na amostra. A associação entre os comportamentos de risco à saúde e as variáveis independentes (sexo, idade, classe econômica) foi analisada pela regressão de Poisson com ajuste robusto para variância, bruta e ajustada, estimando-se razões de prevalência (RP) calculado pela razão entre as prevalências dos indivíduos expostos ao comportamento de risco e as variáveis independentes e intervalos de confiança de 95% (IC95%).

Permaneceram no modelo final da análise da regressão as variáveis que, no modelo bruto, apresentaram nível de significância até 20%48. Em todas as análises foi utilizado nível de significância de p<0,05 e foram calculadas pelo software SPSS ® for Windows versão 22.0.

(35)

4.2 Revisão Sistemática

4.2.1 Estratégia de Busca da Literatura

O levantamento sistemático dos estudos primários foi realizado nas bases de dados: MEDLINE, SportDiscus, Biblioteca Virtual de Saúde, e na biblioteca eletrônica SciELO, sem data limite de início e utilizando como ponto de corte final o mês de maio de 2013.

Foi desenvolvida uma estratégia de busca para MEDLINE, acessado via PubMed, com base em títulos de assuntos médicos (MeSH) que foram identificados como termos e palavras-chaves do texto dos artigos. Para o LiLacs utilizamos os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS). Foram revisadas as listas de referência de todos os artigos incluídos.

A estratégia no SportDiscus utilizou como ponto de partida os termos DeCS e seus sinônimos para a identificação dos artigos. Todavia, para o SciELO foi utilizada uma estratégia a partir das palavras-chave a fim de recuperar um maior número de artigos.

Várias combinações com as palavras-chave “adolescente”, “saúde”, “atividade física” e “estudos de intervenção” foram utilizadas em inglês, português e espanhol, quando apropriado, identificando “adolescence”, “adolescence health”, “motor activity”, “health promotion”, “health behavior”, “school health”, “life style”, “intervention Studies” cruzados com os conectores booleanos AND, OR ou AND OR.

A estratégia de busca partiu da identificação da população de adolescentes, intervenção sobre atividade física e desfechos relacionados à saúde, além da adição do filtro pelos estudos de intervenção.

4.2.2 Critérios de Inclusão

Foram eleitos os seguintes critérios de inclusão, que foram aplicados de forma independente:

a) estudos transversais, caso-controle, coorte e estudos de intervenção (incluindo randomizados e quase experimental);

b) estudos com adolescentes (que conforme o conceito MeSH e DeCS caracterizado pelo intervalo etário de 13 a 18 anos) ou que realizaram análise em subgrupo de participantes com essa faixa etária;

(36)

c) estudos que tivessem seguimento por pelo menos seis meses de intervenção de atividade física;

d) estudos com tamanho da amostra mínimo de 100 indivíduos;

e) estudos realizados em escolas, casa, organizações comunitárias ou intervenções em nível ambiental;

f) estudos com qualquer idioma;

g) STROBE ≥ 70%, garantindo um baixo risco de viés.

As intervenções de interesse foram aquelas que apresentaram como desfecho uma modificação na atividade física enquanto comportamento. Foram analisadas as diferenças alcançadas entre os grupos intervenção e controle relacionados com a atividade física, aptidão física, composição corporal, componentes ósseos, constructos psicossociais e atividades sedentárias.

4.2.3 Critérios de Exclusão

Foram excluídos estudos específicos com crianças ou com adolescentes com sobrepeso ou obesidade ou com patologias específicas como doenças crônicas. Também foram excluídos estudos de revisão sistemática, revisão narrativa, Overview e Metanálise, além de estudos com animais.

4.2.4 Extração dos Dados

A concordância entre os avaliadores foi observada pelo Índice Kappa. Dois examinadores independentes fizeram as buscas dos artigos nas bases de dados, analisaram os títulos, os resumos e revisaram os artigos completos com o objetivo de avaliar a elegibilidade para a inclusão de cada estudo. Todas as discordâncias foram discutidas e, em caso de persistência, um terceiro revisor foi consultado.

Foram criadas planilhas padronizadas para a extração de dados conforme a orientação STROBE (Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology Statement) para que os revisores pudessem extrair informações sobre as características de cada estudo, dos participantes, critérios de elegibilidade, métodos de intervenções e os desfechos observados, incluindo medidas de variabilidade quando disponíveis.

(37)

Na extração de dados, foram considerados como resultados os desfechos relacionados com a atividade física (por exemplo, consumo máximo de oxigênio,variáveis psicossociais, estado nutricional). Cada artigo recebeu uma dupla revisão pelos investigadores para a captação dessas informações.

4.2.5 Avaliação da Qualidade dos Estudos Individuais

O foco desta etapa foi usar uma abordagem criteriosa, baseada em trabalhos originais de alta qualidade, para desenvolver níveis de evidências sobre a atividade física para adolescentes, que poderiam ser usados para formular recomendações para a orientação de programas de promoção da saúde.

Para avaliação da qualidade metodológica, critérios de inclusão e exclusão dos estudos, foi utilizada como referência as recomendações do STROBE(59). Os trabalhos foram lidos e classificados em três categorias: “A” (estudos que obtiveram pontuação ≥70% dos critérios solicitados, caracterizando baixo risco de viés), “B” (aqueles que preenchiam de 50 a 69,9% dos critérios solicitados, apresentando um moderado risco de viés) e “C” (levantamentos que preenchiam menos que 50% dos critérios, apresentando-se com elevado risco de viés).

(38)

5. RESULTADOS

"Você nunca sabe que resultados virão da sua ação. Mas se você não fizer nada, não existirão resultados".

(39)

5.1 Pesquisa por Inquérito

Foram aplicados 2457 questionários, sendo elegíveis 2207 dos questionários aplicados para este levantamento de informações (Figura 2). Totalizando uma perda amostral de 10,18%.

Figura 1. Fluxograma com os critérios de elegibilidade da pesquisa por inquérito

As informações levantadas permitiram identificar que os adolescentes tinham média de idade 16,26 ± 1,08 anos, com intervalo etário de 14 a 18 anos. Para o sexo masculino verificou-se 16,27 ± 1,11 anos e para o feminino 16,25 ± 1,06 anos.

Verificou-se que 62,1% (1.371) eram do sexo feminino e 57,3% (1.259) pertenciam ao grupamento etário “14-16 anos”. Para a classe econômica foi verificado que 23,8% (517), 63,4% (1.383) e 12,8% (280) pertenciam respectivamente aos estratos sociais “alto”, “médio” e “baixo”.

A figura 2 apresenta a prevalência de comportamentos de risco encontrados no grupo estudado. Deve-se atentar para os maiores valores encontrados para o comportamento “baixos níveis de atividade física”, com 88,1% (95,1% para as meninas e 79,4% para os

Questionários aplicados 2457 Não elegíveis 250 (10,18%) 133 (5,41%) > 18 anos 8 (0,33%) totalmente em branco 30 (1,22%) faltavam sexo e idade

22 (0,9%) < 50% das questões

respondidas 57 (2,32%) não autorização dos pais

Elegíveis 2207 (89,82%)

(40)

meninos). Esta prevalência foi seguida por “assistir mais que duas horas de TV por dia”, com 65,7% para todo o grupo (70,9% para as meninas e 66,2% para os meninos).

O consumo de bebidas alcoólicas foi o terceiro comportamento mais prevalente, de maneira que se observa, na figura 2, uma prevalência para todos os grupos em torno de 38%, sendo verificado que cerca de 25% dos adolescentes já consumiram mais que cinco doses de bebida alcoólica em uma mesma ocasião nos últimos 30 dias.

No que se refere aos comportamentos que caracterizam a violência, neste grupo, verificou-se que 16,4% dos jovens, sendo 10,4% das meninas e 26,3% dos meninos relataram envolvimento em brigas nos últimos 12 meses (Figura 2).

Quanto ao transporte de armas (cassetete, arma branca, arma de fogo), verificou-se uma prevalência de 3,5% para todo o grupo, 1,7% e 6,5% para as meninas e meninos respectivamente. Quanto ao consumo de maconha, foi relatada uma prevalência de 2,4% para todo o grupo e 1,8% e 3,4% para os sexos feminino e masculino, respectivamente.

Figura 2. Prevalência de comportamentos de risco em adolescentes de Aracaju e Região Metropolitana, n =

2200, 2011

A tabela 2 apresenta a razão de prevalência bruta para as associações entre as variáveis que caracterizam os comportamentos de risco à saúde e as variáveis sociodemográficas consideradas neste estudo, verificando-se que os adolescentes do sexo masculino apresentaram maior probabilidade de “transporte de armas” e “envolvimento em brigas”, enquanto que os do sexo feminino apresentaram maior probabilidade para “baixos níveis de atividade física” e “quantidade de horas elevada por dia assistindo TV”.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Baixos níveis de atividade física > 2h de TV Consumo de álcool > 5 doses de álcool Envolvimento em brigas Consumo de Cigarro Transporte de armas Consumo de maconha

Todos Feminino Masculino

P er ce ntual (% )

(41)

Adolescentes mais velhos apresentaram maior probabilidade de porte de armas, enquanto que nos mais jovens verificou-se associação com o comportamento de mais de duas horas assistindo TV/dia (Tabela 2).

Foi observada forte associação entre a classe econômica alta e o comportamento de transporte de armas e o envolvimento em brigas, sendo que os participantes que apresentaram classe econômica baixa estão mais propensos a ficar mais que duas horas assistindo TV/dia e tem menores níveis de atividade física.

Na tabela 2 também são apresentados os comportamentos relacionados ao consumo de drogas lícitas e ilícitas e a associação com variáveis sociodemográficas. Os estudantes do sexo masculino apresentaram maiores prevalências de uso de maconha. Os adolescentes mais velhos apresentaram maiores prevalências de tabagismo, uso de álcool, consumo exagerado de álcool em uma única ocasião e uso de maconha. Os sujeitos com maior poder aquisitivo apresentaram maiores probabilidades para o consumo de cigarros, álcool, maconha e bebiam exageradamente álcool em uma única ocasião.

(42)

Tabela 2. Razão de prevalência bruta e intervalo de confiança para a associação entre comportamentos de risco e variáveis sociodemográficas em adolescentes

de Aracaju e região metropolitana, 2011, n = 2207.

Variáveis

Comportamentos de Risco

Porte de arma Envolvimento em brigas Baixos níveis de atividade física > 2 horas assistindo TV

PR (IC 95%) P RP (IC 95%) P RP (IC 95%) P RP (IC 95%) p

Sexo Feminino 0,28 (0,17 – 0,45) > 0,001 0,39 (0,32 – 0,48) > 0,001 1,19 (1,15 – 1,24) > 0,001 1,07 (1,01 – 1,14) 0,03 Masculino 1 1 1 1 Idade < 16 anos 0,61(0,39 – 0,97) 0,04 1,12 (0,92 – 1,37) 0,25 0,98 (0.95 – 1,01) 0,16 1,07 (1,01 – 1,14) 0,02 > 17 anos 1 1 1 1 NSE

Alto (A1, A2, B1, B2) 4,09 (1,25 – 13,40) 1,71 (1,19 – 2,44) 0,95 (0,90 – 1,00) 1,05 (0,95 – 1,18)

Médio (C1, C2) 2,69 (0,84 – 8,60) > 0,001 1,24 (0,89 – 1,74) 0,001 0,99 (0,95 – 1,04) 0,03 1,10 (1,00 – 1,21) 0,66

Baixo (D, E) 1 1 1 1

Variáveis

Comportamento de risco

Consumo de cigarros Consumo de bebidas alcoólicas Consumo > 5 doses de bebidas Uso de maconha

RP (IC 95%) P RP (IC 95%) P RP (IC 95%) P RP (IC 95%) p

Sexo Feminino 0,87 (0,63 – 1,20) 0,40 0,98 (0,88 – 1,09) 0,70 0,94 (0,81 – 1,09) 0,39 0,54 (0,32 – 0,92) 0,02 Masculino 1 1 1 1 Idade < 16 anos 0,45 (0,33 – 0,63) > 0,001 0,72 (0,65 – 0,80) > 0,001 0,66 (0,57 – 0,77) > 0,001 0,53 (0,31 – 0,91) 0,02 > 17 anos 1 1 1 1 NSE

Alto (A1, A2, B1, B2) 1,07 (0,62 – 1,85) 1,50 (1,22 – 1,84) 1,64 (1,23 – 2,20) 1,72 (0,64 – 4,63)

Médio (C1, C2) 0,99 (0,61 – 1,62) 0,76 1,26 (1,04 – 1,53) > 0,001 1,41 (1,07 – 1,86) 0,001 1,28 (0,51 – 3,27) 0,23

Baixo (D, E) 1 1 1 1

(43)

A tabela 3 apresenta os valores para a razão de prevalência ajustada às variáveis sociodemográficas, sendo verificada associação entre o sexo masculino e as maiores prevalências que caracterizam o comportamento violento (“porte de armas” e “envolvimento em brigas”), estando o sexo feminino associado aos baixos níveis de atividade física e ao comportamento sedentário de assistir mais que duas horas de TV/dia.

Pode-se verificar também, na tabela 3, que o grupo etário de 14 a 16 anos manteve-se associado ao comportamento de assistir mais que duas horas de TV/dia e que a clasmanteve-se econômica mais alta teve probabilidade quase três vezes de portar armas e quase 50% de se envolver em brigas em relação aos que estão em um nível socioeconômico mais baixo.

Na tabela 3 também são apresentados os valores ajustados entre os comportamentos de risco relacionados ao consumo de drogas lícitas e ilícitas e as variáveis sociodemográficas, verificando-se que apenas manteve a associação entre o sexo masculino e o uso de maconha. Também pode-se identificar que o grupamento etário mais velho está associado a todos os comportamentos de risco considerados.

Evidencia-se que o nível econômico mais alto esteve mais exposto aos comportamentos de “consumo de bebidas alcoólicas” e “consumir mais que cinco doses de bebidas/sessão” chegando a probabilidade de 52% e praticamente 70% maior, respectivamente, para estes comportamentos quando comparados aos adolescentes de nível inferior.

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Tabela 3. Razão de prevalência ajustada às variáveis sociodemográficas e intervalo de confiança para a associação entre comportamentos de risco

e variáveis sociodemográficas em adolescentes de Aracaju e região metropolitana, 2011, n = 2207.

Variáveis

Comportamentos de Risco

Porte de arma* Envolvimento em brigas** Baixos níveis de atividade física * > 2 horas assistindo TVŦ

RP (IC 95%) p RP (IC 95%) P RP (IC 95%) P RP (IC 95%) p

Sexo Feminino 0,28 (0,17 – 0,46) > 0,001 0,40 (0,33 – 0,49) > 0,001 1,19 (1,15 – 1,24) > 0,001 1,07 (1,01 – 1,14) 0,03 Masculino 1 1 1 1 Idade < 16 anos 0,66 (0,42 – 1,02) 0,06 - - 0,98 (0,95 – 1,01) 0,12 1,07 (1,01 – 1,14) 0,02 > 17 anos 1 - 1 1 NSE

Alto (A1, A2, B1, B2) 2,98 (1,06 – 8,35) 1,49 (1,05 – 2,12) 0,98 (0,93 – 1,03) -

Médio (C1, C2) 2.15 (0,79 – 5.87) 0,02 1,18 (0,84 – 1,65) 0,01 1,01 (0,96 – 1,05) 0,24 - -

Baixo (D, E) 1 1 1 -

Variáveis

Comportamento de risco

Consumo de cigarros Consumo de bebidas alcoólicasǂ Consumo > 5 doses de bebidasǂ Uso de maconha#

RP (IC 95%) p RP (IC 95%) P RP (IC 95%) P RP (IC 95%) P

Sexo Feminino - - - 0,55 (0,32 – 0,93) 0,03 Masculino - - - 1 Idade < 16 anos 045 (0,33 – 0,63) > 0,001 0,71 (0,64 – 0,79) > 0,001 0,66 (0,57 – 0,76) > 0,001 0,53 (0,31 – 0,91) 0,02 > 17 anos 1 1 1 1 NSE

Alto (A1, A2, B1, B2) - 1,52 (1,25 – 1,87) 1,68 (1,26 – 2,25) -

Médio (C1, C2) - - 1,28 (1,06 – 1,55) > 0,001 1,43 (1,10 – 1,89) > 0,001 - -

Baixo (D, E) - 1 1 -

NSE – Nível Socioeconômico; RP – Razão de Prevalência; IC – Intervalo de Confiança

* modelo ajustado para as variáveis sexo, idade e NSE; ** modelo ajustado para as variáveis sexo e NSE; Ŧ modelo ajustado para as variáveis sexo e idade; ǂ modelo ajustado para idade e NSE; #modelo ajustado para sexo e idade

Referências

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