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Catálogo das imaginárias do Museu de Arte Sacra de Laranjeiras

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DADOS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)

Ficha catalográfica elaborada pela autora CRB n. 5/1343 Santos, Maria de Lourdes dos

Catálogo documental das esculturas religiosas do Museu de Arte Sacra de Laranjeiras-SE / Maria de Lourdes dos Santos; Orientadora: Martha Suzana Ca-bral Nunes.: São Cristóvão, 2019.

68 p. : il.

Produto da Dissertação (Mestrado Profissional em Gestão da Informação e do Conhecimento) - Universidade Federal de Sergipe (UFS) 2019.

1. Esculturas Sacras 2. Documentação museológica. 3. Gestão 4. Coleção. 5. Museus . I. Nunes, Martha Suzana Cabral. II. Título.

CDU 069.538 S237m

[2019]

Todos os direitos desta edição reservados à

MARIA DE LOURDES DOS SANTOS

Telefone: +55 (79) 99600-6635 E-mail: mlourdes.ufs@hotmail.com

Copyright © 2019 Maria de Lourdes dos Santos

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou transmitida em nenhuma forma e por ne-nhum meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer sistema de armazenamento de informação, sem permissão por escrito do autor.

PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO GRÁFICA

André Azevedo

PROJETO GRÁFICO DA CAPA

André Azevedo DIAGRAMAÇÃO André Azevedo FOTOGRAFIAS Mozart Daltro REVISÃO

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APRESENTAÇÃO ...6

HISTÓRICO DO MUSEU ...6

SEDE ATUAL DO MASL ...9

A COLEÇÃO DAS IMAGINÁRIAS ...11

IMAGINÁRIAS SEGUNDO A TIPOLOGIA ...12

PRIMEIRA COLEÇÃO: imagens de Roca de Vestir, ou Processional ...13

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a história da cidade de Laranjeiras e do Estado de Sergipe por meio de suas coleções. A história do MASL, no entanto, precisava ser contada por quem contribuiu para sua criação e ajudou a manter viva a memória da cidade. Por isso, ao receber a proposta de pesquisa no campo da mediação cul-tural em Ciência da Informação da pesquisadora Maria de Lourdes dos Santos, tive a certeza de que seria um trabalho de grande impacto e contribuição, não só por tornar conhe-cida essa história, mas, também, por proporcionar a quem não conhece a cidade a oportunidade de acessar as obras do Museu, que têm alto valor histórico e cultural.

Ao dar início ao processo de orientação, Maria de Lourdes mostrou que conhecia, como ex-servidora, detalhes impor-tantes sobre a história e detinha a facilidade de acesso aos criadores do Museu, o que facilitou a realização da pesquisa e, posteriormente, a intervenção. Como produto, Maria de Lourdes devolve à sociedade Laranjeirense e Sergipana este catálogo, que contém um rico detalhamento das Imaginá-rias que compõem uma coleção permanente do MASL. O fez com o rigor científico, mas também com o zelo de quem se

ção das imagens de roca de vestir ou processional; a Coleção de imagens retabulares, contendo Santos de devoção popu-lar; a Coleção de imagens narrativas ou grupos escultóricos: devocional; e por último a Coleção de imagens de oratório. Que este catálogo seja objeto de apreciação aos interessados nas obras que ela apresenta e que possa ser útil aos pesquisadores de diferentes campos do conhecimento como objeto de estudo. Boa visita!

Profa Dra Martha Suzana Cabral Nunes

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Apresentação

Histórico do Museu

Com o objetivo de oferecer um maior protagonismo por meio da mediação cultural sobre a coleção de imaginárias das obras do acervo da exposição de longa duração do Mu-seu de Arte Sacra de Laranjeiras (MASL), que apresenta este catálogo documental e fotográfico à sociedade.

O Mestrado Profissional em Gestão da Informação e do Co-nhecimento do Programa de Pós Graduação em Ciência da informação (PPGCI) nos fez concretizar um antigo projeto de disseminar informação sobre a coleção de Imaginária de longa duração do MASL. Como protagonista desta ação, a Mediação Cultural nos permitiu a produção de duas ferra-mentas que darão suporte à pesquisa e à visibilidade em tor-no do Museu e de sua coleção.

A era das Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC) nos torna conscientes da rapidez no tocante à produ-ção, circulação e ao uso da informaprodu-ção, no entanto a necessi-dade de uma pesquisa iconográfica e biográfica das obras, nos fez repensar como promover a mediação à informação e o acesso às obras de forma remota. Desse modo, espera-se que este trabalho contribua para novas pesquisas relacionadas ao patrimônio desta cidade histórica, especificamente sobre obras culturais oriundas de museus da cidade de Laranjeiras/ SE, que foi agraciada com o codinome “o museu a céu aberto”.

Maria de Lourdes dos Santos

O Museu de Arte Sacra de Laranjeiras (MASL) teve sua cria-ção consolidada através Convênio n.º 003 de 15 de maio de 1978, firmado entre a Secretaria de Estado da Cultura, a Ar-quidiocese de Aracaju e a Prefeitura Municipal de Laranjei-ras. Nesta data, deu-se a assinatura do Convênio e a inaugu-ração do museu como espaço de representação da cultura local a partir da sua coleção sacra. O documento encontra-se na Arquidiocese e na instituição há uma cópia.

Deve-se a criação do museu à constatação da falta de seguran-ça em que o acervo se encontrava. As peseguran-ças eram distribuídas nas diferentes igrejas da cidade e em locais que favoreciam a ação de vândalos e ladrões. O roubo da Igreja de Nosso Se-nhor do Bomfim, no início da década de 1970, chocou a co-munidade, por ter sido encontrada fora da igreja a Imagem de Nossa Senhora das Dores sem suas indumentárias. Essa imagem, datada do século XIX, possuía como composição de sua indumentária e adereços lágrimas de brilhantes e suas vestes eram bordadas em fios de ouro. A imagem tinha duas coroas (uma de ouro e outra em prata), cordão e espada toda em ouro 24 quilates cravejada de pedras preciosas.

As joias não foram levadas, pois não se encontravam com a imagem no momento do roubo. Apenas as lágrimas foram re-tiradas cuidadosamente e levadas, bem como sua indumentá-ria composta por um vestido longo e um véu no mesmo tecido, ambos bordados com fios de ouro. A imagem foi deixada fora da igreja sem as indumentárias, o que revoltou a população, le-vando-a a adotar medidas que pudessem salvaguardar parte do acervo da cidade. As peças roubadas nunca foram recuperadas.

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Estado de Sergipe a responsabilidade pela manutenção e se-gurança, além de pessoal para gerir a instituição.

Posteriormente, foi determinada a Igreja Nossa Senhora da Conceição dos Homens Pardos, localizada no município de Laranjeiras, à Praça Josino Menezes, como local para a instalação do museu e suas obras para exposição. Segundo Carvalho e Nunes (1993, p. 2), a igreja é uma construção

intacta toda a sua estrutura original.

Para reconstituição destas informações nos reportamos ao pri-meiro diretor do museu e o maior responsável pela formação do acervo, o professor Jorge Luis Santos¹. Segundo o entrevis-tado, durante os primeiros meses da formação do acervo, as imaginárias e outros objetos litúrgicos foram transferidos das igrejas mais próximas localizadas em torno da cidade.

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Santos (2018)² relata em entrevista que o processo de forma-ção da coleforma-ção foi realizado por ele, iniciando com as obras das igrejas localizadas no entorno e no centro da cidade (Igreja Matriz Sagrado Coração de Jesus, Senhor do Bonfim, Bom Jesus dos Navegantes, São Benedito e Nossa Senhora do Rosário, e a igreja de Nossa Senhora da Conceição dos Par-dos). Após essa primeira formação, foram incluídas as doa-ções da Igreja Nossa Senhora da Guia, conhecida como Igreja da Gameleira (igreja localizada em fazenda de família de ori-gem alemã), e a Igreja Sant’Aninha, localizada em uma pro-priedade particular próximo ao centro da cidade. Essa igreja recebeu esse nome em homenagem ao nascimento da filha do dono da fazenda, que foi batizada com o nome de Ana. As peças foram selecionadas de acordo com os objetivos ex-pográficos e pelo valor histórico das obras. Formando apro-ximadamente 800 (oitocentas) peças de grande, médio e pe-queno porte, o acervo foi assim constituído por: imaginárias, objetos litúrgicos, indumentária, paramentos, objetos tridi-mensionais, realias, mobiliário, tulipas em vidros de diferen-tes tamanhos, castiçais em prata, bronze e latão, e uma pe-quena pinacoteca composta por obras de artistas sergipanos. O entrevistado visitou todas as propriedades eclesiásticas e particulares de toda a cidade, capelas das fazendas e en-genhos de cana de açúcar e de colecionadores de arte sacra local, tendo sido doados alguns objetos de coleções parti-culares mediante assinatura de termo de cessão (SANTOS, 2018). Esse colecionismo hoje serve como objeto de identifi-cação da comunidade com sua cultura e sua memória.

A partir de então, a ação conjunta entre as instituições man-tenedoras levou à criação do Museu de Arte Sacra de Laran-jeiras, com o objetivo de promover a guarda e a preservação da memória e da identidade da cidade, ressignificadas atra-vés das obras sacras. A inauguração foi marcada pela assina-tura do convênio nº 003 de 15 de maio de 1978 firmado entre as partes responsáveis por sua criação. Coube à Arquidioce-se autorizar a guarda do patrimônio eclesiástico, à Prefeitura de Laranjeiras a responsabilidade de ceder um local para a sede do museu, e ao Estado coube a responsabilidade da ma-nutenção e segurança da instituição.

A primeira exposição do MASL foi aberta na data de sua inauguração e contou com a presença de centenas de pessoas da comunidade, autoridades eclesiásticas e autoridades ci-vis. Segundo o professor Jorge Luis³, diretor da instituição à época, a curadoria inicial teve como responsáveis o próprio diretor com o auxílio da professora Verônica Maria Meneses Nunes4. A respeito da exposição na Igreja Nossa Senhora da

Conceição, o professor Jorge Luis (2018) declara:

No altar ficaram dispostos objetos, litúrgicos e duas imagens de roca (imagens em tamanho natural, que possuem articulações nos membros inferiores ou superiores) posicionadas estrategica-mente representando sua importância, lateralestrategica-mente e no centro em destaque a imagem do padroeiro da cidade, a imagem do Sa-grado Coração de Jesus. Posicionados na nave central, no interior de dois nichos, um em cada lado, postavam-se duas imagens que representam a Igreja Nossa Senhora da Conceição dos pardos, e São Benedito, respectivamente essas duas imagens são considera-das de adoração dos negros escravos (homens pardos e livre) res-ponsáveis pela construção da igreja (SANTOS, 2018, entrevista).

Neste contexto, René Vinçon (2011, p. 123) privilegia a expo-sição como “lugar” social, destacando a sua dimensão estética. “Ele propõe a ideia de “ativação” para compreender a exposi-¹Historiador de formação, com especialização em Estudos sobre museus. Primeiro diretor

do MASL.

²SANTOS, Jorge Luis. (2018). Entrevista [10 de março, 2018], Aracaju. Entrevista concedi-da a Maria de Lourdes dos Santos.

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Decorridos dezessete anos após sua inauguração em maio de 1995, o MASL ganhou sua nova sede, um casarão localizado na Praça Heráclito Diniz Gonçalves, ou Praça da Igreja Ma-triz, lateralmente posicionada está a Igreja Matriz Sagrado Coração de Jesus.

A partir de 1995, a Prefeitura Municipal de Laranjeiras ad-quiriu um imóvel para sediar o museu em caráter definitivo (Figura 2). A casa é uma construção do início do século XX, cuja obra é inserida na arquitetura do estilo eclético (uma junção do neoclássico e neobarroco) e outros estilos asso-ciados, chamada de art nouveau. A mesma refere-se a um período de transição da arquitetura predominante entre me-ados do século XIX até as primeiras décadas do século XX, e se justifica pela mistura de estilos estéticos, históricos, e de maneira geral, caracterizou-se pela simetria, busca de gran-diosidade nos espaços internos e pela riqueza decorativa ob-servada nas paredes, pisos e tetos. Após sua instalação, uma nova visão do ponto de vista da expografia foi modificada. A coleção foi, enfim, separada por módulos seguindo um

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de elementos neoclássicos com suas colunas jônicas, balaus-trada5, avarandamento com volutas e detalhes da Art

Nouve-au, que mostra o seu interior todo decorado artisticamente

com detalhes que marcam esse estilo. Há também a presen-ça do estilo Rococó, de influência francesa, bem mais leve e requintada, no teto a presença de ornamentos em flores sobrepostas (Figura 3).

Pertenceu a um dos senhores de Engenho de cana-de-açúcar da região e sua construção durou em torno de dois anos para ser concluída e, de acordo com o professor Jorge Luis, as pe-ças foram quase todas importadas de Portugal, assim como o mestre de obras. Apenas as pedras e outros materiais

encon-(Figura 2) Sede do Museu de Arte sacra (Figura 3) Detalhe do teto do edifício sede do MASL

Fonte: acervo da pesquisa (2018). Fonte: acervo da pesquisa (2018).

trados na região foram usados na construção. O proprietário, o Sr. Lafaiete de Pimentel Franco a construiu para servir-lhe de residência, especialmente para seu casamento. A decora-ção nas paredes e teto deve-se a um artista de origem portu-guesa que residiu na cidade durante a conclusão da obra.

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Segundo Carvalho e Nunes (1981), a primeira etapa da for-mação do acervo correspondente à coleção das imaginárias, localizadas na Igreja Nossa Senhora da Conceição dos Ho-mens Pardos, pode ser assim descrita:

a formação das imaginárias, incluindo crucifixos, são do perío-do entre os séculos XVIII e XIX pertencentes às Igrejas de Nossa Senhora da Conceição, São Benedito, Matriz, Senhor do Bonfim e Bom Jesus e que as peças são de grande, médio e pequeno por-te. A maioria policromada e dourada, semelhante na decoração à imaginária baiana (CARVALHO; NUNES, 1981, p. 11).

O resultado do presente estudo apresenta as esculturas sa-cras em toda sua integridade, contendo características de sua representação cultural, seu estilo artístico, inseridas em sua própria historicidade, principalmente envolvendo a ico-nografia6 sacra. Foram as esculturas sacras que marcaram a

presença da religião católica no Brasil e influenciaram sua devoção no povo brasileiro. Os séculos XVI a XIX, através de diferentes aspectos culturais, servirão para basear os dados

sobre as obras em questão sob a ótica da Iconologia7. 7pensamento do autor em relação ao momento histórico. ICONOLOGIA - Estudo da história da arte, contextualizando a obra como produto do

8 Essas esculturas têm o poder de aproximação entre a imagem do sagrado e a vida huma-duzidas em 2019 pelo fotógrafo Mozart Daltro, e todas as fichas documentais e técnicas das imagens foram elabora-das pela autora a partir de dados retirados de inventários do IPHAN.

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IMAGINÁRIAS SEGUNDO A TIPOLOGIA

IMAGENS DE ROCA/ DE VESTIR/ PROCESSIONAL

Senhor dos Passos

Nossa Senhora das Dores

Nossa Senhora da Pureza

Senhor da Cruz

São Gonçalo Garcia

Senhor Morto

IMAGENS RETABULARES

São Benedito do Menino Jesus

Nossa Senhora da Guia

Nossa Senhora da Conceição Nossa Senhora do Rosário 1 Nossa Senhora do Rosário 2 (grande porte) São Pedro (Papa)

IMAGENS NARRATIVAS

São Benedito das Flores

São Roque

Santa Rita dos Impossíveis

Santo Antônio de Pádua

Senhor do Bonfim Crucificado

São João Batista

IMAGENS DE ORATÓRIO São José Santo Antônio do Menino Jesus Santo Antônio do Menino Jesus Sant’Ana Mestra Cristo Ressuscitado

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PRIMEIRA COLEÇÃO

Imagens de Roca de

Vestir, ou Processional

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• DESCRIÇÃO FÍSICA DA OBRA

Imagens do Cristo de vestir, genuflexo (ajoelhado), cabeça frontal levemente inclinada, para a direita, na fronte marcas com filetes de sangue, olhos abertos, nariz aquilino com ori-fícios, boca aberta com amostra dos dentes, bigode grosso sobre barba curta.

Esculpida em sulcos, braços articulados, nos ombros e coto-velos, apresenta mãos abertas com marcas de cortes à direita, à frente e à esquerda acima, junto à cruz latina. Corpo escul-pido usa perizônio branco, com vestígios em prateado (espé-cie de camisolão) em dobras. Perna flexionada à direita para trás, com pé elevado com marcas de corte. À esquerda, à fren-te com pé apoiado à base com marcas de corfren-te. Usa túnica na cor vinho, oriada por galão dourado sob a túnica branca, pe-ruca natural e coroa de espinhos, corda dourada no pescoço. • DADOS HISTÓRICOS

Senhor dos Passos é uma iconografia ou representação dos passos de Jesus que antecedem sua morte na cruz, desde sua condenação por Pôncio Pilatos até sua crucificação e morte. Durante o percurso até o calvário, Jesus teve que passar por pontos estratégicos. A história dessa devoção foi denominada o caminho do Martírio ou do Calvário. Esses momentos são re-produzidos desde o século XVI através de dramas sacros e das procissões. Essas informações foram analisadas dos evangelhos segundo João (19, 16/ 23).

Inicialmente foram fixados 14 pontos do trajeto que, com o passar do tempo, foram reduzidos para sete, sendo chamado de as Sete Estações ou os Passos da Paixão de Cristo em forma de Via Sacra ou Via Crúcis. Essas estações na cidade de La-ranjeiras são representadas na procissão do “Encontro” entre o Senhor dos Passos e Nossa Senhora das Dores. Os Passos ou estações obedecem à seguinte ordem12:

1ª Estação: Jesus carregando a cruz. 2ª Estação: Jesus cai pela primeira vez. 3ª Estação: Jesus cai pela segunda vez.

4ª Estação: Jesus encontra sua mãe Maria (ápice da procissão). 5ª Estação: Verônica enxuga o rosto de Jesus (que fica refle-tindo no pano branco).

6ª Estação: Jesus cai pela terceira vez.

7ª Estação: Jesus continua sua caminhada em direção ao cal-vário.

Segundo Castro (2012, p. 19), essa imagem representa a “via Crucis de Jesus, iniciada desde a subida ao Calvário ou Gól-gota, carregando a cruz em que ia ser crucificado”.

Senhor dos Passos

12 As ordens dos passos são apresentadas segundo costume local, adotado pela Igreja em

Laranjeiras.

13 Policromada - Pintura feita em diversas cores. Disponível em:

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PROCEDÊNCIA AUTORIA MODO DE AQUISIÇÃO MATERIAL/ TÉCNICA Artes visuais Século XVIII MASL Escultura, madeira recortada, entalhada e policromada13

Igreja Nossa Senhora da Conceição dos

Pardos

Desconhecida

Imagem do Senhor dos Passos

Transferência Madeira recortada entalhada, monocromático ÉPOCA DA OBRA TERMO/GUARDA

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• DESCRIÇÃO FÍSICA DA OBRA

Imagem de vestir feminina, posição frontal, corpo levemente inclinado à direita, cabeça na mesma posição, usa peruca com cabelos naturais, olhos abertos feições tristes, nariz aquilino com orifícios, braços articulados fixados por parafusos mó-veis flexionados à frente, mãos entrecruzadas. Sobre a cabeça uma túnica ou véu, panejamento em dobras sobrepostas pro-vocando movimentação, nas laterais e ondas no barrado; usa sandálias na cor marrom, dedos e unhas pintadas em tinta branca. Possui peanha ou base retangular na cor verde, en-cimando entrâncias e reentrâncias, sobre estrutura retangu-lar em dois estágios. A imagem encontra-se usando vestido roxo, usa diadema em prata, em formato de lua crescente. • DADOS HISTÓRICOS

Nossa Senhora das Dores ou Mater Dolorosa ou mãe Dolo-rosa é uma das muitas designações honoríficas atribuídas a Maria. A Virgem Maria, ou Virgem das Dores, recebe esse nome pela representação das sete dores que Nossa Senho-ra passou duSenho-rante sua permanência na TerSenho-ra, mas princi-palmente pelas dores de uma mãe que acompanha seu filho durante o percurso que antecede a sua crucificação e morte. De acordo com Castro (2012), na cena do Calvário, Maria torce as mãos em grande sofrimento. Para Costa (2009), o culto a Nossa Senhora das Dores teve início no ano 1221 no Mosteiro de Schönau, na então Germânia. Comemora-se a sua festa no dia 15 de setembro e a festividade originou-se

em Florença, na Itália, no ano de 1239, através da Ordem dos Servos de Maria, uma ordem profundamente mariana. Sete homens nobres tinham uma forte devoção a Nossa Se-nhora. Na Sexta-Feira Santa de 1239, ao meditarem na Paixão de Nosso Senhor e nos sofrimentos de Nossa Senhora, ela apa-receu e revelou-lhes o desejo de que eles formassem uma Or-dem dedicada à prática e à difusão da devoção das Suas Dores.

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PROCEDÊNCIA AUTORIA MODO DE AQUISIÇÃO MATERIAL/ TÉCNICA Artes visuais Século XIX MASL Escultura Igreja Senhor do Bonfim Desconhecida Imagem de Nossa Senhora das Dores

Transferência Madeira esculpida e policromada/ articulado ÉPOCA DA OBRA TERMO/GUARDA

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• DESCRIÇÃO FÍSICA DA OBRA

Imagem feminina de roca, cabeça frontal inclinada para o lado esquerdo usando peruca média natural, olhos abertos, nariz aquilino, boca fechada, com queixo em bola (redon-do), com cova, orelhas com brincos dourados e perolados. Braços com articulações nos ombros e cotovelos, mãos es-palmadas. Corpo esculpido em azul, parte posterior com-posta por quatro ripas apoiadas sobre base retangular de extremidade chanfrada. A frente vê-se metade de sapatos estilizados, brancos ornados com folhas e esgrafiados. Usa túnica branca e coroa de flores brancas com um véu médio branco (vestida de noiva).

• DADOS HISTÓRICOS

Relatos da origem da Santa remontam do início do século XIV, quando vivia em um vilarejo no sul da França com sua família humilde. Dona de rara beleza, aos 14 anos seu pai a prometeu em casamento em troca de terras e um dote como era costume na época.

Seu pretendente era um homem viúvo e muito arrogante. Pureza suplica ao pai para ir para um convento que era o seu desejo servir a Deus, mas não é atendida. Feitos os preparati-vos, já vestida de noiva, a menina, se rebela e roga ao pai que a deixe seguir o caminho escolhido. Após sua negativa, tenta fugir e é perseguida pelo próprio pai, que em um momento de ira a espanca até a morte.

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PROCEDÊNCIA AUTORIA MODO DE AQUISIÇÃO MATERIAL/ TÉCNICA Artes visuais Século XIX MASL Escultura

Igreja Nossa Senhora da Conceição dos Pardos Desconhecida Imagem de Nossa Senhora da Pureza Transferência Madeira entalhada e policromada – Santo de vestir articulado ÉPOCA DA OBRA TERMO/GUARDA

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• DESCRIÇÃO FÍSICA DA OBRA

Imagem masculina, posicionada frontalmente, em pé, cor-po levemente inclinado à esquerda; cabeça voltada para o lado direito, cabelo médio marrom esculpido em mechas re-partidas caídas sobre os ombros; olhos abertos; nariz gran-de com orifícios; bigogran-de fino em sulcos sobre barba curta, cheia, repartida em duas pontas formando cachos; braços flexionados, articulados, fixos por parafusos; mãos em po-sição de abençoar; dedo polegar mutilado; antebraço leve-mente elevado; mão semiaberta. Corpo esculpido pintado em tons de rosa. Usa perizônio14 verde, cobrindo a genitália,

panejamento em dobras sobrepostas. Pontas caídas sobre cordão em tom de verde provocando abertura deixando cai-xa à mostra. Pernas distendidas afastadas, pés em diagonal. Base de formato irregular, azul recortada, intercalando friso liso côncavo; encimando friso liso, cruz latina em madeira apoiada ao braço esquerdo. A imagem encontra-se vestida por túnica em tecido vermelho, ornada por bordado em fios metalizados dourados.

• DADOS HISTÓRICOS

Senhor da Cruz é a iconografia que representa O sacrifício de Jesus para com a humanidade. A Cruz que Jesus carrega, de acordo com Castro (2012), “tornou-se principal e mais difundido símbolo da cristandade”.

O Senhor da Cruz é a representação do momento que an-tecede a sua morte, aceitando seu sacrifício pelo amor da

humanidade. A Cruz significa a afirmação da convicção da fé. A imagem sai na procissão de Fogaréu na madrugada da Sexta-feira Santa, seguida de uma multidão de fiéis.

Senhor da Cruz

14 Pequeno tecido envolto dos quadris veste apertado com um nó sobre o lado direito, cai

em pregas sobre ou acima do joelho.

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PROCEDÊNCIA AUTORIA MODO DE AQUISIÇÃO MATERIAL/ TÉCNICA Artes visuais Século XVIII MASL Escultura Igreja Senhor do Bonfim Desconhecida Imagem do Senhor da Cruz Transferência Madeira recortada, esculpida e policromada15 ÉPOCA DA OBRA TERMO/GUARDA

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• DESCRIÇÃO FÍSICA DA OBRA

Imagem masculina posicionada em pé, posição frontal, cor-po levemente inclinado à esquerda; cabeça inclinada à direi-ta; cabelos curtos pretos encaracolados; olhos abertos; nariz aquilino com orifícios; boca entreaberta com dentes à mos-tra. Braços articulados, fixos por parafusos: o direito, mão em posição de segurar, dedo mínimo mutilado, e o esquerdo, mão semiaberta, dedos médio, mínimo, anular e indicador mutilados. Corpo: parte superior esculpido em madeira, par-te inferior com estruturas em ripas fixas formando pernas; pés em diagonal, dedos distendidos. Na altura da cintura, pe-daços de madeira em bastão presos a orifícios: parte posterior na altura do pescoço, duas lanças cravejadas transpassadas. A imagem encontra-se vestindo hábito em tecido, na cor preta, em volta da cintura cordão podal branco. Segura pal-ma em pal-madeira na cor verde. Base retangular em tons de azul e branco encimando fenda para sustentação da cruz. • DADOS HISTÓRICOS

São Gonçalo Garcia foi um padre franciscano que nasceu em Portugal. Filho de pai português e mãe de origem india-na, São Gonçalo, o então franciscano, vai para o Japão junto com mais 25 frades franciscanos para espalhar entre esses povos a fé da religião católica.

Segundo Costa (2009), não é um santo muito popular no Brasil, mas existe uma igreja a ele dedicada em São João Del

Rei. No museu em Macau, um grande quadro a óleo os mar-tírios do padre e um lado, dos três jesuítas e do outro os fran-ciscanos. Na época existia uma grande rivalidade entre as duas ordens. Sua representação é bem original: ao invés da crucificação, tem o corpo transpassado por lanças.

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PROCEDÊNCIA AUTORIA MODO DE AQUISIÇÃO MATERIAL/ TÉCNICA Artes visuais Século XIX MASL Escultura Igreja de São Benedito Desconhecida Imagem de São Gonçalo Garcia Transferência Madeira recortada, esculpida, policro-mada em metal recortado. ÉPOCA DA OBRA TERMO/GUARDA

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• DESCRIÇÃO FÍSICA DA OBRA

Imagem de Cristo deitado, cabeça pendida para o lado direi-to, cabelo marrom esculpidos em sulcos formando cachos, caindo sobre as costas e ponta à frente do lado direito; mar-cas de sangramento na fronte; olhos fechados; nariz aquili-no; boca aberta com dentes à mostra; bigode sobre barba bi-partida em rolos; marca de corte na maçã esquerda do rosto; marcas de esfolamento do pescoço.

Braços articulados com marcas de esfolamentos nos ombros e punhos, mãos semiabertas centradas por orifício; abdômen contraído; tórax sugerindo costelas com marcas de corte; usa pe-rizônio branco caindo em dobras sobre corda estilizada à frente, que tem ponta presa sobre a corda em ressalto caindo. Pernas flexionadas com marcas de corte e esfolamento nos joelhos; pés sobrepostos direito sobre o esquerdo centrado por orifício. Deitado em esquife em madeira composto por pés em bota; parte superior com gradil vazado com balaústres; extremi-dades com hastes retangulares com elementos piriformes na ponta; parte central em palhinha trançada.

• DADOS HISTÓRICOS

A imagem tem sua representatividade após a crucificação e morte de Jesus. A imagem faz parte das celebrações da se-mana santa. Sai em procissão na sexta–feira Santa, após as quinze horas, que, segundo a Bíblia, corresponde à hora da morte de Jesus. Em muitas cidades históricas ou interioranas do Brasil, a exemplo da cidade de Laranjeiras, a “Celebração da Paixão e Morte do Senhor” é procedida da Procissão co-nhecida como “Procissão do Senhor Morto”, em que são can-tados em latim. A celebração tradicionalmente é promovida pela Irmandade do Senhor do Bonfim e do Coração de Jesus, com a presença de figuras representativas e do pároco local levando o Santíssimo Sacramento.

Segundo o ritual católico, a Imagem do Senhor Morto sai no final da tarde na sexta-feira Santa.

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PROCEDÊNCIA AUTORIA MODO DE AQUISIÇÃO MATERIAL/ TÉCNICA Artes visuais Século XVIII MASL Escultura Igreja do Sagrado Coração de Jesus - Matriz Desconhecida Imagem do Senhor Morto Transferência Madeira entalhada policromada com articulações, couro recortado ÉPOCA DA OBRA TERMO/GUARDA

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ES D OS SANT OS CA TÁLO GO D A S IMA GIN D E AR TE SA CR A D E L AR

SEGUNDA COLEÇÃO

Imagens Retabulares

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MARI A D E LO URD ES D OS SANT OS CA TÁLO GO D A S IMA GIN ÁRI A S D O MUS EU D E AR TE SA CR A D E L AR ANJEIR A S • DESCRIÇÃO DA OBRA

Imagem masculina, religiosa, de pé, posição frontal, cor-po levemente inclinado à esquerda; cabeça na mesma cor- po-sição, cabelo curto, carapinha; olhos abertos. Braços flecti-dos à frente, mãos seguram pano branco ornado por florões dourados, caindo em pontas. Veste túnica longa, marrom, ornada por florões dourados e brancos; panejamento com movimentação de dobras recortadas, caídas verticalmente, provocando entrâncias e reentrâncias e ondas no cavado.

• DADOS HISTÓRICOS

São Benedito nasceu perto de Messina, no século XVI, filho de um escravo africano. É chamado de São Benedito o “Mou-ro”. Porém, é representado, segundo Costa (2009), como um negro de cabelo bem crespo. Serviu como cozinheiro em um convento franciscano, tendo sido depois superior de outro convento perto de Palermo. Quando deixou esse posto voltou por livre vontade à sua função anterior, para ser cozinheiro. Muito dedicado aos mais necessitados, é venerado no Brasil pelos descendentes de escravos e pelos negros da América em geral. É cultuado também no candomblé.

São Benedito possui duas representações, em ambas usa o hábito franciscano e nessa, em específico, carrega o menino Jesus recém-nascido nos braços.

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PROCEDÊNCIA AUTORIA MODO DE AQUISIÇÃO MATERIAL/ TÉCNICA Artes visuais Século XIX MASL Escultura

Igreja São Benedito

Desconhecida São Benedito do Menino Jesus Transferência Dourada e policromada Madeira entalhada ÉPOCA DA OBRA TERMO/GUARDA

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MARI A D E LO URD ES D OS SANT OS CA TÁLO GO D A S IMA GIN ÁRI A S D O MUS EU D E AR TE SA CR A D E L AR ANJEIR A S • DESCRIÇÃO DA OBRA

Imagem feminina de pé, frontal, levemente inclinada para o lado direito; cabeça na mesma posição encoberta por véu médio bege ornado por flores douradas; forro em esgrafia-dos e rosetas, cai sobre as costas transpassando a frente à altura do busto, com ponta presa sob a ponta direita, que cai em dobras esvoaçantes; cabelo marrom, esculpido em sulcos formando mechas, caindo sobre os ombros; olhos abertos; nariz aquilino com orifícios; queixo em bola. Braços flecti-dos à frente: com mão direita, segurando estrela dourada; esquerdo com a mão segurando manto branco, orlado por dourado, ornado por elementos fitomorfos dourados e es-grafiados, caindo em dobras sinuosas, sobre ele o menino sentado. Veste sobre túnica azul, orlada por barrado com bu-rilados, ornada por flores douradas e vermelhas, caindo em pregas verticais formadas a partir da cintura; forro azul com esgrafiado, ornado por margaridas, exposto pelas dobras da manga. Túnica rosa ornada por esgrafiados e margaridas, barra dourada com burilados. Perna direita flexionada; es-querda à frente. Peanha composta por nuvens estilizadas cinza e azul com esgrafiadas, tendo à frente três cabeças de anjos sobre peanha trapezoidal em escaiole vermelho, recor-tado em curvas nas extremidades.

• DADOS HISTÓRICOS

Sob o aspecto histórico o título de Nossa Senhora da Guia tem sua origem na Igreja Ortodoxa, onde a Santíssima Vir-gem é invocada sob o nome “O digitria”, que significa

“Con-dutora”, “Guia” de Jesus desde a infância até o início de sua vida pública, consequentemente invocada como guia e protetora do povo de Deus. Há outras representações que variam: algumas delas apresentam-na com uma estrela em uma das mãos simbolizando a Estrela Guia que conduziu os Reis Magos até a manjedoura onde se encontrava o Meni-no Jesus. No Brasil sua difusão deve-se aos portugueses, que trouxeram a devoção de Portugal, onde a festa comemora-se junto com a de Nosso Senhor do Bonfim. Por este motivo, no ano de 1745, um Capitão da Marinha Real aportou na cidade de São Salvador, Bahia, trazendo em seu navio tanto a imagem de Nossa Senhora da Guia quant o a de Nosso Senhor do Bonfim16.

Nossa Senhora da Guia

16 Nosso Senhor do Bonfim. Disponível em: http://osheroisdobrasil.com.br/variedades/

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PROCEDÊNCIA AUTORIA MODO DE AQUISIÇÃO MATERIAL/ TÉCNICA Artes visuais Século XVIII MASL Escultura Igreja da Gamaleira fazenda (Varzinhas) Desconhecida Nossa Senhora da Guia Transferência Madeira esculpida dourada e policromada ÉPOCA DA OBRA TERMO/GUARDA

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MARI A D E LO URD ES D OS SANT OS CA TÁLO GO D A S IMA GIN ÁRI A S D O MUS EU D E AR TE SA CR A D E L AR ANJEIR A S

• DESCRIÇÃO FÍSICA DA OBRA

Imagem feminina, de pé, frontal, levemente sinuosa; cabeça levemente inclinada para o lado esquerdo, usando véu mé-dio branco ornado por flores douradas, forro branco; cabelo cai sobre os ombros e costas em mechas sobre os ombros; olhos abertos; nariz aquilino; boca fechada. Braços flectidos à frente; mãos postas.

Veste túnica azul, orlada por dourado, ornada por florões dourados e vermelhos. Cintura marcada formando dobras verticais; gola em “V”, caindo à frente e sobre o braço direito, branca, ornado por elementos fitomorfos dourados.

Perna direita flexionada, esquerda de apoio à frente. Apoia-se sobre peanha composta por globo azul com estrela dourada, sob nuvens azuis com três cabeças de anjos; base piramidal com escaiole vermelho, de extremidades recortadas em curvas. • DADOS HISTÓRICOS

Segundo o Evangelho, é através da anunciação do anjo a Ma-ria que ela é escolhida por Deus para ser a mãe de Jesus, o Messias, aquela que gerou e criou Jesus na santidade isenta. Sua pureza e seu sim diante do anjo e de Deus, a transforma-ram, sendo reconhecida pela Igreja Católica como a Imacu-lada Conceição, que significa sem o pecado original.

A respeito de Maria, a igreja romana a adota como modelo de perfeição, colocando-a como Virgem Mãe, atribuindo a ela o

pa-pel de mulher partícipe na vida do Filho e na salvação da huma-nidade, elevando-a em santidade para logo após a figura de Deus; questões para as quais os jesuítas muito contribuíram, reforçando fervorosamente o culto, sobretudo no que se refere à Imaculada Conceição (MELO, 2010, p. 20).

Segundo Costa (2009), o anjo Gabriel ao anunciá-la a de-nominou: “Cheia de graça” e três devotos de Maria Santíssi-ma tiveram como revelação o preceito de celebrar a festa da Concepção de Nossa Senhora, em oito de dezembro.

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PROCEDÊNCIA AUTORIA MODO DE AQUISIÇÃO MATERIAL/ TÉCNICA Artes visuais Século XVIII MASL Escultura

Igreja Nossa Senhora da Conceição dos Pardos Desconhecida Nossa Senhora da Conceição Transferência Madeira entalhada, dourada e policromada ÉPOCA DA OBRA TERMO/GUARDA

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MARI A D E LO URD ES D OS SANT OS CA TÁLO GO D A S IMA GIN ÁRI A S D O MUS EU D E AR TE SA CR A D E L AR ANJEIR A S

• DESCRIÇÃO FÍSICA DA OBRA

Imagem feminina, de pé, posição frontal, corpo levemente in-clinado à esquerda; cabeça na mesma posição; cabelo marrom, médio, esculpido em sulcos, parcialmente encoberto por véu branco, longo, ornado por margaridas azuis e douradas; pane-jamento em dobras no barrado provoca pontas esvoaçantes em ressalto nas laterais, deixando forro à mostra na cor bege, or-nado por margaridas brancas, centrando perolado dourados. Braços flexionados à frente: direito, mão em posição de segu-rar: esquerdo, mão espalmada segura o menino. Veste túnica longa em tons de azul, ornando, florões de mesma cor, bran-co e dourado; centrando buquês de rosas; ladeando marga-ridas brancas; intercalando ramicelas verdes, panejamento demarcado por dobras recortadas, provocando entrâncias e reentrâncias, provocando ondas no barrado. Usa manto longo azul, ornado por florões dourados e azuis, centrando buquês de rosas azuis, ladeado margaridas e panejamento caindo em diagonal na parte posterior provocando curva no barrado orlado por friso liso, dourado, altura do pescoço parte do panejamento formando dobra, deixando o forro à mostra na cor vermelha, ornado por florões dourados, pro-vocando abertura lateral, cobrindo parcialmente as pernas, ao mesmo tempo em que grande ponta cai sobre o braço esquerdo formando falsa manga, deixando forro vermelho à mostra, ornado por florões dourados encimando marga-ridas brancas, centrando perolados na cor laranja, interca-lando botões de rosas. Busto demarcado por gola redonda transpassada, dourada, ornada por motivos fitomorfos.

Per-na direita levemente flexioPer-nada apoia o peso do corpo. Menino Jesus sentado, desnudo, posição levemente sinuosa à esquerda; cabelo curto, dourado em mechas; olhos abertos; corpo esculpido. Braços flexionados: direito, mão mutilada, esquerdo, em posição de abençoar. Pernas flectidas: esquer-da levemente elevaesquer-da. Peanha em globo estilizado, na cor preta, encimando nuvens estilizadas sob três cabeças de an-jos alados; cabelos curtos esculpidos em mechas, em tons de marrom, asas vermelhas e douradas, azuis e douradas. Base vermelha recortada em curvas e contracurvas.

• DADOS HISTÓRICOS

No início do século XIII, na França, na região de Albi, os albigenses queriam impor seus hábitos e ideias por meio de armas. Queimavam igrejas, profanavam imagens de Santos e perseguiam católicos espalhando terror na França. Auxilia-do por alguns sacerAuxilia-dotes, o cônego Domingo de Gusmão foi encarregado pelo Papa Inocêncio III de combater terrível he-resia e reconquistar as almas para a Igreja. Apesar de seus es-forços, pouco conseguiu em seu intento, então passava noites a rezar ao pé do altar. Certo dia, quando rezava em sua cela, apareceu-lhe a Virgem Maria, sobre uma nuvem luminosa e, ensinou-lhe um método de oração garantindo-lhe os resul-tados. Assim, surgiu a devoção do Rosário, composto sob a orientação da Rainha do Céu, que em pouco tempo trouxe ao seio da igreja inúmeros pecadores arrependidos17.

Nossa Senhora do Rosário 1

17 Disponível em:

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PROCEDÊNCIA AUTORIA MODO DE AQUISIÇÃO MATERIAL/ TÉCNICA Artes visuais Século XVIII MASL Escultura Igreja Matriz. Sagrado Coração de Jesus Desconhecida Imagem Nossa Senhora do Rosário Transferência Madeira entalhada, dourada e policromada ÉPOCA DA OBRA TERMO/GUARDA

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MARI A D E LO URD ES D OS SANT OS CA TÁLO GO D A S IMA GIN ÁRI A S D O MUS EU D E AR TE SA CR A D E L AR ANJEIR A S

• DESCRIÇÃO FÍSICA DA OBRA

Imagem feminina, de pé, posição frontal, corpo levemen-te inclinado à esquerda; cabeça na mesma posição; cabelo marrom esculpido em sulcos formando cachos, caído sobre o ombro esquerdo, encoberto por véu bege, longo; mão se-gura o menino. Veste túnica longa, azul, ornada por florões dourados, centrando buquês de rosas vermelhas, intercalan-do os florões, elementos fitomorfos, panejamento caíintercalan-do em dobras recortadas formando entrâncias e reentrâncias pro-vocando ondas no barrado, contornando friso liso, dourado, parte superior, cintura em dobras, provocando volumetria. Usa manto longo azul, ornado por florões dourados, cen-trando buquês de rosas azuis, intercalado perolados doura-dos, panejamento em dobras desalinhadas na parte poste-rior, provocando ponta em ressalto na lateral, cai sobre os braços em pontas esvoaçantes, deixando forro rosa à mostra, ornado por florões e perolados dourados; mão formando as-sento para o menino, ornamentação em florões dourados, centrando buquês de flores diversas vermelhas.

Menino Jesus sentado, posição frontal; cabeça na mesma po-sição; cabelo curto esculpido em mechas; olhos castanhos; corpo esculpido; mão em posição de abençoar, esquerda. Pernas flectidas: direita, pé sob tornozelo esquerdo.

Peanha em globo estilizado, azul, contornando nuvens estiliza-das, encimando quatro cabeças de anjos alados. Base piramidal vermelha, recortada em curvas nos cantos, escavada ao centro.

• DADOS HISTÓRICOS

No início do século XIII, na França, na região de Albi, os albigenses queriam impor seus hábitos e ideias por meio de armas. Queimavam igrejas, profanavam imagens de Santos e perseguiam católicos espalhando terror na França. Auxilia-do por alguns sacerAuxilia-dotes, o cônego Domingo de Gusmão foi encarregado pelo Papa Inocêncio III de combater terrível he-resia e reconquistar as almas para a Igreja. Apesar de seus es-forços, pouco conseguiu em seu intento, então passava noites a rezar ao pé do altar. Certo dia, quando rezava em sua cela, apareceu-lhe a Virgem Maria, sobre uma nuvem luminosa e, ensinou-lhe um método de oração garantindo-lhe os resul-tados. Assim, surgiu a devoção do Rosário, composto sob a orientação da Rainha do Céu, que em pouco tempo trouxe ao seio da igreja inúmeros pecadores arrependidos18.

Nossa Senhora do Rosário 2 (grande porte)

18 Disponível em:

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PROCEDÊNCIA AUTORIA MODO DE AQUISIÇÃO MATERIAL/ TÉCNICA Artes visuais Século XVIII MASL Escultura

Igreja São Benedito

Desconhecida Imagem Nossa Senhora do Rosário Transferência Madeira entalhada, dourada e policromada ÉPOCA DA OBRA TERMO/GUARDA

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MARI A D E LO URD ES D OS SANT OS CA TÁLO GO D A S IMA GIN ÁRI A S D O MUS EU D E AR TE SA CR A D E L AR ANJEIR A S

• DESCRIÇÃO FÍSICA DA OBRA

Imagem masculina, de pé, posição frontal, corpo levemente inclinado à esquerda; cabeça na mesma posição; cabelo cur-to, carapinha; olhos abertos; nariz grosso; boca entreaber-ta com dentes. Braços flectidos à frente; mãos espalmadas. Veste túnica verde ornada por elementos fitomorfos em tons de dourada, panejamento em dobras recortadas, provocan-do movimentação em ondas esvoaçantes no barraprovocan-do, con-tornando friso liso, dourado, demarcando a perna esquerda, enquanto que a perna direita encontra-se à frente de parte da túnica, com panejamento em pontas sinuosas, recortadas, contornando friso liso, dourado, deixando forro vermelho à mostra. Sobre túnica curta, vermelha, ornamentação seme-lhante à túnica, panejamento em dobras esvoaçantes, movi-mentação em dobras repartidas nas laterais e parte frontal formando ondas no barrado, contornando friso em curvas e contracurvas, douradas. Veste corpete azul, ornamentação fitomorfa em tons de vermelho e dourado, mangas em do-bras, deixando punho de túnica à mostra, cintura cingida por cordão vermelho, caindo em ressalto à frente, barrado do corpete recortado, contornando por perolado. Usa manto longo vermelho, ornado por florões dourados, panejamen-to em dobras, barrado conpanejamen-tornando friso liso, cobre a parte posterior, provocando ondas, caindo sinuosamente, em res-salto, onde ponta traspassa na altura do pescoço, deixando forro azul á mostra, ornando por florões dourados, caindo sob o braço, provocando dobras, ao mesmo tempo em que outra ponta cai sobre o braço esquerdo, provocando sinuosi-dade. Perna direita levemente flexionada deixa à mostra

par-te de calção branco ornado por perolados, dourados, barra-do contornanbarra-do friso liso, barra-dourabarra-do, pé afastabarra-do usa botas em tons esverdeados, borda marrom. Base em tons de cinza, formato elíptico, intercalando friso côncavo.

• DADOS HISTÓRICOS

Foi um dos três Reis magos que visitaram Jesus logo após seu nascimento. No dia 6 de janeiro a Igreja celebra o dia de Santos Reis, também conhecida como celebração da Epi-fania do Senhor. Nessa festa celebra-se a visita dos Magos provenientes do Oriente, que viajaram muito para prestar homenagens e adorar o Menino Jesus recém-nascido. Ofe-receram presentes cheios de significados ao menino Deus: ouro, incenso e mirra. Este fato é narrado pelo evangelista Mateus, no Capítulo 2, versículos 1-12.19

Rei Mago Baltazar

19 Disponível em:

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PROCEDÊNCIA AUTORIA MODO DE AQUISIÇÃO MATERIAL/ TÉCNICA Artes visuais Século XVIII MASL Escultura Igreja da Gameleira (Fazenda Varzinhas) Desconhecida Imagem do Rei Mago Baltazar Transferência Madeira entalhada, dourada e policromada ÉPOCA DA OBRA TERMO/GUARDA

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• DESCRIÇÃO FÍSICA DA OBRA

Imagem de santo religioso, de pé frontal; cabeça na mesma posição, levemente inclinada para o lado direito; usa mitra vermelha com ornamentação de elementos geométricos; cabelos curtos, marrons, esculpidos em sulcos, formando mechas; olhos abertos; nariz aquilino; boca fechada; bigode sobre barba esculpida em sulcos. Braços flectidos à frente: direito acima com mão usando luva vermelha, com cruz ao centro, de abençoar; esquerdo, com mão em posição de se-gurar e dedos parcialmente mutiladas.

Usa túnica vermelha, orlada por dourado, ornada por florões dourados, cai em dobras verticais escavadas, em ressalto à frente; sobrepeliz azul, com barrado dourado ornado por elementos fitomorfos, ornamentação em esgrafiado e flores douradas, caindo em dobras esvoaçantes em ressalto; gola vermelha, em ressalta com perolado, ornada por folhas es-tilizadas em dourado, com cruz nas extremidades; parte su-perior com pelerine vermelho com esgrafiados; à frente cruz papal dourada com cordão, capa de asperges vermelha, orla-da em dourado, ornaorla-da por florões dourados, aberta à fren-te, caindo sobre os braços e costas em dobras, fecho retangu-lar com orifício em perolado; parte central com esgrafiados. Perna direita de apoio, esquerda flexionada à frente. Pés em ângulo, calçados por sapatos vermelhos. Base retangular em escaiole cinza recorta em curvas e contracurvas.

• DADOS HISTÓRICOS

Pedro, o pescador da Galileia, foi chamado por Jesus jun-tamente com o irmão André no início da atividade públi-ca, para se tornar “pescador de homens” (cf. Mt 4, 18-20). Testemunha dos principais momentos da atividade pública de Jesus, como a Transfiguração (cf. Mt 17, 1) e a oração no horto das oliveiras na iminência da Paixão (cf. Mt 26, 36-37), depois dos acontecimentos pascais recebeu de Cristo a mis-são de apascentar o rebanho de Deus (cf. Jo 21, 15-17) em Seu nome. Foi o primeiro Papa20 instituído pelo próprio Jesus

para comandar a Igreja, sendo uma espécie de sucessor para pregar o Evangelho pelas Santas Escriturase.

São Pedro (Papa)

20 A imagem de Pedro caracterizado de Papa é rara no Brasil, geralmente o santo é mais

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PROCEDÊNCIA AUTORIA MODO DE AQUISIÇÃO MATERIAL/ TÉCNICA Artes visuais Século XVIII MASL Escultura Igreja Matriz. Sagrado Coração de Jesus Desconhecida Imagem de São Pedro Transferência Madeira entalhada, dourada e policromada ÉPOCA DA OBRA TERMO/GUARDA

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ES D OS SANT OS CA TÁLO GO D A S IMA GIN D E AR TE SA CR A D E L AR

TERCEIRA COLEÇÃO

Imagens Narrativas

ou Grupo Escultóricos

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• DESCRIÇÃO FÍSICA DA OBRA

Imagem masculina, religiosa, de pé; posição frontal; cabeça na mesma posição; cabelo curto, carapinha, formando en-xequetado; olhos abertos à frente. No braço direito, a mão segura o pano branco; no esquerdo, a mão segura ramalhete, composto de botões rosas, azuis e amarelos, intercalando fo-lhas verdes. Veste hábito da ordem na cor preta; panejamen-to em suaves plissados; cintura cingida por cordão nodal marrom. Usa capuz em ressalto, sobre capa média caída em “V”, contornando friso liso, dourado; mangas largas. Perna direita levemente à frente, demarcada pelo hábito. Pés afas-tados: direito à frente. Base circular, vermelha.

• DADOS HISTÓRICOS

Nesta iconografia, São Benedito carrega na mão direita um ramalhete de flores, atribuído ao seu “Primeiro milagre”. Conta a lenda que quando servia na cozinha do convento, o santo saía todas as noites, voltando tempos depois e aden-trando furtivamente em seus aposentos. Um dos francisca-nos começou a observar essas atividades de Benedito. Sem-pre que saia levava consigo um saco cheio de algumas coisas. Na verdade, ele visitava as mulheres desamparadas que ofe-reciam seus corpos aos homens em troca de algumas moe-das para sobreviver. Em comum acordo, São Benedito então carregava da cozinha do convento todo alimento necessário para ajudá-las, e em troca as mesmas prometiam não con-tinuar com o ofício. Seu companheiro, então, chamou o su-perior do convento e o delatou. Para dar-lhe um flagrante,

na hora prevista em que São Benedito estava saindo com o saco contendo os alimentos, surge o seu superior e o inter-pela dizendo: -Benedito que trazes aí? Descoberto, o santo responde: -São flores, senhor. Então, o superior aproxima-se e, pegando o saco pesado, abre-o. Dentro só havia flores. Por essa razão, foi atribuído o primeiro milagre a São Benedito.

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PROCEDÊNCIA AUTORIA MODO DE AQUISIÇÃO MATERIAL/ TÉCNICA Artes visuais Século XIX MASL Escultura Igreja Nossa Senhora da Guia (Fazenda Varzinhas) Desconhecida Imagem de São Benedito das Flores

Transferência

Madeira entalhada e policromada

ÉPOCA DA OBRA

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• DESCRIÇÃO FÍSICA DA OBRA

Imagem masculina, religiosa, em pé e posição frontal; cabe-lo tesourado, esculpido em mechas na cor marrom. Olhos abertos; nariz com orifícios; braços flexionados, mão esquer-da segura a túnica para mostrar a chaga localizaesquer-da na perna direita, para guardar água, e na esquerda segura três cabaças. Veste sobreposta na cor vermelha, panejamento em dobras desalinhadas provocadas pela movimentação, deixando par-te da túnica esverdeada à mostra em dobras recortadas pro-vocando concavidades. Cintura cingida por cinto marrom fechado frontalmente. Usa botas na cor marrom, ao seu lado, sob a base ou peanha, está um cachorro trazendo na boca alimento para o Santo. Possui base ou peanha retangular na cor verde, recortada em curvas diagonais.

• DADOS HISTÓRICOS

SSegundo Costa (2009), Roque era originário de Mon-tpellier, França, ao se converter à fé cristã, deu toda a sua ri-queza para ajudar os pobres. Caridoso e humanista, tornou--se eremita e depois cuidou das vítimas da peste. Durante o tempo em que o mesmo se dedicava aos doentes, ele mesmo foi infectado. Recluso, sem contato humano, foi salvo por seu cachorro, que lhe trazia comida diariamente.

São Roque é protetor daqueles que contraem doenças in-fecciosas e incuráveis como a cólera e a peste. Sua imagem sempre é representada com chagas à mostra e acompanhada pelo seu cão ao lado.

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PROCEDÊNCIA AUTORIA MODO DE AQUISIÇÃO MATERIAL/ TÉCNICA Artes visuais Século XIX MASL Escultura

Igreja Nossa Senhora da Conceição dos Pardos Desconhecida Imagem de São Roque Transferência Madeira entalhada e policromada ÉPOCA DA OBRA TERMO/GUARDA

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MARI A D E LO URD ES D OS SANT OS CA TÁLO GO D A S IMA GIN ÁRI A S D O MUS EU D E AR TE SA CR A D E L AR ANJEIR A S

• DESCRIÇÃO FÍSICA DA OBRA

Imagem de Santa religiosa, de pé, frontal; cabeça levemente para o lado esquerdo e para baixo, usando véu preto, médio, caindo em dobras sobre as costas; coifa branca orlada por dourado. Olhos abertos; nariz aquilino; boca fechada. Braços flectidos à frente: direito com mão de segurar, esquerdo com mão segurando palma verde. Usa hábito preto, da ordem, usando cinto preto, com ponta caindo à frente, formando dobras; capa preta, abeta à frente, caindo sobre o braço direi-to, ponta esquerda presa sob o braço formando “esses”. Perna direita flexionada à frente; esquerda de apoio. Pés em ângulo, calçados por sapatos pretos. Base retangular em escaiole azul, de extremidades chanfradas; piramidal na parte inferior.

• DADOS HISTÓRICOS

Natural de Spoleto, na Itália, casou-se aos doze anos. Somen-te após a morSomen-te do marido, que a maltratava, entrou para o convento. Segundo a lenda, ela rezava muito e implorava a Cristo que a fizesse sofrer como ele. Um dia, desprendeu--se da coroa de Cristo um espinho que penetrou na testa da santa, provocando dor semelhante à que ele havia sentido. Morreu de tuberculose em Cácia em 1457. De acordo com Castro (2012, p. 90), é venerada como Santa Rita dos Impos-síveis, a ela recorrendo os devotos em grandes dificuldades. Santa Rita tem aparência modesta, com seu hábito monacal, preto e cabeça coberta com véu da mesma cor. Apresenta um pequeno ferimento na testa de onde escorre uma gota de sangue. Na mão direita ela segura a palma do martírio.

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PROCEDÊNCIA AUTORIA MODO DE AQUISIÇÃO MATERIAL/ TÉCNICA Artes visuais Século XIX MASL Escultura

Igreja São Benedito

Desconhecida

Imagem de Santa Rita dos Impossíveis

Transferência

Madeira esculpida e policromada

ÉPOCA DA OBRA

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• DESCRIÇÃO FÍSICA DA OBRA

Imagem masculina, religiosa, em pé e posição frontal; cabelo tesourado, esculpido em mechas na cor preta. Olhos aber-tos; nariz com orifícios; boca entreaberta. Braços flexiona-dos, mão esquerda apoia o livro à cintura. Veste hábito na cor marrom, panejamento em dobras desalinhadas provoca-das pela movimentação, deixando parte da túnica marrom à mostra em dobras recortadas, provocando concavidades. Cintura cingida por cordão nodal branco, caindo à frente em ressalto. Usa sandálias na cor marrom; livro vermelho fecha-do. Possui base ou peanha retangular na cor verde, recorta-das em curvas e contracurvas.

• DADOS HISTÓRICOS

Santo Antônio nasceu em Lisboa em 1995, foi um grande pregador tendo atuado em Paris e depois em Pádua, onde se radicou até morrer, aos 36 anos de idade (por isso às vezes chamado de Santo Antônio de Pádua). Vários milagres lhe são atribuídos. Conhecido como milagreiro, é o mais procu-rado para resolver problemas de namoro, casamento, objetos perdidos e outros.

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PROCEDÊNCIA AUTORIA MODO DE AQUISIÇÃO MATERIAL/ TÉCNICA Artes visuais Século XVIII MASL Escultura Antiga Capela Santo Antônio Desconhecida Imagem de Santo Antônio de Pádua Transferência Madeira entalhada e policromada ÉPOCA DA OBRA TERMO/GUARDA

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MARI A D E LO URD ES D OS SANT OS CA TÁLO GO D A S IMA GIN ÁRI A S D O MUS EU D E AR TE SA CR A D E L AR ANJEIR A S

• DESCRIÇÃO FÍSICA DA OBRA

Imagem de Santo religioso, de pé, frontal, levemente incli-nado para lado direito; a cabeça para o lado esquerdo; cabe-los pretos, esculpidos em sulcos com mechas a frente; olhos abertos; nariz aquilino com orifícios; boca fechada; usa res-plendor circular em metal prateado, ao centro flor e pedra transparente. Braços à frente: direito, com a mão segurando cruz latina em metal prateado, esquerdo com a mão segu-rando livro vermelho e o menino. Usa hábito da ordem, em marrom, atado por cordão nodal dourado, formando pregas. Pés em ângulo usando sandálias pretas com losango ao cen-tro. Menino Jesus de pé frontal, cabeça em perfil para o lado direito, cabelos dourados esculpidos em sulcos, olhos aber-tos, boca fechada, braços a frente em diagonal para o lado esquerdo, base retangular vermelha em côncavo ao centro, com extremidades chanfradas.

• DADOS HISTÓRICOS

As imagens de Santo Antônio têm as mesmas características físicas e históricas, usa burel negro, com grande capuz caído nas costas e o cordão franciscano. Para representar uma de suas visões apresenta um menino Jesus sentado sobre um livro e na mão direita uma cruz. Nessa representação, signi-fica uma de suas pregações onde apresenta um menino Jesus sentado sobre um livro e na mão direita uma cruz. Livro é o símbolo mais antigo, representa o Evangelho, a sabedoria de Santo Antônio e o fato de ele ser Doutor da Igreja. Represen-ta, também, o pregador extraordinário que reunia multidões para ouvi-lo. Por seus conhecimentos e sabedoria bíblica, o Papa Gregório IX chamava-o “Arca do Testamento”. Pessoas se convertiam e inimigos se reconciliavam ao ouvi-lo pregar.

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PROCEDÊNCIA AUTORIA MODO DE AQUISIÇÃO MATERIAL/ TÉCNICA Artes visuais Século XIX MASL Escultura Igreja de São Benedito Desconhecida Imagem de Santo Antônio do Menino Jesus Transferência Madeira entalhada e policromada ÉPOCA DA OBRA TERMO/GUARDA

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MARI A D E LO URD ES D OS SANT OS CA TÁLO GO D A S IMA GIN ÁRI A S D O MUS EU D E AR TE SA CR A D E L AR ANJEIR A S

• DESCRIÇÃO FÍSICA DA OBRA

Figura de Cristo, posição frontal, cabeça pendida para o lado direito; cabelo marrom caído em ondas sobre os ombros; olhos fechados para baixo; bigode sobre barba curta marrom recortada. Braços estendidos elevados, mãos semifechadas presas por cravos. Tórax e abdômen contraídos deixando costela amostra, corte na altura do mamilo, veste perizônio dourado cobrindo a genitália, panejamento em suaves do-bras formando nó vazado com pontas em ressalto. Pernas distendidas, joelho com marca de esfolamento; pés presos por cravos cruzados, direito sobre o esquerdo, cruz latina re-cortada em madeira.

• DADOS HISTÓRICOS

No ano de 1745, um Capitão da Marinha Real aportou na cidade de São Salvador, Bahia, trazendo em seu navio tan-to a imagem de Nossa Senhora da Guia quando a de Nosso Senhor Jesus do Bonfim, as quais foram transportadas até a Igreja de Nossa Senhora da Penha, situada na localidade de Itabagipe. Os católicos decidiram difundir no Brasil a de-voção enraizada em Portugal e passou a aventar a ideia de construir um novo templo dedicado ao Senhor do Bonfim e à Virgem da Guia.21

Senhor do Bonfim Crucificado

21 Disponível em:

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PROCEDÊNCIA AUTORIA MODO DE AQUISIÇÃO MATERIAL/ TÉCNICA Artes visuais Século XIX MASL Escultura

Igreja Bom Jesus dos Navegantes Desconhecida Imagem do Senhor do Bonfim Crucificado Transferência Madeira entalhada e policromada com articulações e couro recortado ÉPOCA DA OBRA TERMO/GUARDA

Referências

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