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O SERVIÇO SOCIAL NO HOSPITAL REGIONAL DE PONTA GROSSA

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Academic year: 2021

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ÁREA TEMÁTICA: (marque uma das opções) ( ) COMUNICAÇÃO

( ) CULTURA

( ) DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA ( ) EDUCAÇÃO

( ) MEIO AMBIENTE ( X ) SAÚDE

( ) TRABALHO ( ) TECNOLOGIA

O SERVIÇO SOCIAL NO HOSPITAL REGIONAL DE PONTA GROSSA TOMAL, Taynara de A.1

WERNER, Rosiléa Clara2

CARNEIRO, Ana Maria da Costa3 SCHEMBERGER, Benildes Kaiut4

VRIESMAN, Melissa Paula Santos Mozachi5

RESUMO – O objetivo deste artigo é relatar a implantação do Serviço Social no Hospital Regional de Ponta Grossa- HRPG. Compreendendo que o Serviço Social é uma das13 profissões da área da saúde reconhecida pelo Conselho Nacional de Saúde através da Resolução n.º 218, de 06 de março de 1997, sendo a única ciência social aplicada no processo de trabalho em saúde. No decorrer da inserção do Serviço Social no HRPG houve a preocupação de se estabelecer uma boa relação com o cliente/paciente, dando visibilidade do serviço, da relação saúde/doença e conhecendo a sua realidade, as dificuldades de acesso ao serviço e suas expectativas em relação ao atendimento no Hospital. Aqui se propõe iniciar uma discussão sobre o campo de atuação e a própria inserção do Assistente Social no Hospital Regional de Ponta Grossa. O começo das atividades, como vem se estabelecendo o serviço, as ações e relações que vão se criando no dia a dia da instituição. O que pensa o cliente/paciente sobre sua situação de doença, em que dimensão essa percepção afeta a condução de sua vida e, conseqüentemente sua qualidade de vida, são informações que subsidiam a ação do profissional de Serviço Social. Estes contatos com os pacientes/clientes são de grande importância para que, com equidade, sejam elaboradas intervenções que caminhem no sentido de assegurar o acesso à informação sobre seus direitos e deveres e os caminhos para acessá-los.

PALAVRAS CHAVE – Serviço Social, acesso serviços de saúde, Sistema Único de Saúde - SUS

1 Aluna do curso de Serviço Social da UEPG em atividade no projeto de extensão: Inserção do Serviço Social no Hospital

Regional de Ponta Grossa Wallace Thadeu de Mello e Silva

2 Professora do Departamento de Serviço Social da UEPG, coordenadora do projeto de extensão: Inserção do Serviço Social

no Hospital Regional de Ponta Grossa Wallace Thadeu de Mello e Silva 3

Assistente Social do Hospital Regional de Ponta Grossa

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Assistente Social do Hospital Regional de Ponta Grossa

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Introdução

A demanda pela busca de saúde, identificada no atendimento à população, quer seja em hospitais, Unidades Básicas de Saúde, Unidades de Pronto Atendimento, Urgência e Emergência, configuram-se como um dos campos específicos de atendimento do Serviço Social, posto que, muitas vezes esta realidade é decorrente da vulnerabilidade da população, diante das condições sócio econômicas, em que desenvolvem seu cotidiano. Destaca-se que de acordo com a Resolução n.º 218, de 06 de março de 1997 o Conselho Nacional de Saúde, reconhece o Serviço Social como uma das 13 profissões da área, sendo a única ciência social aplicada no processo de trabalho em saúde.

O objetivo deste artigo é relatar a implantação de Serviço Social no Hospital Wallace Thadeu de Mello e Silva – Hospital Regional de Ponta Grossa - HRPG. O trabalho do Assistente Social neste contexto tem como propósitos, contribuir no processo de humanização do atendimento hospitalar, uma das bases das ações do Sistema Único de Saúde – SUS, propiciar o desenvolvimento de um trabalho multidisciplinar com as equipes atuantes nos diversos setores do hospital, como também identificar as demandas sociais, oriundas da realidade vivenciada pelos pacientes internados e/ou seus familiares, que se apresentem como obstáculos ao seu processo de cura ou mesmo que interfiram em sua qualidade de vida, com a finalidade de planejar intervenções para seu enfrentamento.

O Serviço Social na área hospitalar apresenta-se como um trabalho de orientação de natureza informativa e educativa em relação ao paciente e seu acompanhante. Dentro do processo de Humanização Hospitalar, a equipe de profissionais de Serviço Social busca desenvolver um relacionamento pautado no compromisso ético com a realidade do paciente, considerando a experiência social de vida que cada um traz consigo, suas particularidades, os problemas que enfrentam na situação de doença, bem como, a autonomia de cada paciente dentro do processo saúde/doença.

No HRPG o Serviço Social contribui com a instituição interpretando seus objetivos, mediando às relações entre ela e os usuários de seus serviços, elaborando junto com os setores administrativo/organizacional e equipes técnicas, normas e rotinas que favoreçam um fluxo de atendimento satisfatório e eficiente aos clientes, bem como, aos profissionais que compõem seu quadro funcional.

Objetivos - Implantar o Serviço Social no HRPG, com vistas a oferecer um atendimento integral aos pacientes e/ou seus familiares, através do conhecimento teórico-prático da equipe de Assistentes Sociais da instituição.

A atuação do Serviço Social no HRPG tem alguns objetivos específicos:

 Identificar situações que demandem o atendimento do Serviço Social;

Realizar trabalhos de orientação e encaminhamentos junto aos pacientes e/ou familiares;

Mediar relações entre pacientes e instituição;

 Desenvolver atividades de educação em saúde;

 Proporcionar oportunidades de estágio para acadêmicos de Serviço Social;

 Realizar pesquisas quali-quantitativas, que subsidiem ações da instituição, no que se refere à eficiência e/ou ampliação do atendimento ao público usuário do SUS.

Metodologia

O HRPG foi criado com vistas a se tornar um serviço de referência no setor de atendimento a saúde para os municípios abrangidos pela 3.ª Regional de Saúde, quais sejam, Arapoti, Carambeí, Castro, Ipiranga, Ivaí, Jaguariaíva, Palmeira, Piraí do Sul, Ponta Grossa, Porto Amazonas, São João do Triunfo e Sengés. O hospital foi inaugurado no final de março de 2010, sem que tivesse condições para atendimento imediato, decorrente de problemas, tanto na estrutura física, de logística, equipamentos, quanto de recursos humanos, que impossibilitaram o pleno funcionamento da instituição, dificuldades estas que vem sendo superadas gradativamente.

O Setor de Serviço Social está inserido no organograma do HRPG, subordinado à Chefia Técnica Assistencial, a equipe técnica do Serviço Social é composta por quatro profissionais. E iniciou sua atuação com reuniões com as chefias dos setores (enfermagem, hotelaria, direção técnica), para identificação das demandas.

O Setor de Serviço Social ao iniciar suas atividades no Hospital Regional de Ponta Grossa, foi alocado junto ao Ambulatório de Especialidades, ambulatório esse que presta atendimentos nas

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áreas de ginecologia, cirurgia geral, pneumologia, ortopedia, cardiologia, neurologia, urologia, cirurgião vascular, infectologia, nefrologia e mais recentemente otorrinolaringologia e hematologia.

Visando identificar demandas de atendimento do Serviço Social no Ambulatório de Especialidades, optou-se pela elaboração de uma pesquisa a ser realizada junto aos pacientes durante determinado período de tempo, para traçar o perfil desses usuários, com vistas ao mapeamento das principais morbidades por eles referidas e embasar a criação e o desenvolvimento de grupos de discussão em educação em saúde.

Resultados

Na perspectiva de democratização das ações e de nortear o trabalho fez-se uma pesquisa de interesse com os pacientes do Ambulatório de Especialidade durante o mês de setembro e primeira semana de outubro de 2010. A pesquisa foi realizada com 111 pacientes, ou seja, 17% do total de 610 pacientes atendido no período.

Do total de pacientes entrevistados, 63,96% são mulheres e 36,04% são homens; no que se refere ao grau de escolaridade, 77,48% cursaram o ensino fundamental; já 11,71% freqüentaram o ensino médio; 5,41% são analfabetos; 3,60% cursaram o ensino superior e outros 1,80% não informaram este dado.

Entre os pacientes entrevistados, 60,36% são residentes em Ponta Grossa; 15,32% provenientes de Ipiranga; 5,41% de Palmeira; 4,51% de Jaguariaíva e 1,80% vieram dos municípios de Arapoti, Castro, Ivaí, Ortigueira, Piraí do Sul e 0,90% são de Carambeí, Curiúva, Guamiranga, Porto Amazonas, Reserva e São João do Triunfo. Destaque-se que o Hospital Regional de Ponta Grossa atende além dos municípios que compõem a 3.ª Regional de Saúde, também os situados na 2.ª Regional de Saúde de Irati e 21.ª Regional de Saúde de Telêmaco Borba, o que justifica o atendimento aos pacientes residentes nos municípios de Ortigueira, Curiúva, Guamiranga e Reserva conforme dados supra mencionados.

Entre os entrevistados, 34,23% foram encaminhados para atendimento na especialidade de cirurgia geral, outros 16,22% para cardiologia; 12,61% para ortopedia e 11,71% para ginecologia; neurologia clínica e cirurgia vascular ficaram com 5,41% cada uma do total de pacientes atendidos; já as especialidades de pneumologia, infectologia e nefrologia ficaram com menos de 3% cada uma.

A pesquisa realizada analisou os aspectos sócio-econômicos dos pacientes, com destaque para situação profissional, renda per capita, bem como o recebimento de benefícios sociais, entre estes o Benefício de Prestação Continuada – BPC e Programa Bolsa Família – PBF.

Outro dado pesquisado diz respeito às condições de moradia dos pacientes, destacando-se o local de residência, se zona urbana ou rural; a situação da mesma, se própria, alugada ou cedida; o tipo de construção e a presença de saneamento básico.

Tais dados buscaram evidenciar possíveis problemas de saúde relacionados às condições de habitabilidade, decorrentes de ausência ou insuficiência de saneamento, acesso aos serviços de saúde, entre outros, especialmente os residentes na zona rural. A análise destes dados permitiu identificar que apesar de mais de 80% dos entrevistados residirem na zona urbana, o percentual dos que não dispõem de rede de esgoto nos domicílios chega a quase 35% dos pacientes entrevistados, já os demais itens, como água tratada, coleta de lixo, energia elétrica tem cobertura superior a 85%, percentual este que demonstra que tais serviços se estendem para os moradores da zona rural.

Quanto às morbidades referidas pelos pacientes, a distribuição entre as dez primeiras foi relativamente uniforme, destacando-se a hipertensão arterial como o problema de saúde mais recorrente, seguida por problemas ortopédicos, ginecológicos, colelitíase, problemas cardíacos, diabetes, hérnias em geral, problemas circulatórios e depressão. As demais doenças foram citadas por 05 pacientes ou menos, e entre estes, os problemas urinários, as dores de cabeça, os problemas renais e respiratórios, epilepsia, osteoporose, etc.

Sobre o uso de medicação, 79% responderam que utilizam medicação de uso contínuo, sendo que a forma de aquisição preferencial se dá através da procura dos medicamentos na farmácia básica, o que corresponde a 29,73% dos pacientes entrevistados. A mesma porcentagem se verificou entre os que utilizam tanto a farmácia básica quanto a comercial e apenas 14,41% referiram adquirir seus medicamentos somente em farmácias comerciais.

Como forma de verificar a participação dos pacientes em atividades de grupo, bem como detectar quais os principais assuntos de interesse destes, para o fim de subsidiar a escolha das temáticas a serem trabalhadas nas atividades de educação em saúde, questionou-se a participação, o conhecimento sobre a existência ou não de grupos na cidade ou região onde residem e mais especificamente quais os principais assuntos de interesse destes.

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Sobre a participação em grupos, mais de 75% dos pacientes referiram não participar de qualquer atividade ou grupo, dos 19% que participam 50% destes estão relacionados a grupos voltados para atividades religiosas, 18% disseram participar de grupos de idosos e 13% informaram que freqüentam atividades nas Unidades Básicas de Saúde e outros 19% participam de grupos variados como Pastoral da Criança, grupos de futebol e ainda aqueles que informaram participar de grupos e que não fizeram indicação dos mesmos.

Em relação aos assuntos de interesse dos entrevistados, aproximadamente 44,54% disseram não ter interesse por qualquer tema, outros 23,53% indicaram assuntos não relacionados com as questões de saúde, sendo que 6,72% dos entrevistados disseram ter interesse em obter maiores informações sobre suas doenças (hérnias, colelitíase, problemas cardíacos); 5,04% gostariam de informações sobre doenças como hipertensão e diabetes; 1,68% sobre obesidade, depressão, problemas cardíacos, problemas na coluna; 0,84% das indicações se referiram a outras doenças como mal de Parkinson, insônia, dores de cabeça, acidente vascular cerebral, etc.

Entre as principais dificuldades relacionadas aos serviços de saúde, 26,43% dizem respeito a outras situações que muito embora não tenham relação direta com as questões de saúde, interferem sensivelmente enquanto causas indiretas, porém com efeitos diretos sobre a saúde ou doença dos pacientes, como as dificuldades financeiras, condições de moradia inadequadas, etc.; 19,29% indicaram a demora no atendimento como um dos maiores problemas dos serviços de saúde, aqui englobados a demora para a realização de exames complementares e a dificuldade para agendamento de consultas; 18,57% disseram não ter qualquer tipo de dificuldade em relação aos serviços de saúde; outras 15% se referiram a falta de medicamentos nas Unidades Básicas de Saúde; 10,71% relataram dificuldades relacionadas ao transporte; 2,86% e 2,14% evidenciaram problemas relacionados ao acesso aos serviços de saúde e a falta de especialidade nas cidades de origem respectivamente; 1,43% entendem que falta resolutividade nos serviços de saúde, bem como também faltam profissionais, especificamente, médicos para atendimento e finalmente com 0,73% apareceram outras três dificuldades pontuais de determinados municípios, como a desativação da Unidade Básica de Saúde, o fechamento de um hospital e a ausência de atendimento na zona rural do município.

Através da análise dos dados, depreende-se que a maioria dos pacientes atendidos são mulheres, que o nível de escolaridade é baixo, pois a grande maioria sequer concluiu o Ensino Fundamental; que muito embora seja o Hospital como o próprio nome já diz de abrangência regional, é este ainda pouco utilizado pelas cidades da região, concentrando maior parte de seu atendimento para os moradores da cidade de Ponta Grossa, o que também se justifica pela própria distribuição do número de consultas realizado pela Unidade de Regulação de Leitos da 3.ª Regional de Saúde que utiliza como critério para repartição das vagas, a população residente de cada município.

No que diz respeito às especialidades mais procuradas, percebe-se uma demanda maior por atendimento nas áreas de cirurgia geral, cardiologia, ortopedia e ginecologia, logo, por especialidades que em tese seriam mais comuns e de mais fácil acesso, em contraposição de outras mais específicas como neurologia clínica e cirúrgica, pneumologia, infectologia entre outras.

Quanto as menção feita pelos pacientes sobre suas doenças, a hipertensão arterial aparece como a mais recorrente delas, seguida por problemas de coluna e outros relacionados com a especialidade de ortopedia, os problemas ginecológicos e outros onde se faz necessária intervenção cirúrgica também foram bastante referidos, como nos casos de colelitíase, hérnias inguinais e umbilicais, histerectomias e oforectomias (retirada do útero e ovários), mais uma vez se visualiza a dificuldade enfrentada pelos usuários do SUS para o atendimento de suas demandas, já que alguns dos procedimentos citados são na atualidade e em razão dos avanços tecnológicos, considerados de fácil resolução, o que acaba por demonstrar que o acesso a certos procedimentos relativamente simples não são viabilizados no âmbito local (municípios).

As situações apresentadas pelos usuários entrevistados demonstram que

[...] novas contradições são criadas com a contrarreforma na saúde, que tentam não viabilizar o SUS constitucional, acarretando, no cotidiano dos serviços, diferentes questões operativas: demora no atendimento, precariedade dos recursos, burocratização, ênfase na assistência médica curativa, problemas com a qualidade e quantidade de atendimento, não atendimento aos usuários.6

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CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL. Parâmetros para atuação de Assistentes Sociais na Política de Saúde. Série: Trabalho e Projeto Profissional nas Políticas Sociais. Brasília, 2010. p. 42

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Considerando que a pesquisa tinha entre suas finalidades conhecer o interesse e as formas de participação dos pacientes em atividades grupais, bem como identificar possíveis assuntos para ser trabalhados em reuniões de educação em saúde, a verificação de que mais de 70% não participam de quaisquer tipos de atividades e dos que participam, as atividades relacionadas com a área de saúde são uma minoria, verificando-se que a mobilização religiosa é uma das mais presentes na vida destas pessoas, logo, a identificação e a viabilização de parcerias entre as Unidades Básicas de Saúde ou Secretarias Municipais de Saúde com as mais variadas crenças poderá resultar numa atividade conjunta, mediante a inclusão de atividades dos profissionais da área da saúde nos grupos já existentes, visto que é perceptível a resistência dos entrevistados no que se refere à participação em qualquer tipo de atividade, o que se confirma com a negativa de indicação de qualquer tema de interesse.

Neste sentido, as atividades de educação em saúde pensadas para o Ambulatório de Especialidades dependem do estabelecimento de um vínculo com os pacientes, bem como de que estes se reconheçam como sujeitos de direitos dentro do Sistema Único de Saúde, e desta forma possam vislumbrar a sua participação, quer em grupos, quer em outras atividades, como uma das formas do exercício de um dos seus direitos sociais, qual seja, o direito a saúde, em seu sentido amplo, nos termos apregoados pela Organização Mundial de Saúde e pela Constituição Federal de 1988.

Em sendo assim, para que os profissionais de Serviço Social possam desenvolver ações socioassistenciais junto aos usuários dos serviços de saúde, especialmente os que utilizam os serviços de um hospital de porte regional como é o caso do HRPG, se faz imperioso “o reconhecimento da questão social como objeto de intervenção profissional, o que demanda uma atuação profissional em uma perspectiva totalizante, baseada na identificação das determinações sociais, econômicas e culturais das desigualdades sociais”, sendo esse o alicerce que vai nortear as atividades do profissional de modo que suas ações permitam a “democratização das informações; a construção do perfil socioeconômico dos usuários, com vistas à construção dos fatores determinantes e condicionantes da saúde e suas formas de enfrentamento; o conhecimento e mobilização da rede de serviços; a normatização dos serviços através da criação de rotinas e protocolos, entre outros, que viabilizem a efetividade do direito a saúde aos usuários do SUS, nos termos dos Parâmetros para atuação dos profissionais de Serviço Social no âmbito da Política Pública de Saúde.

O Serviço Social do HRPG também atua na área de gerenciamento de pessoas na perspectiva de construir estratégias que contribuam para a humanização no trabalho, oportunizando condições aos servidores de compreender sua condição humana e sua condição de cuidador de outros seres humanos.

No dia do Servidor Público realizou uma pesquisa com os servidores em que se constatou; que, para os servidores trabalhar neste Hospital é um desafio, uma experiência nova e diferente, é a realização de um sonho que oportuniza um crescimento pessoal e profissional e também contribuir com a sociedade local. Dentre os pontos positivos destaca-se: atuar em um Hospital de Referência e estar iniciando com o mesmo, podendo conhecer novas pessoas, adquirir novos conhecimentos técnicos, trabalhar em uma estrutura com equipamentos de qualidade, tendo em contrapartida a estabilidade no emprego, o salário, com melhorias significativas na sua vida pessoal e familiar.

Pontos negativos identificados: do ponto de vista pessoal deixar sua família, sua cidade, pagar aluguel, viagens diárias; institucional: não ter refeições para todos os funcionários, a distância do Hospital do Centro, falta de integração dos setores, a demora para funcionar plenamente, a repercussão na mídia quanto à idéia de não funcionamento do Hospital, e a instabilidade funcional pelo período de transição governamental. O Assistente Social na área de gerenciamento de pessoas busca ser um elo orgânico entre os diversos profissionais e setores do Hospital visando à integralidade das ações voltadas para a interação entre os diversos níveis de concretização da cooperação horizontal e vertical.

Conclusões

Considerando as dificuldades iniciais decorrentes da implantação das atividades do hospital como um todo, o que inevitavelmente reflete na atuação dos profissionais de Serviço Social, os desafios que se colocam são muitos, especialmente a superação da visão histórica, cultural que os demais profissionais têm sobre as atribuições específicas da profissão; a construção de caminhos que viabilizem o trabalho multiprofissional e finalmente a conquista da visibilidade do Serviço Social como profissão autônoma com vistas à intervenção na realidade social que busca a efetivação dos direitos sociais constitucionalmente garantidos.

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Referencias

CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL. Parâmetros para atuação de Assistentes Sociais na Política de Saúde. Série: Trabalho e Projeto Profissional nas Políticas Sociais. Brasília, 2010. p. 42

CONSELHO NACIONAL DA SAÚDE - CNS. Resolução n° 218 reconhece o assistente social, juntamente com outras categorias, como profissional de saúde de nível superior. Brasília, 06 de março de1997.

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