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Equilocs & Equitemps 1

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Academic year: 2021

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(1)

Prof. Carlos R. Paiva Página 1

Nestes apontamentos discute-se a construção das linhas «equiloc» e «equitemp» para uma dado observador inercial

O

. Para fixar ideias vamos considerar que o observador em questão se desloca, em relação ao LAB (laboratório), com uma velocidade normalizada 1  v1 c 1 3. Se

designarmos por yct a linha de universo deste observador (i.e., a sua «equiloc»), podemos escrever – no referencial do LAB – que esta linha de universo corresponde à equação

1

y  x

em que, portanto, se tem 13. Vamos, ainda, considerar que existe um acontecimento A que, no

referencial do LAB, tem coordenadas

xA,yA

com yA ctA. Admitamos que se tem xA 1 e

3 2 yA .

Começamos por perguntar: qual é a «equitemp» de

O

que contém o acontecimento A ? Por outras palavras: qual é o acontecimento R que é – do ponto de vista de

O

– simultâneo com o acontecimento A ? A resposta encontra-se nas Figs. 1 e 2 da página seguinte.

No instante t (acontecimento P ) é enviado um sinal electromagnético de

O

para A . Neste

acontecimento A o sinal é instantaneamente reflectido de volta para

O

aí chegando no instante t (acontecimento Q ). Então, o acontecimento R simultâneo com A localiza-se sobre a linha de universo

O

a meia distância dos acontecimentos P e Q (Fig. 2). Por essa razão, o instante (para o observador

O

) do acontecimento R é tR tal que

1 2

c tRctct .

Na Fig. 2 também se indica o acontecimento B que – tal como A e R l – também pertence à mesma «equitemp»

O

do observador

O

. A notação traduz o facto de que – por definição – a «equiloc»

O

é ortogonal à «equitemp»

O

.

(2)
(3)

Prof. Carlos R. Paiva Página 3

Podemos, agora, determinar – no referencial do LAB – as coordenadas dos acontecimentos P e Q da Fig. 2. O acontecimento P pertence à equação do sinal electromagnético

y x a

enquanto que o acontecimento Q pertence ao sinal electromagnético y  x b.

Como o acontecimento A se encontra na intersecção destes dois sinais, vem

y x a a y x y x b b y x             A A A A A A A A

pelo que, como xA 1 e yA3 2, vem

1 , 2 5 . 2 a b       

Mas então, como os acontecimentos P e Q pertencem à «equiloc»

O

cuja equação é y 1x,

infere-se que 1 1 1 1 1 1 a x y x a y x a y                     P P P P P P donde, como 13, 1 , 8 3 . 8 x y      P P Analogamente, obtém-se 1 1 1 1 1 1 b x y x b y x b y                        Q Q Q Q Q Q

(4)

Prof. Carlos R. Paiva Página 4 5 , 4 15 . 4 x y       Q Q

É agora possível determinar todas as coordenadas dos acontecimentos assinalados na Fig. 2 do ponto de vista do observador

O

. Designemos essas coordenadas por

x y para as distinguir das ,

coordenadas

x y relativas ao referencial do LAB. Obviamente, a «equiloc» das Figs. 1 e 2, ,

correspondente a y 1x em relação ao LAB, escreve-se agora

0 x .

Pelo acontecimento A passa a «equiloc» xxA enquanto que, pelo acontecimento B , deverá

passar a «equiloc» x xA (Fig. 2). Qual é o valor de xA? Facilmente se responde a esta questão se se tiver em consideração que o percurso do sinal electromagnético de x0 (acontecimento P ) até xxA (acontecimento A ) leva o mesmo tempo que o percurso inverso de xxA

(acontecimento A ) até x0 (acontecimento Q ). Logo

1 2

xActct .

Porém, como A e R pertencem à mesma «equitemp» de

O

, facilmente se infere que

1 2

yAyByRctct .

Recorda-se, aqui, que xPxQxR0.

Falta, portanto, determinar os valores de c t e c t para se poder, finalmente, calcular as

coordenadas A

xA,yA

do ponto de vista de

O

.

O problema é que a unidade de comprimento ao longo da «equiloc»

O

não é idêntica à unidade de comprimento do LAB. Porém, o comprimento unitário ao longo de

O

deverá valer um valor (desconhecido)  em termos da unidade do LAB.

(5)

Prof. Carlos R. Paiva Página 5

Assim, vem sucessivamente

2 2 2 2 , , c t x y c t x y           P P Q Q

2 2 2 2

0, 1 , 2 2 x y c t c t c tx y x y      R R R Q Q P P

2 2 2 2 2 2 2 2 1 , 2 2 1 . 2 2 x c t c t x y x y y c t c t x y x y            A Q Q P P A Q Q P P

Para os valores numéricos considerados, vem:

2 2 2 2 5 10 , 4 10 . 8 c t x y c t x y              Q Q P P

Para calcular o coeficiente  há que ter em consideração a hipérbole de calibração que passa pelo acontecimento A . A equação desta hipérbole, no referencial do LAB, é dada por

2 2 2 2 2 2 2

c txyx

H

.

Para calcular o valor de basta substituir na equação anterior as coordenadas do acontecimento A dadas para o referencial do LAB:

1 5 3 2 2 x y       A A .

Esta hipérbole intersecta a linha de universo

O

, dada por y 1x, no acontecimento

,

S xS yS

(6)

Prof. Carlos R. Paiva Página 6 2 1 2 2 2 2 1 1 1 2 1 , 1 . 1 x x x y x                S S S S S

Calculando numericamente, obtém-se:

2 2 2 1 2 LAB LAB 1 1 5 1 5 4 2 1 4 3 5 4 2 S S x x y y        S S OS OS .

Mas, por outro lado, tem-se – na verdadeira métrica de Minkowski – o valor

2 2 1 1 2 2 LAB 1 1 1 1 1 1                   OS OS

que, numericamente, corresponde a

2 5  . Assim, obtém-se: 9 2 , 8 11 2 . 8 x y       A A

Note-se que, portanto, esta métrica  depende exclusivamente do declive 1. Naturalmente, este

factor de conversão só faz sentido quando 11. Para 11 (sinal electromagnético) vem 0.

No outro extremo, quando 1  (caso do LAB), obtém-se 1.

De seguida vai-se analisar, geometricamente, o significado do acontecimento S sobre a linha de universo

O

. Para isso, porém, há que considerar a Fig. 3.

(7)

Prof. Carlos R. Paiva Página 7

Em primeiro lugar considera-se um novo observador (inercial)

P

a que pertence o acontecimento A das Figs. 1 e 2. O acontecimento O resulta da intersecção entre

O

e

P

. Faremos, doravante,

 

0,0

O para todos os observadores incluindo o referencial do LAB. Note-se que a linha de universo do observador

P

corresponde, no referencial do LAB, à equação

2

y x.

Para os valores numéricos considerados, vem

2 3 2 y x   A  A .

(8)

Prof. Carlos R. Paiva Página 8

Há ainda a necessidade de introduzir um terceiro observador – o referee – que se designará por

R .

Este terceiro observador árbitro está sempre colocado a «meio» caminho entre os dois observadores

O

e

P

no seguinte sentido: os sinais electromagnéticos emitidos pelo árbitro

R

, num certo instante (acontecimento U da Fig. 3), em direcção quer a

O

quer a

P

são reflectidos (acontecimento S de

O

e acontecimento A de

P

) e voltam simultaneamente ao observador árbitro

R

(acontecimento V da Fig. 3).

Do ponto de vista do observador

P

o acontecimento A tem coordenadas A

0, c

. Além disso, como se viu anteriormente, do ponto de vista do observador

O

tem-se, por outro lado,

0, ct

P , R

0, ctR

, S

 

0, e Q

0, ct

. Então, introduzindo o factor  de Bondi, facilmente se verifica que

t t t t t t                    .

Note-se, também, que

2 1 t t t t              .

Analogamente, sendo  o factor de Bondi entre

O

e

P

e  o factor de Bondi entre

O

e

R

,

vem ainda 2 x x x x x x t t t t t t t t t t t t t t t t t t t t t t t t                                            

onde se considerou que, do ponto de vista de

O

, se tem S

0,ctx

e, do ponto de vista de

R

, se tem U

0, ct

e V

0, ct

. Mas então, infere-se que

x

t t t

(9)

Prof. Carlos R. Paiva Página 9

Este último resultado expressa o chamado teorema de Minkowski: o comprimento OA é, na métrica não euclidiana do espaço-tempo de Minkowski, idêntico ao comprimento OS .

Seja  v c a velocidade normalizada relativa do observador

P

em relação ao observador

O

. Logo, como

 

v x y c t c          A A A , vem 2 2 1 1 1 1 t x c t c t t t y c t c t t                     A A .

Daqui infere-se que, inversamente,

1 1       .

Para os valores numéricos considerados, vem 9 10 , 11 ct ct        .

Na página seguinte representam-se os vários observadores, o LAB, a hipérbole de calibração e os acontecimentos S e A : Fig. 3. Note-se que, no LAB, o acontecimento U

x yU, U

tem

coordenadas

1 2 1 2 x y y x x y y y x x     U S P S P U S P S P

(10)

Prof. Carlos R. Paiva Página 10 3 , 3 y y x x     U U .

Para os valores numéricos considerados, vem:

3 1 5 1 4 2 5 2 5 2 1 5 1 4 2 x y x y                        U U U U .

Referências

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