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Paleonoticias Online 5 Abr Jun 14

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NESTA EDIÇÃO:

CONTOS DA

PALEONTOLOGIA

Sobreviventes do fim do mundo

PALEONTÓLOGO EM FOCO

Entrevista com os paleontólogos Aristóteles de Moraes Rios Netto e Claudia Maria Magalhães Ribeiro Martins

INFORMES DO NÚCLEO

PALEOARTE

Tupandactylus e Entre dinossauros e aves

(2)

Paleonotícias On-line nº 5 abr-jun de 2014

ISSN 2318-7298 Rio de Janeiro Núcleo RJ/ES

Sociedade Brasileira de Paleontologia Biênio 2013-2014

Corpo Editorial Leonardo Avilla

UNIRIO - Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

Taissa Rodrigues

UFES - Universidade Federal do Espírito Santo

Orlando Grillo

Museu Nacional - Universidade Federal do Rio de Janeiro

Aline Ghilardi

UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro

Camila Bernardes

UNIRIO - Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

Edição e Diagramação Rafael Costa da Silva

CPRM - Serviço Geológico do Brasil

E-mail: nucleo.sbp.rjes@gmail.com Web: https://sites.google.com/site/paleonoticiasonline/

SUMÁRIO

EXPEDIENTE

PÁG.

3

PÁG.

5

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8

PÁG.

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APRESENTAÇÃO

CONTOS DA

PALEONTOLOGIA

Sobreviventes do fim do mundo

PALEONTÓLOGO EM FOCO

Entrevista com os paleontólogos Aristóteles de Moraes Rios Netto e Claudia Maria Magalhães Ribeiro Martins

PALEOARTE

Tupandactylus e Entre dinossauros e aves

(3)

APRESENTAÇÃO

Por Taissa Rodrigues Marques da Silva

UFES - Universidade Federal do Espírito Santo

Prezados colegas paleontólogos,

É com prazer que apresentamos mais um número do Paleonotícias On-line.

Afinal, a qual área do conhecimento pertence a Paleontologia? Ainda que a mesma seja multidisciplinar, há a necessidade de nos encaixarmos em determinadas áreas a fim de, por exemplo, submetermos propostas de fomento a projetos de pesquisa. Após a reformulação da tabela de áreas de pesquisa do CNPq, muitos de nós têm submetido suas propostas na área de Zoologia, a qual, segundo esta agência, abrange a Paleozoologia. No entanto, os editais são concorridos e raros, e poucos têm obtido êxito na aprovação de seus projetos neste Comitê de Assessoramento. No primeiro semestre deste ano dois membros deste Núcleo tomaram a iniciativa de escrever a este Comitê e solicitar maior representatividade da Paleozoologia. Esta carta foi uma iniciativa individual, sem participação do Núcleo RJ-ES ou da Sociedade Brasileira de Paleontologia, e em primeira instância foi enviada apenas a colegas mais próximos, a fim de receber assinaturas em seu apoio. A grande surpresa foi a quantidade de pessoas que, ao fim de poucos dias, apoiaram a iniciativa: mais de cem paleontólogos a s s i n a r a m a s o l i c i t a ç ã o p o r m a i s representatividade da Paleozoologia no Comitê de Zoologia. Até o momento, infelizmente não houve resposta por parte do CNPq, mas muitos paleontólogos especialmente os recém-doutores esperam que seus projetos de pesquisa possam ser julgados por pares que conheçam as peculiaridades da Paleozoologia em comparação a outras subáreas da Zoologia.

No presente número do Paleonotícias On-line, a seção Contos da Paleontologia traz mais uma história envolvendo problemas com água em trabalhos de campo (aparentemente um problema recorrente entre paleontólogos do Núcleo?), desta vez uma forte enxurrada. A seção Paleontólogo em Foco traz entrevistas com o Dr. Aristóteles de Moraes Rios Netto e com a Dra. Claudia Maria Magalhães Ribeiro Martins. A seção de Paleoarte foi tomada por ornitodiros: uma ilustração e um infográfico sobre o pterossauro

Tupandactylus, por Paulo Márcio Esper, e duas

ilustrações de dinossauros por Julio Lacerda. Além disso, aproveitamos para lembrarmos a todos os interessados que o IX Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados já está chegando. Mesmo que você não venha a Vitória, deixo aqui o convite para que enviem separatas e outros itens para o leilão, cuja renda será totalmente revertida na premiação aos melhores trabalhos de estudantes de graduação e pós-graduação.

No próximo número, contaremos com uma entrevista sugerida por um dos paleontólogos do Núcleo, e reiteramos o convite a todos: sugestões e colaborações para o boletim Paleonotícias On-l i n e p o d e m s e r e n v i a d a s p e On-l o e m a i On-l

nucleo.sbp.rjes@gmail.com.

Boa leitura!

Normas para Publicação

O PALEONOTÍCIAS ON-LINE é um

periódico digital que visa divulgar

e explorar o dia a dia do

paleontólogo. É aberto a todos

que quiserem publicar nele.

O escopo do PALEONOTÍCIAS

ON-LINE é a divulgação de temas

relacionados à profissão do

paleontólogo tais como pesquisas

científicas, técnicas de estudo ou

curadoria, eventos, exposições,

e x p e r i ê n c i a s p r o f i s s i o n a i s

diversas e paleoarte.

A submissão de artigos ou

sugestões de pauta deverá ser

f e i t a a t r a v é s d o e m a i l

nucleo.sbp.rjes@gmail.com

As submissões serão avaliadas

pelo corpo editorial em relação ao

tamanho, forma e conteúdo.

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(5)

Por Leonardo dos Santos Avilla

UNIRIO - Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

A história que será contada poderia muito bem fazer parte de um roteiro de um filme de catástrofe de Hollywood, como “2012, o fim do Mundo” ou “Independence Day”. Todos os anos, desde 2009, o Laboratório de Mastozoologia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (LAMAS/UNIRIO) realiza uma expedição paleontológica às cavernas do estado de Tocantins, com o intuito de se prospectar fósseis, principalmente de mamíferos do Pleistoceno. No ano de 2011, a expedição era apoiada com recursos financeiros do edital de “Apoio à Paleontologia” do CNPq, o que possibilitou o aluguel de um veículo de tração nas quatro rodas para o transporte do pessoal da expedição às cavernas. Após intensa busca por valores mais acessíveis, encontramos valores considerados “ideais” no município de Barreiras no estado da Bahia. Além disso, aproveitando a ida a Barreiras,

Dimila Mothé, naquele momento mestranda em Zoologia no Museu Nacional, “pegou uma carona” no transporte da expedição até este município, para daí tomar um ônibus para São Raimundo Nonato, no estado do Piauí, e realizar uma visita à coleção do Museu do Homem Americano. O combinado era que, quando retornássemos a Barreiras para devolver o veículo alugado, nos encontraríamos e ela iria conosco de volta Aurora do Tocantins, município que nos baseamos para a expedição, para, a partir desse, retornarmos ao Rio de Janeiro. Todo o combinado ocorreu tranquilamente, tanto a expedição, quanto a visita

CONTOS DA PALEONTOLOGIA

Com graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Santa Úrsula (1999), Leonardo dos Santos Avilla possui mestrado em Ciências Biológicas (Zoologia) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2002) e doutorado em Ciências Biológicas (Zoologia) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2006). Além disso, a formação é composta por dois períodos no exterior, respectivamente, durante a graduação no American Museum of Natural History (Nova Iorque, EUA), e no doutorado, no Field Museum (Chicago, EUA). Atualmente é Professor Adjunto e Pesquisador da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, onde coordena o Laboratório de Mastozoologia desta instituição. Tem experiência na área de Zoologia, com ênfase em Vertebrados, atuando principalmente em Sistemática (taxonomia e evolução) e Paleoecologia de Mamíferos Sul-americanos. O pesquisador é membro da Academia Brasileira de Ciências desde de 2013.

FIM MUNDO

FIM DO MUNDO

MUNDO FIM

FIM DO MUNDO SOBREVIVENTES

SOBREVIVENTES DO

... o singelo “veículo” que nos levaria ...

t a m b é m t r a n s p o r t a r i a p o r c o s ,

galinhas, mobília e um grupo de

d i s t i n t o s c a v a l h e i r o s q u e

comemoravam não sei o quê ..., mas o

litro de cachaça circulava.

- Esse ônibus consegue passar por

essa corrente de água?; e o mesmo,

sem titubear, respondeu com

segurança: - Oxê!! Isso aqui passa por

qualquer coisa!

de Dimila ao Museu do Homem Americano. Assim, no dia combinado para a entrega do veículo alugado e o encontro com Dimila em Barreiras, eu e Rodrigo Parisi-Dutra, naquele momento aluno de mestrado da Universidade Federal de Minas Gerais, tomamos nosso rumo. Chegamos a nosso destino, encontramos com Dimila, almoçamos, d e v o l v e m o s o v e í c u l o a l u g a d o e n o s encaminhamos para a rodoviária de Barreiras, para tomarmos um ônibus para o município de Dianópolis, no Tocantins, onde um dos membros da expedição nos aguardava, já que não havia ônibus direto para Aurora do Tocantins.

Ao chegarmos à rodoviária de Barreiras, nos deparamos com o singelo “veículo” que nos levaria até Dianópolis (tinha eixo, volante e quatro pneus; pára-choque, iluminação e estepe e s t a va m d e s a p a r e c i d o s ) , q u e t a m b é m transportaria porcos, galinhas, mobília e um grupo de distintos cavalheiros que comemoravam não sei o quê (também acho que eles não sabiam muito bem o quê), mas o litro de cachaça

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A correnteza fora do ônibus era

incrivelmente forte e quando “os

h e r ó i s ” s a í r a m d o v e í c u l o ,

imediatamente um deles foi sugado

para baixo do ônibus, quase se

afogando.

circulava. Assim, saímos de Barreiras e a primeira parada foi no município de Eduardo Magalhães, último município da Bahia, antes de entrarmos no Tocantins, onde se iniciou uma chuva torrencial. N o s s o s “ a m i g o s ” q u e c o m e m o r a v a m , aproveitaram para “se abastecer” ainda mais e também compraram mais “combustível”. Na sequência, o município de Eduardo Magalhães ficou no retrovisor e a imagem das plantações de trigo acompanhava todo nosso horizonte, uma olhada no relógio e o mesmo marcava pouco mais de duas horas da tarde. A chuva também havia cessado quando o nosso “veículo” (recuso-me a chamar de ônibus) deixou a rodovia principal e adentrou uma estrada secundária de “chão batido”. O que nos chamou a atenção foi que, dessa estrada, descia (sim, pois era uma pequena subida) algo muito parecido com um rio. Os três tiveram apenas um comentário: - Esse “veículo” (entre aspas novamente, para não utilizar a palavra de baixo calão original que os três usaram) vai enfrentar essa aguaceira? Mas esse pensamento não foi exclusividade nossa, pois vários companheiros da viagem iniciaram comentários no mesmo tema e em alta-voz e questionou-se o condutor: - Esse ônibus consegue

passar por essa corrente de água?; e o mesmo,

sem titubear, respondeu com segurança: - Oxê!!

Isso aqui passa por qualquer coisa! Cinco

segundos após o comentário (infeliz) do motorista, o transporte começou a falhar o motor, engasgar, andou mais 100 metros e morreu! O silêncio foi geral, por pelo menos 10 segundos, seguido de xingamentos generalizados sobre a pobre progenitora de nosso condutor. O mesmo, na maior tranqüilidade, tirou os sapatos e pôs os pés sobre o volante e disse: - Agora não saímos

daqui! Essa m*%#* quebrou!! Para piorar a

situação, novamente se iniciou a chuva torrencial, e o sábio condutor comentou: - Meu povo, fiquem

calmos, pois apesar da chuva, estamos seguros e salvos dentro do ônibus, não tem como piorar!

Mas tinha, e rapidamente o nível da água começou a subir e inundar o ônibus que, neste momento, já estava com as rodas submersas. Assim, o pânico tomou conta do nosso refúgio e nossos companheiros festeiros, encorajados pelo “heroísmo alcoólico”, acharam por bem sair do ônibus e ir caminhando até a rodovia. A correnteza

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fora do ônibus era incrivelmente forte e quando “os heróis” saíram do veículo, imediatamente um deles foi sugado para baixo do ônibus, quase se afogando. Um de seus colegas conseguiu resgatá-lo e eles continuaram sua caminhada peresgatá-lo “rio” até a rodovia, sumindo na escuridão (sim, já estava anoitecendo), com água acima da cintura.

É nessas horas que nascem os verdadeiros heróis e, na nossa aventura, não poderia ser diferente. Rodrigo, com a imponência de seus quase 2 metros de altura, resolveu que não ficaria ali parado esperando um milagre e, literalmente, arregaçou as mangas e as pernas da calça, e disse com tom de voz salvador: -Não se preocupem,

vou buscar ajuda (véio)! Todos tiveram esperança

naquele discurso, pois havíamos passado por algumas fazendas no caminho e ele disse que tentaria conseguir um trator para rebocar o ônibus. Os 30 minutos que se seguiram pareceram horas. Haviam muitas senhoras e crianças entre os passageiros e o desespero começou a se abater sobre todos, principalmente pela falta de comida e água potável, pela água que seguia subindo e pelo breu da noite que caía. Eis que surge “uma luz no fim do túnel”: os faróis de um trator, e nosso “herói” montado nele. Rodrigo havia conseguido um trator para rebocar o ônibus! Mas não era tão simples e a alegria durou pouco, pois não havia onde atar o trator ao ônibus e, além disso, a parte inferior ônibus estava soterrada pelo sedimento trazido pela água, então o mesmo também se encontrava “encalhado”. Neste momento, no sentido contrário ao que nosso ônibus tentara seguir, surgiram diversos caminhões que estavam impossibilitados de seguir em frente (pois nosso ônibus bloqueava a estrada). Eu e Dimila já não aguentávamos mais

ficar encarcerados em um ônibus em frangalhos, então fui até o Rodrigo e conversamos sobre sairmos do ônibus e tentar uma carona com um daqueles caminhões até a cidade mais próxima, que seria Eduardo Magalhães. Enquanto eu fui preparar psicologicamente Dimila para a travessia pela correnteza, Rodrigo foi conversar com o caminhoneiro sobre a possibilidade de uma carona. Ambos acertados, descemos do ônibus no escuro, com água até a cintura, enfrentamos

Eis que surge “uma luz no fim do

túnel”: os faróis de um trator, e nosso

“herói” montado nele.

nossos medos (cobras, sermos sugados para debaixo do ônibus, sermos levados pela correnteza), e juntos e de mãos dadas, pude sentir o que o ser humano é capaz quando o sentido de sobrevivência fala mais alto. Chegamos encharcados ao caminhão, mas aliviados! Este era de transporte de gado e, já em segurança na cabine do caminhão, uma grande sensação de alívio nos encheu, sendo esta interrompida por um comentário do motorista: -É

a primeira vez que levo 50 bois na caçamba e uma novilha aqui na cabine!, se dirigindo a Dimila e

dando uma batidinha na perna dela (desculpa Dimila, mas não poderia deixar de citar isso!!). Assim, o silencio se abateu na cabine, e seguimos até Eduardo Magalhães. Porém, nossa aventura não terminou ao chegarmos à cidade. Paramos em um hotel de beira de estrada (molhados, com frio e morrendo de fome) e ainda precisávamos chegar a Aurora do Tocantins, pois o restante da expedição nos esperava para voltarmos para o Rio de Janeiro. Contatamos a equipe e avisamos que daríamos um jeito de chegar até eles.

Conversando com os funcionários do hotel, descobrimos que a enchente foi produto do rompimento de uma barragem, e não pela chuva. Sim, podemos dizer que somos sobreviventes de uma catástrofe. Secamo-nos como podíamos e jantamos uma comida caseira deliciosa, e não era pela ansiedade. Resolvemos quase todos nossos problemas, só nos faltava acertar como voltaríamos a Aurora. No hotel, nos indicaram um motorista de táxi que poderia nos levar. Ligamos para ele e acertamos o valor, que não foi nada abusivo. Finalmente tudo começava a se acertar! Mas não tão rápido. O motorista de táxi dirigia como um louco em uma estrada extremamente perigosa, cheia de curvas e buracos, além de caminhões e poças de água gigantescas devido à chuva. Eu convenci o Rodrigo e a Dimila a dormirem, enquanto eu “controlava” nosso motorista. Foram as outras quatro horas mais longas da minha vida! Chegamos sãos e salvos em Aurora, onde um delicioso churrasco nos esperava, um pouco de tranquilidade para um fim de viagem que espero não reviver por um bom tempo!

- É a primeira vez que levo 50 bois na

caçamba e uma novilha aqui na

cabine!

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Entrevista com o Dr. Aristóteles de Moraes Rios Netto

Graduado em Geologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1985), possui mestrado (1991) e doutorado (2011) em Geologia pela mesma universidade, onde atualmente é professor. Tem experiência na área de Geociências com ênfase em Paleontologia Estratigráfica, atuando principalmente em bioestratigrafia, foraminíferos, Quaternário, paleoecologia e Bacia de Santos.

Como surgiu o interesse em se tornar paleontólogo?

Desde antes de entrar na faculdade, tinha interesse em áreas como História e Biologia. Ao escolher o curso superior, com vista a uma futura profissão, preferi algo mais técnico, mantendo aquelas áreas como apenas de interesse pessoal. Já na faculdade, conheci a Paleontologia, que me ofereceu “o caminho do meio”.

Como escolheu sua área de pesquisa?

A Paleontologia me permitiu, justamente, combinar meu interesse pela história da Terra e a história da vida. Em especial, a Micropaleontologia – minha área de atuação – envolve rocha e Vida, de uma maneira que é também técnica, e não apenas biológica. É investigação da Vida, porém feita através de rochas. E seus resultados são extremamente aplicáveis sob o ponto de vista econômico – isto me fascina.

Atualmente, quais são suas linhas de pesquisa?

Bioestratigrafia e estudos de paleoambientes com base em microfósseis, em especial, os foraminíferos.

Como é a sua rotina de trabalho como professor e pesquisador?

Ministro principalmente as disciplinas de Paleontologia e Micropaleontologia (Graduação) e Nomenclatura Estratigráfica (Pós-graduação), e atualmente sou o Coordenador do curso de Graduação em Geologia da UFRJ. Coordeno o Laboratório de Micropaleontologia Aplicada ( L a b M i c r o ) , d o D e p a r t a m e n t o d e Geologia/IGEO/UFRJ, que existe desde o início da década de 1990. No LabMicro temos projetos na área de Micropalentologia aplicada à exploração de hidrocarbonetos, com o apoio de empresas da área.

PALEONTÓLOGO EM FOCO

Quantos alunos você orienta atualmente? Está aceitando novos alunos?

Tenho, no momento, 2 alunos de Graduação e 4 de Mestrado. E sim, sempre há vaga para mais um... é i m p o r t a n t e r e c e b e r n o v o s a l u n o s constantemente – isso traz renovação.

A Paleontologia me permitiu,

justamente, combinar meu interesse

pela história da Terra e a história da

v i d a . E m e s p e c i a l , a

Micropaleontologia envolve rocha e

Vida, de uma maneira que é

também técnica, e não apenas

biológica. É investigação da Vida,

porém feita através de rochas.

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... é sempre gratificante ensinar

quem está disposto a aprender.

O que você espera de um estagiário?

Dedicação. Quem se dedica inteiramente ao que está fazendo, sempre apresentará resultados interessantes; é sempre gratificante ensinar quem está disposto a aprender.

Na sua opinião, que deveres um orientador deve ter em relação a seus alunos?

Também dedicação. Se espero dedicação de meus orientandos e alunos, tenho que me dedicar a ensiná-los também, para que ambos ganhem nessa relação.

Qual a maior contribuição que você deseja deixar para a Paleontologia?

Que pergunta difícil!!! Pretendo viver, fazer um bom trabalho – ser honesto no que se faz já é uma grande contribuição.

Quais são suas perspectivas futuras para a Paleontologia, em um prazo de 4 ou 5 anos? Em todas as áreas, o que se pode dizer com certeza, é que uma quantidade imensa de conhecimento será gerada, em uma velocidade cada vez maior... Portanto, é preciso não ter a pretensão de saber tudo, mas somente de aprender a estudar.

Ainda não é membro da Sociedade Brasileira de Paleontologia? Associe-se através do site

A sua afiliação estará efetivada com o pagamento da primeira anuidade, cujo o valor atual é de R$170,00 para sócio e f e t i v o e R $ 8 5 , 0 0 p a r a s ó c i o colaborador (estudante).

A S o c i e d a d e B r a s i l e i r a d e Paleontologia, entidade técnico-científica sem fins lucrativos, é uma associação aberta a profissionais, pessoas e empresas que admirem e apoiem o objetivo de desvendar ou reconstituir os segredos da Terra.

www.sbpbrasil.org

No Brasil:

Encontro de História e Filosofia da Biologia 2014 06 a 08 de agosto de 2014 Ribeirão Preto, SP http://www.abfhib.org/ IX Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados e 2º Simpósio Evolução dos Lepidossauros na Gondwana

25 a 29 de agosto de 2014 Vitória, ES

http://sbpv.com.br/

47° Congresso Brasileiro de Geologia 21 a 26 de setembro de 2014 Salvador, BA http://www.47cbg.com.br/ II Simpósio Brasileiro de Paleoinvertebrados 09 a 14 de novembro de 2014 Ponta Grossa, PR No Exterior: 4th International Palaeontological Congress 28 de setembro a 03 de outubro de 2014 Mendoza, Argentina http://www.ipc4mendoza2014.org.ar SVP 74th Annual Meeting 05 a 08 de novembro de 2014 Berlim, Alemanha http://vertpaleo.org

First International Congress on Continental Ichnology [ICCI-2015] 21 a 27 de abril de 2015

El Jadida, Marrocos

http://www.fsj.ac.ma/fsj/IMG/pdf/Poster-ICCI_2015.pdf

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Atualmente, quais são suas linhas de pesquisa?

A Paleoologia, que é o estudo de ovos fossilizados, é a minha principal linha de pesquisa, com ênfase em ovos de dinossauros. Desenvolvo também estudos com ovos relacionados a outros grupos de répteis, como os crocodiliformes, por exemplo, e os ovos de aves também fazem parte dessa investigação dos aspectos reprodutivos. Estudos tafonômicos e paleobiológicos, bem como inferências paleoambientais e paleoclimáticas são a b o r d a g e n s c o m u m e n t e r e a l i z a d a s e complementam minhas pesquisas paleoológicas. Análises composicionais e isotópicas também estão presentes.

Como é a sua rotina de trabalho como professora e pesquisadora?

Na maior parte do tempo atuo como professora, pois como sou a única paleontóloga de minha Universidade, leciono para três cursos: Geologia, Biologia e Geografia. Assim, a pesquisa acaba ficando “em segundo plano”, quando não aparece, por vezes, uma atividade administrativa (chefia, representação em colegiados, conselhos, etc.) para diminuir ainda mais o tempo destinado às investigações/descobertas paleoológicas.

Quantos alunos você orienta atualmente? Está aceitando novos alunos?

Nesse momento, e em virtude de uma reestruturação dos espaços/infra-estrutura do Entrevista com a Drª Claudia Maria Magalhães

Ribeiro Martins

Possui Licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Paraná, mestrado e doutorado em Geociências pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Atualmente é Professora “Associado 1”, do Departamento de Geociências, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro/UFRRJ. Paleontóloga, é especializada na área de Paleoologia (estudos de ovos fossilizados). Outras áreas de atuação incluem Paleobiologia, Tafonomia e Ensino em Paleontologia. Coordena os grupos de pesquisa/CNPq “Paleoologia do Brasil e "Paleo Rural: estudos aplicados", e é pesquisadora colaboradora da Universidade Federal do Rio de Janeiro/UFRJ, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro/UNIRIO, da Universidade Federal de São Carlos/UFSCAR e da Universidad Nacional del Comahue/UNCOMA (Argentina) no desenvolvimento de pesquisas paleoológicas.

Como surgiu o interesse em se tornar paleontóloga?

Como bióloga, gostar de natureza (de modo geral) é “lugar comum”. Dentre as espécies que me atraía, eu tinha interesse em aves, especialmente pelas corujas, no que se referiam a “habitats”, aspectos alimentares e reprodutivos. Dentre outras opções de trabalho, o tempo passou, até que acabei voltando aos aspectos reprodutivos. Foi então que a Paleontologia entrou na minha vida!

Como escolheu sua área de pesquisa?

Tudo começou em um estágio no Museu Nacional/UFRJ, onde tive contato com um projeto para estudar os ovos fossilizados existentes no DNPM, o que, na época, não consegui. Já no mestrado, um dos meus professores, o Prof. Dr. Renato Rodolfo Andreis (DG/IGEO/UFRRJ), ao saber de meu problema de material, me ofereceu as cascas de ovos de dinossauros que ele coletara na Patagônia, Argentina, para que eu realizasse minha dissertação. Depois, já no doutorado, estudei os fragmentos de cascas e o ovo de dinossauro descoberto em 1997, coletados pelo CPPLIP em Peirópolis, Minas Gerais. Assim, tornei-me uma paleoóloga!

PALEONTÓLOGO EM FOCO

Como bióloga, gostar de natureza

(de modo geral) é “lugar comum”.

Eu tinha interesse em aves,

especialmente pelas corujas, no que

se referiam a “habitats”, aspectos

alimentares e reprodutivos.

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Departamento no qual estou vinculada, não estou com nenhuma orientação em curso. Até pouco tempo, orientei alunos em realização de monografias, bolsistas PIBIC/CNPq e estagiários. E não estou aceitando alunos para orientação no momento, em razão de afastamento para realizar meu pós-doutoramento.

O que você espera de um estagiário?

O estagiário deve estar comprometido com o seu trabalho e com o seu orientador, ter responsabilidade no cumprimento de suas atividades, independentemente de ser um estágio remunerado ou não.

Na sua opinião, que deveres um orientador deve ter em relação a seus alunos?

Inicialmente, o docente deve avaliar o aluno com vista à futura orientação. Isto porque o aluno muitas vezes tem expectativas, que podem ser realizáveis ou não. Outro aspecto são os próprios fósseis. Cada tipo tem uma sistemática distinta de estudo, à qual o futuro profissional deverá se adequar. E isto quando a rotina de pesquisa já se encontra estabelecida. Caso bem diferente é quando o objeto de estudo é inédito e então, professor e aluno terão que trabalhar com determinação para atingir resultados palpáveis. Em resumo, o orientador deve auxiliar no desenvolvimento da pesquisa do aluno, sem tutelá-lo.

Qual a maior contribuição que você deseja deixar para a Paleontologia?

Penso que cada paleontólogo, ao desenvolver suas pesquisas, deixa uma contribuição para as Geociências e para as Ciências Biológicas. Assim, eu gostaria que os resultados de meus estudos possam contribuir para uma melhor compreensão e entendimento dos aspectos reprodutivos, especialmente dos répteis pré-históricos brasileiros.

Quais são suas perspectivas futuras para a Paleontologia, em um prazo de 4 ou 5 anos? Dedicar mais tempo as minhas pesquisas paleoológicas, desenvolvendo trabalhos vinculados ao grupo de pesquisa “Paleoologia do Brasil”, com o intuito de ampliar e divulgar o conhecimento paleoológico. Além da pesquisa, como paleontóloga pretendo poder continuar a contribuir, integrar e agregar conhecimentos, tanto nas áreas de ensino de graduação e de pós-graduação em Geociências, quanto em eventos/atividades ligados a comunidade geocientífica e paleontológica.

INFORMES DO NÚCLEO

HOMENAGEM:

Bacharelado em Ciências Biológicas, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

Orientadores: Dr. Rafael Costa da Silva Serviço Geológico do Brasil-CPRM) e Dr. Leonardo dos Santos Avilla (UNIRIO)

Data de defesa: 18 de junho de 2014

DEFESA DE MESTRADO:

O s C e r v í d e o s ( M a m m a l i a : Cetartiodactyla) Pleistocênicos de cavernas no norte do Brasil: Diversidade e s i g n i f i c a d o p a l e o a m b i e n t a l e paleoclimático

Frederico Bonissoni Pêgo

Mestrado em Ciências Biológicas (Biodiversidade Neotropical), Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

Orientador: Dr. Leonardo dos Santos Avilla (UNIRIO) Data de defesa: 08 de agosto de 2014

Em reconhecimento às suas incontáveis contribuições à Paleontologia Brasileira, o Excelentíssimo Senhor Reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Prof. Carlos Antonio Levi da Conceição, outorgará o título de Doutor Honoris Causa ao Doutor Diogenes de Almeida Campos (Museu de Ciências da Terra, CPRM-Serviço Geológico do Brasil). A Sessão Solene do Conselho Universitário será realizada no no dia 22 de agosto de 2014 no auditório da Biblioteca do Museu Nacional, situado no Horto Botânico, Quinta da Boa Vista, São Cristóvão, Rio de Janeiro – RJ.

MONOGRAFIA DE GRADUAÇÃO:

Estudo morfológico dos fósseis de S c e l i d o t h e r i i n a e ( T a r d i g r a d a , Xenarthra) do Pleistoceno da Serra do Ramalho, Bahia

Dandara Evangelista Ferreira Bustamante

A g u a r d a m o s t a m b é m s u a s sugestões e colaborações para o boletim

PALEONOTÍCIAS ON-LINE

Entre em contato pelo e-mail

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PALEOARTE

Tupandactylus

Espécie de pterossauro descrito em 1997 por Alexander Kellner e Diogenes de Almeida Campos. Seus fósseis são provenientes da Bacia do Araripe e foram coletados próximos a cidade de Nova Olinda, CE.

Pintura digital.

Paleoartista: Paulo Márcio Esper Rio de Janeiro, RJ

Paulo Márcio Esper tem 23 anos é ilustrador e designer gráfico e atua nas área editorial, de infografia e quadrinhos. Apaixonado por dinossauros desde criança suas obras contem diversas ilustrações paleontológicas.

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PALEOARTE

Entre dinossauros e aves

Primeira imagem: O dromeossauro Linheraptor exquisitus, exibindo suas diferenças e semelhanças com as aves atuais.

Segunda imagem: Ilustração que acompanhou a publicação oficial do carcarodontossauro Siats

meekerorum, descoberto em 2013 nos EUA.

Paleoartista: Julio Lacerda

Julio Lacerda, recifense, tem 21 anos e é designer gráfico. Artista desde pequeno, sempre teve interesse em dinossauros e animais em geral como tantas crianças, mas diferente de muitas nunca abandonou este hobby. Há poucos anos decidiu se aprofundar na paleoarte, unindo sua admiração pela paleontologia com sua paixão por documentários sobre a vida selvagem, retratando espécies extintas em ambientes e circunstâncias corriqueiras e naturais, especialmente a relação entre dinossauros e aves. Desde 2012 vem lançando suas ilustrações digitais na internet, tendo contato com artistas e cientistas de diversos países.

Portfolio: paleoart.tumblr.com Email: j_lacerda_3@hotmail.com Telefone: (81) 9713-6550

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Núcleo RJ/ES

Sociedade Brasileira de Paleontologia Biênio 2013-2014

Presidente

Leonardo Avilla

UNIRIO - Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

Vice-presidente

Taissa Rodrigues

UFES - Universidade Federal do Espírito Santo 1º Secretário

Orlando Grillo

Museu Nacional - Universidade Federal do Rio de Janeiro

2ª Secretária

Aline Ghilardi

UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro 1ª Tesoureira

Camila Bernardes

UNIRIO - Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

2ª Tesoureira

Alice Souza

Universidade Estácio de Sá Diretor de Publicações

Rafael Costa da Silva

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