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Apelação Criminal nº , oriundo do Juizado Especial Criminal da Comarca de Curitiba.

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Academic year: 2021

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Apelação Criminal nº 0027371-37.2012.8.16.0182, oriundo do Juizado Especial Criminal da Comarca de Curitiba.

Apelante: Ivan Lelis Bonilha Apelado: Esmael Alves de Moraes

Interessado: Ministério Público do Estado do Paraná

Relatora: Juíza FERNANDA DE QUADROS JÖRGENSEN GERONASSO

APELAÇÃO CRIMINAL – CRIMES DE DIFAMAÇÃO E INJURIA - AÇÃO PENAL DE INICIATIVA PRIVADA - AUSÊNCIA DE PAGAMENTO DAS CUSTAS INICIAIS DENTRO DO PRAZO DECADENCIAL - INTELIGÊNCIA DO ART. 92 DA LEI 9.099/95, DO ART. 806, §2º DO CPP (APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA NOS JUIZADOS ESPECIAIS) - EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE. Recurso conhecido e desprovido.

Trata-se de recurso de apelação interposto por Ivan Lelis Bonilha em face da sentença que julgou extinta a punibilidade do querelado nos termos do artigo 806, do Código de Processo Penal e artigo 107, inciso IV, do Código Penal, haja vista tratar-se de ação penal privada, na qual não houve o recolhimento das custas iniciais no período decadencial.

Em suas razões, pugna o apelante pela reforma da sentença sob o argumento de que deveria ter sido intimado para proceder o recolhimento das custas; que o processo tramitou por mais de dois anos sem qualquer óbice.

Foi elaborado parecer pela d. Promotora de Justiça em exercício neste grau de jurisdição, que se manifestou pelo conhecimento e desprovimento do recurso, haja vista a falta de recolhimento das custas iniciais do processo, devendo ser mantida a extinção da punibilidade do querelado.

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É o relatório Passo ao voto

Satisfeitos os pressupostos processuais viabilizadores da admissibilidade deste recurso, deve ser ele conhecido.

No mérito, não assiste razão aos apelantes, eis que, verifica-se dos autos a ausência de recolhimento de custas iniciais dentro do prazo decadencial.

Após reflexão sobre o tema, esta Magistrada firmou entendimento quanto a necessidade de recolhimento das custas no caso de ação penal de iniciativa privada. Isto porque se devem considerar as peculiaridades dos juizados cíveis e criminais; se de um lado a eleição dos juizados cíveis é uma faculdade da parte, a competência do juízo criminal decorre de lei, não sendo possível, sob este viés, tratar com desigualdade e onerosidade aqueles que são obrigados a ingressar no juízo comum.

Veja-se, que já houve manifestação desta Relatora em caso semelhante:

APELAÇÃO CRIMINAL. AÇÃO PENAL PRIVADA. INÉPCIA DA QUEIXA-CRIME - AUSÊNCIA DE RECOLHIMENTO DAS CUSTAS PROCESSUAIS DENTRO DO PRAZO DECADENCIAL. INTELIGÊNCIA DO ART. 92 DA LEI 9.099/95, DO ART. 806, §2º DO CPP (APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA NOS JUIZADOS ESPECIAIS) E ART. DECISÃO : Diante do exposto, decidem os Juízes integrantes da 1ª Turma Recursal dos Juizados Especiais, conhecer do recurso e no mérito julgar prejudicado. O julgamento foi presidido pela Senhora Juíza Ana Paula Kaled Accioly, com voto e dele participou a Senhora Juíza Fernanda de Quadros Jorgensen Geronasso. (TJPR - 1ª Turma Recursal

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- 20120000097-4 - Xambrê - Rel.: LEO HENRIQUE FURTADO ARAUJO - - J. 21.06.2012)

Ainda, o entendimento de outros Tribunais:

JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS. AÇÃO PENAL PRIVADA. QUEIXA CRIME. CUSTAS INICIAIS. CONDIÇÃO DE PROCEDIBILIDADE. ARTIGO 806 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. EXTINÇÃO DO FEITO. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. 1- A instauração de ação penal privada, mediante oferecimento de queixa-crime, além do preenchimento das condições de procedibilidade, esta sujeita a prévio pagamento de custas. No rito dos Juizados Especiais Criminais, em atenção a regra posta no art. 92 da Lei 9.099/95, aplica-se subsidiariamente o Código de Processo Penal que estabelece, em seu art. 806, o pagamento das custas para as ações intentadas mediante queixa. Sendo assim, inaplicável ao procedimento criminal a isenção do pagamento prevista no art. 54 da Lei dos Juizados para os procedimentos de natureza civil. 2- Recurso Conhecido e Improvido. Sentença confirmada por seus próprios fundamentos, com súmula de julgamento servindo de acórdão, na forma do parágrafo 5º do Art. 82 da Lei 9.099/95. 3- Em face da sucumbência, condeno o recorrente ao pagamento das custas processuais. (APJ 2012011048370-2, 1ª Turma Recursal dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais do DF, Rel. Diva Lucy de Faria Pereira, Registro do Acórdão nº. 608652, Disponibilização no DJ: 13.08.2012, pag. 240)

Ademais, estabelece o artigo 806, do Código de Processo penal, que “salvo o caso do art. 32, nas ações intentadas mediante queixa, nenhum ato ou diligência se realizará, sem que seja depositada em cartório a importância das custas”.

A Resolução n.º 01/2005, do E. Tribunal de Justiça do Estado do Paraná também previa há época o recolhimento de custas (taxa judiciária) nos Juizados Especiais Criminais em se

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tratando de ação penal privada (artigos 34 e 35, da Resolução n.º 001/2005).

Assim, tem-se que o querelante ajuizou a mencionada queixa em 28.08.2012 (Evento 1.0 - Autos Principais), dentro do prazo decadencial de 06 (seis) meses. Contudo, não foi realizado o pagamento das custas iniciais, o que não legitima o querelante a prosseguir com a ação penal privada.

Importante consignar que inexiste pedido de justiça gratuita quando do ajuizamento da demanda e tampouco existem nos autos elementos capazes de demonstrar que fazia jus a ele, notadamente porque realizou o pagamento do preparo recursal.

Dessa forma, está extinta a punibilidade do querelado/apelado, ex vi do disposto no artigo 109, inciso IV, 2.ª figura, do Código Penal.

Diante o exposto, o voto é pelo conhecimento e no mérito desprovimento do recurso interposto, diante do não recolhimento das custas inicias, mantendo-se a extinção da punibilidade do apelado, nos exatos termos do voto.

Do dispositivo

Ante o exposto, esta Turma Recursal resolve, por unanimidade de votos, CONHECER E NEGAR PROVIMENTO a apelação interposta, nos exatos termos deste voto.

O julgamento foi presidido pelo Senhor Juiz Leo Henrique Furtado de Araújo (sem voto), e dele participaram a Senhora Juíza Fernanda de Quadros Jorgensen Geronasso (relatora), o Senhor Juiz Fernando Swain Ganem e o Senhor Juiz Aldemar Sternadt.

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Fernanda de Quadros Jorgensen Geronasso Juíza Relatora

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