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PERFIL INVESTIGADOR DO LICENCIANDO EM MATEMÁTICA DO ESTADO DO MARANHÃO. Celina Amélia da Silva CESC/UEMA/MA, Brasil

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PERFIL INVESTIGADOR DO LICENCIANDO EM MATEMÁTICA DO ESTADO DO MARANHÃO

Celina Amélia da Silva celina_amelia@yahoo.com.br

CESC/UEMA/MA, Brasil Carmen Teresa Kaiber

kaiber@ulbra.br ULBRA/RS, Brasil

Modalidade: Comunicação Breve Nível educativo: Universitário

Tema: Formação de professores e mestres.

Palavras chave: formação inicial em Matemática; perfil investigador do professor de Matemática.

A presente proposta de investigação será realizada no âmbito da formação de professores de Matemática e tem por objetivo pesquisar como o desenvolvimento das atividades curriculares dos cursos de Licenciatura em Matemática do Estado do Maranhão tem contribuído para a formação do perfil investigador do licenciando em Matemática. Entre as questões norteadoras da investigação, apontam-se: Como pode ser desenvolvido o perfil investigador durante a formação inicial do professor de Matemática? Que atividades estão propostas nos projetos pedagógicos dos cursos de Licenciatura em Matemática do Maranhão que contemplam a prática investigativa como experiência formativa? Nesse contexto, a investigação se insere em uma perspectiva qualitativa e os sujeitos, interlocutores da pesquisa, são estudantes e professores de instituições de ensino superior públicas do Maranhão. Ao final, pretende-se não só produzir conhecimentos sobre a formação de professores de Matemática no Estado, desvelando o aspecto investigativo desse processo, como também, a partir desse conhecimento, contribuir para o desenvolvimento dessa formação.

Introdução

Considera-se que as questões relativas à formação inicial de professores de Matemática devem ser pautadas por discussões e reflexões que objetivem a formação de um profissional crítico, criativo e autônomo, com capacidade para enfrentar os desafios educacionais decorrentes das transformações sociais e tecnológicas atuais. Nessa perspectiva, entende-se que o desenvolvimento da competência investigativa tem muito a contribuir para a formação de professores que atendam a essas características, devendo fazer parte da mesma.

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Aliada a essa visão, considera-se que questões sociais, culturais e econômicas conferem características próprias aos processos educativos de todos os níveis, em uma determinada região ou Estado, o que enseja o desenvolvimento de investigações locais. Nesse contexto, e tendo como foco desvelar aspectos relativos à formação inicial de professores de Matemática no Estado do Maranhão, o presente trabalho se constitui em uma proposta de investigação acerca do perfil investigador do licenciando em

Matemática no referido Estado.

A investigação encontra respaldo no Parecer CNE/CP nº 9/2001, o qual apresenta uma crítica às instituições formadoras, as quais dão um tratamento inadequado à pesquisa na formação do professor.

A formação de professores para os diferentes segmentos da escola básica tem sido realizada muitas vezes em instituições que não valorizam a prática investigativa. Além de não manterem nenhum tipo de pesquisa e não perceberem a dimensão criativa que emerge da própria prática, não estimulam o contato e não viabilizam o consumo dos produtos da investigação sistemática. Com isso, a familiaridade com os procedimentos de investigação e com o processo histórico de produção e disseminação de conhecimento é, quando muito, apenas um item a mais em alguma disciplina teórica, sem admitir sua relevância para os futuros professores. (BRASIL, 2001).

De acordo com orientações contidas no Parecer, a valorização da pesquisa dará sustentação teórico-prática para o desenvolvimento de competências referentes ao processo de investigação por meio de ações como “Sistematizar e socializar a reflexão sobre a prática docente, investigando o contexto educativo e analisando a própria prática profissional; utilizar resultados de pesquisa para o aprimoramento de sua prática profissional”(BRASIL, 2001, p.3).

Concordando com as orientações expressas no Parecer, entende-se que oportunizar aos professores em processo de formação inicial o desenvolvimento de um perfil investigativo abre possibilidades para que os mesmos passem a produzir e re(significar) saberes que fazem parte, principalmente, da sua prática profissional tendo como foco a aprendizagem dos educandos, o que contribui, também, para o seu desenvolvimento profissional.

As orientações preconizam, ainda, que o perfil investigador do licenciando será desenvolvido com atividades teórico-práticas, tendo relação com a qualidade do ensino e da aprendizagem dos alunos. Para tanto a competência investigativa deve ser composta por habilidades, entre as quais, “contribuir para a realização de projetos coletivos dentro da escola básica” (BRASIL, 2001, p. 4).

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Além da legislação que orienta a formação de professores no Brasil, busca-se apoio em Alarcão para estabelecer que um conceito de professor investigador, no exercício da profissão e na própria formação, deve atender a dois princípios:

1º principio: todo professor verdadeiramente merecedor deste nome é, no seu fundo, um investigador e sua investigação tem intima relação com a sua função de professor;

2º principio: formar para ser investigador implica desenvolver competências para investigar na, sobre e para a ação educativa e para partilhar resultados e processos com os outros, nomeadamente com os colegas. (2001, p.3).

Estes princípios indicam a necessidade do professor ter clareza da importância do seu papel e o compromisso em interferir na realidade educacional, para o que deverá compreender e analisar os problemas de ensino, avaliar sua atuação, questionar o currículo e trabalhar de forma colaborativa com seus pares.

Estas reflexões conduzem a questionamentos sobre se, efetivamente, os egressos dos cursos de Licenciatura em Matemática tem recebido a formação adequada no que se refere à formação do perfil investigativo mencionado, com o desenvolvimento das competências advindas dessa formação. É nessa perspectiva que a presente investigação se insere.

A pesquisa na formação inicial de professores de Matemática

Os documentos oficiais que norteiam a elaboração dos Projetos Pedagógicos dos cursos de formação de professores da Educação Básica contemplam a preocupação com o desenvolvimento de atividades de investigação pelo professor. Essa preocupação já estava presente na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB (BRASIL, 1996) que em seu artigo 43, indica que a educação superior tem por finalidade:

I - estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo;

III - incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando o desenvolvimento da ciência e da tecnologia e da criação e difusão da cultura, e, desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio em que vive.

Na Resolução CNE/CP 1/2002, os Art. 2º e 3º se referem às orientações inerentes a formação para a atividade docente, de onde se destacam:

O ensino visando à aprendizagem do aluno; o aprimoramento em práticas investigativas; a pesquisa, com foco no processo de ensino e de aprendizagem, uma vez que ensinar requer tanto dispor de conhecimentos e mobiliza-los para a ação, como compreender o processo de construção do conhecimento. (BRASIL, 2002).

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Isto significa que os profissionais ao término da formação inicial devem ter sido iniciados em atividades de pesquisa, direcionados em conformidade com o projeto político pedagógico dos cursos escolhidos, a concretização de seus anseios profissionais e o atendimento aos problemas sociais da realidade em que está inserido.

Os indicadores das avaliações oficiais realizadas no país oriundas do Sistema de Avaliação da Educação Básica – SAEB, Prova Brasil e Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM evidenciam que, no Maranhão, o desempenho dos estudantes da educação básica, está muito abaixo da média 6 (seis) esperada para o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - IDEB. Na visão de Gonçalves e Gonçalves:

Num país como o Brasil de dimensões continentais e de realidades múltiplas, quer do ponto de vista das características do ambiente físico, biológico, social e político, torna-se mais evidente, ainda, a necessidade de considerar, num curso de formação, além das questões de domínio geral, aquela de natureza especifica das realidades loco- regionais. (2007, p.111).

Os autores citados defendem a ideia do ensino como pesquisa e da pesquisa no ensino por acreditarem que ela pode favorecer transformações significativas na formação do professor formador de professores e do professor em formação (GONÇALVES e GONÇLVES, 2007, p.123).

Considera-se, também, a importância do professor formador nas suas atividades docentes desenvolver projetos, preferencialmente no âmbito da educação básica, para aproximação dos futuros docentes com a realidade da educação brasileira e fomentar o tripé ensino, pesquisa e extensão.

O fazer docente na perspectiva da investigação

Considera-se que existem várias formas de ação de um professor para que seus alunos obtenham sucesso em suas aprendizagens. Para tanto, o mesmo precisa ter desenvolvido durante a sua formação competências profissionais “construídas processualmente, com práticas de ação/reflexão/ação numa dinâmica dialética e continua que transforma prática em conhecimento e vice-versa.” (PIRES, 2000, p.13). O processo de investigação se insere nesse contexto e sobre o mesmo Freire deixa clara a concepção de investigação como intrínseca à atividade docente quando afirma que:

Ensinar exige pesquisa. Não, há ensino sem pesquisa. Esses que-fazeres se encontram um no corpo do outro. Enquanto ensino contínuo buscando, reprocurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar, constatando, intervenho intervindo educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade. (2009, p.29).

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É nesse sentido que se acredita ser essencial o desenvolvimento do perfil investigador na formação inicial, o que possibilita o exercício de habilidades que vão permitir ao licenciado em Matemática agir com mais competência e conhecimento frente a situações que se apresentam na sua atividade docente. Segundo Maciel (2004, p.97) é de importância fundamental desenvolver uma constante ação investigativa na prática pedagógica desde a formação inicial do professor, pois essa atitude o tornará reflexivo, sendo a pesquisa um dos condicionantes para a reflexão, isto é, o professor reflexivo fará dessa ação na sua prática o norteamento de pesquisas. Imbernón também expressa essa visão quando afirma:

É imprescindível uma formação que permita uma visão crítica do ensino, para se analisar a postura e os imaginários de cada um frente ao ensino e aprendizagem, que estimule o confronto de preferências e valores e na qual prevaleça o encontro, a reflexão entre pares sobre o que fazem como elemento fundamental na relação educacional. A formação, baseada na reflexão será um elemento importante para se analisar o que são ou acreditam ser os professores e o que fazem e como fazem. (2010, p.79).

Ainda com o apoio no que diz Imbernón (2010) é preciso que o egresso ao sair da instituição formadora tenha competência para ensinar, investigar e compromisso político com a qualidade do ensino que fará.

Fiorentini, nessa mesma perspectiva, é categórico no entendimento da necessidade dos professores, no seu processo de formação, vivenciarem a possibilidade de desenvolver um perfil investigador como uma opção, afirmando que:

Nesse contexto reivindico a formação do professor pesquisador como aquele profissional que, ao optar pela luta (que é fundamentalmente) coletiva por alternativas variáveis e comprometidas com a especialidade e o valor do trabalho docente e com uma educação que fomente nas crianças a potencialidade de inventar e lançar as bases de um mundo diferente daquele anteriormente esboçado seja capaz de se engajar na busca de uma pedagogia e de uma escola que consiga trabalhar nesse meio adverso. (2007, p.41).

Assim, considera-se que a formação licenciando deva ocorrer e ser consolidada, a partir do desenvolvimento de um perfil investigativo em articulação com um processo de reflexão-ação-reflexão. Para tanto, os Projetos Pedagógicos devem ser elaborados e executados contemplando essa possibilidade. A este respeito comungamos com Alarcão ao afirmar que:

A noção de professor reflexivo baseia-se na consciência da capacidade de pensamento e reflexão que caracteriza o ser humano como criativo e não como mero reprodutor de idéias e práticas que lhe são exteriores. É central, nesta conceitualização, a noção do profissional como uma pessoa que, nas situações profissionais, tantas vezes incertas e imprevistas, atua de forma inteligente e flexível, situada e reativa. (2003, p. 41).

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As instituições formadoras devem favorecer espaços aos licenciandos para o desenvolvimento da capacidade reflexiva com autonomia e responsabilidade, considerando os desafios da educação para a progressão dos estudantes.

A investigação proposta

As orientações contidas na legislação aliadas a reflexões com base nos aportes teóricos deram suporte a presente investigação, a qual tem por objetivo investigar os cursos de formação de professores de Matemática do Estado do Maranhão no que se refere ao desenvolvimento do perfil investigador do licenciando.

A partir desse objetivo as seguintes questões norteiam, inicialmente, a investigação: • Que ações estão postas nos Projetos Pedagógicos dos Cursos de Licenciatura em Matemática das Instituições Públicas do Estado do Maranhão que contemplam a prática investigativa como experiência formativa?

• Em quais espaços e como ocorre a formação do perfil investigador do licenciando em Matemática?

• Qual a visão dos licenciandos das Instituições mencionadas sobre seu processo de formação?

• A formação do perfil investigador faz parte dos seus processos de formação?

A partir dessas questões norteadoras estabelecem-se os seguintes objetivos específicos: • Investigar em quais espaços e como ocorre a formação do perfil investigador do licenciando em Matemática no estado do Maranhão. • Analisar se e como a vinculação das disciplinas didático-pedagógicas às demais disciplinas contribui para a formação e aprimoramento da prática investigativa.

• Analisar se e como a pesquisa no âmbito das instituições formadoras contribui para a formação do perfil investigador do futuro professor.

• Investigar como os cursos desenvolvem a articulação entre ensino, pesquisa e extensão.

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• Pesquisar a visão dos licenciandos sobre seu processo de formação no que se refere à formação do perfil investigador.

Buscando responder as questões de pesquisa e atingir os objetivos propostos, a investigação seguirá uma abordagem qualitativa. Será desenvolvida a partir da análise documental dos Projetos Pedagógicos dos Cursos de Licenciatura em Matemática no Estado do Maranhão, contando, também, com a realização de entrevistas gravadas em áudio, aplicação de questionários e observação participante. Busca-se em Bogdan e Bilken (1994) e Bardin (2001) o respaldo teórico para o processo metodológico e posterior organização e análise de dados.

A investigação vai se desenvolver nos Cursos de Licenciatura em Matemática da Universidade Estadual do Maranhão – UEMA, da Universidade Federal do Maranhão – UFMA e do Instituto Federal de Educação Tecnológica –IFMA, seguindo uma perspectiva qualitativa. Os sujeitos interlocutores da pesquisa serão diretores de curso e chefes de departamento, professores e alunos dos cursos mencionados que, espontaneamente, concordarem em participar da investigação.

Considerações Finais

Pretende-se com esta investigação desvelar aspectos importantes do processo de formação de professores no Estado do Maranhão, em uma relação dialética de troca de saberes entre os sujeitos envolvidos e a pesquisadora, constituindo elementos que permitam propor estratégias para a execução de um currículo na perspectiva formadora do perfil investigativo do docente.

Referências

ALARCÃO, I. Professores reflexivos em uma escola reflexiva. SP: Cortez, 2003. BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo.Trad. Luís Antero Reto e Augusto Pinheiro.Lisboa: Edições 70, 2002.

BOGDAN, R; BIKLEN, S. Investigação qualitativa em Educação. Lisboa - Portugal: Porto Editora, 1994.

BRASIL, Lei Federal nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Dispõe sobre as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília, DF, 1996.

BRASIL, Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Parecer nº 009/2001, aprovado em 08/05/2001. Diretrizes Curriculares Nacionais para

Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, cursos de

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BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Parecer nº 001/2002, de 18 de fevereiro de 2001. Brasília, 2001.

GONÇALVES; GONÇALVES, T. V. O. Reflexões sobre uma prática docente situada: buscando novas perspectivas para a formação de professores. IN: GERALDI, C. FIORENTINI, D. e PEREIRA, E. (org.) Cartografias do trabalho docente: professor

(a) – pesquisador (a). Campinas, SP. Mercado das Letras, 1998.

FIORENTINI, D.; GRANDO, R. C.; MISKULIN, R. G. S. Práticas de formação e de

pesquisa de professores que ensinam matemática. Campinas-SP: Mercado de Letras,

2009.

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessárias à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2000.

IMBERNÓN, F. Formação continuada de professores. Porto Alegre: Artmed, 2010. PIRES, C. M. Novos desafios para os cursos de Licenciatura em Matemática. Educação Matemática em Revista, SBEM Ano 7, n. 8, p. 10-15, junho 2000.

Referências

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