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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores SALLES ROSSI (Presidente sem voto), MOREIRA VIEGAS E LUIS MARIO GALBETTI.

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Registro: 2017.0000291677

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº 1050903-28.2014.8.26.0100, da Comarca de São Paulo, em que é apelante MARIA DE LOURDES BEZERRA OLIVEIRA, são apelados EVEN-SP 51 11 EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA (ATUAL DENOMINAÇÃO DE) e

IRIGNY EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS S.A. (ANTIGA DENOMINAÇÃO DE).

ACORDAM, em sessão permanente e virtual da 20ª Câmara Extraordinária de

Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: Deram provimento ao recurso. V. U., de conformidade com o voto do relator, que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Desembargadores SALLES ROSSI (Presidente sem voto), MOREIRA VIEGAS E LUIS MARIO GALBETTI.

São Paulo, 28 de abril de 2017.

James Siano Relator Assinatura Eletrônica o ri g in a l a s s in a d o d ig it a lm e n te p o r J A M E S A L B E R T O S IA N O . p ro c e s s o 1 0 5 0 9 0 3 -2 8 .2 0 1 4 .8 .2 6 .0 1 0 0 e c ó d ig o 5 9 D B 8 8 E . é c ó pi a d o in fo rm e o e n to f o i l ib e ra d o n o s a u to s e m 2 8 /0 4 /2 0 1 7 à s 1 0 :3 5 , o o ri g in a l, a c e s s e o s it e h tt p s :/ /e s a j. tj s p .j u s .b r/ e s a j,

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VOTO Nº: 28217

APEL. Nº: 1050903-28.2014.8.26.0100 COMARCA: São Paulo

MM. Juiz(a) de 1º grau : Dr. (a) Tamara Hochgreb Matos APELANTE (S): Maria de Lourdes Bezerra Oliveira

APELADO (S): Even-SP 51 11 Empreendimentos Imobiliários (atual denominação de)

AÇÃO DE RESCISÃO CONTRATUAL CUMULADA COM RESTITUIÇÃO DE QUANTIAS PAGAS. Compromisso de venda e compra de imóvel. Sentença de procedência em parte para decretar a rescisão, determinar a devolução de 90% dos valores pagos, com rejeição do pedido de restituição dos valores despendidos a título de comissão de corretagem. Sucumbência recíproca. Redistribuído por força da Resolução 737/2016.

Apela a autora sustentando a necessidade de devolução das despesas comissionais.

Cabimento.

Ilegitimidade passiva. Insubsistência. Ré partícipe do ato reputado como ilícito.

Comissão de corretagem. Ausente no contrato de compromisso o valor destacado. Contratação do serviço de assessoria imobiliária em separado. Vinculação e cobrança da comissão de corretagem não se coadunam com o que restou determinado pelo STJ em recurso repetitivo.

Recurso provido para condenar a ré a restituir à autora o valor desembolsado a título de comissão de corretagem. Sucumbência atribuída à ré.

Trata-se de apelação interposta em face da sentença de f. 124/128, que julgou procedente em parte ação de rescisão contratual cumulada com restituição de quantias pagas proposta por Maria de Lourdes Bezerra

Oliveira contra Irigny Empreendimentos Imobiliários S/A (Even), para declarar a rescisão do compromisso, condenar a ré a devolver 90% dos valores pagos, com rejeição do pedido de devolução do valor despendido a título de comissão de corretagem. Sucumbência recíproca.

Apela a autora (f. 136/146), sustentando: (i) ausente no contrato de promessa de venda e compra firmado com a incorporadora qualquer previsão de que deveria responder pelas verbas comissionais aos corretores contratados pela vendedora; (ii) inexistência do serviço de intermediação; (iii) venda casada; (iv) atribuição da sucumbência em desfavor da parte contrária.

Recurso recebido e respondido (f. 152/167).

Apelação nº 1050903-28.2014.8.26.0100 - São Paulo - Voto nº 28217 SGOF 2

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Distribuído inicialmente à 5ª Câmara de Direito Privado ao Relator Des. Erickson Gavazza Marques, por força da Portaria 1/2016 e

Resolução 737/2016, deste Egrégio Tribunal de Justiça, este recurso foi redistribuído à 20ª Câmara Extraordinária do Direito Privado.

É o relatório. O apelo procede.

Ilegitimidade passiva quanto ao pedido de devolução do valor despendido para comissão de corretagem.

A apelada alega ilegitimidade quanto ao pedido de devolução de valores referentes à comissão de corretagem pagos à empresa ou a profissionais contratados pela autora.

No entanto, a tese vincula a recorrida por ser partícipe no ato reputado como ilícito.

A indicação de ato ilícito em detrimento do consumidor determina que as empresas envolvidas respondam solidariamente pela reparação do dano.

Restituição do valor despendido a título de comissão de corretagem.

O STJ firmou tese quando do julgamento de recurso repetitivo acerca da possibilidade de transferir para o consumidor a obrigação de responder pelo custo da comissão de corretagem “desde que previamente informado o preço total da aquisição da unidade autônoma, com o destaque do valor da comissão de corretagem”. A cobrança da SATI vinculada ao compromisso restou afastada. Confira-se:

RECURSO ESPECIAL REPETITIVO. DIREITO CIVIL E DO CONSUMIDOR. INCORPORAÇÃO IMOBILIÁRIA. VENDA DE UNIDADES AUTÔNOMAS EM ESTANDE DE VENDAS. CORRETAGEM. CLÁUSULA DE TRANSFERÊNCIA DA OBRIGAÇÃO AO CONSUMIDOR. VALIDADE. PREÇO TOTAL. DEVER DE INFORMAÇÃO. SERVIÇO DE Apelação nº 1050903-28.2014.8.26.0100 - São Paulo - Voto nº 28217 SGOF 3

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ASSESSORIA TÉCNICO-IMOBILIÁRIA (SATI). ABUSIVIDADE DA COBRANÇA.

I - TESE PARA OS FINS DO ART. 1.040 DO CPC/2015: 1.1. Validade da cláusula contratual que transfere ao promitente-comprador a obrigação de pagar a comissão de corretagem nos contratos de promessa de compra e venda de unidade autônoma em regime de incorporação imobiliária, desde que previamente informado o preço total da aquisição da unidade autônoma, com o destaque do valor da comissão de corretagem.

1.2. Abusividade da cobrança pelo promitente-vendedor do serviço de assessoria técnico-imobiliária (SATI), ou atividade congênere, vinculado à celebração de promessa de compra e venda de imóvel.

II - CASO CONCRETO: 2.1. Improcedência do pedido de restituição da comissão de corretagem, tendo em vista a validade da cláusula prevista no contrato acerca da transferência desse encargo ao consumidor. Aplicação da tese 1.1.

2.2. Abusividade da cobrança por serviço de assessoria imobiliária, mantendo-se a procedência do pedido de restituição. Aplicação da tese 1.2.

III - RECURSO ESPECIAL PARCIALMENTE PROVIDO. (REsp 1599511/SP, Segunda Seção, Rel. Min. PAULO DE TARSO SANSEVERINO, j. 24.08.2016, g.n.).

O art. 7251 do Código Civil prevê o pagamento da comissão de

corretagem, ainda que o negócio ao final não se concretize.

Quanto à responsabilidade pelo pagamento, não obstante a praxe seja o pagamento da comissão de corretagem pelo vendedor do bem, diante da contratação do serviço de intermediação da venda, em que se coloca na posição de comitente-contratante, nada obsta que o comprador arque com tal ônus.

Todavia, para não evidenciar a ocorrência de venda casada,

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Art. 725. A remuneração é devida ao corretor uma vez que tenha conseguido o resultado previsto no contrato de

mediação, ou ainda que este não se efetive em virtude de arrependimento das partes.

Apelação nº 1050903-28.2014.8.26.0100 - São Paulo - Voto nº 28217 SGOF 4

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nos termos do art. 39, I, do CDC2, necessário constar no contrato o valor destacado dessa verba, para que a subscrição do instrumento represente a admissão expressa do consumidor da obrigação de responder por seu custeio.

Não se vislumbra no contrato de compromisso o valor destacado da comissão de corretagem (f. 32/62). O recibo de quitação da comissão de corretagem da imobiliária e de autônomos (f. 23/31) são documentos que não se coadunam com o que restou determinado pelo STJ.

Ante o exposto, dá-se provimento ao recurso para condenar a ré a devolver o valor despendido pela autora a título de comissão de corretagem. Correção monetária dos desembolsos e juros de mora de 1% ao mês a correr da citação. Ficam atribuídos à ré os ônus da sucumbência, com verba honorária arbitrada em 10% sobre o valor da condenação.

JAMES SIANO

Relator

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Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas: (Redação dada pela Lei

8.884, de 11.6.1994)

I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos;

Apelação nº 1050903-28.2014.8.26.0100 - São Paulo - Voto nº 28217 SGOF 5

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