B
OLETIM DE
I
NICIAÇÃO
C
IENTÍFICA
EM
M
ATEMÁTICA
– BICM
AT
V
OLUME
V
O
UTUBRO DE
2008
D
EPARTAMENTO DE
M
ATEMÁTICA
IGCE – R
IO
C
LARO
BOLETIM DE
INICIAÇÃO
CIENTÍFICA EM
M
ATEMÁTICA
– BICMAT
Comissão editorial
Ali eKimieMiwaLibardi
NativiVianaPereiraBertolo
SergioRobertoNobre
Editoração gráfica
ThiagodeMelo
Realização
ConselhodeCursodeGraduaçãoemMatemáti a
Departamento deMatemáti a
IGCE UnespRioClaro
O Boletim de Ini iaçãoCientí a em Matemáti a BICMaté uma
publi- açãoquesedestinaadifundirprioritariamentetrabalhosdeini iação ientí a
quefazem partede projetosdesenvolvidosporalunosdoCursode Graduação
em Matemáti a do IGCE Unesp Rio Claro. Eventualmente trabalhos de
Ini iaçãoCientí a realizados em outras instituiçõespoderãotambém ser
pu-bli adosneste Boletim.
OBICMatfoi riadoem1998enessaépo aforampubli adosdoisvolumes;
oprimeironoanode riaçãoeosegundoem2000.
Considerando aimportân ia daIni iação Cientí a para ograduando, e o
sempre res ente número de projetos desta natureza desenvolvidos em nossa
instituição,resolvemosreativarapubli açãodoBICMat, omISSN1980-024X.
Desta amos que a autoria dos trabalhos apresentados no BICMat é dos
alunos. Oorientadorguraapenas omo responsável ientí o.
Este Boletimtambém estáabertoàdivulgaçãodetrabalhosquenãosejam
frutosdeprojetosdeini iação ientí a,masquesejamdeinteressedosalunos
do ursodegraduaçãoemMatemáti a. Estestrabalhosserãosele ionadospelos
Editores.
Este númeroteveapoiodoGrupodePesquisa: TopologiaAlgébri a,
Difer-en ial e Geométri a edo Grupo PET/Matemáti a/Unesp/Rio Claro e estará
disponibilizadoeletroni amentenapáginadoDepartamentodeMatemáti ano
Teorema de Mayer-Vietoris
Allan Edley Ramos de Andrade . . . .
7
Sobre a Existên ia de Campos deVetores naEsfera
Diego Franchini Kwiatkoski . . . 17
Homeomorsmos e Homotopias
Karen Regina Panzarin . . . 51
Teorema Fundamental da Álgebra
Northon Canevari Leme Penteado . . . 57
A Conexão Como Invariante Topológi o
Cristiane Rodrigues, Flavia Graciani,
Paulo R. Isler e Rodrigo de S. Bortolucci . . . 63
Introdução à Dinâmi a na Vizinhança do Ponto Lagrangeano
L
1
AllanEdleyRamos de Andrade
Orientador(a): João Peres Vieira
Resumo:
OobjetivodestetrabalhoédemonstraroTeoremadeMayer-Vietoris.Palavras-chave:
homotopia, extensão, levantamento, grupos, seqüên ias exa-tas.1 Preliminares
Nesta seção resumiremos algumas denições, lemas, teoremas, orolários e
proposições ne essários para oentendimento da demonstração do teoremade
Mayer-Vietoris(Teorema17)naseção2. Todasaprovasdestaseçãopodemser
en ontradasnareferên ia[1℄. Ini iamos omo
Lema 1.
SejamX
umespaço,X
1
eX
2
sub onjuntosfe hados deX
, omX =
X
1
∪ X
2
. Sejaf : X
→ Y
uma função, ujas restriçõesf
1
: X
1
→ Y
ef
2
: X
2
→ Y
são ontínuas. Entãof
é ontinua.Definição 2.
H
0
(X)
éo onjuntodasfunções ontínuas
f : X
→ Z.
Lema 3.
Sef, g : X
7−→ Z
são funções ontínuas, denimos−f : X → Z
e(f + g) : X
→ Z
por(
−f)(x) = −f(x), (f + g)(x) = f(x) + g(x), ∀ x ∈ X
. Então−f
e(f + g)
são ontínuaseH
0
(X)
éum grupo omessaoperação.
Seja
f : X
→ Y
umafunção ontínua.Definição 4.
Denimosf
∗
: H
0
(X)
→ H
0
(Y )
porf
∗
(g) = g
◦ f.
Lema 5.
f
∗
éum homomorsmo. Se 1é aidentidade de X,1
∗
é aidentidade deH
0
(X)
. Sef : X
→ Y
eg : Y
→ Z
,então(g
◦ f)
∗
= f
∗
◦ g
∗
.
Definição 6.
Duasfunções ontínuasf, g : Y
→ X
são hamadashomotópi as, se existe uma função ontínuaF : Y
× I → X
onde para todoy
∈ Y
temosF (y, 0) = f (y)
eF (y, 1) = g(y)
. Quando isto o orre, dizemos queF
é uma homotopiaentref
eg
,edenotamos porF : f
≃ g
. Sef
é homotópi aauma função onstante,elaé hamadahomotopi amentenula.Lema 7.
Homotopiaéumarelaçãodeequivalên iaentrefunções ontínuasY
→
X.
Classesdeequivalên ia riadasapartirdarelaçãodehomotopiasão
hama-das lasses de homotopia; denotaremos por
[Y, X]
o onjunto das lasses de homotopiadasfunçõesf : Y
→ X
e[f ]
a lassedeequivalên ia ontendof
.Lema 8.
Considereh : Z
→ Y
,g : Y
→ X
eW
um outro espaço. Sendog
∗
: [X, W ]
→ [Y, W ]
,dada porg
∗
[f ] = [f
◦ g]
,temos queh
∗
◦ g
∗
= (g
◦ h)
∗
.Lema 9.
O onjuntoMAP(X, S
1
)
, omaoperação∗ : MAP(X, S
1
)
× MAP(X, S
1
)
→ MAP(X, S
1
)
dada por(f, g)
7→ f ∗ g : X → S
1
, onde(f
∗ g)(x) = f(x)g(x)
, é um grupo abeliano. Estaoperação∗
é ompatível omhomotopia. O onjunto[X, S
1
]
om aoperação∆ : [X, S
1
]
× [X, S
1
]
→ [X, S
1
]
dadapor
∆([f ], [g]) = [f
∗ g]
,adquire aestruturade umgrupo. Sef : Y
→ X
é ontínua,f
∗
: [X, S
1
]
→ [Y, S
1
]
éum homomorsmo. Denotaremos[X, S
1
]
, omaestruturadegrupoa ima,por
H
1
(X)
.
Problemas de levantamento. Dadas
f : X
→ Y
,g : Z
→ Y
ontínuas, quandoexisteh : X
→ Z
ontínua omg
◦ h = f
?Z
g
X
h
~
~
>>
~
~
f
// Y
Problemas de Extensão. Dadas
g : B
→ A
,f : B
→ C
ontínuas,quando existeh : A
→ C
ontínua omh
◦ g = f
?B
f
g
// A
h
~
~
~
~
C
Teorema 10.
DadoX
um espaço,f
e
0
: X
→ R
uma função ontínua eF :
X
× I → S
1
umahomotopia quepara ada
x
∈ X
,F (x, 0) = e( e
f
0
(x))
. Então existe umaúni ahomotopiaF : X
e
× I → R
ome
◦ e
F = F
eF (x, 0) = e
e
f
0
(x)
.Corolário 11.
Para todo espaçoX
, uma função ontínuaf : X
→ S
1
tem
um levantamento
f : X
e
→ R
se, esomente se,f
é homotópi a àuma função onstante.Prova:
ComoR
é ontrátil,f
e
é homotopi amente nula e assimf = e
◦ e
f
é homotopi amente nula. Re ipro amente,sejaF : f
0
≃ f
, omf
0
uma função onstante omimagemz
0
ea
0
∈ R
ome(a
0
) = z
0
. Consideref
e
0
omo sendo afunção onstante omimagema
0
. EntãopeloTeorema10,podemoslevantar ahomotopiaF
àF : X
e
× I → R
ome
◦ e
F = F
eF (x, 0) = e
e
f
0
(x)
. Denae
f : X
→ R
porf (x) = e
e
F (x, 1)
. Entãof
e
levantaf
pois(e
◦ e
f )(x) = e
◦ e
F (x, 1) =
F (x, 1) = f (x)
.Teorema 12.
SejamJ
um intervalo aberto emR
,A
eB
omo no teorema anterior. Entãoqualquerfunção ontínuaf : A
→ J
temumaextensão ontínuaF : B
→ J
.Proposição 13.
SejamB
um espaço,A
umsubespaçofe hado deB
,f
0
: B
→
S
1
e
g
t
: A
→ S
1
uma homotopia om
g
0
= f
0
|
A
. Entãog
t
pode ser estendida àumahomotopiaf
˜
t
omf
˜
0
= f
0
.Definição 14.
DadostrêsgruposX
1
, X
2
, X
3
edoishomomorsmosφ
1
, φ
2
for-mandouma seqüên iaX
1
φ
1
−→ X
2
φ
2
se
ker(φ
2
) = Im(φ
1
)
.Definição 15.
Denimos afunçãoe : R
→ S
1
por
e(t) = exp(2πit).
As pro-priedadesusuaisdafunçãoexponen ialmostramquee
é ontínuaesobrejetora,e queéumhomomorsmodogrupoaditivoR
paraogrupomultipli ativoS
1
,pois
e(t + u) = exp(2πi(t + u)) = exp(2πit + 2πiu) = exp(2πit) exp(2πiu) = e(t)e(u)
.Lema 16.
OKerneldee
éosubgrupoZ
dos inteiros.Prova:
ker(e) =
{x ∈ R; e(x) = 1} = {x ∈ R; exp(2πix) = 1}
. Masexp(2πix) = 1
⇐⇒ log(exp(2πix)) = log(1) ⇐⇒
⇐⇒ 2πix = ln |1| + i(arg(1) + 2kπ), k ∈ Z ⇐⇒
⇐⇒ 2πix = i2kπ ⇐⇒ x = k, k ∈ Z.
Portanto
ker(e) =
{x; x ∈ Z}
.2 O Teorema de Mayer-Vietoris
Nesta seçãoxaremosaseguintenotação:
Y
éumespaço;X
1
, X
2
são sub-espaçosfe hados omY = X
1
∪ X
2
eW = X
1
∩ X
2
(oqualtambéméfe hado). Denotaremosasfunçõesin lusões omonodiagramaX
1
j
1
A
A
A
A
A
A
A
A
W
i
1
==
|
|
|
|
|
|
|
|
i
2
!!B
B
B
B
B
B
B
B
k
// Y
X
2
j
2
>>
}
}
}
}
}
}
}
}
taisque,k = j
1
◦ i
1
= j
2
◦ i
2
.Teorema 17.
Existeum homomorsmoδ
∗
: H
0
(W )
→ H
1
(Y )
aseqüên ia
0
// H
0
(Y )
(j
∗
1
,−j
∗
2
)
// H
0
(X
1
)
⊕ H
0
(X
2
)
(i
∗
1
,i
∗
2
)
// H
0
(W )
δ
∗
//
δ
∗
// H
1
(Y )
(j
1
∗
,−j
2
∗
)
// H
1
(X
1
)
⊕ H
1
(X
2
)
(i
∗
1
,i
∗
2
)
// H
1
(W ) .
Prova:
ExatidãoemH
0
(Y )
: Dada(h : Y
→ Z) ∈ ker(j
∗
1
,
−j
2
∗
)
,então(j
1
∗
,
−j
2
∗
)(h) = (j
1
∗
(h),
−j
2
∗
(h)) = (0, 0),
ou seja,0 = j
∗
1
(h) = h
◦ j
1
= h
|
X
1
e também0 =
−j
∗
2
(h)
, o que impli a0 = j
∗
2
(h) = h
◦ j
2
= h
|
X
2
. ComoY = X
1
∪ X
2
temosh = 0
e portantoker(j
∗
1
,
−j
2
∗
) = 0
. ExatidãoemH
0
(X
1
)
⊕ H
0
(X
2
)
: Dada(j
∗
1
(f ),
−j
2
∗
(f ))
∈ Im(j
1
∗
,
−j
2
∗
)
,então(i
∗
1
, i
∗
2
)(j
1
∗
(f ),
−j
2
∗
(f )) = i
∗
1
◦ j
1
∗
(f ) + i
∗
2
◦ (−j
2
)
∗
(f ) =
= (j
1
◦ i
1
)
∗
(f )
− (j
2
◦ i
2
)
∗
(f ) = k
∗
(f )
− k
∗
(f ) = 0.
LogoIm(j
1
∗
,
−j
2
∗
)
⊆ ker(i
∗
1
, i
∗
2
).
(1.1) Re ipro amente,dada(g
1
, g
2
)
∈ ker(i
∗
1
, i
∗
2
)
, então0 = (i
∗
1
, i
∗
2
)(g
1
, g
2
) = i
∗
1
(g
1
) + i
∗
2
(g
2
) = g
1
|
W
+ g
2
|
W
.
Queremos en ontrarh
∈ H
0
(Y )
tal que(j
∗
1
,
−j
2
∗
)(h) = (g
1
, g
2
)
. Denamos entãoh : Y
→ Z
porh
|
X
1
= g
1
eh
|
X
2
=
−g
2
. Assim, temos queh
está bem denida poisg
1
|
W
+ g
2
|
W
= 0
, isto é,g
1
e−g
2
oin idem emW = X
1
∩ X
2
. Comog
1
eg
2
são ontínuaseX
1
eX
2
sãofe hados,pelolema1,h
é ontínua. Agora,g
1
= h
|
X
1
= j
∗
1
(h)
eg
2
=
−h|
X
2
=
−j
∗
2
(h)
, logotemos que(g
1
, g
2
) =
(j
∗
1
,
−j
2
∗
)(h)
eportantoker(i
∗
1
, i
∗
2
)
⊆ Im(j
1
∗
,
−j
2
∗
).
(1.2)Por(1.1)e(1.2)temos
ker(i
∗
Denição de
δ
∗
: Dada
l : W
→ Z
ontínua, ompondo om a in lusãoi : Z
→ R
,temosi
◦ l : W → R
ontínua,eportantopelo teorema12,podemos estenderi
◦ l
àumafunção ontínuag : X
1
→ R
. Denamosentãoh : Y
→ S
1
porh
|
X
1
= e
◦ g
,h
|
X
2
=
{1}
. Temos quee
◦ g : X
1
→ S
1
ec : X
2
→ S
1
omc(x) = 1,
∀ x ∈ X
2
, são ontínuaseaindatemosque oin idememW = X
1
∩ X
2
,pois,dadoy
∈ W =
X
1
∩ X
2
,temosg(y) = l(y)
∈ Z
,epelolema16(e
◦ g)(y) = e(g(y)) = 1 = c(y)
, eassim,pelo lema1temosqueh
é ontínua. Denamosδ
∗
(l) = [h]
.
δ
∗
está bem denida: Suponhaque exista
g
′
: X
1
→ R
outra extensão dei
◦l
. Entãoδ
∗
(l) = [h
′
]
ondeh
′
: Y
→ S
1
édadaporh
′
|
X
1
= e
◦g
′
eh
′
|
X
2
=
{1}
. Temosquemostrarqueh
≃ h
′
.
Seja
G : X
1
× I → R
dadaporG(x, t) = (1
− t)g(x) + tg
′
(x)
. Temosque
G
é ontínuapoisésoma defunções ontínuaseG(W
× I) = (i ◦ l)(W ) ⊆ Z
pois dado(w, t)
∈ W × I, G(w, t) = (1 − t)g(w) + tg
′
(w)
e omo
g
eg
′
sãoextensões
de
i
◦ l
, segue queG(w, t) = (1
− t)(i ◦ l)(w) + t(i ◦ l)(w) = (i ◦ l)(w)
. Assim podemosdenirH : Y
× I → S
1
porH(x, t) =
e
◦ G(x, t),
sex
∈ X
1
1,
sex
∈ X
2
.
Temosque
H
éumahomotopiaentreh
eh
′
, poisé ontínuapelolema1e
H(x, 0) =
e
◦ G(x, 0),
sex
∈ X
1
1,
sex
∈ X
2
= h(x),
H(x, 1) =
e
◦ G(x, 1),
sex
∈ X
1
1,
sex
∈ X
2
= h
′
(x).
Portantoh
≃ h
′
.δ
∗
éum homomorsmo: Dadasf : W
→ Z
ef
′
: W
→ Z
funções ontínuas,g : X
1
→ R
eg
′
: X
1
→ R
extensões ontínuasdei
◦ f
ei
◦ f
′
,respe tivamente, entãoδ
∗
(f ) = [h]
, ondeh : Y
→ S
1
é dadaporh
|
X
1
= e
◦ g
,h
|
X
2
=
{1}
, eδ
∗
(f
′
) = [h
′
]
,ondeh
′
: Y
→ S
1
édadaporh
′
|
X
1
= e
◦ g
′
,h
′
|
X
2
=
{1}
.Temos que
g + g
′
: X
1
→ R
, denida por(g + g
′
)(x) = g(x) + g
′
(x)
, é
uma extensão ontínua de
i
◦ (f + f
′
) : W
→ R
dada pori
◦ (f + f
′
)(x) =
i
◦f(x)+i◦f
′
(x)
,poisparax
∈ W
,(g+g
′
)(x) = g(x)+g
′
(x) = i
◦f(x)+i◦f
′
(x) =
i
◦ (f + f
′
)(x)
. Tambémg + g
′
é ontínuapoisésomadefunções ontínuas.
Assim,
δ
∗
(f + f
′
) = [h
′′
]
,ondeh
′′
: Y
→ S
1
édenida porh
′′
|
X
1
= e
◦ (g +
g
′
), h
′′
|
X
2
=
{1}
. Agora,e
◦ (g + g
′
) = (e
◦ g)(e ◦ g
′
) = h
|
X
1
h
′
|
X
1
= (hh
′
)
|
X
1
eh
′′
|
X
2
=
{1} = (hh
′
)
|
X
2
. Logoh
′′
= hh
′
, ondehh
′
: Y
→ S
1
é dada por(hh
′
)(x) = h(x)h
′
(x)
. Assim,δ
∗
(f + f
′
) = [h
′′
] = [hh
′′
] = [h][h
′
] = δ
∗
(f )δ
∗
(f
′
)
. ExatidãoemH
0
(W )
: (i)Im(i
∗
1
, i
∗
2
)
⊆ ker(δ
∗
)
. Dadosg
1
: X
1
→ Z ∈ H
0
(X
1
)
eg
2
: X
2
→ Z ∈ H
0
(X
2
)
, omi
∗
1
◦ g
1
= f
1
ei
∗
2
◦ g
2
= f
2
,queremosmostrarqueδ
∗
((i
∗
1
, i
∗
2
)(g
1
, g
2
)) = [k]
,ondek : Y
→ S
1
édadapor
k(x) = 1,
∀ x ∈ Y
. Comoi
◦g
1
éumaextensãodei
◦f
1
,temosqueδ
◦f
1
= [h
1
]
,ondeh
1
: Y
→ S
1
édadapor
h
1
|
X
1
= e
◦ (i ◦ g
1
)
,h
1
|
X
2
=
{1}
. Comoi
◦ g
1
(X
1
)
⊆ Z
,temospelo lema16 quee
◦ (i ◦ g
1
(X
1
)) =
{1}
; assimh
1
: X
1
→ S
1
é iguala funçãok
e portantoδ
∗
◦ f
1
= [h
1
] = [k]
. Sejag
2
′
: X
1
→ R
uma extensão dei
◦ f
2
: W
→ R
. Entãog
2
′
(x) =
(i
◦ g
2
)(x),
∀ x ∈ W
,poisambasasfunçõesestendemi
◦ f
2
. Denamosentão˜
h
2
: Y
→ R
porh
˜
2
|
X
1
= g
2
′
; ˜
h
2
|
X
2
= i
◦ g
2
que é ontínua pelo lema 1. Temos que
g
2
′
é uma extensão de
i
◦ f
2
e entãoδ
∗
(f
2
) = [h
2
]
,ondeh
2
: Y
→ S
1
edadoporh
2
|
X
1
= e
◦ g
2
′
eh
2
|
X
2
=
{1}
. Armamos queh
˜
2
éumlevantamentodeh
2
,poisparax
∈ X
1
,e
◦ ˜
h
2
(x) =
e
◦ g
2
′
(x) = h
2
(x)
eparax
∈ X
2
,e
◦ ˜
h
2
(x) = e
◦ (i ◦ g
2
(x)) = 1 = h
2
(x)
. Comoh
2
possuiumlevantamento,pelo orolário11temosqueh
2
éhomotopi amente nula. Assimh
2
≃ c,
onde é uma função onstante; e omo a função on-stantec
éhomotópi a àfunção onstantek
, temos[h
2
] = [k]
, edaí segue queδ
∗
(i
∗
1
, i
∗
2
)(g
1
, g
2
) = δ
∗
(f
1
+ f
2
) = δ
∗
(f
1
)δ
∗
(f
2
) = [h
1
][h
2
] = [k][k] = [k]
. (ii)Im(i
∗
1
, i
∗
2
)
⊇ ker(δ
∗
)
. Dadof : W
→ Z ∈ ker(δ
∗
)
, seja
g : X
1
→ R
uma extensãodei
◦ f
eh
omona deniçãodeδ
∗
(f )
nula, pois
[k] = δ
∗
(f ) = [h]
. Assimpelo orolário11 podemos en ontrar um
levantamento
eh : Y → R
deh
. Comoh(X
2
) =
{1}
, devemostere
◦ eh(X
2
) =
h(X
2
) =
{1}
,ousejaeh(X
2
)
⊆ Z
. Desta formaeh
deneuma funçãog
2
= e
h
|
X
2
:
X
2
→ Z
.Temostambémqueambasasfunções
eh|
X
1
eg
levantamafunçãoh
|
X
1
= e
◦g
e assim a bem denida a função
g
1
: X
1
→ Z
dada porg
1
(y) = g(y)
−
eh(y)
, pois paray
∈ X
1
,e
◦ g
1
(y) = e(g(y)
− eh(y)) = e(g(y))e(−eh(y)) =
(h
|
X
1
)(y)(e(e
h(y))
−1
= (h
|
X
1
)(y)((h
|
X
1
)(y))
−1
= 1
,ouseja
g
1
(y)
∈ Z
.Agora,para
w
∈ W
,g
1
eg
2
estãodenidas ef (w) = g(w) = g
1
(w) + e
h(w)
, ouseja,(i
∗
1
, i
∗
2
)(g
1
, g
2
) = i
∗
1
◦ g
1
+ i
∗
2
◦ g
2
= g
1
|
W
+ g
2
|
W
= g
1
|
W
+ e
h
|
W
= f
.Exatidão em
H
1
(Y )
: Ini ialmenteobservemosque
−j
∗
2
: H
1
(Y )
→ H
1
(X
2
)
édenidapor−j
∗
2
[h] = [h
◦ j
2
]
−1
(inversada lasse[h
◦ j
2
])
. (i)Im(δ
∗
)
⊆ ker(j
∗
1
,
−j
2
∗
)
. Dada(f : W
→ Z) ∈ H
0
(W )
,queremos mostrar que(j
∗
1
,
−j
2
∗
)δ
∗
(f ) = ([e
1
], [e
2
])
,ondee
1
: X
1
→ S
1
édadapore
1
(x) = 1,
∀ x ∈
X
1
ee
2
: X
2
→ S
1
édadapore
2
(x) = 1,
∀ x ∈ X
2
.Seja
g : X
1
→ R
umaextensãodei
◦f
eh
omonadeniçãodeδ
∗
(f )
. Então(j
1
∗
,
−j
2
∗
)δ
∗
(f ) = (j
1
∗
(δ
∗
(f )),
−j
∗
2
(δ
∗
(f ))) =
= (j
1
∗
([h]),
−j
2
∗
([h])) = ([h
◦ j
1
], [h
◦ j
2
]
−1
).
Temosqueh
◦ j
1
: X
1
→ S
1
édadapor
h
◦ j
1
(x) = e
◦ g(x)
poisj
1
(x)
∈ X
1
, ou seja,h
◦ j
1
possui um levantamentog : X
1
→ R
. Segue novamente pelo orolário 11 queh
◦ j
1
é homotopi amente nula e pelos mesmos argumentos feitosanteriormentetemos[h
◦ j
1
] = [e
1
]
.Temos também que
h
◦ j
2
é dado pela função onstante igual a 1, logo[h
◦ j
2
]
−1
= [e
2
]
−1
= [e
2
]
. Finalmente temosque(j
∗
1
,
−j
2
∗
)δ
∗
(f ) = ([h
◦ j
1
], [h
◦ j
2
]
−1
) = ([e
1
], [e
2
]).
(ii)
ker(j
∗
1
,
−j
2
∗
)
⊆ Im(δ
∗
)
. Dada[h]
∈ ker(j
∗
f
∈ H
0
(W )
om
δ
∗
(f ) = [h]
. Temosque
([e
1
], [e
2
]) = (j
1
∗
,
−j
2
∗
)[h] = ([h
◦ j
1
], [h
◦ j
2
]
−1
).
Assim
h
◦ j
1
≃ e
1
eh
◦ j
2
≃ e
2
,eportantoseguequeasrestriçõesh
|
X
1
= h
◦ j
1
e
h
|
X
2
= h
◦ j
2
sãofunçõeshomotópi asàsfunçõese
1
ee
2
respe tivamente. Pela proposição 13,ahomotopiaentreh
|
X
2
ee
2
pode serestendidaauma homotopiaentreh
eh
′
: Y
→ S
1
omh
′
|
X
2
=
{1}
. Agorah
′
|
X
1
éhomotópi aah
|
X
1
e omoh
|
X
1
éhomotópi aae
1
,temospelo lema7queh
′
|
X
1
éhomotópi aae
1
,eportantoseguepelo orolário11queh
′
|
X
1
temumlevantamento
g : X
1
→ R
.Seja
f = g
|
W
. Entãof
se levanta àfunçãoW
→ {1}
, poisparax
∈ W
,e
◦ f(x) = e ◦ g(x) = h
′
(x) = 1
. Logo
f
assume valores emZ
. Agora pela onstruçãodef
temos queδ
∗
(f ) = [h
′
] = [h]
. Exatidão emH
1
(X
1
)
⊕ H
1
(X
2
)
: (i)Im(j
∗
1
,
−j
2
∗
)
⊆ ker(i
1
∗
, i
∗
2
)
. Temosque(i
∗
1
, i
∗
2
)(j
1
∗
,
−j
2
∗
) = i
∗
1
j
1
∗
− i
2
∗
j
2
∗
= (j
1
◦ i
1
)
∗
− (j
2
◦ i
2
)
∗
= k
∗
− k
∗
= 0.
(ii)
ker(i
∗
1
, i
∗
2
)
⊆ Im(j
1
∗
,
−j
2
∗
)
. Dada([g
1
], [g
2
])
∈ ker(i
∗
1
, i
∗
2
)
,então[e] = (i
∗
1
, i
∗
2
)([g
1
], [g
2
]) = i
∗
1
([g
1
])i
∗
2
([g
2
]) = [g
1
◦ i
1
][g
2
◦ i
2
] = [g
1
|
W
][g
2
|
W
].
Assim[g
1
|
W
] = [g
2
|
W
]
−1
= [(g
2
|
W
)
−1
]
eg
1
|
W
≃ (g
2
|
W
)
−1
.
Pelaproposição13ahomotopiaentre
g
1
|
W
e(g
2
|
W
)
−1
podeserestendidaa
umahomotopiaentre
g
1
eg
1
′
omg
1
′
(w) = (g
2
(w))
−1
,paratodow
∈ W
. Agora denimosh : Y
→ S
1
porh
|
X
1
= g
1
′
eh(y) = g
2
(y)
−1
para todoy
∈ X
2
. Então,pelo lema1,h
é ontínua. Agoratemos(j
1
∗
,
−j
2
∗
)[h] = ([h
◦j
1
], [h
◦j
2
]
−1
] = ([h
◦j
1
], [(h
◦j
2
)
−1
]) = ([g
1
′
], [g
2
]) = ([g
1
], [g
2
]).
Abstract:
Thepurposeofthisworkisto provetheMayer-Vietoristheorem.Referências Bibliográficas
[1℄ WALL, C.T.C., A Geometri Introdu tion to Topology, Addison-Wesley
DiegoFran hiniKwiatkoski 1
Orientador(a): Ali eKimie Miwa Libardi
Resumo:
Nestetrabalhoapresentamosumestudosobreaexistên iade ampos devetoresnaesfera,usandograudeapli açãoeaseqüên iadeMayer-Vietoris.Palavras-chave:
seqüên iadeMayer-Vietoris, amposdevetores,graude apli- ações1 Introdução
Aexistên iade amposdevetoresfoiobjetodeestudodediversos
matemáti- osaolongodosanos. ATopologiaAlgébri a ontribuiuparaodesenvolvimento
da pesquisa mediante o usode alguns invariantes,tais omo ara terísti ade
Euler, lasses ara terísti asqueperten emaumdeterminadogrupode
oho-mologia.
Nesse trabalho provamos um resultado devidoaBrouwer-Poin arésobre a
existên iade amposdevetoresnaesfera,usando omoferramentaanoçãode
graudeapli ações,aqualdenimosabaixo. Foiimportantetambémo
onhe i-mentodaseqüên iadeMayer-Vietorisquenospermitiu al ularograudeuma
apli ação
f : S
n
→ S
n
denida por
f (x
1
, x
2
, . . . , x
n+1
) = (
−x
1
, x
2
, . . . , x
n+1
)
.2 Simplexos
Definição 1.
Sex
ey
sãopontosemR
n
,denimososegmento de
x
ay
omo{(1 − t)x + ty | 0 ≤ t ≤ 1}
. Um sub onjuntoC
⊆ R
n
é onvexose dados
x
ey
emC
,osegmento queunex
ay
estáinteiramente ontidoemC
. Note que 1umainterseçãoarbitráriade onjuntos onvexosé onvexa. Se
A
⊆ R
n
,ofe ho
onvexode
A
éainterseçãodetodosos onjuntos onvexosque ontémA
.Definição 2.
Ump
-simplexos
emR
n
é o fe ho onvexo de uma oleção de
p + 1
pontos{x
0
, . . . , x
p
}
na qualx
1
− x
0
, . . . , x
p
− x
0
formam um onjunto linearmente independente. Note que a denição independe da designação dequalpontoé
x
0
.Proposição 3.
Seja{x
0
, . . . , x
p
} ⊆ R
n
. Então as seguintes armações são
equivalentes:
(a)
x
1
− x
0
, . . . , x
p
− x
0
sãolinearmente independentes; (b) seP
s
i
x
i
=
P
t
i
x
i
eP
s
i
=
P
t
i
,entãos
i
= t
i
,parai = 0, . . . , p
.Prova:
(a)⇒
(b): SeP
s
i
x
i
=
P
t
i
x
i
eP
s
i
=
P
t
i
,então0 =
p
X
i=0
(s
i
− t
i
)x
i
=
p
X
i=0
(s
i
− t
i
)x
i
−
p
X
i=0
(s
i
− t
i
)x
0
=
p
X
i=1
(s
i
− t
i
)(x
i
− x
0
).
Pela independên ialinearde
x
1
− x
0
, . . . , x
p
− x
0
, segue ques
i
= t
i
parai =
1, . . . , p
. Finalmente,isto impli as
0
= t
0
,vistoqueP
s
i
=
P
t
i
. (b)⇒
(a): SeP
p
i=1
(t
i
)(x
i
− x
0
) = 0
,entãoP
p
i=1
t
i
x
i
= (
P
p
i=1
t
i
) x
0
eentão por (b) os oe ientest
1
, . . . , t
n
devem ser todos iguais a zero. Isto prova a independên ialinear.Seja
s
ump
-simplexo emR
n
e onsidere o onjunto detodosospontos da
forma
t
0
x
0
+ t
1
x
1
+
· · · + t
p
x
p
, ondeP
t
i
= 1
et
i
≥ 0
para adai
. Note quesetratadofe ho onvexodo onjunto{x
0
, . . . , x
p
}
e onseqüentemente da Proposição3temososeguinte:Proposição 4.
Seop
-simplexos
éofe ho onvexode{x
0
, . . . , x
p
}
,então ada pontodes
temrepresentaçãoúni anaformaP
t
i
x
i
,ondet
i
≥ 0
paratodoi
eP
t
i
= 1
.Ospontos
x
i
sãoosvérti esdes
. Estaproposiçãonospermiteasso iaros pontos des
om(p + 1)
-uplas(t
0
, t
1
, . . . , t
p
)
om uma es olha adequada das oordenadast
i
.Seaosvérti esde
s
édadaumaordemespe í a,entãos
éumsimplexo orde-nado. Entãosejas
umsimplexoordenado omvérti esx
0
, x
1
, . . . , x
p
. Denaσ
p
omoo onjuntodetodosospontos(t
0
, t
1
, . . . , t
p
)
∈ R
p+1
om
P
t
i
= 1
et
i
≥ 0
para adai
. Seumafunçãof : σ
p
→ s
édadaporf (t
0
, . . . , t
p
) =
P
t
i
x
i
,entãof
é ontínua. Além disso,dauni idade derepresentaçõese dofatoqueσ
p
es
sãoespaços ompa tosedeHausdorseguequef
éumhomeomorsmo. Deste modo, adap
-simplexo ordenado é uma imagem homeomorfa natural deσ
p
. Notequeσ
p
éump
-simplexo omvérti esx
′
0
= (1, 0, . . . , 0)
,x
′
1
= (0, 1, 0, . . . , 0)
, ...,x
′
p
= (0, . . . , 0, 1)
.σ
p
é hamadop
-simplexopadrão omordemnatural.Definição 5.
SejaX
umespaço topológi o. Ump
-simplexo singular emX
é umafunção ontínuaφ : σ
p
→ X
. Notequeos0
-simplexossingularespodemser identi ados omos pontos deX
, os1
-simplexos singulares omos aminhos emX
,edaíemdiante.Definição 6.
Seφ
é ump
-simplexo singularei
éum inteiro om0
≤ i ≤ p
, denimos∂
i
(φ)
,um(p
− 1)
-simplexosingularemX
,por∂
i
φ(t
0
, . . . , t
p−1
) = φ(t
0
, t
1
, . . . , t
i−1
, 0, t
i
, . . . , t
p−1
).
Observeque
∂
i
φ
éai
-ésimafa edeφ
.Por exemplo, seja
φ
um2
-simplexo singular emX
(Figura 1.1). Então,∂
1
φ
édadopela omposição mostradanaFigura 1.2. Istoé,para al ular∂
i
φ
mergulhamosσ
p−1
emσ
p
oposto aoi
-ésimo vérti e usando aordem usual de vérti es,eentãoparaX
,viaφ
.Se
f : X
→ Y
éuma função ontínuaeφ
éump
-simplexosingularemX
, denimosump
-simplexosingularf
#
(φ)
emY
porf
#
(φ) = f
◦ φ
. Notequeseg : Y
→ W
é ontínuaeId : X
→ X
éaidentidade,(g
◦ f)
#
(φ) = g
#
[f
#
(φ)]
eFigura1.1: 2-simplexosingular
φ
.Figura1.2: Bordo
∂
1
φ
.Definição 7.
UmgrupoabelianoG
élivreseexisteumsub onjuntoA
⊆ G
tal quetodoelementog
emG
temumarepresentaçãoúni ag =
P
x∈A
n
x
· x
,onden
x
é uminteiro e éiguala zeroex eto para umnúmero nitodex
emA
. O onjuntoA
éumabase paraG
.Dadoum onjuntoarbitrário
A
,podemos onstruirumgrupoabelianolivre da seguinte maneira: sejaF (A)
o onjunto de todas as funçõesf
deA
nos inteiros tais quef (x)
6= 0
apenas para um número nito de elementos deA
. Denimosuma operaçãoemF (A)
por(f + g)(x) = f (x) + g(x)
. EntãoF (A)
éumgrupoabeliano. Paraqualquera
∈ A
denimosuma funçãof
a
emF (A)
porf
a
(x) =
1
sex = a,
Então
{f
a
|a ∈ A}
éumabase paraF (A)
omoumgrupoabeliano livre. Iden-ti andoa
omf
a
ompletamosa onstrução.Porexemplo,seja
G =
{(n
1
, n
2
, . . .)
| n
i
∈ Z,
eventualmente0}
. EntãoG
é umgrupoabelianosobaadição oordenadaa oordenada,ealémdissoélivreom base
(1, 0, . . .)
,(0, 1, 0, . . .)
,(0, 0, 1, 0, . . .)
, .... Por onveniên ia dizemos queseG = 0
,entãoG
éumgrupoabelianolivre ombasevazia.Notequese
G
éabelianolivre ombaseA
eH
éumgrupoabeliano,então todafunçãof : A
→ H
podeserestendidaunivo amente aumhomomorsmof : G
→ H
.Definição 8.
SeX
é um espaço topológi o denimosS
n
(X)
omo o grupo abeliano livre ujabase éo onjunto detodososn
-simplexossingularesdeX
. Um elemento deS
n
(X)
é hamado den
- adeia singular deX
e é da formaP
φ
n
φ
· φ
,onden
φ
∈ Z
,eéigualazeroex etopara umnúmeronitodeφ
.Definição 9.
Vistoque oi
-ésimooperadorfa e∂
i
éuma função do onjunto den
-simplexos singulares no onjunto de(n
− 1)
-simplexos singulares, existe uma úni a extensão a um homomorsmo∂
i
: S
n
(X)
→ S
n−1
(X)
dado por∂
i
(
P
n
φ
· φ) =
P
n
φ
· ∂
i
φ
. Denimos ooperador bordo pelo homomorsmo∂ : S
n
(X)
→ S
n−1
(X)
dadopor∂ = ∂
0
− ∂
1
+ ∂
2
+
· · · + (−1)
n
∂
n
=
n
X
i=0
(
−1)
i
∂
i
.
Proposição 10.
A omposição∂
◦ ∂
emS
n
(X)
∂
−→ S
n−1
(X)
−→ S
∂
n−2
(X)
ézero.Geometri amenteesteenun iadodizqueobordodequalquer
n
- adeiaéuma(n
− 1)
- adeia sem bordo. É essa propriedadebási aque nos leva àdenição de grupos de homologia. Um elementoc
∈ S
n
(X)
é umn
- i lo se∂(c) = 0
. Umelementod
∈ S
n
(X)
éumn
-bordo sed = ∂(e)
para algume
∈ S
n+1
(X)
.Vistoque
∂
éumhomomorsmo,seunú leo,o onjuntodetodososn
- i los,é umsubgrupodeS
n
(X)
denotadoporZ
n
(X)
. Similarmenteaimagemde∂
emS
n
(X)
éosubgrupoB
n
(X)
detodososn
-bordos.3 Grupo de Homologia Singular
Definição 11.
Note que a Proposição 10 impli a queB
n
(X)
⊆ Z
n
(X)
é um subgruponormal. Ogrupoquo ienteH
n
(X) =
Z
n
(X)
B
n
(X)
éo
n
-ésimogrupodehomologiasingulardeX
.A motivação geométri a para esta onstrução algébri a é a seguinte: os
objetos que queremos estudar são i los em espaços topológi os. Entretanto,
usando i los singulares,a oleçãode todos éextensademais paraser
efetiva-menteestudada. Aaproximaçãonaturaléentãorestringiraatençãoa lassesde
equivalên iade i lossobarelaçãoquedois i lossãoequivalentesseadiferença
delesformarumbordodeuma adeiadeumadimensãomaior.
Estaté ni aalgébri aéuma onstruçãopadrãoemálgebrahomológi a. Um
grupo(abeliano)graduado
G
éuma oleçãodegruposabelianos{G
i
}
indexado pelosinteiros omoperação omponente a omponente. SeG
eG
′
sãogrupos
graduados, um homomorsmo
f : G
→ G
′
é uma oleção de homomorsmos
{f
i
}
, ondef
i
: G
i
→ G
′
i+r
para algum inteiror
xado.r
é hamado grau def
. Um subgrupoH
⊆ G
de um grupograduado éum grupo graduado{H
i
}
, ondeH
i
é umsubgrupo deG
i
. O grupo quo ienteG/H
é ogrupograduado{G
i
/H
i
}
.Definição 12.
Um omplexode adeiaséumaseqüên iadegruposabelianose homomorsmos· · ·
∂
n+1
−→ C
n
−→ C
∂
n
n−1
∂
n−1
−→ · · ·
naquala omposição
∂
n−1
◦ ∂
n
= 0
para adan
. Equivalentemente,um om-plexode adeiaséumgrupograduadoC =
{C
i
}
junto omumhomomorsmo∂ : C
→ C
degrau−1
tal que∂
◦ ∂ = 0
. SeC
eC
′
são omplexosde adeias
omoperadoresbordo
∂
e∂
′
,uma apli ação de adeiasde
C
emC
′
éum
ho-momorsmo
Φ : C
→ C
′
de grau zerotal que
∂
′
◦ Φ
n
= Φ
n−1
◦ ∂
para adan
. (Note que a exigên ia queΦ
tem grau zero é desne essária. Está enun- iada aqui apenas por onveniên ia visto que todas as apli ações de adeiasque onsideraremostêm esta propriedade). Denotando por
Z
∗
(C)
eB
∗
(C)
o nú leo e a imagem de∂
respe tivamente, a homologia deC
é o grupo gra-duadoH
∗
(C) = Z
∗
(C)/B
∗
(C)
. Note que seΦ
é uma apli ação de adeias,Φ[Z
∗
(C)]
⊆ Z
∗
(C
′
)
eΦ[B
∗
(C)]
⊆ B
∗
(C
′
)
. Portanto,
Φ
induz um homomor-smoemgruposdehomologiaΦ
∗
: H
∗
(C)
→ H
∗
(C
′
)
.
4 Aplicações Induzidas em Homologia Singular
Neste sentido, ogrupo graduado
S
∗
(X) =
{S
i
(X)
}
setorna um omplexo de adeias sob o operador bordo∂
, e então o grupo de homologia deX
é a homologiadeste omplexo de adeias. Sef : X
→ Y
éuma função ontínuaeφ
éumn
-simplexo singularemX
, existeon
-simplexo singularf
#
(φ) = f
◦ φ
emY
. Istoseestende uni amente aum homomorsmof
#
: S
n
(X)
→ S
n
(Y )
para adan
. Paramostrarquef
#
éumaapli ação adeiadeS
∗
(X)
emS
∗
(Y )
devemos he arqueoseguinteretângulo omuta:S
n
(X)
∂
f
#
// S
n
(Y )
∂
S
n−1
(X)
f
#
// S
n−1
(Y )
Primeiro note que é su iente he ar que isto é verdade em
n
-simplexosφ
, e segundo,observequeésu ientemostrarque∂
i
f
#
(φ) = f
#
∂
i
(φ)
. Agoraf
#
∂
i
(φ)(t
0
, . . . , t
n−1
) = f (φ(t
0
, . . . , t
i−1
, 0, t
i
, . . . , t
n−1
))
e
∂
i
f
#
(φ)(t
0
, . . . , t
n−1
) = f
#
(φ)(t
0
, . . . , t
i−1
, 0, t
i
, . . . , t
n−1
)
Logo,
f
#
: S
∗
(X)
→ S
∗
(Y )
éuma apli açãode adeiaseexiste um homomor-smo induzidode grauzerof
∗
: H
∗
(X)
→ H
∗
(Y )
. Noteque seg : Y
→ W
é uma função ontínua, então(g
◦ f)
∗
= g
∗
◦ f
∗
eseId : X
→ X
é aapli ação identidade,entãoId
∗
éohomomorsmoidentidade.Exemplo 13.
TomeX = x
(umponto). Entãopara adap
≥ 0
existeumúni op
-simplexosingularφ
p
: σ
p
→ X
. Alémdisso,notequeparap > 0
,∂
i
φ
p
= φ
p−1
. Então onsidereo omplexode adeias· · · → S
2
(x)
→ S
1
(x)
→ S
0
(x)
→ 0.
Cada
S
n
(x)
éumgrupo í li oinnitogeradoporφ
n
. Ooperadorbordoédado por:∂φ
n
=
n
X
i=0
(
−1)
i
∂
i
φ
n
=
n
X
i=0
(
−1)
i
φ
n−1
.
Deste modo,
∂φ
2n−1
= 0
e∂φ
2n
= φ
2n−1
paran > 0
. Apli ando isto ao omplexo de adeias temos queZ
n
(X) = B
n
(X)
paran > 0
. Entretanto,Z
0
(X) = S
0
(X)
é í li o innito,enquantoB
0
(X) = 0
. Portanto, on luímos queosgruposdehomologiadeumpontosãodadosporH
n
(x) =
Z
se
n = 0,
0
sen > 0.
Definição 14.
UmespaçoX
é onexopor aminhossedadosx
,y
∈ X
,existe uma função ontínuaψ : [0, 1]
→ X
tal queψ(0) = x
eψ(1) = y
. Note queao invésde[0, 1]
poderíamosusarσ
1
.Suponhaque
X
éumespaço onexopor aminhose onsidereaporção do omplexode adeiassingulares deX
dadaporS
1
(X)
−→ S
∂
0
(X)
−→ 0.
Agora,
S
0
(X) = Z
0
(X)
,quepodeservisto omoogrupoabeliano livregerado pelospontosdeX
. Istoé,Z
0
(X) = F (X)
. Portanto,umelementoy
deZ
0
(X)
tem aformay =
P
x∈X
n
x
· x
, onden
x
∈ Z
,n
x
= 0
ex eto para um número nitodex
∈ X
.Por outro lado,
S
1
(X)
pode ser visto omo ogrupoabeliano livre gerado pelo onjuntodetodosos aminhosemX
. Seosvérti esdeσ
1
sãov
0
ev
1
eφ
éum1
-simplexosingularemX
,então∂φ = φ(v
1
)
− φ(v
0
)
∈ Z
0
(X)
.Dena um homomorsmo
α : S
0
(X)
→ Z
porα (
P
n
x
· x) =
P
n
x
. Note que seX
é não vazio, entãoα
é um epimorsmo. Visto que para qualquer1
-simplexo singularφ
emX
,α(∂φ) = α[φ(v
1
)
− φ(v
0
)] = 0
, segue queB
0
(X)
está ontidononú leodeα
.Re ipro amente, suponhaque
n
1
x
1
+
· · · + n
k
x
k
∈ Z
0
(X)
omP
n
i
= 0
. Es olha qualquer pontox
∈ X
e note que para adai
existe um1
-simplexo singularφ
i
: σ
1
→ X
om∂
0
(φ
i
) = x
i
e∂
1
(φ
i
) = x
. Tomando a1
- adeia singularP
n
i
φ
i
emS
1
(X)
temos∂ (
P
n
i
φ
i
) =
P
n
i
x
i
− (
P
n
i
) x =
P
n
i
x
i
. Portanto, onú leodeα
está ontidoemB
0
(X)
. Istoprovaqueker α = B
0
(X)
e on luímososeguinte:Proposição 15.
SeX
é um espaço onexo por aminhos não vazio, entãoH
0
(X)
≈ Z
.Definição 16.
SejaA
um onjuntoesuponhaquepara adaα
∈ A
existaum grupoabeliano dadoG
α
. Denaum grupoabelianoP
α∈A
G
α
omo segue: os elementos são funçõesf : A
→
S
α∈A
G
α
tais quef (α)
∈ G
α
para adaα
ef (α) = 0
ex eto para um número nito deα
∈ A
; aoperação é denida por(f + g)(α) = f (α) + g(α)
. Colo andog
α
= f (α)
∈ G
α
es revemosf = (g
α
: α
∈
A)
e hamamososg
α
de omponentesdef
. OgrupoP
G
α
éasomadiretafra a dosG
α
's. Seaexigên iaquef (α) = 0
ex eto paraumnúmeronitodeα
∈ A
éretirada,entãoogruporesultante éoprodutodiretodosG
α
's, denotadoporQ
α∈A
G
α
.Notequese
G
éumgrupoabelianoe{G
α
}
α∈A
éumafamíliadesubgrupos deG
tal queg
∈ G
temuma representaçãoúni ag =
P
α∈A
g
α
omg
α
∈ G
α
eg
α
= 0
ex etoparaumnúmeronitodeα
's,entãoG
éisomorfoaP
Agora,para ada
α
∈ A
suponhaquetemos um omplexode adeiaC
α
· · ·
−→ C
∂
α
α
p
∂
α
−→ C
α
p−1
∂
α
−→ · · · .
Dena um omplexo de adeia
P
α∈A
C
α
tomando(
P
C
α
)
p
=
P
C
α
p
e olo- ando∂(c
α
: α
∈ A) = (∂
α
c
α
: α
∈ A)
.Lema 17.
H
k
(
P
C
α
)
≈
P
α
H
k
(C
α
)
.Prova:
Notequepeladeniçãodo omplexode adeiaP
C
α
temosZ
k
X
C
α
=
X
[Z
k
(C
α
)]
eB
k
X
C
α
=
X
[B
k
(C
α
)].
PortantoH
k
X
C
α
=
Z
k
(
P
C
α
)
B
k
(
P
C
α
)
=
P
[Z
k
(C
α
)]
P
[B
k
(C
α
)]
≈
X Z
k
(C
α
)
B
k
(C
α
)
=
X
H
k
(C
α
).
Seja
X
um espaçotopológi o e parax
,y
∈ X
, determinex
∼ y
seexiste um aminhoemX
dex
ay
. Temosque∼
éuma relaçãodeequivalên ia,isto é, (1)x
∼ x
; (2)x
∼ y
ey
∼ z
impli ax
∼ z
; (3)x
∼ y
impli ay
∼ x
, para todos os pontosx
,y
,z
emX
. Tal relação de ompõeX
numa oleção de sub onjuntos, as lassesdeequivalên ia, ondex
ey
estão namesma lasse de equivalên iase, esomente se,x
∼ y
. Para estarelação espe í aemX
as lassesdeequivalên iasão hamadas omponentesde aminhodeX
. Noteque sex
∈ X
, a omponente de aminhodeX
ontendox
éosub onjunto onexo por aminhosmaximaldeX
ontendox
.Proposição 18.
SeX
é um espaço e{X
α
: α
∈ A}
são as omponentes de aminho deX
,entãoH
k
(X)
≈
X
α∈A
H
k
(X
α
).
Esta proposição estabele e a propriedadeintrínse a aditiva da teoria de
ompletamente determinadas por aquelas de suas omponentes de aminho e
aspropriedadeshomológi asdequalquer omponentede aminhosão
indepen-dentes das propriedadesde qualqueroutra omponente de aminho, podemos
restringirnossaatençãoaoestudodeespaços onexospor aminhos.
NotequeseguedasProposições18e15que
H
0
(X)
éumgrupoabelianolivre ujabase estáem orrespondên ia biunívo a omas omponentes de aminhode
X
.Teorema 19.
Sef : X
→ Y
éumhomeomorsmo,entãof
∗
: H
p
(X)
→ H
p
(Y )
éum isomorsmopara adap
.Prova:
Comof
é um homeomorsmo,entãof
é ontínua. Assim,temos que existeumhomomorsmoinduzidof
∗
: H
∗
(X)
→ H
∗
(Y )
, ouseja,para adap
,f
∗
: H
p
(X)
→ H
p
(Y )
éumhomomorsmo.Novamentepor
f
serumhomeomorsmo,temosquef
−1
é ontínua. Logo,
existe umhomomorsmoinduzido
f
−1
∗
: H
∗
(Y )
→ H
∗
(X)
, ouseja, para adap
,f
−1
∗
: H
p
(Y )
→ H
p
(X)
éumhomomorsmo.Além disso,paraqualquer
x
∈ H
∗
(X)
equalquery
∈ H
∗
(Y )
, temos:(f
∗
◦ f
∗
−1
)(y) = (f
◦ f
−1
)
∗
(y) = Id
∗
(y) = y,
(f
∗
−1
◦ f
∗
)(x) = (f
−1
◦ f)
∗
(x) = Id
∗
(x) = x.
Portanto,
f
∗
ébijetora,ouseja,f
∗
éumisomorsmopara adap
.Teorema 20.
SeX
é um sub onjunto onvexo deR
n
, então
H
p
(X) = 0
, parap > 0
.Prova:
SuponhamosX
6= ∅
e sejamx
∈ X
eφ : σ
p
→ X
ump
-simplexo singular,p
≥ 0
. Entãodenaum(p + 1)
-simplexosingularθ : σ
p+1
→ X
omo segue:θ(t
0
, . . . , t
p+1
) =
(
(1
− t
0
)
·
φ
t
1
1−t
0
, . . . ,
t
p+1
1−t
0
+ t
0
x
parat
0
< 1,
x
parat
0
= 1.
Istoé,estamos olo ando
θ(0, t
1
, . . . , t
p+1
) = φ(t
1
, . . . , t
p+1
)
eθ(1, 0, . . . , 0) = x
eentãolevandosegmentosdet
0
atéafa eopostaat
0
linearmentenosegmento orrespondente emX
(Figura 1.3). Essa onstrução é possível visto queX
é onvexo.Figura1.3: Apli ação
θ
.Pordenição
θ
é ontínuaex eto possivelmente em(1, 0, . . . , 0)
. Para mos-trara ontinuidadeneste pontodevemosmostrarquelim
t
0
→1
kθ(t
0
, . . . , t
p+1
)
− xk = 0.
Agoralim
t
0
→1
kθ(t
0
, . . . , t
p+1
)
− xk =
= lim
t
0
→1
(1 − t
0
)
·
φ
t
1
1
− t
0
, . . . ,
t
p+1
1
− t
0
− (1 − t
0
)x
≤
≤ lim
t
0
→1
(1
− t
0
)
φ
t
1
1
− t
0
, . . . ,
t
p+1
1
− t
0
+ kxk
.
Visto que
φ(σ
p
)
é ompa to,φ
t
1
1−t
0
, . . . ,
t
p+1
1−t
0
+ kxk
é limitado. Logo, olimiteézeropois
lim
t
0
→1
(1
− t
0
) = 0
,eseguequeθ
é ontínua.Por onstrução,