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Deliberação ERC/2020/256 (PLU-TV)

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Deliberação

ERC/2020/256 (PLU-TV)

Relatório de avaliação da observância do princípio do pluralismo

político nos serviços de programas televisivos do serviço público de

televisão – RTP1, RTP2, RTP3, RTPA e RTPM –, e dos operadores

privados – SIC, TVI e CMTV-, na programação emitida durante 2019

Lisboa

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EDOC/2020/5493

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social

Deliberação ERC/2020/256 (PLU-TV)

Assunto: Relatório de avaliação da observância do princípio do pluralismo político nos serviços de programas televisivos do serviço público de televisão – RTP1, RTP2, RTP3, RTPA e RTPM –, e dos operadores privados – SIC, TVI e CMTV-, na programação emitida durante 2019

I. Enquadramento

1. O relatório anexo apresenta os resultados da avaliação da observância do princípio do pluralismo político1 nos serviços de programas televisivos do serviço público de televisão

– RTP1, RTP2, RTP3, RTPA e RTPM –, bem como dos operadores privados – SIC, TVI e CMTV -, na programação emitida durante 2019.

2. A Constituição da República Portuguesa, na alínea f) do n.º 1 do seu artigo 39.º, confere a uma entidade administrativa independente o poder de assegurar, nos meios de comunicação social, «a possibilidade de expressão e confronto das diversas correntes de opinião».

3. Por seu turno, os Estatutos da ERC, aprovados pela Lei n.º 53/2005, de 8 de novembro, atribuem ao Conselho Regulador a competência para «[p]romover o pluralismo cultural e a diversidade de expressão das várias correntes de pensamento (...)» e para garantir «a efetiva expressão e o confronto das diversas correntes de opinião, em respeito pelo princípio do pluralismo e pela linha editorial de cada órgão de comunicação social» (artigos 7.º, alínea a) e 8.º, alínea e) dos Estatutos da ERC).

4. O princípio do pluralismo encontra-se expresso na Lei da Televisão, que estabelece, no artigo 9.º, n.º 1, alínea c), que «[c]onstituem fins da atividade de televisão, consoante a natureza, a temática e área de cobertura dos serviços televisivos disponibilizados,

1 Vide Deliberação 2/PLU-TV/2012, «Acompanhamento da observância do princípio do pluralismo político nos serviços de programas televisivos de acesso não condicionado livre.», na qual se desenvolvem as principais linhas de observação do acompanhamento do pluralismo político, aqui sumarizadas.

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[p]romover a cidadania e a participação democrática e respeitar o pluralismo político, social e cultural». No mesmo sentido, o artigo 34.º, n.º 2, alínea b) daquele diploma estabelece, como uma das obrigações gerais dos operadores de televisão que explorem serviços de programas televisivos generalistas, o dever de «[a]ssegurar a difusão de uma informação que respeite o pluralismo, o rigor e a isenção.»

5. Especificamente sobre os meios de comunicação social do setor público, o n.º 6 do artigo 38.º da Constituição da República Portuguesa impõe que seja assegurada a «possibilidade de expressão e confronto das diversas correntes de opinião».

6. Este dever qualificado de respeito do pluralismo por parte do Serviço Público de Televisão é ainda concretizado no artigo 51.º, n.º 2, alínea c) da Lei da Televisão, que determina que «[à] concessionária incumbe, designadamente, [p]roporcionar uma informação isenta, rigorosa, plural (...)», e no Contrato de Concessão do Serviço Público de Televisão, celebrado no dia 6 de março de 2015 (cláusula 5.ª, alíneas a) e e)).

7. Recorda-se que o plano de avaliação do pluralismo político foi apresentado aos partidos políticos em maio de 2007, e novamente discutido em março de 2013 com os partidos e os operadores de televisão envolvidos, após reflexão e estudo aprofundado de soluções praticadas por outros reguladores europeus.

8. A criação do plano de avaliação do pluralismo político nasceu da necessidade de dar resposta consistente e fundamentada a queixas oriundas de partidos políticos e de cidadãos sobre alegadas quebras do dever de pluralismo político no tratamento informativo conferido às atividades partidárias e governamentais e de encontrar uma solução que fosse além da apreciação casuística. De facto, com a aplicação do plano de avaliação, o número de queixas diminuiu em 2008 e a ERC assumiu o compromisso de apresentar o referido relatório anualmente à Assembleia da República Portuguesa, sendo o mesmo apreciado pela atual Comissão de Cultura e Comunicação.

9. O Conselho Regulador entende prosseguir com a avaliação da observância do princípio do pluralismo político de forma sistemática, honrando o compromisso assumido com a

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Assembleia da República Portuguesa, os operadores e os cidadãos, indo ao encontro das preocupações expressas não só pela legislação portuguesa, mas também pelo trabalho desenvolvido a nível europeu e pelos reguladores congéneres, relativas à garantia do pluralismo político, de modo a assegurar o cumprimento de valores constitucionalmente consagrados e que constituem pilares fundamentais da democracia portuguesa.

II. Deliberação

Considerando as tendências e resultados apurados na avaliação referente ao ano de 2019, o Conselho Regulador delibera adotar o Relatório de avaliação da observância do princípio do pluralismo político referente a 2019 (anexo à presente deliberação) determinando o seu envio ao cuidado da Assembleia da República e dos serviços de programas analisados no sentido de os sensibilizar para os seguintes considerandos:

QUANTOAOPLURALISMONAINFORMAÇÃODIÁRIA–BLOCOS INFORMATIVOS DIÁRIOS2 –2019

RTP1,RTP2,RTP3

a) Sensibilizar para que seja dada maior e equilibrada visibilidade às visões políticas dos partidos cuja representação parlamentar é reduzida. Pese embora se verifique a presença destes partidos nos alinhamentos dos serviços noticiosos do operador público, esta é diminuta face aos restantes;

b) Recomendar maior e equilibrada visibilidade dos órgãos das representações regionais dos partidos nos alinhamentos, uma vez que se observa uma presença residual dos órgãos de poder político dos Açores e da Madeira (representantes da República, assembleias legislativas e partidos políticos);

2 Análise de 30 edições dos alinhamentos dos seguintes blocos informativos: - “Telejornal”, RTP1; “Jornal 2”, RTP2; “Jornal da Noite”, SIC; “Jornal das 8”, TVI; “CM Jornal 20H”, CMTV; “Telejornal dos Açores”, RTP Açores; “Telejornal da Madeira”, RTP Madeira; “24 horas”, RTP3. A margem de erro máximo da amostra de janeiro a dezembro de 2019 varia segundo o serviço de programas, mas o grau de confiança é de 95 % para todos eles. Para o “Telejornal”, a margem de erro máximo da amostra utilizada é de 5,7 %; no “Jornal 2”, a margem de erro máximo da amostra é de 7,0 %; no “Jornal da Noite”, a margem de erro máximo da amostra é de 5,7 % e no “Jornal das 8”, a margem de erro é de 5,8 % e no “CM Jornal 20H”, a margem é de 7,5%; no “Telejornal dos Açores”, a margem de erro máximo da amostra utilizada é de 5,9 %; no “ Telejornal da Madeira”, a margem de erro máximo da amostra é de 6,6 %; no “24 Horas”, a margem de erro máximo da amostra é de 5,9 %. Os dados devem ser lidos como representando tendências apuradas para os dias selecionados na amostra.

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c) Assinalar o esforço da RTP1 na diversificação das fontes no sentido da promoção de uma informação plural. Observa-se que, em mais de metade as peças analisadas, este operador consulta múltiplas áreas de fonte sobre o tema da peça;

d) Alertar para o facto de, em mais de metade das peças analisadas, a RTP2 e a RTP3 consultarem apenas fontes de uma determinada área sobre o tema da peça. Sensibilizar para a relevância da diversificação das fontes no sentido da promoção de uma informação plural;

e) Verifica-se que a presença dos partidos extraparlamentares é residual nas peças analisadas, contudo assinala-se o esforço da RTP1 em ampliar a sua cobertura a estes partidos. Sugeres, ainda assim, no sentido de diversificar as presenças políticas, a importância em assegurar a cobertura das atividades e propostas dos partidos extraparlamentares, quando existam, dando-lhes voz, também fora dos períodos de campanha eleitoral.

SIC,TVI

f) Sensibilizar para que seja dada maior e equilibrada visibilidade às visões políticas dos partidos cuja representação parlamentar é reduzida. Pese embora se verifique a presença destes partidos nos alinhamentos dos serviços noticiosos destes operadores, esta é diminuta face aos restantes;

g) Recomendar maior e equilibrada visibilidade dos órgãos das representações regionais dos partidos nos alinhamentos, uma vez que se observa uma presença residual dos órgãos de poder político dos Açores e da Madeira (representantes da República, assembleias legislativas, partidos políticos);

h) Assinalar o esforço do operador na diversificação das fontes no sentido da promoção de uma informação plural. Na SIC e TVI, observa-se que em mais de metade das peças analisadas são consultadas múltiplas áreas de fonte sobre o tema analisado;

i) Verifica-se que a presença dos partidos extraparlamentares é residual nas peças analisadas. No sentido de diversificar as presenças políticas, é importante assegurar a cobertura das atividades e propostas dos partidos extraparlamentares, quando existam, dando-lhes voz, também fora dos períodos de campanha eleitoral.

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CMTV

a) Sensibilizar para que seja dada maior e equilibrada visibilidade às visões políticas dos partidos cuja representação parlamentar é reduzida;

b) Recomendar maior e equilibrada visibilidade dos órgãos das representações regionais dos partidos nos alinhamentos, uma vez que se observa uma presença residual dos órgãos de poder político dos Açores e da Madeira (representantes da República, assembleias legislativas, partidos políticos);

c) Alertar para o facto de, em mais de metade das peças analisadas, a CMTV consultar apenas fontes de uma determinada área sobre o tema da peça. Sensibilizar para a relevância da diversificação das fontes no sentido da promoção de uma informação plural;

d) Verifica-se que a presença dos partidos extraparlamentares é residual nas peças analisadas. No sentido de diversificar as presenças políticas, é importante assegurar a cobertura das atividades e propostas dos partidos extraparlamentares, quando existam, dando-lhes voz, também fora dos períodos de campanha eleitoral.

RTP Açores e RTP Madeira

e) Verifica-se que a presença das representações regionais dos partidos extraparlamentares é residual nas peças analisadas. No sentido de diversificar as presenças políticas, é importante assegurar a cobertura das atividades e propostas dos partidos extraparlamentares, quando existam, dando-lhes voz, também fora dos períodos de campanha eleitoral;

f) Sensibilizar para a relevância da diversificação das fontes no sentido da promoção de uma informação plural. A RTP Açores e a RTP Madeira assentam o acompanhamento da vida política regional sobretudo em fontes representantes de uma única área, em particular fontes político partidárias.

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PROGRAMAS AUTÓNOMOS DE DEBATE, ENTREVISTA E COMENTÁRIO –2019

RTP1,RTP2,RTP3

a) Assinalar o esforço do operador público em manter uma presença consistente, nas suas grelhas de programas, de espaços autónomos de entrevista, debate e opinião política; b) Relevar que a programação de âmbito político foi sobretudo emitida no canal temático

(RTP3);

c) Ressalvar que o único espaço autónomo regular exclusivo da RTP1 é o programa «Prós e Contras», sendo que a «Grande Entrevista» é emitida de madrugada;

d) Salientar o regresso de espaços autónomos regulares de debate às grelhas da RTP2, salientando que este serviço de programas centra a sua atenção em conteúdos sobre assuntos europeus;

e) Destacar a escassa diversidade de visões políticas minoritárias no debate político, pelo que seria importante reforçar a presença de representantes de partidos extraparlamentares, mesmo fora dos períodos de campanha eleitoral;

f) Assinalar a presença regular de representantes de partidos políticos eleitos para o Parlamento Europeu no magazine informativo «Europa Minha», transmitido na RTP1, RTP2 e RTP3, sendo especialmente relevante em ano de eleições europeias;

g) Salientar a transmissão de debates televisivos com a presença de candidatos às eleições legislativas e europeias, incluindo de partidos sem representação parlamentar.

SIC

h) Assinalar o facto de a SIC continuar a não apresentar, no seu canal generalista de sinal aberto, quaisquer espaços autónomos regulares de entrevista, debate e opinião política. i) Destacar que as presenças político-partidárias identificadas se limitam a seis presenças de

comentadores com pertença partidária, no âmbito das noites eleitorais Europeias 2019 e Legislativas 2019.

3 Universo dos programas autónomos de informação não diária – debate, entrevista e comentário – exibidos em 2019, que tiveram como convidados, regular ou pontualmente, atores políticos regionais e nacionais, tais como representantes dos Governos e Parlamentos nacional e regionais e dos partidos políticos com e sem assento parlamentar.

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TVI

j) Assinalar o facto de a TVI continuar a não apresentar, no seu canal generalista de sinal aberto, quaisquer espaços autónomos regulares de entrevista, debate e opinião política.

CMTV

k) Assinalar o facto de a CMTV não apresentar espaços autónomos regulares de entrevista e opinião política;

l) Destacar que as presenças político-partidárias identificadas se limitam a seis entrevistas aos líderes partidários dos partidos com assento parlamentar, no âmbito das eleições Legislativas 2019.

RTP Açores, RTP Madeira

m) Assinalar o esforço dos serviços de programas regionais em manter, de forma consistente nas suas grelhas de programas, espaços autónomos de entrevista, debate e opinião política com atores políticos regionais e nacionais;

n) Assinalar a presença do programa «Ordem do Dia» na grelha da RTP Madeira que corporaliza a opção do operador de manter um espaço de antena dedicado ao debate com deputados eleitos pelo círculo da Madeira na Assembleia da República.

Tudo visto, o Conselho Regulador adota o Relatório anexo, referente à avaliação do cumprimento das citadas obrigações, no período compreendido entre 1 de janeiro e 31 de dezembro de 2019, inclusive, referente à observância do princípio do pluralismo político nos serviços de programas televisivos do serviço público de televisão – RTP1, RTP2, RTP3, RTPA e RTPM –, e dos operadores privados – SIC, TVI e CMTV.

Lisboa, 16 de dezembro de 2020

O Conselho Regulador,

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Mário Mesquita

Francisco Azevedo e Silva

Fátima Resende

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2019

R

ELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA OBSERVÂNCIA

DO PRINCÍPIO DO PLURALISMO POLÍTICO

Informação televisiva diária e não-diária

RTP1 RTP2SICTVICMTV RTP3 RTP Açores RTP Madeira

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A

NEXOS

I

NFORMAÇÃO DIÁRIA

Com o objetivo de observar a equitativa e equilibrada expressão das várias correntes de pensamento político nos media, a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) avalia o princípio do pluralismo político nos serviços de programas da RTP1, RTP2, RTP3, RTPA, RTPM, SIC, TVI e CMTV.

Esta avaliação inscreve-se nos objetivos e atribuições da ERC de “[p]romover o pluralismo cultural e a diversidade de expressão das várias correntes de pensamento (…)” e garantir “a efetiva expressão e o confronto das diversas correntes de opinião, em respeito pelo princípio do pluralismo e pela linha editorial de cada órgão de comunicação social” (artigos 7.º, alínea a) e 8.º, alínea e) dos Estatutos da ERC). A análise incide sobre uma amostra de blocos informativos diários de horário nobre e sobre o universo de programas autónomos de informação não-diária (debate, entrevista e comentário).

O documento é precedido pelo sumário executivo relativo aos resultados observados no acompanhamento do pluralismo político. Segue-se a apresentação detalhada por serviço de programas, em dois segmentos: informação diária e não-diária. Nos anexos, apresentam-se os aspetos metodológicos e conceptuais fundamentais para a leitura dos dados.

Os resultados da informação diária apresentam-se consoante o Governo da República e o Governo Regional da Madeira em funções em 2019. O XXI Governo Constitucional compreende o período da amostra entre 1 de janeiro e 25 de outubro e o XXII Governo Constitucional abrange os dias 26 de outubro a 31 de dezembro. Já o XII Governo da Madeira abarca as edições entre 1 de janeiro a 14 de outubro e o XIII Governo da Madeira inclui os dias 15 de outubro até 31 de dezembro.

Os resultados da informação não-diária não consideram esta classificação.

I

NFORMAÇÃO NÃO

-

DIÁRIA

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SUMÁRIO EXECUTIVO

I

NFORMAÇÃO

D

IÁRIA

1. O pluralismo político é uma obrigação legal à qual os meios de comunicação social estão sujeitos e para a qual não existe uma medida universal.

2. A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), inspirada na sua prática, bem como em trabalhos sobre o mesmo objeto de estudo (nomeadamente os desenvolvidos por outros reguladores de media), tem vindo a aperfeiçoar os instrumentos que utiliza na observação do pluralismo político. Acredita-se que só assim será possível fornecer informação rigorosa sobre a forma como os media em Portugal retratam a diversidade da realidade política existente.

3. Recorde-se que esta análise é desenvolvida desde 2007 e que em 2012 o Conselho Regulador da ERC definiu as atuais linhas orientadoras do acompanhamento anual do pluralismo político. A Deliberação 2/PLU-TV/2012, de 18 de abril, veio acrescentar os dois operadores licenciados para o exercício de atividade televisiva ao perfil dos relatórios, que até então se

circunscreviam ao operador público de televisão, ao mesmo tempo que alargou o âmbito da análise a todos os intervenientes nos programas informativos considerados. Desde 2018, o Conselho Regulador da ERC considerou pertinente estender a análise ao serviço de programas CMTV, uma vez que este se encontra registado nesta entidade como canal generalista, ficando desta forma a par com os dois operadores licenciados já analisados.

4. Sustenta-se que a verificação dessa obrigação legal requer mais do que a simples contagem do número de peças em que um determinado conjunto de organismos, instituições ou pessoas, independentemente da sua natureza política ou social, está presente enquanto representante das diferentes correntes de expressão e de opinião.

5. Assim, além de fazer a contagem do número de peças em que são referidas as formações e atores políticos e os diferentes atores e forças sociais que com eles interagem, considera-se essencial verificar a forma como são mediatizadas. É essa diferença, entre contagem e forma de mediatização, que está refletida na distinção entre os modelos matemáticos adotados – simples e ponderado -cujos resultados são disponibilizados neste relatório. Como mais-valia em relação ao modelo simples, considera-se que o modelo ponderado tem a capacidade de traduzir

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quantitativamente uma análise que, na sua base, é essencialmente qualitativa e, nesse sentido, significa um incremento substancial na forma como é apreciada a mediatização do pluralismo político.

6. Um exemplo prático pode ajudar a explicar de forma mais clara a importância da análise qualitativa subjacente ao modelo adotado pela ERC:

a. Imaginemos que uma formação é referida em 20 peças dos noticiários analisados, enquanto outra é mencionada em dez. Se a análise do pluralismo político se limitar à comparação desses dois números conclui-se que a formação que foi referida em 20 peças teve maior visibilidade;

b. Contudo, se além do número de referências, soubermos ainda que a formação referida em 20 peças, em 18 foi mencionada como mero elemento de contextualização e que a que foi referida em 10 peças surgiu sempre representada por alguém cujas declarações foram exibidas, não fica claro que a primeira seja aquela que teve uma mediatização que lhe atribui maior visibilidade.

7. Os resultados apresentados neste Relatório sintetizam a observação dos dados analisados com recurso à aplicação dos

dois modelos concetuais:

a. O modelo simples contabiliza a presença ou referência das formações políticas nas peças emitidas, sendo consideradas quanto surgem representadas em discurso direto ou indireto ou, sendo alvo de críticas, em que exercem o contraditório. Assim, não são consideradas as presenças em que as formações são apenas alvo de crítica;

b. O modelo ponderado considera, para além das presenças, duas variáveis adicionais: valência/tom com que as formações são representadas e audiência média da respetiva peça. A inclusão destas duas variáveis introduz elementos de ponderação que contribuem para aferir a forma de mediatização das formações. 8. Para além da leitura associada aos modelos são explorados

indicadores complementares, como os temas, as fontes, os protagonistas, entre outros.

9. Refira-se ainda que em 2019 tiveram lugar as Eleições para a Assembleia da República, em 6 de outubro, pelo que a amostra anual foi distribuída contemplando os dois Governos Constitucionais vigentes no período em análise: o XXI Governo Constitucional (26 de novembro de 2015 e 25 de outubro de 2019, correspondendo aos primeiros 24 dias da

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amostra)¹ e o XXII Governo Constitucional (com início em 26 de outubro de 2019, abrangendo os últimos seis dias da amostra). Para efeitos do relatório os resultados serão sempre apresentados em separado, já o sumário executivo fará salientar as diferenças da cobertura segundo o período de governação apenas quando verificadas.

10. É, no entanto, importante salientar que os resultados referentes ao período correspondente ao atual Governo Constitucional devem ser lidos com prudência, devido ao número reduzido de dias analisados.

11. No ano em análise também se realizaram as eleições para a Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira, em 22 de setembro de 2019. À semelhança da opção de análise adotada para os serviços de programas dos operadores generalistas, a amostra anual foi distribuída tendo em conta os dois Governos que vigoraram durante o período da monitorização: o XII Governo Regional (20 de abril de 2015 a 14 de outubro de 2019, correspondendo a 23 dias da amostra) e o XIII Governo Regional (com início a 15 de outubro de 2019, correspondendo aos últimos sete dias da amostra).

¹Governo do Partido Socialista (PS) viabilizado por três acordos de incidência parlamentar firmados bilateralmente entre o PS, o BE, o PCP, o PEV e com o apoio do PAN.

SÍNTESE CONCLUSIVA – RTP1, RTP2, SIC, TVI E CMTV

12. A análise da informação diária de 2019 dos noticiários de horário nobre dos serviços de programas RTP1, RTP2, SIC, TVI e CMTV tem uma amostra de 1188 peças jornalísticas. Destas, 280 foram emitidas no “Telejornal” da RTP1, 186 no “Jornal 2” da RTP2, 285 no “Jornal da Noite” da SIC, 273 no “Jornal das 8” da TVI e 164 no “CM Jornal 20h” da CMTV. As peças são selecionadas ao referir pelo menos uma das seguintes formações políticas ou seus representantes: Governo, Governos regionais, partidos nacionais e representações regionais dos partidos parlamentares, restantes partidos políticos inscritos na Comissão Nacional de Eleições (CNE), autarquias e Presidência da República.

13. Para a leitura dos resultados a amostra anual foi distribuída pelos Governos Constitucionais vigentes durante o ano de 2019, refletindo dois períodos de análise distintos: o primeiro compreende o período entre 1 de janeiro e 25 de outubro – e refere-se ao XXI Governo Constitucional; o segundo contempla o período entre 26 de outubro e 31 de dezembro, e representa o XXII Governo Constitucional, ambos liderados pelo PS.

14. No que diz respeito ao primeiro período definido em 2019, foram analisadas 980 peças, das quais 236 foram emitidas pelo “Telejornal”, 154 no “Jornal 2”, 235 no “Jornal da Noite”, 222 no

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“Jornal das 8” e 133 no “CM Jornal 20h”. Relativamente ao segundo período, foram monitorizadas 208 peças, das quais 44 são do “Telejornal”, 32 do “Jornal 2”, 50 do “Jornal da Noite”, 51 do “Jornal das 8” e 31 do “CM Jornal 20h”.

15. No período referente ao XXI Governo Constitucional, o registo de presenças no modelo simples, permite concluir que a cobertura informativa dos noticiários da RTP1, TVI e CMTV destaca o conjunto do Governo e PS, seguido dos partidos com representação parlamentar. Já para os serviços noticiosos da RTP2 e da SIC os partidos parlamentares têm maior destaque, seguindo-se o Governo e o PS. A cobertura dos partidos sem representação parlamentar relaciona-se, em grande medida, com a realização das eleições para o Parlamento Europeu, a 26 de maio, bem como para a Assembleia República, a 6 de outubro; com maior expressão no “Telejornal” e menor no “CM Jornal 20h”. Por seu lado, em termos globais, têm maior peso, em todos os serviços de programas, as restantes formações políticas e sociais consideradas, fora do âmbito estritamente partidário ou governativo, estando mais presentes no noticiário da CMTV. 16. Quando ponderado o modo como a presença de uma

determinada formação política surge contextualizada na peça, as presenças do Governo e do PS, em conjunto, apresentam uma diminuição face ao modelo simples nos cinco serviços de programas. Quer isto dizer que existem peças em que a

mediatização do Governo e do partido político do executivo reflete um contexto pouco favorável aos mesmos.

17. Considerando de forma isolada o Governo, verifica-se que é a formação político-partidária mais presente nos noticiários e a representação resultante do modelo ponderado é tendencialmente negativa. Esta tendência também é evidente no partido do executivo – o PS.

18. No caso da mediatização dos partidos com representação parlamentar os serviços noticiosos mostram uma representação positiva, com exceção do “Telejornal”.

19. Analisando isoladamente os partidos parlamentares, sem considerar o PS, o partido da oposição PSD encontra-se entre as formações político-partidárias mais presentes, sendo a sua representação mediática geralmente negativa, exceto nos noticiários da RTP2 e CMTV. Grande parte dos restantes partidos parlamentares mostram uma tendência positiva segundo as variáveis do modelo ponderado. Os partidos PAN e PEV surgem com um menor número de presenças e com uma representação tendencialmente positiva ou neutra nos cinco noticiários.

20. Os partidos sem representação parlamentar têm uma representação variável nos noticiários.

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21. No que respeita às outras formações verifica-se um tratamento tendencialmente positivo nos noticiários, com exceção do “CM Jornal 20h”. As formações mais presentes são os organismos públicos nacionais, os organismos empresariais/económicos nacionais, os cidadãos e a Presidência da República. As representações mediáticas destas formações variam consoante o serviço noticioso. 22. Quanto ao período 2019 referente ao XXII Governo

Constitucional, observa-se que o conjunto dos partidos parlamentares é a formação político-partidária com maior número de presenças nos cinco noticiários, seguida da Governo e PS. Já as restantes formações extrapartidárias apresentam um peso que oscila entre os 37 % (“Telejornal”) e os 51 % (“CM Jornal 20h”). Neste período não se registam presenças dos partidos extraparlamentares.

23. Considerando o modelo ponderado as presenças dos partidos parlamentares em conjunto, mostram uma tendência positiva, ou seja, o tratamento mediático é favorável nos noticiários, com exceção do “CM Jornal 20h”, que apresenta uma tendência negativa.

24. Analisando os partidos parlamentares de forma isolada, os partidos PSD, PCP e BE têm o maior número de presenças e o tratamento mediático varia segundo o noticiário.

25. O Governo é a formação político-partidária mais frequente e com uma representação tendencialmente negativa nos cinco noticiários. O partido do executivo – o PS – mostra um tratamento desfavorável nos noticiários.

26. Relativamente às outras formações verifica-se um tratamento tendencialmente positivo nos noticiários e os organismos públicos nacionais e a Presidência da República apresentam o maior número de presenças, sendo variável a sua representação mediática segundo o serviço noticioso. Quanto às variáveis de contextualização:

27. Na maioria dos casos das formações partidárias e extrapartidárias são mediatizadas na qualidade de protagonistas, isto é, na qualidade de «quem se fala» e «quem fala». Esta tendência é transversal nas edições destes serviços de programas consideradas na avaliação do pluralismo político.

28. Mais de metade das formações identificadas tem voz na notícia. Quando tal acontece a maioria é representada por uma voz, sendo reduzidos os casos em que se recorrem a duas, três ou mais vozes. As formações representadas com maior número de vozes, isto é, três ou mais, são sobretudo extrapartidárias, como os cidadãos, os organismos públicos nacionais e as organizações da sociedade civil.

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29. Nos blocos de horário nobre dos operadores generalistas, pouco mais de metade das peças do pluralismo político destacam como tema dominante o macrotema política nacional, sobretudo na cobertura de atividades do Governo e dos partidos políticos e, em menor proporção, da Presidência da República e do Parlamento. Em 2019, o tema relações laborais é o segundo mais frequente, ainda que com cerca de um quinto do número de peças face ao primeiro, e resultante do envolvimento do Governo em temas relacionados com greves, protestos e manifestações laborais. A política europeia é o terceiro tema com maior número de peças, cobrindo as Eleições Europeias de 26 de maio, dando visibilidade às candidaturas nacionais e europeias.

30. Os subtemas atividades e propostas dos partidos políticos, assim como o conjunto das várias áreas políticas debatidas no parlamento e o orçamento de estado, estão entre os temas mais frequentes na política nacional. Entre as dimensões políticas com maior visibilidade na cobertura destacam-se as políticas para a saúde, seguindo-se as políticas de ordenamento do território e políticas de defesa e segurança. 31. Manteve-se a menor visibilidade conferida aos temas

dominantes que envolvam acontecimentos sobre os partidos não representados na Assembleia da República e os Governos e partidos parlamentares nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira.

32. Na quase totalidade das peças são identificadas fontes de informação. No cômputo geral, em mais de metade dessas peças são consultadas várias fontes, em particular no “Jornal da Noite”, no “Telejornal” e no “Jornal das 8”. Tanto no “Jornal 2” como no “CM Jornal 20h” prevalece a fonte única.

33. Nas peças com a presença de fontes de informação prevalece o recurso a fontes de múltiplas áreas.

34. Mais de metade fontes de informação consultadas pertence, nos cinco serviços de programas, à política nacional, as restantes distribuem-se por outras áreas. De entre estas, sobressaem as da área da sociedade, na qual a participação dos cidadãos equivale aproximadamente 7,5% das peças, salientando-se o “Jornal das 8” da TVI onde estão mais presentes; outras áreas de fontes com relevo são as relações laborais e economia, finanças e negócios.

35. As fontes de informação da área da política nacional mais consultadas são, em termos globais, os partidos políticos parlamentares, em particular os da oposição parlamentar, o Governo, a Presidência da República e as autarquias.

36. A presença reduzida das fontes de partidos sem assento na Assembleia da República decorre da realização dos atos eleitorais para a Parlamento Europeu de 26 de maio e para a Assembleia da República de 6 de outubro.

(18)

37. Os deputados eleitos para as Assembleias Legislativas da Região Autónoma dos Açores e da Madeira estiveram ausentes na amostra de peças analisada. A presença diminuta de fontes provenientes de representações regionais dos partidos do Governo Regional e da oposição decorre, sobretudo, das Eleições Legislativas Regionais da Madeira de 22 de setembro de 2019. O Governo Regional da Madeira é fonte principal nas peças que cobrem a nomeação e a cerimónia de investimento como cardeal do bispo Tolentino Mendonça, um acidente rodoviário na Madeira envolvendo vários turistas e as políticas para a sustentabilidade ambiental nos serviços do executivo da região.

38. Na quase totalidade das peças dos cinco noticiários é identificado um ator principal, sobretudo da política nacional (73,1 % das peças), de entre os quais se destacam os secretários-gerais e presidentes dos partidos, ministros, o Primeiro-ministro e o Presidente da República.

39. Os tipos de representante das formações políticas mais frequentes nas peças são os ministros enquanto representantes do Governo. Por ordem decrescente em número de peças: o Governo, o PS, o PSD, o BE, o CDS-PP, o PCP, o PAN e o PEV são os partidos sobre os quais se centram as peças sem referência a quaisquer representantes. Já entre os partidos que integram o parlamento pela primeira vez após as Eleições Legislativas de 6 de outubro, estão presentes nas

peças da amostra sem identificação de um representante, por ordem decrescente no número de peças, o CHEGA, o LIVRE e o IL.

40. Nas peças selecionadas para o acompanhamento da observância do pluralismo político o serviço noticioso onde se identifica o maior número de presenças de comentadores/analistas é o “Jornal 2” da RTP2 (13 comentadores). Segue-se o “CM Jornal 20H”, com 11 comentadores, o “Jornal das 8” com nove e o “Telejornal” com seis; nas edições consideradas o “Jornal da Noite” teve presentes quatro analistas.

SÍNTESE CONCLUSIVA – RTP3

41. Em 2019, foi analisada uma amostra de 30 edições do “24 Horas”, bloco informativo transmitido diariamente a partir das 24 horas na RTP3, tendo sido identificadas 264 peças jornalísticas que referem pelo menos uma das seguintes formações políticas ou seus representantes: Governo, Governos Regionais, partidos nacionais, representações regionais dos partidos, autarquias e Presidência da República. 42. Recorde-se, mais uma vez, que se optou por distribuir a

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durante o ano de 2019, refletindo dois períodos de análise distintos: o primeiro compreende o período entre 1 de janeiro e 25 de outubro e refere-se ao XXI Governo Constitucional; o segundo contempla o período entre 26 de outubro e 31 de dezembro, e representa o XXII Governo Constitucional, ambos liderados pelo PS.

43. Considerando os períodos definidos para apresentar os resultados, o primeiro, XXI Governo do PS, abrange 220 peças, enquanto no segundo período, correspondente ao XXII Governo do PS, foram monitorizadas 44 peças.

44. No período de 2019 referente ao XXI Governo Constitucional, o modelo simples de identificação de presenças destaca o conjunto dos partidos parlamentares, como a formação política mais presente, seguida do Governo e o partido do executivo – o PS. Com uma presença menor surgem os partidos extraparlamentares. As restantes formações extrapartidárias representam aproximadamente a metade das presenças registadas.

45. A ponderação das presenças das formações político-partidárias, sob influência das variáveis que integram o modelo ponderado, repercute-se de forma positiva sobre o conjunto das presenças dos partidos parlamentares, extraparlamentares e as outras formações extrapartidárias. Já no caso do conjunto Governo + PS, a influência do modelo é

de tendência negativa.

46. O Governo, isoladamente, é a formação mais presente nas edições analisadas do serviço noticioso “24 Horas”, ao qual se segue o maior partido político da oposição – o PSD, ambas as formações mostram uma representação negativa. O terceiro partido político mais representado é o PS, seguido pelo CDS, ambos afetados negativamente pelas variáveis do modelo ponderado; já o BE e o PCP apresentam um tratamento mediático tendencialmente positivo. Os partidos parlamentares com menor presença são o PAN e o PEV, ambos representados de forma positiva.

47. O conjunto das outras formações regista uma sensibilidade variável ao modelo ponderado. Deste conjunto de formações, as que têm maior número de presenças são os organismos públicos nacionais, os organismos empresariais/económicos nacionais e a Presidência da República.

48. No período 2019 referente ao XXII Governo Constitucional, o modelo simples de identificação de presenças destaca o conjunto dos partidos parlamentares como a formação político-partidárias com maior número de presenças, seguida do conjunto Governo e PS. As restantes formações extrapartidárias concentram 45 % das presenças registadas.

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49. Tendo em conta o modelo ponderado, a mediatização do Governo, do PS e do PSD é influenciada negativamente. Já as restantes formações político-partidárias com representação na Assembleia da República – o CDS, LIVRE, PAN, PCP, PEV, CHEGA e IL – mostram uma representação positiva.

50. As restantes formações extrapartidárias são representadas, maioritariamente, pelos cidadãos, os organismos públicos nacionais, os organismos empresarias/económicos nacionais e a Presidência da República. Embora a representação mediática destas formações varie, considerando o modelo ponderado, a tendência é negativa. Quanto às variáveis de contextualização:

51. Em mais de metade dos casos (62,2%) as formações partidárias e extrapartidárias são mediatizadas na qualidade de protagonistas, isto é, na qualidade de «quem se fala» e «quem fala».

52. Mais de metade das formações identificadas tem voz na notícia (59,4 %). A maioria é representada por uma única voz, sendo residuais os casos em que se recorrem a duas, três ou mais vozes da mesma formação.

53. O tema política nacional, no seu conjunto, manteve-se como predominante na amostra do noticiário da meia-noite da RTP3 de 2019, tal como em anos anteriores, sobretudo

através da cobertura das atividades/propostas de partidos políticos, seguindo-se o conjunto das políticas debatidas na Assembleia da República, em particular as políticas para a saúde. As divergências ou críticas interpartidárias e as atividades da Presidência da República estão também entre os assuntos com maior cobertura pelo operador.

54. A quase totalidade desta amostra do pluralismo político no bloco informativo da meia-noite da RTP3 identifica pelo menos uma fonte de informação. De entre estas, predominam as da política nacional (partidos políticos da oposição parlamentar, membros do Governo, o Presidente da República e o partido do Governo). A presença dos partidos extraparlamentares verifica-se apenas nas peças que integram o período do XXI Governo, no âmbito das Eleições Europeias de 26 de maio e das Eleições Legislativas de 6 de outubro, mas também no acompanhamento da primeira convenção do partido CHEGA e de uma peça com os comentários de Pedro Santana Lopes, enquanto Presidente do Aliança, sobre as divergências internas no PSD.

55. Nas peças com a presença de fontes de informação prevalece o recurso a fontes de uma só área.

56. Entre as fontes principais de outras áreas sobressaem, em 2019, as das relações laborais (em particular representantes sindicais e trabalhadores/desempregados) e da sociedade

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(destacando-se os moradores/habitantes, os turistas e os manifestantes), esta com 6% do total das peças.

57. Na construção da quase totalidade das peças identifica-se um protagonista, em continuidade com o tratamento personificado dos blocos informativos. Na maioria são líderes políticos, como nos anos anteriores. As peças cujo protagonista é da política nacional representam mais de três quartos da amostra, sobretudo centradas nos secretários-gerais e presidentes dos partidos, nos ministros, no Primeiro-ministro. Destaque também para o Presidente da República, os cabeça de lista/candidatos às eleições para o Parlamento Europeu e para a Assembleia da República e, ainda, para os deputados e líderes parlamentares.

58. As formações políticas são maioritariamente representadas por secretários-gerais e presidentes dos partidos e deputados e líderes parlamentares e, no período de campanha eleitoral para as diferentes eleições em 2019, enquanto cabeças de lista / candidatos. Os tipos de representantes do Governo mais frequentes são os ministros e o Primeiro-ministro.

59. As formações político-partidárias identificadas na análise sem que seja mencionado o tipo de representante são, por ordem decrescente: o Governo, o PS, o PSD, o CDS, o BE, o PCP, o PAN, o PEV e o LIVRE.

60. Considerando a presença de comentadores no noticiário em

peças selecionadas para a análise do pluralismo político identifica-se a presença de dois comentadores, José Manuel Portugal e Inês Cardoso, jornalistas e comentadores em três edições em 2019.

SÍNTESE CONCLUSIVA – RTP AÇORES

61. Em 2019, foi analisada uma amostra de 30 edições do “Telejornal Açores”, bloco informativo transmitido diariamente a partir das 20 horas na RTP Açores, tendo sido identificadas 210 peças jornalísticas que referiram pelo menos uma das seguintes formações políticas ou seus representantes: Governo nacional, Governos regionais, partidos nacionais, representações regionais dos partidos, autarquias e Presidência da República.

62. Em 2019, o modelo simples de identificação de presenças destaca o Governo da Região Autónoma dos Açores e o PS Açores como a formação política, em conjunto, mais representada; seguem-se os partidos parlamentares. As formações extrapartidárias que interagem com o Governo e os partidos políticos representam mais da metade das presenças simples. A presença dos partidos extraparlamentares na amostra de 2019 decorre da cobertura das candidaturas da CDU Açores, LIVRE Açores, MAS Açores, PAN Açores e Aliança Açores ao Parlamento Europeu.

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63. A ponderação das presenças das formações político-partidárias sob a influência das variáveis que integram o modelo ponderado mostra que o Governo da Região Autónoma dos Açores junto o PS Açores e os partidos com representação parlamentar têm uma representação tendencialmente desfavorável. Por seu lado, o conjunto dos partidos extraparlamentares são representados tendencialmente de forma neutra e as outras formações de forma positiva.

64. O Governo Regional dos Açores, isoladamente, é a formação mais presente no “Telejornal Açores” e a sua representação é negativa, e a nível político-partidário o partido, PS Açores, regista o maior número de presenças e mostra uma representação negativa. Os restantes partidos com assento parlamentar variam relativamente à representação mediática. Já os partidos extraparlamentares têm uma representação neutra.

65. O conjunto de outras formações regista uma sensibilidade variável ao modelo ponderado, embora tendencialmente positiva. Deste conjunto, as formações com maior número de presenças são os organismos públicos nacionais, as autarquias regionais e o Governo da República. Quanto às variáveis de contextualização:

66. Em 2019, mais de metade das formações presentes na

amostra (61,7 %) são representadas com voz, isto é, são mencionadas e constituem fonte de informação da notícia. A maioria é representada por uma única voz, sendo menos os casos em que se recorrem a duas, e residuais aqueles em que são auscultadas três ou mais vozes da mesma formação. 67. Em 2019, tal como em anos anteriores, os temas dominantes

da política nacional mantêm-se coerentes com o perfil editorial do serviço de programas RTP Açores. Assim, mais de metade das peças deste tema dominante tem enfoque geográfico regional o que se eleva à quase totalidade, no caso das peças extrapolítica nacional. Tal justifica a cobertura concentrada nas atividades/propostas das representações regionais dos partidos políticos, nas várias áreas políticas, com destaque para as políticas para a saúde, educação, ordenamento do território e agricultura e pescas e as atividades das autarquias regionais.

68. No “Telejornal Açores”, a quase totalidade das peças identifica pelo menos uma fonte de informação. Em mais de metade das peças com fontes de informação prevalece o recurso a fontes de uma única área (62,9%).

69. As fontes consultadas são, na sua maioria, da área da política nacional, em particular através da voz Governo Regional dos Açores, das representações regionais dos partidos políticos da oposição parlamentar e das autarquias.

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70. As fontes extrapolítica nacional são sobretudo das macro áreas da sociedade, cerca de 10%, e em menor percentagem, ainda que com alguma relevância na amostra, das relações laborais e saúde a ação social.

71. Identifica-se a presença de um protagonista na quase totalidade das peças. Na generalidade destas o destaque é dado a personalidades da política da região, em particular membros do Governo da Região Autónoma dos Açores (22,6 %), presidente do Governo da RAA (10,6 %), presidentes das autarquias (8,5 %), cabeças de lista/candidatos no âmbito das Eleições Europeias de 2019 (7,5 %) e deputados e líderes parlamentares regionais (6 %).

72. As restantes categorias de atores; políticos nacionais ou de outras áreas distribuem-se de forma muito dispersa.

73. Os protagonistas extrapolítica nacional são, com relativo predomínio, das áreas das relações laborais, da sociedade e da economia, finanças e negócios.

74. O Governo Regional dos Açores é sobretudo representado através de secretários regionais e, em segundo lugar, pelo seu Presidente.

75. As representações regionais dos partidos são sobretudo asseguradas pelos seus deputados e líderes parlamentares,

por ordem decrescente do número de peças, o PS Açores, o PSD Açores, o BE Açores, CDS-PP Açores, o PCP Açores e o PPM Açores. O Aliança Açores, LIVRE Açores, MAS Açores e PAN Açores, com presenças reduzidas na amostra, são representados pelos candidatos ao Parlamento Europeu. 76. O Governo da República é apresentado de forma abstrata na

maioria das peças; em onze peças teve a presença de representantes do governo, em particular de ministros do Mar e dos Negócios Estrangeiros e do primeiro ministro. 77. Seguem-se os partidos nacionais, com presenças residuais:

PS, PSD, CDS-PP e BE, maioritariamente representados pelos seus secretários gerais ou presidentes.

78. A presença dos órgãos e das representações regionais dos partidos da Madeira ocorre no âmbito da apresentação dos resultados das eleições legislativas regionais da Madeira de 22 de setembro, da proposta conjunta do PP Madeira e CDS-PP Açores para a existência de uma ligação marítima entre as duas regiões e, ainda, numa peça sobre o acidente com um autocarro turístico na Madeira.

79. Nas edições monitorizadas em 2019 do “Telejornal Açores”, à semelhança de anos anteriores, não se regista a presença de qualquer comentador nas peças selecionadas para a análise do pluralismo político.

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SÍNTESE CONCLUSIVA – RTP MADEIRA

80. Em 2019, foi analisada uma amostra de 30 edições do “Telejornal Madeira”, bloco informativo transmitido diariamente a partir das 21 horas na RTP Madeira, tendo sido identificadas 262 peças jornalísticas que referem pelo menos uma das seguintes formações políticas ou seus representantes: Governo nacional, Governos regionais, partidos nacionais, representações regionais dos partidos, as autarquias e Presidência da República.

81. À semelhança da opção tomada no que diz respeito aos serviços de programas de âmbito nacional, distribuiu-se os dias da amostra anual pelos Governos Regionais vigentes durante o ano de 2019 na Madeira, refletindo dois períodos de análise distintos: o primeiro compreende o período entre 1 de janeiro e 14 de outubro – Governo do PSD Madeira – e refere-se ao XII Governo Regional; o segundo contempla o período entre 15 de outubro e 31 de dezembro, e representa o XIII Governo Regional, constituído pela coligação PSD Madeira e CDS Madeira.

82. Assim, considerando os períodos definidos para apresentar os resultados, o primeiro, referente ao XII Governo Regional, abrange 215 peças, enquanto no segundo período, correspondente ao XIII Governo Regional, foram monitorizadas 47 peças.

83. No período referente ao XII Governo Regional, o modelo simples de identificação destaca o Governo Regional e o PSD Madeira como a formação política, em conjunto, mais representada; seguindo-se os partidos parlamentares e extraparlamentares. As restantes formações extrapartidárias que interagem com o Governo e os partidos políticos, representam cerca da metade das presenças simples.

84. Considerando o modelo ponderado, a influência das variáveis que o integram repercutem sobre o conjunto das presenças do Governo Regional da Madeira e do PSD Madeira, sendo a tendência negativa. Pelo contrário, os partidos parlamentares e extraparlamentares, no global, mostram uma tendência positiva, assim como as outras formações em interação com o Governo e os partidos.

85. Analisando de forma desagregada as formações, o Governo Regional da Madeira é a formação mais presente no noticiário, mostrando uma representação tendencialmente negativa, seguida do partido do executivo – o PSD Madeira – também afetado negativamente pelas variáveis do modelo ponderado. Nos partidos parlamentares, o PS Madeira mostra uma tendência negativa; já o CDS Madeira, o JPP Madeira e BE Madeira apresentam um tratamento informativo favorável. As restantes formações parlamentares – o PCP Madeira e o deputado independente Gil Canha – revelam uma representação neutra.

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86. As outras formações são representadas principalmente pelos organismos públicos nacionais, os organismos empresariais/económicos nacionais, as autarquias regionais e o Governo nacional, mostrando diferenças quando aplicado o modelo ponderado, embora globalmente este grupo de formações tenha uma variação positiva.

87. No período de 2019 referente ao XII Governo Regional, o modelo simples de identificação de presenças salienta o conjunto constituído pelo Governo Regional e os partidos que fazem parte do executivo – o PSD Madeira e o CDS Madeira – como a formação política com o maior número de presenças, seguem-se os partidos parlamentares. As outras formações extrapartidárias que interagem com o Governo e os partidos políticos, representam mais de metade das presenças simples. Os partidos extraparlamentares não registam presenças neste período de análise.

88. No que diz respeito ao modelo ponderado, o conjunto das presenças do Governo Regional e o PSD Madeira + CDS Madeira são afetadas de forma negativa. Já no caso do conjunto dos partidos parlamentares, a influência do modelo é tendencialmente positiva. As restantes formações extrapartidárias apresentam uma tendência negativa segundo o modelo ponderado.

89. O Governo Regional da Madeira, isoladamente, é a formação

político-partidária mais presente neste período de 2019 no “Telejornal Madeira” e a sua representação é negativa, e a nível político-partidário os partidos JPP Madeira e PS Madeira registam o maior número de presenças e mostram uma representação positiva.

90. As restantes formações em interação com o Governo e partidos registam uma sensibilidade variável ao modelo ponderado, sendo tendencialmente negativa. Destacam-se as autarquias regionais, os organismos empresariais/económicos nacionais, os organismos públicos nacionais e as organizações da sociedade civil. Quanto às variáveis de contextualização: 91. Na maioria dos casos (88,6 %), as formações partidárias e

extrapartidárias são mediatizadas na qualidade de protagonistas, isto é, como de «quem se fala» e «quem fala». 92. Mais de metade das formações identificadas tem voz na da

notícia (59,7 %). A maioria é representada por uma única voz, sendo residuais os casos em que se recorrem a duas, três ou mais vozes da mesma formação.

93. Os temas dominantes da política nacional no “Telejornal Madeira” mantém-se coerentes com o perfil editorial do serviço de programas RTP Madeira. Tal justifica a cobertura concentrada nas atividades/propostas dos partidos políticos e

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das representações regionais dos partidos políticos e a atividade das autarquias regionais. Entre os temas dominantes o conjunto das várias áreas políticas debatidas pelos partidos com assento na assembleia legislativa da região Autónoma da Madeira também se destacam em algumas peças, em particular as políticas para a saúde, ambiente e turismo. As restantes peças dispersam-se por outros subtemas. Em suma, mais de metade dos temas da política nacional têm âmbito regional e cobrem as várias áreas da atividade do Governo Regional do arquipélago. 94. No “Telejornal Madeira”, a quase totalidade das peças

identifica pelo menos uma fonte de informação. No caso das peças construídas com fontes da área da política nacional verifica-se que o fazem sobretudo com base numa única fonte, enquanto as que consultam fontes de informação de outras áreas dão predomínio a várias origens.

95. A quase totalidade das peças analisadas na amostra em 2019 assenta em fontes de informação (96,2 %), sendo mais de metade dessas fontes de uma única área, em particular da política nacional.

96. A maioria das peças com fontes da política nacional dão voz aos partidos políticos das representações regionais, aos membros do Governo Regional da Madeira, às autarquias e ao partido do Governo Regional da Madeira.

97. As fontes extrapolítica nacional são sobretudo da sociedade, representada na voz dos cidadãos, com cerca de 8%; seguem-se as fontes da área da economia, finanças e negócios; da educação; das relações laborais; do desporto e da saúde e ação social.

98. Identifica-se a presença de um protagonista na quase totalidade das peças. Na generalidade destas o destaque é dado a personalidades da política nacional (79,1 %).

99. Entre estes protagonistas destacam-se os membros do Governo da Região Autónoma da Madeira (secretários regionais e Presidente do Governo Regional), seguindo-se os cabeça de lista /candidatos ao parlamento regional da Madeira, os presidentes das autarquias, os deputados e líderes parlamentares regionais, e os secretários-gerais e presidentes das representações regionais dos partidos.

100. As restantes categorias de atores, sejam políticos nacionais ou de outras áreas, têm uma representatividade diminuta e dispersa.

101. As formações políticas são sobretudo representadas através de membros do Governo da RAM, em particular secretários regionais, seguido por peças em que este executivo regional surge de forma abstrata, sem representante personalizado e,

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em terceiro lugar, através do Presidente do Governo da Região Autónoma da Madeira, Miguel Albuquerque.

102. Os partidos da RAM com assento parlamentar são sobretudo representados pelos seus deputados e líderes parlamentares. O PSD Madeira e o PS Madeira são mediatizados, em percentagem considerável das suas presenças, sem a menção ou presença de qualquer representante. O BE Madeira integra a amostra apenas no período correspondente ao XII Governo Constitucional após o qual, não tendo sido eleito, deixa de constar na seleção de peças.

103. As representações regionais dos partidos sem assento parlamentar integram a amostra na XII Legislatura da Assembleia da RAM enquadrados no acompanhamento da cobertura da campanha eleitoral para as legislativas regionais. São sobretudo representados por militantes e membros político-partidários, cabeças de lista / candidatos e secretários gerais e presidentes dos partidos.

104. Os partidos nacionais, em número residual, estão presentes sem a referência a qualquer representante (BE, CDS-PP, PCP e PAN) ou através dos seus secretários gerais e presidentes, cabeças de lista/candidato e deputados (PS e PSD).

105. Também o Governo da República é apresentado de forma abstrata na maioria das peças e, por ordem decrescente,

através dos ministros, do Primeiro-ministro e dos secretários de Estado.

106. A vida política da Região Autónoma dos Açores, presente em uma peça, é representada numa proposta conjunta do CDS-PP Madeira e CDS-PP Açores para a existência de uma ligação marítima entre as duas regiões.

107. Nas edições monitorizadas em 2019 do “Telejornal Madeira”, à semelhança de anos anteriores, não se regista a presença de qualquer comentador nas peças selecionadas para a análise do pluralismo político.

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I

NFORMAÇÃO

N

ÃO

-

DIÁRIA

1. A segunda parte do relatório consiste na verificação da observância do princípio do pluralismo político na programação informativa não-diária de 2019 – programas de debate, entrevista e comentário político – nos serviços de programas televisivos de acesso não condicionado livre do serviço público de televisão – RTP1 e RTP2 – e dos dois operadores privados – SIC, TVI e CMTV –, assim como na RTP3 e nos serviços de programas das regiões autónomas – RTP Açores e RTP Madeira.

2. Esta análise é desenvolvida desde 2012, ano em que o Conselho Regulador da ERC definiu as atuais linhas orientadoras do acompanhamento anual do pluralismo político. A Deliberação 2/PLU-TV/2012, de 18 de abril, veio acrescentar os dois operadores licenciados para o exercício de atividade televisiva ao perfil dos relatórios, que até então se circunscreviam ao operador público de televisão, ao mesmo tempo que alargou o âmbito da análise a todos os intervenientes nos programas informativos considerados. Ou seja, nas edições em que os convidados políticos e partidários confrontam opiniões com protagonistas externos a este campo, são tidos em conta todos os intervenientes dessa edição, por se considerar que é relevante identificar os diferentes atores e forças sociais que interagem, por decisão editorial, com os representantes da esfera político-partidária.

Desde 2018, o Conselho Regulador da ERC considerou pertinente estender a análise ao serviço de programas CMTV, uma vez que este se encontra registado nesta entidade como canal generalista, ficando desta forma a par com os dois operadores licenciados já analisados.

3. Esta opção permite traçar, de um modo mais consistente, os moldes em se processa a representação e a equidade de acesso das diferentes correntes políticas, ideológicas, de opinião, interesses e pensamento ao espaço público mediático.

4. Refira-se ainda que em 2019 tiveram lugar três atos eleitorais que se refletiram no número e na diversidade de programas de informação com a presença de atores político-partidários: as eleições Europeias, de 26 de maio, as eleições para a Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira, de 22 de setembro e as eleições para a Assembleia da República, de 6 de outubro¹.

¹Os relatórios de análise do tratamento mediático dos três atos eleitorais podem ser encontrados em https://www.erc.pt/pt/estudos-e-publicacoes/relatorios-sobre-cobertura-jornalistica-de-eleicoes

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SÍNTESE CONCLUSIVA – RTP1

“PRÓS E CONTRAS”

5. Nas 16 edições do programa “Prós e Contras” de 2019 contempladas na presente análise devido à presença de atores político-partidários, foram contabilizados 178 convidados, 72 dos quais com ligação a partidos e estruturas governamentais nacionais.

6. A formação política mais representada é o PS, com 21 presenças, a que se podem somar 9 presenças de membros do Governo. Da oposição parlamentar, contam-se 18 presenças por parte do PSD, seis do PCP (somando-se uma presença em representação da CDU), quatro do BE e do CDS-PP, e uma presença do Chega, Iniciativa Liberal, Livre e PAN. 7. Os partidos extraparlamentares apenas se encontram

representados pelo MPT, com uma presença. “GRANDE ENTREVISTA”

8. O programa “Grande Entrevista” teve 41 edições, 19 das quais de entrevista a atores ligados à esfera político-partidária nacional.

9. A força mais representada é o Governo, com sete presenças, seguido pelo PS e PSD, com quatro presenças cada. Regista-se também a presença de três outras forças políticas, o BE, com duas presenças, e o PCP, e o PDR, cada uma com um representante.

“O OUTRO LADO”

10. O programa “O Outro Lado” teve uma exibição na RTP1. Trata-se de uma edição especial de debate entre atores ligados à esfera político-partidária nacional.

11. Nesta edição, contam-se dois atores ligados ao PSD, um ao PS e um ao BE.

“FRONTEIRAS XXI”

12. Das 11 edições do programa “Fronteiras XXI”, uma contou com a presença de atores de forças político-partidárias, concretamente um representante da esfera do PSD.

“DEBATES EUROPEIAS 2019”

13. Em ano de eleições para o Parlamento Europeu, registaram-se cinco debates entre os candidatos nacionais.

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14. As forças mais representadas são o PS e o PSD, com quatro presenças, seguidos do BE, CDS-PP e PCP, com três presenças cada.

15. Com uma presença nestes debates encontram-se o Aliança, Iniciativa Liberal, Livre, MAS, PAN, PCTP/MRPP, PNR, PTP e PURP.

“EUROPEIAS 2019”

16. Neste contexto, foram transmitidas três edições na noite de eleições para o Parlamento Europeu, totalizando três presenças de atores ligados à esfera do PS.

“LEGISLATIVAS 2019”

17. O ano de 2019 foi também marcado pela realização de eleições legislativas. De um total de 15 edições do programa “Legislativas 2019”, nove são debates entre os candidatos e seis são entrevistas.

18. Com maior número de presenças encontram-se o PS e o PSD, com oito e seis, respetivamente, aos quais se seguem o BE, PAN e PCP, com quatro presenças cada. O CDS-PP conta com três presenças.

19. Com uma presença nestas edições estão o Aliança, Chega,

Iniciativa Liberal, JPP, Livre, MAS, MPT, PCTP/MRPP, PDR, PNR, PPM, PTP, PURP e RIR.

“EU, CIDADÃO”

20. Ainda no contexto das eleições legislativas, foram transmitidas duas edições do programa “Eu, Cidadão”, constituídas por entrevistas aos candidatos.

21. Estão presentes atores ligados ao BE, CDS-PP, PAN, PCP, PS e PSD, com duas presenças cada.

“DEBATE ELEIÇÕES PSD”

22. Em 2019, o PSD realizou eleições internas, tendo sido transmitido um debate com a presença dos três candidatos à liderança do partido.

“EUROPA MINHA”

23. Nas 30 edições do programa “Europa Minha” de 2019 contempladas na presente análise devido à presença de atores político-partidários, foram contabilizados 100 convidados com ligação a partidos e estruturas governamentais nacionais.

(31)

24. As formações políticas mais representadas são o PSD e o PS, com 30 e 25 presenças, respetivamente. A estas somam-se 14 presenças do PCP, dez do BE e oito do CDS-PP.

25. Estão ainda presentes quatro representantes do Governo, três do PAN e dois do PDR.

26. Com uma presença cada encontram-se o Governo Regional dos Açores, o Livre, o MPT e um político independente.

SÍNTESE CONCLUSIVA – RTP2

“EURODEPUTADOS”

27. Nas 33 edições do programa “Eurodeputados” de 2019 contempladas na presente análise devido à presença de atores político-partidários, foram contabilizados 157 convidados com ligação a partidos e estruturas governamentais nacionais e duas presenças de um representante do PPE (Partido Popular Europeu), não sendo estas últimas consideradas na observância do princípio do pluralismo político-partidário.

28. A formação política mais representada é o PSD, com presença em todas as edições, seguido do PS e da CDU, com 31

presenças cada. A estas somam-se 29 presenças do BE, 25 do CDS/PP, sete do PAN e uma do MPT.

“EUROPA MINHA”

29. Nas 18 edições do programa “Europa Minha” de 2019 contempladas na presente análise devido à presença de atores político-partidários, foram contabilizados 48 convidados com ligação a partidos e estruturas governamentais nacionais.

30. As formações políticas mais representadas são o PSD e o PS, com 15 e 12 presenças, respetivamente. A estas somam-se o PCP e o BE, cada um com cinco presenças.

31. Estão ainda presentes quatro representantes do CDS/PP, três do PAN, dois do Governo e um do PDR.

32. Observa-se também a presença de um vereador eleito independente.

(32)

SÍNTESE CONCLUSIVA – SIC

“EUROPEIAS 2019”

33. A edição especial de cobertura da noite eleitoral contou com a participação de três atores político-partidários no seu painel de comentadores: BE, PS e PSD, com uma presença cada um.

“LEGISLATIVAS 2019”

34. A edição especial de cobertura da noite eleitoral contou com a participação de três atores político-partidários no seu painel de comentadores: BE, PS e PSD, com uma presença cada um.

SÍNTESE CONCLUSIVA – TVI

35. Em 2019, verifica-se a ausência das grelhas da TVI de programas autónomos de debate, comentário ou entrevista com a participação de atores político-partidários.

36. Os dados referentes à presença de atores políticos na emissão da TVI, ainda que não em programas autónomos (como é requisito do presente relatório), podem ser consultados nos relatórios produzidos pela ERC sobre a cobertura das eleições europeias e legislativas em 2019².

²Vide nota 1.

SÍNTESE CONCLUSIVA – CMTV

“2019 ELEIÇÕES EUROPEIAS – NOITE ELEITORAL”

37. A edição especial de cobertura da noite eleitoral contou com a participação de dois atores político-partidários no seu painel de comentadores: PS e PSD, com uma presença cada um.

“2019 ELEIÇÕES LEGISLATIVAS - ENTREVISTAS”

38. A CMTV realizou seis entrevistas no mês que antecedeu as Eleições Legislativas 2019.

39. Os líderes dos seis partidos/coligações com assento parlamentar – PS, PSD, BE, CDS/PP, CDU e PAN, foram entrevistados durante cerca de 30 minutos.

“2019 ELEIÇÕES LEGISLATIVAS – NOITE ELEITORAL”

40. A edição especial de cobertura da noite eleitoral contou com a participação de dois atores político-partidários no seu painel de comentadores: PS e PSD, com uma presença cada um.

(33)

SÍNTESE CONCLUSIVA – RTP3

“EURODEPUTADOS”

41. Nas 31 edições do programa “Eurodeputados” de 2019 contempladas na presente análise devido à presença de atores político-partidários, foram contabilizados 158 convidados com ligação a partidos e estruturas governamentais nacionais.

42. As formações políticas mais representadas são o PCP, PS e PSD, com 31 presenças, a que se podem somar 30 presenças do BE e 27 do CDS-PP.

43. O PAN regista seis presenças, e o Governo e o MPT uma presença.

“PARLAMENTO”

44. Em 2019 foram exibidas, na RTP3, 31 edições do programa de debate “Parlamento” com participação dos partidos políticos com assento parlamentar à data da emissão.

45. O BE, PCP, PEV, PS e PSD marcam presença nas 31 edições. Destes, apenas o PS teve presenças exclusivamente em estúdio, sendo que os restantes partidos alternaram com declarações pré-gravadas e, no caso do PSD, uma intervenção

através de videochamada.

46. O CDS-PP esteve presente em 30 edições, sobretudo em estúdio, mas contabilizando-se seis presenças por via de declarações pré-gravadas.

47. No caso do PAN, a situação inverte-se. Das oito presenças, apenas três foram em estúdio.

48. Registam-se ainda quatro presenças do Chega e da Iniciativa Liberal, e duas do Livre. Todas elas em declarações pré-gravadas.

“GRANDE ENTREVISTA”

49. O programa “Grande Entrevista” teve 39 edições, 18 das quais de entrevista a atores ligados à esfera político-partidária nacional.

50. A força mais representada é o Governo, com sete presenças, seguido pelo PS e PSD, com quatro presenças cada. Registam-se também duas preRegistam-senças do BE e uma do PCP.

Referências

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