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Financiamento da Educação

Universidade de São Paulo Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” LES 0266: Política e Organização da Educação Brasileira Maio/2020

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Introdução

• Os Governos consideram a educação um dever do Estado

– Logo, a sua oferta, assim como a provisão de outros bens públicos, pode ser disponibilizada com melhor eficiência e equidade

• Esse dever se dá em virtude da educação ser considerada

um dos principais elementos para a criação de oportunidades

para os indivíduos e para a redução das desigualdades

sociais, dessa forma:

– Como se dá a decisão de investimento na educação pelo

Governo?

(3)

O Papel do Governo

• A decisão de investimento em educação:

• O custo da educação engloba custos diretos, como valor de

mensalidade e material, e custos indiretos, como transporte;

• A demanda por educação, portanto, depende da decisão

familiar e de seu orçamento, logo, seu acesso é excludente;

• Dado os benefícios sociais da educação (distribuição de

renda, redução de criminalidade, noções de cidadania) cabe

ao Estado o investimento e o seu provimento para que

indivíduos de diversas camadas de renda recebem níveis

educacionais semelhantes, justificando a intervenção estatal

nessa área.

(4)

O Papel do Governo

• Distribuição de renda e alocação de recursos:

A constatação da necessidade de intervenção, porém, não

determina a melhor forma de alocação dos recursos, em geral

temos que:

– A educação básica é provida pelo Estado;

– No ensino superior, ainda que com presença de universidades públicas, são utilizados os financiamentos e subsídios

Essa divisão pode refletir o entendimento de que a oferta de

ensino fundamental deve ser obrigatória para todas as

crianças e é um dever do Estado garanti-la;

• No caso do nível superior a intervenção aconteceria para

garantir o acesso à educação por parte da população mas

também contornar uma falha de mercado, ou seja, suprir a

insuficiência de mercado privado visando esse tipo de serviço

(financiamento estudantil).

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O Papel do Governo

• Distribuição de renda e alocação de recursos:

Temos que a distribuição de renda gerada pelos níveis de educação

depende da alocação de recursos disponíveis;

• Supondo uma restrição dos recursos:

– Investimento na universalização do ensino básico ou Investimento

em níveis mais elevados de ensino?

• Alguns argumentos:

• Ensino básico: educação e inclusão para maior número de pessoas possível,

combate à criminalidade na faixa etária correspondente, muitos alunos não chegam à universidade por ensino básico de baixa qualidade;

• Ensino superior: formação de trabalho qualificado geraria aumento de renda e

(6)

Provisão Pública da Educação

• Descentralização:

• Em geral, a educação básica está sob responsabilidade de

governos locais

– Maior autonomia e responsabilidade local pode incentivar

professores em suas atividades e permite melhor monitoramento;

– Porém, pode gerar diferenças na qualidade da educação ofertada

em função dos distintos níveis de renda apresentados pelas

regiões

• Se a provisão é local, as disparidades regionais podem ser

refletidas na educação e assim perpetuar essas diferenças

Oferta a nível nacional: um dos argumentos a favor da intervenção

a nível nacional na educação básica é a possibilidade de

equalização da qualidade, garantindo o mesmo padrão educacional

em todos os locais (exemplo: currículo, exigência de frequência e

critérios para aprovação nas disciplinas).

(7)

Provisão Pública da Educação

• Gastos X Resultados Educacionais

• O acesso à educação não é sinônimo de qualidade

– Em que medida o aumento dos gastos público gera um aumento

no desempenho dos alunos?

• Fatores como condições socioeconômicas familiares poderiam interferir na qualidade dos resultados dos alunos, sendo um dos argumentos para os melhores resultados da educação privada;

• No entanto, é via alocação de recursos na educação que o Estado tem a oportunidade de efetivamente intervir nesse cenário.

– Dados os recursos estabelecidos, não há consenso sobre a

forma de alocação mais efetiva para melhorar o desempenho

escolar; (Estrutura, professores, gestão, garantir a merenda?)

(8)

Políticas Públicas Educacionais e

Financiamento da Educação

• Constituição de 1988 promulga que a educação é direito de

todos dever do estado e das famílias;

• Princípios da Educação nacional:

– Busca de igualdade no acesso e de permanência na escola; – Coexistência de instituições públicas e privadas;

– Gratuidade do ensino público em instituições oficiais.

Década de 1990: implementação de políticas voltadas à educação

demonstrando o comprometimento do governo na área

– Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB): sancionada

em 1996, representa o pilar dessas políticas

(9)

Políticas Públicas Educacionais e

Financiamento da Educação

LDB define que os recursos públicos destinados à educação são originários

de receitas de impostos, transferências, salário educação e outras

contribuições sociais e incentivos fiscais;

LDB aumentou para as esferas do governo a arrecadação de impostos

vinculados à educação: União deve aplicar 18% (já prevista pela

Constituição), porém Estados e Municípios devem aplicar 25% da

arrecadação de impostos;

O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e

de Valorização do Ensino Médio (FUNDEF), determina que a partir de

1998, 60% dos recursos arrecadados pelos Estados e Municípios devem ir

para o ensino fundamental Substituído em 2007 pelo Fundo de

Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização

dos Profissionais da Educação (FUNDEB)

(10)

Políticas Públicas Educacionais e

Financiamento da Educação

• O FUNDEB estende os benefícios para a educação básica como um

todo ( da creche até o ensino médio);

• O objetivo do programa é distribuir os recursos pelo país, tomando

como base o desenvolvimento socioeconômico das regiões brasileiras;

• A destinação dos investimentos é realizada de acordo com o número

de alunos da educação básica, referentes aos dados do censo escolar

do ano anterior

– Municípios recebem valor referente aos alunos matriculados nas educações básica e infantil

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Recursos FUNDEB

• Em cada Estado, o FUNDEB é composto por 20% das seguintes receitas:

– Fundo de Participação dos Estados – FPE. – Fundo de Participação dos Municípios – FPM.

– Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS.

– Imposto sobre Produtos Industrializados, proporcional às exportações– IPIexp. – Desoneração das Exportações (LC nº 87/96).

– Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doações – ITCMD. – Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores – IPVA.

– Cota parte de 50% do Imposto Territorial Rural-ITR devida aos municípios.

• Também compõe o Fundo as receitas da dívida ativa e de juros e multas incidentes sobre as fontes acima relacionadas;

• Ainda, no âmbito de cada estado, onde a arrecadação não for suficiente para garantir o valor mínimo nacional por aluno ao ano, haverá o aporte de recursos federais, a título de complementação da União.

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Recursos FUNDEB

Contribuição percentual de cada fonte para a composição do FUNDEF

(2007 a 2020)

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Indicadores de Investimentos Públicos em

Educação

• Os indicadores são informações de cunho orçamentário sobre a

aplicação dos recursos públicos na educação;

• O conhecimento desses dados são importantes pois ajudam na

formulação de políticas, na manutenção e no desenvolvimento do

ensino, na expansão e melhorias nas escolas de diversos níveis e

modalidades

de

ensino,

nos

programas

de

assistência

ao

estudantes, entre outros.

• Esses

dados

podem

ser

consultados

em

<

http://portal.inep.gov.br/investimentos-publicos-em-educacao

>.

(14)

Investimento Direto Público, por estudante, nos níveis de

ensino

(15)

Dados de Investimentos em Educação do

Brasil e do Mundo

• Em 2014, o Brasil investiu cerca de 5% do seu PIB (Produto Interno

Bruto) em Educação

– Esse valor corresponde a cerca de R$ 298 bilhões

• Esse valor foi superior a média de investimentos de países

componentes da OCDE ( Organização para a Cooperação e

Desenvolvimento Econômico, composta por países considerados

desenvolvidos), o qual correspondeu a 4,8%;

• Em relação à América Latina, o investimento brasileiro foi igualmente

superior aos investimentos desses países, os quais investiram entre

3% e 5% do seu PIB em educação;

• Logo,o Brasil pode ser considerado um país que despendeu recursos

significativos para a educação nesse período.

(16)

Percentual do Investimento em Educação em relação ao

PIB per capita por nível de ensino

(17)

Dados de Investimentos em Educação do

Brasil

• No entanto, esse cenário muda quando consideramos o número de habitantes do Brasil;

Com uma população elevada, nosso PIB per capita (PIB por habitante) é relativamente baixo;

• Com um número mais elevado de estudantes em relação aos países mais desenvolvidos temos um investimento por aluno baixo, o que levaria à conclusão de que é preciso investir mais em educação para se atingir um maior nível de desenvolvimento;

• Porém, o que mais impacta são os números regionais, enquanto existem municípios do Maranhão que investem menos de R$ 3 mil por aluno ao ano, alguns municípios do Sul e Sudeste investem até quatro vezes mais que esse valor;

• Por isso, embora tenhamos investido parte considerável do PIB à educação, os valores por aluno são relativamente baixos e falta mecanismos para garantir uma redistribuição desses recursos de forma equanime e eficiente.

(18)

Referências

• ARVATE, P.; BIDERMAN, C. Economia do Setor Público no Brasil..

Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.

• BRASIL. FUNDEB. Ministério da Educação. Fundo Nacional de

Desenvolvimento

da

Educação.

2020.

Disponível

em:

<

https://www.fnde.gov.br/index.php/financiamento/fundeb

>

• INEP. Investimentos Públicos em Educação. 2020. Disponível em: <

http://portal.inep.gov.br/investimentos-publicos-em-educacao

>

• KESLEY, P. Quanto dinheiro o Brasil coloca na educação pública?

In.

Todos

pela

Educação.

2018.

Disponível

em

https://www.todospelaeducacao.org.br/conteudo/Quanto-dinheiro-o-Brasil-coloca-na-Educacao-Publica

Referências

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