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Econômicas leves 04/08/2011 Notícia Revista Téchne - Julho 2011

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Econômicas leves

04/08/2011 | Notícia | Revista Téchne - Julho 2011

Apesar da aplicacão em programas de interesse social, steel framing ainda enfrenta desafios burocráticos para o atendimento de outras faixas de renda do programa Minha Casa, Minha Vida

No empreendimento Vila Dignidade de Itapeva (SP), custo do metro quadrado da habitação em steel framing saiu por cerca de R$ 1 mil

A meta estabelecida pelo Governo Federal para a erradicação do déficit habitacional no Brasil vem envolvendo e aquecendo todo o segmento da construção civil. Com tantos imóveis a serem construídos e em meio à escassez de mão de obra, os sistemas industrializados começam a deixar de ser uma alternativa teórica para ser uma realidade. É nesse campo que surge a oportunidade de o steel framing se disseminar nessa faixa de renda, oferecendo uma habitação com qualidade semelhante as executadas com alvenaria convencional, só que mais fácil de executar e em menos tempo.

Essa foi a principal aposta da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU) ao lançar o Vila Dignidade, programa voltado a idosos que visa à construção de moradias de steel framing em pequenas vilas com convivência social. Muito mais do que executar novas moradias, a iniciativa é também uma oportunidade para que o sistema seja testado em empreendimentos de baixa renda e para que o preconceito contra métodos construtivos leves e industrializados seja eliminado.

No programa, as casas possuem 43,18 m² de área construída distribuídos em um dormitório, sala conjugada à cozinha, banheiro, área de serviço e uma pequena área externa nos fundos que pode ser utilizada como jardim ou horta. Os projetos sempre contam com itens do novo padrão de construção da CDHU, como pé direito ampliado de 2,4 m para 2,6 m, aquecedor solar, piso cerâmico e azulejos na cozinha e banheiro, além de itens de segurança e acessibilidade, como barras de apoio, pias e louças sanitárias em altura adequada, portas e corredores mais largos, interruptores em quantidade e altura ideais, entre outros.

Perfis de aço com 0,95 mm de espessura são os ideais para habitações térreas

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Atualmente já foram entregues os empreendimentos das cidades de Avaré e Itapeva, ambas no interior de São Paulo, e está em andamento a construção de condominios em Araraquara, Caraguatatuba, Presidente Prudente, Ribeirão Preto e São José do Rio Preto. Nos munícipios de Botucatu, Jaú, Jundiaí, Laranjal Paulista, Limeira, Mogi das Cruzes, Mogi Mirim, Itapetininga, Ituverava, Tupã e Sorocaba os conjuntos estão em processo licitatório ou de assinatura de convênio.

Em Itapeva, por exemplo, 18 unidades residenciais e um salão de festas foram executados com o sistema em terreno total de 4.500 m2. Segundo Alexandre Mariutti, diretor da Construtora Sequência, responsável pela obra, as casas são construidas sobre radier, possuem fechamento externo com placas cimenticias e telhado de telhas cerâmicas tipo capa e canal. O salão de festas seguiu o mesmo padrão construtivo com exceção do fechamento externo, feito com painéis OSB (Oriented Strand Board).

Já em Caraguatatuba, ainda em execução, são 20 casas implantadas em um terreno de 3.615 m². As moradias seguem o mesmo padrão de Itapeva, com placas de gesso acartonado e cimenticias para o revestimento interno e externo, respectivamente. Para melhorar o conforto térmico e acústico, as paredes e forros receberam lã de rocha (vela tabela 1).

Solução para todas as rendas

A solução em steel framing é a mesma seja em empreendimentos econômicos, seja em casas de alto padrão. A construção é feita, basicamente, em seis etapas. A primeira é a fundação, do tipo radier. Depois, os componentes da estrutura chegam prontos ao canteiro, são montados e unidos com parafusos autobrocantes. Feito isso, parte-se para a montagem da cobertura, também de perfis leves de aço. Em seguida, ou concomitantemente, vem a execução do fechamento externo, com placas cimenticias, e das vedações internas com drywall; o embutimento das instalações elétricas e hidráulicas; e, finalmente, os acabamentos.

Os perfis são produzidos por vários fabricantes nacionais e se assemelham àqueles feitos para drywall. O steel framing, no entanto, utiliza aço estrutural (ZAR 230 MPa), enquanto os perfis para drywall não têm função portante. Os perfis de drywall têm espessura de apenas 0,50 mm, enquanto os de steel framing, espessuras acima de 0,80 mm, 0,95 mm até 1,25 mm. O cálculo da estrutura é feito em conformidade com a NBR 14.762 e os requisitos dos perfis pela NBR 15.217.

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As separações entre pavimentos, no caso de mais de um pavimento, são constituídas por lajes leves, com emprego de perfis de aço galvanizado, revestimentos de piso (madeira, placa cimenticia etc.) e de forro leve (drywall, madeira, PVC etc.), ou de lajes pré-moldadas de concreto.

Para a cobertura podem ser empregadas telhas para vdos maiores que 1,20 m, de forma a otimizar a estrutura, também em perfis leves de aço galvanizado, ou podem ser aplicadas telhas cerâmicas ou de concreto, sobre estrutura também de perfis leves de aço galvanizado.

Os fechamentos das paredes são compostos por placas delgadas de acordo com a condição de uso, interna ou externa. No caso de fechamento externo são empregadas placas cimenticias ou chapas de madeira tipo OSB diretamente sobre a estrutura metálica. Para o fechamento interno são empregadas placas cimenticias ou chapas de gesso acartonado.

As esquadrias e os acabamentos são os mesmos utilizados nas construções convencionais. As paredes recebem diversos tipos de revestimento: pintura (externa e interna), textura externa, placas cerâmicas, siding vinílico ou cimenticio externamente, argamassa flexível, tijolo aparente externamente, observando-se as recomendações sugeridas pelos fabricantes. A estrutura é contraventada por perfis ou fitas de aço posicionadas no interior dos paineis conforme o projeto estrutural.

Quanto aos custos, comparados aos de uma construção convencional, houve reducão de valores nos últimos anos, graças à nacionalização dos componentes, que resultou no barateamento do steel framing. "Atualmente uma casa popular, da CDHU, custa cerca de R$ 1 mil o metro quadrado, enquanto em uma casa de alto padrão o metro quadrado não sai por menos de R$ 5 mil", explica o diretor da construtora Sequência.

Mariutti ressalta que o sistema passa a ser ainda mais competitivo corn volumes maiores de unidades, que geram ganhos de produtividade e a consequente redução de custos. Além disso, segundo ele, com mais unidades possível fazer a fabricação dos painéis tanto no canteiro de obras, como em oficinas de pré-fabricados montadas próximas das obras, eliminando custos corn frete e logistica dos materiais.

"Ao fazer o projeto estrutural específico do nosso negócio, procuramos também fazer uma otimização do projeto arquitetônico, ou seja, adotamos medidas, afastamentos e recuos que façam corn que se tenha menor perda de material possivel dos padrões da indústria, tanto do drywall, como das placas cimenticias e dos próprios sidings usados em fachada", explica Marcio Raigorosky, da Steel Frame do Brasil. De acordo corn ele, uma dessas adaptações e a paginação dos perfis de aço em distanciamentos padrões, de 60 cm ou de 40 cm, dependendo do caso. "Esse distanciamento facilita a distribuição das cargas e dos momentos e a montagem dos perfis de aço no canteiro de obras. Na maioria dos casos são 60 cm, mas em regiões com maior carga estrutural optamos por 40 cm", acrescenta.

Na manutenção, por fim, devem ser tomados cuidados quanto a proteção dos componentes em relação a presença de água, adotando-se reparos imediatos sempre que houver vazamentos de instalações hidraulicas e infiltrações de água, de forma a não haver danos aos componentes do sistema (chapas para drywall e placas cimenticias) e nem corrosão de perfis metálicos.

Entrave no financiamento

Fora do programa Vila Dignidade, iniciativa da CDHU em parceira com a Secretaria Estadual de Assistência e Desenvolvimento Social, a Secretaria Estadual de Economia e Planejamento, a Secretaria Estadual da Cultura, o Fundo de Solidariedade e Desenvolvimento Social e Cultural do Estado de São Paulo (Fussesp) e as prefeituras dos municipios paulistas, o steel framing ainda sofre para se concretizar no mercado de baixa renda. E praticamente raro encontrar empreendimentos para a faixa de renda de três a dez salários minimos.

"As empresas de steel framing não conseguem concorrer com a informalidade do sistema convencional das outras faixas de renda do programa, porque pagamos impostos e devemos emitir notas fiscais tanto para compra de materiais, como para reparos. Isso não acontece no sistema convencional, infelizmente, e não conseguimos concorrer com essa realidade", acredita Alexandre Mariutti. De acordo com ele, em obras de interesse social como o Vila Dignidade, o governo não só exige que seja emitida certa quantidade de relatórios e de procedimentos, como pagam por esse serviço, viabilizando as construçöes.

A Inplaca é uma das poucas empresas que trabalham corn steel framing na faixa de renda de três a dez salários no Brasil, oferecendo empreendimentos como o da cidade de Nova Odessa, em São Paulo, com casas de 61 m² com trés dormitórios, sendo uma suite, cozinha e banheiro. As unidades, localizadas em um terreno de 200 m², são vendidas a R$ 100 mil.

Apesar de construídos, conta o engenheiro Gilberto Valverde Carneiro, diretor da empresa, o sistema ainda perde muita competitividade na hora do financiamento, inviabilizando até mesmo as vendas. Isso porque, apesar de ser normatizado pelo Ministério das Cidades pelo Sistema Nacional de Avaliações Técnicas (Sinat) e estar no País há mais de dez anos, o sistema ainda é considerado inovador para a Caixa Econômica Federal, sendo tratado de uma forma diferente do convencional (veja tabela 2).

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"No financiamento normal, para avaliar o bem e a garantia, depois de ser feito o pedido na agenda, a Caixa manda apenas um engenheiro para inspecionar a construção. No steel framing, esse engenheiro não pode fazer o mesmo serviço, porque é preciso que primeiro o projeto passe pela gerência de engenharia de cada região da Caixa, que vai elaborar as diretrizes de análise, para que só depois o engenheiro vá a obra. Esse é um processo muito mais lento e complexo", acredita Carneiro. Segundo ele, em Nova Odessa, 11 engenheiros do banco inspecionaram o projeto, sendo que oito aprovaram e três nem sequer sabiam o que era o sistema.

Outro problema e que, com a imposição da Caixa de só financiar 80% do imóvel e somente 20 anos, o cliente de baixa renda não tem como dar o valor de entrada na hora do financiamento. Com isso, a construtora não consegue atingir o público alvo das casas, cuja renda mensal de R$ 2,5 mil, e nem uma faixa superior, que prefere outro tipo de empreendimento.

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Diante dessa situação, Gilberto Valverde Carneiro está tentando marcar uma audiência pública com o Ministério das Cidades e a Caixa Econômica Federal para tentar mudar o tratamento dado ao steel framing no País. "Para o sistema se fortalecer no Brasil, a Caixa não precisa dar subsídio, é só financiar em 360 meses e 100% do imóvel, como e feito com os empreendimentos de bloco e areia. Isso ajudará o steel framing a decolar", finaliza.

Fotos: Divulgação Construtora Sequencia

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