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Academic year: 2021

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Uso de Software Livre na Universidade

Diego Starling Fonseca Guilherme da Silva Nascimento Gustavo Henrique do Nascimento Pereira Luiz Henrique Bueno Byrro Marcelo Luiz Lacerda Esteves Rodrigo Alvaro da Costa Ribeiro Resumo:

Ao longo da história dos computadores, um número grande de softwares livres foi        feito e, com isso, se consolidou na sociedade a cultura do software livre. Esta forma de        cultura demonstra o processo no qual usuários e comunidades, além de utilizarem os        softwares livres preferivelmente a softwares pagos, contribuem para o desenvolvimento e        melhoria deles, fornecendo idéias e suporte a seus códigos, que são disponíveis a todos        que desejam tê­los. Neste artigo serão discutidas as vantagens e a importância da        utilização de softwares livres nas universidades, de forma a expandir o conhecimento.

Introdução:

O compartilhamento de idéias é o que proporcionou ao mundo o seu        desenvolvimento e a rápida evolução que temos hoje. Histórias, procedimentos, receitas,        lições de vida ou qualquer forma de ensinamento sempre foram passadas de boca em        boca, possibilitando dessa forma o amplo conhecimento que a humanidade detém hoje.        Porém, certas informações foram consideradas muito valiosas por seus detentores e,        para ter acesso a elas, era necessário ser alguém de confiança ou pagar um certo preço.        Aquele que tinha uma idéia diferenciada a colocaria em prática e, caso resultasse em um        produto final, ele seria comercializado.

Voltando agora para nossa realidade tecnológica e consumista, estamos        cercados de bens de consumo interessantes que, dependendo de seu valor de mercado,        só tem acesso a eles aqueles que estão dispostos a pagar ou então adquirir de forma       

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ilegal. Em se tratando de softwares, temos uma gama de produtos disponíveis nas        prateleiras, como sistemas operacionais, programas de escritório, anti­virus, design,        entre outros que, se somados, exigiriam uma boa quantia a ser desembolsada pelo        consumidor final. Como sabemos, a média salarial do brasileiro só garante o seu        sustento básico e caso este tenha adquirido um computador pessoal recentemente, não        seria nada viável comprar todos estes produtos. Para isto, ele teria duas alternativas. A        primeira seria a de não pagar pelo produto, conseguindo­o de forma ilegal, ou        simplificando, pirateando­o.

Segundo um estudo da BSA (Business Software Alliance) e IOC (Indian Ocean        Commission), feito em 2009      1, a América Latina está em segundo lugar no ranking de                    número de cópias ilegais, perdendo apenas para o leste europeu. Isto é proporcionado        não só por fatores históricos e sociais, como também pela popularização da internet, que        deixa o acesso a cópia desses produtos mais fácil. Partindo para a segunda alternativa,        temos softwares gratuitos e livres que seriam uma alternativa a essa prática ilegal. A        questão é, a que ponto podemos comparar um software pago com um gratuito/livre em        questão de funcionalidade, eficiência e suporte? Estendendo para o âmbito acadêmico,        quais são as vantagens do uso deste software alternativo no ambiente universitário, e        ainda, como podemos usá­los a fim de proporcionar um maior aprendizado e        contribuição à comunidade de desenvolvedores deste tipo de ferramentas?

Neste artigo, detalharemos tais questões, principalmente do movimento do        software livre, como ele tem influenciado no uso de softwares, mais especificamente        pelas Universidades, e de que modo elas tem participado ou contribuído nesse crescente        movimento.

Comunidade do Software Livre

A resposta para a pergunta anterior vem do movimento Software Livre                    2, que  proporcionou os fundamentos necessários para que um software desenvolvido livremente        tenha qualidade igual ou superior a de um pago. O movimento teve início na década de        1980, num contexto no qual a maioria absoluta dos softwares produzidos eram de       

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propriedade privada. Richard Stallman, em 1983, fundou formalmente o movimento ao        lançar o Projeto GNU      3. Ainda em andamento, o projeto conta com uma gama ampla de                      softwares e componentes desenvolvidos. Tudo baseando­se em ideais de códigos        abertos ao usuário, de livre distribuição e uso.

O projeto GNU ainda propõe quatro liberdades essenciais: liberdade de executar        o programa pra qualquer propósito; liberdade de estudar o programa e adaptá­lo às suas        necessidades, tendo em mãos o código fonte; liberdade de distribuir cópias; liberdade        de distribuir cópias com suas modificações feitas em código fonte para que a        comunidade possa desfruta­las. Tais liberdades são formalizadas através da GNU        General Public License    4  (GNU GPL), a designação da licença para software livre                idealizada por Stallman. Através disso, o projeto agregou uma vasta legião de        seguidores, formando, assim, uma grande comunidade com o intuito de difundir essa        ideia.

O Software livre mais popular de todos os tempos e provavelmente o maior deles        é um sistema operacional livre, o Linux            5. Sua base, chamada de kernel, foi criada por                Linus Torvalds, um programador finlandês. Inicialmente, o Linux era utilizado apenas por        entusiastas. Atualmente, é distribuído pela licença GPL e ramifica­se em mais de 600        distribuições.

A principal razão para essa crescente disseminação está no amplo suporte        técnico oferecido. A própria comunidade organiza­se em fóruns, sites e outros núcleos de        discussão visando ajudar uns aos outros, ensinando e explicando o funcionamento interno        do software. Se o usuário deseja fazer uma alteração no sistema ou se está com dúvidas,        bastam alguns minutos de pesquisa para encontrar a resposta previamente        documentada.

Parte do desenvolvimento desses novos tipos de software tem sido feita por        alunos e professores de centros de pesquisas e universidades e grandes projetos tem        sido desenvolvidos dessa forma.

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Atualmente, o software livre se vê presente em muitas universidades. Este fato        acontece por vários motivos, mas principalmente porque as universidades são        instituições bem extensas e que envolvem pesquisas em diversos setores da educação        e, com isso, são exigidos grandes gastos com infraestrutura, modernização, manutenção        de equipamentos e investimentos em pesquisa. A redução da quantidade de dinheiro        gasto por elas, então, pode ser explorada através do uso mais abrangente de softwares        livres.

Para ilustrar o benefício financeiro causado pela implantação de softwares livres        em universidades, no ano de 2004, o governo economizou cerca de R$ 28 milhões de        reais com a substituição de programas licenciados pela alternativa de código aberto.        Naquele ano, esta quantidade representava 7% do valor total gasto em licenças6.

Outro motivo que leva à implantação deste tipo de software nas instituições        acadêmicas é a facilidade com que alunos e professores possam compartilhar        conhecimento técnico através de seu uso. Nas áreas de computação e engenharias, por        exemplo, nota­se a atitude de muitos professores, que exigem aos alunos de suas        matérias a utilização de softwares livres para o desenvolvimento de trabalhos práticos.        Os estudantes, por sua vez, precisam estudar bem os códigos fonte e termos específicos        dessas ferramentas, assim como compartilhar informações com os colegas para que        certas partes dos trabalhos possam ser feitas com um entendimento melhor. Além disso,        os professores podem adquirir boas ideias de alunos que estudaram os códigos dos        softwares livres em questão e vice­versa.

Mais um fator importante para o uso de softwares livres é a acessibilidade, isto é,        a capacidade e facilidade que os alunos tem de entrar em contato com programas que        exercem as mesmas funções que outros cuja licença é inviável financeiramente. Os        estudantes então, podem conhecer e utilizar esses softwares, seja em suas casas ou na        própria universidade, sem pagar nada, ao invés de terem que procurar por softwares        equivalentes que tenham custo de mercado.

Levando em consideração esses motivos, muitas universidades usam o software        livre em seus ambientes acadêmicos, destacando­se a Universidade de Stanford, que       

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atualmente está usando o edX, um ambiente que objetiva melhorar o aprendizado online,        feito pela Universidade de Harvard e pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT)                      7, que disponibilizaram seu código fonte. A Universidade Federal do Acre (UFAC) também        usa uma lista grande de softwares livres. Dentre eles, estão o PostgreSQL, na área de        banco de dados, o sistema operacional Linux, o servidor web Apache, e na área de        programação as linguagens Java, PHP e Python            8. Muitos desses são também usados          pela Universidade Federal de Minas Gerais(UFMG) em seus laboratórios de pesquisa.

Considerações Finais:

O software livre ainda precisa percorrer um longo caminho para se consolidar na        sociedade como primeira opção nos computadores. Entretanto, como podemos ver, a        tendência é que, num futuro não muito distante, mais universidades aderirão ao seu uso.        O governo já está fazendo sua parte ao incentivar a população a usá­lo, e como toda        tecnologia, podemos esperar que cada vez mais os usuários domésticos passem a        enxergar o software livre como uma alternativa à pirataria como também reduzir custos        elevados pelo uso de ferramentas mais difundidas no mercado.

Referências:

1­ FONSECA, WILLIAM. Debate: pirataria de software. Tecmundo, 2009. Disponível em:

<http://www.tecmundo.com.br/pirataria/2804­debate­pirataria­de­software.htm>. Acesso em: 19 maio 2013. 2 ­ WIKIPÉDIA. Movimento Software Livre. 2013. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_software_livre>. Acesso em: 19 maio 2013. 3 ­ WIKIPÉDIA. GNU. Disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/GNU>. 2013. Acesso em: 19 maio 2013. 4 ­ WIKIPÉDIA. GNU General Public License. 2013. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Licença_Pública_GNU>. Acesso em: 19 maio 2013. 5 ­ WIKIPÉDIA. Linux Distributions. 2013. Disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/Linux_distribution>. Acesso em: 19 maio 2013. 6 ­ MASSUCHETTO, VINÍCIUS. O Software Livre nas Universidades. Viva o Linux, 2006. Disponível em: <http://www.vivaolinux.com.br/artigo/O­Software­Livre­nas­Universidades>. Acesso em: 19 maio 2013. 7 ­ KUNAKORNPAIBOONSIRI, THANYA. US universities embrace open source online learning platform.

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Asia Pacific Future Gov. 2013. Disponível em: <http://www.futuregov.asia/articles/2013/apr/08/us­universities­embrace­open­source­online­learnin/>. Acesso em: 19 maio 2013. 8 ­ THOMAZ, MARCOS.Software Livre na Universidade Federal do Acre. Acre, 2012. Disponível em: <http://www.softwarelivre.gov.br/casos­de­sucesso/software­livre­na­universidade­federal­do­acre­ufac>. Acesso em: 19 maio 2013.

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