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LIGA DOA GOIÁS COMO UM PROJETO DE EXTENSÃO: DA UNIVERSIDADE PARA A SOCIEDADE

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Academic year: 2021

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LIGA DOA GOIÁS COMO UM PROJETO DE EXTENSÃO: DA UNIVERSIDADE PARA A SOCIEDADE

Área Temática: Saúde.

Autores: Marcos Antônio Pontes de Aguiar1, Beatriz Souza Lima2, Camila Alves Leão de Araújo3, Isabela Lopes Moreira4, Izabella Mendonça Regis5

Coordenadora: Karina Suzuki6

Resumo

A doação de órgãos e tecidos para transplante, em último caso, pode se tornar uma medida terapêutica para pacientes portadores de alguma insuficiência ou até mesmo perda de função em órgãos essenciais para manutenção da qualidade de vida e bem estar do indivíduo. Sabe-se que, no Brasil, a decisão de doar órgãos parte da família quando oportunizado. Desse modo, a Liga Doa Goiás, tem o objetivo de esclarecer a população geral e profissionais da saúde sobre o processo de doação a fim de aumentar a taxa de doações. Trata se de um relato de experiência sobre atividades de extensão, desenvolvidas pela Liga Doa Goiás desde a sua fundação no ano de 2018 até o período de 2020. O presente relato foi elaborado durante o mês de julho, com obtenção de dados dos relatórios anuais de extensão da Liga Acadêmica de Doação e Captação de Órgãos para Transplante. Os resultados caracterizam os eventos prestigiados pela Liga Doa Goiás entre os anos de 2019 e 2020: o primeiro ano referido foi contemplado com um total de 8 eventos, enquanto o ano de 2020 ocorreu apenas um. Isso se deve ao fato da pandemia do novo coronavírus. De modo geral, o público alvo das ações varia entre comunidade em geral, estudantes e profissionais da área da saúde. Ao todo, estima-se que o número de alcance de pessoas, com abordagem sobre o processo de doação, seja de cerca de 1731 pessoas. Nota-se que durante o ano de 2019 foi contemplado com mais eventos que 2020. A explicação para essa discrepância se dá devido a ocorrência da pandemia de COVID-19, visto que o planejamento anual de eventos da liga é desenvolvido no ano anterior ao de realização. É importante ressaltar que quanto maior o número de pessoas alcançadas, maior é a contribuição da Liga Doa Goiás com a comunidade goiana e maior é a interação entre a Universidade e a população. Dessa forma, evidenciando o protagonismo das ações de extensão para com a comunidade, a Liga Doa Goiás segue com o desafio da conscientização sobre a doação de órgãos, uma vez que o esclarecimento acerca do assunto é a melhor forma de contribuir para com a sociedade.

Palavras-chave: Obtenção de Tecidos e Órgãos. Enfermagem. Saúde pública.

INTRODUÇÃO

A doação de órgãos e tecidos para transplante, em último caso, pode se tornar uma medida terapêutica para pacientes portadores de alguma insuficiência ou até mesmo perda de função em órgãos essenciais para manutenção da qualidade de vida e bem estar

1 Acadêmico de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás, aguiarpontes@discente.ufg,br 2 Acadêmica de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás, beatrizlima@discente.ufg.br 3 Acadêmica de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás, camilaleao@discente.ufg.br 4 Acadêmica de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás, lopesmoreiraisa@discente.ufg.br 5 Acadêmica de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás, izabellamendonca@discente.ufg.br 6 Orientadora. Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Docente da Faculdade de Enfermagem da

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do indivíduo (WESTPHAL, et al 2016). O modelo de doação de órgãos consiste na política baseada no altruísmo, ou seja, fundamentada na solidariedade social com o intuito de favorecer a aceitação familiar durante a entrevista para doação de órgãos para transplante, além de incentivar a doação em vida de órgãos e tecidos (PAULI, 2019).

Em diversos países, como Portugal e Espanha, um dos principais desafios frente ao processo de doação de órgãos e tecidos para transplante tem sido equiparar a demanda de órgãos disponíveis para transplantes e pacientes que estão, e continuam ingressando, na fila de espera para a doação de algum órgão (MELO, et al 2020).

Dessa forma, ao analisar o modelo de transplantação brasileiro, mesmo sendo o segundo maior no mundo, observa-se que os desafios enfrentados se assemelham aos dos outros países, tais como Espanha e Portugal (COELHO; BONELLA; 2019). Além disso, a legislação de doação e transplante de órgãos no Brasil, segundo a Casa Civil, dispõe que a realização de transplantes ou enxertos, ou até mesmo órgãos ou partes humanas, pode ser realizada por unidades de saúde públicas e privadas, por equipes médico-cirúrgicas previamente autorizados pela gestão nacional do Sistema Único de Saúde e garante total autonomia sobre o corpo e os órgãos para a família do doador em caso de morte encefálica (ME) (BRASIL, 1997).

Devido a isso, a Liga Acadêmica Doa Goiás, projeto de extensão da Faculdade de Enfermagem da UFG, fundada no ano de 2018, tem como objetivo incentivar a doação de órgãos e tecidos no estado de Goiás e, dessa forma, diminuir os obstáculos enfrentados pelo Cadastro Técnico Único (CTU) sob gerenciamento Sistema Nacional de Transplantes (SNT).

Diante dos fatos supracitados, a liga acadêmica DOA GOIÁS realiza campanhas de esclarecimentos em relação à doação e captação de órgãos para transplante, com o uso de material impresso em parceria com a Central Estadual de Transplantes de Goiás.

Além disso, a Liga visa promover discussões, palestras, rodas de conversa, eventos científicos sobre o processo de doação-transplante; o diagnóstico de morte encefálica; indicações de transplante; alocação de órgãos e tecidos-doador vivo e falecido; o papel da Central de Transplantes de Goiás, além de outras abordagens didáticas e metodológicas para capacitação e aprendizagem dos membros da equipe.

Todos os membros são devidamente instruídos sobre esses temas afim de esclarecer dúvidas da população em geral, visto que é a melhor contribuição para abordar e desconstruir ideias errôneas mitos e inverdades sobre a doação de órgãos. Destarte, é

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necessário ressaltar que o objetivo do trabalho é relatar o protagonismo das ações de extensão da Liga DOA Goiás que se refletem no aumento do número de doações realizadas no Estado de Goiás.

METODOLOGIA

Trata se de um relato de experiência sobre as atividades de extensão desenvolvidas pela Liga Doa Goiás desde a sua fundação no ano de 2018 até o período de 2020. O presente relato foi elaborado durante o mês de julho, com obtenção de dados dos relatórios anuais de extensão da Liga Acadêmica de Doação e Captação de Órgãos para Transplante.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A Tabela 1 abaixo se refere aos eventos que ocorreram nos anos de 2019 e 2020 em que a Liga Doa Goiás teve notável participação. Destaca-se que a II Jornada Acadêmica e II Curso Introdutório é um evento próprio da Liga, realizado anualmente para a divulgação de conhecimento científico para estudantes e profissionais da área da saúde, além de estabelecer uma oportunidade para admissão de novos integrantes que desejam compor a equipe.

Além disso, nota-se a diversidade de público alvo almejado pela Liga, estando entre eles a comunidade em geral, profissionais da área da saúde e estudantes.

TABELA 1 - EVENTOS PRESTIGIADOS PELA LIGA DOA GOIÁS DE ACORDO COM NOME, PÚBLICO ALVO, ALCANCE E ANO, GOIÂNIA/GO, 2020

EVENTO PÚBLICO ALVO ALCANCE ANO

2º Jornada Acadêmica e curso Introdutório Estudantes e profissionais da área da saúde Cerca de 40 pessoas 2019

Espaço das profissões

Jovens estudantes de ensino médio e fundamental de

escolas públicas e particulares, aberto para toda

a comunidade Cerca de 250 pessoas 2019 Ação em clínica de hemodiálise Usuários do serviço e familiares Cerca de 40 pessoas 2019

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Palestra Colégio Maria Auxiliadora

Jovens e Adolescentes Cerca de 120 pessoas

2019

Palestra Colégio Delta Jovens e Adolescentes Cerca de 120 pessoas

2019

Restaurante Cidadão Comunidade em geral Cerca 500

pessoas

2019

16º CONPEEX Comunidade universitária Cerca 320

pessoas

2019

Roda de conversa Estudantes da Faculdade de Enfermagem UFG

Cerca de 30 pessoas

2019

Participa UFG Comunidade em geral 171 pessoas 2019

Palestra Educacional em outras cidades

Jovens e Adolescentes Cerca de 140 pessoas

2020

Fonte: Relatório final de extensão da Liga Doa Goiás.

A Tabela 2 demonstra que ocorreram oito (88,89%) eventos no ano de 2019. Já no ano de 2020, tivemos um (11,11%) apenas. Além disso, no ano de 2019 tivemos o alcance de, aproximadamente, 1.591 pessoas nos eventos e em 2020 cerca de 140 pessoas.

TABELA 2 - TABELA DE FREQUÊNCIAS RELACIONANDO QUANTIDADE DE EVENTOS E ALCANCE DE PESSOAS, GOIÂNIA/GO, 2020.

Ano

Quantidade de eventos Alcance de pessoas

fa % fa %

2019 8,00 88,89% 1.591,00 91,91%

2020 1,00 11,11% 140,00 8,09%

Total 9,00 100,00% 1.731,00 100,00%

Fonte: Relatório final de extensão da Liga Doa Goiás. Nota: fa - frequência absoluta; % - frequência relativa.

Alguns dos maiores atributos e expressões do engajamento social encontrado nas universidades são suas ações nas áreas do ensino, pesquisa e extensão, no qual, são

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consideradas atividades primordiais do ensino de nível superior. Dessa forma, vale destacar que o método utilizado pela universidade na formação de profissionais baseia-se na relação mutualística do acadêmico com a comunidade como um todo (FERNANDES, et al 2012).

É importante ressaltar que, com a criação da Liga Doa Goiás, os integrantes têm a oportunidade de acompanhar, estudar, ensinar e pesquisar o processo de doação de órgãos de forma mais direta na Universidade, objetivando a conversão destes em recursos que podem ser utilizados em benefício da sociedade, de forma a promover eventos que enriqueçam o debate sobre essa temática contemplando as diversas gerações existentes.

Convém lembrar, que o projeto de extensão pode ser dividido em dois eixos principais, sendo o primeiro incentivar, e por conseguinte, aumentar o número de doações de órgãos e tecidos no Estado de Goiás. Já o segundo eixo, refere-se à vivência e experiência dos membros do projeto, o qual é primordial para a formação profissional, tendo em vista que, o processo de doação e a participação prática do mesmo é abordado de forma breve durante a graduação em enfermagem.

Além do mais, os resultados demonstram que devido à grande quantidade de projetos prestigiados pela liga Doa Goiás, os quais articulam a extensão com o ensino e a pesquisa, eles proporcionam a difusão de conhecimento e informação entre a universidade e a comunidade.

Vale salientar que durante o ano de 2019 foram realizados um total de 8 eventos, enquanto o ano de 2020 ocorreu apenas um. A explicação para essa discrepância se dá devido a ocorrência da pandemia de COVID-19, visto que o planejamento anual de eventos da liga é desenvolvido no ano anterior ao de realização.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Evidenciando o protagonismo das ações de extensão, a Liga Doa Goiás segue com o desafio da conscientização sobre a doação de órgãos, uma vez que o esclarecimento acerca do assunto é a melhor forma de contribuir para com a sociedade.

Dessa forma, a participação prática do processo de doação de órgãos durante a graduação em enfermagem refletirá de forma positiva na formação e capacitação profissional dos membros da equipe como futuros enfermeiros e aos demais de outros cursos de graduação.

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BRASIL. Lei n°9432, de 4 de fevereiro de 1997. Dispõe sobre a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante e tratamento e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 5 Fev. 1997. n° Seção 2248. pág. 2248. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9434.htm. Acesso em: 6 de agosto de 2020.

COELHO, G. H. F; BONELLA, A. E. Doação de órgãos e tecidos humanos: a

transplantação na Espanha e no Brasil. Rev. Bioét. vol.27 no.3 Brasília Jul./set. 2019. Doi: 10.1590/1983-80422019273325.

FERNANDES, M. C. et al. Universidade e a extensão universitária: a visão dos

moradores das comunidades circunvizinhas. Educ. rev, Belo Horizonte, v.28, n. 4, dez. 2012. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-46982012000400007. Acesso em: 6 de Agosto de 2020.

MELO, C. F. et al. Entre o pulsar e o morrer: a vivência de pacientes que esperam o transplante cardíaco.Revista electrónica trimestral de Enfermería, n. 58, abr. 2020. Disponível em: http://scielo.isciii.es/pdf/eg/v19n58/pt_1695-6141-eg-19-58-351.pdf. Acesso em: 6 de agosto de 2020.

PAULI, J. Doação organizacional em face ao mercado de órgãos: uma análise do modelo brasileiro de transplantação. Nova econ, Belo Horizonte, v. 29, n. 1, jan/abr. 2019. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-63512019000100339&lang=en. Acesso em: 6 de agosto de 2020.

WESTPHAL, G. A. et al. Diretrizes para avaliação e validação do potencial doador de órgãos em morte encefálica. Rev. bras. ter. intensiva, São Paulo, v. 28, n. 3, jul/set. 2016. Disponível em:

https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&nrm=iso&lng=pt&tlng=pt&pid=S0 103-507X2016000300220. Acesso em: 6 de agosto de 2020.

Referências

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