• Nenhum resultado encontrado

Pessoa Jurídica Imune ou Isenta. São imunes do imposto sobre a renda, serviços e patrimônio:

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Pessoa Jurídica Imune ou Isenta. São imunes do imposto sobre a renda, serviços e patrimônio:"

Copied!
36
0
0

Texto

(1)

Pessoa Jurídica Imune ou Isenta

Lúcia Helena Briski Young Pessoa Jurídica Imune

São imunes do imposto sobre a renda, serviços e patrimônio: a) os templos de qualquer culto (CF/1988, art. 150, VI, "b");

b) os partidos políticos, inclusive suas fundações, e as entidades sindicais de trabalhadores, sem fins lucrativos (CF/1988, art. 150, VI, "c"), desde que observado o disposto no art. 169 do Decreto 3.000, de 1999;

c) as instituições de educação e as de assistência social, para efeito do disposto no art. 150, inciso VI, alínea "c", da Constituição Federal, são consideradas imunes desde que prestem os serviços para os quais houverem sido instituídas e os coloque à disposição da população em geral, em caráter complementar às atividades do Estado, sem fins lucrativos.

As entidades sem fins lucrativos de que trata o inciso I do art. 12 do Decreto 3.048, de 06 de maio de 1999, que não se enquadrem na imunidade ou isenção da Lei 9.532, de 1997, devem apurar a base de cálculo e a CSLL devida nos termos da legislação comercial e fiscal.

Nota: "Art. 12. Consideram-se: (Redação dada pelo Decreto 3.265, de 29.11.1999):

I - empresa - a firma individual ou a sociedade que assume o risco de atividade econômica urbana ou rural, com fins lucrativos ou não, bem como os órgãos e as entidades da administração pública direta, indireta e fundacional;"

Considera-se entidade sem fins lucrativos, a instituição de educação e de assistência social que não apresente superávit em suas contas ou, caso o apresente em determinado exercício, destine referido resultado integralmente à manutenção e ao desenvolvimento dos seus objetivos sociais (Lei 9.718; de 1998, art. 10).

Para o gozo da imunidade, as instituições citadas acima estão obrigadas a atender aos seguintes requisitos:

a) não remunerar, por qualquer forma, seus dirigentes pelos serviços prestados;

b) aplicar integralmente seus recursos na manutenção e desenvolvimento dos seus objetivos sociais;

(2)

c) manter escrituração completa de suas receitas e despesas em livros revestidos das formalidades que assegurem a respectiva exatidão;

d) conservar em boa ordem, pelo prazo de cinco anos, contado da data da emissão, os documentos que comprovem a origem de suas receitas e a efetivação de suas despesas, bem assim a realização de quaisquer outros atos ou operações que venham a modificar sua situação patrimonial;

e) apresentar, anualmente, a DIPJ, em conformidade com o disposto em ato da Secretaria da Receita Federal;

f) assegurar a destinação de seu patrimônio a outra instituição que atenda às condições para gozo da imunidade, no caso de incorporação, fusão, cisão ou de extinção da pessoa jurídica, ou a órgão público;

g) outros requisitos, estabelecidos em lei específica, relacionados com o funcionamento das entidades citadas.

Pessoa Jurídica Isenta

Consideram-se isentas do imposto sobre a renda as instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural e científico e as associações civis que prestem os serviços para os quais houverem sido instituídas e os coloquem à disposição do grupo de pessoas a que se destinam, sem fins lucrativos (Lei 9.532, de 1997).

A isenção aplica-se, exclusivamente, em relação ao imposto sobre a renda da pessoa jurídica e à contribuição social sobre o lucro líquido, observado o disposto no parágrafo subseqüente.

As entidades sem fins lucrativos de que trata o inciso I do art. 12 do Decreto 3.048, de 06 de maio de 1999, que não se enquadrem na imunidade ou isenção da Lei 9.532, de 1997, devem apurar a base de cálculo e a CSLL devida nos termos da legislação comercial e fiscal.

As associações de poupança e empréstimo e as bolsas de mercadorias e de valores estão isentas do imposto sobre a renda, mas são contribuintes da contribuição social sobre o lucro líquido.

As entidades sujeitas à planificação contábil própria apurarão a CSLL de acordo com essa planificação.

Não estão abrangidos pela isenção do imposto sobre a renda os rendimentos e ganhos de capital auferidos em aplicações financeiras de renda fixa ou de renda variável, bem como os juros de capital distribuídos.

Para o gozo da isenção, as instituições citadas estão obrigadas a atender aos seguintes requisitos:

(3)

a) não remunerar, por qualquer forma, seus dirigentes pelos serviços prestados;

b) aplicar integralmente seus recursos na manutenção e desenvolvimento dos seus objetivos sociais;

c) manter escrituração completa de suas receitas e despesas em livros revestidos das formalidades que assegurem a respectiva exatidão;

d) conservar em boa ordem, pelo prazo de cinco anos, contado da data da emissão, os documentos que comprovem a origem de suas receitas e a efetivação de suas despesas, bem assim a realização de quaisquer outros atos ou operações que venham a modificar sua situação patrimonial;

e) apresentar, anualmente, DIPJ, em conformidade com o disposto em ato da Secretaria da Receita Federal;

f) as instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural e científico deverão assegurar a destinação de seu patrimônio a outra instituição que atenda às condições para gozo da isenção, no caso de incorporação, fusão, cisão ou de encerramento de suas atividades, ou a órgão público.

Desenquadramento da Imunidade ou da Isenção

Sem prejuízo das demais penalidades previstas na lei, a SRF suspenderá o gozo da imunidade ou da isenção relativamente aos anos-calendário em que a pessoa jurídica houver praticado ou, por qualquer forma, houver contribuído para a prática de ato que constitua infração a dispositivo da legislação tributária, especialmente no caso de informar ou declarar falsamente, omitir ou simular o recebimento de doações em bens ou em dinheiro, ou de qualquer forma cooperar para que terceiro sonegue tributos ou pratique ilícitos fiscais. Considera-se, também, infração a dispositivo da legislação tributária, o pagamento, pela instituição imune, em favor de seus associados ou dirigentes, ou, ainda, em favor de sócios, acionistas ou dirigentes de pessoa jurídica a ela associada por qualquer forma, de despesas consideradas indedutíveis na determinação da base de cálculo do imposto sobre a renda ou da contribuição social sobre o lucro líquido.

À suspensão do gozo da imunidade ou da isenção aplica-se o disposto no art. 32 da Lei 9.430, de 1996.

Nota: "Art. 32. A suspensão da imunidade tributária, em virtude de falta de observância de requisitos legais, deve ser procedida de conformidade com o disposto neste artigo.

§ 1º - Constatado que entidade beneficiária de imunidade de tributos federais de que trata a alínea c do inciso VI do art. 150 da Constituição Federal não está observando requisito ou condição previsto nos arts. 9º, § 1º, e 14, da Lei 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional, a fiscalização tributária

(4)

expedirá notificação fiscal, na qual relatará os fatos que determinam a suspensão do benefício, indicando inclusive a data da ocorrência da infração. § 2º - A entidade poderá, no prazo de trinta dias da ciência da notificação, apresentar as alegações e provas que entender necessárias.

§ 3º - O Delegado ou Inspetor da Receita Federal decidirá sobre a procedência das alegações, expedindo o ato declaratório suspensivo do benefício, no caso de improcedência, dando, de sua decisão, ciência à entidade.

§ 4º - Será igualmente expedido o ato suspensivo se decorrido o prazo previsto no § 2º sem qualquer manifestação da parte interessada.

§ 5º - A suspensão da imunidade terá como termo inicial a data da prática da infração.

§ 6º - Efetivada a suspensão da imunidade:

I - a entidade interessada poderá, no prazo de trinta dias da ciência, apresentar impugnação ao ato declaratório, a qual será objeto de decisão pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento competente;

II - a fiscalização de tributos federais lavrará auto de infração, se for o caso. § 7º - A impugnação relativa à suspensão da imunidade obedecerá às demais normas reguladoras do processo administrativo fiscal.

§ 8º - A impugnação e o recurso apresentados pela entidade não terão efeito suspensivo em relação ao ato declaratório contestado.

§ 9º - Caso seja lavrado auto de infração, as impugnações contra o ato declaratório e contra a exigência de crédito tributário serão reunidas em um único processo, para serem decididas simultaneamente.

§ 10 - Os procedimentos estabelecidos neste artigo aplicam-se, também, às hipóteses de suspensão de isenções condicionadas, quando a entidade beneficiária estiver descumprindo as condições ou requisitos impostos pela legislação de regência."

Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL)

Aplicam-se à CSLL no que couberem, as disposições da legislação do imposto sobre a renda referentes à administração, ao lançamento, à consulta, à cobrança, às penalidades, às garantias e ao processo administrativo, mantidas a base de cálculo e as alíquotas previstas na legislação da referida contribuição. (Lei 7.689, de 1988, art. 6º, e Lei 8.981, de 1995, art. 57).

As entidades sem fins lucrativos de que trata o inciso I do art. 12 do Decreto 3.048, de 06 de maio de 1999, que não se enquadrem na imunidade ou

(5)

isenção da Lei 9.532, de 1997, devem apurar a base de cálculo e a CSLL devida nos termos da legislação comercial e fiscal.

As associações de poupança e empréstimo, as entidades de previdência privada fechada e as bolsas de mercadorias e de valores estão isentas do imposto sobre a renda, mas são contribuintes da contribuição social sobre o lucro líquido.

As entidades sujeitas à CSLL deverão ajustar o resultado do período com as adições determinadas e exclusões admitidas, conforme legislação vigente, para fins de determinação da base de cálculo da CSLL.

A ficha da DIPJ referente ao cálculo da CSLL deve ser preenchida pelas:

a) entidades sem fins lucrativos de que trata o inciso I do art. 12 do Decreto 3.048, de 06 de maio de 1999, que não se enquadrem na imunidade ou isenção da Lei 9.532, de 1997;

b) as associações de poupança e empréstimo e as bolsas de mercadorias e de valores.

As entidades sujeitas a planificação contábil própria apuram a CSLL de acordo com essa planificação.

Nesses casos, a contribuição social sobre o lucro líquido pode ser apurada anualmente ou trimestralmente. A pessoa jurídica imune ou isenta de IRPJ pode optar pela apuração anual da CSLL, que está sujeita ao pagamento da CSLL apurada sobre a base de cálculo estimada mensalmente ou sobre balancete de suspensão e/ou redução.

Base de Cálculo da CSLL: A pessoa jurídica imune ou isenta do IRPJ deve informar, a base de cálculo para fins da determinação da CSLL.

A base de cálculo é o resultado positivo do período, apurado em conformidade com o disposto na Lei 6.404, de 1976, ajustado pelas adições e exclusões, em conformidade com a legislação vigente, deduzido da compensação do valor correspondente à base de cálculo negativa da CSLL, de períodos de apuração anteriores, que estiver sendo compensada no período de apuração, observado o limite de 30% (trinta por cento) do valor do resultado do período ajustado, quando a pessoa jurídica apurar a CSLL trimestralmente ou em 31 de dezembro do ano-calendário (ajuste anual).

A pessoa jurídica imune ou isenta do IRPJ não deve demonstrar na DIPJ a determinação do resultado do período, entretanto, deve manter a guarda dos documentos que serviram de base à escrituração comercial, bem como os livros contábeis, pelo tempo determinado em legislação específica.

(6)

São contribuintes nesta modalidade as entidades relacionadas no art. 13 da MP 2.158-35, de 2001, e as sociedades cooperativas, quando fizerem uso das exclusões permitidas (art. 2º da Lei 9.715, de 1998, e arts. 15 e 16 da MP 2.158-35, de 2001).

A base de cálculo é o total da folha de pagamento mensal de seus empregados.

Entende-se por folha de pagamento mensal o somatório dos rendimentos do trabalho assalariado de qualquer natureza, tais como salários, gratificações, comissões, adicional de função, ajuda de custo, aviso prévio trabalhado, adicional de férias, qüinqüênios, adicional noturno, horas extras, 13º salário, repouso semanal remunerado e diárias superiores a cinqüenta por cento do salário.

Não integram a base de cálculo: o salário-família, o aviso prévio indenizado, o FGTS pago diretamente ao empregado na rescisão contratual e a indenização por dispensa, desde que dentro dos limites legais. Essa normatização está consolidada na IN SRF 247, de 2002.

COFINS das Entidades Imunes e Isentas

São isentas da COFINS as receitas auferidas pelas entidades mencionadas no art. 13 da MP 2.158-35, de 2001, observado que somente as receitas relativas a atividades próprias dessas entidades são isentas da citada contribuição (MP 2.158-35, de 2001, art. 14, X).

Para tais entidades, o PIS/Pasep incide sobre a Folha de Salários – art. 13, caput, da MP citada.

Nota: O art. 13 da MP 2.158-35, de 2001: – templos de qualquer culto, partidos políticos, instituições de educação e de assistência social, instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural, científico e associações, sindicatos, federações e confederações, serviços sociais autônomos, conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas, fundações de direito público e privado, organizações estaduais de cooperativas e a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) "

PRESTAÇÃO DE SERVIÇO DE TRANSPORTE

Lúcia Helena Briski Young São tributados os rendimentos oriundos da prestação de serviços efetuados com a utilização de veículos, inclusive transporte de passageiros e de cargas.

(7)

Esses rendimentos, bem como aqueles referentes a fretes e carretos, aos prestados com tratores, máquinas de terraplenagem, colheitadeiras e semelhantes, barcos, chatas, carros, camionetas, caminhões, aviões etc., podem ser considerados como de pessoa física ou jurídica.

São considerados rendimentos de pessoa física se observadas, cumulativamente, as condições descritas abaixo (caso contrário são considerados rendimentos de pessoa jurídica):

a) se executados apenas pelo locatário ou proprietário do veículo (mesmo que este tenha sido adquirido com reserva de domínio ou esteja sob alienação fiduciária);

b) se para auxiliá-lo na execução do serviço for necessária a participação remunerada, com ou sem vínculo empregatício, de outras pessoas, estas não podem ser profissionais qualificados, mas sim meros auxiliares ou ajudantes; c) se o veículo for de propriedade ou estiver na posse de duas ou mais pessoas, estas não podem explorar o serviço em conjunto, através de sociedade regular ou não;

d) se houver a posse ou a propriedade de dois ou mais veículos, estes não podem ser utilizados ao mesmo tempo na prestação de um determinado serviço.

De acordo com a Lei 7.713, de 1988, tais rendimentos sujeitam-se ao recolhimento mensal (carnê-leão), se recebidos de pessoa física ou, na fonte, se pagos por pessoa jurídica, devendo, na segunda hipótese, a fonte pagadora fornecer ao beneficiário documento autenticado comprobatório da retenção na fonte efetuada. O rendimento bruto dessas atividades é o correspondente a, no mínimo, 40% do valor total dos fretes e carretos recebidos, ou, no mínimo, 60% no caso de transporte de passageiros.

Os valores relativos a 60% dos fretes e 40%, no caso de transporte de passageiros, são considerados rendimentos isentos e informados em seus campos respectivos. Esses valores não justificam acréscimo patrimonial. A pessoa física, se desejar justificar acréscimo patrimonial, pode incluir como tributável na declaração de ajuste e no recolhimento do carnê-leão percentual superior aos referidos acima.

RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE

(8)

A base legal regulamentadora deste tema é a IN SRF 15/01, art. 3º; e o RIR/99, art. 56.

No caso de rendimentos recebidos acumuladamente, o imposto incide, no mês do recebimento, sobre o total dos rendimentos, abrangendo quaisquer acréscimos e juros, diminuído do valor das despesas com ação judicial necessária ao seu recebimento, inclusive com advogados, se tiverem sido pagas pelo contribuinte, sem indenização.

O PN Cosit 05/95, itens 4 a 6, elenca como rendimentos recebidos acumuladamente, ainda que por força de decisão judicial, o principal e quaisquer outras parcelas de rendimentos tributáveis recebidos, adicionais referentes a pagamentos de períodos anteriores, inclusive os juros e a correção monetária eventualmente devidos, observando-se que:

a) os rendimentos isentos ou não-tributáveis não integram a base de cálculo para efeito de incidência do imposto de renda na fonte;

b) se no mês do pagamento dos rendimentos acumulados forem pagos outros rendimentos tributáveis pela mesma fonte pagadora, aplicar-se-á a alíquota correspondente à soma dos rendimentos pagos a qualquer título, compensando-se o imposto já retido durante o mês;

c) os rendimentos pagos acumuladamente, a título de 13º salário e eventuais acréscimos, são tributados exclusivamente na fonte, separados dos demais rendimentos acumulados, sujeitando-se ao imposto de renda com base na tabela progressiva vigente no mês acumulado, que se considera, nesse caso, mês da quitação, para efeito de tributação na fonte;

d) caracterizada a ocorrência de pagamentos a maior em exercícios ou meses anteriores, de rendimentos acumulados sujeitos à tributação na fonte e na declaração, a importância paga a maior é considerada como antecipação, tributada no mês do seu recebimento. Por ocasião do acerto, o valor pago a maior deverá ser diminuído do rendimento bruto na determinação da base de cálculo do imposto na fonte no mês de sua devolução;

e) tratando-se de devolução relativa ao 13º salário, rendimento esse sujeito à tributação exclusiva na fonte, o imposto retido a maior deverá ser compensado com o imposto incidente sobre o valor do 13º salário correspondente à próxima quitação.

DIFERENÇAS SALARIAIS DE PESSOA FALECIDA

Segundo expressa a SRF, através de Perguntas e Respostas/2006, pergunta 230, temos:

230 – Qual o tratamento tributário de diferenças salariais recebidas acumuladamente, de rendimentos de anos anteriores, por força de decisão judicial, quando o beneficiário da ação é a pessoa falecida?

(9)

As diferenças salariais são tributadas na declaração do espólio, conforme a natureza dos rendimentos, sejam tributáveis na fonte e na declaração anual de rendimentos, tributáveis exclusivamente na fonte, isentos ou não-tributáveis. 2 – Se recebidos após encerrado o inventário:

Serão tributados segundo a natureza dos rendimentos, na pessoa física do(s) beneficiário(s) dos mesmos.

Atenção: Não se beneficiam da isenção os valores relativos a proventos de aposentadoria, pagos acumuladamente ao espólio ou diretamente aos herdeiros (mediante alvará judicial), ainda que a pessoa falecida fosse portador de moléstia grave no período a que se referem os rendimentos. (CTN, art. 144; RIR/99, art. 38, parágrafo único; IN SRF 15, de 2001, arts. 5º, § 3º, e 15; IN SRF 81, de 2001, art. 14, ADI SRF 26, de 2003)

Decisão 174/97 – SRRF / 7ª RF – DOU 02.10.1997

Decisão judicial. Diferenças salariais acumuladas. Diferenças salariais recebidas acumuladamente, em cumprimento de decisão judicial, estão sujeitas ao imposto de renda na fonte sobre o total dos rendimentos, devendo ser aplicada a tabela progressiva vigente no mês do pagamento. As despesas com ação judicial, inclusive de advogados, poderão ser deduzidas, se tiverem sido pagas pelo contribuinte, sem indenização. As indenizações trabalhistas isentas

são previstas na Lei 7.713/88, art. 6°, IV e V; na Lei 7.238/84, art. 9°, e na CLT, arts. 477 a 499.

Dispositivos Legais: Lei 7.238/84. art. 9°; Lei 7.713/88, arts. 6°, IV e V, 12; Lei 8.541/92, art. 46, § 2°; RIR/94 (Decreto 1.041, de 11.01.1994), art. 40, XVII, XVIII e XXVI; Parecer CST/SIPR 297/92; PN COSIT 1/95; CPC, art. 644; CLT, arts. 477, 478, 492, 496 e 497.

Decisão 13/00 – SRRF / 10ª RF – DOU 05.04.2000

Gratificação natalina. Rendimentos pagos acumuladamente. A gratificação natalina (13º salário) é tributada exclusivamente na fonte, por seu valor integral, com base na tabela progressiva vigente no mês do pagamento acumulado, que se considera, nesse caso, mês da quitação.

Dispositivos Legais: Lei 5.172, de 25.10.1966 (CTN), arts. 43 e 116; Lei 7.713/88, arts. 2º, 7º, I, § 1º, e 12; Lei 8.134/90, art. 3º; Lei 8.383/91, art. 5º, parágrafo único; Lei 8.981/95, art. 8º; Lei 9.250/95, art. 3º; Decreto 1.041, de 11.01.1994 (RIR/94), arts. 39, 45, inc. II, 58, inc. XIV, 61, 629, 634, 654, 656 e 792; Decreto 3.000/99 (RIR/99), arts. 38, 43, inc. II, 55, inc. XIV, 56, 620, 625, 638, 640 e 718; Instruções Normativas SRF 31/89, 02/93, art. 5º, §§ 2º e 3º, e 25/96, arts. 3º, 6º, 10, 14, 15, 23, § 1º e 29, I; Parecer Normativo Cosit 05/95; Ato Declaratório (Normativo) CST/DLJ 16, de 31.08.1976.

Decisão 13/00 – SRRF / 10ª RF – DOU 05.04.2000

Regime de caixa. Rendimentos percebidos acumuladamente em cumprimento de decisão judicial. O imposto de renda incide, na fonte e na declaração de rendimentos anual, quando da efetiva percepção dos

(10)

rendimentos pela pessoa física (“regime de caixa”), inclusive no caso de rendimentos percebidos acumuladamente, em cumprimento de decisão judicial. Dispositivos Legais: Lei 5.172, de 25.10.1966 (CTN), arts. 43 e 116; Lei 7.713/88, arts. 2º, 7º, I, § 1º, e 12; Lei 8.134/90, art. 3º; Lei 8.383/91, art. 5º, parágrafo único; Lei 8.981/95, art. 8º; Lei 9.250/95, art. 3º; Decreto 1.041, de 11.01.1994 (RIR/94), arts. 39, 45, inc. II, 58, inc. XIV, 61, 629, 634, 654, 656 e 792; Decreto 3.000/99 (RIR/99), arts. 38, 43, inc. II, 55, inc. XIV, 56, 620, 625, 638, 640 e 718; Instruções Normativas SRF 31/89, 02/93, art. 5º, §§ 2º e 3º, e 25/96, arts. 3º, 6º, 10, 14, 15, 23, § 1º e 29, I; Parecer Normativo Cosit 05/95; Ato Declaratório (Normativo) CST/DLJ 16, de 31.08.1976.

Decisão 32/99 – SRRF / 3ª RF – DOU 12.11.1999

Rendimentos pagos acumuladamente. Honorários advocatícios. Dedutibilidade. As despesas pagas a título de honorários advocatícios poderão ser reduzidas exclusivamente dos rendimentos pagos acumuladamente decorrentes da decisão judicial que lhes deu origem.

Dispositivos Legais: Lei 7.713/88, art. 12; Lei 8.134/90, art. 3º e Dec. 3.000/99, art. 56.

Rendimentos recebidos acumuladamente. Pagamentos com honorários de advogado. Admite-se como dedução dos rendimentos recebidos acumuladamente, o valor das despesas com ação judicial, inclusive com advogados, comprovadamente feitas pelo contribuinte. Recurso provido. (1º Conselho de Contribuintes / 6ª Câmara / Acórdão 106-13.581, em sessão de 16.10.2003 – DOU 09.12.2003)

IRPF. Rendimentos recebidos acumuladamente. Os rendimentos recebidos acumuladamente, em decorrência de sentença judicial, relativos a trabalho assalariado, estão sujeitos à incidência do imposto de renda, na fonte e na Declaração de Ajuste Anual. Recurso Negado. (1º conselho de contribuinte / 6ª Câmara / Acórdão 106-13500 em sessão de 09.09.2003 – DOU 09.12.2003)

ATIVIDADE RURAL

Lúcia Helena Briski Young

O CC/02, em seu art. 971, estipula que: “O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro”.

Produtor rural é a pessoa física que explora a terra, objetivando a produção vegetal, a criação de animais, industrialização de produtos primários.

(11)

O produtor rural não precisa abrir uma empresa, bastando efetuar o registro como produtor rural no posto fiscal da Secretaria da Fazenda que jurisdiciona o seu estabelecimento rural.

Consideram-se como atividade rural a exploração das atividades agrícolas, pecuárias, a extração e a exploração vegetal e animal, a exploração da apicultura, avicultura, suinocultura, sericicultura, piscicultura (pesca artesanal de captura do pescado in natura) e outras de pequenos animais; a transformação de produtos agrícolas ou pecuários, sem que sejam alteradas a composição e as características do produto in natura, realizada pelo próprio agricultor ou criador, com equipamentos e utensílios usualmente empregados nas atividades rurais, utilizando-se exclusivamente de matéria-prima produzida na área explorada, tais como: descasque de arroz, conserva de frutas, moagem de trigo e milho, pasteurização e o acondicionamento do leite, assim como o mel e o suco de laranja, acondicionados em embalagem de apresentação, produção de carvão vegetal, produção de embriões de rebanho em geral (independentemente de sua destinação: comercial ou reprodução). Também é considerada atividade rural o cultivo de florestas que se destinem ao corte para comercialização, consumo ou industrialização (Lei 9.430/96, art. 59).

Não se considera atividade rural o beneficiamento ou a industrialização de pescado in natura; a industrialização de produtos, tais como bebidas alcoólicas em geral, óleos essenciais, arroz beneficiado em máquinas industriais, o beneficiamento de café (por implicar a alteração da composição e característica do produto); a intermediação de negócios com animais e produtos agrícolas (comercialização de produtos rurais de terceiros); a compra e venda de rebanho com permanência em poder do contribuinte em prazo inferior a 52 (cinqüenta e dois) dias, quando em regime de confinamento, ou 138 (cento e trinta e oito) dias, nos demais casos (o período considerado pela lei tem em vista o tempo suficiente para descaracterizar a simples intermediação, pois o período de permanência inferior àquele estabelecido legalmente configura simples comércio de animais); compra e venda de sementes; revenda de pintos de um dia e de animais destinados ao corte; o arrendamento ou aluguel de bens empregados na atividade rural (máquinas, equipamentos agrícolas, pastagens); prestação de serviços de transporte de produtos de terceiros etc. (RIR/99, art. 406, com as alterações da Lei 9.250/95, art. 17; e a IN SRF 257/02).

Tributação da Pessoa Jurídica

A exploração da atividade rural inclui as operações de giro normal da pessoa jurídica, relacionados a agricultura; a pecuária; a extração e a exploração vegetal e animal; a exploração de atividades zootécnicas, tais como apicultura, avicultura, cunicultura, suinocultura, sericicultura, piscicultura e outras culturas animais. São tributadas com base nas mesmas regras aplicáveis às demais pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real, presumido ou arbitrado, inclusive sujeitando-se ao adicional do imposto de renda à alíquota de 10% (dez por cento) (RIR/99, art. 406).

(12)

Os bens do ativo permanente imobilizado, exceto a terra nua, adquiridos a partir de 22.05.1996, por pessoas jurídica que explore a atividade rural, para uso nessa atividade, poderão ser depreciados integralmente no próprio ano de aquisição.

O prejuízo apurado pela pessoa jurídica que explorar atividade rural poderá ser compensado com o resultado positivo obtido em períodos de apuração posteriores, não se lhe aplicando o limite de 30% (trinta por cento) do lucro real.

A pessoa jurídica rural que explorar outras atividades deverá segregar, contabilmente, as receitas, os custos e as despesas referentes à atividade rural das demais atividades e demonstrar, no Livro de Apuração do Lucro Real (Lalur), separadamente, o lucro ou prejuízo contábil e o lucro ou prejuízo fiscal dessas atividades.

A pessoa jurídica rural deverá ratear, proporcionalmente à percentagem que a receita líquida de cada atividade representar em relação à receita líquida total: a) os custos e as despesas, comuns a todas as atividades;

b) os custos e as despesas não dedutíveis, comuns a todas as atividades, a serem adicionados ao lucro líquido, na determinação do lucro real;

c) os demais valores comuns a todas as atividades, que devam ser computados no lucro real.

Optando pela tributação na forma do lucro real estimado, a base de cálculo estimada, em cada mês, será determinada mediante a aplicação do percentual de 8% (oito por cento) sobre a receita bruta auferida na atividade rural. No caso de pessoa jurídica rural que explorar outras atividades, será aplicado o percentual correspondente a cada uma dessas atividades.

Tributação da Pessoa Física

O resultado da exploração da atividade rural exercida pela pessoa física é apurado mediante a escrituração do Livro Caixa, abrangendo as receitas, as despesas, os investimentos e demais valores que integram a atividade.

A escrituração e a apuração devem ser feitas em destaque, por contribuinte, pelo valor global das receitas auferidas das unidades rurais exploradas individualmente, em conjunto ou em comunhão em decorrência do regime de casamento.

Quando a receita bruta total auferida no ano-calendário não exceder a R$ 56.000,00, (cinqüenta e seis mil reais) é facultada a apuração mediante prova documental, dispensada a escrituração do livro Caixa, encontrando-se o resultado pela diferença entre o total das receitas e o das

(13)

despesas/investimentos. As receitas e despesas são computadas mensalmente pelo regime de caixa.

Os investimentos são deduzidos como despesa no mês em que efetivados e, quando alienados, constituem receita da atividade rural. O resultado da diferença entre receitas menos despesas/investimentos, quando positivo, integrará a base de cálculo do imposto na Declaração de Ajuste Anual. (RIR/99, arts. 62 e 68; IN SRF 83/01, art. 11)

Solução de Divergência 12, de 07.08.2003 - SRF/COSIT

Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica – IRPJ. Atividade rural. Florestas. O benefício consistente na dedução integral dos valores dos bens do ativo permanente imobilizado, exceto a terra nua, no próprio ano de aquisição, não inclui a amortização nem a exaustão de recursos florestais. Dispositivos Legais: Medida Provisória 2.159-70/01, art. 6º; Dec. 3.000/99, arts. 305, 328 e 334 – Regulamento do Imposto de Renda (RIR/99).

Regina Maria Fernandes Barroso – Coordenadora-Geral da Cosit Consultado no site da SRF em 11.02.2004.

Solução de Consulta 25, de 14.02.2003 – SRRF/8ª RF

Imposto sobre a Renda de Pessoa Física – IRPF. Atividade rural. Aquisição de bens. Apuração de resultado. O bem adquirido por meio de financiamento rural deve ser considerado como despesa, pelo valor total da nota, no mês de aquisição. Os encargos financeiros pagos em decorrência do empréstimo contraído podem ser considerados despesas no mês do efetivo pagamento. Escrituração do Livro Caixa. Para fins de escrituração do Livro Caixa, o bem adquirido por meio de financiamento deve ser também registrado pelo valor total da nota fiscal, no mês de aquisição. Já o valor do financiamento deve ser declarado como dívida vinculada à atividade rural no quadro próprio do Demonstrativo da Atividade Rural.

Dispositivos Legais: Arts. 62, §§ 2º, III, 4º e 11 do Dec. 3.000, de 26.03.1999 (republicado em 17.06.1999); e arts. 8º, III, e 16 da Instrução Normativa SRF 83, de 11.10.2001.

Tirso Batista de Souza – Chefe da Divisão de Tributação Consultado no site da SRF em 11.02.2004.

Solução de Consulta 154, de 26.09.2003 – SRRF/9ª RF

Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica – IRPJ. O benefício consistente na possibilidade de depreciar integralmente, no próprio ano de aquisição, os bens do ativo imobilizado, exceto a terra nua, adquiridos por pessoa jurídica para uso na atividade rural, pode ser aplicado na depreciação de instalações utilizadas pela pessoa jurídica nessa atividade, ainda que parte de sua construção tenha ocorrido em período de não vigência do benefício.

Dispositivos Legais: Lei 4.506/64, art. 57; Lei 8.023/90, art. 12, § 2º; MP 1.459/96, art. 7º; PN CST 79/76.

Marco Antônio Ferreira Possetti – AFRF DC Port – SRRF 59/97 Consultado no site da SRF em 11.02.04.

Processo de Consulta 205/00 – SRRF/7ª RF – Data da Decisão 12.09.2000 – DOU 09.11.2000

(14)

Alienação de propriedade rural. Na alienação de propriedade rural, deve ser apurado o ganho de capital, relativo à terra nua, obedecendo-se, na determinação do ganho de capital a forma de tributação utilizada pela empresa. Se lucro presumido deve cumprir o disposto nos arts. 522 e 523 do RIR/99, enquanto que as tributadas pelo lucro real devem cumprir o disposto no § 1º do art. 418 do mesmo regulamento.

Dispositivos Legais: Dec. 3.000/99 - RIR/99; art. 418, § 1º e arts. 522 e 523. Processo de Consulta 20/03 – SRRF/2ª RF – DOU 23.07.2003

Atividade Rural. São consideradas atividades rurais o cultivo de floresta destinada ao corte para comercialização, consumo ou industrialização, e a extração vegetal, ficando de fora desse rol o beneficiamento da madeira na forma descrita pela consulente (madeira simplesmente serrada, serrada seca em estufa, aparelhada e compensada).

Dispositivos Legais: Lei 8.023/90, art. 2º; Lei 9.430/96, art. 59; IN SRF 257/02, arts. 1º, 2º, 3º e 8º.

Processo de Consulta 154/03 – SRRF/9ª RF – DOU 22.10.2003

Atividade Rural. Depreciação integral. O benefício consistente na possibilidade de depreciar integralmente, no próprio ano de aquisição, os bens do ativo imobilizado, exceto a terra nua, adquirida por pessoa jurídica para uso na atividade rural, pode ser aplicado na depreciação de instalações utilizadas pela pessoa jurídica nessa atividade, ainda que parte de sua construção tenha ocorrido em período de não vigência do benefício.

Dispositivos Legais: Lei 4.506/64, art. 57; Lei 8.023/90, art. 12, § 2º; MP 1.459/96, art. 7º; PN CST 79/76.

Atividade rural. Equiparação a pessoa jurídica. Compra e venda de gado bovino. Habitualidade. A habitualidade do comércio de animais em montante incompatível com a área de exploração da atividade rural e com prazo de permanência/confinamento inferior àquele estipulado na Lei 8.023/90, exclui os resultados daí decorrentes dos benefícios concedidos à atividade rural das pessoas físicas. Recurso negado. (1º Conselho de Contribuintes – 8ª Câmara – Acórdão 108-07.184 em 05.11.2002. DOU 27.03.2003)

Atividade rural. Receitas financeiras. Percentual de tributação. As receitas financeiras percebidas no período de entressafra são tributadas à alíquota da atividade rural pela própria sazonalidade desta atividade. Recurso improvido. (1º Conselho de Contribuintes – 3ª Câmara – Acórdão 103-21.193 em

19.03.2003

DOU 05.05.2003)

Atividade rural. Venda de imobilizado. Percentual de tributação. As receitas decorrentes da venda de imobilizado são tributadas à alíquota da atividade não incentivada. Recurso improvido. (1º Conselho de Contribuintes – 3ª Câmara – Acórdão 103-21.193 em 19.03.2003. DOU 05.05.2003)

Atividade rural. Valores recebidos de órgãos públicos. Integram também a receita bruta da atividade rural, os valores recebidos de órgãos públicos, tais como auxílios, subvenções, subsídios e Aquisições do Governo Federal - AGF.

(15)

(1º Conselho de Contribuintes – 6ª Câmara – Acórdão 106-12.057 em

22.06.2001

DOU 12.09.2001)

Solução de Consulta 127, de 19.04.2005 – 9ª RF – DOU 12.05.2005

Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica – IRPJ. A pessoa jurídica que explore a atividade rural, ao retornar à tributação pelo lucro real, poderá utilizar as taxas de depreciação acelerada sobre o saldo não depreciado dos bens do ativo imobilizado, desde que atendidas as demais exigências legais.

Dispositivos Legais: Lei 8.023/90, art. 12, § 2º; Medida Provisória 1.459/96, art. 7º, Parecer Normativo CST 79/76; Instrução Normativa SRF 257/02, art. 14. Marco Antônio Ferreira Possetti – Chefe

Lucro Real

Lúcia Helena Briski Young

Fundamento Legal

As normas básicas relativas ao IRPJ - Lucro Real, estão fixadas através das Leis 8.981/95, 9.065/95, 9.249/95, 9.430/96, 9.532/97 9.718/98 e INs SRF 11/96 e 93/97, bem como o Decreto 3.000/99 (RIR/99, arts. 246 e seguintes). O IRPJ - Lucro Real e CSLL deverão ser apurados em periodicidade trimestral ou anual. Optando pela apuração anual, o contribuinte estará obrigado ao pagamento mensal calculado em base estimada (presunção de lucro sobre a receita mensal), sendo-lhe facultada a redução ou suspensão desse através de balancete e apuração específica, em qualquer mês do ano-calendário.

Lucro Real Obrigatório

Estarão obrigadas ao regime de tributação com base no lucro real (anual ou trimestral) as pessoas jurídicas:

I - cuja receita total, no ano-calendário anterior, tenha excedido o limite de R$ 48.000.000,00 ou de R$ 4.000.000,00 multiplicado pelo número de meses do período, quando inferior a doze meses (Lei 10.637/02);

Considera-se receita total, o somatório: a) da receita bruta mensal;

b) das demais receitas e ganhos de capital;

c) dos ganhos líquidos obtidos em operações realizadas nos mercados de renda variável;

(16)

d) dos rendimentos nominais produzidos por aplicações financeiras de renda fixa.

II - cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização e entidades de previdência privada aberta;

III - que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior; O Ato Declaratório Interpretativo SRF 05/01 estabelece que o lucro real deverá ser apurado inclusive a partir do próprio trimestre, para pessoa jurídica que vinha sendo tributada com base no lucro presumido.

IV - que, autorizadas pela legislação tributária, queiram usufruir de benefícios fiscais relativos à isenção ou redução do imposto de renda;

V - que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal pelo regime de estimativa, na forma exemplificada em texto específico neste módulo;

VI - que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring).

A pessoa jurídica optante pelo REFIS poderá adotar o regime tributário do lucro presumido, exceto entidades financeiras (inciso II) e factoring (VI).

Lucro Real Anual

A regra geral prevista na Lei 9.430/96 é o regime de apuração trimestral. No entanto, é permitido o regime anual, com levantamento do lucro real somente em 31 de dezembro, ficando o contribuinte obrigado ao pagamento mensal do IRPJ e CSLL em base de estimativa mensal, calculados a partir da receita mensal auferida, nos mesmos moldes da apuração do lucro presumido, sendo-lhe permitida a suspensão ou redução a partir do levantamento de lucro real periódico em qualquer data do ano-calendário. No lucro real trimestral não cabe esta opção.

Deduções do IRPJ Devido

Do imposto calculado mediante a aplicação da alíquota de 15% sobre o lucro real, este apurado a partir do lucro líquido segundo as normas das leis

(17)

comerciais e ajustado por adições, exclusões e compensações admitidas pela legislação tributária, poderão ser deduzidos:

a) os incentivos fiscais como PAT, Projetos Culturais e Artísticos, doações aos Fundos da Criança e do Adolescente e Atividades Audiovisuais, e Funcines, observados os limites e prazos fixados na legislação vigente;

b) os incentivos fiscais de redução e isenção do imposto, calculados com base no lucro da exploração;

c) o imposto de renda pago ou retido na fonte, incidente sobre receitas computadas na determinação do lucro real;

d) do imposto de renda calculado em base estimativa, pago mensalmente (no caso de lucro real anual);

e) do imposto de renda da pessoa jurídica pago indevidamente em períodos anteriores, ainda que compensado no decurso do ano-calendário com o imposto de renda devido, apurado com base na estimativa de lucro.

Adicional do IRPJ

De acordo com os arts. 2º e 4º da Lei 9.430/96, a pessoa jurídica, inclusive instituições financeiras, sociedades seguradoras e assemelhadas, sujeitar-se-ão ao adicional de imposto de renda, calculado à alíquota de 10% sobre a parcela excedente a:

I - R$ 240.000,00 do lucro real anual;

II - R$ 20.000,00, do lucro estimado mensal;e III - R$ 60.000,00, do lucro real trimestral.

O adicional incide, inclusive, sobre os rendimentos tributáveis de pessoa jurídica que explore atividade rural (Lei 9.249/95, art. 3º, § 3º). No caso de atividades mistas, a base de cálculo do adicional será a soma do lucro real apurado nas atividades em geral com o lucro real apurado na atividade rural. O prazo de recolhimento do adicional do IRPJ é o mesmo da parcela normal, não havendo código específico para esse fim.

Prazos e Formas de Recolhimento do IRPJ e CSLL

O IRPJ e a CSLL, apurados com base no lucro real trimestral serão recolhidos até o último dia útil do mês seguinte ao encerramento do trimestre. Estes pagamentos serão efetuados em quota única, sendo facultada a opção de pagamentos em até três quotas mensais, e sucessivas, vencíveis no último dia útil dos três meses subseqüentes ao do encerramento do período de apuração a que corresponder.

Nenhuma quota poderá ser inferior a R$ 1.000,00 e quando o imposto for inferior a R$ 2.000,00, este deverá ser pago em quota única.

(18)

As quotas sofrerão os seguintes acréscimos: • 1ª quota - valor original;

• 2ª quota - valor original, acrescido de 1%;

• 3ª quota - valor original, acrescido da taxa SELIC do mês anterior + 1% referente ao mês do pagamento.

Por sua vez, a apuração do lucro real anual será precedida de recolhimentos mensais, em bases estimadas, até o último dia útil do mês seguinte ao fato gerador.

Compensação de Valores Pagos a Maior ou Indevidamente

Os valores pagos a maior ou indevidamente poderão ser compensados com tributos e contribuições de mesma natureza ou natureza distintas, sendo possibilitado o uso da taxa de juros denominada SELIC, tendo como termo inicial, para cálculo do referido juro, o mês subseqüente ao do pagamento indevido ou a maior que o devido, conforme determina a Lei 9.532/97, art. 73. Ajustes ao Lucro Líquido na Determinação do Lucro Real e Contribuição Social sobre o Lucro

1) Tributos e Contribuições

Os tributos e contribuições são dedutíveis (exceto a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL), na determinação do lucro real, segundo o regime de competência, exceto aqueles cuja exigibilidade esteja suspensa em virtude de: a) depósito, ainda que judicial, do montante integral do crédito tributário;

b) impugnação, reclamação ou recurso, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo; e

c) concessão de medida liminar em mandado de segurança.

Na determinação do lucro real, a pessoa jurídica não poderá deduzir como custo ou despesa o imposto de renda de que for sujeito passivo como contribuinte ou responsável em substituição ao contribuinte.

A dedutibilidade, como custo ou despesa, de rendimentos pagos ou creditados a terceiros abrange o imposto sobre os rendimentos que o contribuinte, como fonte pagadora, tiver o dever legal de reter e recolher, ainda que assuma o ônus do imposto, inclusive quanto à parcela do valor dos prêmios em bens e serviços distribuídos, correspondente ao imposto de trata o art. 63 da Lei 8.981/95.

2) Provisões Dedutíveis

Na determinação do lucro real e da base de cálculo da contribuição social sobre o lucro somente serão dedutíveis as provisões:

(19)

I - para o pagamento de férias de empregados; II - para pagamento de décimo - terceiro salário;

III - técnicas das companhias de seguro e capitalização bem como das entidades de previdência privada, quando constituída por exigência da legislação especial a elas aplicável.

A provisão para créditos de liquidação duvidosa foi revogada a partir de 1997, sendo instituído o registro de perdas no recebimento de créditos, através da Lei 9.430/96, arts. 9º a 14.

Observe-se, contudo, que, para fins de atendimento à lei societária e aos Princípios Fundamentais de Contabilidade, a empresa deverá continuar constituindo as provisões julgadas necessárias, relativamente às estimativas de perdas dos seus ativos e para cobertura de riscos ou obrigações futuras. É o que recomenda o Ofício-Circular CVM/SNC/SEP 02/96, a respeito das disposições contidas na Lei 9.249/95.

Obviamente, os valores correspondentes às provisões que refogem à lei fiscal, itens I a III, acima, deverão ser adicionadas na determinação do lucro real e na base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro.

3) Bens Extrínsecos à Produção ou Comercialização – Tratamento

Para efeito de apuração do lucro real e da base de cálculo da contribuição social sobre o lucro é vedada a dedução:

I - das contraprestações de arrendamento mercantil e do aluguel de bens móveis ou imóveis, exceto quando relacionados intrinsecamente com a produção ou comercialização dos bens e serviços;

II - de despesas de depreciação, amortização, manutenção, reparo, conservação, impostos, taxas, seguros e quaisquer outros gastos com bens móveis ou imóveis, exceto se intrinsecamente relacionados com a produção ou comercialização dos bens e serviços.

Consideram-se intrinsecamente relacionados com a produção ou a comercialização:

a) os bens móveis e imóveis utilizados no desempenho das atividades de contabilidade;

b) os bens imóveis utilizados como estabelecimento da administração;

c) os bens móveis utilizados nas atividades operacionais, instalados em estabelecimento da empresa;

d) os veículos do tipo caminhão, caminhoneta de cabine simples ou utilitário, utilizados no transporte de mercadorias e produtos adquiridos para revenda, de

(20)

matéria-prima, produtos intermediários e de embalagem aplicados na produção;

e) os veículos do tipo caminhão, caminhoneta de cabine simples ou utilitário, as bicicletas e motocicletas utilizados pelos cobradores, compradores e vendedores nas atividades de cobrança, compra e venda;

f) os veículos do tipo caminhão, caminhoneta de cabine simples ou utilitários, as bicicletas e motocicletas utilizados nas entregas de mercadorias e produtos vendidos;

g) os veículos utilizados no transporte coletivo de empregados;

h) os bens móveis e imóveis utilizados em pesquisa e desenvolvimento de produtos ou processos;

i) os bens móveis e imóveis próprios, locados pela pessoa jurídica que tenha a locação como objeto de sua atividade;

j) os bens móveis e imóveis objeto de arrendamento mercantil nos termos da Lei 6.099/74, pela pessoa jurídica arrendadora;

l) os veículos utilizados na prestação de serviços de vigilância móvel, pela pessoa jurídica que tenha por objeto essa espécie de atividade.

As hipóteses previstas nas alíneas da nota precedente, não esgotam o universo de situações concretas engajadas no critério de dedutibilidade. Devem elas ser avaliadas como exemplificativas, cabendo à pessoa jurídica reunir elementos suficientes para justificar o registro contábil de um custo/despesa. Ainda não foi desta vez que o conceito de despesas necessárias inscrito no art. 299 do RIR/99 ficaria revogado.

Com efeito, dispõe aquele comando legal:

"Art. 299 - São operacionais as despesas não computadas nos custos necessárias à atividade da empresa e à manutenção da respectiva fonte produtora.

§ 1º - São necessárias as despesas pagas ou incorridas para a realização das transações ou operações exigidas pela atividade da empresa".

4) Gastos de Alimentação

Para efeito de apuração do lucro real e da base de cálculo da contribuição social sobre o lucro é vedada a dedução de despesas com a alimentação de sócios, acionistas e administradores.

As despesas com alimentação somente poderão ser dedutíveis quando fornecidas pela pessoa jurídica, indistintamente, a todos os seus empregados.

(21)

A dedutibilidade referida independe da existência de Programa de Alimentação do Trabalhador e aplica-se, às cestas básicas de alimentos fornecidas pela empresa, desde que indistintamente a todos os empregados.

É nosso entendimento que a preocupação do legislador quanto aos gastos de alimentação de dirigentes restringe-se àqueles de difícil justificativa, ou quando carecem de relatórios pormenorizados que devem corroborar os registros contábeis desse tipo de gastos.

5) Contribuições e Doações

Para efeito de apuração do lucro real e da base de cálculo da contribuição social sobre o lucro, é vedada a dedução das despesas com doações e contribuições não compulsórias.

No entanto, essa vedação não se aplica, nos casos de:

a) contribuições destinadas a custear seguros e planos de saúde e benefícios complementares assemelhados aos da previdência social, instituídos em favor dos empregados e dirigentes da pessoa jurídica;

b) doações efetuadas:

• a projetos culturais de que trata a Lei 8.313/91;

A dedutibilidade da despesa poderá ser admitida ou não, conforme aplicação da Lei 9.874/99.

• às instituições de ensino e pesquisa cuja criação tenha sido autorizada por lei federal, até o limite de 1,5%do lucro operacional, antes de computada a sua dedução e a mencionada a seguir;

Nessa hipótese, somente poderão ser deduzidas as doações a entidade donatária que, cumulativamente:

a) comprove finalidade não-lucrativa;

b) aplique seus excedentes financeiros em educação;

c) assegure a destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária, filantrópica ou confessional, ou ao Poder Público, no caso de encerramento de suas atividades.

• a entidades civis, legalmente constituídas no Brasil, sem fins lucrativos, que prestem serviços gratuitos em benefício de empregados da pessoa jurídica doadora, e respectivos dependentes, ou em benefício da comunidade onde atuem, até o limite de 2% do lucro operacional, antes de computada a sua dedução.

(22)

a) a entidade civil beneficiária tenha sido reconhecida de utilidade pública por ato formal de órgão competente da União, exceto quando se tratar de entidade que preste exclusivamente serviços gratuitos em benefício de empregados da pessoa jurídica doadora;

b) as doações em dinheiro sejam feitas mediante crédito em conta corrente bancária diretamente em nome da entidade beneficiária;

c) a doadora mantenha em arquivo, à disposição da fiscalização, cópia da declaração segundo modelo aprovado pela Secretaria da Receita Federal, através da IN 87/96, fornecida pela entidade beneficiária, em que esta se compromete a aplicar integralmente os recursos recebidos na realização de seus objetivos sociais, com identificação da pessoa física responsável pelo seu cumprimento, e a não distribuir lucros, bonificações ou vantagens a dirigentes, mantenedores ou associados, sob nenhuma forma ou pretexto.

Estas condições estão arroladas no art. 28 da IN SRF 11/96.

• a Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público - OSCIP, instituídas nos moldes da Lei 9.790/99.

6) Exclusões em Período-base Seguinte

Para efeito de determinação do lucro real, as exclusões do lucro líquido, em período-base subseqüente àquele em que deveria ter sido procedido o ajuste, não poderão produzir efeito diverso daquele que seria obtido, se realizadas na data prevista.

7) Dedução de Perdas no Recebimento de Créditos

As perdas no recebimento de crédito decorrentes das atividades da pessoa jurídica poderão ser deduzidas como despesas, para determinação do lucro real, seguindo-se as regras expostas nos art. 24 a 28 da IN SRF 93/97.

8) FAPI - Fundo de Aposentadoria Programada Individual e Contribuição para Previdência Privada

Na determinação do lucro real e da base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido, o valor das despesas com contribuições para a previdência privada, a que se refere o inciso V do art. 13 da Lei 9.249/95, e para os Fundos de Aposentadoria Programada Individual - FAPI, a que se refere a Lei 9.477/97, cujo ônus seja da pessoa jurídica, não poderá exceder, em cada período de apuração, a 20% do total dos salários dos empregados e da remuneração dos dirigentes da empresa, vinculados ao referido plano.

O somatório das contribuições que exceder o valor referido, deverá ser adicionado ao lucro líquido para efeito de determinação do lucro real e da base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido.

(23)

Prejuízos Fiscais – Compensação

Para fins de determinação do lucro real, o lucro líquido, trimestral, anual ou periódico, depois de ajustado pelas adições e exclusões previstas ou autorizadas pela legislação do imposto de renda, poderá ser reduzido pela compensação de prejuízos fiscais em até, no máximo, 30%.

Os prejuízos fiscais são compensáveis independentemente do prazo previsto na legislação vigente à época de

sua apuração.

Ou seja, o prejuízo fiscal de um trimestre só poderá ser compensado com o lucro real dos trimestres subseqüentes e ainda, limitado a 30% do lucro real. Os prejuízos apurados anteriormente a 31.12.94, somente poderão ser compensados se, naquela data, fossem ainda passíveis de compensação, na forma da legislação então aplicável.

O limite de redução de 30% não se aplica aos prejuízos fiscais decorrentes da exploração de atividades rurais, bem como aos apurados pelas empresas industriais titulares de Programas Especiais de Exportação aprovados até 3 de junho de 1993, pela Comissão para Concessão de Benefícios Fiscais a Programas Especiais de Exportação - BEFIEX, nos termos do art. 95 da Lei 8.981 com a redação dada pela Lei 9.065, ambas de 1995.

No lucro real anual (estimativa mensal), os prejuízos poderão ser compensados integralmente com lucros apurados dentro do próprio ano-calendário.

Prejuízos Não-Operacionais

Os prejuízos não operacionais, apurados a partir de 1º de janeiro de 1996, somente poderão ser compensados, nos períodos-base subseqüentes ao de sua apuração, com lucros de mesma natureza, observado o limite de redução de 30%.

Para esse efeito, consideram-se não operacionais os resultados decorrentes da alienação de bens ou direitos do ativo permanente (investimentos, imobilizado e diferido), exceto as perdas decorrentes de baixa de bens ou direitos do ativo permanente em virtude de terem se tornado imprestáveis, obsoletos ou caído em desuso, ainda que posteriormente venham a ser alienados como sucata. O tratamento tributário dos prejuízos não operacionais quando acarretarem prejuízos fiscais foi estabelecido pelo art. 36 da IN SRF 11/96.

Juros sobre o Capital Próprio

O montante dos juros remuneratórios do capital passível de dedução para efeitos de determinação do lucro real e da base de cálculo da contribuição social limita-se ao maior dos seguintes valores:

(24)

I - 50% do lucro líquido do exercício antes da dedução desses juros; ou

Para esse efeito, o lucro líquido do exercício será aquele após a dedução da contribuição social sobre o lucro líquido e antes da dedução da provisão para o imposto de renda.

II - 50% do somatório dos lucros acumulados e reserva de lucros.

Somente serão dedutíveis na determinação do lucro real e na base de cálculo da contribuição social os juros sobre o capital próprio pagos ou creditados aos sócios ou acionistas da pessoa jurídica, descabendo a dedutibilidade nos casos em que sejam incorporados ao capital social ou mantidos em conta de reserva destinada a aumento de capital.

Os juros citados, auferidos por beneficiário pessoa jurídica submetida ao regime de tributação com base no lucro real, serão registrados em conta de receita financeira e integrarão o lucro real e a base de cálculo da contribuição social sobre o lucro.

Os juros serão computados nos balanços de suspensão ou redução do pagamento mensal do IRPJ e CSL por estimativa.

Os juros remuneratórios ficarão sujeitos à incidência do imposto de renda na fonte à alíquota de 15%, na data do pagamento ou crédito, observado que, no caso de beneficiário pessoa jurídica submetida ao regime de tributação com base no lucro real, será considerado antecipação do devido na declaração de rendimentos ou compensado com o que houver retido por ocasião do pagamento ou crédito de juros, a título de remuneração do capital próprio, a seu titular, sócios ou acionistas.

Lucros Distribuídos – Isenção

São isentos de tributação, na fonte e na declaração de rendimentos, os valores pagos a beneficiários pessoas físicas ou jurídicas, a título de lucros apurados em balanços, por empresas tributadas com base no lucro real (Lei 9.249/95, art. 10).

IMPORTÂNCIAS PAGAS OU CREDITADAS PELAS PESSOAS JURÍDICAS A COOPERATIVAS DE TRABALHO

Lúcia Helena Briski Young

Conforme aduz o art. 64 da Lei 8.981/1995 estão sujeitas à incidência do Imposto de Renda na Fonte as importâncias pagas ou creditadas pelas pessoas jurídicas às cooperativas de trabalho, associações de profissionais ou assemelhadas, relativamente aos serviços pessoais que lhe forem prestados por associados destas ou colocados à disposição.

(25)

A base de cálculo do Imposto de Renda na Fonte corresponde às importâncias pagas ou creditadas à cooperativa de trabalho, associações de profissionais ou assemelhadas.

As cooperativas de trabalho devem discriminar, nas respectivas faturas, as importâncias relativas aos serviços pessoais prestados à pessoa jurídica por seus associados das importâncias que corresponderem a outros custos e despesas.

Cooperativas de Transporte

Há a peculiaridade no caso de cooperativas de transporte rodoviário de cargas ou de passageiros, as importâncias relativas aos serviços pessoais prestados deverão, ainda, ser discriminados em parcela tributável (quarenta por cento), no caso de transporte de carga e (sessenta por cento), no caso de transporte de passageiros, bem como, a parcela não tributável. É o que estatui o Ato Declaratório Normativo 01/1993).

ALÍQUOTA DO IMPOSTO

A alíquota aplicável sobre o valor dos rendimentos é de 1,5% (um e meio por cento).

PRAZO DE RECOLHIMENTO DO IR-FONTE

O Imposto de Renda na Fonte importâncias pagas ou creditadas pelas pessoas jurídicas a cooperativas de trabalho deverá ser recolhido até o dia útil do primeiro decêndio do mês subseqüente àquele de ocorrência do fato gerador. COMPENSAÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA NA FONTE

O Imposto de Renda Retido na Fonte será compensado pelas cooperativas de trabalho, associações ou assemelhadas com o imposto retido por ocasião do pagamento dos rendimentos aos associados, visto se tratar de uma antecipação.

O imposto retido poderá ser objeto de pedido de restituição, desde que a cooperativa de trabalho comprove, relativamente a cada ano-calendário, a impossibilidade de sua compensação, na forma e condições definidas em ato normativo do Ministro da Fazenda.

Compensação de Prejuízos Fiscais - Normas Gerais

Lúcia Helena Briski Young O regime legal relativo à compensação de prejuízos fiscais sofreu profundas alterações a partir do ano-calendário de 1995, com a edição da MP 812/94,

(26)

convertida na Lei 8.981/95, sendo esta complementada pela Lei 9.065/95, art. 15.

Em 1995, tivemos como norma regulamentadora, a IN SRF 51/95, art. 27, e, para 1996, a IN SRF 11/96, art.35. No RIR/99, o tema é tratado nos arts. 509 e seguintes.

O prejuízo compensável é aquele apurado na demonstração do lucro real e registrado no Livro de Apuração do Lucro Real - LALUR, corrigido monetariamente até 31.12.95, quando relativo a períodos anteriores.

A absorção, mediante débito à conta de lucros acumulados, de reservas de lucros ou capital, ao capital social, ou à conta de sócios, matriz ou titular de empresa individual, de prejuízos apurados na escrituração comercial do contribuinte não prejudica seu direito à compensação de resultados fiscais negativos.

Compensação de Prejuízos Fiscais – Operacionalidade

Para fins de determinação do lucro real, o lucro líquido, depois de ajustado pelas adições e exclusões previstas e autorizadas pela legislação do Imposto de Renda, poderá ser reduzido pela compensação de prejuízos fiscais em até, no máximo, 30%.

Esses prejuízos fiscais são compensáveis na forma discriminada, independentemente do prazo previsto na legislação vigente à época de sua apuração.

Este regime de compensação aplica-se à sistemática de apuração do lucro real trimestral, anual e quando do balanço ou balancete de suspensão ou redução do imposto estimado.

Compensação sem Restrição de 30% do Lucro Real

O limite máximo de redução (30%) não se aplica aos prejuízos fiscais decorrentes:

I - da exploração de atividades rurais;

II - dos apurados pelas empresas industriais titulares de Programas Especiais de Exportação aprovados até 03.06.93, pela Comissão para Concessão de Benefícios Fiscais a Programas Especiais de Exportação - BEFIEX, nos termos do art. 95 da Lei 8.981 com a redação dada pela Lei 9.065, ambas de 1995. Mudança do Controle Societário e do Ramo de Atividade

De acordo com o art. 513 do Decreto 3.000/99, a pessoa jurídica não poderá compensar seus próprios prejuízos fiscais, se entre a data da apuração e da compensação houver ocorrido, cumulativamente, modificação de seu controle societário e do ramo de atividade.

(27)

O conceito de controle societário referido no texto legal, encontra-se no art. 116 da Lei do Acionariato. Segundo aquele comando legal, por acionista controlador, entende-se a pessoa, natural ou jurídica, ou o grupo de pessoas vinculadas por acordo de voto, ou sob controle comum, que:

a) é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente, a maioria dos votos nas deliberações da assembléia geral e o poder de eleger a maioria dos administradores da companhia, e

b) usa efetivamente seu poder para dirigir as atividades sociais e orientar o funcionamento dos órgãos da companhia.

Esse tipo de controle, chamado direto, também pode se materializar na forma indireta, quando, a controladora, através de outras controladas, é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente, preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores (art. 243, § 2º Lei 6.404/76).

Modificar controle societário, a nosso ver, seria a passagem, a outras mãos, dos poderes inerentes ao controlador, conforme se viu no conceito legal, através de operação de transferência de titularidade de participação societária. Quanto ao que se pode entender como mudança do ramo de atividade, não há qualquer definição legal ou mesmo pronunciamento oficial a respeito do tema. Em princípio, é necessário ficar atento quando houver alteração da codificação relativa ao CNAE-Fiscal/CNPJ/MF. Na dúvida, deve ser solicitado pronunciamento das autoridades fiscais a respeito, mediante processo administrativo de consulta.

Transformação

Por não haver expressa determinação legal proibindo, será admitida a compensação de prejuízos fiscais quando ocorrer mudança do tipo social da pessoa jurídica, através da transformação de sociedades, o que pode ocorrer, quando uma sociedade limitada passa a sociedade anônima, ou vice-versa. Nesta hipótese, não ocorre sucessão e nem há falar em novo sujeito passivo na relação jurídico-tributário, como ocorre, por exemplo, na incorporação, fusão ou cisão, visto no tópico seguinte. Foi este o decisório no Acórdão nº 103-8.746/88, DOU 18.05.89. Segundo a Lei 6.404/76, art. 220, a transformação é a operação pela qual a sociedade passa, independentemente de dissolução e liquidação, de um tipo para outro.

Incorporação, Fusão e Cisão

A pessoa jurídica sucessora por incorporação, fusão ou cisão não poderá compensar prejuízos fiscais da sucedida.

(28)

No caso de cisão parcial, a pessoa jurídica cindida poderá compensar os seus próprios prejuízos, proporcionalmente à parcela remanescente do patrimônio líquido.

Conforme o disposto na IN SRF 07/81, conjugada com o PN CST 10/81, não serão compensáveis, a qualquer tempo, o prejuízo e o lucro real das sucessoras e sucedidas, reciprocamente. No entanto, nada obsta que a empresa sucessora continue a gozar do direito de compensar seus próprios prejuízos, anteriores à data da absorção, com fundamento no RIR/99 (Decreto 3.000/99).

Prejuízos Fiscais Incorridos no Exterior

Não são compensáveis com lucros auferidos no Brasil os prejuízos e perdas decorrentes das operações ocorridas no exterior, a saber (Lei 9.249/95, art. 25):

I - os prejuízos de filiais, sucursais, controladas ou coligadas, no exterior;

II - os prejuízos e as perdas de capital decorrentes de aplicações e operações efetuadas no exterior pela própria empresa brasileira, inclusive em relação à alienação de filiais e sucursais e de participações societárias em pessoas jurídicas domiciliadas no exterior.

Os prejuízos apurados com base na escrituração contábil da filial, sucursal, controlada ou coligada, no exterior, efetuada segundo as normas legais do país de seu domicílio, podem ser compensados, não se lhes aplicando a limitação da compensação de prejuízos de 30% (trinta por cento), desde que:

I - os prejuízos apurados por uma controlada ou coligada, no exterior, somente sejam compensados com lucros dessa mesma controlada ou coligada;

II - os prejuízos de filiais e sucursais com resultados consolidados por país, quando a matriz no Brasil indicar uma filial ou sucursal como entidade líder no referido país, sejam compensados com os lucros de outra filial e sucursal no mesmo país.

A empresa brasileira que absorver patrimônio de filial, sucursal, controlada ou coligada, no exterior, de outra empresa brasileira, e continuar a exploração das atividades no exterior, poderá compensar, na forma prevista na legislação, os prejuízos acumulados pela referida filial, sucursal, controlada ou coligada, correspondentes aos períodos iniciados a partir do ano-calendário de 1996. Mudança de Regime Tributário

A compensação de prejuízos fiscais aqui analisada, só se aplica no regime tributário de lucro real. Obviamente, os regimes de lucro presumido ou arbitrado, não permitem tal forma de compensação.

(29)

Todavia, é conveniente esclarecer que, apurado lucro real negativo (prejuízo fiscal) em determinado ano-base/calendário, este poderá ser compensado com lucros reais de períodos futuros, mesmo quando, em exercício intermediário, a pessoa jurídica tenha optado, quando possível, pelo regime do lucro presumido. Dois pontos fundamentais a destacar:

a) o prejuízo fiscal foi declarado, através da competente declaração (DIPJ) de rendimentos; e

b) o valor a compensar está devidamente escriturado na Parte B do LALUR. Cumpre esclarecer que não há permissivo legal para, optando pelo regime de lucro presumido em determinado exercício, com manutenção de escrituração contábil regular, assim como do LALUR, Partes A e B, compensar prejuízo fiscal apurado, porém, não declarado.

Balanços/Balancetes de Suspensão ou Redução do IRPJ Estimado Mensal

Nos balanços ou balancetes, com a correspondente apuração do lucro real, levantados para fins de suspensão ou redução do IRPJ mensal estimado, nos termos do art. 35 da Lei 8.981/95, poderá haver a compensação de prejuízos fiscais apurados até 31 de dezembro do ano anterior, normalmente, obedecida a limitação de 30% do lucro ajustado.

Veja-se que este tipo de apuração do lucro real difere daquela relativa ao lucro real normal. Enquanto esta prende-se a períodos específicos, onde o prejuízo fiscal de um período poderá ser compensado com o lucro real de períodos subseqüentes, respeitado o limite de 30%, aquele periódico, alberga resultados positivos com resultados negativos ao longo de um determinado período. IRPJ Mensal Recolhido em Base Estimada

Para a pessoa jurídica que recolhe o IRPJ e CSL em base estimada mensal (receita bruta), não há que se falar em compensação de prejuízos fiscais, pelas razões já expostas, vez que o regime de compensação encontra-se inserido tão somente no lucro real.

Sociedade em Conta de Participação – SCP

O prejuízo fiscal apurado por Sociedade em Conta de Participação - SCP somente poderá ser compensado com o lucro real decorrente da mesma Sociedade em Conta de Participação - SCP.

É vedada a compensação de prejuízos fiscais e lucros entre duas ou mais SCP ou entre estas e o sócio ostensivo.

Referências

Documentos relacionados

Como já destacado anteriormente, o campus Viamão (campus da última fase de expansão da instituição), possui o mesmo número de grupos de pesquisa que alguns dos campi

Considerando que, no Brasil, o teste de FC é realizado com antígenos importados c.c.pro - Alemanha e USDA - USA e que recentemente foi desenvolvido um antígeno nacional

By interpreting equations of Table 1, it is possible to see that the EM radiation process involves a periodic chain reaction where originally a time variant conduction

O desenvolvimento desta pesquisa está alicerçado ao método Dialético Crítico fundamentado no Materialismo Histórico, que segundo Triviños (1987)permite que se aproxime de

Este trabalho buscou, através de pesquisa de campo, estudar o efeito de diferentes alternativas de adubações de cobertura, quanto ao tipo de adubo e época de

O enfermeiro, como integrante da equipe multidisciplinar em saúde, possui respaldo ético legal e técnico cientifico para atuar junto ao paciente portador de feridas, da avaliação

Apothéloz (2003) também aponta concepção semelhante ao afirmar que a anáfora associativa é constituída, em geral, por sintagmas nominais definidos dotados de certa

A abertura de inscrições para o Processo Seletivo de provas e títulos para contratação e/ou formação de cadastro de reserva para PROFESSORES DE ENSINO SUPERIOR