PROCESSO PREGÃO PRESENCIAL Nº 001/2015
PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº 015/2015
OBJETO: CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS DE TRANSPORTE DE
MATERIAIS E PESSOAS
DESPACHO
Não comparecendo nenhum Licitante para o Certame Licitatório realizado por esta Prefeitura em 09/02/2015, atendendo a 1ª Publicação realizada em 28 de janeiro de
2015 e em 20/02/2015 atendendo a 2ª publicação realizada em 10 de fevereiro de 2015,
na modalidade Pregão Presencial Nº 001/2015, para contratação serviços de transporte de materiais e pessoas, destarte, o processo deve ser considerado deserto e, consequentemente arquivado.
Todavia, com o objetivo de evitar prejuízos para os munícipes, e, em última análise para a comunidade carente do Município, com amparo no princípio da razoabilidade e do parecer jurídico da lavra do Dr. Tárcilo José Araújo Farias, determino a Comissão Permanente de Licitação que proceda, em caráter de urgência, a contratação de pessoa física e/ou jurídica para o transporte de materiais e pessoas, objeto desta licitação. Isto posto, com arrimo no art. 24, Inciso V, da Lei 8.666/93, mantendo as condições preestabelecidas no Edital da 1ª e 2ª publicação, e que sendo este Pregão Presencial publicado dentro das normas legais vigentes, de acordo com a Lei 10.520/02 e Lei nº 8.666/93, sem que houvesse licitantes interessados.
Finalmente, em cumprimento ao que determina o princípio da publicidade, determino que se dê ampla divulgação do presente despacho, para que possa os munícipes, dele tomar conhecimento.
Registra-se, publica-se e comunica-se.
Barra da Estiva, Bahia, 20 de fevereiro de 2015
Adriano Carlos Dias Pires Prefeito
ESTADO DA BAHIA
CNPJ: 13.670.658/0001-52
ASSESSORIA JURÍDICA
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__________________________________________________________________________ Rua Dr. João, Moisés de Oliveira nº 1 - Centro - Barra da Estiva – BA - Telefax: (77) 3450-1655
PARECER JURÍDICO Nº 001/2015
ASSUNTO: LICITAÇÃO DESERTA, CONTRATAÇÃO DIRETA. INTERESSADO: COMISSÃO PERMANENTE DE LICITAÇÃO.
EMENTA: Direito Administrativo. Dispensa de licitação, Contratação direta, Artigo 24, V, da Lei 8.666/93. Licitação deserta. Ausência de licitante. A inexistência de licitante implica a caracterização da licitação deserta.
Solicitado pelo Presidente da Comissão Permanente de Licitação deste Município para exame e Parecer jurídico desta Assessoria, consulta exarada nos seguintes termos:
“A Comissão Permanente de Licitação, solicita orientação acerca de dívida na contratação
de serviço de transporte de pessoas e materiais. Ocorre que foi aberta a Pregão Presencial Nº
001/2015, para este tipo de serviço, com a publicação no Diário Oficial do Estado, Diário Oficial dos Municípios (Imprensa Oficial Eletrônica do Município), Diário Oficial da União e Jornal Tribuna do Sertão, atendendo assim o princípio da publicidade. Todavia, não apareceram licitantes. Esta
comissão solicita orientação quanto ao fato, se abre novo procedimento ou poderá fazer a contratação direta, em razão da urgência da contratação de serviço de transporte de materiais e
pessoas, face às demandas desse serviço, para as necessidades das Secretarias, visando o
atendimento dos munícipes.”
É o que importa relatar.
A Comissão Permanente de Licitação em atendimento a solicitação da Excelentíssima Prefeita Municipal, procedeu à abertura de processo licitatório, na modalidade de PREGÃO PRESENCIAL, para a contratação de serviços de transporte de materiais e pessoas, visando atender a demanda dos municípios.
Após o cumprimento de todas as formalidades legais que envolvem a matéria em foco, mormente, as exigências do Estado das Licitações, Lei nº 8.666/93, foi dado publicidade à licitação.
O instrumento convocatório, alusivo à licitação epigrafada foi publicado no Diário Oficial do
Estado, Diário Oficial dos Municípios (Imprensa Oficial Eletrônica do Município), Diário Oficial da União e Jornal Tribuna do Sertão em28 de janeiro de 2015 e republicado em 10 de fevereiro de 2015, portanto, cumpriu-se o princípio da publicidade inserto na Carta Republicana.
Acontece, que apesar da ampla publicidade que foi dada para o certame, no dia e hora marcada para abertura dos envelopes, não compareceu nenhum licitante para acudir a licitação, o que, nos termos da legislação aplicável foi considerada deserta.
Ressalte-se que o serviço público não pode parar. Neste caso, exige a urgente contratação dos serviços de transportes de materiais e pessoas para atender as demandas das Secretárias: Secretaria de Educação, Cultura, Esportes e Lazer, Secretaria Municipal de Saúde - Fundo Municipal de
Saúde, Secretaria Municipal de Administração, Fundo Municipal de Assistência Social - FMAS, Secretaria Municipal Agricultura, Secretaria Municipal Meio Ambiente e Turismo, Secretaria Municipal de Transportes e Secretaria Municipal de Infraestrutura, portanto, não há tempo para
a repetição do certame, além do que não existem no Município empresas especializadas em transporte
de pessoas, consoante comprova a certidão inclusa, e as empresas existentes em Municípios da região não tiveram interesse em participar do certame. Inclusive, em anos anteriores a administração fez várias publicações para o cumprimento do mesmo objeto e não comparecendo interessados; Apesar da divulgação do aludido PREGÃO PRESENCIAL, o que, por certo, a repetição do certame, novamente, não haveria a presença de licitantes.
Finalmente, a repetição do certame, pelas razões expostas, acarretará prejuízos para a Comuna, indo de encontro com o interesse público.
Neste caso, está perfeitamente caracterizado o disposto no inciso V, do Art. 24, da Lei nº 8.666/93, “verbs”.
“Art. 24. É dispensável a licitação:
...
V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas;”
Em relação matéria em foco, vale citar os ensinamentos da festejada administrativista Maria Sylvia Zanella Di Pietro, na obra Direito Administrativo, 12ª Edição, pgs 305 e 306, “verbs”:
“3. quando não acudiram interessados à licitação e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso todas as condições preestabelecidas (inciso V, art. 24); essa hipótese é denominada de licitação deserta; para que se aplique são necessários três requisitos: a realização de licitação em que nenhum interessado tenha apresentado a documentação exigida na proposta; que a realização de novo procedimento seja prejudicial à Administração; que sejam mantidas, na contratação constantes do instrumento convocatório”
Sem qualquer esforço de memória percebe que a lição ora citada calça como luvas para o caso em questão, ou seja, não houve a presença de nenhum licitante para acudir o certame e a repetição da licitação traz prejuízos à Administração, portanto, aqui, cogita-se, licitação deserta, o que, autoriza a contratação direta, desde que, sejam respeitadas as condições preestabelecidas no Edital do convocação.
No mesmo compasso, é o magistério do incontestável Hely Lopes Meirelles, na obra Licitação e Contrato Administrativo, 11ª Edição, pg “verbs”:
ESTADO DA BAHIA
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“ O desinteresse pela licitação anteriormente realizada é motivo para sua dispensa na contratação subseqüente, mantidas as condições preestabelecidas no edital ou convite, desde que não possa ser repetida sem prejuízo para a Administração (art24,V). Caracteriza-se o desinteresse quando não acode à licitação nenhum licitante, ou todos são inabilitados, ou nenhuma proposta é classificada...”
“Se a ausência é total, a Administração fica liberada para contratar com quem não compareceu à licitação, mas foi posteriormente procurado para realizar seu objeto, nas condições estabelecidas no edital ou no convite”
Garimpando a melhor doutrina não há a menor dúvida, de que o caso em tela é de licitação deserta, e, pelas razões já mencionadas, a contratação direta é o caminho mais indicado para atender o interesse público, portanto, a Assessoria Jurídica, recomenda a contratação direta para os serviços de transporte de pessoas, para atender as necessidades das Secretarias solicitantes, ficando, desde já a advertência, quanto ao cumprimento de todas as condições preestabelecidas no Edital do PREGÃO PRESENCIAL Nº 001/2015, e, que sejam também, observados os princípios da razoabilidade e da publicidade, insertos na Carta Republicana.
Isto posto, a Assessoria Jurídica reconhece a hipótese de licitação deserta, com espeque no art. 24, inciso V, da Lei nº 8.666/93 e opina pela viabilidade de contratação direta com empresas e/ou pessoa física, desde que observada as recomendações acima explicitadas.
É o parecer. S.m.j.;