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III-002- GERENCIAMENTO INTERNO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE (ESTUDO DE CASO)

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III-002- GERENCIAMENTO INTERNO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DE

SERVIÇOS DE SAÚDE (ESTUDO DE CASO)

Simone Berriel Joaquim Simonelli (1)

Engenheira da Divisão de Infra Estrutura da Prefeitura do Campus da USP de Bauru, Graduada em Engenharia Civil, com especialidade em Engenharia de Segurança pela UNESP – Campus de Bauru; mestranda em Engenharia Industrial, área de Manejo de Resíduos pela UNESP – Campus de Bauru.

Celso Luiz da Silva (2)

Professor Adjunto do Depto. De Engenharia Mecânica da Faculdade de Engenharia da UNESP – Campus de Bauru/SP; graduado em Física, Mestrado e Doutorado em Engenharia

Térmica pela Poli-USP, Pós Doutorado em Barcelona/ES; professor do Curso de Pós Graduação em Engenharia Industrial na área de Manejo de Resíduos. Pesquisador do CNPq e FAPESP.

Endereço(1): Rua Treze de Maio, 23-54, Jardim Estoril, Bauru – SP, CEP 17041–170, Brasil, Tel: (14) 223-5962 e-mail: simonebj@pcab.usp.br

RESUMO

Os estabelecimentos geradores de resíduos de serviço de saúde no Brasil, muitas vezes negligenciam o gerenciamento de seus resíduos por conta de uma cultura que não prioriza as questões que envolvem saúde pública, saneamento básico e a questão maior e tão discutida nas sociedades do mundo inteiro: o meio ambiente.

Partindo desta questão, e sabendo da existência de poucos dados referentes aos resíduos de serviços de saúde em nosso país, este trabalho realizou um levantamento quantitativo de todos os resíduos gerados em um Campus Universitário que tem atividades voltadas para a área da saúde, e um levantamento quanti-qualitativo dos resíduos infectantes objetivando uma posterior análise no sistema atual de gestão, bem como apresentar subsídios para estudos de alternativas de tratamento e disposição final.

PALAVRAS-CHAVE: Resíduos Infectantes, Fontes Geradoras, Campus de Bauru, Destino Final Interno. INTRODUÇÃO

O Brasil coleta anualmente mais de vinte milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos. Do total de lixo coletado, 58,2% é disposto em sistemas controlados e 30,7% em sistemas inadequados e apenas 10,9 % é disposto em sistemas considerados adequados. Só na cidade de Bauru são coletados aproximadamente 227 toneladas lixo/dia: 220 t/dia de domiciliar, que são encaminhados ao aterro sanitário; 1 t/dia de resíduo de serviços de saúde que são depositados em valas sépticas; e 6 t/dia de material reciclável, que são encaminhados ao centro de triagem da Prefeitura Municipal.

Os Resíduos de Serviço de Saúde - RSS - representam uma parcela significativa do total de resíduos urbanos gerados em nossas sociedades e, apesar do grande número de legislações normatizando o seu gerenciamento, a precariedade dos estabelecimentos no cumprimento dessas normativas indicam a ausência de compromisso dos órgãos geradores.

AKUTSU & HAMADA, 1993, concluem que em função da existência de poucos dados referentes aos resíduos sólidos de serviços de saúde no Brasil, o diagnóstico constitui ferramenta importante na avaliação preliminar dos aspectos quali-quantitativos, de forma a permitir subsídios para análise de sistemas alternativos de tratamento.

Levando em consideração as conclusões dos autores acima citados vimos através deste estudo fazer um diagnóstico quantitativo de alguns resíduos gerados no Campus de Bauru da Universidade de São Paulo, considerando a diversidade de atividades desenvolvidas neste local e a existência de um programa interno de gerenciamento de resíduos com a precariedade de dados quali-quantitativos. Esses dados poderão servir de

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subsídio para uma posterior avaliação do programa implantado, bem como para análise de sistemas tratamento e disposição final.

O Campus da USP de Bauru, palco deste estudo, tem como fonte geradora de resíduos a sua comunidade interna, basicamente composta por: FOB: 92 servidores docentes, 174 servidores não docentes, 621 alunos (graduação, pós-graduação, especialização), pacientes diários: 250 pacientes de cursos de graduação, 40 pacientes da Urgência Odontológica. HPRA: 789 servidores não docentes, 150 alunos, 60 pacientes diários de internação, 170 de agendamentos, 230 acompanhantes. PCAB: 105 servidores não docentes.

As unidades do Campus da USP de Bauru desenvolvem atividades diversas, geradoras, portanto, de diversos tipos de resíduos, que são apresentadas a seguir:

A FOB tem como finalidades:

a) ministrar, desenvolver e aperfeiçoar o ensino básico e aplicado nas áreas da Odontologia e Fonoaudiologia, objetivando a formação de profissionais aptos para o seu exercício;

b) realizar investigações nesses campos da ciência;

c) formar especialistas nas diversas disciplinas que integram os seus cursos;

d) contribuir para a solução de problemas odontológicos, fonoaudiológicos e outros afins, no campo da saúde pública e no da extensão de serviços à comunidade.

O HRAC é especializado no atendimento aos portadores de fissuras labiopalatais, desenvolvendo, também, tratamento especializado a pessoas portadoras de deficiência auditiva, visual, da linguagem, nutricional, mental, física e craniofacial.

A PCAB desenvolve serviços comuns, a saber:

a) obras, reformas e manutenção dos edifícios, redes de infra-estrutura e áreas comuns (construídas e/ou ajardinadas);

b) segurança, transporte, gráfica, limpeza pública; c) Administração do serviço de saúde;

d) fornecimento de refeições subsidiadas (administração do restaurante); e) administração do conjunto residencial estudantil;

f) atividades esportivas, culturais e recreativas; g) atividades de comunicação interna e jornalismo.

OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL:

Realizar um levantamento quantitativo dos resíduos comuns e quali-quantitativos dos resíduos infectantes dos serviços de saúde gerados no Campus de Bauru da Universidade de São Paulo, visando subsídios para uma posterior avaliação do programa de gerenciamento interno já implantado, bem como realizar uma análise de sistemas alternativos de tratamento.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

Quantificar os resíduos comuns e orgânicos não infectantes, separados previamente pelas fontes geradoras; identificar as diferentes fontes geradoras dos resíduos Infectantes; quantificar e qualificar os resíduos infectantes dos serviços de saúde, separados previamente pelas fontes geradoras.

MATERIAIS E MÉTODOS

Para a realização deste trabalho, tendo em vista os objetivos propostos, foi executado a pesagem dos resíduos selecionados por espécie na fonte geradora, ensacada pelo serviço de limpeza e encaminhados à Central de Lixo do Campus.

A pesagem do lixo comum, embalado em sacos pretos, ocorreu no período de 29/04/2000 a 02/05/2000. A pesagem dos resíduos orgânicos provenientes dos restaurantes e Biotério foi realizada no período de 15/05/2000 a 26/05/2000.

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A caracterização e pesagem dos resíduos infectantes, embalados em sacos brancos, foram realizadas no período de 24/04/2000 a 04/05/2000. Para tanto, foram identificadas as fontes geradoras dos serviços de saúde da FOB e HRAC através dos representantes das respectivas unidades na comissão de gerenciamento dos resíduos do Campus. Após a identificação, foram distribuídas etiquetas a todas as fontes geradoras com a orientação da etiquetagem dos sacos no período indicado.

As pesagens e a caracterização foram realizadas nas dependências da própria Central de Lixo, que possui três compartimentos distintos: um destinado ao aos resíduos infectantes, outro para o lixo comum, e um terceiro, que recebe materiais recicláveis. Todos os sacos foram abertos e os resíduos foram agrupados por espécies e pesados.

AKUTSU, 1992, menciona que conforme constatado em diversas bibliografias, não existem critérios ou recomendações específicas para o caso dos RSS que indiquem os principais parâmetros que definam suas características qualitativas. O autor verificou, ainda, que a classificação adotada define a qualidade dos resíduos apenas em função de sua origem.

Para a caracterização e pesagem dos resíduos foram treinados dois funcionários da Seção de Manutenção da Prefeitura do Campus. Para a pesagem dos resíduos foi utilizada uma balança eletrônica com precisão de 0,001kg. Os dados foram transcritos em planilhas e posteriormente processadas em microcomputador.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A Tabela 1 apresenta a quantificação mensal média dos resíduos sólidos gerados e separados na origem com seus respectivos destinos. De acordo com esta tabela, 50% dos resíduos gerados no Campus são descartados como lixo comum, 24% como recicláveis, 6% como materiais orgânicos e 20% como resíduos infectantes. O lixo comum, os materiais recicláveis e os resíduos infectantes são embalados em sacos nas cores preta, azul e branco, respectivamente, e encaminhados para uma central interna de lixo, compartimentada para recebe-los.

A Tabela 1 também indica os destinos finais dos resíduos. Com exceção do material orgânico que é transformado em composto, servindo como adubo para os canteiros internos, os demais são coletados pela administração pública.

Tabela 1: Geração média mensal dos resíduos gerados no Campus da USP de Bauru, considerando mês típico do ano letivo e seus respectivos destinos.

Geração Mensal

(Kg) Destino final interno Destino Final

Lixo Comum 5.380

Central de Lixo, compartimento para lixo comum

Aterro Sanitário Municipal

Material Reciclável

2.500

Central de Lixo, compartimento para material reciclável

Centro de Triagem Municipal Material Orgânico 680 Composteira Distribuído no Campus Resíduo Infectante 2.100

Central de Lixo, compartimento para resíduos infectantes.

Valas Sépticas Municipais

Total 10.660 ---

---A Tabela 2 fornece os dados diários de volume e massa do lixo comum. Observa-se que a geração não foi constante ao longo da semana. A terça-feira, 30 de maio, apresentou uma geração significativamente superior aos demais dias sem que alguma atividade excepcional tenha ocorrido que justificasse esse valor.

A Tabela 3 fornece a massa dos materiais orgânicos provenientes do preparo das refeições dos restaurantes da PCAB, HRAC e Berçário e da "cama" dos ratos (fezes com maravalha) do Biotério, encaminhados para a

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formação de composto orgânico. Depois de processado, parte é utilizado como adubo nos canteiros e vasos do Campus, e parte distribuído para a comunidade interna. Os resultados mostram valores pequenos de descarte dos restaurantes uma vez que somente o material de preparo como cascas de ovos, de frutas, folhas não aproveitadas, entre outros, são selecionadas (as sobras das refeições possuem outro destino).

Tabela 2 - Quantificação do lixo comum gerado no Campus da USP de Bauru no período de 29 de maio a 02 de junho de 2000. Quantidade Massa 10 20 100 (Kg) 29/mai -- -- -- 124,599 30/mai 78 124 97 487,014 31/mai 57 102 39 180,844 1/jun 57 147 90 268,515 2/jun 51 145 68 282,095 Total 243 518 294 1343,067

Tabela 3 - Levantamento quantitativo do material orgânico não infectante encaminhado para a composteira do Campus no período de 15 a 26 de maio de 2000, em kg.

Os resíduos infectantes gerados no Campus da USP de Bauru são selecionados pelas fontes geradoras, acondicionados em sacos brancos leitosos, sinalizados com o símbolo de infectante, nas capacidades de 20 e 40 . A Tabela 4 indica dados da geração diária dos resíduos em três semanas. Semana 1: semana de provas dos alunos de graduação da FOB, com ausência de atividades clínicas de graduação; Semana 2: semana típica, com o desenvolvimento de todas as atividades; e Semana 3: semana de férias letivas. Durante as três semanas estudadas o HRAC e a PCAB estavam com suas atividades normalizadas. O volume e a massa do resíduo gerado variaram significativamente durante os dias das semanas. Em média, o saco de 20 acondicionou 1,09 kg de resíduos, e o de 40 , 1,55 kg,. A NBR 12809 especifica que todo recipiente que acondiciona resíduos infectantes deve ser fechado quando 2/3 de sua capacidade estiver preenchida. Observou-se, durante a investigação destes resíduos, que houve preocupação no atendimento desta especificação.

Nota-se ainda, na Tabela 4, uma significativa variação na geração de resíduos durante os dias da mesma semana, podendo significar que os procedimentos em áreas geradoras de RSS neste Campus não obedecem a uma rotina diária. Os resultados mostram, também, que na semana de provas dos alunos de graduação da FOB, semana esta descrita acima com ausência de atividades clínicas de graduação (Semana 1), a quantidade de resíduo infectante gerado é, aproximadamente, 50% do valor encontrado em uma semana típica (Semana 2), cujas atividades estavam normalizadas em todo o Campus.

Dia / Setor Restaurante Restaurante Berçário Biotério Total

PCAB HRAC 15 7,57 6,98 8,59 40,5 63,64 16 7,6 3,54 5,495 16,635 17 4,07 4,125 3,315 11,51 18 3,26 3,145 6,73 40,5 53,635 19 4,335 5,5 3,495 13,33 Total semana 26,835 23,29 27,625 81,0 158,75 22 4,36 3,7 6,37 53,25 67,68 23 6,645 2,185 3,22 12,05 24 8,45 6,925 3,345 18,72 25 5,6 0,67 4,195 53,25 63,715 26 7,69 6,25 3,425 17,365 Total semana 32,745 19,73 20,555 106,5 179,53

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A Tabela 5 fornece a massa dos resíduos gerados pelas unidades pertencentes ao Campus. Apesar das orientações às fontes geradoras para a etiquetagem das embalagens plásticas com a indicação do local da geração dos resíduos infectantes, 14,3% (semana 1) e 26,5% (semana 2) da massa apurada chegou a Central de Lixo interna sem identificação. Este fato indica a falta de comprometimento das equipes de limpeza dos serviços de saúde e sugere a necessidade de um trabalho educativo que sensibilize os funcionários quanto a importância da gestão compartilhada, das responsabilidades individuais, bem como a questão maior, que é a preservação do meio ambiente.

Dos sacos plásticos identificados na semana 1, 80,8% tiveram como fonte geradora o HRAC, 17,5% a FOB (em semana de provas com redução de atividades clínicas), e 1,7% a PCAB. Na semana 2, 69,3% foram provenientes do HRAC, 29,3% da FOB e 0,8% da PCAB. Esses resultados mostram, apesar da grande quantidade de sacos não identificados, que o HRAC é o maior gerador de resíduos infectantes do Campus.

Tabela 4 - Levantamento quantitativo dos resíduos infectantes gerados no Campus da USP de Bauru

Quantidade Peso (kg) Massa Média

Dia (saco) Peso Total Diária

20 40 20 40 (kg) (k g) 24/Abr 4 17 2,5 30,5 33 25/Abr 4 22 4,5 30,0 34,5 Semana 26/Abr 7 40 5,19 52,7 57,89 1 27/Abr 4 50 2,95 60,73 63,68 28/Abr 5 71 6,75 98,97 105,72 Total 24 200 21,89 272,9 294,79 58.958 Semana 02/Mai 16 49 12,21 79,87 91,44 2 03/Mai 31 29 27,03 45,69 72,72 04/Mai 50 44 81,33 69,66 150,99 Total 97 122 120,57 195,22 315,15 105.05 03/Jul 31 26 30.685 46.233 76.918 Semana 04/Jul 28 14 32.29 20.87 53.16 3 05/Jul 26 15 34.805 19.925 54.73 06/Jul 36 28 43.165 49.087 92.252 07/Jul 38 25 39.324 47.177 86.501 Total 159 108 180.269 183.292 363.561 72.712

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Tabela 5 - Levantamento quantitativo (massa em kg) dos resíduos infectantes gerados pelo HRAC, FOB e PCAB.

HRAC FOB PCAB Sem

Identificação 24/Abr 27,5 5,5 0 0 25/Abr 30,5 4,0 0 0 Semana 26/Abr 33,36 6,3 1 17,2 1 27/Abr 48,63 11,14 0 3,91 28/Abr 64,01 17,24 3,24 21,23 Total 204,00 44,18 4,24 42,34 Média diária 40,8 8,84 0,85 8,5 Semana 02/Mai 41,32 26,83 0 23,29 2 03/Mai 29,75 14,02 1,83 27,12 04/Mai 89,34 28,46 0 33,19 Total 160,41 69,31 1,83 83,6 Média diária 53.47 23,10 0,61 27,87

A Tabela 6 relaciona todos os setores geradores de resíduos infectantes do Campus de Bauru e as respectivas quantidades geradas. Os dados são referentes às embalagens que chegaram etiquetadas a Central de Lixo. O Setor de Odonto do HRAC apresentou a maior geração nas duas semanas estudadas. O resultado pode ser explicado por ser este o setor que realiza o maior número de atendimentos geradores de resíduos infectantes, sendo suas atividades diárias e de procedimentos constantes. A Clínica de Cirurgia da FOB também produz em suas atividades uma grande quantidade de resíduos infectantes, porém, nas duas semanas estudadas, esta disciplina procedeu somente aulas teóricas, justificando, assim, a ausência de valores na tabela.

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Tabela 6 - Levantamento quantitativo (massa em Kg) dos resíduos infectantes gerados pelos setores que compõem as unidades do Campus USP de Bauru.

Semana 1 Semana 2 (24 a 28/04) (02, 03, e 04/05) HRAC Odonto 79,0 47,48 Centro Cirúrgico 48,5 30,54 Pós Operatório 27,6 7,75 Unidade de Internação 22,63 9,99 Saúde Pública 5,87 9,57 UTI 0,3 0,0 Labor. de Imunogenética 2,6 2,3 Laboratório de Patologia 17,6 52,43 Total 204,0 160,41 FOB Clínica de Periodontia 10,9 12,8 Clínica de Dentística 7,6 16,8 Clínica de Ortodontia 0,0 5,3 Clínica de Endondontia 0,0 6,6 Clinica de Odontopediatria 3,3 6,0 Clínica de Prótese 5,35 3,1 Clínica de Pós Graduação 7,3 1,8 Disciplina de Histologia 0,0 0,8 Disciplina de Patologia 0,0 3,6 Urgência Odontolológica 9,3 11,05 Biotério 0,45 1,5 Clínica de Cirurgia 0,0 0,0 Total 44,18 69,3 PCAB *UBAS 4.24 1.83 Total 4.24 1.83

* UBAS - Unidade Básica de Atendimento a Saúde

A composição gravimétrica, obtida a partir da Tabela 7, mostra que a grande maioria do material infectante descartado pelas unidades é papel – aproximadamente 40% de papel e papelão e 26% de papel higiênico e toalha. ANDRADE, 1997, obtém resultado bastante semelhante na composição gravimétrica obtida a partir da investigação de diferentes estabelecimentos geradores de resíduos infectantes na cidade de São Carlos – SP. Segundo o autor, apesar dos valores obtidos nos diferentes estabelecimentos amostrados não tenham sido coincidentes, observou-se que o papel e papelão sempre ocuparam lugar de destaque. Também é importante notar que o plástico e o vidro, também recicláveis, tiveram grande incidência nesta composição.

Os materiais pérfuro-cortantes gerados no Campus de Bauru são descartados em caixas rígidas, conforme determina a NBR 12809, e posteriormente são embaladas em sacos brancos. A ausência ou a pouca incidência de material pérfuro-cortante descartado pela PCAB e FOB pode significar que nas semanas estudadas as caixas não haviam atingido a sua capacidade.

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Tabela 7 - Levantamento por espécie dos resíduos infectantes gerados pelos setores que compõem as unidades do Campus USP de Bauru.

PCAB FOB HRAC

Papel / Papelão 41% 40% 38%

Papel higiênico e toalha 29% 26% 23%

Plástico 12% 18% 14%

Vidro 11% 7% 8%

Luvas de borracha 2% 1,70% 2%

Caixa com material pérfuro-cortante 0% 0,70% 6%

Outros 5% 7% 8%

CONCLUSÃO

No Campus da USP de Bauru existe um programa de educação ambiental implantado, bem como uma comissão de gerenciamento de resíduos que orienta e incentiva sua comunidade a selecionar os resíduos para o descarte. Assim, o levantamento quantitativo dos resíduos pode ser realizado por espécie. Aproximadamente 50% do que se é descartado chega a Central de Lixo do Campus como lixo comum. O material reciclável e o infectante ocuparam posições de destaque com 23 e 20% do total gerado. Outro material selecionado é o orgânico, 6%, o qual é encaminhado para uma composteira. Os sacos que embalaram o lixo comum não foram abertos, portanto, não foi analisado o comprometimento das fontes geradoras na seleção para o descarte.

As fontes geradoras de resíduos infectantes provenientes dos serviços de saúde foram identificadas através dos representantes das unidades na comissão de gerenciamento dos resíduos do campus, e foram orientadas para a etiquetagem das embalagens contendo o seu local de origem. Apesar disto, uma porcentagem significativa de sacos chegaram a central interna de lixo sem identificação (14,3% na semana 1 e 26,5% na semana 2), indicando, assim, a falta de comprometimento das equipes de limpeza dos serviços de saúde. A análise destes dados, portanto, ficou comprometida, sendo que a metodologia usada, deverá ser revista para um próximo estudo.

Das embalagens de resíduos infectantes identificados (semana típica, com todas as atividades nas unidades normalizadas), 69,2% foram provenientes do HRAC, 29,3% da FOB e 0,8% da PCAB. O maior gerador de resíduos infectantes do HRAC foi o Setor de Odonto, com 29,6% dos resíduos desta unidade. Na FOB, os maiores geradores foram as Clínicas de Periodontia e Dentística.

A composição gravimétrica dos resíduos infectantes mostrou que a maior parte do material descartado é papel e papelão – em torno de 40%. Outros materiais que apareceram com destaque foram o papel higiênico e toalha (26%), plástico (15%) e vidro (9%).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. AKUTSU, J; Resíduos de Serviços de Saúde: Preposição de Metodologia para Análise de Alternativas de Sistemas de Tratamento, Tese apresentada à Escola de Engenharia de São Carlos, 1986.

2. AKUTSU, J. e HAMADA, J., Resíduos de Serviço de Saúde: Avaliação de Aspectos Quali-Quantitativos, Trabalho apresentado no I Seminário Internacional sobre Resíduos Hospitalares, Cascavel - PR, novembro de 1993.

3. CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental - Resíduos Hospitalares, São Paulo, 1981. 4. FERREIRA, J.A; Gerenciamento e Destino Final de Resíduos de Serviços de Saúde, Trabalho apresentado no I

Seminário Internacional sobre Resíduos Hospitalares, Cascavel - PR, novembro de 1993.

5. CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente - Resolução no.5, de 5 de agosto de 1993, Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República, agosto de 1993.

6. ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas - NBR 12808 e 12809 - Resíduos de Serviço de Saúde – Classificação e Procedimentos.

7. SILVA, C. L; Incineração de Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde Utilizando o Biogás de Aterros Sanitários, Trabalho apresentado no Congresso Internacional de Engenharia Sanitária e Ambiental, Lima - Peru, 1998.

8.

ANDRADE, J.B.L; Análise do Fluxo e das Características Físicas, Químicas e Microbiológicas dos Resíduos

de Serviços de Saúde: Proposta de Metodologia para Gerenciamento em Unidades Hospitalares, Tese apresentada a Escola de Engenharia de São Carlos, 1997.

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