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Aspectos Ambientais, Sociais e Jurídicos do Reuso da Água

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Academic year: 2021

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ASPECTOS AMBIENTAIS, SOCIAIS E JURÍDICOS DO REUSO DA ÁGUA Danielly Luz Dantas1 Alessander Wilckson Cabral Sales2 RESUMO

Este artigo trata do valor ambiental da água, as causas e consequências da sua escassez, bem como dos problemas que afetam a qualidade de vida do homem. Discute o reuso da água e as questões atinentes à preservação ambiental, aos impactos sociais, e aos aspectos jurídicos, para o que levanta as seguintes questões: A Resolução nº 54/2005 do CNRH, as recomendações da Agenda 21 em seus capítulos 18 e 21, e demais normas atinentes ao uso e reuso de água, são suficientes para incentivar a adoção do uso racional da água? Em que contexto e como ocorreram as mudanças e adaptações dessa Resolução desde a sua primeira regulamentação, em 1997, com a norma técnica NBR – 13.969/97? A pesquisa parte das hipóteses de que, no Brasil, a legislação que trata de reuso de água é insuficiente para torná-lo medida acessível de uso racional de água; a Regulamentação que trata do reuso, limita-se a tratá-lo como opção a destinação de esgotos de origem essencialmente doméstica, ou como prática de reuso direto não potável. É exploratória, descritiva quando expõe a dialética referente ao assunto em questão. Os resultados mostram que a adoção de reuso requer a apreciação de normas sanitárias e ambientais, mas denota dificuldade por não existir uma lei específica sobre o assunto, que ocasione os benefícios da ampla proteção jurídica aos recursos hídricos.

Palavras-chave: reuso de água; uso racional da água; recursos hídricos; proteção jurídica. ABSTRACT

This article deals with the environmental value of water, causes and consequences of its scarcity and the problems that affect the quality of human life. It discusses the reuse of water and issues related to environmental preservation, social impacts and legal aspects, which raise questions such as: Are the CNRH Resolution nº 54/2005, Agenda 21 suggestions (esp. in its chapters 18 and 21) and other use and reuse of water standards enough to encourage rational use of water? What was the context and how have these Resolution changes and adaptations occurred, since its first regulation in 1997, with the NBR - 13969/97? This research is based on the hypothesis that, in Brazil, water reuse legislation is not enough to make it as an accessible mean to rational use of water and it is restricted to treating it as an option to essentially domestic sewage destination or as a direct non-potable reuse practice. It is also an exploratory and descriptive essay when it exposes the dialectic concerning its subject. The results show that the reuse alternative requires an appreciation of health and environmental

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Graduada em Direito pela Universidade de Fortaleza. E-mail: dannydluz@hotmail.com

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Doutorando em Ciências Marinhas Tropicais pela Universidade Federal do Ceará/LABOMAR; Mestre em Direito Constitucional pela Universidade de Fortaleza; Professor da cadeira de Direito Ambiental dos cursos de Graduação e Pós-Graduação da Universidade de Fortaleza e Procurador da República no Estado do Ceará. E-mail: alessander@unifor.br

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5 standards, which states its difficulty, since there is not any specific law that brings on the benefits of broad legal protection to water resources.

Key-words: water reuse; rational use of water; water resources; legal protection. INTRODUÇÃO

A água, antes considerada um recurso infinitamente renovável e abundante, atualmente define e limita as aspirações de desenvolvimento econômico-social. A crescente vulnerabilidade das águas diante das ações predatórias do homem justifica o reuso de água, em suas diversas modalidades. Logo, formular políticas de proteção aos recursos hídricos, intensificar a educação ambiental, e induzir uma cultura do uso racional da água, e o seu reuso, através de políticas públicas é imprescindível diante do quadro de vulnerabilidade da água. Isso será de fundamental importância para manter saúde do homem, garantir sua sobrevivência no futuro, o desenvolvimento econômico-social e a sustentabilidade ecológica.

A escassez relativa da água se incrementará constantemente devido ao crescente desenvolvimento urbano e industrial, com maiores demandas sociais, ao desequilíbrio ecológico e às mudanças climáticas. Do mesmo modo, o uso intenso pela agricultura, o mau uso e a poluição contribuem para a baixa dos nossos recursos hídricos.

A competição entre usuários, cada vez mais drástica, requer a implantação de sistemas participativos de governo, com poder de decisão e capacidade de aplicação de normas de bem comum para gerir, de maneira integrada, os sistemas hídricos. É necessário, então, elaborar normas e promover práticas, processos e técnicas que tenham o propósito de estimular a participação de gestão de aproveitamento da água e de seu reuso, visando orientar a harmonização de metas econômicas, sociais e ambientais nas Regiões.

A ONU, em seu relatório sobre mudanças climáticas de abril de 2007, previu que o aquecimento global ocasionará, dentre muitos conflitos, a escassez da água, a fome, o aumento da temperatura ambiental, a redução da cobertura vegetal, o aumento do nível dos oceanos, o alagamento das terras baixas das ilhas e continentes, o surgimento de novas doenças, maremotos.

Diante dessa conjuntura a pesquisa discute o reuso da água e as questões atinentes à preservação ambiental, ao social, bem como os aspectos jurídicos. Nesse sentido, foram levantadas as seguintes questões:

1. A Resolução nº 54/2005 do CNRH, as recomendações da Agenda 21 em seus

capítulos 18 e 21, e demais normas atinentes ao uso e reuso de água, são suficientes para incentivar a adoção do uso racional da água?

2. Em que contexto e como ocorreram as mudanças e adaptações dessa Resolução desde a sua primeira regulamentação, em 1997, com a norma técnica NBR – 13.969/97?

O objetivo geral dessa pesquisa é analisar os aspectos ambientais e sociais do reuso de água diante das constantes ações de degradação ambiental, comprometedoras da qualidade de vida do homem, principalmente diante do cenário atual de graves mudanças climáticas. Os objetivos específicos são: discutir se medidas como a Resolução n° 54/2005 do CNRH, e as recomendações da Agenda 21 em seus capítulos 18 e 21, e demais normas atinentes ao uso e reuso de água, são suficientes para estimular a adoção da medida de uso racional da água; compreender as mudanças e adaptações dessas normas desde a sua primeira regulamentação, em 1997, com a norma técnica NBR – 13.969/97.

A pesquisa parte das hipóteses de que, no Brasil, a legislação que trata de reuso de água é insuficiente para torná-lo medida acessível de uso racional de água; a Regulamentação que trata do reuso, no Brasil, limita-se a tratá-lo como opção à destinação de esgotos de origem essencialmente doméstica, ou como prática de reuso direto não potável.

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6 Metodologicamente, a pesquisa caracteriza-se como bibliográfica e documental. É exploratória, descritiva quando expõe a dialética referente ao assunto em questão.

1 VALOR AMBIENTAL E SOCIAL DA ÁGUA

A água é um recurso indispensável a todos os ecossistemas terrestres, e a substância mais reciclável que há na natureza, porém, o ciclo hidrológico – que inclui enchentes e secas, causadoras de drásticas conseqüências – está sofrendo grande interferência das mudanças climáticas ocorridas no mundo, decorrentes das ações desrespeitosas do homem. Isso tem interferido negativamente no seu ciclo, principalmente no que se refere à disponibilidade de água doce, cujo consumo diário vem aumentando a cada dia, especialmente nas grandes metrópoles, devido ao aumento populacional e ao uso irracional, dentre outros fatores. A ONU considerou que 20% da população mundial não têm acesso à água própria para consumo, e que atualmente muitos países já apresentam dificuldades de abastecimento (Macêdo, 2001). Tais problemas afetam diretamente a qualidade de vida do homem, considerando-se um caso de saúde pública, pois é fator causador de elevada mortalidade infantil, agravador do quadro de desnutrição infantil, disseminador de doenças como diarréia, cólera, esquistossomose, hepatite, e outras doenças diretamente ligadas às precárias condições sanitárias.

No III Fórum Mundial de Água realizado em 2003, em Kyoto, debateu-se muito a situação dos aquíferos e a ausência de políticas públicas de conservação, para garantir a recarga das reservas, bem como o modo de controle da contaminação dos mesmos. Alguns países apresentaram soluções simples e baratas, contudo eficazes, como a Índia, que reformou e adaptou cerca de 300 mil poços, de modo a garantir a infiltração da água da chuva, e obteve em uma área de 6,5 mil Km2 nascentes que voltaram a lançar água (Piccazio, 2007). A partir de então, muitas outras idéias criativas e eficientes foram sendo vinculadas a políticas públicas, ou implementadas pela própria sociedade que está se conscientizando da problemática. Piccazio (2007) cita o exemplo “das 56 lavanderias de Toritama (PE), que implantaram um sistema simples de reciclagem de água” (p.17).

Principalmente em região de pouca água disponível devem-se aproveitar os recursos hídricos ao máximo com o mínimo de desperdício, tornando eficiente a utilização da água, implantando métodos de racionalização do seu uso, como o reuso de água de efluentes domésticos e industriais, ou a recarga artificial de aquíferos.

Países com graves problemas de falta de água, como a Etiópia e a Somália não conseguem financiar a alimentação básica de sua população, mostrando que a relação água e fome são inversamente proporcionais. No nordeste africano o déficit hídrico é tão grande que apenas 30% da população têm acesso à água potável, e não há sequer o emprego da agricultura familiar (Piccazio, 2007).

O desenvolvimento econômico implica tal demanda de água cuja oferta, no mundo, não é satisfatória, ou chegará a um determinado limite de abastecimento que comprometerá a produção industrial. Com isso, verifica-se a importância dos métodos alternativos de abastecimento de água. No cenário nacional, a pecuária extensiva é forte agente causador de significativos impactos dos recursos hídricos na medida em que a agroindústria atua desflorestando, provocando incêndios e o expressivo assoreamento dos rios, bem como a poluição dos mananciais.

No Brasil, o desenvolvimento do agronegócio tem aumentado anualmente a área irrigada. De acordo com a Secretaria de Recursos Hídricos – SRH a área irrigada em 2020 será da ordem de 5 milhões de hectares. No entanto, a reduzida normatização e a falta de estímulos à redução dos desperdícios desestimulam a adoção de tecnologias de irrigação poupadoras de água (Ministério do Meio Ambiente, 2006).

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7 Não obstante a água seja um recurso natural renovável, o crescimento populacional, o aumento do número de indústrias, o desenvolvimento do agronegócio, os desmatamentos, o uso inadequado do solo, a poluição e a contaminação dos mananciais hídricos, bem como as construções civis em áreas ribeirinhas nos alerta para sua eminente escassez como fonte de manutenção da vida. Aliás, o uso inapropriado da terra como a super exploração do solo, o desmatamento e a aplicação de métodos não sustentáveis de irrigação na agricultura são causas dos desastres naturais de água porque o solo tem diminuída a sua capacidade de absorção de água devido à erosão, o que permite que ocorram inundações após fortes chuvas. 1.1 Água potável

O padrão de potabilidade da água, assim como os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância e qualidade para o consumo humano foram estabelecidos pela Portaria n° 518, de 25 de março de 2004, do Ministério da Saúde. A mesma estabeleceu, no Art. 2° do seu anexo, cujo título é Norma de Qualidade da Água para Consumo Humano, que “toda a água destinada ao consumo humano deve obedecer ao padrão de potabilidade e está sujeita à vigilância da qualidade da água”. Em seu Art. 4° dá, ainda, algumas definições acerca da água:

I. água potável — água para consumo humano cujos parâmetros microbiológicos, físicos, químicos e radioativos atendam ao padrão de potabilidade e que não ofereça riscos à saúde;

II. sistema de abastecimento de água para consumo humano — instalação composta por conjunto de obras civis, materiais e equipamentos, destinada à produção e à distribuição canalizada de água potável para populações, sob a responsabilidade do poder público, mesmo que administrada em regime de concessão ou permissão;

III. solução alternativa de abastecimento de água para consumo humano — toda modalidade de abastecimento coletivo de água distinta do sistema de abastecimento de água, incluindo, entre outras, fonte, poço comunitário, distribuição por veículo transportador, instalações condominiais horizontais e verticais; IV. controle da qualidade da água para consumo humano — conjunto de atividades exercidas de forma contínua pelos responsáveis pela operação de sistema ou solução alternativa de abastecimento de água, destinadas a verificar se a água fornecida à população é potável, assegurando a manutenção desta condição;

Água potável é aquela que mesmo sem receber tratamento não oferece riscos à saúde e que, portanto, pode ser consumida pelo homem; entretanto, toda água destinada ao consumo humano precisa ser potável. Toda pessoa tem direito ao acesso à água potável para suprir suas necessidades básicas, pois esta é, acima de tudo, tema de saúde pública e de direitos humanos, uma vez que os sistemas de saúde têm gastado muito com doenças veiculadas pelas águas, mas que são relativamente simples e, se não forem devidamente tratadas podem até levar a óbito.

2 REUSO DE ÁGUA

A água é um bem que tem se tornado cada vez mais escasso, seja pelo crescimento da população, seja pela dinâmica das grandes cidades, ou pela própria poluição dos mananciais hídricos, ou por qualquer outro fator condicionante. O seu reuso é uma das possibilidades de compromisso para reversão do quadro de escassez, sendo uma das maneiras de unir comprometimento social e ambiental.

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8 O reuso de água constitui método que minimiza a produção de efluentes e o consumo de água de qualidade superior - água distribuída pelas concessionárias públicas, ou retirada diretamente dos mananciais hídricos - devido à substituição da água potável por água que já fora previamente usada. Pode ser compreendido como alternativa recomendável para satisfazer a demanda menos exigente, liberando as águas de melhor qualidade para uso mais nobre, qual o abastecimento doméstico, e outros usos prioritários. Sendo o reuso um modo de recuperação de água poluída, as propriedades da água utilizada, tais como pH, turbidez, temperatura, presença ou não de metais pesados, concentração máxima de matéria orgânica e de organismos patogênicos, entre outras, definirão a finalidade específica do reuso. Desse modo, efluentes oriundos de densas estações de tratamento de esgotos pode ser uma alternativa inviável de reuso; e ainda, esgotos industriais não poderão ser reutilizados para qualquer fim.

“O reuso, para fins potáveis, só pode ser praticado, tendo como matéria prima básica, esgotos exclusivamente domésticos” (Hespanhol, 2002, p.77). Contudo, de maneira geral, qualquer esgoto tratado tem aproveitamento para fins potáveis e não potáveis.

O reuso direto, segundo Hespanhol (2002) é “a conexão direta dos efluentes de uma estação de tratamento de esgotos a uma estação de tratamento de águas e, em seguida, ao sistema de distribuição” (p.76). É a técnica de maior ocorrência, mas deve ser destinada principalmente para uso em indústria ou irrigação. O reuso urbano para fins potáveis no seu método direto não é recomendado pela Organização Mundial de Saúde devido às altas concentrações de organismos patogênicos e de compostos orgânicos sintéticos, o que representa elevado risco para a população. Assim, o reuso urbano de águas residuais para fins potáveis pode ser implementado do seguinte modo:

Reuso indireto planejado da água – é a descarga de esgotos pós-tratados para diluição em um corpo hídrico não poluído, no qual, após um longo período é realizada a captação, seguida de adequado tratamento, e posterior distribuição. A diluição deverá ser feita adequadamente para que através da redução da carga poluidora obtenha-se nível de poluição aceitável, segundo a Organização Mundial de Saúde. Para que se caracterize o reuso indireto é necessário que as efluências sejam inicialmente tratadas, e então, despejadas em um corpo hídrico não poluído (Hespanhol, 2002).

Já o reuso urbano para fins não potáveis oferece riscos menores para a saúde pública, porém, devem ser tomados cuidados quando há contato direto de pessoas com essa água. No entanto, deve ser considerado como a primeira opção de reuso na área urbana. O reuso urbano não potável apresenta como obstáculo para sua implementação os custos elevados de sistemas duplos de distribuição de água, dificuldades operacionais e riscos potenciais de conexões cruzadas (Hespanhol, 2002).

Outra modalidade de reuso é a recarga artificial de aquíferos subterrâneos, que se constituem em reservatórios naturais e funcionam como meio de transporte de efluentes tratados.

Usuários de água como indústrias, cidades, produtores rurais, às vezes, captam água diretamente de rios, e retornam as águas utilizadas para esses mesmos rios por diferentes meios. Para garantir a manutenção dos níveis de qualidade de água que um corpo hídrico deve apresentar é preciso que haja efetivo enquadramento na norma para manter-se a qualidade da água em correspondência com a sua classe. Assim, a Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) de n°. 357, de 17 de março de 2005, estabeleceu a classificação das águas de acordo com o sistema de classes de qualidade, e os parâmetros de qualidade a serem alcançados e mantidos em determinado corpo hídrico ao longo do tempo, conforme seu uso preponderante. Desse modo, a avaliação da qualidade dos aquíferos é de fundamental importância, pois estes podem ser realimentados não só por meio das zonas de recarga, mas

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9 também, diretamente, através de irrigação ou precipitações, o que, eventualmente, pode resultar em poluição de suas águas.

Além dos impactos ambientais ocasionados pela contaminação das águas provocadas por lançamento de esgotos sem tratamento, ou por agrotóxicos, ou mesmo pela erosão, que atinge diretamente os solos contaminando os lençóis freáticos, há outro fator que compromete os aquíferos subterrâneos. É a significativa impermeabilização do solo urbano, o que contribui consideravelmente para a redução da recarga natural dos aquíferos, e que em áreas de grande demanda tem ocasionado a redução dos níveis freáticos.

2.1 Reuso na agricultura

Devido à desordenada exploração dos recursos hídricos torna-se forçoso reduzir a poluição hídrica e buscar medidas alternativas viáveis de aumento da oferta de água. Assim, as águas de reuso surgem como alternativa eficaz de racionalização desse bem natural, e de fator resolutivo de possíveis crises alimentares. Pois uma das vantagens do reuso na agricultura é a maior disponibilidade de água oriunda das companhias de abastecimento para ser utilizada no abastecimento público; além da possibilidade de substituição parcial de fertilizantes químicos, o que acarretará em sensível diminuição de impacto ambiental; também ocorrerá expressivo aumento da produção, tanto qualitativo quanto quantitativo, pois as águas residuais contêm substâncias nutritivas para as plantas e os solos, uma vez que as exigências para o seu tratamento são frequentemente moderadas.

“O conjunto de medidas que visarem promover o melhor aproveitamento e distribuição das águas necessárias à agricultura, mediante modificações em seu regime e uso pelos agricultores, vem atender aos princípios da justiça social e ao aumento da produtividade” (Opitz, 2007, p. 103). Os planos de irrigação baseados em reuso de água, ou em outro tipo de uso racional da água, como a aplicação das águas da chuva na lavoura, não somente assegura a conservação dos recursos naturais, como também alcança a função social e econômica da propriedade, objetivo fundamental da política agrícola.

Sistemas de reuso adequadamente planejados e administrados proporcionam benefícios de proteção ao meio ambiente e à saúde pública, dentre os quais, obstar o despejo de esgotos não tratados em corpos de água; conservar os recursos hídricos subterrâneos em terrenos de fácil contaminação por intrusão salina ou subsidência de terrenos; permitir a conservação do solo, já que amplia a resistência à erosão, proporcionada pelo acúmulo de húmus; e também é fator gerador de maior empregabilidade.

No entanto, o uso de esgotos na agricultura pode apresentar como ponto negativo a poluição dos aquíferos subterrâneos utilizados para abastecimento de água, particularmente por nitratoi. Porém, esse problema é de fácil resolução, uma vez que pode ser absorvido pelas próprias plantas, e também por microrganismos que habitam esse solo (Morgante, 2008). Outro efeito negativo que pode derivar do reuso é o acúmulo de contaminantes químicos no solo, e de microorganismos como bactérias, vírus, protozoários, ou compostos tóxicos do tipo metais pesados. O que pode ser evitado desde que a irrigação seja efetuada com esgotos de origem predominantemente doméstica.

O reuso quando aplicado em irrigação ajuda a resolver um grande problema das metrópoles, a destinação dos esgotos domésticos, cujo volume cresce consideravelmente. Essa carga de efluentes bastante poluidora poderá ser transformada em recurso econômico ambientalmente seguro, desde que seja observada política criteriosa de reutilização de efluentes na agricultura. Segundo Bernardi (2003) devem-se instituir fundamentos científicos, políticos, institucionais e legais para o desenvolvimento de padrões e códigos sobre a prática de reuso na agricultura, isenta de riscos à saúde pública e ao meio ambiente.

A Organização Mundial da Saúde, em nível internacional, propôs princípios norteadores de normas e padrões técnicos a serem seguidos pelos tomadores de decisões que envolvam

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10 riscos à saúde pública e ao meio ambiente; fez recomendações das medidas protetivas a serem seguidas por cada país, para o estabelecimento de uma base de riscos aceitáveis.

Alicerçado nas pesquisas científicas e nos estudos epidemiológicos, o Grupo Científico sobre Diretrizes para o Uso de Esgotos em Agricultura e Aquicultura, reunido em Genebra, na Suíça, em 1989, ao estabelecer diretrizes para o uso seguro de esgotos determinou critérios básicos para a proteção dos grupos de risco ligados ao reuso agrícola. Dessa forma, as culturas permitidas são aquelas cujos cuidados maiores são especialmente dirigidos para a saúde dos trabalhadores agrícolas. São exemplos, os cereais, algodão e sisal, as culturas alimentícias que sofrem processamento industrial, as culturas forrageiras, alfafa, capim elefante, alguns vegetais, desde que não sejam ingeridos crus, tais como batatas, ervilhas, feijão. É importante assegurar que a irrigação não seja efetuada por sistemas de aspersores, que as culturas não sejam contaminadas por contacto com o solo irrigado, e que a manipulação desses alimentos, antes do cozimento, não provoque riscos à saúde (Hespanhol, 2002). Também o Grupo recomendou como sistema de tratamento adequado para atingir a qualidade microbiológica as lagoas de estabilização em série, o método mais eficiente e apropriado para o Brasil, país de clima quente. Desse modo, Hespanhol (2002) afirmou que devem ser adotadas quatro medidas básicas para proteção do grupo de risco, principalmente os consumidores e os operários agrícolas, a saber, tratamento dos esgotos, seleção e restrição de culturas, técnicas de aplicação dos esgotos, e controle da exposição humana.

Os métodos de controle dos riscos de exposição das pessoas devem ser implementados pelas autoridades responsáveis pelo planejamento, operação, controle e vigilância sanitária. O controle sanitário é realmente um fator de extrema relevância na utilização dessa técnica, pois, de acordo com Bernardi (2003) “a utilização de águas servidas em países em desenvolvimento apresenta características sanitárias insatisfatórias, sendo, muitas vezes, aplicadas na forma ‘in natura’ na agricultura” (p.27), podendo resultar em graves infecções nas pessoas. As medidas mitigadoras estabelecidas em função dos grupos de riscos são tomadas pelos Ministérios ou Secretarias de Agricultura, Recursos Hídricos, Saúde e Vigilância Sanitária.

2.2 Reuso industrial

Um dos principais insumos empregados nos processos industriais é a água. A sua participação tem significativa influência nos volumes totais usados, por isso, muitas vezes, o local de instalação de uma indústria é escolhido em função da disponibilidade de água, pois os custos de produção estão a ela diretamente relacionados.

O local e as condições de instalação de uma indústria, assim como o seu risco de degradação ambiental, e as medidas de preservação do meio ambiente são fatores que definirão todo o processo de licenciamento ambiental, uma vez que a indústria é um grande agente poluidor dos mananciais hídricos, fator prejudicial ao meio ambiente e ao homem. Essa poluição pode aparecer, como bem descreveu Zampieron (2004 apud em Batalha & Ligiéro, 2005, p. 36),

de vários modos, incluindo a poluição térmica, que é a descarga de efluentes a altas temperaturas, poluição física, que é a descarga de material em suspensão, poluição biológica, que é a descarga de bactérias patogênicas e vírus, e poluição química, que pode ocorrer por deficiência de oxigênio, toxidez, ou eutrofização.

Devido à extensa variedade de processos de uma indústria, a água de processamento pode conter uma complexa mistura de constituintes, como os íons metálicos. E metais pesados, qual chumbo e mercúrio, comumente encontrados nos efluentes industriais, podem causar significativos impactos ambientais quando lançados nos corpos hídricos sem adequado tratamento. Em vista disso, os efluentes industriais que serão reutilizados pela própria indústria, ou descartados em corpos de água, devem antes se submeter a processos

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físico-11 químicos e microbiológicos de tratamento. Assim, a Resolução nº 357 de 17 de março de 2005 do CONAMA, ao estabelecer as condições e os padrões de lançamento de efluentes, em seu Art. 24, determinou que: “os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser lançados, direta ou indiretamente, nos corpos de água, após o devido tratamento e desde que obedeçam às condições, padrões e exigências dispostos nesta Resolução e em outras normas aplicáveis”.

E ainda, no inciso II do parágrafo único do citado art. a Resolução determinou que “o órgão ambiental competente possa a qualquer momento exigir a melhor tecnologia disponível para o tratamento dos efluentes, compatível com as condições do respectivo curso de água superficial, mediante fundamentação técnica”. A norma ambiental, então, impôs que seja feito adequado tratamento dos efluentes, de modo que a concentração dos contaminantes dissolvidos não ultrapasse os limites legais estabelecidos para o efluente, e o seu descarte não ultrapasse os padrões de qualidade da água do corpo receptor.

Quanto à indústria de alimentos, a legislação conferiu consideráveis restrições relacionadas ao reuso de água, pois são grandes as preocupações higiênicas, e em decorrência disso, há grande consumo de água potável pela indústria alimentícia. Diretrizes e regulamentos sobre uso e reuso de água na indústria alimentícia têm sido criados admitindo-se, com as devidas restrições, o uso de água não potável e de água proveniente de reuso potável direto e indireto (CODEX ALIMENTARIUS, 1999, 2001 como citado em Luiz, 2007).

Muito embora a tendência seja admitir o reuso até mesmo na indústria de alimentos, isso será feito através de análises cautelosas de acordo com a finalidade de aplicação da água e com os tipos de processos envolvidos, levando-se em consideração, primordialmente, o conhecimento do risco apresentado para a segurança do produto alimentício e, consequentemente, para a saúde dos consumidores. Luiz (2007) verificou que “a legislação brasileira afirma que a água a ser utilizada em todos os processos de uma indústria de alimentos deve ser potável” (p.15). E sugeriu que devido à “carência de elaboração de novos regulamentos legais para a prática de reúso em indústria de alimentos nacionais” (p.15) estes fossem formulados conjuntamente pelos Ministérios do Meio Ambiente, da Saúde, e da Agricultura e do Abastecimento.

No entanto, na indústria, o reuso de água é comumente destinado para operações cuja água não entre em contato diretamente com o produto a ser consumido, como exemplo, sistemas de resfriamento, irrigação, descargas sanitárias, entre outros. Hiem et al. (1999 como citado em Luiz, 2007). Principalmente no Brasil, onde ainda há boa disponibilidade de água, e por isso mesmo este insumo ainda é tratado como recurso infinitamente renovável. Então, aqui, as indústrias preferem adotar o reuso para resfriamento de caldeiras, lavagem de peças e de pátios.

Apesar do rigor da norma na indústria de alimentos, atualmente as diretrizes e os regulamentos internacionais permitem o uso seguro de reuso de água na indústria alimentícia para uso em qualquer operação, tanto quanto o uso de água não potável. Contudo, como medidas de segurança, deverão ser observadas todas as ações de monitoramento e aspectos técnicos de análises associadas com a garantia do teor mínimo de substâncias químicas permitido pela legislação, e a segurança microbiológica da água de reuso e da água não potável, bem como do ambiente de produção.

Para aplicar reuso é preciso selecionar um apropriado sistema de tratamento da água residuária, pois isso influenciará sobremaneira o sucesso do empreendimento. E levará em consideração as características do efluente, a finalidade da aplicação do reuso, assim como as técnicas de tratamento existentes, e a viabilidade econômica do procedimento. O sistema de tratamento deve proporcionar apropriadas qualidades físicas, químicas e microbiológicas da água. A tecnologia a ser empregada deve ser avaliada de acordo com a qualidade do efluente a

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12 ser reutilizado, levando-se em consideração os critérios e padrões de exigência adequados à finalidade do reuso, dando sempre relevância ao monitoramento e controle da qualidade a ser feito pela indústria, em conformidade a legislação ambiental e de saúde.

3 ASPECTOS LEGAIS DA CONSERVAÇÃO E REUSO DE ÁGUA

Não obstante o homem tenha um lugar prioritário nas políticas de desenvolvimento sustentável, essa preocupação deve estar em plena harmonia com a natureza. Assim, o Princípio 5 da Declaração de Estocolmo/72 versou que “Os recursos não renováveis do Globo devem ser explorados de tal modo que não haja risco de serem exauridos e que as vantagens extraídas de sua utilização sejam partilhadas a toda a humanidade” (como citado em Machado, 2006, p.56). Dessa forma, os recursos ambientais como a água, o ar, o solo devem atender as necessidades comuns de todos os habitantes do planeta, e não satisfazer apenas a utilização desses bens públicos pelo homem. Assim, a norma ambiental deve estabelecer a razoabilidade da utilização do bem comum, uma vez que ele é de interesse transindividual, pois a sua escassez tanto pode ferir a dignidade da pessoa humana, em casos de deficiência de água, de alimento, quanto pode induzir ao risco a sobrevivência de outras espécies.

A Constituição Federal de 1988 positivou a proteção ao meio ambiente sadio e ecologicamente equilibrado, bem de interesse transindividual, pertencente à categoria dos direitos difusos, a fim de garantir a permanência dos recursos naturais e da diversidade biológica para estas, e para as futuras gerações. Em seu Art. 225, caput –“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para presentes e futuras gerações”. (Brasil, 2004). Pensando-se em recursos hídricos isso significa que estes devem ser protegidos e racionalmente utilizados por estas gerações, ou, de uma forma mais ampla, o seu emprego deve ser controlado qualitativa e quantitativamente para bem garantir o suprimento das necessidades, também, das futuras gerações.

Poder Público e coletividade são responsáveis pela defesa e preservação do meio ambiente. Portanto, permitir ou possibilitar o desequilíbrio ecológico, o Estado ou o corpo social, é desrespeitar a Constituição. Sobretudo quando esta permite a qualquer cidadão a legitimidade para anular ato lesivo ao meio ambiente, através da Ação Popular (Art. 5º, inciso LXXIII, CF/88). No intuito de garantir tal controle o Direito Ambiental apresentou os princípios do usuário-pagador e do poluidor pagador, que vincularam o uso poluidor dos recursos naturais a uma sanção pecuniária, pois o poluidor será obrigado a recuperar o bem ambiental, e a indenizar pelos danos causados. Tais princípios estão intrinsecamente relacionados, um alicerçando o outro, e chegam mesmo a se confundir. Dessa forma, se um bem ambiental, como os recursos hídricos, for usado para determinado empreendimento, o empreendedor deverá custear as ações que tornem possível a sua utilização, ou que sejam decorrentes dela, e ainda, “pagar a poluição que pode ser causada ou que já foi causada” (Machado, 2006, p. 59).

Esses princípios encontraram no reuso de água um forte aliado para promover a integração entre tratamento de efluentes e política de proteção da qualidade das águas. Aliás, o tratamento dos efluentes antes do seu despejo em determinado corpo hídrico, ou para a sua reutilização, se coaduna igualmente com o princípio da precaução na medida em que evita a poluição, combatendo-a antes mesmo de se concretizar. E muito embora o despejo de um efluente tratado não elimine os riscos de poluição das águas, estes são mitigados pelo adequado tratamento que o efluente recebe, ou para o seu desaguar, ou para o seu reuso, e isto é uma aplicação do próprio princípio.

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13 A proteção ao meio ambiente e o combate à poluição, em qualquer de suas formas, a preservação das florestas, da fauna e da flora dispostos no Art. 23 da Constituição Federal, incisos VI e VII, são os fundamentos da Política Nacional do Meio Ambiente.

Então, o reuso de água está em inteira consonância com o desenvolvimento econômico-social compatível com a preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico, e também, com a preservação dos recursos ambientais, mantenedora do equilíbrio ecológico; bem como é prática de tecnologia orientadora do uso racional dos recursos ambientais, objetivos da Política Nacional do Meio Ambiente dispostos na Lei no 6.938 de 31 de agosto de 1981 (Art. 4º, incisos I, IV, V). A aplicação do reuso constituiu, ainda, afirmação do objetivo da referida Lei, expresso em seu Art. 4º, inciso III, porque obedece a uma série de critérios e normas de qualidade ambiental, orientadores do uso dos recursos hídricos.

3.1 AGENDA 21

O ordenamento jurídico ambiental aprecia, sobremaneira, os preceitos legais e as diferentes fontes do direito, considerando, também, as formulações científicas que servem de embasamento teórico para a regulamentação das leis e normatizações técnicas, ou que de qualquer modo, contribuem para a proteção ambiental (Milaré, 2007).

Há documentos que embora não possuam autoridade jurídica stricto sensu, alcançaram um valor específico no próprio ordenamento jurídico, tais quais os documentos que têm caráter de diretrizes, que embora não possuam a obrigatoriedade dos tratados e convenções, por exemplo, mas servirão de guia para a elaboração dos instrumentos legais de cada país, além de terem seu cumprimento cobrado pela comunidade internacional (Milaré, 2007). Nesse sentido encontra-se a Agenda 21, documento de natureza programática resultante da segunda Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, CNUMAD, conhecida como ECO – 92, cujo objetivo foi preparar o mundo para os desafios do século XXI através do desenvolvimento sustentável. Seu cumprimento apesar de não ser compulsório, pois não constitui obrigação jurídica a ser executada pelos países signatários, evidencia o compromisso ético com o desenvolvimento sustentável e, particularmente, com a preservação dos recursos naturais (CNUMAD, 1997).

A Agenda 21 recomendou a implementação de planos, programas e políticas operacionais que visem o desenvolvimento sustentável através de práticas ambientalmente adequadas. Assim, para uso e reciclagem de resíduos recomendou, no seu Capítulo 21, o manejo ambientalmente saudável de resíduos líquidos e sólidos; e apresentou como objetivos da Área Programática B fortalecer e expandir os sistemas nacionais de reutilização e reciclagem dos resíduos, reciclagem eficaz, e disponibilizar informações, tecnologias, e instrumentos de gestão indicados para a reciclagem e uso das águas residuais (Hespanhol, 2002). Recomendou aos governos o incentivo à pesquisa de sistemas de tratamento de resíduos líquidos e de opções de depósitos de lamas residuais, que sejam de baixo custo, fácil manutenção e ambientalmente seguros. Justificou a prática de uso de águas residuais também nos capítulos 14, ao recomendar a prática do desenvolvimento rural e agrícola sustentável, com o objetivo de manter a segurança alimentar; e 18, ao recomendar o desenvolvimento de novas alternativas de abastecimento de água, tais como reposição artificial de águas subterrâneas, e promoção da reciclagem e reutilização das águas residuais e resíduos sólidos, e prevenção da poluição hídrica por meio de uso de novas tecnologias que permitam a eliminação segura dos efluentes.

3.2 CONSELHO NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS – RESOLUÇÃO N. 54/2005 O Conselho Nacional de Recursos Hídricos, órgão integrante do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, tem como objetivos, dentre outros, deliberar sobre os projetos de aproveitamento de recursos hídricos cujas repercussões extrapolem o âmbito dos

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14 Estados em que serão implantados; deliberar sobre questões que lhe tenham sido encaminhadas pelos Comitês de Bacias Hidrográficas; analisar propostas de alteração da legislação pertinente a recursos hídricos e à Política Nacional de Recursos Hídricos.

Através de sua Resolução n. 54, de 28 de novembro de 2005, estabeleceu “modalidades, diretrizes e critérios gerais que regulamentem e estimulem a prática de reuso direto não potável de água em todo o território nacional” (Art. 1º). Dentre seus critérios estão as considerações de que nenhuma água de boa qualidade deverá ser utilizada em atividades que tolerem águas de qualidade inferior, pois os recursos hídricos devem ser conservados para o abastecimento público, ou para outros usos mais exigentes; que o reuso de água constitui prática de racionalização e de conservação dos recursos hídricos, conforme os princípios estabelecidos na Agenda 21; que a elevação dos custos de tratamento de água é decorrente da degradação dos mananciais e, por isso, a prática de reuso é fator redutor das descargas de poluentes em corpos receptores; e que o reuso contribui para a proteção do meio ambiente e da saúde pública.

Dentre suas principais propostas a Resolução incluiu:

a) Os órgãos integrantes do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos deverão estabelecer instrumentos regulatórios e incentivadores das diversas modalidades de reuso de acordo com os seus efeitos sobre os corpos hídricos; (Art. 4º)

b) O outorgado produtor, distribuidor ou usuário de água de reuso que, em função da atividade de reuso, alterar a quantidade ou a qualidade das intervenções no corpo hídrico constantes nos termos da outorga vigente, deverá solicitar à autoridade competente retificação da outorga de direito de uso dos recursos hídricos a fim de ajustá-la às alterações. (Art. 5º)

c) A atividade que compreenda reuso de água deverá ser informada ao órgão gestor dos recursos hídricos, ao órgão ambiental, e ao de saúde pública para fins de cadastro do outorgado (produtor, distribuidor ou usuário) contendo, inclusive, o local de origem e de destinação da água de reuso, bem como sua finalidade e o volume diário envolvido na atividade. (Art. 9º e seus incisos)

Muito embora esta Resolução faça algumas exigências quanto à outorga do uso da água de reuso, e quanto à informação para cadastro, que são muito importantes, delegou a outros órgãos do SINGERH o incentivo ao reuso quando ela mesma poderia resolver por algum critério mais incentivador ou cogente. Apesar de a exigência da outorga do direito de uso da água de reuso ter certo caráter de poder de polícia administrativa, pois está condicionada à classificação da água conforme Resolução n. 357/2005 do CONAMA.

3.3 Agência Nacional de Águas - ANA

A Agência Nacional de Água, ANA, é uma autarquia com autonomia administrativa e financeira vinculada ao Ministério do Meio Ambiente e com atribuições de órgão técnico, executivo e implementador da Política Nacional de Recursos Hídricos, (Milaré, 2007) que coordena o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (Santos, 2005). Então, A ANA executa as políticas de planejamento do CNRH (Milaré, 2007).

3.4 CONFIRMAÇÃO DA NBR 13.969 DE 1997

A Associação Brasileira de Normas Técnicas, ABNT, confirmou, em 28 de janeiro de 2008, após análise sistemática, a NBR 13.969: 1997 – Tanques sépticos – Unidades de tratamento complementar e disposição final dos efluentes líquidos _ Projeto, construção e operação. Tal NBR foi elaborada pelo Comitê Brasileiro de Construção Civil, e pela Comissão de Estudo de Instalação Predial de Tanques Sépticos e afirmou que:

No caso do esgoto de origem essencialmente doméstica ou com características similares, o esgoto tratado deve ser reutilizado para fins que exigem qualidade de água não potável, mas sanitariamente segura, tais como irrigação dos jardins, lavagens dos pios e dos veículos automotivos, na descarga dos vasos

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15 sanitários, na manutenção paisagística dos lagos e canais com água, na irrigação dos campos agrícolas e pastagens, etc. (ABNT, 1997, p.2)

A norma admitiu a simples recirculação de água de enxágüe da máquina de lavar para os vasos sanitários, mas também expôs um planejamento ao adotar sistema de reuso, de modo a permitir seu uso seguro e racional, além de minimizar custos de implantação e de operação. Para isso, deve ser considerada a sua finalidade e o volume de esgoto a ser reutilizado, para definir o grau de tratamento necessário. Dessa forma, a norma mostrou os parâmetros de turbidez, coliformes fecais, sólidos dissolvidos, pH e cloro residual a serem seguidos em caso de reuso das águas servidas com características essencialmente domésticas, águas cinzas ou águas negras, de acordo com a classe das águas (classe 1, 2, 3, 4) e a finalidade do reuso.

A NBR 13.969/97 complementa e atualiza a NBR 7229/93 e em seu prefácio informou: as alternativas para tratamento e disposição dos efluentes dos tanques sépticos foram revistas, ampliadas e detalhadas, assim como foram inclusas outras alternativas para possibilitar a adequação da qualidade do efluente para situações as mais diversas e exigentes possíveis, se for necessária (ABNT, 1997, p.3).

.

Os sistemas prediais de esgoto sanitário devem ser elaborados em conformidade com a norma NBR 13.969 de 1997, além de atenderem a outras normas relacionadas, e às exigências dos órgãos ambientais. Porém, as normas não são regulamentos técnicos, por isso, não há obrigatoriedade na sua adoção. O empreendedor as adota para diminuir a incidência de erros na execução dos projetos; como uma ferramenta de auxílio ao cumprimento da legislação, que exige técnicas de segurança, proteção da vida humana, da saúde e ambiental; além de proporcionar melhora na qualidade dos produtos e serviços, dentre outros motivos.

3.5 A IMPORTÂNCIA DA SÉRIE ISO 14.000

A indústria, para atingir o desenvolvimento sustentável deve adequar os processos produtivos, tanto no aspecto qualitativo, quanto no quantitativo, às exigências do consumidor, que exige não somente a qualidade dos produtos, mas também o comprometimento ambiental das indústrias nos processos de fabricação, principalmente quando há preocupação decorrente do consumo exagerado dos recursos naturais como insumos, pois as modificações do homem nos ecossistemas devem ocorrer de modo equilibrado, racional, para que estes consigam se auto-regular e regenerar. A produção e o consumo sustentáveis são justificados pela economia e uso racional de energia e matéria prima levando-se em consideração a conservação dos recursos naturais.

A Comissão das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável tem se manifestado, com freqüência, sobre a sustentabilidade dos processos produtivos e dos padrões de consumo. Para assegurar a qualidade ambiental dos produtos industriais e processos produtivos a International Organization for Standardization, ISO, organização que no Brasil é representada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas, ABNT, editou a série ISO 14.000. As normas ISO 14.000, Gestão Ambiental, elaboradas visando o manejo sustentável dos insumos ambientais, estimulam a prevenção de processos de contaminação ambiental, uma vez que orientam a organização quanto à sua estrutura, forma de operação e de levantamento, armazenamento, recuperação e disponibilização de dados e resultados, relacionando-os às necessidades futuras e imediatas de mercado e, consequentemente, inserindo a organização no contexto ambiental (Embrapa Meio Ambiente, 2008).

As normas ISO 14.000 pautaram a prevenção ou mitigação de impactos ambientais ocasionados pelos empreendimentos, tais como, contaminação do solo, da água, do ar, da

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16 flora e da fauna (Embrapa Meio Ambiente, 2008). Segundo a Embrapa Meio Ambiente (2008) a norma ISO 14.001 estabeleceu o sistema de gestão ambiental da organização e, assim:

1. avalia as conseqüências ambientais das atividades, produtos e serviços da organização;

2. atende a demanda da sociedade;

3. define políticas e objetivos baseados em indicadores ambientais definidos pela organização que podem retratar necessidades desde a redução de emissões de poluentes até a utilização racional dos recursos naturais;

4. implicam na redução de custos, na prestação de serviços e em prevenção;

5. é aplicada às atividades com potencial de efeito no meio ambiente;

6. é aplicável à organização como um todo.

A ISO é uma organização técnico-científica não governamental, por isso, não legisla. Suas normas não têm força jurídica, a não ser que o Poder Público as adote na forma da lei. No entanto, elas se impuseram e adquiriram reconhecimento universal devido à sua seriedade e valor técnico científico (Milaré, 2007). E se impuseram não por força da lei, mas pela força de sua autoridade incontestável. Atualmente, estabelecem-se, na prática, como referência obrigatória. No Brasil, as ISOS são instrumentos paralegais, possuem força jurídica porque são representadas oficialmente pela ABNT junto às autoridades brasileiras (Milaré, 2007).

A ISO 14000 objetivou proteger da degradação ambiental os ecossistemas equilibrados, bem como a vida humana, e a saúde, na medida em que avalia os impactos ambientais ocasionados pelas atividades, produtos e serviços.

3.6 O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – RESOLUÇÃO N. 357/2005 O Conselho Nacional do Meio Ambiente é o órgão consultivo e deliberativo do Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA, e foi instituído pela Lei 6.938/81, que dispôs sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, regulamentada pelo Decreto 99.274/90.

É da sua competência, entre outras, estabelecer mediante proposta do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, dos demais órgãos integrantes do SISNAMA e de Conselheiros do CONAMA, normas e critérios para o licenciamento de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras; decidir, após o parecer do Comitê de Integração de Políticas Ambientais, em última instância administrativa, em grau de recurso, sobre as multas e outras penalidades impostas pelo IBAMA; determinar, mediante representação do IBAMA, a perda ou restrição de benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público, e a perda ou suspensão de participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito; estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e à manutenção da qualidade do meio ambiente, com vistas ao uso racional dos recursos ambientais, principalmente os hídricos.

Dentre as normas e critérios estabelecidos pelo CONAMA estão as Resoluções, que foram editadas com a função de estabelecer diretrizes e normas técnicas, critérios e padrões relativos à proteção ambiental e ao uso sustentável dos recursos ambientais. Desse modo, a sua Resolução n. 357, de 17 de março de 2005 “Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes.” E considerou que a água deve atingir níveis satisfatórios de qualidade capazes de atender às necessidades das comunidades, proporcionando a saúde e o bem-estar humano, e o equilíbrio ecológico, integrados ao desenvolvimento sustentável, fundamentado nos princípios da prevenção, da precaução, do poluidor-pagador, do

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usuário-17 pagador. Por isso, proibiu o lançamento de poluentes em níveis nocivos ou perigosos para o ser humano e outras formas de vida. Promoveu a defesa dos níveis de qualidade das águas, de modo a assegurar seus usos preponderantes.

CONCLUSÃO

O presente trabalho tratou de forma sucinta o tema aspectos ambientais, sociais e jurídicos do reuso da água, mostrando que a água é acima de tudo de interesse público, por ser essencial para a vida do homem, então, é necessário que seja ofertada em boa qualidade e quantidade, de tal modo que para isso o homem deve contribuir para a preservação dos ecossistemas hídricos. Isso pode ser feito por meio da aplicação de tecnologias inovadoras, cujo objetivo seja aproveitar os recursos hídricos limitados e protegê-los da poluição.

Para minimizar as diversas formas de impactos ambientais comprometedores da saudável qualidade dos recursos hídricos, assim como a consequente escassez de água, é urgente a adoção de medidas de gestão ambiental dos recursos hídricos, como o reuso de água ou outras medidas de otimização do uso da água. Assim, é importante que grandes empresas desenvolvam programas de educação ambiental, que conscientizem as pessoas sobre o uso racional da água, e mostrem que o reuso de água é não apenas uma solução viável, mas principalmente, recomendada para a preservação desse recurso natural.

Constatou-se a hipótese de que a Resolução nº 54/2005 do CNRH, as recomendações da Agenda 21 em seus capítulos 18 e 21, e demais normas atinentes ao uso e reuso de água são insuficientes para a adoção de medida de reuso, pois a Resolução dispôs apenas sobre reuso direto não potável de água, e não abordou as demais formas de reuso, bem como as recomendações da Agenda 21, os princípios ambientais, as séries ISO 14.000, e algumas outras normatizações são apenas diretrizes do direito ambiental.

Em fevereiro de 2008 foi confirmada pela ABNT a NBR – 13.969/97, que apenas deu as diretrizes sobre unidades de tratamento complementar e disposição final dos efluentes líquidos. É uma NBR direcionada para a construção de tanques sépticos e disposição de efluentes que aborda reuso não potável de água decorrente de esgotos de origem essencialmente doméstica, ou com características similares, apontando suas possíveis finalidades e os padrões de qualidade da água reutilizada a serem seguidos. Padrões em consonância com a Resolução CONAMA n. 357 de 2005, que para a época em que essa NBR fora criada, 1997, era um grande avanço, pois foi a primeira regulamentação sobre reuso de água no Brasil, mas que no momento não é nenhuma novidade, justamente por causa das Resoluções do CONAMA, que são muito mais abrangentes.

Conclui-se, em segundo plano, que os empreendimentos que adotam reuso o fazem por ser uma medida de contenção de despesa, mas que também a imposição de certificações ISO 14.000 funcionam como estímulo à adoção de medidas de reuso, e que aqueles que adotam esses sistemas o fazem com rigoroso controle por parte dos órgãos ambientais. Ao se adotar medidas de reuso devem-se observar as qualidades mínimas pelos padrões e normas sanitárias e ambientais.

Embora o Brasil seja carente de uma lei que defina plenamente o conceito de todas as técnicas de reuso, os parâmetros a serem seguidos, e quais as restrições de uso, ainda assim, as normas da ABNT, do CONAMA, a própria Constituição, as recomendações da Agenda 21 e os princípios do direito ambiental procuram, juntos, “regulamentar” as aplicações de reuso na medida em que tutelam os recursos hídricos. Porém, somente uma lei específica, completa, e que seja capaz de estimular ou de impor a adoção de técnicas de reuso a empreendimentos de médio e de grande porte trará os benefícios da ampla proteção jurídica aos recursos hídricos, aliada, no entanto, à educação ambiental, uma das diretrizes da Agenda 2, e que constitui o alicerce para a mudança dos hábitos insustentáveis.

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1

“A maioria das plantas obtém o nitrogênio do solo sob a forma de íon nitrato (NO3-),

havendo algumas que o absorvem sob a forma de íon amônio (NH4+)”.

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