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Avaliação de riscos de incêndio e pânico em ambientes industriais: estudo de caso em uma empresa do ramo automobilístico

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Academic year: 2021

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VICTOR SANTOS

AVALIAÇÃO DE RISCO DE INCÊNDIO E PÂNICO EM AMBIENTES INDUSTRIAIS: ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DO RAMO AUTOMOBILÍSTICO

Projeto Final apresentado ao curso de graduação em Engenharia de

Produção da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para aquisição do Grau de

Engenheiro de Produção.

Orientador: MARA TELLES SALLES, D. SC.

NITERÓI 2017

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AVALIAÇÃO DE RISCO DE INCÊNDIO E PÂNICO EM AMBIENTES INDUSTRIAIS: ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DO RAMO AUTOMOBILÍSTICO

Projeto final apresentado ao curso de Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para a aquisição do Grau de Engenheiro de Produção.

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________________________________________ Prof. Dr. MARA TELLES SALLES – Orientador

UFF

__________________________________________________________________________ Prof. Dr. GILSON BRITO ALVES LIMA

UFF

__________________________________________________________________________ Prof. Dr. RUBEN HUAMANCHUMO GUTIERREZ

UFF

Niterói, RJ 2017

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S237 Santos, Victor

Avaliação de risco de incêndio e pânico em ambientes industriais : estudo de caso em uma empresa do ramo automobilístico / Victor Santos. – Niterói, RJ : [s.n.], 2017.

63 f.

Projeto Final (Bacharelado em Engenharia de Produção) – Universidade Federal Fluminense, 2017. Orientadora: Mara Telles Salles.

1. Análise de risco. 2. Prevenção de incêndio. 3. Segurança. 4. Indústria automobilística. I. Título.

CDD 658.155

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RESUMO

A avaliação do risco de incêndio para toda empresa tem a finalidade de verificação e auxílio na proposição das ações necessárias para garantir um nível de segurança aceitável. O presente trabalho utilizou a metodologia de avaliação de risco, para calcular o índice de risco de incêndio em uma oficina localizada em uma empresa automobilística na cidade do Rio de Janeiro. Realizou-se a caracterização do local por meio de levantamento de dados, além de simulações da incorporação de medidas de proteção ativa e passiva à edificação até atingir um nível de segurança aceitável. Ao final, conclui-se que o método utilizado pode ser aplicado a edificações, com o objetivo de permitir um diagnóstico atual e fornecer subsídio para futuras intervenções.

PALAVRAS-CHAVE: Incêndio, Avaliação de Risco, Segurança, Oficina e Método de Gretener

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The assessment of the risk of fire for every company has the purpose of scan and aid in proposing the actions necessary to guarantee an acceptable level of security. The present work used the risk assessment methodology to calculate the fire risk index in a workshop located in an automobile company in the city of Rio de Janeiro. The site was characterized by data collection, as well as simulations of the incorporation of measures of active and passive protection to the building until reaching an acceptable level of security. At the end, it is concluded that the method used can be applied to buildings, in order to allow a current diagnosis and provide subsidy for future intervention.

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1 INTRODUÇÃO... 8 1.1 Cenário... 8 1.2 Problema... 8 1.3Objetivos...9 1.4Conceitos Importantes ...10 2 REVISÃO DA LITERATURA ... 11

2.1 Sistema de proteção contra incêndios...11

2.2 Custos envolvidos em casos de incêndio ... 18

2.3 Casos reais e famosos de incêndios ocorridos ... 19

2.3.1 Gran Circo Norte-Americano, Niterói, Rio de Janeiro ... 19

2.3.2 Incêndio na indústria Volkswagen do Brasil...19

2.3.3 Incêndio na fábrica da Nestlé... 20

2.3.4 Incêndio na boate Kiss... 21

2.4 Legislações sobre incêndio... 21

2.4.1 Ministério do trabalho e do emprego (MTE)...21

2.4.2 Código de segurança contra Incêndio e Pânico (COSCIP)... 22

2.5 Métodos de Avaliação de Risco de Incêndio...22

2.5.1 Métodos Qualitativos, Quantitativos e Semi-Quantitativos...22

2.5.2 Avaliação do Risco - Método de Gretener... 23

3 METODOLOGIA DE PESQUISA...26

3.1 Procedimentos de cálculo...26

4 ESTUDO DE CASO... 41

4.1 Cálculo do índice de segurança contra incêndio... 41

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS...55 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...56 ANEXOS...58

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Fatores componentes de Gretener... 26

Tabela 2. Extintores Portáteis... 27

Tabela 3. Seleção do agente segundo a classificação do fogo... 28

Tabela 4. Determinação da unidade extintora, área e distância a serem percorridas para fogo classe A... 28

Tabela 5. Determinação da unidade extintora e distância a serem percorridas para fogo classe B... 29

Tabela 6. Hidrantes prediais... 30

Tabela 7. Pressão de saída no hidrante... 30

Tabela 8. Informação sobre o reservatório de água... 30

Tabela 9. Distância do hidrante público à entrada do edifício (m)... 31

Tabela 10. Treinamento... 31

Tabela 11. Fator associado ao modo de detecção do fogo... 31

Tabela 12. Fator associado ao modo de transmissão do alarme... 32

Tabela 13. Brigada de incêndio... 32

Tabela 14. Corpo de bombeiros... 33

Tabela 15. Distância ao corpo de bombeiros em quilômetro... 33

Tabela 16. Fator associado ao tipo de equipamentos de extinção... 33

Tabela 17. Fator associado ao tipo de equipamentos de exaustão de calor e fumaça... 34

Tabela 18. Dimensões mínimas para lajes de concreto apoiadas em vigas... 35

Tabela 19. Espessura efetiva mínima... 35

Tabela 20. Risco de ativação de incêndio... 40

Tabela 21. Medidas normais de proteção... 42

Tabela 22. Medidas normais de proteção... 43

Tabela 23. Medidas construtivas de proteção... 44

Tabela 24. Fatores de risco de incêndio... 46

Tabela 25. Fator mobilidade...46

Tabela 26. Fator risco de ativação de incêndio...46

Tabela 27. Melhorias propostas...47

Tabela 28: Melhorias propostas para número de extintor...48

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 01. Triângulo de fogo ... 12

Figura 02. Tetraedro de fogo ... 13

Figura 03. Tabela de ocorrências de incêndio ... 14

Figura 04. Fluxograma de sistema de proteção ... 15

Figura 05. Classificação do sprinkler ... 17

Figura 06. Localização do extintor existente... 43

Figura 07. Exemplo de fluxograma de combate ao fogo...51

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1. INTRODUÇÃO

1.1 Cenário

A prevenção de incêndios deve ser abordada na avaliação e planejamento da proteção coletiva de empresas, hotéis, teatros, entre outros tipos de edificações. No entanto, por muitas vezes, empresas de grande porte negligenciam esse tipo de risco, o que pode gerar consequências graves e prejuízos incontáveis. A execução de instalações inadequadas e o não atendimento às exigências de normas construtivas, entre outros fatores, podem resultar em um incêndio não debelado, ocasionando perda de bens materiais, vidas humanas ou impactos no meio ambiente.

A engenharia de prevenção contra acidentes destaca o estudo da proteção contra os diferentes tipos de incêndio, já que a proteção adequada de determinada área somente será possível após um estudo cuidadoso de suas particularidades, visando ser mais eficaz em cada caso. O conhecimento das técnicas e normas é necessário para adequar as melhores tecnologias envolvidas.

Quanto à legislação, destaca-se o Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico – COSCIP, Decreto no 897, de 21 de setembro de 1976, que tem por propósito estabelecer os requisitos de segurança indispensáveis para as edificações ou estruturas construídas no Estado do Rio de Janeiro. Com isso, o presente estudo pretende propor ações de prevenção e combate a incêndio em oficinas da montadora Renault, com respeito à legislação vigente.

A avaliação do risco tem como objetivo auxiliar no gerenciamento que visa a eliminação, ou diminuição dos riscos, reduzindo a probabilidade de um evento ruim acontecer, como o incêndio, por exemplo. Há um grande número de ferramentas ou metodologias para avaliação do risco, divididos em dois diferentes tipos, qualitativo e quantitativo. Alguns exemplos de metodologias são: FMEA, Matriz de Riscos, Árvore de Falhas, entre outros.

1.2 Problema

O presente estudo visa a aplicação do método de gretener em uma empresa do ramo automobilístico, a partir de visitas realizadas em algumas de suas concessionárias, objetivando recomendar ações que englobam tanto características

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de ordem física da edificação, quanto em relação ao processo de gestão da empresa, destacando a descrever os principais aspectos de segurança contra incêndio dentro da medida proposta.

Os incêndios sempre trazem consigo danos negativos que impactam a sociedade, seja em menor ou maior grau, abrangendo desde o aspecto humano, estrutural e econômico até o meio ambiente e seus recursos naturais.

O número de fatalidades de um sinistro já explica o quão prejudicial ele pode ser e a forma como será registrado. Segundo Souza e Silva (2013, p.1), um incêndio em Niterói provocado pela destruição de um circo deixou mais de quinhentos mortos, isso no ano de 1961. Outro caso, este mais recente e de maior repercussão, foi o da boate Kiss, localizada no estado do Rio Grande do Sul, onde o número de mortos foi de 242 pessoas.

Os prejuízos econômicos causados por um incêndio variam dependendo do dano causado pelo mesmo, mas podem afetar de maneira significativa grandes empresas, levando ao fechamento de atividades, de forma temporária ou definitiva, ou até mesmo a falência. Um exemplo no Brasil, de acordo com Duarte et al (2007, p.8), empresas pernambucanas, que sofreram com incêndios entre 2003 e 2006, somaram mais de 30 milhões de reais de prejuízo.

Quanto aos danos estruturais, é preciso realizar uma análise sobre a gravidade e os danos causados. Isso ajudará no cálculo dos prejuízos, além de fundamentar ações futuras como reparo e prevenção. Algumas características, como materiais de construção utilizados, abertura para ventilação, distância do posto de bombeiros mais próximo e algumas atividades desenvolvidas no local podem aumentar os riscos de incêndio, de acordo com Seito et al (2008, p.69), e devem ser levadas em consideração.

• Quais são as principais normas e diretrizes sobre a presença de equipamentos

de segurança, no que se refere a prevenção do risco de incêndio?

• Qual o sistema de administração da companhia no Brasil? Como é feito o

gerenciamento de risco da empresa?

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1.3 Objetivos

Verificar os possíveis riscos e a segurança contra incêndio dentro de uma oficina de automóveis, em diferentes lojas da mesma montadora localizada no estado do Rio de Janeiro, por meio da aplicação de diferentes métodos de análise.

Será feito um levantamento de dados através de visitas ao local, junto com a determinação dos fatores de risco que potencializam ou aumentam a chance da ocorrência de acidentes e incêndios.

Determinar, também, fatores de proteção que vão além das medidas construtivas da edificação, e caso seja necessário, dependendo do resultado da análise de risco, medidas extras de segurança.

1.4 Conceitos Importantes

Existem diversas definições para o fenômeno do fogo, sendo uma delas proposta pela NBR 13860, onde ele é definido como o processo de combustão caracterizado pela emissão de calor e luz. Por isso, o fogo pode ser entendido como uma entidade gasosa emissora de radiação e decorrente da combustão. Esses conhecimentos básicos nos permitem auxiliar na tomada de devidas precauções em relação a incêndios.

O fator de ativação de um incêndio bem como o material combustível são características essenciais na determinação de sua classe. O Código de Segurança contra Incêndio e Pânico (COSCIP) do estado do Rio de Janeiro divide os tipos de incêndio em quatro classes diferentes, que serão explicadas no próximo capítulo.

Pode-se dizer que o incêndio tem início a partir do momento em que a reação de combustão se torna autossustentável e foge ao controle humano. A primeira etapa é chamada de ignição, a segunda de crescimento do fogo, a terceira, ignição súbita generalizada, e a quarta ou última fase denominada desenvolvimento completo.

2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Sistemas de Proteção Contra Incêndios

(12)

Os conhecimentos básicos relativos ao fogo permitem auxiliar na tomada de devidas precauções em relação a incêndios. No Brasil, a NBR 13860 define fogo como o processo de combustão caracterizado pela emissão de calor e luz. Desse modo, este pode ser entendido como uma entidade gasosa emissora de radiação e decorrente da combustão. Ou seja, em uma temperatura elevada, os gases podem se tornar ionizados para produzir plasma.

O triângulo do fogo é a representação dos três elementos necessários para iniciar uma combustão: o combustível que fornece energia para a queima, o comburente que é a substância que reage quimicamente com o combustível e a temperatura de ignição, que inicia a reação entre combustível e comburente.

Fonte:http://www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/fogo.htmff

Figura 01: Triângulo de fogo1

Atualmente, foi acrescentado ao triângulo mais um elemento: a reação em cadeia. Com isso, formou-se o tetraedro de fogo, cuja função didática é complementar o triângulo de fogo. Segundo Seito et. al. (2008), a interpretação é que cada uma das quatro faces representa um elemento do fogo e devem coexistir ligados para que o fogo se mantenha.

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Figura 02: Tetraedro do fogo

Devido a diferentes formas de extinção, os incêndios foram separados em classes:

i) Classe A – Fogo em materiais de fácil combustão (madeira, pano, borracha, plástico, etc.). Característica de queimar em função do seu volume, deixando partes cinzas, ou resíduos fibrosos. ii) Classe B – Fogo em líquidos inflamáveis ou gases. Queima apenas em superfície e não deixa resíduos.

iii) Classe C – Fogo em equipamentos elétricos (motores, aparelhos, televisores etc.). Poderá se tornar de classe A ou B se o combustível for desenergizado. iv) Classe D – Fogo em materiais que reagem com água, e de altas temperaturas,

como Magnésio, Alumínio e suas ligas.

Segundo Marques (2012, p.27) esse tipo de classificação é importante, pois ajuda a enfatizar a necessidade de prevenção e a avaliar melhor os riscos que um incêndio pode causar, além de ressaltar também um outro tipo de classe, a classe K, que dizem respeito a queima de óleos ou gordura de cozinha.

A exposição a um incêndio pode gerar morte, geralmente pela inalação dos gases ou por desmaio causado por eles, ou ainda pelas queimaduras que provocam graves consequências às pessoas atingidas. O princípio de incêndio, de acordo com uma classificação do Corpo de Bombeiros, é aquele que pode ser combatido facilmente pela população. Já um pequeno incêndio, só o próprio bombeiro conseguirá combater, aumentando sua dificuldade quando passa a ser médio ou grande.

A tabela abaixo mostra o número de ocorrências de incêndios no ano de 2015. O maior número de casos acontece em estabelecimentos comerciais, seguido de depósitos e indústrias. O foco do estudo de caso será em uma oficina de automóveis, onde também há um depósito de peças e funciona como uma loja.

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Figura 03: Tabela de ocorrências de incêndio

De acordo com Seito et. al. (2008), as incidências mais frequentes de incêndios, pequenos ou grandes, são em edificações. Alguns exemplos de início de ignição são: vazamento de gás de bujões com explosões, curtos-circuitos em instalações elétricas, manuseio de explosivos e outros produtos perigosos em locais não adequados, além de exemplos de acidentes domésticos, como esquecimento de utensílios como fogões e eletrodomésticos ligados.

Segundo Souza (2007) apud Antunes (2011), durante um incêndio no interior de uma edificação são gerados diversos cenários com perigo à saúde e a vida dos ocupantes. A fumaça reduz a visibilidade e prejudica assim a orientação das pessoas para escaparem em direção a uma área segura. As substâncias geradas como o dióxido de carbono (CO2), monóxido de carbono (CO) e ácido cianídrico (HCN) e a deficiência de oxigênio (O2), afetam a saúde das pessoas, prejudicando seu comportamento.

Foi exposto que as causas de incêndio são diversas, justamente por isso devese procurar diferentes meios de evitar e combater o incêndio, com o objetivo de evitar perdas patrimoniais, o que geraria uma despesa significativa, além de acidentes no trabalho. A prevenção do incêndio expressa tanto a educação pública quanto as medidas de proteção em um edifício.

A precaução contra o incêndio constitui-se em medidas que se destinam a prevenir a ocorrência do início do incêndio. As medidas de proteção, por sua vez, são aquelas que visam à proteção da segurança do trabalhador, da propriedade e dos danos causados aos bens materiais. Sobre aceitação de um projeto de proteção contra incêndio de um edifício, tem-se a seguinte figura:

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Figura 04: Fluxograma de sistema de proteção

Um sistema de proteção contra incêndio, conhecido por SPCI, é um sistema de proteção da propriedade, constituídos de elementos planejadamente dispostos e adequadamente interligados que percebem e fornecem informações de princípios de incêndio por meio de indicações sonoras e visuais, localizando o setor afetado e possibilitando a tomada de medidas com o tempo necessário para reduzir ao máximo os prejuízos causados.

De acordo com Antunes (2011), há dois tipos de proteção: ativa ou passiva. Para proteção ativa, as principais medidas são:

● Sistema de detecção e de alarme de incêndio ● Sistema de sinalização de emergência

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● Sistema de iluminação de emergência ● Sistema de controle da fumaça de incêndio ● Sistema de extintores de incêndio

● “Sprinklers” ou chuveiros automáticos

● Sistema de espuma mecânica para combate em alguns tipos de riscos

● Sistema fixo de gases limpos ou CO2, para combate em alguns tipos de riscos ● Brigada de incêndio

Os sistemas de proteção de diversas instalações são basicamente compostos de um painel de sinalização e comando interligado com sensores de área para detectar o princípio de incêndio (temperatura ou fumaça) e equipamentos fixos de combate (CO2, fire-pro, água, entre outros).

Existem diferentes dispositivos destinados a operar, quando influenciados por determinados eventos que precedem ou acompanham incêndios. Áreas onde há materiais incendiários ou áreas de difícil acesso adotam esse sistema de combate automático através de um aparelho de detecção. Alguns desses dispositivos são:

i) Detector de fumaça lineares e pontuais: Destinado a atuar quando ocorrer a presença de partículas e ou gases, visíveis ou não, produzidos por combustão. ii) Detectores Pontuais: Serve como um ponto de atuação, podendo variar pelo

seu posicionamento, forma de detecção ou até pelo seu fabricante.

iii) Sprinkler: Fabricados para atuar com o aumento da temperatura através de uma tabela pré-estabelecida, sinalizado através de cor.

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Figura 05: Classificação do Sprinkler

Fonte: slideplayer.com.br (acessado em dezembro de 2016)

O Sprinkler se difere um pouco dos demais detectores pois pode ser utilizado diretamente para combate, dependendo do projeto adotado e da forma de combate necessária. Eles estão interligados a uma rede de combate por água, onde havendo um aumento de temperatura o fluido interno no bulbo se dilata até romper e liberar o combate pontualmente.

Esse sistema pontual talvez não seja o mais eficiente caso o incêndio propague de forma rápida. Para esse problema, o melhor seria adotar um sistema de combate por inundação total. Dessa forma, o Sprinkler funcionaria apenas como um detector.

Detectores Lineares: Estes tipos de detectores, alguns deles chamados de detectores de alta sensibilidade, da mesma forma que os pontuais podem ser acionados por fumaça ou temperatura de acordo com seu projeto de instalação. Sua maior diferença está no funcionamento, como o próprio nome já fiz, este tem sua atuação definida por sua ramificação, onde também estão espalhados pelo ambiente através do projeto do local.

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Entre outros tipos de instrumentos que combatem o incêndio estão: difusores, extintores de incêndio, e o sistema dilúvio, já citado anteriormente. Este é um sistema de combate que descarrega água sobre uma área, através de bicos nebulizadores ou sprays. Porém, a extinção pode ser agravada com o uso da água, e nesse caso devese usar o método da espuma mecânica.

Alguns outros métodos de proteção, chamados de proteção passiva, podem ser bastante úteis com o objetivo de evitar o surgimento do fogo. Exemplos:

Inspeções, testes e manutenção: A manutenção é um ponto muito importante para sistemas de proteção contra incêndio, e a norma NBR17240 indica o mínimo necessário para inspeções e testes. Existem variáveis que só a manutenção consegue indicar, e ela deve ser feita de maneira diferente dependendo do tipo de edifício.

A NBR 14432 cita as exigências de resistência ao fogo de elementos construtivos de edificações. São condições a serem atendidas pelos elementos estruturais e de compartimentação que integram os edifícios para que, em situação de emergência, seja evitado o colapso estrutural. O tempo requerido de resistência ao fogo (TRRF) é obtido de acordo com o tipo de ocupação e carga conforme esta norma.

Para isso, existe a proteção passiva, que tem a finalidade de minimizar danos, pois não trabalha ativamente na contenção do princípio de incêndio, ela trabalha com a resistência dos materiais ao fogo, para conter a crise durante um tempo prédeterminado de acordo com as características de cada ambiente e cada material aplicado. São conhecidas também como vedações corta fogo ou compartimentação. Outros fatores que contribuem na contenção do incêndio e para segurança são: a) Saídas de Emergência: De acordo com a norma NBR 9077, as edificações

devem possuir saídas de emergência com os objetivos de facilitar a fuga caso haja um problema, e permitir acesso de auxílio externo para combate ao fogo. Algumas definições sobre as escadas da saída de emergência são:

● Não pode ter corrimão com arestas vivas, tábuas largas e outros. ● Deve ser dotada de corrimãos laterais

● Escadas com mais de 2,20m devem possuir corrimão intermediário

● Escadas externas de caráter monumental, podem, excepcionalmente, ter dois corrimãos laterais, independente da sua largura, sem o intermediário. b) Porta contra fogo: Regulamentada pela norma NBR 11.742, a porta contra

fogo tem a finalidade de minimizar danos, ou seja, é uma forma de proteção passiva, não trabalhando ativamente na contenção do princípio de incêndio.

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Ambos os sistemas devem ser equipados com acionadores de abertura manual, e é terminantemente proibido o uso de calços ou outros obstáculos que impeçam o livre fechamento.

2.2 Custos envolvidos em casos de incêndio

Foram vistos algumas das diversas causas de incêndio, e foram listados alguns dispositivos de proteção. E quando ocorrer o incêndio, quais seriam suas consequências? O prejuízo desse evento seria de fato enorme, podendo haver, como exemplo, perda de vidas, impacto ao meio ambiente, dano ao patrimônio, entre outros.

Há dificuldade em quantificar os custos, principalmente em edifícios residenciais e outras atividades que não possuem estrutura de gestão de riscos organizada. Existe uma maior base de dados sobre o assunto em grandes incêndios ocorridos em empresas, onde há tentativa de calcular os custos envolvidos, mas na maioria das vezes são subdimensionados e não divulgados.

Tem-se como exemplo o que aconteceu com a Exxol Mobil, segundo Natasha Madov e Carla Sasso Laki (site IG São Paulo, 25 de Abril de 2010). A companhia é dona do cargueiro Exxol Vadez que no dia 24 de março de 1989 naufragou no Estreito de Prince William, costa do Alaska, e causou um derramamento de 40 milhões de litros de óleo cru no oceano. A empresa teve que desembolsar mais de dois bilhões de dólares para limpar os trechos de costa contaminados, 300 milhões em indenizações para pescadores e moradores locais, além de 900 milhões em processos penais dos governos dos Estados Unidos e do Alasca. Ocorreu, ainda, uma ação civil de mais de 30000 vítimas do vazamento, que pedia 5 bilhões em indenizações, mas o Juiz da suprema corte americana considerou o valor abusivo e reduziu seu valor para 500 milhões de dólares. O custo do prejuízo causado era maior que o custo de todo patrimônio da empresa, o que levou suas ações a apenas um dólar após a catástrofe.

Para médias e grandes empresas, o lucro cessante em alguns equipamentos é maior que o custo de cada equipamento, ou seja, o valor de determinada máquina acaba sendo menor que o valor dela mesma parada. O lucro cessante é o prejuízo causado pela interrupção de qualquer atividade de uma empresa. No exemplo anterior, estes equipamentos devem ser vistos de forma estratégica na gestão de

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risco, pois pode ser pelo volume de material beneficiado, layout na empresa, quantidade de equipamento comparada pela produção (gargalo).

2.3. Casos reais e famosos de incêndios ocorridos

Segundo Carlson (2005), desde a Roma antiga até o grande incêndio ocorrido em Londres em 1666, os incêndios eram tidos como algo natural, assim como as doenças, e por isso não poderiam ser evitados, sendo considerados como azar ou punição divina. No exemplo de Londres, as chamas consumiram 436 acres, destruindo 80% da cidade, acabando com casas, igrejas e estabelecimentos.

Com o avanço da tecnologia, verificou-se que os incêndios podem e devem ser evitados. Houve uma melhoria progressiva, ainda em andamento, nas exigências realizadas pelos órgãos de controle, sobretudo no aspecto da prevenção. Apesar de todo o esforço, não existe risco zero, e ainda há diversos casos pelo mundo.

2.3.1 Gran Circo Norte-Americano, Niterói, Rio de Janeiro

O incêndio ocorrido no Gran Circo Norte-Americano em Niterói(RJ) é considerado o maior incêndio em perda de vidas no Brasil. No dia 17 de dezembro de 1961, vinte minutos antes de terminar o espetáculo, uma parte da lona pegou fogo, e em três minutos o toldo em chamas caiu sobre dois mil e quinhentos espectadores. Segundo Seito et. al. (2008), a ausência de certos requisitos de escape para os espectadores, como o dimensionamento e posicionamento de saídas, somado a inexistência de pessoas treinadas para conter o pânico e orientar a saída, foram as causas da tragédia. Muitos morreram queimados e pisoteados, as saídas sendo obstruídas pelos corpos amontoados. A origem foi intencional e criminosa, com o autor sendo julgado e condenado.

2.3.2 Incêndio na indústria Volkswagen do Brasil

O incêndio ocorrido em 1970 atingiu a ala 13, um edifício de três andares: no primeiro, havia estoque de materiais para tapeçaria como espumas e borrachas; no segundo, uma parte do sistema de pintura de latarias e estoque de pneus; e no terceiro, as cabinas de pintura. A ala 13 era o diferencial da VW, com ela a empresa se tornou a primeira fábrica de automóveis da América Latina a contar com sistema

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de pintura em eletroforese, trazido da Alemanha. O sistema levou cinco anos para ser instalado e custou milhões de dólares. A hipótese mais aceita para a causa do incêndio foi uma fagulha, gerada por equipamento de solda, furadeira ou curto-circuito.

A fagulha atingiu material da tapeçaria e se alastrou para um tambor de solvente. A brigada de incêndio da VW conseguiu apagar o fogo na tapeçaria, mas logo perdeu o controle quando este chegou ao sistema de pintura. Quando alcançou os dois tambores com 240 mil litros de tinta no terceiro andar, formou-se uma gigantesca bola de fogo e um dos maiores incêndios da história do país, visível a 20 quilômetros de distância, com uma vitima fatal.

Segundo Seito et. al (2008), até o ocorrido nenhum grande incêndio em edificação havia impactado a abordagem que o Poder Público e especialmente as seguradoras faziam do problema no Brasil. Acreditava-se que o padrão de construção em alvenaria, aliado à ocupação litorânea de uma área com alta umidade relativa do ar, se não impedem, ao menos minimizem a possibilidade da ocorrência de grandes incêndios.

2.3.3. Incêndio na fábrica da Nestlé

Incêndio na fábrica da Nestlé provoca prejuízo de R$ 90 milhões como informado pela milkpont, site especializado na cadeia produtiva do leite em postado em 26/09/2001. O incêndio que destruiu a maior parte do Centro de Distribuição da Nestlé em São Bernardo do Campo (SP), trouxe prejuízo, com a queima de 17 mil toneladas de alimentos.

Segundo informações da Nestlé, foram destruídos 30 mil metros quadrados do centro: 66% da área total do local, que tinha capacidade de armazenar 25 mil toneladas de produtos. Trezentas pessoas trabalhavam no local, mas ninguém ficou ferido.

A Nestlé afirmou na época que todos os sistemas de segurança das unidades seriam aprimorados, apesar de serem considerados eficientes. A empresa rebateu informações de que existiam falhas de segurança, como extintores sem pressão e laudo de segurança vencido.

2.3.4 Incêndio na Boate Kiss

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O incêndio na boate Kiss culminou com a morte de 242 pessoas, além de 116 feridos, após o fogo começar dentro da casa noturna da cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, causado pelo acendimento de um sinalizador por um integrante de uma banda que se apresentava no momento.

O acontecido iniciou um debate no Brasil sobre a segurança e o uso de efeitos pirotécnicos em ambientes fechados, além da responsabilidade da fiscalização dos locais entrar em debate. Houve manifestações nas imprensas nacional e mundial, que variaram de mensagens de solidariedade a críticas sobre as condições das casas noturnas no país e a omissão das autoridades.

2.4 Legislações sobre incêndio

A segurança contra incêndio no Brasil tem estado em evidência nas últimas décadas em função de grandes sinistros ocorridos, e apesar dos frequentes trabalhos realizados na área, muito ainda deve ser discutido e introduzido nas regulamentações para atingir um nível aceitável de segurança.

Quando se trata de legislação sobre sistema contra incêndio, é muito importante buscar paralelos e exemplos no exterior, servindo assim de referência para adaptação de normas brasileiras. Para tanto podemos citar os Estados Unidos (EUA), que possui uma entidade nacional a NFPA que, desde 1897, produz textos básicos indicativos do nível de segurança contra incêndio.

A associação nacional de proteção de incêndio, NFPA, é uma organização norte americana, que tem como missão reduzir as perdas devidos à tragédias causadas pelo fogo, fornecendo e defendendo por consenso: código, padrões, normas, pesquisa, treinamento e educação. De acordo com o site, atualmente a associação conta com mais de oitenta e um mil membros individuais em todo mundo, e mais de oitenta companhias americanas e organizações profissionais. A NFPA é uma referência internacional, possui mais de duzentas normas em sistema contra incêndio, entre elas o código de segurança a vida e o código nacional de instalações elétricas NFPA 70.

2.4.1. Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)

(23)

O Governo Federal, nos últimos anos, vem publicando normas e leis atualizadas. Dentre as Normas Regulamentadoras (NR), duas podem ser indicadas: a NR 23 - proteção contra incêndios e a NR 10 - Segurança em instalações e serviços em eletricidade. As Normas Regulamentadoras são integrantes do conjunto das normas do MTE, que foram criadas para garantir a segurança do trabalhador, com base nas prescrições amparadas pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). O ponto mais importante dessas normas corresponde ao treinamento de pessoas para a prevenção e combate a princípios de incêndios.

A NR 23 - Proteção Contra Incêndios dispõe que todas as empresas deverão possuir medidas de prevenção, proteção e combate contra incêndio, como pessoas treinadas no uso correto dos equipamentos, treinamento de brigada de emergência, entre outros.

2.4.2 Código de Segurança contra incêndio e pânico - COSCIP

No Estado do Rio de Janeiro, compete ao Corpo de Bombeiros, por meio de seu órgão próprio, estudar, analisar, planejar, exigir e fiscalizar todo o serviço de segurança contra incêndio e pânico, na forma estabelecida no COSCIP, Decreto número 897, de 21 de setembro de 1976.

2.5. Métodos de Avaliação de Risco de Incêndio

O perigo é a condição ou característica intrínseca à substância, instalação, atividade ou situação que pode vir a causar um dano à pessoa ou a estrutura. O risco é a incerteza associada ao perigo, ou seja, é a probabilidade de haver perda às pessoas, ao meio ambiente ou ao patrimônio, numa situação de perigo, segundo Moura (2002) apud Zaguini, (2012).

A análise dos riscos consiste num exame sistemático da atividade ou instalação, com a finalidade de definir e hierarquizar forma de controle para mitigação dos impactos à saúde humana, qualidade de vida, solo, ar, água, flora e fauna, etc.

2.5.1. Métodos Qualitativos, Quantitativos e Semi-Quantitativos

(24)

A avaliação de riscos de incêndio e sua propagação é objeto de estudos de diversos autores, que buscam uma forma de calcular, de maneira mais exata, qual seria a real necessidade dos equipamentos de prevenção e combate e os meios materiais e de pessoal que deveriam ser exigidos para as edificações, além de poderem ser utilizados para verificar a segurança à vida e ao patrimônio.

No estudo publicado na Revista Internacional de engenharia de código de incêndio baseado em desempenho, “International Journalon Engineering

Performance-Based Fire Code”, os autores Hadjisophocleous e Fu (2004) apresentam uma revisão de trabalhos recentes na área de avaliação de risco de incêndio e sua aplicação. Os métodos são classificados em qualitativos, quantitativos e semiquantitativos.

Os métodos qualitativos são utilizados para identificar os eventos mais perigosos, fornecem valores numéricos para estabelecer priorização dos riscos. Exemplo de alguns desses métodos: HAZOP, What-If, Matriz SWOT, FMEA e demais check-lists. Já os métodos semi-quantitativos são utilizados para determinar o risco relativo associado aos eventos indesejados. Neste tipo de metodologia, os perigos são classificados de acordo com um sistema de pontuação tal como o sistema Gretener. No que se refere aos métodos quantitativos, são mais extensos e trabalhosos, neste nível pode ser feita uma distinção entre uma análise determinística e uma análise probabilística. A primeira se concentra em descrever os riscos em termos das consequências, e a segunda determina a quantificação do risco com base em frequência.

Um pressuposto básico dos métodos semi-quantitativos, ou método de indexação, é baseado em que um número relativamente pequeno de fatores é responsável pela maior parte dos problemas de proteção contra qualquer tipo de risco.

De acordo com Pignatta e Silva e Coelho Filho (2007) o método de Gretener é um dos métodos de avaliação de risco mais conhecidos e experimentados internacionalmente.

2.5.2 Avaliação do risco de incêndio - Método de Gretener

O Método de Gretener baseia-se na utilização de fórmulas matemáticas integradas com utilização de uma tabela de dados. Através de uma análise do processo de incêndio, determinando os fatores que propagam o desenvolvimento

(25)

deste. Avalia os riscos de ativação em função do tipo de ocupação do edifício e ainda avalia a contribuição das medidas de segurança para a redução do risco presente nos edifícios (MUCULO, 2013).

É aplicável a situações onde exista uma construção que possa ser considerada como edifício, como, por exemplo, museus, locais de espetáculos, hospitais, hotéis, indústria, comércio, entre outras.

A origem do nome se dá em função de seu criador, o engenheiro Max Gretener, diretor da Associação de Proteção Contra Incêndio da Suíça, que em 1960 começou a estudar a possibilidade de calcular o risco de incêndio em indústrias e grandes edifícios. Seu método foi publicado em 1965, visando antender às necessidades das companhias de seguro. Em 1984, a SIA (Societé Suisse dês Ingénieurs et dês Architectes) publicou o documento SIA-81, “Método de avaliação de risco de incêndio”, tendo por base os trabalhos de Gretener revisado por um grupo de especialistas das companhias de seguro privadas e estatais, além da própria SIA. O grupo adaptou o método ao atual conhecimento e experiência suíça e internacional.

No Brasil, a NBR 14432:2000 permite o emprego do método de Gretener, desde que adequado à realidade brasileira. Essa adequação foi o objetivo da Comissão de Estudos da ABNT CE-24:201-03, que, após anos de debates, optou por esse método para estabelecer um índice global de segurança.

A publicação “Índice de segurança contra incêndio em edificações”, de Pignatta e Silva e Coelho Filho (2007) tem como objetivo fornecer uma proposta de normalização brasileira do procedimento de cálculo de índice de segurança contra incêndio em edificações com base no método de Gretener. O índice é composto de fatores que dependem da adução de água, treinamento, extintores, hidrantes, detecção, chuveiros automáticos, transmissão do alarme, brigada contra incêndio, dimensões do edifício, mobilidade das pessoas, etc. A grande diferença são as tabelas que o método utilizará, e a adaptação proposta utiliza um metodo analítico em que cada fator interveniente é determinado a partir de expressões. De acordo com Antunes (2011), o método original tabular e sem interpolações introduz descontinuidades que inexistem na prática. Dessa forma, pequenas variações de dimensões geométricas podem conduzir a grandes variações nos resultados.

A equação fundamental da análise global de risco é dada pela equação:

γ = S/R

(26)

γ: coeficiente de segurança contra incêndio S: Segurança contra incêndio; medidas normais; R: Risco global de incêndio

Na equação, γ mede o eventual desequilíbrio entre a segurança contra incêndio, além do próprio risco. Numa situação favorável à segurança tem-se γ>= 1, caso contrário γ<1.

No Brasil, há diversos trabalhos científicos que utilizam a metodologia de Gretener, como, por exemplo, o de Claret (2006), que no estudo publicado “Análise de risco de incêndio em sítios históricos” destaca o fato deste no início ser um fator aleatório, ou seja, fora de controle do homem, mas a severidade e suas consequências não são. Nesse sentido, o índice calculado pelo método de Gretener pode servir de justificativa para a permuta entre exigências legais de dispositivos de segurança.

Outro trabalho de grande relevância na área é o de Araújo (2004), que aplicou a metodologia de Gretener para determinar o risco global de incêndio em 29 edificações de um bairro em Ouro Preto - MG. O estudo da autora contribuiu para a edição da Instrução Técnica - 35 do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Minas Gerais, e virou referência no que diz respeito ao combate e à segurança contra fogo em edificações históricas. 3. METODOLOGIA DA PESQUISA

(27)

3.1 Procedimentos de Cálculo

O procedimento de cálculo a seguir é o Método de Gretener adaptado por Pignatta e Silva Coelho Filho (2007).

O Fator global de segurança 𝑦𝑛 deve ser determinado pela expressão 2: 𝑛.𝑠.𝑒 𝑦𝑓𝑖 = 1,3 (2) 𝑟.𝑚.𝑖

Tabela 1: Fatores componentes de Gretener:

N é um fator que depende das medidas normais de proteção

S é um fator que depende de medidas especiais de proteção

E é um fator que depende das medidas construtivas de proteção da edificação

R é um fator associado ao risco de incêndio

M é um fator associado á mobilidade das pessoas:

I é um fator que considera o risco de ativação do incêndio em função do tipo de uso do compartimento.

Fonte: Pignatta e Silva e Coelho Filho (2007)

Medidas normais de proteção (N)

O fator N é Calculado por meio de:

𝑁 𝑛𝑖

Sendo n¹ a 𝑵𝟏 a 𝑁5 conforme os subitens a seguir:

Extintores portáteis (𝑁1 )

Tabela 2: Extintores Portáteis

(28)

Presença de extintores portáteis, conforme a NBR 12693: 1993 (ABNT, 19993).

𝑛1

Suficientes 1

Insuficientes ou inexistentes 0,9

Fonte: Pignatta e Silva e Coelho Filho (2007)

A NBR 12693: 1993 fixam as condições exigíveis para projeto e instalação de sistemas de proteção por extintores portáteis e/ou sobre rodas, deve ser projetada considerando-se a classe de risco a ser protegida e respectiva área, Natureza do fogo a ser extinto, o agente extinto a ser utilizada, a capacidade extintora do extintor e a máxima distância percorrida.

Para utilização da norma é classificada a natureza do fogo e classes dos riscos. A natureza do fogo se dá em função do material combustível. Compreendida em 04 classes.

a) Fogo classe a: fogo envolvendo materiais combustíveis sólidos que queimam em superfície e profundidade, deixando resíduos:

b) Fogo classe b: Fogo envolvendo líquidos e/ou gases inflamáveis ou combustíveis: c) Fogo classe c: fogo envolvendo equipamentos e instalações elétricas energizadas: d) Fogo classe D: fogo em metais combustíveis.

Já a classificação dos riscos isolados leva consideração a Tarifa de Seguro Incêndio do Brasil T.S.I.B. divide-se em três classes, de acordo com a natureza de suas ocupações. A TSIB é editada pelo IRB Resseguros, e pode ser adquirida no site da empresa, não sendo autorizada sua reprodução.

a) Classe A (risco pequeno) classes de ocupação pela TSIB, 01 e 02 excluídas os depósitos, que devem ser considerados como classe b:

b) Classe B (risco médio) classe de ocupação pela TSIB, de 03 a 06. Inclusive os depósitos os depósitos de classe de ocupação 01 e 02.

c) Classe c (risco grande) classes de ocupação pela TSIB, 07 a 13. De acordo com a natureza do fogo, os agentes extintores devem ser selecionados entre constantes na tabela 3 a seguir:

(29)

CLASSE FOGO ÁGUA ESPUMA QUÍMICA ESPUMA MECÂNICA GÁS CARBÔRNICO (CO2) PÓ B / PÓ A/B/C HIDROCARBONETOS HALOGENADOS

A (A) (A) (A) (NR) (NR) (A) (A)

B (P) (A) (A) (A) (A) (A) (A)

C (P) (P) (P) (A) (A) (A) (A)

D Deve ser verificada a compatibilidade entre o metal combustível e o agente extintor

(A) Adequado á classe de fogo

(NR) Não recomendado á classe de fogo (P) Proibido á classe de fogo

Tabela 3. Seleção do agente segundo a classificação do fogo. Fonte NBR 12693: 1993

Alguns aspectos devem ser observados na localização dos extintores. Que podem ser locados interna ou externamente à área de risco a ser protegida, por exemplo, não devem ser obstruídos por pilhas de mercadoria ou qualquer outro.

Para fogo classe A, a capacidade extintora mínima e as distâncias máximas a serem percorridas, para as classes de riscos isolados são previstas na tabela 8 a seguir.

Tabela 4: Determinação da unidade extintora, área e distancia a serem percorridas para fogo classe A:

Risco Pequeno Risco Médio Risco Grande

Unidade Extintora

Área máxima protegida Pela capacidade extintora

270 m² 135 m² 90 m²

Área máxima protegida por extintor

800 m² 800 m² 800 m²

Distância máxima á ser percorrida até Extintor

20 m² 20 m² 20 m²

Fonte NBR 12693: 1993

Vale lembrar que a capacidade extintora do extintor (Ex: 2A 4ª) é aquela declarada em seu quadro de instruções, reconhecida através de marca nacional de conformidade avaliada conforme as NBR 9443 e NBR 9444.

(30)

Para fogo classe B, categoria 1 (com profundidade ate 6 mm), a unidade extintora mínima e as máximas distâncias percorridas estão previstas na tabela 9.

Tabela 5: Determinação da unidade extintora e distancia a ser percorrida para fogo classe B. Tipo de Risco Unidade Extintora Distância Máxima a ser Percorrida (m) Pequeno 10B 10 20B 15 Médio 20B 10 40B 15 Grande 40B 10 80B 15 Fonte NBR 12693: 1993

Já o fogo classe B, categoria 2 (com profundidade superior a 6 mm), deve ser considerada a proporção de 20 B para cada metro quadrado de superfície de líquido inflamável e a distância máxima a ser percorrida não deve ser maior do que 15 metros. Para fogo classe c devem ser utilizados agentes extintores não condutores de eletricidade e não há disponível na norma a maior distância a ser percorrida.

Por fim, para fogo classe D, a determinação do tipo e quantidade de agente extintor deve ser baseada no metal combustível especifico e a distância máxima a ser percorrida é de 20 metros.

Existem algumas recomendações para instalação, onde os extintores devem ser instalados de maneira que:

a) Haja menor probabilidade de fogo bloquear se acesso:

b) Seja visível para que todos os usuários fiquem familiarizados com a sua localização: c) Permaneça protegido contra intempéries e danos físicos em potencial:

d) Não fique obstruído por pilhas de mercadorias, matérias primas ou qualquer outro material: e) Esteja junto ao acesso dos riscos:

f) Sua remoção não seja dificultada por suporte, base abrigo, etc.: g) Não fique instalado em escadas.

(31)

Hidrantes prediais (𝑁2 )

Tabela 6. Hidrantes prediais

Presença de hidrantes prediais suficientes para uma primeira inversão de pessoas treinadas, conforme a NBR 13714. 2000 (ABNT, 2000ª). (𝑵𝟐 ) Suficientes 1 Insuficientes ou inexistentes 0.8

Fonte Pignatta e Silva e coelho Filho (2007)

A NBR 13714:2000 fixa as condições mínimas exigíveis para dimensionamento, instalação, manutenção, aceitação e manuseio, bem como as características, dos componentes de sistemas de hidrantes e de mangotinhos para uso exclusivo de combate a incêndio. As edificações com áreas construídas superiores á 450 m² e/ou altura a 12 metros devem ser protegidas por sistemas de mangotinhos ou de hidrantes conforme estabelecido na tabela do anexo III.

Adução de água (𝑁3).

𝑁3 È um fator associado á confiabilidade de adução de água e determinado por meio de expressão 3.

𝑁3= (1,5p + 0,4) r(3)

Tabela 7. Pressão de saída no hidrante P: pressão de saída n hidrante

Tabela 8: Informação sobre o reservatório de agua

R= 1,00 para reservatório elevado com reserva de água de incêndio conforme a NBR 13714:2000 ou reservatório subterrâneo com bomba de incêndio subterrânea

independente da rede elétrica;

R= 0,90 para reservatório elevado sem reserva de agua e incêndio, com bomba de incêndio subter. rania independente da rede elétrica

R= 0,85 Para bombeamento independente da rede elétrica, sem reservatório: R= 0,70 Para bombeamento dependente da rede elétrica, sem reservatório: R= 0,60 para aguas naturais.

(32)

Fonte Pignatta e Silva e Coelho Filho (2007) Hidrante público (𝑵𝟒 ).

𝑁4 É um fator associado á presença de hidrantes públicos e determinado por meio da expressão 4

370−𝒅𝒉

𝒏𝟒 = 300 (4)

Tabela 9: Distância do Hidrante público à entrada do edifício (m). 𝒅𝒉 Distância do hidrante público á entrada do edifício em

metro

Se 𝒅𝒉 ≥ 100m adota-se 𝒅𝒉 = 100m Se 𝒅𝒉 ≤ 70 m adota-se 𝒅𝒉 = 70m Fonte Pignatta e Silva e Coelho Filho (2007)

Treinamento (𝒏𝟓 ) Tabela 10: Treinamento Pessoal treinado* 𝒏𝟓 Disponível 1 Inexistente 0,8

Pessoal treinado conforme a NBR 14726.1999 (ABNT), Habituado a manipular os. Extintores portáteis e hidrantes localizados na edificação que conheça dentro dos Limites da sua edificação, as possibilidades de fuga e salvamento após alarme.

Fonte Pignatta e silva e coelho Filho (2007)

Medidas especiais de proteção (S)

O fator S é calculado por meio de:

𝑠 𝑠𝑖

Sendo 𝑛1 a 𝑠6 conforme os subitens a seguir:

Modo de Detecção (𝑠1 )

Tabela 11: Fator associado ao modo de detecção do fogo

𝑠1 Fator associado ao modo de detecção do fogo

Modo 𝑠1

Vigilância noturna e em fins de semana com pelo menos, Duas rondas

(33)

Vigilância noturna e em fins de semana com, pelo menos, rondas a. Cada duas horas.

1,10

Detecção automática conforme a NBR 17240 (ABNT, 2010). Com trans 1,45 Missão a um posto ocupado permanentemente.

Chuveiros automáticos conforme a NBR 10897: 1990 1,20

Demais casos 1,00

Obs.: Em casos em que há mais de um modo de detecção deverá ser adotado o maior valor de 𝑠1

Fonte Pignatta e Silva e Coelho Filho

Transmissão do alarme (𝑠2 )

Tabela 12: Fator associado ao modo de transmissão do alarme

𝑠2 Fator associado ao modo de transmissão do alarme.

MODO 𝑠2

Há um posto (portaria) ocupado permanentemente por, pelo menos, um Pessoas com acesso ao telefone

a1,05

Há um posto ocupado permanentemente por, pelo menos, duas pessoas Com acesso a um telefone.

1,10

Demais casos 1,00

Qualidade do corpo de Bombeiros (𝑠3 )

𝑠3 É um fator associado á qualidade do corpo de bombeiros local e da brigada contra incêndio, determinado por meio da expressão 5.

𝑠3 = + 𝑆𝑏 +10𝑆𝑐𝑏 (5)

Tabela 13: Brigada de Incêndio

Brigada de Incêndio 𝑠3

Brigada contra incêndio, formada por pelo menos, 10 pessoas treinadas pa Extinção, durante a jornada de trabalho.

1

Brigada contra incêndio, formada por, pelo menos 20 pessoas treinadas pa Extinção durante a jornada de trabalho com comandante

2

(34)

Idem ao anterior, com grupo de quatro pessoas de plantão nos fins de sem 4

Se não houver brigada de incêndio -1

Fonte pignatta a Silva e Coelho filho (2007).

Tabela 14: Corpo de Bombeiros

Corpo de Bombeiros 𝑠3

Se o Corpo de Bombeiros não se enquadrar nas categorias abaixo ou na Inexistência de corpo de Bombeiros.

1

Se o corpo de Bombeiros possuírem, pelo menos, 20 pessoas treinadas qu Possam ser convocado pelo telefone, plantão aos fins de semana e equipe De intervenção motorizada:

2

Idem ao anterior, com caminhão pipa e bombeamento: 3

Idem ao anterior, com caminhão de pelo menos 1.200 litros: 3,5

Idem ao anterior, com caminhão de pelo menos 2.400 litros. 4,0

Se houver equipe de bombeiros em plantão permanente, alojados em case na zona urbana, preparados para atender as necessidades da região.

6

Fonte Pignatta e Silva e Coelho Filho (2007)

Tempo resposta 𝑠4

𝑠4 É um fator associado ao tempo- resposta do corpo de bombeiros e determinado por meio 𝑑𝑎 𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 6. (5−𝑆𝑏 )+( 6−𝑑 𝑐𝑏) 𝑠4=1+ 90 (6)

𝑠4 = 1,00 se houver chuveiros automáticos.

Para este item foi adquirida uma velocidade de 24 Km/h para a viatura do corpo de bombeiros.

Tabela 15: Distância ao corpo de Bombeiros em quilometro. 𝑑𝑐𝑏 Distância ao corpo de bombeiros quilômetro

𝑆𝑒𝑑𝑐𝑏 ≤ 6𝑘𝑚 Adota-se 𝑑𝑐𝑏 = 6 km

Se 𝑑𝑐𝑏 ≥12 km adota-se 𝑑𝑐𝑏 =12 km

Inexistência de corpo de bombeiros adota-se 𝑑𝑐𝑏 =12

(35)

Fonte pignatta e silva e coelho filho (2007)

Extinção 𝑠5

Tabela 16: Fator associado ao tipo de equipamentos de extinção. 𝑠5 : Fator associado ao tipo de equipamentos de extinção

𝑠5

Chuveiros automáticos com verificação anual 2,00

Chuveiros automáticos 1,70

Proteção automática de extinção a gás 1,35

Nos outros casos 1.00

Fonte pignatta e silva e coelho filho (2007)

Exaustão (𝑠6)

Tabela 17: Fator associado ao tipo de equipamentos de exaustão de calor e fumaça.

𝑠6 Fator associado ao tipo de equipamentos de exaustão de calor e fumaça

𝑠6

Há exaustor de fumaça e de calor 1,2

Demais casos 1,0

Fonte: Pignatta e silva e coelho filho (2007)

Medidas construtivas de proteção (E)

O fator E é calculado por meio de:

𝐸 𝑒𝑖

Sendo 𝑒1a 𝑒4 definidos conforme os subitens a seguir.

Estruturas (𝑒1)

𝑒1É um fator associado á resistência ao fogo das estruturas e determinado por meio de:

e1 = 1 + TRF 200𝑒 (7)

TRF𝑒 É o tempo de residência ao fogo das estruturas, em minuto, determinado conforme a NBR 15200:2004 (ABNT, 2004) para estruturas de concreto e conforme a NBR 14323:1999 para estruturas de aço. Para estruturas formadas por outros

(36)

materiais. Deverão ser utilizadas as normas brasileiras apropriadas ou, na sua ausência, normas estrangeiras consagradas internacionalmente. Deve ser adotado TRF𝑒=60 min para TRF𝑒≥ 60 min.

A NBR 15200:2004 é um método bastante prático para verificar o atendimento as dimensões mínimas das estruturas de concreto, em função do tipo de elemento estrutural e do TRRF (tempo requerido de resistência ao fogo). As dimensões mínimas são normalmente a espessura das lajes, a largura das vigas, as dimensões das seções transversais de pilares e tirantes e principalmente a distância entre o eixo da armadura longitudinal e a face do concreto exposta ao (c¹).

Os ensaios da norma mostram que em situação de incêndio as peças de concreto rompem usualmente por flexão ou flexo-compressão e não por cisalhamento. Por isso considera-se apenas a armadura longitudinal nesse critério.

Segue tabela 18 com as dimensões mínimas para lajes de concreto apoiadas em vigas e respectivos TRRF. As demais tabelas pertinentes ao assunto estão listadas no anexo IV.

Tabela 18: Dimensões mínimas para lajes de concreto apoiadas em vigas. TRRF Min h* mm C¹ mm

Armada em duas direções Armada numa Direção 30 60 10 10 10 60 80 10 15 20 90 100 15 20 30 120 120 20 25 40

*Dimensões mínimas para garantir a função corta-fogo. Fonte NBR 15200:2004

A NBR: 199 trata do dimensionamento de estruturas de aço e de estruturas mistas aço-concreto e edifícios. A resistência em situação de incêndio de laje de concreto com fôrma de aço incorporada, com ou sem armadura adicional, pode ser considerada de no mínimo 30 minutos, desde que seja verificado o critério de isolamento térmico. Para que seja atendido o critério de isolamento térmico, a espessura efetiva a laje, h𝑒𝑓 Deverá ser maior ou igual ao valor dado na tabela 23, conforme o tempo requerido de resistência ao fogo.

Tabela 19: Espessura efetiva mínima Tempo requerido de Resistência ao Fogo (minuto)

Espessura efetiva mínima h𝑒𝑓 (mm)

(37)

30 60 60 80 90 100 120 120 Fonte NBR 14323:199 Fachada (e2)

e2 É um fator associado à resistência ao fogo das fachadas e determinado por meio da expressão 8.

e2 = 1 + TRF 200𝑓 (8)

TRF é o tempo de resistência ao fogo das paredes que compõem a fachada, em minuto. Deve ser adotado TRF, = 60 min para TRF, ≥ 60 min.

Para o uso desse método, há necessidade de se respeitarem as exigências de compartimentação vertical na região das fachadas, ou seja, peitoril de 1,20m ou marquise de 90 cm, ou uma composição das duas, quanto permitida pela legislação local. Em caso contrário. Deve-se usar e2 igual a 1.

Lages (e3)

e3 É um fator associado á resistência ao fogo de vedação horizontal (lajes) e determinado, para ligações verticais (escadas ou outras aberturas ligando dois andares) fechadas, por meio da expressão 9.

Quando a ligação vertical for aberta, e3 deve ser tomado igual a 1. Quando a ligação vertical for aberta, porém protegida (por chuveiros automáticos ou fechamento da abertura), os valores calculados pela expressão 9 devem ser reduzidos de 0,1. Mantendo-se e3 ≥1.

e3 = e1 - 0,05 ≥ 1,00 (9)

Substituindo-se TRF𝑒 por TRF𝑣 que é o tempo de resistência ao fogo das lajes, em minuto.

Célula corta fogo (e4 )

(38)

e4 É um fator associado às dimensões das células corta-fogo e determinado por meio da expressão x. Células são subdivisões de um compartimento, com no máximo 200m² e resistência ao fogo dos elementos de vedação de no mínimo 30min.

e4 = 3000 𝑣750+800−𝐴𝑐 (10)

V é a relação entre a área de ventilação e a área de piso do compartimento:

A𝑐 É a área da maior célula em metro quadrado.

e4 Deve estar situado no intervalo, conforme expressão 11: 1,0 ≤ 𝑒4≤ 1,45 _ 1000 𝐴𝐶 (11)

Não havendo células, 𝑒4 devem ser tomados igual 1,0.

Risco de Incêndio

Fator R é calculado por meio da expressão 12 os termos da expressão 12. Os termos da expressão 12 são determinados conforme e os itens Carga de Incêndio mobiliária a Área do compartimento.

R= q.c.f.k.i.h.a. (12) Carga de incêndio mobiliária (q)

Q é um fator associado à carga de incêndio mobiliária e determinado por meio da expressão 13.

q = 2⁄3 log (𝑞𝑓𝑖 ) - 0,5 (13)

𝑞𝑓𝑖 É carga de incêndio (mobiliaria) especifica MJ/m², em relação á área de piso, determinada conforme a tabela de anexo V.

Combustibilidade (c)

C é um fator associado á combustibilidade da carga de incêndio e determinado por meio da tabela do Anexo V. o fator de combustibilidade c quantifica a inflamabilidade e a velocidade de combustão dos materiais combustíveis presentes no compartimento em estudo. Deve ser considerado o material com maior valor de “c“. Desde que esse material represente pelo menos 10% da carga de incêndio compartimento.

(39)

Enfumaçamento (f)

F é um fator associado ao enfumaçamento causado pela carga de incêndio e determinado por meio da tabela do Anexo V. fator enfumaçamento f quantifica os materiais que queimam com desenvolvimento de fumaça intensa. Deve ser considerado o material com maior valor de “f”, desde que esse material represente pelo menos 10% da carga de incêndio do compartimento. Se houver material fortemente esfumaçante, mas para 𝑄𝑓𝑖 < 10%, 𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎 − 𝑠𝑒 𝑟 = 1,1.

Toxicidade (k)

K é um fator associado à toxicidade dos gases e determinado por meio da tabela A.1. O fator de toxicidade k designa os materiais que, quando queimados, produzem gases corrosivos e tóxicos (envenenamento). Deve ser considerado o material com maior valor de “k” desde que represente pelo menos 10% da carga de incêndio do compartimento. Se houver material que produz gases fortemente tóxicos, mas para 𝑄𝑚 <10%, adota-se k =1,1.

Carga de incêndio imobiliária (i)

I é um fator associado à carga de incêndio imobiliária, associado à parte combustível contida nas partes da construção do edifício e sua influência na propagação do incêndio, sendo:

I = 1,0 no caso de elementos de fachada, telhado e estrutura constituídos por materiais incombustíveis:

I = 1,1 idem ao anterior, mas com estrutura de madeira com tempo mínimo de resistência ao fogo conforme a NBR 14432:2000: e.

I = 1,2 para os demais casos.

Se os elementos de fachada ou telhado forem constituídos de material combustível disposto em camadas, sendo a externa incombustível, deve-se acrescentar 0,05 ao valor de i determinado anteriormente. Se os elementos de fachada ou telhado forem constituídos de material combustível, tais como madeira ou materiais sintéticos, devese acrescentar 0,1 ao valor de i determinado anteriormente.

Cota do compartimento (h)

(40)

H é um fator associado á costa do andar do compartimento considerado e determinado por meio das expressões 14,15 e 16.

Para edifícios térreos: ( ) ( 𝑄𝑓𝑖 − 200) + 1 h = (14) 1000 Onde:

h é a maior altura livre interna do edifício, em metro:

𝑄𝑓𝑖 É a carga de incêndio (mobiliaria) especifica em MJ/m², em relação à área de piso, determinada conforme a Tabela A.1; e.

H está situado no intervalo 1,00 ≤ h ≤ 1,50. Para edifícios de múltiplos andares:

H = 1,15 (log H) + 0,3 (15)

Onde:

H é distância entre o nível do terreno e o nível superior da laje do piso do compartimento:

O parâmetro h está situado no intervalo 1,00 ≤ h 2.5

Para andares em subsolo:

H = 3,35 (log H) - 0,6 (16)

Onde:

H é a distância entre o nível do piso do andar do compartimento, no subsolo, e o nível do terreno.

Área do compartimento (A)

A é um fator associado à área do compartimento e considera a probabilidade de prorrogação horizontal de um incêndio e a influência das possibilidades de acesso do corpo de Bombeiros. È determinado pela expressão 17 e 18.

Para a ≤ 0,12 A = 0,35 (2+7⋉ -⋉²) (17) Para a > 0,12 A= 0,4 - ⋉ + 50 ⋉ ² (18) Onde:

(41)

⋉= A/10.000 (19) Sendo a≤ 5,00.

Para compartimentos localizados junto às fachadas do edifício em andar inferior ou igual ao sétimo, os valores de A podem serem divididos por (I/b) 1⁄3·, onde I e b São, respectivamente, comprimento e a largura do compartimento.

Mobilidade (M)

M é um fator associado à mobilidade das pessoas, determinado conforme a expressão 20. Deve ser aplicadas a museus, lojas de departamentos, serviços de hospedagem, locais para exposições, locais de entretenimento, salas para reunião salas para reunião, restaurantes, escolas e serviços de saúde. Deve estar situado no intervalo 1≤ m ≤ 2,5. M = ℎ𝑏 (20) 13 𝑙𝑜𝑎𝐴 6 Onde:

A é a área do compartimento, em metro:

H é a distancia entre o nível modo terreno e o nível superior da laje do piso do compartimento; e. β = 9 para serviços de hospedagem,

𝛽 = 10 para museu, loja de departamentos, local para exposição, local para entretenimento, sala para reunião, igreja, restaurante e escola.

𝛽 = 11 para serviços de saúde.

Para outros usos, ver Tabela Anexa V. Para os usos em que não for fornecido o valor de 𝛽, usar M=1.

Risco de ativação de incêndio (I)

O fator I considera o risco de ativação do incêndio em função do tipo de uso do compartimento, determinado por meio de tabela 20.

Risco de ativação De incêndio Fator (I) Pequeno 0,85 Normal 1,00 Médio 1,20 Alto 1,45 Muito alto 1,80

Fonte Pignatta E Silva E Coelho (2007)

(42)

Considerando que o valor potencial calorifico especifica do papel é 17MJ/kg.

• Foi calculada uma carga térmica total de 14.280.000 MJ. • Com uma carga total de 2.625 J/m².

4. ESTUDO DE CASO

4.1 Cálculo do índice de segurança contra incêndio- Método de Gretener.

Medidas normais de proteção fator N

Extintores Portáteis 𝑁1

Na oficina de automóveis as classes de fogo encontradas são A (material

combustível sólido, papéis, plástico, madeira) e C (fogo envolvendo equipamentos e instalações elétricas energizadas: quadro de alimentação elétrica e sistema de ar condicionado)). Como a NBR 12693:1993 não apresenta especificação de extintores e distancia máxima percorrida para fogo classe C, foram verificados os aspectos pertinentes ao fogo classe A.

A oficina possui um total de 495m² de área construída, cerca de 840ton de papel e 01 (um) extintor de C𝑂2.

Figura 06 Localização do extintor existente

(43)

De acordo com a tabela 1, apresentada no item “procedimento de cálculo pode-se observar que a localização do extintor não atende a especificação de distancia máxima a ser percorrida de 20 m., portanto, o numero de extintor e insuficiente, devendo ser disposto outro no local”.

𝑁1 = 0,9

Hidrantes Prediais 𝑁2

Não há hidrantes fixo instalado na edificação da oficina, de acordo com tabela 4:

𝑁2 = 0.8

Adução de água 𝑁3

Como não há Hidrantes, foram utilizados os menores valores conforme 11 e 12 pressões de saída do hidrante ≤ 0,2 Mpa e r = 0,60 para aguas naturais. Portanto obteve-se valor de 0,42 na equação (3)

𝑁3 = 0,42

𝐻𝑖𝑑𝑟𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑝ú𝑏𝑙𝑖𝑐𝑜 𝑁4

A distância do hidrante público à entrada do edifício é maior do que 100 metros, por tanto o resultado da equação (4) é 0,9.

𝑁4 =0,9

𝑇𝑟𝑒𝑖𝑛𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑁5

Todos os funcionários são treinados anualmente em brigada de incêndio conforme NBR 14726, de acordo com a tabela 8:

𝑁5 = 1,0

Tabela 21: Medidas normais de proteção Medidas normais de proteção fator N 0,272

Referências

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