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2. CONCEITO DE MIGRAÇÃO

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Academic year: 2021

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ANÁLISE DO CRESCIMENTO/DECRÉSCIMO POPULACIONAL DOS MUNICÍPIOS DA MESORREGIÃO CENTRO OCIDENTAL PARANAENSE E SEUS IMPACTOS SOBRE O

DESENVOLVIMENTO REGIONAL.

Yume Aparecida Pereira Paiva, (IC), UNESPAR/FECILCAM, yume-paiva@hotmail.com Prof Dr. João Carlos Leonello, (OR), UNESPAR/FECILCAM, jleonello@uol.com.br

1. INTRODUÇÃO

Ultimamente o desenvolvimento nas esferas regionais e municipais tem sido muito discutido, tratando-se de um processo imposto pela evolução da sociedade, sendo que este processo passa por uma dinâmica de economia e desempenho de alguns indicadores que são decisivos para o desenvolvimento regional.

A discussão sobre o desenvolvimento nas esferas regionais e municipais gira em torno da variável populacional que vem adquirindo dupla relevância no sentido de que existe uma preocupação de ordem meramente quantitativa e outra associada à natureza qualitativa. E para buscar a compreensão desta variável devemos conhecer o conceito de migração, já que os movimentos migratórios é um importante elemento na reflexão sobre as tendências relacionadas ao desenvolvimento de uma região ou cidade.

A pesquisa quantitativa associada à natureza qualitativa da variável populacional traz resultados que poderão ser utilizados como parâmetro por empresários e gestores públicos na tomada de decisão sobre as melhores formas de investimento e/ou melhores políticas públicas que visem o desenvolvimento regional, pois a migração é estimulada pela esperança de encontrar melhores condições de existência, e no caso da análise da migração nas cidades que contemplam a Mesorregião Centro Ocidental Paranaense, podemos argumentar que isto vem ocorrendo por fatores principalmente econômicos, ou seja, inexistência ou esgotamento de recursos naturais, estreitamento do mercado de trabalho, e ausência de políticas públicas. E para inserir políticas coerentes é preciso uma analise do crescimento/decréscimo populacional para entender os impactos decorrentes do processo migratório.

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2. CONCEITO DE MIGRAÇÃO

Os movimentos migratórios são de fundamental importância na reflexão sobre as tendências relacionadas ao desenvolvimento de uma região ou cidade. A migração não é importante apenas para as pessoas que trocam de local de domicílio, mas também é decisiva em muitos outros aspectos socioculturais e econômicos de cada região. Logo, observa-se que as pessoas mudam quando migram e tanto as regiões que são deixadas quanto as que recebem também mudam com a migração.

A população de um local modifica-se quando as pessoas nascem, morrem ou se mudam. Isto é, existem três componentes da dinâmica populacional: a fecundidade, a mortalidade e a migração.

As primeiras sociedades humanas existentes eram nômades, migravam sempre em busca daquilo que havia se esgotado por onde já haviam passado. Somente com a Revolução do Neolítico o homem desenvolveu a sedentarização, fixação de moradia, quando o homem passou a domesticar as plantas e animais, e a partir daí desenvolver a agricultura e a pecuária. Mesmo assim, ainda existem vários movimentos migratórios, sendo estes motivados por vários fatores, os quais podem ser: políticos, religiosos, naturais, culturais, e principalmente econômico.

O processo migratório é determinado pelo fato de o indivíduo optar pelo ato de mudança, decisão está orientada por uma análise de custos envolvidos e de benefícios advindos desta mudança.

De acordo com Sandroni (1999), por alterar o tamanho e a composição das populações (distribuição por sexo, idade e composição da força de trabalho), a migração é uma das bases da dinâmica populacional, junto com a natalidade e a mortalidade. A migração é o movimento temporário ou definitivo de uma área para outra. Tanto pode ser Internacional, isto é, quando as pessoas se mudam de um pais para outro, podendo ser a Migração Intercontinental que é realizada entre continentes, ou a Migração Intracontinental realizada dentro do mesmo continente, ou Migração Interna, isto é, movimentação dentro de um mesmo pais, podendo ser classificada como Êxodo Rural, que é a saída de áreas rurais para as áreas urbanas ou Êxodo Urbano que é a saída de áreas urbanas para as áreas rurais ou periferias urbanas. Aquele em que sai de um local e vai para outro é um migrante. Uma pessoa que sai de uma região é um emigrante de seu local de origem. Uma pessoa que vem para uma região é um imigrante em seu local de destino.

A decisão de migrar não só está enfatizada no predomínio das preferências econômicas, mas também em variáveis não-econômicas, como a melhoria da qualidade de vida através de melhores condições climáticas, índices de criminalidade reduzidos, melhores opções de lazer, índices de

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poluição, congestionamentos no tráfego, e melhores condições de moradia. Tanto as variáveis econômicas quantos as não-econômicas atuam em conjunto e de forma inter-relacionada no processo migratório, processo este que causa impactos do desenvolvimento regional.

2.1. DESENVOLVIMENTO REGIONAL

Ultimamente o desenvolvimento nas esferas regionais e municipais tem sido muito discutido, tratando-se de um processo imposto pela evolução da sociedade, sendo que este processo passa por uma dinâmica de economia e desempenho de alguns indicadores que são decisivos para o desenvolvimento regional.

Segundo BUARQUE (1999, p. 8) “o desenvolvimento é um processo endógeno registrado em pequenas unidades territoriais e agrupamentos humanos capazes de promover o dinamismo econômico e a melhoria da qualidade de vida da população.” BUARQUE (1999) ainda reforça que para ser um processo consistente e sustentável, o desenvolvimento deve elevar as oportunidades da sociedade e viabilizar a competitividade da economia local, aumentando assim a renda e as formas de riqueza, ao mesmo tempo deve assegurar a conservação dos recursos naturais.

Fatores como localização espacial ou geográfica, administrativos, culturais são decisivos para o desenvolvimento local. Uma região com uma localização privilegiada pode levar vantagens em relação às outras no que diz respeito ao acesso de insumos utilizados na produção de bens e serviços, escoamento de safras, entroncamentos rodoviários que atrai uma boa movimentação do comercio por pessoas que de passagem pela cidade. Uma administração voltada para atender as necessidades primárias da população em relação à educação, saneamento básico e uma infraestrutura que atraia o capital externo.

Inter-relacionado com o desenvolvimento regional, a região Sul do Brasil, formada pelos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná tiveram nos últimos tempos sua dinâmica populacional condicionada pelos movimentos migratórios, sendo que estes movimentos demonstravam transformações na estrutura produtiva regional, apresentando ritmos diferentes de crescimento demográfico tanto na elevação de taxas de crescimento quanto no decréscimo populacional.

Dentro deste contexto insere-se a analise tomando como base o processo migratório ocorrido no período 2000/2010 na Mesorregião Centro Ocidental Paranaense, a qual é composta por 25 (vinte e cinco) municípios, sendo eles: Altamira do Paraná, Boa Esperança, Campina da Lagoa, Goioere,

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Janiópolis, Moreira Sales, Nova Cantú, Quarto Centenário, Ubiratã, Juranda e Rancho Alegre DˋOeste; e a Micro-Região 05, com os municípios de Araruna, Barbosa Ferraz, Corumbataí do Sul, Engenheiro Beltrão, Farol, Iretama, Roncador, Campo Mourão, Terra Boa, Mambore, Juranda, Luiziana, Quinta do Sol, Fênix, Peabiru.

Mapa-01 – Messoregiões Geográficas do Paraná.

Fonte: Ipardes

2.2. DINÂMICA POPULACIONAL DA MESORREGIAO CENTRO OCIDENTAL PARANAENSE

Para medir fenômenos referentes à migração utiliza-se bases de dados. Existem diferentes tipos de bases de dados e duas delas são utilizadas em nossos estudos, o Censo através do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica IBGE e do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social IPARDES.

Sabendo que os estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná tiveram nos últimos tempos sua dinâmica populacional condicionada pelos movimentos migratórios, sendo que estes movimentos demonstravam transformações na estrutura produtiva regional, apresentando ritmos diferentes de crescimento demográfico tanto na elevação de taxas de crescimento quanto no decréscimo populacional, podemos observar na tabela seguinte que o Estado do Paraná sofreu intensos movimentos migratórios em todas as suas Mesorregiões.

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Tabela 01 - Dinâmica populacional das Mesorregioes Paranaenses Regiões 2000 2010 Variação (%) Centro-Ocidental Paranaense 346.648 334.125 -12.523 -3,6126 Centro-Oriental Paranaense 623.356 689.279 65.923 10,5755 Centro-Sul Paranaense 448.500 453.821 5.321 1,186399 Metropolitana de Curitiba 3.053.313 3.493.742 440.429 14,42463 Noroeste Paranaense 641.084 678.319 37.235 5,808131 Norte Central Paranaense 1.829.068 2.037.183 208.115 11,3782 Norte Pioneiro Paranaense 548.190 546.224 -1.966 -0,35863 Oeste Paranaense 1.138.582 1.219.558 80.976 7,112004 Sudeste Paranaense 377.274 404.779 27.505 7,290457 Sudoeste Paranaense 557.443 587.496 30.053 5,391224

Total 9.563.458 10.444.526 881.068 9,21286

Fonte: Ipardes/2013 A análise dos dados apresentados pelas pesquisas do Ipardes, nos anos de 2000 e 2010, permite identificar a dinâmica recente da população nesta região, enfocando os reflexos da redução da população em toda a Messoregião Centro Ocidental Paranaense e seus impactos na economia regional.

Da mesma forma, constatamos na tabela 02 que os municípios da Mesorregião Centro Ocidental Paranaense também sofreram alterações significativas quanto as suas populações, com município perdendo 38,48% de sua população, como é o caso de Altamira do Paraná, imprimindo desta forma reflexos negativos em sua economia local, principalmente na demanda por bens e serviços locais, o que ocasiona enfraquecimento do comércio local, com reflexos sobre a geração de emprego e renda localmente.

Tabela 02 – População dos Municípios da Mesorregião Centro Ocidental Paranaense

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Altamira do Paraná 6.999 4.306 -2.693 -38,48% Araruna 13.081 13.419 338 2,58% Barbosa Ferraz 14.110 12.656 -1.454 -10,30% Boa Esperança 5.162 4.568 -594 -11,51% Campina da Lagoa 17.018 15.394 -1.624 -9,54% Campo Mourão 80.476 87.194 6.718 8,35% Corumbataí do Sul 4.946 4.002 -944 -19,09% Engenheiro Beltrão 14.082 13.906 -176 -1,25% Farol 3.963 3.472 -491 -12,39% Fênix 4.942 4.802 -140 -2,83% Goioerê 29.750 29.018 -732 -2,46% Iretama 11.335 10.622 -713 -6,29% Janiópolis 8.084 6.532 -1.552 -19,20% Juranda 8.134 7.641 -493 -6,06% Luiziana 7.540 7.315 -225 -2,98% Mamborê 15.156 13.961 -1.195 -7,88% Moreira Sales 13.395 12.606 -789 -5,89% Nova Cantu 9.914 7.425 -2.489 -25,11% Peabiru 13.487 13.624 137 1,02% Quarto Centenário 5.333 4.856 -477 -8,94% Quinta do Sol 5.759 5.088 -671 -11,65%

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Roncador 13.632 11.537 -2.095 -15,37%

Terra Boa 14.640 15.776 1.136 7,76%

Ubiratã 22.593 21558 -1.035 -4,58%

Total 346.648 334.125 -12.523 -3,61%

Na análise da migração nas cidades que contemplam a Mesorregião Centro Ocidental Paranaense, podemos argumentar com muita precisão, que isto vem ocorrendo por fatores principalmente econômicos, ou seja, inexistência ou esgotamento de recursos naturais, estreitamento do mercado de trabalho, ausência de políticas públicas, entre outras.

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3.CONSIDERAÇÕES FINAIS

Foi possível constatar através dessa pesquisa que o processo de desenvolvimento econômico da Mesorregião Centro Ocidental Paranaense, tem apresentado algumas características que tem comprometido seu desenvolvimento. Observamos que o seu esvaziamento populacional tem dificultado o seu desenvolvimento, pois a migração tem ocorrido da zona rural para outros centros, que não são os municípios da própria região, enfraquecendo a economia local e principalmente a oferta de mão-de-obra.

Como já visto anteriormente, a troca de população entre as diversas regiões tem conseqüências bastante marcantes nas regiões que absorvem e perdem população. A composição da população atua diretamente nas características sociais e econômicas de uma região, bem como de outros fatores, taxas de desemprego, demanda por moradias e serviços de saneamento, educação e de maternidade.

Portanto, visando a manutenção e ampliação dos níveis de crescimento econômico, a Mesorregião Centro Ocidental Paranaense necessita da articulação de alguns pontos fundamentais, como: as administrações públicas municipais voltadas para o desenvolvimento do capital local, principalmente o humano; articulação eficiente entre a sociedade civil e a municipalidade para geral condições e fortalecer a capacidade de diversificar a Base produtiva local.

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REFERÊNCIAS

BUARQUE, Sergio C. Metodologia de planejamento do desenvolvimento local e municipal sustentável. Brasilia: Ed. MEPF, INCRA, IICA, 1999.

IPARDES, Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social. Dinâmica Populacional da Mesorregião Centro Ocidental Paranaense. Disponivel em: www.ipardes.gov. Acesso em:

14/01/2013

MILONE, Paulo Cesar. População, migração e desenvolvimento econômico: evidências do caso brasileiro. São Paulo: Ed. IPE/USP, 1986.

PACHECO, Carlos Américo, e PATARRA, Neide . Dinâmica Demográfica Regional e as Novas Questões Populacionais no Brasil. Campinas (SP): Ed. UNICAMP. IE, 2000.

SANDRONI, Paulo. Novo Dicionário de Economia. São Paulo – SP: Editora Best Seller – 1ª Ed, 1999.

___________________. Novíssimo Dicionário de Economia. São Paulo: Editora Best Seller – 1º Ed. – São Paulo - SP, 1999.

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