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DIFERENCIAIS NA ESTRUTURA DE MORTALIDADE DOS IDOSOS NAS REGIÕES METROPOLITANAS BRASILEIRAS

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DIFERENCIAIS NA ESTRUTURA DE MORTALIDADE DOS IDOSOS NAS REGIÕES METROPOLITANAS BRASILEIRAS

MARIA ISABEL C. ALVES* MÁRIO F. G. MONTEIRO** 1. INTRODUÇÃO

Os estudos, nacionais e internacionais, que tratam o tema da mortalidade dos idosos relacionam a mortalidade com a transição epidemiológica. Uma descrição da transição epidemiológica pode ser encontrada em vários artigos, dos quais selecionamos dois que apresentam uma boa síntese deste processo.

“Em períodos mais recentes, observa-se, de forma generalizada entre a maioria das regiões do planeta, uma mudança gradual nos padrões de mortalidade e morbidade. As enfermidades infecciosas agudas, de maior incidência junto à população infantil, vão sendo substituídas, conforme se intensifica o processo de envelhecimento populacional, pelas doenças crônico-degenerativas, características das pessoas mais idosas.

No Brasil, a queda, observada nas últimas décadas, dos índices de mortalidade e fecundidade vem provocando profundas alterações no quadro de morbidade de sua população e, em conseqüência, na estrutura da mortalidade por idade e causas de morte. Conforme parcelas crescentes da população conseguem atingir idades mais avançadas, aumenta, é óbvio, o número de casos de doenças do tipo crônico-degenerativo, já que a sua incidência, em geral, é maior entre as pessoas idosas. A incidência das doenças infecciosas e parasitárias, por outro lado, diminui de maneira sensível, graças a um maior controle deste tipo de moléstias junto à população infantil - o que se reflete na acentuada queda da mortalidade infantil a partir da segunda metade deste século - a qual, além disso, aumenta num ritmo cada vez mais lento em virtude do decréscimo contínuo das taxas de fecundidade.

Paralelamente, portanto, às transformações demográficas em curso, caracteriza-se uma verdadeira transição epidemiológica, que caracteriza-se traduz, em termos de mortalidade, na substituição - como causa principal de morte - das doenças infecciosas e parasitárias,

*

Pesquisadora do IBGE e Doutoranda em Saúde Coletiva (IMS/UURJ).

**

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de caráter agudo, pelas doenças não transmissíveis, de caráter crônico-degenerativo, tais como as do aparelho circulatório, as neoplasias e o diabetes.

Da mesma forma que a transição demográfica, a transição epidemiológica não transcorre de maneira uniforme nas diferentes regiões do mundo, nem com relação à intensidade do processo nem em termos cronológicos, distinguindo-se, principalmente, no que se refere aos determinantes da queda da mortalidade.

Nos países ocidentais desenvolvidos - onde o fenômeno de envelhecimento populacional se encontra em uma fase bastante adiantada -, a redução da mortalidade (que teve início ainda no século XIX), acompanhou a evolução social, econômica e tecnológica que foi aos poucos resultando na melhoria das condições gerais de vida da grande maioria de sua população. Quando a influência dos fatores médicos começou a tornar-se mais decisiva, a partir das primeiras décadas deste século, as epidemias de cunho infeccioso haviam sido significativamente controladas e os níveis de mortalidade obedeciam a uma tendência declinante. A mudança nos padrões de morbidade daqueles países começou a tornar-se clara a partir da I Guerra Mundial, acentuando-se ainda mais após a II Guerra, quando se intensificou o processo de envelhecimento.

Na maioria dos países em desenvolvimento, incluindo-se o Brasil, os níveis de mortalidade, que haviam permanecido elevadíssimos durante uma longa fase, só começaram a decair em épocas mais recentes. Os fatores determinantes desta queda, no entanto, são totalmente distintos daqueles observados nos países desenvolvidos. Enquanto nestes últimos o processo se deu dentro de um período histórico amplo e de maneira gradual, como conseqüência de mudanças profundas em suas estruturas sociais e econômicas, nos países menos desenvolvidos ocorreu de maneira brusca, em prazo mais ou menos curto, graças, em especial, à importação de técnicas até certo ponto pouco onerosas de saúde e de prevenção de doenças infecciosas; ou seja, sem transformações estruturais mais contundentes, capazes de produzir melhorias expressivas nas condições de vida da maioria de sua população” (Yazaki e Saad, 1990:p.125-126).

Kalache (1993), num paper sobre as tendências recentes nas taxas de mortalidade entre os idosos, mostra que em nove países selecionados, em desenvolvimento e de baixa mortalidade, os padrões de mortalidade estão, cada vez mais, semelhantes aos padrões que prevalecem no mundo desenvolvido. Comparando com o Canadá, parece que os mesmos padrões estão sendo alcançados nestes países,

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com algum atraso. Além disso, as mudanças nas taxas de mortalidade dos idosos estão, também, seguindo os padrões encontrados nos países desenvolvidos. Existem algumas diferenças individuais, que geralmente refletem diferentes estágios da transição epidemiológica.

Outra conclusão importante do estudo é que, a despeito da recessão econômica prolongada e das condições de pobreza de grande parte da população dos países em desenvolvimento, a expectativa de vida continuou a aumentar durante a década e, apesar das desigualdades, os indicadores de saúde melhoraram e as taxas de mortalidade diminuíram em todas as idades. O desenvolvimento socioeconômico já não parece ser uma pré-condição para uma vida longa.

2. O TEMA DA MORTALIDADE DOS IDOSOS

A maior parte dos estudos sobre o tema da mortalidade dos idosos concentra-se em países desenvolvidos, onde, como foi descrito acima, os processos de transição demográfica e epidemiológica não são recentes e a população idosa representa grande parte da população total, fazendo com que o fenômeno do envelhecimento seja um tema bastante estudado nestes países. No Brasil, este tema ainda tem sido pouco estudado.

No contexto internacional, realizamos uma busca bibliográfica sobre o tema no sistema MEDLINE (MDL)1. Selecionamos outro grupo de trabalhos internacionais a partir dos papers apresentados na Conference on Health and Mortality Trends Among

Elderly Populations: Determinants and Implications, organizado pela Internacional Union for the Scientific Study of Population (IUSSP), United Nations (ONU) e World Health Organization (WHO)2.

1

A base de dados MDL é compilada pela “Nacional Library of Medicine U.S. Departament of Health and Human Services” e suas informações estão disponíveis em Compact Disk, produzidos no Brasil pela BIREME/OPS/OMS, e na internet.

2

O seminário realizou-se em Sendai, no Japão, de 21 a 25 de junho de 1993 e participaram do evento pesquisadores de vários países, basicamente do mundo desenvolvido. Os trabalhos estão agrupados em seções e selecionamos aqueles mais relevantes.

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No quadro a seguir, os trabalhos foram agrupados por temas e procedência, o que permite uma idéia do “estado da arte” sobre a mortalidade do idoso (PARAHYBA, 1997).

TEMAS SOBRE A MORTALIDADE DOS IDOSOS PROCEDÊNCIA

O 4º estágio na transição de mortalidade Papel dos fatores biológicos e sociais Longevidade futura

Morbidade e incapacidade Mortalidade e integração social

Diferenciais de mortalidade: grupo étnico, ocupação, educação, renda, estado conjugal e habitação

Inglaterra e EUA Alemanha e EUA Itália

Holanda e EUA Japão

EUA, Finlândia e Bélgica

3. OBJETIVOS

A redução da mortalidade por doenças infecciosas em todos os grupos de idade e o aumento das doenças crônicas e degenerativas, por causa do envelhecimento da população, mudaram o perfil de mortalidade da população no Brasil, tornando-se importante, cada vez mais, conhecer a estrutura de mortalidade dos idosos e suas diferenças regionais. Este trabalho tem por objetivo apresentar os diferenciais de mortalidade dos idosos, nas regiões metropolitanas brasileiras, através da mortalidade proporcional e das taxas de mortalidade, por sexo, segundo as principais causas básicas de óbito.

4. METODOLOGIA

4.1. Medidas da estrutura e do risco de mortalidade

A estrutura diz respeito à composição da mortalidade por idade, sexo e as causas básicas de óbito. Com estas informações pode-se construir indicadores como a “mortalidade proporcional”, baseada na percentagem sobre o total de óbitos e que são freqüentemente utilizados em estudos epidemiológicos, permitindo avaliar as condições de saúde de um grupo populacional (Laurenti, 1987).

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Além disso, é comum a desagregação destes indicadores por sexo, já que a mortalidade de homens e mulheres têm estruturas diferentes em relação às causas de óbito.

As vantagens da mortalidade proporcional estão associadas com sua simplicidade de cálculo e também porque dispensam dados populacionais, utilizando apenas informações que podem ser obtidas no Sistema de Informações de Mortalidade do Ministério da Saúde (SIM/MS).

A desvantagem é que este indicador não avalia diretamente o risco de mortalidade, porque, sendo uma medida relativa, está associado, também, com a ocorrência das outras causas de óbito. A mortalidade proporcional detecta a mudança na estrutura de mortalidade, mas não o risco.

Já as taxas específicas de mortalidade, cujo denominador é a população no meio do período, são indicadores que medem o risco de morte especificamente para uma idade ou causa de óbito e, por isso, podem ser mais úteis do ponto de vista epidemiológico. Aqui também, a desagregação por sexo (gênero) é importante, pois os riscos de morrer são diferentes para homens e mulheres.

4.2. Causas de mortalidade

Foram consideradas como causas de mortalidade, as causas básicas de óbitos, conforme codificadas pelo Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde (SIM/MS), categorizadas em 17 capítulos, definidos pela X Conferência de Revisão da Classificação Internacional de Doenças e publicados pelo Centro da OMS para Classificação de Doenças em Português (OMS, 1985).

Destes 17 capítulos foram selecionados os grupos considerados mais significativos que, em seu conjunto, representam mais de 90% da mortalidade de idosos, nas Regiões Metropólitanas do Brasil:

Doenças Infecciosas e Parasitárias. Neoplasias,

Doenças das Glândulas Endócrinas, da Nutrição e do Metabolismo, Doenças do Aparelho Circulatório,

Doenças do Aparelho Respiratório, Doenças do Aparelho Digestivo e Causas Externas (acidentes e violências).

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4.3. TRATAMENTO DOS DADOS SOBRE CAUSAS DE ÓBITO CLASSIFICADAS COMO “MAL -DEFINIDAS”

As causas classificadas como “mal-definidas” foram redistribuídas proporcionalmente entre as demais causas de óbito, por idade e sexo, pois em alguns casos, como na Região Metropolitana de Fortaleza, este valor chegava aos 30%.

4.4. FONTES DOS DADOS E ESTIMATIVAS DE POPULAÇÃO

Os dados de mortalidade por sexo, idade e causa básica de óbito foram obtidos através do site www.datasus.gov.br que permite acessar informações sobre mortalidade por sexo, idade e causa até 1997.

Foram utilizadas as informações sobre mortalidade das pessoas de 60 anos ou mais, nas nove Regiões Metropolitanas para os anos de 1996 e 1997, que foram agregados para aumentar a consistência.

A população de 60 anos ou mais por sexo e por RM foi estimada para 1º de janeiro de 1997 com dados do Censo Demográfico de 1991 e da Contagem de população de 1996 (IBGE), calculando-se as taxas médias anuais de crescimento geométrico para gerar as estimativas a seguir.

REGIÕES Estimativas de população em 1/1/1997

METROPOLITANAS Homens 60+ Mulheres 60+

RM Belém 38422 55559 RM Belo Horizonte 111159 163369 RM Curitiba 72969 96418 RM Fortaleza 70483 100353 RM Porto Alegre 113277 171606 RM Recife 93965 139537 RM Rio de Janeiro 432094 626630 RM Salvador 62967 98872 RM São Paulo 527892 727756

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5. RESULTADOS

5.1 Mortalidade proporcional

A mortalidade proporcional por idade, que é influenciada pela estrutura etária da população, já evidencia as diferenças regionais, com as Regiões Metropolitanas de Porto Alegre (48%), Rio de Janeiro (46%) e Curitiba (44%) apresentando os maiores percentuais de mortalidade de 60 ou mais anos de idade.

Nas Regiões Metropolitanas de Fortaleza e Salvador a percentagem de óbitos de pessoas com 60 ou mais anos de idade é menor que 40%, indicando condições mais precárias de saúde da população.

Estas diferenças já mostram que as Regiões Metropolitanas do Brasil não estão no mesmo estágio de transição epidemiológica

1 - Mortalidade proporcional de 60 anos ou mais Regiões Metropolitanas do Brasil – 1996 e 1997

42% 41% 44% 38% 48% 42% 46% 39% 40% RM Belém RM Belo Horizonte RM Curitiba RM Fortaleza RM Porto Alegre RM Recife RM Rio de Janeiro RM Salvador RM São Paulo percentagens

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Nos gráficos 2 e 3 pode-se ver que as doenças do aparelho circulatório constituem a principal causa básica do óbito, principalmente entre a população feminina idosa, onde esta causa corresponde a quase a metade dos óbitos (48,5%).

A participação das doenças infecciosas e parasitárias (que são mais facilmente evitáveis), ainda é grande entre os idosos, com 3,5% entre os homens e 3,3% entre as mulheres.

É interessante também observar que, mesmo entre os idosos, há uma sobremortalidade masculina por causas externas, com 4,3% dos óbitos entre os homens idosos e 2,3% entre as mulheres.

3 - Mortalidade proporcional da população feminina de 60 anos ou

i segundo as principais causas

Regiões Metropolitanas - 1996 e 1997 3,3% 8,1% 48,5% 14,2% 4,4% 2,3% 15,0% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS NEOPLASIAS ENDÓCRINAS, NUTRICIONAIS, METABÓLICAS APARELHO CIRCULATÓRIO APARELHO RESPIRATÓRIO APARELHO DIGESTIVO CAUSAS EXTERNAS 3,5% 17,9% 5,0% 44,4% 15,4% 5,2% 4,3% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS NEOPLASIAS ENDÓCRINAS, NUTRICIONAIS, METABÓLICAS APARELHO CIRCULATÓRIO APARELHO RESPIRATÓRIO APARELHO DIGESTIVO CAUSAS EXTERNAS

2 - Mortalidade proporcional da população masculina de 60 anos ou

i segundo as principais causas

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5.2 TAXAS DE MORTALIDADE ESPECÍFICAS POR SEXO E CAUSA 5.2.1. Doenças infecciosas e parasitárias

O risco de morrer por doenças infecciosas e parasitárias, que são mais facilmente evitáveis, deveria apresentar taxas muito próximas a zero, se as condições de saúde fossem comparáveis às de populações de países desenvolvidos.

Pode-se ver nos gráficos 4 e 5 que a população masculina está mais exposta ao risco de morrer por estas doenças, sugerindo uma precariedade maior da saúde dos homens que das mulheres no grupo de idosos.

As diferenças regionais também ficam evidentes, com as RM de Recife e Salvador apresentando taxas que são maiores que o dobro das taxas nas RM de Porto Alegre e São Paulo.

4 - Taxas de mortalidade por doenças infecciosas e parasitárias na população idosa masculina

Regiões Metropolitanas - 1996 e 1997 2,2 1,8 1,5 1,4 1,2 2,7 1,8 2,9 1,3 0 1 2 3 4 RM Belém RM Belo Horizonte RM Curitiba RM Fortaleza RM Porto Alegre RM Recife RM Rio de Janeiro RM Salvador RM São Paulo taxas por mil

5 - Taxas de mortalidade por doenças infecciosas e parasitárias na população idosa feminina

Regiões Metropolitanas - 1996 e 1997 1,4 1,4 0,8 1,0 0,7 1,7 1,2 1,8 0,8 0 1 2 3 4 RM Belém RM Belo Horizonte RM Curitiba RM Fortaleza RM Porto Alegre RM Recife RM Rio de Janeiro RM Salvador RM São Paulo taxas por mil

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5.2.2 Neoplasias

Embora este grupo de causas de morte seja muito heterogêneo, com algumas neoplasias específicas por sexo, como as neoplasias de mama e de próstata, pode-se observar nos gráficos 6 e 7 que o risco dos idosos morrerem em conseqüência de neoplasias é maior nas Regiões Metropolitanas de Porto Alegre, Curitiba e São Paulo.

Além disso, o diferencial por sexo é bem marcante, com taxas maiores para a população masculina.

6 - Taxas de mortalidade por neoplasias na população idosa masculina Regiões Metropolitanas - 1996 e 1997 10,1 9,1 10,7 9,1 13,1 7,7 10,0 9,6 10,6 0 4 8 12 16 RM Belém RM Belo Horizonte RM Curitiba RM Fortaleza RM Porto Alegre RM Recife RM Rio de Janeiro RM Salvador RM São Paulo taxas por mil

7 - Taxas de mortalidade por neoplasias na população idosa feminina Regiões Metropolitanas - 1996 e 1997 6,3 5,9 7,1 6,2 7,3 5,6 6,3 5,9 6,6 0 4 8 12 16 RM Belém RM Belo Horizonte RM Curitiba RM Fortaleza RM Porto Alegre RM Recife RM Rio de Janeiro RM Salvador RM São Paulo taxas por mil

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5.2.3 - Doenças das glândulas endócrinas, da nutrição e do metabolismo

Este também é um grupo heterogêneo, que inclui a desnutrição e o diabetes, com taxas mais elevadas nas Regiões Metropolitanas de Recife, Salvador e Rio de Janeiro, e taxas mais baixas na Região Metropolitana de Porto Alegre.

Porém ao contrário do que já foi observado para os grupos de causas anteriormente comentados, aqui é a população feminina que está submetida a riscos maiores de mortalidade por doenças das glândulas endócrinas, da nutrição e do metabolismo, em todas as Regiões Metropolitanas.

8 - Taxas de mortalidade por doenças das glândulas endócrinas, da nutrição e do metabolismo, na população idosa masculina

Regiões Metropolitanas - 1996 e 1997 2,5 2,1 2,2 2,2 2,1 3,7 3,7 3,8 2,6 0 2 4 6 RM Belém RM Belo Horizonte RM Curitiba RM Fortaleza RM Porto Alegre RM Recife RM Rio de Janeiro RM Salvador RM São Paulo taxas por mil

9 - Taxas de mortalidade por doenças das glândulas endócrinas, da nutrição e do metabolismo, na população idosa feminina

Regiões Metropolitanas - 1996 e 1997 2,8 2,4 2,6 2,6 2,3 3,9 3,9 4,7 3,0 0 2 4 6 RM Belém RM Belo Horizonte RM Curitiba RM Fortaleza RM Porto Alegre RM Recife RM Rio de Janeiro RM Salvador RM São Paulo taxas por mil

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5.2.4 - Doenças do aparelho circulatório

Este é o grupo de doenças que apresenta o maior risco de morte para os idosos, principalmente nas Regiões Metropolitanas de Curitiba e Rio de Janeiro, com uma sobremortalidade masculina marcante.

10 - Taxas de mortalidade por doenças do aparelho circulatório na população idosa masculina

Regiões Metropolitanas - 1996 e 1997 22,3 22,4 24,9 18,9 21,9 23,7 24,0 20,7 24,1 0 5 10 15 20 25 30 RM Belém RM Belo Horizonte RM Curitiba RM Fortaleza RM Porto Alegre RM Recife RM Rio de Janeiro RM Salvador RM São Paulo taxas por mil

11 - Taxas de mortalidade por doenças do aparelho circulatório na população idosa feminina

Regiões Metropolitanas - 1996 e 1997 18,7 17,4 20,7 15,1 17,9 19,0 19,3 18,3 18,9 0 5 10 15 20 25 30 RM Belém RM Belo Horizonte RM Curitiba RM Fortaleza RM Porto Alegre RM Recife RM Rio de Janeiro RM Salvador RM São Paulo taxas por mil

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5.2.5 - Doenças do aparelho respiratório

Este grupo reúne doenças inflamatórias agudas, como a pneumonia e a gripe, com doenças pulmonares obstrutivas crônicas como o enfisema, a bronquite e a asma.

Além da marcante sobremortalidade masculina, observa-se também uma disparidade regional grande, com taxas mais altas nas Regiões Metropolitanas de Porto Alegre, Curitiba e Rio de Janeiro. Nas duas RM do Sul, o clima frio e úmido é um fator que explica parte destas diferenças.

12 - Taxas de mortalidade por doenças do aparelho respiratório na população idosa masculina

Regiões Metropolitanas - 1996 e 1997 7,6 8,0 8,8 5,6 10,6 6,4 8,8 7,1 8,3 0 5 10 15 RM Belém RM Belo Horizonte RM Curitiba RM Fortaleza RM Porto Alegre RM Recife RM Rio de Janeiro RM Salvador RM São Paulo taxas por mil

13 - Taxas de mortalidade por doenças do aparelho respiratório na população idosa feminina

Regiões Metropolitanas - 1996 e 1997 5,7 5,3 6,7 4,6 6,2 5,1 6,3 4,8 5,5 0 5 10 15 RM Belém RM Belo Horizonte RM Curitiba RM Fortaleza RM Porto Alegre RM Recife RM Rio de Janeiro RM Salvador RM São Paulo taxas por mil

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5.2.6 - Doenças do aparelho digestivo

Neste grupo, a principal causa de óbito é a cirrose hepática, causada na maioria das vezes por alcoolismo, o que talvez explique a sobremortalidade masculina e revela um problema grave na terceira idade, poucas vezes abordado, que é o consumo de álcool.

Apesar de terem sido redistribuídas proporcionalmente às demais causas, é possível que a grande proporção de causas mal definidas na RM de Fortaleza esteja afetando as taxas desta Região, subestimando-as.

14 - Taxas de mortalidade por doenças do aparelho digestivo na população idosa masculina

Regiões Metropolitanas - 1996 e 1997 3,2 2,5 3,0 2,3 2,8 3,6 2,7 3,2 2,9 0 3 6 9 RM Belém RM Belo Horizonte RM Curitiba RM Fortaleza RM Porto Alegre RM Recife RM Rio de Janeiro RM Salvador RM São Paulo taxas por mil

15 - Taxas de mortalidade por doenças do aparelho digestivo na população idosa feminina

Regiões Metropolitanas - 1996 e 1997 1,6 1,5 2,0 1,3 1,8 2,1 1,5 1,6 1,7 0 3 6 9 RM Belém RM Belo Horizonte RM Curitiba RM Fortaleza RM Porto Alegre RM Recife RM Rio de Janeiro RM Salvador RM São Paulo taxas por mil

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5.2.7 – Causas externas

As causas externas, entre as quais os acidentes, os homicídios e o suicídio, afetam principalmente a população masculina. Para este grupo populacional, o risco de mortalidade por causas externas é maior que por doenças infecciosas na maioria das Regiões Metropolitanas; só não é maior nas RM de Belém, Recife e Salvador, que são as regiões com taxas mais elevadas de mortalidade por doenças infecciosas e parasitárias.

16 - Taxas de mortalidade por causas externas na população idosa masculina Regiões Metropolitanas - 1996 e 1997 1,9 2,2 2,1 2,5 1,6 2,2 2,5 2,5 1,9 0 3 6 9 RM Belém RM Belo Horizonte RM Curitiba RM Fortaleza RM Porto Alegre RM Recife RM Rio de Janeiro RM Salvador RM São Paulo taxas por mil

17- Taxas de mortalidade por doenças do aparelho digestivo na população idosa feminina

Regiões Metropolitanas - 1996 e 1997 0,7 1,2 1,1 0,7 0,8 0,8 1,1 1,0 0,8 0 3 6 9 RM Belém RM Belo Horizonte RM Curitiba RM Fortaleza RM Porto Alegre RM Recife RM Rio de Janeiro RM Salvador RM São Paulo taxas por mil

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6. CONCLUSÕES

A mortalidade proporcional e as taxas específicas de mortalidade mostram condições de saúde diferenciadas entre a população idosa nas Regiões Metropolitanas do Brasil, apesar de que em todas elas é o risco de mortalidade por doenças do aparelho circulatório que predomina.

Outro aspecto comum às regiões é a sobremortalidade masculina em todos os grupos de causas de óbito, menos no grupo de doenças das glândulas endócrinas, da nutrição e do metabolismo, que apresenta riscos mais elevados para as mulheres, provavelmente em conseqüência do diabetes mellitus.

Esta sobremortalidade masculina é marcante no grupo de doenças do aparelho digestivo, onde a cirrose hepática em conseqüência do alcoolismo é a principal causa, sugerindo que o alcoolismo na população masculina de idosos deve ser tratado como um importante problema de saúde.

As causas externas (acidentes e violências) também apresentam taxas maiores entre a população masculina, como ocorre em outros grupos de idade.

O que mais fortemente sugere grandes diferenças no estágio de transição epidemiológica entre as regiões é o risco maior de mortalidade por doenças infecciosas e parasitárias nas Regiões Metropolitanas de Recife e Salvador, indicando que a população idosa nestas regiões está submetida a condições mais precárias de saúde.

Na Região Metropolitana de Porto Alegre as taxas de mortalidade por doenças infecciosas e parasitárias são mais baixas, sugerindo que sua população de idosos é beneficiada por uma vida mais saudável. No entanto, nas regiões do sul (RM de Porto Alegre e RM de Curitiba) as doenças do aparelho respiratório apresentam riscos maiores que para as outras regiões.

Finalmente, deve-se observar que os resultados para a Região Metropolitana de Fortaleza podem estar comprometidos pela qualidade dos dados, que apresentam grande proporção de óbitos com causas mal definidas.

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7. BIBLIOGRAFIA

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