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Relatório de Estágio Profissional "Construção e desenvolvimento de um sonho".

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Academic year: 2021

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“Construção e desenvolvimento de

um sonho”

Relatório de Estágio Profissional

Relatório de Estágio Profissional apresentado com vista à obtenção do 2º ciclo de estudos conducente ao grau de Mestre em Ensino de Educação Física e Desporto nos Ensinos Básico e Secundário (Decreto-lei nº 74/2006 de 24 de Março e o Decreto-lei nº 43/2007 de 22 de Fevereiro.

Orientadora: Prof.ª Dr.ª. Paula Silva

Professora Cooperante: Prof.ª Dr.ª. Maria do Céu Mota Estudante Estagiário: Jason Cerqueira Baptista

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Ficha de Catalogação

Baptista, J. (2013). TITULO. Construção e Desenvolvimento de um Sonho. Porto: J. Baptista. Relatório de estágio profissionalizante para a obtenção do grau de Mestre em Ensino de Educação Física e Desporto nos Ensinos Básico e Secundário, apresentado à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.

PALAVRAS-CHAVE: EDUCAÇÃO FÍSICA, ESTÁGIO PROFISSIONAL,

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III

Agradecimentos

A realização e concretização deste trabalho, apesar de ser um projeto individual, só foi possível devido ao apoio, cooperação e entreajuda constante de pessoas fantásticas que me ajudaram ao longo de todo este processo.

A eles, um muito obrigado do fundo do coração!

Em primeiro lugar, à minha família em especial a minha esposa Cláudia Carvalho e meu filho Rodriguinho, que foram sem sombra de dúvida os meus pilares nesta longa construção que passou por momentos muito bons e menos bons, mas sempre me apoiaram de forma carinhosa e apaixonada.

Não posso esquecer o apoio incondicional dos meus pais e irmão, pois apesar da distância entre nós ser muita, sempre acreditaram e apostaram na minha formação pessoal e específica, promovendo, sempre todo o que necessitava para o sucesso da minha formação académica.

Também não posso esquecer a minha segunda família, a minha sogra, sogro e cunhado, por todos os conselhos importantes que me têm dado ao longo destes anos.

Um especial obrigado à avó Alice, avó da minha esposa por se tornar uma ama de excelência, transferindo uma educação e formação de qualidade ao meu filho.

À Prof.ª Dr.ª Paula Silva, professora orientadora do estágio profissional, pela sua disponibilidade total, orientação e ajuda. Um muito obrigado pela sua compreensão nesta fase menos boa da minha vida relacionada com a minha lesão.

À Prof.ª Dr.ª Maria do Céu Mota, professora cooperante, pelo seu apoio, conselhos e observações sinceras. Considero-a como um dos principais pilares desta construção. Semana após semana, esteve sempre disponível para me ajudar a tornar-me um profissional de eleição. Obrigada também pela sua

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IV

compreensão quando inesperadamente tive que enfrentar uma lesão que me condicionou em certas circunstâncias.

Aos meus colegas do núcleo de estágio da Escola Secundária da Boa Nova, pelos seus conselhos e apoio assíduo ao longo de todo o ano letivo. Mesmo sabendo que a nossa amizade já existia anteriormente tenho a certeza que se vai prolongar por muitos anos, com muitos bons momentos para recordar. Obrigada Pessoal!

E por último, e não descartando a sua importância, aos meus alunos da Escola Secundária da Boa Nova, do 1ºC e 8ºA, o meu obrigado pelas sensações, desafios e momentos bons que me transmitiram ao longo deste ano, não esquecendo também algumas dores de cabeça. Um muito obrigado!

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VI

Índice Geral

Agradecimentos ... III Índice Geral ... VI Índices de Tabelas ... IX Índice de figuras ... X Resumo ... X Abstract ... XI 1- Introdução ... - 1 - 2- Enquadramento Biográfico ... - 5 - 2.1- Convicções e Perceções relacionadas com o Estágio Profissional ... - 9 - 3.1- Caraterização do Contexto do Estágio - Escola Secundária da Boa Nova (ESBN) ... - 15 - 3.2- Caracterização da turma ... - 19 - 4- Realização da prática profissional ... - 23 - 4.1- Área 1 – Organização e gestão do ensino e da aprendizagem .. - 25 -

4.1.1- Conceção do Ensino ... - 25 - 4.1.1.1- ESTUDANTE vs DOCÊNCIA: As experiências vividas como processo inicial da formação do professor. ... - 25 - 4.1.1.2- A Importância da Disciplina de Educação Física ... - 28 - 4.1.1.3- Conceções de Ensino em relação à Identidade da turma- 30 -

4.2.1- Enquadramento do Programa Nacional de EF ... - 33 - 4.2.2- Planeamento vs Realização na Prática ... - 35 - 4.2.3- Planear sem saber o que esta por trás – Competências dos alunos? ... - 37 -

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VII

4.2.4- Ensinar os alunos por divisão de níveis? ... - 39 -

4.2.5- Rótulo das turmas ... - 41 -

4.2.6- Ensino Regular e Cursos Profissionais - Diferenças ... - 44 -

4.2.7- Atitude, Controlo e Adaptação perante a Turma ... - 48 -

4.3- Avaliação – Do Apito inicial ao Apito Final ... - 51 -

Participação com a escola e Relações com a comunidade ... - 55 -

5- Área 2 e 3 – Participação com a escola e Relações com a comunidade ... - 57 -

5.1- Torneio Inter turmas ... - 57 -

5.2- Torneio Inter escolas ... - 61 -

5.3- Semana da Saúde ... - 63 -

Desenvolvimento Profissional ... - 65 -

6- Área 4 - Desenvolvimento Profissional ... - 67 -

6.1- Aulas observadas pelos colegas de Estágio e professora Cooperante ... - 67 -

6.2- Reunião de Departamento ... - 69 -

6.3- Evolução enquanto futuro professor de Educação Física .... - 70 -

6.4- Estudo: ... - 72 -

6.4.1- A relação dos diferentes Estilos Educativos Parentais e os resultados dos acelerómetros. ... - 72 -

6.4.1.1- Introdução. ... - 72 - 6.4.1.2- Metodologia ... - 74 - 6.4.1.3- Apresentação de resultados ... - 76 - 6.4.1.4- Discussão ... - 79 - 6.4.1.5- Conclusão ... - 81 - Conclusão do Relatório ... - 83 -

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VIII

Referências bibliográficas ... - 87 - Referências bibliográficas do estudo ... - 82 -

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IX

Índices de Tabelas

Tabela 1- Sexo ... - 19 -

Tabela 2- Idades dos alunos ... - 19 -

Tabela 3- Retenções ... - 20 -

Tabela 4- Disciplinas Preferidas e com mais Dificuldade ... - 20 -

Tabela 5- Escolas ... - 21 -

Tabela 6- Idades ... - 46 -

Tabela 7- Retenções ... - 46 -

Tabela 8- Atividades da ESBN ... - 57 -

Tabela 9- Distribuição normal da amostra ... - 76 -

Tabela 10- Média de tempo sedentário e de atividade física moderada e vigorosa por sexo ... - 76 -

Tabela 11- Correspondência significativa ... - 77 -

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X

Índice de figuras

Figura 1 – Torneio interescolas Figura 2 – Semana da saúde.

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Resumo

O presente documento sobre o RE retrata sobre a prática realizada na unidade curricular do EP enquanto estudante estagiário, sentido ao longo do ano letivo. Mais do que um simples documento foi um conjunto de experiências e situações vividas para atingir níveis de sucesso enquanto futuro docente da EF. Desta forma, este documento transmite todo o trajeto percorrido desde do primeiro contato enquanto simples EE até ao papel principal de ser professor responsável de uma turma. As várias situações expostas, bem como as suas reflexões e transformações que foram decorrendo como resultado deste processo, fizeram parte de uma construção pessoal.

Este processo foi estruturado em três grandes áreas: 1- Organização e Gestão do Ensino e Aprendizagem; 2- Participação na Escola e Relações com a Comunidade; 3- Desenvolvimento Pessoal.

Relativamente a estas áreas, visam de forma organizada todos os processos vividos, comtemplando os resultados obtidos de um caminho percorrido para a formação pessoal enquanto futuro docente da educação.

Na parte final deste documento engloba um projeto de estudo onde o objetivo do estudo é perceber de que forma o estilo educativo parental influencia os níveis e a prática de atividade física dos jovens.

Este EP realizado na ESBN no ano letivo de 2012/2013, foi possível contar com todo o apoio indiscutível de todos os intervenientes diretos deste processo, constituído por uma professora orientadora, uma professora cooperante e um núcleo de estágio de três estudantes.

PALAVRAS-CHAVE: EDUCAÇÃO FÍSICA, ESTÁGIO PROFISSIONAL,

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XI

Abstract

This paper reflects on the RE on the practice performed in the course of the EP as a student intern, felt throughout the school year. More than a simple document was a set of experiences and situations experienced levels to achieve success as a future teacher of EF. Thus, this document conveys the whole path traversed from the first contact to the EE as simple primary role of being a teacher in charge of a class. Various exposed situations, as well as their reflections and transformations that were elapsing as a result of this process, were part of a personal construction.

This process was structured into three main areas: 1 - Organization and Management of Teaching and Learning, 2 - Participation in School and Community Relations, 3 - Personal Development.

For these areas, seek an organized way all processes lived, containing the results of a path taken for personal training as a future teacher education.

At the end of this document encompasses a study design where the goal of the study is to understand how the style of education levels and parental influences physical activity of youth.

This EP ESBN held in the school year 2012/2013, it was possible to count on the full support of all stakeholders undisputed direct this process, consisting of a guiding teacher, a teacher, and a cooperative training group of three students.

KEYWORDS: PHYSICAL EDUCATION, VOCATIONAL TRAINING,

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XII

Abreviaturas

EP – Estágio Profissional EF – Educação Física EE – Estudante Estagiário

ESBN – Escola Secundaria da Boa Nova ESE- Escola Secundaria de Ermesinde PC – Professora Cooperante

PO – Professora Orientadora

EEFEBS – Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e

Secundário

FADEUP – Faculdade de Desporto da Universidade do Porto ISMAI- Instituto Superior da Maia

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Introdução

Segundo Bento (2003), dado que forja o seu pensamento influencia enormemente a sua vontade, os seus sentimentos e atuação, e a sua disponibilidade para o empenhamento nas tarefas do dia-a-dia. Assim não devemos caracterizar o ensino como algo de exato, pois tudo depende da conceção do professor e de todo o seu processo realizado para atingir os objetivos traçados.

Cunha (2008, p.100) entende-se por formação de professores o processo pelo qual os futuros professores, ou professores em exercício, se preparem para desenvolver a função de docência.

O relatório do EP surge no âmbito da unidade curricular do EP, no último ano do Mestrado em 2º Ciclo em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário. Para mim de acordo com Alarcão & Tavares (2003), o EP é uma experiência fundamental no desenvolvimento profissional dos professores, onde a prática é o espaço privilegiado de aprimoramento de diversas competências adquiridas na teoria, sendo que estas últimas dão-lhe todo o sentido.

Este relatório não é nada mais nem menos do que um projeto de formação individual que consiste em exprimir e refletir sobre as dificuldades encontradas enquanto professor, assim como as formas de ultrapassar essas mesmas dificuldades. Podendo afirmar que este documento é muito mais do que simples relatos de ocorrências, mas sim um relato de emoções e vivências criadas ao longo de todo o ano letivo, através de interação com outros professores e principalmente a interação com os alunos, criando assim um leque de responsabilidades e exigências da nossa parte relativamente a cada aluno.

O EP, que teve lugar no ano letivo de 2012/2013, decorrendo na ESBN, pelo qual as turmas responsáveis pelas minhas lecionações eram 10ºano e 8ºano. O EP revelou-se como uma porta a abrir relativamente à descoberta,

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experimentação e afirmação enquanto futuro profissional de educação. Durante todo o processo de ensino-aprendizagem a reflexão assídua teve sempre presente, permitindo que as tarefas, estratégias e intervenções fossem cada vez mais objetivas de acordo com as exigências relativas a cada aluno. Este momento de integração no exercício da vida profissional tem como a principal vantagem do EE ter o auxílio da Orientadora de Estagio, Professora Cooperante e mesmo os colegas estagiários, acompanhando e ajudando em todos os processos da sua formação.

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Enquadramento Biográfico

Segundo Marques (2010) a docência é uma profissão que necessita ser aprendida, pois ninguém nasce professor e sim aprende esse ofício no decorrer do percurso formativo e profissional.

Desde sempre, o desporto fez parte da minha vida. Nasci e cresci no Canadá, um pais bastante ligado ao desporto, mais concretamente desportos americanos como por exemplo, Basquetebol, Hóquei, Basebol e Futebol americano. A minha ligação ao Futebol (soccer) vem desde muito cedo, um desporto que nessa altura não era de grande interesse no país mas que estava em crescimento. Iniciei a prática desportiva por incentivo dos meus pais com cinco anos de idade no NEW YORK JETS, onde joguei cinco épocas consecutivas, até que, com muita tristeza minha, tive que abandonar o país por questões familiares.

Chegado a Portugal senti uma tristeza profunda, como podem imaginar deixei para trás toda a minha infância construída naquele país que obrigado a abandonar. Necessitei de aprender uma nova língua e hábitos completamente distintos do que estava habituado. Foi no desporto que encontrei o meu refúgio e novos amigos que me ajudaram a ultrapassar uma fase difícil da minha vida. Iniciei a minha atividade desportiva em Portugal na freguesia de São Pedro de Rates- Póvoa de Varzim, no clube de futebol amador da terra jogando apenas uma época. Com apenas doze anos tornei-me atleta federado tendo ingressado no Varzim Sport Clube, onde terminei a minha formação. Aos 18 anos, ainda ligado aos Varzim Sport Clube iniciei uma nova etapa da minha prática desportiva, tendo sido emprestado pelo clube ao CERVEIRA da III divisão onde realizei uma época desportiva.

Mesmo praticando futebol nunca deixei para trás os estudos, completando o secundário no curso científico natural na área de desporto. Ao terminar o ensino secundário, inscrevi-me nos pré-requisitos para poder ingressar no curso de Educação Física e Desporto, entrando no Instituto Superior da Maia (ISMAI) onde realizei o sonho de ser técnico de educação

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física ao concluir a minha licenciatura. Ao longo do curso, ainda me foram proporcionadas oportunidades únicas, entre as quais a experiência de ingressar no programa Erasmus, na fabulosa UNIVERSITATEA ALEXANDRU IOAN CUZA, da cidade de Iasi na Roménia.

Após ter concluído a licenciatura, o meu grande objetivo passou por poder exercer a atividade profissional em que me acabara de formar. Ingressei na equipa do Centro de Corpo, um ginásio situado na Póvoa de Varzim, como instrutor em várias áreas de Fitness. Um ano após ter terminado a minha licenciatura, senti necessidade de continuar a investir na minha formação profissional e de aprofundar o meu conhecimento indo mais além da minha licenciatura. Candidatei-me ao mestrado de Ensino de Educação Física e Desporto no Ensino Básico e Secundário (EEFEBS) na FADEUP, onde senti que estava a ter acesso a um conhecimento mais direcionado e eficaz enquanto futuro profissional de EF. O enorme conhecimento dos docentes, as instalações de grande qualidade, o ambiente completo da área do desporto, sem dúvida que contribuíram para o objetivo a que me candidatei. A FADEUP correspondeu sem dúvida nenhuma às minhas expectativas, oferecendo, até agora, experiências aliciantes e promotoras sobre o processo de ensino-aprendizagem.

Resumindo, o desporto sempre esteve e estará ligado à minha vida, mesmo sabendo que atualmente na nossa área existem muitas “barreiras”, lutarei sempre para ser o que sonhei ser, “PROFESSOR”.

Tal como Jorge Olímpio Bento, no seu livro Desporto - Discurso e Substância citou: “Sou professor e tenho orgulho nisso. Por pertencer ao número daqueles que se empenham em realizar a possibilidade de fazer o Homem, de sagrar de Humanidade todos e cada um, para darmos um nível aceitável à nossa imperfeita perfeição.” (Bento, 2004, p.46)

“Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender” Paulo Freire (cit. Ferreira, Pina e Carmo, 2005)

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2.1- Convicções e Perceções relacionadas com o Estágio

Profissional

De forma geral o EP aparece como a primeira fase e contacto enquanto professor e a última enquanto estudante. Consiste no primeiro contato da realidade do que é ser professor, aplicando todas as estratégias, conhecimentos e habilidades adquiridas nestes anos de estudo e situações vividas. Esta fase da minha formação, o EP, exigiu de mim, enquanto estudante estagiário, todas as responsabilidades de um verdadeiro professor efetivo.

No meu ponto de vista, o estágio profissional eleva-nos para um patamar de inúmeras interações a nível pedagógico, didático e social, sendo para mim a fase mais importante do meu processo de formação enquanto estudante, tornando-me capaz de abrir novos horizontes, de adquirir outras formas de analisar diferentes conhecimentos e olhares e de testar as minhas capacidades no contexto real enquanto futuro professor.

Indiscutivelmente o EP é o momento de “integração no exercício da vida profissional” (Matos, 2011ª, p. 3), com a vantagem de o estudante estagiário ter o contributo daqueles que o acompanham ajudando em todos os processos da sua formação, como a Orientadora de Estagio, Professora Cooperante e mesmo os colegas estagiários. Assim as minhas expetativas fixaram-se em estabelecer uma ótima relação com os meus pares, perspetivando produzir lógicas imprescindíveis para a minha função enquanto docente, através de interações estabelecidas.

Inicialmente, antes de iniciar o EP, tinha perspetivado que a responsabilidade e ação de estudante estagiário não passava das instruções e compromisso de um professor da escola. Pensava que o estudante estagiário simplesmente era mais um agente de ensino que iria ser acompanhado diariamente por um professor experiente que o iria orientar na lecionação das aulas da turma em questão. Perspetiva essa totalmente errada, deparei-me com o comprometimento de ser o professor “real” da turma em questão, onde

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senti a verdadeira responsabilidade no desenvolvimento pessoal e académico dos meus alunos, tendo a noção que as nossas ações condicionam e afetam o desenvolvimento dos mesmos. Ajuizava que o estudante estagiário estaria sempre preservado das suas ações, ou seja, enquanto professor não iria desenvolver as suas funções em todos os momentos no processo de ensino-aprendizagem.

O EP foi de facto uma experiência única e diferente do que perspetivava, trata-se do momento de transferência dos papéis estudante-professor, visto ser estruturado a todos os níveis de ensino.

No EP, ao contrário que inicialmente achava, o estudante estagiário tem a obrigação de viver com as suas decisões e consequências, onde cada ação dá origem a uma resposta que varia da consistência da opção tomada. É neste ponto que o estudante estagiário coloca em prova a sua capacidade de interagir com o principal objetivo de melhorar as habilidades e comportamentos dos seus alunos. É neste ponto que o estudante estagiário vive com os seus erros, e ao mesmo tempo com o sentido de responsabilidade com ou sem ajuda tenta ultrapassa-los e elimina-los do seu caminho. Logo, todos os planeamentos e ações devem ser cuidadosamente analisados, pelo que as reflexões e estudo, pesquisa, começam a ser importantes, pois só assim seremos capazes de identificar os erros.

De forma geral posso dizer que o estudante estagiário tem que ser mais responsável, pois passamos por um processo de ser menos aluno para um processo de ser mais professor. Pois as ações transmitidas como estudante estagiário irão ser aprendidas pelos alunos, sejam elas positivas ou negativas, podendo influenciar o processo de ensino-aprendizagem dos mesmos.

Inicialmente as minhas perspetivas passavam por transmitir aos meus alunos, as necessidades para a obtenção de resultados positivos e de enorme sucesso, ter a capacidade de transmitir de forma eficaz a um grande número de alunos, com características diferentes todo o processo de ensino. Obter resultados inicialmente traçados, que dizem respeito às três dimensões de avaliação da disciplina de EF atitudinal, cognitiva e processual.

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Ter capacidade de em todos os momentos e fases do processo de ensino-aprendizagem reconhecer e aprender com os erros, ajustando as situações que podem e devem ser alvo de melhoria, de forma a passar futuramente por um trajeto objetivo enquanto futuro docente nesta área de educação.

Não posso esquecer, um dos pontos mais importantes, a interação dos colegas estagiários e principalmente da professora cooperante no meu processo de estudante estagiário e mesmo como cidadão, pois todo o cuidado é pouco, as nossas ações têm que ser bem estruturadas, claras e objetivas pois os alunos “captam” todos os nossos movimentos sem termos essa perceção, podendo gerar comportamentos negativos.

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3.1- Caraterização do Contexto do Estágio - Escola

Secundária da Boa Nova (ESBN)

Segundo o Projeto Educativo da Escola (PEE) a Escola Secundária da Boa Nova (ESBN 2011-2014) pretende ser uma escola de prestígio na região, reconhecida como promotora de uma formação humanista e de um ensino de qualidade, incorporando nas suas práticas os progressos científicos e tecnológicos, em harmonia com a comunidade em que se integra. A escola que projetamos é aquela em que todos são necessários e se vão superando no sentido de melhoria, quer em grupo quer individualmente. A ESBN afirma-se como uma organização escolar de serviço público que se alicerça na intenção de promover a formação de cidadãos informados, civilizados, atentos, reflexivos e interventivos, preparados para a mudança e para a vida ativa. Este ambicioso desejo coloca em destaque no processo formativo - algo de gradual, abrangente e interativo. O desenvolvimento conjunto e harmonioso destas várias dimensões implica uma interação regular e forte entre envolvidos, em que as relações terão de ser pautadas por civismo multilateral.

Segue um conjunto de valores que preza o respeito e responsabilidade, conhecimento, disciplina e exigência no sentido de qualidade e de excelência.

Segundo o PEE da ESBN a realidade educativa escolar é composta pelo meio envolvente e pela escola em si. O meio envolvente podendo ser caraterizado por aspetos demográficos, económicos, socioculturais e educativos.

Aspetos demográficos: envolvente restrita, num contexto de elevada densidade populacional, apresenta valores relativamente moderados, exceto a freguesia de Leça da Palmeira; a evolução demográfica recente (anos 2000) do concelho não indicia acréscimo populacional significativo nem alteração relevante dos quantitativos de população estrangeira; o concelho evidencia uma tendência de envelhecimento, apresentando diminuição do número e da percentagem de jovens em idade escolar. A freguesia de Leça da Palmeira, sendo, da envolvente restrita, a que, em 2001, apresentava maior número de

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jovens, era também aquela em que a percentagem destes, na população total, era menor.

Aspetos económicos: concelho é relativamente rico e a população aufere salário médio mensal ligeiramente superior ao nacional; o emprego tem aumentado no terciário e decrescido na indústria; a estrutura produtiva, em termos de número de empresas, sublinha a terciarização do concelho; a freguesia de Leça da Palmeira tinha, em 2001, na sua população empregada, 25,35% de profissionais socialmente mais valorizados, destacando-se claramente a nível concelhio; em contrapartida, as restantes freguesias da envolvente restrita registavam fraca proporção deste tipo de profissionais.

Aspetos socioculturais: o desemprego afigura-se como o aspeto social mais problemático neste concelho, embora na linha do que acontece a nível nacional; o valor médio do subsídio de desemprego do concelho, em 2008, ficou ligeiramente aquém do verificado no Grande Porto, mas claramente acima do registado no País; a rede de Instituições de Apoio Social apresenta um conjunto alargado de infraestruturas de apoio diurno, não oferecendo na mesma proporção serviços de apoio domiciliário e de lares de idosos; as vertentes culturais, desportiva e de lazer são privilegiadas, dado que o concelho possui um vasto conjunto de espaços que percorrem estas diferentes valências; a ampla rede de transportes proporciona boas acessibilidades.

Aspetos educativos: a rede pública de estabelecimentos de educação e ensino é razoavelmente diversificada na envolvente restrita, sendo a ESBN a única escola com ensino secundário; em termos concelhios, leciona-se ensino secundário em 6 escolas, abarcando uma panóplia de 21 cursos profissionais; em relação aos cursos de Educação e Formação, há no concelho, em 2009/10, 19 modalidades;

Um dos aspetos a melhorar na ESBN são as condições das instalações, ou melhor, a falta de condições de grande parte dos espaços é evidente, esperando-se obras de requalificação. Os recursos disponíveis na globalidade da escola nem sempre respondem totalmente às atuais necessidades, quer

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pela sua desatualização e eventual inoperância quer pelo número reduzido em algumas tipologias, destacando-se:

 O insuficiente número de meios audiovisuais, por bloco;

 A falta de recursos destinados, exclusivamente, ao trabalho da Direção de Turma;

 O reduzido número de equipamentos informáticos e/ou outros de apoio às diferentes disciplinas.

Desde de logo posso dizer que a minha primeira opção não passou pela Escola Secundária da Boa Nova (ESBN), mas sim pela Escola Secundaria Rocha Peixoto, dada a sua localização ser mais próxima do local onde habito e trabalho – Póvoa de Varzim, e também por recentemente ter sido pai.

Mesmo sabendo que a ESBN não era a minha primeira opção, fiquei muito satisfeito pelo motivo de encontrar no mesmo agrupamento amigos com o mesmo local de residência, onde através dessa ligação já existente entre nós poderíamos ajustar os nossos horários e arranjar formas de trabalhar e partilhar ideias em conjunto.

Após a primeira visita às instalações da escola, acompanhado pelos meus colegas de estágio, a falta de condições das instalações foi logo notória, a escola não está tão bem preparada e ajustada como outras. Através da informação transmitida pela professora cooperante verifiquei que a ESBN contém uma comunidade interligada, que resulta numa organização e gestão de sucesso de todos os seus intervenientes. Todos os professores e colaboradores demonstram-se prestativos, verificando que possuem normas e atitudes específicas para marcar a identidade da escola. Ao longo do período de estágio na ESBN, tanto os professores como os assistentes operacionais sempre se mostraram disponíveis para tudo o que fosse necessário, sendo possível observar que todos possuem critérios e atitudes que vão ao encontro da identidade da escola.

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Durante o ano letivo foi possível constatar que os alunos que frequentam esta escola há mais anos tem incutidas as atitudes e comportamentos traçados pela escola. É notória a preocupação da escola não só com o aspeto académico dos alunos mas também com a sua formação enquanto cidadãos da sociedade.

Ao longo do ano letivo e das várias aulas lecionadas, apercebi-me que para que o estágio decorre-se com sucesso teria que estar sempre preparado para ouvir sugestões (observações, concelhos, retificações e estratégias) dos colegas do núcleo estágio e principalmente da professora cooperante e orientadora de estágio.

Este apoio foi fulcral para o sucesso do meu estágio, existiram situações em que apenas com concelhos e observações da professora cooperante e colegas de estagiários foi possível atingir na sua maioria os objetivos traçados inicialmente.

Apesar de o meu horário ter sido um pouco reduzido, dados os meus compromissos profissionais e pessoais, posso afirmar que a presença constante do meu núcleo de estágio e da professora cooperante foi fundamental. Todos os momentos foram aproveitados de forma construtiva para o sucesso das ações a trabalhar, ouvindo e sugerindo opiniões.

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3.2- Caracterização da turma 8ºano

Segundo o Projeto de Trabalho de Turma do 8ºano, elaborado pela respetiva diretora de turma, esta é constituída por 25 alunos, sendo 10 do sexo masculino e 15 do sexo feminino. As idades dos alunos estão compreendidas entre os 13 e os 16 anos, sendo a média das idades de 13.8 anos (aproximadamente).

Tabela 1- Sexo

Tabela 2- Idades dos alunos

Relativamente ao percurso escolar dos 25 alunos da turma, 11 não apresentam qualquer retenção, o que corresponde aproximadamente a 44%. Dos restantes 14 alunos com retenção (ões), 7 reprovaram no 1º Ciclo (4ºano), 2 reprovaram no 2º Ciclo (6ºano) e mais 7 reprovaram no 3º Ciclo (9º ano). Logo 11 alunos tiveram 1 retenção, 2 alunos duas retenções e 1 aluno com 3 retenções.

40% 60%

Sexo

Sexo Masculino Sexo Feminino

44% 40%

12% 4%

Idades dos Alunos

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Tabela 3- Retenções

No ano letivo anterior 10 dos alunos tiveram oportunidade de frequentar, na própria escola, o Apoio Pedagógico em algumas das disciplinas a que estavam matriculados.

A disciplina preferida pelos alunos é a Educação Física com 9 alunos, seguindo-se depois Ciências da Natureza com 7 alunos, Matemática com 6 alunos e para finalizar 2 alunos em Língua Portuguesa e educação Visual. Os alunos reconhecem ter mais dificuldade nas disciplinas de Matemática (14 alunos), seguindo-se a Físico e Química e Historia (6 alunos), Francês e Inglês (5 alunos) e a finalizar Língua Portuguesa (2 alunos).

Tabela 4- Disciplinas Preferidas e com mais Dificuldade 44% 44% 8% 4%

Retencões

0 1 2 3 0 2 4 6 8 10 12 14

Disciplinas Preferidas e com mais

Dificuldade

Preferidas Dificuldade

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Dezoito dos vinte e cinco alunos já frequentavam esta Escola, sete frequentaram escolas diferentes entre as quais EB 2 e 3 Lavra (1 aluno), EB 2 e 3 de Matosinhos (2 alunos), EB 2 e 3 Leça (3 alunos) e EB Maia (1 aluno).

Tabela 5- Escolas

A turma pela qual fiquei responsável no 2ºperiodo (2012/2013), 8ºA, apresenta 11 (44% da turma) desportistas em atividades extracurriculares entre as quais: Basquetebol, Futebol, Andebol, Dança, Karaté, Natação e Ginásio.

Ao longo do ano letivo, os alunos demonstraram-se sempre motivados nas aulas e recetivos às novas informações e/ou modalidades, sabendo que por vezes tornava-se difícil lecionar certas modalidades, como por exemplo ginástica. No decorrer das aulas, a turma apresentou algumas dificuldades na aquisição e apreensão das habilidades motoras técnicas e/ou táticas de algumas modalidades.

Como aspeto a melhorar em grande parte dos elementos da turma, foi o seu empenho nos conhecimentos teóricos da disciplina, como se pode verificar nas fichas de avaliação do conhecimento, em que as suas classificações foram muito baixas, apesar de ter sido facultado com antecedência um documento de apoio para orientar o seu estudo.

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18

Escola

Número de alunos

(36)
(37)
(38)
(39)

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4.1- Área 1 – Organização e gestão do ensino e da

aprendizagem

4.1.1- Conceção do Ensino

4.1.1.1- ESTUDANTE vs DOCÊNCIA: As experiências

vividas como processo inicial da formação do professor.

Nos dias de hoje qualquer tipo de formação profissional, assim como a formação do professor de EF, é um processo vasto, objetivo e que envolve diversos fatores que influenciam o processo de construção dos saberes de um docente.

Segundo Günther e Molina Neto (2000), o processo de formação do professor é contínuo, que não se inicia apenas no momento em que este ingressa no curso e também não se encerra ao este terminar, mas se estende por toda a sua vida profissional. Desta forma, as experiências vividas no período anterior ao ingresso na graduação podem ser consideradas como o início do processo de formação do professor, visto que estas experiências além de terem relação direta com a escolha pela EF, também podem influenciar a prática dos futuros professores.

Em relação à EF, geralmente os estudantes optam por este curso pela simples razão de ter vivido experiências positivas na EF e pela experiência que vivem na prática desportiva, como por exemplo, nos desportos coletivos, individuais ou mesmo na área de Fitness, o facto é que de certa forma influencia a sua escolha pela docência na EF.

Desta forma, pensava, ao transferir o meu olhar como estudante para um olhar docente, que esta experiência anterior com os desportos facilitava a minha prática enquanto professor.

Por questões evidentes a escola ainda é uma das áreas de maior atuação do professor de EF, no meu parecer, é clara a necessidade de

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aproximar a formação inicial da docência como um todo, e não apenas na questão específica dos conteúdos.

Assim como refere Sanchotene (2007), os saberes utilizados pelos professores nas aulas de EF não têm relação apenas com a sua formação acadêmica, mas também com experiências vividas em todas as dimensões, desde a escolarização, passando pelas vivências desportivas e chegando na formação inicial, continuada, e na própria prática escolar, constituindo-se um saber de caráter plural.

Concordando com esta referência, entretanto, a formação inicial possui uma importância singular na constituição de um professor, é um processo muitas vezes subjetivo, mas no meu entender o dever principal é da entidade formadora (no meu caso a FADEUP), pois é essa entidade produtora e certificadora do conhecimento científico principal para a formação do professor de EF. Como refere Imbernón (2006), é na formação inicial que o futuro professor elabora o arquétipo de sua profissão, de modo que os valores e as crenças sobre a educação passarão a ter novos significados mediante seu processo de aprendizagem.

Contudo, é necessário que esta subjetividade, proveniente das vivências específicas de cada docente, tenha seu lugar reservado apenas ao subjetivo e não na maioria do processo de ensino escolar. Por isso, há a necessidade de o licenciando conhecer desde cedo a estruturação escolar, pois quando chegar o processo de estágio profissional, não carregue dúvidas/preconceitos que possam influenciar a prática como docente e tenha uma prática mais relacionada com a realidade do contexto escolar.

Por fim, posso concluir que a minha formação relativamente à EF tanto na Licenciatura (ISMAI) mas principalmente no Mestrado em Ensino (FADEUP) foi extremamente importante no que diz respeito à minha forma de ser e de estar enquanto futuro professor e ao mesmo tempo o sucesso do meu estágio profissional. Durante a licenciatura e mestrado, apesar da existência de uma maior evidência em experiencias de métodos, estilos e estratégias do processo

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de ensino-aprendizagem, existiu, também, uma enorme evidência nos princípios de ensino. Durante toda a formação, principalmente o mestrado, passei por questões que só mesmo os sabedores das matérias me puderam ajudar a resolver. O EP contempla as condições ideais e necessárias para a docência, uma vez que exige que o estudante estagiário encare as suas dificuldades de imediato. Permite vivenciar o mesmo como um projeto individual de crescimento profissional, que implica encarar os receios de frente e sem medo de errar. Inicialmente as situações vividas no contexto escolar como docente foram complicadas, eu como simples estudante tive que modificar a minha atitude e transforma-la num professor, ou seja, transferir aos meus alunos princípios sociais, culturais mas principalmente a importância da atividade física e desportiva. Posso afirmar que o EP envolve as condições reais da docência, foi possível atingir um ponto em que os meus medos já mais me preocupavam.

Através deste percurso de construção pessoal e profissional é que foi possível dar resposta às expetativas criadas inicialmente sobre o EP. Desta forma, como refere Landsheere (1978) resume esta minha forma de encarar o EP através do verdadeiro significado da formação inicial, ou seja, esta deve ser essencialmente um projeto do próprio estudante, onde este possa ser levado a conhecer-se melhor e, por consequência, a reconhecer as aquisições e as suas lacunas e em que discutirá com os seus formadores os planos adequados e cada vez mais promissores, sempre no sentido de atingir os objetivos propostos.

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4.1.1.2- A Importância da Disciplina de Educação Física

Relativamente à escola, a EF pode ser caracterizada por diversas áreas, tais como saúde, lazer, desporto amador, desporto de alto rendimento, etc. Neste caso, o professor tem como objetivo principal transmitir itens em prol de dar ao aluno a clareza de que a educação física que ele pratica na escola faz parte de um conjunto de conhecimentos que devem estar inseridos na sua base comum de conhecimentos.

A preocupação fundamental do professor deve ser fazer com que o processo de aprendizagem seja gratificante, mas ao mesmo tempo importante para o aluno, tentando introduzir nas suas aulas a necessidade de hábitos de atividade física e desportiva regular.

Segundo Matos e Graça (1991), à disciplina de EF é reconhecido um papel privilegiado e insubstituível na promoção e criação de hábitos de vida saudáveis, pela criação dos pressupostos para a aquisição de um estilo de vida ativo, impondo-se esta promoção como meta de qualquer sistema educativo, já que muitas crianças não terão, na sua vida, outra oportunidade de praticar atividade física organizada e regular a não ser as experiências proporcionadas nas aulas de EF.

A disciplina de EF tenta dar aos seus alunos uma formação desportiva de base, aumentando de forma programada as suas capacidades motoras e despertando alegria e prazer através do movimento (Botelho e Duarte, 1999).

Nas escolas a atividade física e desportiva no meio educacional não está restrita somente a conteúdos a serem trabalhados de forma prática ou teórica, sabe-se que dentro do planeamento de aula os dois métodos estão ligados e são inseparáveis. Dentro de um conteúdo, vários objetivos podem ser trabalhados em dimensões vastas de conhecimentos, como a dimensão da técnica/tática do conteúdo, das habilidades motoras necessárias que essa modalidade pode desenvolver, a dimensão de valores e atitudes que serão apresentadas aos alunos e por eles deverão ser assimiladas e levadas para sua vida social junto a comunidade.

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Como também sabemos, que é no meio familiar que a educação da criança se inicia, sendo-lhe associadas várias medidas educativas, não só afetivas, sociais, cognitivas como motoras até à educação formal. A partir do momento em que entra para a escola, inicia um acompanhamento educativo especializado, e é à disciplina de EF que cabe a educação motora e do próprio corpo (Pimentel e Nunes, 2002).

Uma das grandes dificuldades e desafios que se coloca à disciplina de EF e ao professor, tornando esse um objetivo principal, é ter a capacidade de conseguir educar os alunos para que num futuro próximo detenham hábitos de prática de atividade física e desportiva regular.

Na perspetiva de Mota (1991), a educação da saúde na EF deve ser vista como um objetivo a longo prazo.

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4.1.1.3- Conceções de Ensino em relação à Identidade da

turma

Na prática da EF é da responsabilidade do professor escolher, identificar e definir as tarefas a realizar pelos alunos. Para isso, é preciso procurar compreender as suas tomadas de decisão ao nível da programação e no decorrer das atividades que proporciona aos alunos. Esta função do professor é, em princípio, suportada por uma intenção que lhe dará sentido, nas conceções de EF. Podemos reconhecer que a intervenção pedagógica do professor de EF é orientada de forma consciente ou inconscientemente por uma conceção de EF (Figueiredo, 1996).

Como refere Rink (1993) (…) a ausência de indicações objetivas e referenciadas a critérios de realização das tarefas pode comprometer a aprendizagem. Portanto, o professor deve considerar o aluno enquanto sujeito individual, com experiências singulares, com motivações específicas e, mesmo, com dificuldades particulares.

Logo, durante este ano letivo, procurei transferir aos alunos de forma objetiva e clara, toda a matéria de ensino relacionada com os níveis previstos de cada aluno.

Como referi anteriormente na caracterização da turma, “A turma pela qual fiquei responsável na parte final 2ºperiodo (2012/2013), 8ºano, apresenta 11 (44% da turma) desportistas em atividades extracurriculares entre as quais: Basquetebol, Futebol, Andebol, Dança, Karaté, Natação e Ginásio”, fui verificando que estava perante uma turma com um baixo nível de atividade física fora do contexto escolar. Portanto, após as primeiras aulas de lecionação, observei e confirmei um nível baixíssimo nas habilidades tático-técnicas dos alunos e, ao mesmo tempo, a sua dificuldade em logo compreender o que lhes era pedido para executar nas diferentes tarefas determinadas.

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Ao verificar o nível da turma, escolhi como primeira matéria a lecionar o Futebol, isto pela simples razão de ser a modalidade desportiva coletiva onde me sentia mais à vontade e confiante para atingir objetivos, principalmente o espirito de equipa e entreajuda. Ao mesmo tempo constatei que a turma, no seu geral, apresentava-se nesta modalidade em níveis distintos de jogo, nível elementar (sexo feminino) e nível intermedio/avançado (sexo masculino), pois no sexo masculino existiam atletas federados.

Portanto, com esta constatação inicial dos níveis, de forma aleatória ajustei a turma em grupos com elementos dos dois níveis para que os alunos com mais capacidade pudessem ajudar, tanto a mim como professor como aos outros colegas, transmitindo aos alunos com mais dificuldades os conteúdos a abordar inicialmente. Como foi referido na reflexão nº39 da aula do dia 4-01-2013, “Analisando a aula no geral, sabendo que foi o meu primeiro contacto com a turma, queria desde já mencionar que a turma é bastante grande e heterogénea. Em relação aos exercícios propostos verifiquei que a turma se encontra em 2 níveis, pois um mais elementar e um intermédio. Contudo o meu objetivo inicial é manter a heterogeneidade durante as primeiras aulas para que os alunos mais sabedores da modalidade possam ajudar os seus colegas.”

Este foi um pequeno erro, ou seja, apesar de saber que existiam alunos com níveis de habilidades excecionais (nível intermedio, 4 ou 5 alunos no nível avançado), havia também um grupo de alunos em nível elementar. Com esta forma de abordar a modalidade e, ao mesmo tempo, com esta forma de instruir, os alunos mais sabedores estavam a realizar os exercícios de forma exemplar, enquanto os alunos menos capazes estavam a quebrar o ritmo excecional dos alunos capazes.

Posto isto, verificando o erro cometido reflecti sobre outras decisões, como referido na reflexão da aula 8-01-2013, “Analisando a aula no geral, verifico um pouco de dificuldade em conseguir dividir a turma em níveis, como já mencionado no relatório anterior a turma é bastante grande e heterogénea. Resultando esta dificuldade vou tentar nas próximas aulas dividir as turmas por sexos, pois tendencialmente o sexo masculino têm mais aptidão para a

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modalidade de Futebol. Caso se verificar que algum aluno se encontra num nível que não deveria de estar tomarei a decisão de o mudar para que os índices de motivação se mantem elevados.” Assim, dividi a turma por sexos, pelo simples motivo de os alunos mais capazes (sexo masculino) criarem um espirito de jogo mais competitivo e mais produtivo para o seu crescimento na modalidade. Com os alunos menos capazes, essencialmente o sexo feminino, tentei estar mais presente e atento, criando jogos mais lúdicos para que demostrassem mais vontade em aprender participar na modalidade em questão.

Viver esta sensação de não estar a conseguir transmitir a todos os alunos da mesma forma, poderá ser vista segundo a perspetiva de Bento (2006, p. 208), “ (…) a exercitação deve ser ajustada aos objetivos de aprendizagem e a cada um dos alunos”.

Perante esta situação, achei importante transmitir aos alunos que se o professor não estiver a ser claro e objetivo na explicação e demonstração dos exercícios, os alunos podem e devem questionar o professor, pois assim como os alunos aprendem com o professor, o professor aprende com os alunos. Este processo de interação criou uma ligação constante e diferente no Professor/Aluno, onde os alunos e mesmo eu como professor, nos sentimos com mais à-vontade e com mais naturalidade para questionarmos e para entendermos verdadeiramente a essência das aulas de EF.

A diferenciação pedagógica tem como objetivo o sucesso educativo de cada um, na sua diferença. Assim, implica a utilização de estratégias diversificadas visando o maior sucesso possível para todos os alunos. Esta é uma preocupação importante numa escola, (…) (Gomes, 2006)

Portanto, enquanto professor temos que ter noção que uma turma pode ser na sua maioria excecional, mas no entanto pode haver a existência de uma minoria não tão desenvolvida. Assim sendo, um professor competente deve ter a capacidade de estar disponível a todos os seus alunos, uma vez que todos são diferentes (necessidades e características), tentando sempre ser claro e objetivo para cada aluno.

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4.2- Planeamento e Realização

4.2.1- Enquadramento do Programa Nacional de EF

Numa primeira fase cabe-nos analisar e compreender a finalidade do Programa de EF, pois esta expressa a importância da disciplina na formação global dos alunos, justificando por sua vez a sua existência no currículo escolar.

Estes programas foram concebidos como instrumentos necessários para que a EF das crianças e jovens ganhe o conhecimento que carece, deixando de ser vista, por outro lado, como mera catarse emocional, através do exercício físico vigoroso, ou, por outro lado, como animação/orientação de (alguns) jovens «naturalmente dotados» para se tornarem artistas da performance desportiva (PNEF, 2ºCiclo, p. 231).

Esta desmistificação dos propósitos da EF vem de encontro ao uso que se fez, ou se tem feito da disciplina, sendo que por vezes não a valoriza como meio de transformação dos indivíduos na área desportiva.

Assim a sua preocupação está representada nos objetivos da EF no curso de ensino básico, bem como os princípios de organização das atividades nas aulas, baseando-se numa conceção de participação dos alunos definida por quatro princípios fundamentais.

 A garantia da atividade física corretamente motivada, qualitativamente adequada e quantidade suficiente, indicada pelo tempo da prática nas situações de aprendizagem, isto é, no treino e descoberta das possibilidades de aperfeiçoamento pessoal e dos companheiros.

 A promoção da autonomia, pela atribuição, reconhecimento e exigências de responsabilidades efetiva aos alunos, nos problemas organizativos e tratamento das matérias que podem ser assumidos e resolvidos por eles.

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 A valorização da criatividade, pela promoção e aceitação da iniciativa dos alunos, orientando-a para a elevação da qualidade do seu empenho e dos efeitos positivos das atividades.

 A orientação da sociabilidade no sentido de uma cooperação efetiva entre os alunos, associando-a não só à melhoria da qualidade das prestações, especialmente nas situações de competições entre equipas, mas também ao clima racional favorável ao aperfeiçoamento pessoal e ao prazer proporcionado pelas atividades. (PNEF, 2ºCiclo, p. 234).

Os programas constituem, portanto, uma ferramenta pedagógica para a ação de um professor, onde encontra indicadores para orientar a sua prática, sendo motivada pelo desenvolvimento dos seus alunos, assim como, o ganho de competências dos alunos, respetivamente nas habilidades técnicas e táticas, conhecimentos, desenvolver capacidades da aptidão física e formar as atitudes e valores.

No meu caso, com a informação transmitida pelo PC a Escola Secundaria da Boa Nova possui um Plano Curricular de EF, baseado no PNEF mais precisamente, com o devido ajustamento à realidade escolar. Como refere no documento PNEF, para apoiar as suas decisões, o professor encontra na sua própria formulação dos dois níveis de objetivos do programa, de ciclo e do ano, referências importantes para a seleção e organização dos processos formativos, respetivamente as características da atividade apropriada à expressão das capacidades (objetivos de ciclo/área de EF) e a forma das situações da prática propicias ao aperfeiçoamento e «prova» das competências especificas (objetivos de ano/matérias). (PNEF, 2ºCiclo, p. 232).

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4.2.2- Planeamento vs Realização na Prática

Planificar o ensino e a formação significa planear as diferentes componentes do processo de ensino e aprendizagem nos diferentes níveis de realização. Quererá dizer, portanto, antever as indicações contidas nos programas tendo em conta as condições pessoais, sociais, materiais e locais, a fim de guiar o processo de desenvolvimento dos alunos (Bento, 2003).

Inicialmente, referindo-me à planificação, onde existiram algumas dificuldades em conseguir seguir de forma rigorosa os planos de aula, pois por vezes nos momentos de aplicação do plano surgia sempre algo que influenciava o planeamento, ou seja, sentia que no momento de elaboração dos planos de aulas não contava com os atrasos dos alunos, com as condições do pavilhão ou mesmo com a motivação da turma (entre outros). Esta dificuldade que foi surgindo, principalmente na fase inicial do estágio profissional pode ser explicada por Fortes (1996), quando refere que muitos estudantes-estagiários sentem dificuldade em aplicar o conhecimento teórico na prática do dia-a-dia.

Juntamente, uma situação recorrente ainda dentro das questões do planeamento referida na reflexão de aula realizada na fase inicial do contato com a turma, no relatório de aula do dia 15 Janeiro 2013, “analisando a aula de forma geral, verifico pela minha parte uma má organização e gestão da aula, pois alguns exercícios propostos no salto em altura eram de difícil execução (…) ”. Inicialmente o que previa para a aula nunca correspondia com a realidade da prática da aula, isto deve-se ao facto de nessas aulas ter de adaptar os exercícios, pois sentia necessidade de o fazer para retirar o melhor aproveitamento e rendimento dos alunos.

Relativamente aos colegas de estágio, penso que eu e o António Oliveira tivemos algumas vantagens sobre o José Ferreira, pois a existência de alguma experiência profissional, no meu caso, apesar de ter sido por puco tempo, a experiência como treinador de futebol deu-me alguma capacidade de

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detetar/identificar aspetos a melhorar durante as aulas, sabendo que por vezes também não os conseguia identificar, bem como a necessidade de utilizar um “Plano B” nas tarefas de forma que estas fossem ao encontro das necessidades de cada aluno.

Ao longo das aulas lecionadas fui verificando alguns aspetos que tinha de melhorar, pois a planificação das aulas não era concretizável na realidade da aula. Por vezes, na planificação tinha em conta os diferentes níveis de desempenho na realização dos exercícios, mas apareciam outros obstáculos, como por exemplo não ter em consideração o espaço onde se iam realizar, não tendo as dimensões necessárias para a realização do planificado para a aula.

Tentamos que as aulas apresentassem sempre um carater e estrutura de progressões verticais e horizontalmente articuladas, sem nunca descurar da identidade da turma (Rink, 1996).

Foi sempre a minha intenção adaptar e ajustar as situações para o alcance do sucesso por parte dos alunos, mas sabendo que, por vezes, mesmo elaborando e planeando de forma correta, ainda me faltava algo para conseguir atingir uma capacidade de adaptação que se verifica nos professores mais experientes

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4.2.3- Planear sem saber o que esta por trás –

Competências dos alunos?

A situação que foi alvo de reflexão profunda e debate com os meus colegas estagiários e com a professora cooperante foi o facto de na matéria de ensino de Ginástica de solo não ter observado resultados conforme teria inicialmente previsto, pois a professora cooperante mencionou que a turma teve um percurso académico até esse momento de notório sucesso.

Ou seja, na avaliação sumativa os resultados obtidos pelos alunos não se ajustaram com os níveis inicialmente previstos por mim e principalmente pela professora cooperante. Como podemos analisar no início da unidade temática da matéria, na reflexão de aula nº 50 e 51 do dia 29 de Janeiro de 2013, mencionei de imediato a dificuldade com que me deparei:

“…Verifiquei um pouco de dificuldade em analisar se todos os alunos exercitaram os exercícios, dizendo isto, pela razão de existir alunos que não se esforçam na modalidade de Ginástica mencionando sempre que “não consigo”…

Reflexão de aula nº50 e 51

Inicialmente pensava que o facto de os resultados obtidos não irem ao encontro do que era esperado fossem causados pela planificação e gestão inadequada da matéria de ensino, uma vez que as aulas previstas para o momento de exercitação das ações técnicas eram de 10 tempos de 45 min.

Logo, considerei que a forma inadequada do planeamento da matéria levasse a uma má gestão de aula, visto que o sucesso dos alunos nos anos anteriores era positivo. Questiono-me: será que as referências dadas pela PC estavam mesmo de acordo com a situação real dos alunos? De que forma podemos evitar que os alunos se encontrem em constante iniciação das matérias?

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Começando pela última questão, penso que as unidades didáticas em certas matérias deveriam ser mais prolongadas, pois a probabilidade de haver aprendizagem seria muito maior. Mesmo sabendo que podemos estar perante uma situação de incoerência, ou seja, os alunos nos anos anteriores terem mesmo adquirido de forma positiva as competências necessárias para a matéria de Ginástica em questão, será o mais correto verificar documentos elaborados por colegas e tirarmos conclusões sobre elas? Será que o que está escrito corresponde à realidade?

Não questionando nem duvidando dos trabalhos realizados pelos professores dos anos anteriores, na minha opinião a turma não se encontrava num nível tão elevado como inicialmente me caracterizaram, pois verifiquei que a turma se encontrava na fase de iniciação da matéria de Ginástica, pois não realizavam qualquer ação técnica de forma exemplar.

A partir do momento em que constatei que a turma não estaria num nível tão elevado, reajustei as habilidades a lecionar ao nível que na minha opinião a turma se encontrava. Após este reajuste, houve uma maior evolução da turma, onde os alunos através de exercícios analíticos iam melhorando a sua performance nas várias habilidades técnicas da matéria de ensino de Ginástica. Dada esta situação, aprendi que devemos observar de forma clara e objetiva o nível dos alunos nas aulas de avaliação diagnostica, pois no meu caso não realizei essa avaliação, baseando-me simplesmente nas informações do ano anterior. Considerando importante avaliar o nível inicial dos alunos para poder planificar adequadamente a UT em causa, pois a aprendizagem exige introdução da habilidade, tempo para exercitar essa habilidade e tempo para a consolidar.

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4.2.4- Ensinar os alunos por divisão de níveis?

Neste ponto quero referir que ensinar por divisão de níveis foi um problema com que me deparei ao longo do ano letivo, pois, na minha opinião e nos dias de hoje, cada vez mais nas aulas de EF os professores encontram alunos completamente distintos nas suas habilidades em relação à atividade física e desportiva.

Sendo assim, nas primeiras aulas da unidade de Futebol deparei-me com a dificuldade em responder a esta questão da forma mais coerente para o sucesso do processo de ensino-aprendizagem.

Inicialmente apostei como melhor solução não dividir a turma por níveis, mas sim, “misturar” a turma de forma equilibrada, tendo assim equipas com alunos mais aptos e menos aptos para a modalidade. Pensava que com a presença de alunos mais aptos e com mais conhecimentos sobre a modalidade em questão nas equipas, os alunos menos aptos iriam aprender mais rapidamente. Mas a professora cooperante logo questionou, “assim não achas que ao recuperar os alunos menos aptos vamos prejudicar os mais aptos ou mesmo todos (pois os alunos mais aptos não passavam a bola aos menos aptos) ”. Sendo assim, estava a potencializar os alunos mais aptos para o sucesso desportivo e aos menos aptos estava prejudicar o sucesso desportivo.

Após a reflexão da PC, refleti e apercebi-me deste facto e da sua extrema importância. Nas aulas seguintes reajustei o meu planeamento abordando a aula de forma diferente, dividindo a turma por níveis. Tentei de forma correta dividir os alunos em quatro equipas, 2 delas no nível intermedio/avançado e as outras 2 no nível elementar. Neste ponto, a divisão foi feita por sexos, pois de forma clara verificou-se que o sexo masculino demonstrava uma forma de jogo mais objetiva do que o sexo feminino.

A divisão por níveis surgiu então pela importância de fornecer a todos os alunos as mesmas condições de evolução, tanto para os alunos menos aptos como para os mais aptos, contrariamente ao que inicialmente pensava ser

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correto, ao fazer equipas mistas, pensando que assim estaria a evoluir os menos aptos, pois os mais aptos “ajudavam”, mas foi notória a falta de cooperação entre alunos.

Sabendo que a cooperação é uma qualidade de muito valor, a verdade é que só com o comentário da PC refleti que os alunos mais aptos também devem ter oportunidades para evoluir.

Portanto, analisando este assunto e desvendando as vantagens e limitações da divisão por níveis da turma, verifiquei desde de logo outra dedicação e entreajuda por parte dos alunos nos exercícios propostos, esses exercícios serem mais complexos para o grupo de sexo masculino e mais analíticos para o do sexo feminino. Esta estratégia rapidamente apresentou resultados, onde nos exercícios analíticos as alunas executavam com uma maior calma e fluidez, pois não estavam a ser pressionadas nem julgadas pelos alunos mais aptos, e os mais aptos executavam de forma exemplar os exercícios complexos com a rapidez e eficácia pretendida.

Com a divisão por níveis, ao longo das aulas de Futebol fui-me apercebendo que poderia explicar os exercícios que pretendia aos alunos mais aptos e ausentar-me por alguns minutos, pois realizavam de forma correta e coerente o exercício, podendo assim estar mais presente e interventivo para apoiar os alunos menos aptos, pois estes necessitavam de um apoio mais presente para o êxito das tarefas previamente explicadas e demonstradas.

Refletindo sobre este assunto, confirmo que a minha decisão não foi a mais correta, no momento por ter o conhecimento que os alunos mais aptos eram atletas federados, ou seja, treinavam todos os dias os exercícios propostos e esses seriam rotineiros do seu dia-a-dia, não necessitando de tanta atenção, assim ter desviado a minha atenção ao grupo menos apto para que esses tivessem uma evolução mais significativa.

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4.2.5- Rótulo das turmas

A distribuição das turmas entre os elementos do núcleo de estágio foi desde de logo estabelecida na primeira reunião com a professora cooperante. Eram quatro turmas: duas turmas do 10ºano, uma do 8ºano e por último uma do 1º ano do curso profissional que é equivalente relacionado ao 10ºano do ensino normal. Não sendo necessário sorteio, rapidamente e de forma coerente escolhemos as turmas a adequar a cada estudante-estagiário. Assim, foi-me atribuída uma turma do 1º ano do curso profissional com aulas às quintas-feiras. A partir daquele momento, percebi que esta última fase da minha formação académica estava, em grande parte, dependente da turma em questão.

A aula de apresentação decorreu num balneário do pavilhão de EF, a professora cooperante fez questão de ser ela a apresentar-se como professor perante a turma e só depois apresentar-me como estudante-estagiário.

Durante toda a sessão o nervosismo esteve sempre presente, tentando não o demostrar, apresentei-me de forma objetiva e clara sobretudo no que toca ao percurso ligado ao desporto, pedindo de seguida que cada aluno preenchesse uma ficha de caraterização individual e se apresentasse pessoalmente evidenciando características importantes para a disciplina de EF. Foi com bastante sucesso que se deu como terminada a sessão de apresentação e onde eu como professor me deparei com um contexto escolar não tão habitual ao que estava habituado, pois um curso profissional é composto por módulos e cada módulo tem que ser avaliado logo após a sua lecionação dos tempos indicados.

A turma pareceu-me desde de logo muito disponível para a prática de atividade física e desportiva, pois eram vários os atletas de modalidades extraescolares.

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Infelizmente passado algum tempo do início do estágio e da lecionação, foi dado como certo a desistência de uma colega de estágio, onde me foi proposto lecionar na turma 8ºano. Inicialmente, a minha insatisfação foi visível, pois já me encontrava adaptado à turma que inicialmente me tinha sido atribuída.

Sabendo que nós como futuros docentes iremos estar sempre perante várias turmas, umas melhores outras piores, e temos que ter a capacidade de adaptação e conseguir cativar todo tipo aluno de forma igual, após a minha primeira reação de insatisfação demonstrei-me logo disponível para esta mudança.

Os alunos apresentaram-se um pouco irrequietos, não interpretando isso como má educação, mas sim, infelizmente como típico comportamento de um aluno do 8º ano de escolaridade.

Apesar desse comportamento, fiquei agradado com o primeiro contacto que tive com turma e isso espelhou-se durante o resto do ano letivo. A turma demonstrou estar na sua maioria com vontade de aprender, apesar de ser uma turma com uma mentalidade um pouco brincalhona. De aula para aula foi notória uma melhoria no seu comportamento, o aumento de motivação e de participação nas aulas.

Como já referido na caracterização da turma, era inicialmente constituída por 25 alunos, no entanto viu-se reduzida em 2 alunos (1 por emigração e outra por motivos pessoais). A da turma apresentava 15 elementos do sexo feminino e 10 do masculino.

Apenas 11 alunos (44%) apresentavam prática desportiva extraescolar o que me levou a antever que no geral, existia o gosto pela prática desportiva, verificando também que alguns dos alunos apresentavam índices físicos fora do contexto normal para a sua idade.

Senti um pouco de dificuldade em conhecer os alunos e analisar as suas capacidades motoras, pois só comecei a lecionar esta turma a partir do

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segundo período. Esta dificuldade prendeu-se com o facto de anteriormente não ter tido tempo para realizar avaliações diagnosticas dos alunos e individualmente analisar as suas capacidades para as modalidades que iram abordar durante o resto do ano letivo. Conhecer os alunos não é de um dia para o outro, mas sim a longo prazo.

Esta descoberta tornou-se mais facilitada, pois como a PC era a Diretora de Turma em questão, sempre que entendia ser necessário transmitia tudo o que era útil e preciso para o sucesso das aulas e da relação com os alunos.

No decorrer das aulas, optei sempre por uma postura descontraída mas sempre com o objetivo principal de ser professor. Tentei sempre encontrar o equilíbrio para uma boa relação professo/aluno e que houvesse um crescimento gradual no processo de ensino/aprendizagem, evidentemente encontrando fases boas e menos boas.

Referências

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