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A relação da aptidão física com o sucesso escolar: em alunos do 12º ano do curso de Ciências e Tecnologias da Escola Secundária Emídio Garcia em Bragança

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Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

2º CICLO EM ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

NOS ENSINOS BÁSICO E SECUNDÁRIO

A RELAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA COM O

SUCESSO ESCOLAR

Em alunos do 12º ano do Curso de Ciências e

Tecnologias da Escola Secundária Emídio

Garcia em Bragança

Francisco António Costa Salgueiro

Orientador: Prof. Doutora Ágata Cristina Marques Aranha

Co-Orientador: Ana de Fátima da Costa Pereira

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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

2º CICLO EM ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

NOS ENSINOS BÁSICO E SECUNDÁRIO

A RELAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA COM O

SUCESSO ESCOLAR

Em alunos do 12ºano do Curso de Ciências e

Tecnologias da Escola Secundária Emídio Garcia em

Bragança

FRANCISCO ANTÓNIO COSTA SALGUEIRO

Orientadora: Professora Doutora Ágata Cristina Marques Aranha

Co-Orientadora: Ana de Fátima da Costa Pereira

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Dissertação apresentada à UTAD, no DEP – ECHS, como requisito para a obtenção do grau de Mestre em Ensino de Educação Física dos Ensino Básico e Secundário, cumprindo o estipulado na alínea b) do artigo 6º do regulamento dos Cursosde 2ºs Ciclos de Estudo em Ensino da UTAD, sob a orientação da Professora Doutora Ágata Cristina Marques Aranha e co-orientação deAna de Fátima da Costa Pereira.

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Dedicatória

Dedico este trabalho àquele que foi a principal figura impulsionadora, não só pela forma de ser como pessoa, mas principalmente por ter sido o melhor professor de quem recebi instrução ao longo destes 17 anos. Por querer ser como ele entrei nesta aventura. O meu bem haja. Professor António José Domingues Faustino.

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Agradecimentos

À orientadora Professora Doutora Ágata Aranha e co-orientadora Ana de Fátima da Costa Pereira por terem aceitado orientar o meu trabalho.

Mãe, porque não existem palavras para agradecer o que fizeste e fazes por mim, o pouco que sou devo a ti.

Pai pelos ensinamentos ao longo da vida, por me fazeres lutar de uma maneira diferente. Aos meus irmãos Raquel, Nela, Ana e Béu, por serem sempre o meu primeiro advogado de defesa em qualquer situação.

Ao Miguel, por ser um irmão mais velho em todas as alturas.

À Cátia pela maneira incansável que entrou comigo neste desafio, bem como pelas horas perdidas e chatas por vezes na construção deste projeto.

Ao Doutor André Novo, pelos conselhos sábios para a realização deste trabalho bem como pelo tempo disponibilizado e pela amizade demonstrada.

À Sté, pela ajuda nas traduções quando necessário.

Aos meus amigos que me ajudaram dando ânimo e encorajamento em momentos por vezes frágeis e de desânimo.

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Resumo

Os níveis moderados/elevados de aptidão física representam uma mais-valia na qualidade de vida de crianças e jovens. Para além dos benefícios atribuídos à prática regular de exercício físico, com reflexos evidentes ao nível da aptidão física, esta poderá abranger outras vertentes do desenvolvimento humano, pelo conjunto de aquisições sociais relevantes que se constituem como património cultural na sua vertente de construção individual, coletiva, de relacionamento e integração na sociedade, na qual o Sucesso Escolar assume, também uma importância relevante.

Tendo em conta a falta de estudos centrados na aptidão física e da influência que esta tem no sucesso escolar, pretendemos saber se estas variáveis estão relacionadas, num estudo realizado em alunos do 12º ano da Escola Secundária Emídio Garcia de Bragança. Numa amostra de 27 sujeitos (19 do sexo feminino e 8 do sexo masculino), com idades compreendidas entre os 16 e os 17 anos (16,63±0,49), procedemos à recolha dos níveis de aptidão física e posterior comparação e análise com os níveis de Sucesso Escolar. Desta forma, foram recolhidos os níveis de aptidão física através da aplicação de uma bateria de testes Americana (Fitnessgram®) e posteriormente organizados 3 grupos em função das notas escolares, sendo eles compostos da seguinte forma: G1 - alunos com média entre 10 e 13,4 valores; G2 - alunos com média entre 13,5 e 17,4 valores; G3 - alunos com média entre 17,5 e 20 valores.

Para a análise dos dados recorremos a métodos estatísticos descritivos, nomeadamente análise factorial, médias e desvio padrão e, para análises comparativas, utilizamos o teste t Student. Encontraram-se diferenças significativas entre sexos nas variáveis altura ((F)1,64±0,04; (M)1,76±0,06) e peso ((F) 56±7,13; (M)65,88±8,98). No que diz respeito às características da aptidão física dos sujeitos verificou-se, que existem diferenças estatisticamente significativas entre o G1 e G3. Para a variável resistência o G1 executou menos percursos (59,14±6,75) que G3 (63,22±5,85); na variável força o G1 realizou menos repetições (14,29±14,35) que o G3 (16,22±5,43).

Os resultados obtidos no presente estudo, levam-nos a concluir que uma boa Aptidão Física apresenta uma relação positiva com o sucesso escolar, na medida em que alunos que têm melhor aptidão física, apresentam melhor classificação a nível escolar.

Palavras-chave: Sucesso Escolar; Performance Académica; AptidãoFísica; AtividadeFísica.

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Abstract

The moderate/high physical skills’ levels represent a very important factor in the children and teenagers life quality. In addition to the benefits of the practice of the physical exercise which presents evident results to the physical skills’ level, it can reach other aspects of the human development, by the set of relevant social achievements which stand for the cultural patrimony, in what concerns the construction of individual and collective relationships and integration into society, where the academic success takes also an important role.

Given the lack of studies focused in the physical skills and in the influence that it has on the school success, we aim to know if this variables are related, in a study conducted on students of the 12th grade of the Emídio Garcia’s Secondary School in Braganza. In a sample of 27 subjects (19 females and 8 males) aged between 16 and 17 years old (16,63±0,49) we proceed to collect the physical skills levels and afterwards to compare and analyze them with the school success levels. Thus, the physical skills levels were collected through the application of an American battery of tests (Fitnessgram®) and afterwards 3 groups were organized depending on school grades, which were structured in the following way: G1 – students with an average between 10 and 13,4 out of 20; G2 – students with an average between 13,5 and 17,4 out of 20; G3 – students with an average between 17,5 and 20 out of 20.

For the analysis of the data we resort to descriptive statistical methods, namely, factorial methods, averages and standard deviation and, for comparative analysis, we used the student T test.

There were found significant differences between genders in the variables hight ((F)1,64±0,04; (M)1,76±0,06) and weight ((F) 56±7,13; (M)65,88±8,98). In what concerns the subjects’ physical skills’ characteristics it was verified that there are statistically significant differences between G1 and G3. For the variable resistence G1 executed less pathways (59,14±6,75) than G3 (63,22±5,85); in the variable strength G1 did less repetitions (14,29±14,35) than G3 (16,22±5,43).

The results obtained in the current study lead us to conclude that good physical skills influence positively the school success as the students who have the best physical skills are the one who have the best school grades.

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Índice

Dedicatória ... 1 Agradecimentos ... 2 Resumo ... 3 Abstract ... 4 Índice ... 5 Lista de abreviaturas ... 7 CAPÍTULO I ... 8 1. Introdução ... 8 2. Revisão da Literatura... 10

2.1. Atividade Física e Aptidão Física ... 10

3. Objetivos do estudo ... 13

3.1. Estrutura do Trabalho ... 15

4. Revisão da Literatura... 16

4.1. Atividade Física e Aptidão Física ... 16

4.1.1. Resistência aeróbia ... 19

4.1.2. Força ... 20

4.1.3. Flexibilidade ... 21

4.1.4. Composição Corporal ... 22

4.2. Sucesso e Insucesso Escolar ... 22

CAPÍTULO II ... 27

5. Amostra ... 27

5.1. Critérios de inclusão e exclusão ... 27

5.2. Caracterização da amostra ... 27

5.3. Variáveis ... 28

5.4. Descrição das variáveis em estudo ... 28

5.4.1. Descrição das variáveis antropométricas ... 28

5.4.2. Descrição das variáveis da aptidão física ... 29

5.4.3. Descrição do cálculo da média aritmética das disciplinas ... 31

6. Instrumentos ... 32

7. Procedimentos ... 32

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8. Tratamento Estatístico ... 33

CAPÍTULO III ... 34

9. Apresentação dos Resultados ... 34

9.1. Características Antropométricas... 34

9.2. Características da aptidão física em função do sucesso escolar ... 35

CAPÍTULO IV ... 36

10. Discussão dos Resultados ... 36

11. Limitações do Estudo ... 39 CAPÍTULO V ... 39 12. Conclusões ... 39 13. Propostas Futuras ... 40 CAPÍTULO VI ... 41 14. Referências Bibliográficas ... 41 CAPITULO VII ... 51 Anexos ... 51

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Lista de abreviaturas

ACSM – AmericanCollegeofSports Medicine AF – Atividade Fisica

ApF – Aptidão Física

CPE – CanadianPhysicalEducation EF – Exercício Físico

IMC – Indice de Massa Corporal InSE – Insucesso Escolar

Kg – Kilograma SE – Sucesso Escolar

TAKS™ - (individually matched standardized academic) - Média

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CAPÍTULO I

1. Introdução

O desenvolvimento económico e a globalização dos mercados, levam a rápidas e sérias alterações do estilo de vida, que têm consequências importantes para a saúde das populações. Apesar destes fatores terem melhorado os padrões de vida, aumentando a disponibilidade e a variedade dos alimentos e o acesso aos serviços de saúde, por outro lado, os padrões de alimentação tornaram-se inadequados e os níveis de Atividade Física (AF) diminuíram (WHO/FAO, 2003).

No entanto os benefícios da AF são amplamente reconhecidos (Marques, 1997; Brito, 1994; Biddle&Mutrie, 2001; CDC, 2006). Promover AF nos indivíduos, é um dos comportamentos de saúde definido a nível mundial. Assim, a prática de atividades físicas traduz a adopção de um estilo de vida saudável que é o reflexo da satisfação e concretização de objetivos e expectativas de vida e, no fundo, de qualidade de vida e bem-estar. Além disso, a prática de Exercício Físico (EF)concede uma melhoria na qualidade de vida dos indivíduos de diversas formas(CDC, 2006).O relatório sobre a AF e Saúde da SurgeonGeneral’sReport (USDHHS, 1996) incluiu uma extensa revisão dos efeitos da AF e exercício na saúde e conclui que: (i) elevados níveis de atividade e Aptidão Física (ApF) eram protetores tanto nos mais velhos como nas populações mais jovens e (ii) nos estudos longitudinais, as pessoas que melhoraram a sua condição física ao longo do tempo reduziram os riscos de doença, comparativamente com as pessoas que mantiveram os mesmos níveis de fitness (Dubbert, 2002).

A Conferência Internacional para o Consenso das Recomendações para AF dos adolescentes estabeleceu que estes deveriam ser ativos todos os dias e que deveriam adoptar 20 minutos ou mais de atividade dinâmica em três dias da semana ou mais (Sallis& Patrick, 1992). Em 1998, Biddle, Sallis e Cavill (HealthEducationAuthority do Reino Unido) fizeram uma revisão destas recomendações que se resumem a três pontos e ao qual reforçam a última recomendação com: pelo menos 60 minutos por dia de prática de AF, devido à enorme prevalência de obesidade (Cavill, Biddle, &Sallis, 2001). A diretiva “HealthyPeople 2000” coloca o indicador de saúde para a AF e ApF dos adolescentes, para 2010, nos 20 minutos de atividade vigorosa três vezes por semana (USDHHS, 2000). A CanadianPhysicalEducation(CPE) (2011), apresenta guidelines de AF, para intervalos de idades entre os 5-11 anos, 12-17 anos e 18-64 anos, com o intuito de combater o sedentarismo

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e melhorar a ApF da população. Para o intervalo de idades entre os 12-17 anos (que abrange a idade dos indivíduos da nossa amostra), a CPE recomenda que para haver benefícios na saúde, os sujeitos devem fazer 60 minutos de AF moderada a vigorosa, diariamente. A AF deve incluir atividades de intensidade vigorosa, pelo menos 3 dias por semana, bem como atividades que fortaleçam os músculos e os ossos também 3 dias por semana.

A AF dispõe de capacidades que fundamentam a conceptualização do envolvimento em programas educativos e recreativos: (i) desenvolvimento motor e corporal; (ii) desenvolvimento emocional; (iii) integração social; (iv) desenvolvimento de traços positivos de personalidade; (v) aptidão física; (vi) saúde; (vii) prevenção da delinquência(Marques, 1997a).

Tubino (1992) refere que a AF deve estar ligada a áreas de intervenção pedagógica. Neste âmbito, surge a importância de participação e organização de atividades desportivas na comunidade escolar. Pelo facto de se apresentar como uma componente lúdica, o desporto mantém a fidelidade dos alunos de uma forma mais consistente que outras atividades(Martinek , 2005).

Estudos revelam que AF pode auxiliar alunos em risco de Insucesso Escolar (InSE) (Hellison&Wright, 2003;DiSibio, 2001; Escartí&Gutiérrez, 2001), isto vai de encontro às afirmações defendidas pelo DepartmentofHealthandHumanServices (2000),onde é mencionado que a AF promove um crescimento saudável, enriquece o reportório psicomotor, auxilia na prevenção e controlo de comportamentos de risco e aumenta os níveis de desempenho escolar.

Vários estudos (Coe et al., 2006; Carlsonet al., 2008; Eitle, 2005;Nelson&Gordon,2006;Stevenset al., 2008) demonstram que os estudantes que despendem mais tempo para a prática de atividades desportivas, apresentam melhores resultados, no que diz respeito ao Sucesso Escolar (SE), em comparação a alunos sedentários. Ter noção dos hábitos de AF em crianças e jovens, incluídos nos sistemas educativos, é sob o nosso ponto de vista, um dos pontos de partida para poder intervir adequadamente em estratégias preventivas. Porque caminhamos para uma sociedade cada vez mais exigente e desenvolvida, e porque o grau de instrução de um indivíduo se torna cada vez mais importante, o SE ou académico constitui hoje, para as famílias, uma fonte de preocupação fundamental no desenvolvimento de crianças e jovens, originando que desde muito cedo exista uma pressão social para a valorização extrema das notas e classificações escolares que podem dar acesso, no futuro, a formações superiores de maior relevância social e êxito profissional.

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Desta forma, o objetivo do nosso trabalho foi avaliar os níveis de ApF de alunos de 12º de escolaridade da Escola Secundária Emídio Garcia, do Curso de Ciências e Tecnologias, e verificar se esta estava relacionada com o SE dos mesmos. Com este estudo pretende-se também dar um contributo para o desenvolvimento científico nesta área e consolidar resultados de estudos realizados anteriormente.

2. Revisão da Literatura

2.1. Atividade Física e Aptidão Física

São vários os conceitos existentes para descrever a AF desde a definição que se traduz por “qualquer movimento do corpo produzido pelos músculos esqueléticos que se traduz num aumento de dispêndio de energia, para além do metabolismo de repouso” (Caspersen, 1985) até “todo o movimento diário, incluindo o trabalho, a recreação, o exercício e as atividades desportivas” (WHO, 1993). Estas definições evidenciam duas perspectivas complementares relativamente à AF, a primeira de âmbito biológica e a segunda de padrão mais sócio-cultural, o que ilustra a complexidade que a caracterização deste comportamento acarreta. A AF pode ser classificada de acordo com a sua intensidade, apresentando 3 categorias: fraca, moderada ou intensa. Pode ainda categorizar-se a AF através da separação de atividades obrigatórias das voluntárias, ou das atividades semanais das de fim-de-semana.

Pelo facto de incluir todo o tipo de movimento, a AF acaba por ser um conceito muito abrangente, e desta forma, acaba por incluir o desporto e o exercício. No dia-a-dia, AF é utilizada, por vezes, como sinónimo de Exercício Físico (EF) e ApF, no entanto existe uma diferença conceptual e operativa entre estes conceitos (CDC, 2006; Caspersen, 1989; Sousa & Maia, 2005). Desta forma, é de todo pertinente, diferenciar o conceito de AF do conceito de ApF. A AF é, assim, o termo mais abrangente, uma vez que inclui todo o tipo de movimento, desde mexer os dedos, a estar agitado na cadeira enquanto aguarda o resultado de um teste, até participar num triatlo (Carpensen, 1985). E, nesse sentido, inclui o desporto e o EF. Por outro lado, o desporto pode ser visto como EF, na medida em que implica a aquisição de determinada ApF. A atividade doméstica e a atividade no trabalho não são consideradas exercício físico, pois não têm como objectivo melhorar a ApF. Assim sendo, o conceito de intenção é necessário para definir exercício físico, ou seja, não é considerado exercício o facto de andarmos pela rua com intenção de comprar algo, mas se andamos com a intenção de

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queimar algumas calorias, já é considerado EF. O desporto também se distingue do EF através da intenção, uma vez que, no primeiro, o objectivo é mais o rendimento e, no segundo, a saúde (Carpensen, 1985).

O conceito de ApF tem variado ao longo dos anos. São exemplos desta evolução as seguintes definições:

 Darlingetal., (1948)– capacidade de um individuo para cumprir uma tarefa.

 Sobral & Barreiros, (1980) – capacidade de efetuar de modo eficiente um determinado esforço.

 Pate, (1988) – estado caracterizado por: (a) uma capacidade de executar atividades diárias com vigor e (b) demonstração de traços e capacidades que estão associadas ao baixo risco de desenvolvimento prematuro de doenças hipocinéticas.

 Safrit, (1990) – constructo multifacetado.

 Marsh, (1993) – constructo multidimensional que não pode ser compreendido se a sua multidimensionalidade for ignorada.

O uso de diversas definições para descrever a ApF, faz com que o seu conceito não seja definido de forma precisa e que a escolha de uma expressão, dependa não só das linhas conceptuais que orientam a investigação mas, também, da forma como cada expressão é operacionalizada. Trata-se de um constructo multidimensional que não pode ser compreendido se a sua multidimensionalidade for ignorada. A ApF é mencionada segundo duas ordens de posição: a primeira, essencialmente pedagógica com implicações na saúde e hábitos de vida e na performance de um conjunto variado de tarefas. A segunda ordem de posição, vem da teoria psicométrica, e procura estabelecer um conjunto de relações lógicas e consistentes entre a definição operacional de ApF e a sua avaliação concreta. A adaptação dos componentes da ApF relacionados à saúde (aptidão cardiorrespiratória, força/resistência muscular, flexibilidade e composição corporal) mostra-se importante para redução de doenças crónicas; por essa razão a ApF resultante de AF regular é benéfica em crianças e jovens (Corbin&Pangrazi, 2003; Bouchard&Shephard, 1992). A necessidade de se preservar e aumentar os diversos atributos da ApF tem sido reiterada pelos organismos internacionais de referência, que apelam, nas suas recomendações para a AF, à inclusão de espaços de desenvolvimento e/ou favorecimento das diferentes componentes da ApF relacionadas com a saúde. Vários mecanismos desencadeados pela prática de EF, comprovam que este é benéfico para a componente cognitiva de um indivíduo, nomeadamente: (i) aumento de sangue e do fluxo de oxigénio para o cérebro; (ii) aumento dos níveis de noradrenalina e endorfina, que

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resultam numa redução de stress e uma melhoria de humor (Fleshner, 2000; Winteretal, 2007) e (iii) aumento de células de crescimento que levam ao desenvolvimento de células nervosas e da plasticidade sináptica (VanPraagetal., 1999;Schinder& Poo, 2000). Além dos efeitos fisiológicos mencionados, uma participação regular em atividades desportivas pode melhorar o comportamento de sujeitos na sala de aula, aumentando as hipóteses de existir uma melhor concentração relativamente aos conteúdos académicos abordados durante as aulas.

Tendo em conta estes acontecimentos, torna-se indispensável elucidar as crianças e jovens relativamente à importância da AF na qualidade de vida e na saúde, para que estas possam adotar estilos de vida ativos (Maia & Lopes, 2002).A ApF é geralmente abordada segundo duas perspetivas, com preocupações distintas, a primeira relacionada com o rendimento desportivo motor e a segunda relacionada com a saúde na qual Maia e Lopes (2002) definiram com um estado expresso pela capacidade de realizar as atividades diárias com vigor, e por traços e capacidades físicas que conduzem a um menor risco de desenvolvimento de doenças hipocinéticas.

Desta forma, e tendo em conta as definições defendidas pelos diversos autores ao longo dos anos, podemos caraterizar a ApF como capacidade funcional de um indivíduo para cumprir uma tarefa diária com vigor e vivacidade, sem apresentar fadiga e com ampla energia para fruir os momentos de lazer e enfrentar emergências imprevistas. Trata-se de uma gama de atributos que as pessoas têm ou adquirem, que se relacionam com a capacidade de desempenhar a AF, e EF como: o movimento corporal planeado, estruturado e repetitivo, executado com a finalidade de melhorar ou manter uma ou mais componentes da ApF. É também caraterizada como um estado físico de bem-estar que permite aos sujeitos realizar as atividades e reduzir os problemas de saúde, relacionados com a falta de exercício (Darlingetal., 1948;Clarke, 1967; AAHPERD, 1988; Marsh, 1993; Maia, 1996; Riddoch, 1998).

Ser-se fisicamente ativo exerce incondicionalmente uma influência tanto direta como indireta na ApF da população. Na verdade, um conjunto de estudos tem revelado a importância de uma boa ApF, particularmente as componentes cardiovascular e força, como variáveis preditivas independentes de um conjunto de patologias metabólicas e/ou cardiovasculares (Strongetal, 2005; Anderssenetal, 2007).

A escola e a disciplina de educação física são reconhecidas, unanimemente, como um meio privilegiado, não só para o desenvolvimento corporal e desportivo, como também no consolidar de ideias e assimilação de comportamentos que visam o fomento de hábitos

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saudáveis, gosto pela prática desportiva e pela sua manutenção (Lopes, 2003). É neste âmbito que surge o conceito de ApF, que é um constructo, multidimensional, pois contém inúmeras componentes que não são diretamente observáveis, mas que podem ser avaliadas através de testes específicos (Lopes etal., 2003).

A natureza multifacetada da ApF é definida a partir dos seus aspetos estruturais e dos seus domínios de expressão. É consensual que as componentes se agrupam essencialmente em dois domínios: a ApF para a “performance” e a ApF para a saúde (Ferreira, 2002; Vanheesetal, 2005).

A variação dos níveis de ApF e a preocupação recente com a saúde, conduziram à apresentação de critérios de referência standards ou resultados cut-off, por algumas baterias Americanas, nomeadamente a bateria de testes do Fitnessgram®, na tentativa de determinar o mínimo de aptidão necessária para uma boa saúde (Ferreira, 2002).

Podemos caracterizar as componentes da ApF através do seguinte quadro resumo adaptado da bateria de testes do Fitnessgram®:

COMPONENTES DA APTIDÃO FÍSICA APTIDÃO AERÓBIA Vaivém Corrida 1 milha Marcha APTIDÃO MUSCULAR Força

Força abdominal e Resistência; Força Superior;

Força e Flexibilidade do Tronco

Resistência Muscular Flexibilidade

COMPOSIÇÃO CORPORAL

Índice Massa Corporal Pregas Adiposas

Quadro1: componentes da Aptidão Física da bateria de testes do Fitnessgram®.

3. Objetivos do estudo

O tema em estudo centra-se na importância que os níveis de ApF têm sobre o sucesso escolar, avaliando algumas variáveis que condicionam a ApF, como a resistência, força e

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flexibilidade, e comparando com a média aritmética das notas dos sujeitos avaliados de acordo com os grupos em que estão inseridos (G1, G2 ou G3).Desta forma, o nosso estudo contribui para o desenvolvimento da AF na escola e demonstrar que, os níveis de ApF são importantes na obtenção de boas classificações escolares.

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3.1. Estrutura do Trabalho

No capítulo I do trabalho – Enquadramento teórico – é apresentada uma revisão da literatura, incidindo sobre temáticas relacionadas com a AF e a sua importância na saúde,alguns conceitos de ApF, bem como as suas componentes. No final deste capítulo encontramos ainda a definição de SE. A partir desta revisão procuramos compreender aspetos sociais capazes de mobilizar os jovens, enunciar hábitos desportivos da população, examinando as tendências verificadas.

O capítulo II prende-se com a metodologia do estudo consistindo na caracterização da amostra, condições de realização do estudo, análise e tratamento estatístico e nível de significância. Desenvolveremos este capítulo, procurando descrever de que forma os dados foram aplicados e recolhidos, descrevendo desta forma os instrumentos e técnicas que nos permitiram trabalhar nos dados obtidos.

No capítulo III, apresentamos os resultados, onde através de tabelas e níveis de significância, se pode observar as diferenças estatisticamente significativas, encontradas entre os diferentes grupos (G1, G2 e G3) relativamente ás componentes da ApF.

No capítulo IV discutimos os resultados, baseando-nos e fundamentando-os com dados obtidos no presente estudo na bibliografia encontrada sobre a temática em questão. A finalizar este estudo, procuramos descrever quais as implicações e contributos que este estudo acarreta na área científica para a nossa formação profissional e pessoal. No capítulo V, procuramos apresentar uma reflexão sustentável dos dados obtidos. No capítulo seguinte (VI), concluímos o nosso estudo e apresentamos propostas para futuras investigações semelhantes. No capítulo VII encontram-se os anexos do trabalho desenvolvido, onde se podem encontrar as tabelas da Zona Saudável de ApF da bateria de testes do Fitnessgram.

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4. Revisão da Literatura

4.1. Atividade Física e Aptidão Física

São vários os conceitos existentes para descrever a AF desde a definição que se traduz por “qualquer movimento do corpo produzido pelos músculos esqueléticos que se traduz num aumento de dispêndio de energia, para além do metabolismo de repouso” (Caspersen, 1985) até “todo o movimento diário, incluindo o trabalho, a recreação, o exercício e as atividades desportivas” (WHO, 1993). Estas definições evidenciam duas perspectivas complementares relativamente à AF, a primeira de âmbito biológica e a segunda de padrão mais sócio-cultural, o que ilustra a complexidade que a caracterização deste comportamento acarreta. A AF pode ser classificada de acordo com a sua intensidade, apresentando 3 categorias: fraca, moderada ou intensa. Pode ainda categorizar-se a AF através da separação de atividades obrigatórias das voluntárias, ou das atividades semanais das de fim-de-semana.

Pelo facto de incluir todo o tipo de movimento, a AF acaba por ser um conceito muito abrangente, e desta forma, acaba por incluir o desporto e o exercício. No dia-a-dia, AF é utilizada, por vezes, como sinónimo de Exercício Físico (EF) e ApF, no entanto existe uma diferença conceptual e operativa entre estes conceitos (CDC, 2006; Caspersen, 1989; Sousa & Maia, 2005). Desta forma, é de todo pertinente, diferenciar o conceito de AF do conceito de ApF. A AF é, assim, o termo mais abrangente, uma vez que inclui todo o tipo de movimento, desde mexer os dedos, a estar agitado na cadeira enquanto aguarda o resultado de um teste, até participar num triatlo (Carpensen, 1985). E, nesse sentido, inclui o desporto e o EF. Por outro lado, o desporto pode ser visto como EF, na medida em que implica a aquisição de determinada ApF. A atividade doméstica e a atividade no trabalho não são consideradas exercício físico, pois não têm como objectivo melhorar a ApF. Assim sendo, o conceito de intenção é necessário para definir exercício físico, ou seja, não é considerado exercício o facto de andarmos pela rua com intenção de comprar algo, mas se andamos com a intenção de queimar algumas calorias, já é considerado EF. O desporto também se distingue do EF através da intenção, uma vez que, no primeiro, o objectivo é mais o rendimento e, no segundo, a saúde (Carpensen, 1985).

O conceito de ApF tem variado ao longo dos anos. O uso de diversas definições para descrever a ApF, faz com que o seu conceito não seja definido de forma precisa e que a escolha de uma expressão, dependa não só das linhas conceptuais que orientam a investigação

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mas, também, da forma como cada expressão é operacionalizada. Trata-se de um constructo multidimensional que não pode ser compreendido se a sua multidimensionalidade for ignorada. A ApF é mencionada segundo duas ordens de posição: a primeira, essencialmente pedagógica com implicações na saúde e hábitos de vida e na performance de um conjunto variado de tarefas. A segunda ordem de posição, vem da teoria psicométrica, e procura estabelecer um conjunto de relações lógicas e consistentes entre a definição operacional de ApF e a sua avaliação concreta.

Desta forma, e tendo em conta as definições defendidas pelos diversos autores ao longo dos anos, podemos caraterizar a ApF como capacidade funcional de um indivíduo para cumprir uma tarefa diária com vigor e vivacidade, sem apresentar fadiga e com ampla energia para fruir os momentos de lazer e enfrentar emergências imprevistas. Trata-se de uma gama de atributos que as pessoas têm ou adquirem, que se relacionam com a capacidade de desempenhar a AF, e EF como: o movimento corporal planeado, estruturado e repetitivo, executado com a finalidade de melhorar ou manter uma ou mais componentes da ApF. É também caraterizada como um estado físico de bem estar que permite aos sujeitos realizar as atividades e reduzir os problemas de saúde, relacionados com a falta de exercício (Darlinget al., 1948;Clarke, 1967; AAHPERD, 1988; Marsh, 1993; Maia, 1996; Riddoch, 1998).

Ser-se fisicamente ativo exerce incondicionalmente uma influência tanto direta como indireta na ApF da população. Na verdade, um conjunto de estudos tem revelado a importância de uma boa ApF, particularmente as componentes cardiovascular e força, como variáveis preditivas independentes de um conjunto de patologias metabólicas e/ou cardiovasculares (Strongetal, 2005; Anderssenet al, 2007).

Vários mecanismos desencadeados pela prática de EF, comprovam que este é benéfico para a componente cognitiva de um indivíduo, nomeadamente: (i) aumento de sangue e do fluxo de oxigénio para o cérebro; (ii) aumento dos níveis de noradrenalina e endorfina, que resultam numa redução de stress e uma melhoria de humor (Fleshner, 2000; Winteret al, 2007) e (iii) aumento de células de crescimento que levam ao desenvolvimento de células nervosas e da plasticidade sináptica (VanPraagetal., 1999;Schinder& Poo, 2000). Além dos efeitos fisiológicos mencionados, uma participação regular em atividades desportivas pode melhorar o comportamento de sujeitos na sala de aula, aumentando as hipóteses de existir uma melhor concentração relativamente aos conteúdos académicos abordados durante as aulas.

Tendo em conta estes acontecimentos, torna-se indispensável elucidar as crianças e jovens relativamente à importância da AF na qualidade de vida e na saúde, para que estas possam adotar estilos de vida ativos (Maia & Lopes, 2002).

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A ApF é geralmente abordada segundo duas perspetivas, com preocupações distintas, a primeira relacionada com o rendimento desportivo motor e a segunda relacionada com a saúde na qual Maia e Lopes (2002) definiram com um estado expresso pela capacidade de realizar as atividades diárias com vigor, e por traços e capacidades físicas que conduzem a um menor risco de desenvolvimento de doenças hipocinéticas.

A natureza multifacetada da ApF é definida a partir dos seus aspetos estruturais e dos seus domínios de expressão. É consensual que as componentes se agrupam essencialmente em dois domínios: a ApF para a “performance” e a ApF para a saúde (Ferreira, 2002; Vanheeset al, 2005).A adaptação dos componentes da ApF relacionados à saúde (aptidão cardiorrespiratória, força/resistência muscular, flexibilidade e composição corporal) mostra-se importante para redução de doenças crónicas; por essa razão a ApF resultante de AF regular é benéfica em crianças e jovens (Corbin&Pangrazi, 2003; Bouchard&Shephard, 1992).

A escola e a disciplina de educação física são reconhecidas, unanimemente, como um meio privilegiado, não só para o desenvolvimento corporal e desportivo, como também no consolidar de ideias e assimilação de comportamentos que visam o fomento de hábitos saudáveis, gosto pela prática desportiva e pela sua manutenção (Lopes, 2003). É neste âmbito que surge o conceito de ApF, que é um constructo, multidimensional, pois contém inúmeras componentes que não são diretamente observáveis, mas que podem ser avaliadas através de testes específicos (Lopes etal., 2003).

A variação dos níveis de ApF e a preocupação recente com a saúde, conduziram à apresentação de critérios de referência standards ou resultados cut-off, por algumas baterias Americanas, nomeadamente a bateria de testes do Fitnessgram®, na tentativa de determinar o mínimo de aptidão necessária para uma boa saúde (Ferreira, 2002).

Podemos caracterizar as componentes da ApF através do seguinte quadro resumo adaptado da bateria de testes do Fitnessgram®:

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COMPONENTES DA APTIDÃO FÍSICA APTIDÃO AERÓBIA Vaivém Corrida 1 milha Marcha APTIDÃO MUSCULAR Força

Força abdominal e Resistência; Força Superior;

Força e Flexibilidade do Tronco

Resistência Muscular Flexibilidade

COMPOSIÇÃO CORPORAL

Índice Massa Corporal Pregas Adiposas

Quadro1: componentes da Aptidão Física da bateria de testes do Fitnessgram®.

4.1.1. Resistência aeróbia

A definição de resistência tem evoluído ao longo dos anos, no entanto, parece existir em todas elas três conceitos em comum e interligados entre si: a fadiga, duração e intensidade do exercício. Zatiorsky (1958) define a resistência muscular como “a capacidade de efetuar durante um longo período de tempo uma qualquer atividade sem reduzir a sua eficácia”; Harre (1973) considera “a capacidade do organismo efetuar esforços de grande intensidade durante um longo período de tempo”; já Demeter (1974) reputa a resistência como “a manutenção da capacidade de trabalho durante esforços de longa duração, vencendo o fenómeno da fadiga e com um alto tempo de restabelecimento do organismo após uma atividade fatigante”; “o tempo limite durante o qual pode ser continuado um esforço de certa intensidade” é o conceito defendido por Florescue colaboradores (1969).

Uma definição mais recente, e talvez mais enquadrada ao tipo de variável em estudo, define resistência como capacidade de adiar a fadiga, ou seja, período de tempo durante o qual pode ser mantida uma dada prestação muscular (Nunes,1999).Ainda assim, a resistência pode manifestar-se das seguintes formas: (i) longa duração ou aeróbia; (ii) média duração ou mista; (iii) breve duração ou anaeróbia; (iv) em regime de força e (v) em regime de velocidade. Marques (s.d) refere que os métodos que privilegiam a corrida, como sendo os mais eficazes no desenvolvimento da resistência, nem sempre são os mais efetivos, dando importância também a pequenos jogos, jogos desportivos (no pressuposto do domínio dos elementos técnicos) como forma de se constituírem como excelentes meios, e também efetivos, como

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forma para diversificar a atividade e quebrar monotonia dos métodos baseados na corrida. Refere ainda o método intervalado extensivo, para desenvolvimento desta capacidade nos anos escolares mais adiantados.

Uma das variáveis avaliadas nesta investigação foi a resistência de longa duração ou aeróbia, (através do teste vaivém), que é preponderante em esforços acima de 2 minutos de duração e acentua-se com o seu aumento, mantendo-se suficiente o aporte de oxigénio (Nunes, 1999).

4.1.2. Força

A delimitação do conceito de força pode ser feita segundo três pontos de vista (mecânico, física e desporto) sendo o que mais interessa abordar e perceber para a realização deste estudo, é aquela que está associada ao contexto desportivo, e definida por Carvalho (1988) na teoria do treino como a capacidade que permite ao atleta superar ou opor-se às resistências do seu movimento. Esta capacidade motora está em interdependência com outras formas de manifestação motora, como a resistência e a velocidade, sendo esta característica motora uma das mais importantes no homem, pois, sem a força, as outras capacidades motoras não se poderiam desenvolver (Mitra & Mogos, 1982). Segundo Marques (s.d.) a força deve ser desenvolvida sobretudo numa perspectiva de trabalho não específico podendo, nos últimos anos de escolaridade, este tipo de trabalho ser complementado com um trabalho de natureza mais específica, em ligação com as exigências das disciplinas desportivas, no contexto dos programas e planos de ensino. Devem ser privilegiadas formas de trabalho dinâmico devendo, ter-se em conta a importância do trabalho isométrico, numa perspectiva de desenvolvimento e manutenção de uma correta atitude postural. Este autor refere ainda que esta capacidade motora se deve trabalhar através de exercícios que utilizem o peso corporal, exercícios com pequenas cargas adicionais, exercícios com parceiros, exercícios de luta (desenvolvimento da força estática), exercícios do Atletismo, exercícios fundamentais da Ginástica. Pequenos jogos e jogos desportivos. Método a privilegiar: trabalho em circuito, sob a forma de circuito extensivo com 30 seg. atividade e 30 seg. pausa (Mitra &Mogos, 1982).

A força apresenta várias formas de manifestação, no entanto, iremos abordar apenas a força de resistência, (através do teste de extensão de braços) como forma de descrever uma das variáveis em estudo.Assim, a força de resistência pode ser entendida como “a capacidade que o músculo tem para fazer frente à fadiga, durante a realização de ações motoras, preponderantemente de força, com uma atividade prolongada ou repetida (estáticas ou dinâmicas)” (Saavedra, 2005).

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4.1.3. Flexibilidade

Marques (s.d.) refere que o desenvolvimento da flexibilidade é um objectivo a ter em conta em todos os anos de escolaridade e ao longo de todo o ano lectivo.

A flexibilidade no ponto de vista desportivo, é um conceito que inclui a amplitude de movimento de uma articulação simples e múltipla e a capacidade para desempenhar tarefas específicas (Robert& Wilson, 1999). A amplitude de movimento de uma dada articulação depende da estrutura e função do osso, músculo e tecido conjuntivo e de outros factores como o desconforto e a capacidade para gerar força e potência muscular suficiente (Shrier&Grossal, 2000).É ainda a capacidade funcional de utilização da amplitude total de movimento de uma articulação.

Em termos de manifestação, a flexibilidade apresenta vários tipos de manifestação, pode assumir duas formas principais: (i) ativa – maior amplitude de movimento que um individuo consegue realizar por contração voluntária; (ii) passiva – maior amplitude de movimento que o individuo consegue alcançar por ação de forças externas (Carvalho, 1988).

O treino da flexibilidade melhora o movimento da amplitude músculo-articular, diminuindo as resistências dos tecidos musculares e conjuntivos, alterando os mesmos de forma elástica ou plástica (Achour, 1995).

Alguns estudos (Araújo el al., 1998; Basseyetal. 1989) evidenciam também a necessidade do treino da flexibilidade em diferentes faixas etárias em função das perdas de amplitude em diversas articulações, podendo afetar de forma negativa a saúde e, consequentemente a qualidade de vida.A flexibilidade varia conforme a idade e nível de AF (as pessoas pouco ativas e com mais idade são, em geral, menos flexíveis, com menor mobilidade articular e elasticidade muscular) no entanto existem algumas particularidades: (i) as mulheres são mais flexíveis que os homens; (ii) a flexibilidade varia de individuo para individuo; (iii) a flexibilidade pode também variar até mesmo no próprio individuo (Dumithet al, 2008; Ronque et al, 2007).

O tipo de flexibilidade avaliada neste estudo, foi a flexibilidade específica (relativamente à sua aplicabilidade) dos membros inferiores sendo dinâmica numa primeira fase e estática no momento de mensuração do resultado no que diz respeito à ação exercida. Este tipo de flexibilidade é ativa, pois o movimento é realizado de forma voluntária e intencionalpelo sujeito para a medição do resultado.

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4.1.4. Composição Corporal

O uso de medidas antropométricas na avaliação do estado nutricional tem-se tornado, a forma mais prática e de menor custo para análise de indivíduos e populações, seja num contexto clínico, ou mesmo em monitorização epidemiológica.

Um padrão ou curva de referência antropométrica é a representação sucinta da distribuição de determinada medida antropométrica segundo uma co-variável (normalmente, idade) em cada sexo (Cole, 1993). As curvas de referência representam o “modelo empírico saudável” e servem, num determinado momento, para classificar (comparar com grupo de referência) e para diagnosticar (separar indivíduos saudáveis dos não saudáveis) o estado nutricional de um indivíduo ou população.

Segundo Gorstein eAkre (1988), entre os vários métodos que têm sido utilizados para avaliar o estado nutricional de crianças e adolescentes, bem como suas tendências temporais, nenhum é imediatamente aplicável, em termos práticos, como a antropometria.

O Índice de Massa Corporal (IMC), também chamado índice de Quételet, é o índice antropométrico universalmente mais utilizado, e pode ser obtido através das medidas do peso (kg) e altura (m) corporal e divisão da primeira pelo quadrado da segunda. O facto de ser de fácil medição e a sua relação com morbilidade e mortalidade, parecem ser motivos suficientes para a utilização do IMC como indicador do estado nutricional em estudos epidemiológicos. Entre os adolescentes, segundo Himes eDietz(1994), o IMC é um índice que: i) possui muitas propriedades estatísticas que se ajustam bem à detecção de excesso de peso entre adolescentes;ii) apresenta boas correlações com a gordura corporal total e subcutânea (Deurenberget al.,1991); iii) correlaciona-se com indicadores de risco para o desenvolvimento de doenças crónicas como hipertensão arterial e dislipidémias. Além disso, o peso e a altura utilizadas para o seu cálculo são consideradas as variáveis mais fáceis de serem obtidas. Desta forma, optamos por utilizar o IMC como um indicador do estado nutricional dos sujeitos, verificando ao mesmo tempo se o peso está adequado à altura de cada um deles.

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A definição do conceito de SE é importante, primeiro para definir uma das variáveis em estudo, e depois para perceber um dos fenómenos mais importantes das últimas décadas. A procura do SE, é uma condição do sistema social actual (Fonseca, 1984). Trata-se de um conceito difícil de descrever, devido à sua complexidade e aos múltiplos fatores que o influenciam. Por vezes entende-se o que é o SE, através de descrições e definições de InSE. Saraiva e Rodrigues (2011), definem SE como “condições objetivas que permitem avaliar o desempenho dos alunos (notas), ou às particularidades também objetivas que referenciam condições de êxito nas aprendizagens escolares (concentração, memória, etc.) e que por vezes são também referenciadas como características de desempenho cognitivo”.

Se nos centrarmos na primeira parte da definição, consideramos que o SE pode ser interpretado através das notas quantitativas que os alunos obtêm em detrimento do desempenho que efetuam no decorrer das sucessivas instruções escolares. Na segunda parte desta definição, o SE é associado a uma característica mais intrínseca de cada individuo, sendo que esta avaliação tem menor perceptibilidade numa primeira fase.

Noronha e Noronha (1991), referem-se ao SE em função da motivação natural para a curiosidade na idade propícia da adolescência e pré-adolescência. Para que este SE seja atingido, os autores acima mencionados apontam como primeiro passo um ambiente sócio-familiar favorável (uma conversa amigável diária com os pais; ajuda na obtenção de soluções; uma alimentação saudável e racional). Sugerem também que os alunos tenham uma estimulação precoce, onde os pais são os principais impulsionadores para que isto aconteça, dando entusiasmo, tendo persistência, calma e objetividade que dedicam na ajuda à tarefa. A motivação para o SE, segundo estes autores, varia imenso em função do meio sócio- cultural, classe social, grupo étnico ao qual a criança/aluno pertence. A ansiedade facilita os processos de aprendizagem mais simples e dificulta os mais complexos, uma vez que, a ansiedade exagerada aumenta as dificuldades do SE à medida que o grau de instrução vai progredindo. Postic (1995), considera três grandes tipos de dificuldade de adaptação do aluno: (i) adaptação à situação escolar em geral; (ii) adaptação à situação pedagógica introduzida pelo professor; (iii) adaptação à personalidade do professor.

Fazendo uma análise aos relatos dos autores pode verificar-se que o SE não depende apenas das capacidades cognitivas deficitárias, fatores hereditários desfavoráveis, má nutrição, ambiente sócio-familiar desadequado, mau ensinamento por parte dos professores, ou qualquer outro fator isolado. Obter ferramentas capazes de descobrir as áreas das capacidades e comportamentos que influenciam o InSE, deve ser a tarefa primordial para se poderem

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estabelecer estratégias e modos de atuação capazes de colmatar as falhas na aprendizagem dos sujeitos em causa.

A estratégia pedagógica consiste em conceber situações de aprendizagem que permitam, a cada um, uma elaboração dos seus conhecimentos, uma construção dos seus utensílios de análise e de raciocínio.

Para Postic (1995), o sujeito que sente dificuldades escolares tem necessidade de retomar a confiança em si mesmo, conseguindo-o quando se apercebe que tem os meios intelectuais para agir e dominar a situação, constatando que tem sucesso, onde outrora falhava. O aluno só tem vontade de abordar uma aprendizagem se esta se inserir numa situação social que tenha significado para ele. E só se sente apoiado no seu esforço se um projeto pedagógico (com um objetivo bem definido e um programa de atividades para o atingir) for fortemente adotado por uma equipa de professores.

Num artigo de revisão desenvolvido por Singh e colaboradores (2012), foram analisados vários estudos que relacionam a AF com o SE: primeiramente, Nelson et al. (2006), efetuaram um estudo observacional nos Estados Unidos, com duração de 2 anos, em sujeitos de ambos os sexos. A amostra (N=11957), incluiu sujeitos, que frequentavam o 7º atéao 12ºano, com idades entre os 12 e 18 anos. Para avaliação da AF, foi utilizado um recordatório de 7 dias, de auto-reportação, no qual era mencionado: a participação em aulas de EF(nº de dias por semana); aulas de desporto escolar e aulas em academias/clubes (nº por ano); desportos praticados com os pais e uso de centros de recreação de bairro (nº de horas por semana). Para avaliação do SE, foi utilizado a auto reportação da nota obtida a Matemática ou Inglês, durante o período mais recente de classificação. Concluíram que alunos com elevada participação nas atividades escolares, incluindo desportos coletivos e individuais ou clubes académicos, obtinham notas mais altas em matemática e Inglês; Coe et al. (2006), realizaram um estudo observacional desenvolvido nos Estados Unidos, com duração de um ano letivo – 11 meses, e uma amostra de 214 sujeitos de ambos os sexos com médias de idades de 11,50,5 anos. Utilizaram um recordatório de 3 dias, para avaliar a AF. Para avaliação do SE, foram consideradas as notas individuais obtidas às disciplinas de Matemática, Ciências, Inglês e “WorldStudies” através de testes standard. Evidenciaram que alunos expostos a um nível de AF vigorosa, que cumpriam ou excediam as diretrizes da HealthyPeople(2010), obtinham resultados académicos mais elevados no primeiro e segundo semestre, que os alunos que não praticavam qualquer tipo de AF; Donnellyet al. (2009), desenvolveram um programa de intervenção, onde os participantes do programa, dispensavam mais 90 minutos por semana em AF moderada a vigorosa, relativamente ao grupo controlo. Após 3 anos de intervenção,

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concluíram que os sujeitos do grupo experimental, em relação aos sujeitos do grupocontrolo, melhoraram significativamente as pontuações no desempenho académico nas seguintes variáveis: leitura, composição, matemática e ortografia.

Desta forma, a problemática (In)sucesso escolar envolve diversas áreas e é necessário os seus agentes conhecerem não só as causas e fatores mas também medidas de prevenção e intervenção. Não se pode determinar apenas uma causa como determinante no (In)sucesso escolar. Elas poderão ser de várias ordens, biológicas, sociais, económicas, psicológicas, podendo interagir entre si de forma dinâmica.

Historicamente, o InSE foi conceptualizado de duas formas diferentes: numa delas o fenómeno é quantificado de forma a poder ser observado pela escola e seus agentes, por outro lado, de forma mais complexa e difícil de quantificar, a incapacidade de atingir as metas individuais e sociais de acordo com as aspirações dos indivíduos e as necessidades dos sistemas envolventes (Martins & Parchão, 2000).

Encontrar as causas do (In)sucesso escolar tem sido tema de várias teorias quese desenvolveram mediantea evolução do sistema de ensino, os factores sociais foram alvo das primeiras criticas tendo sido defendido que as classes desfavorecidas (p.e. crianças e jovens provenientes de classes sociais desfavorecidas, minorias étnicas, moradores de bairros sociais) eram aquelas onde se encontravam maiores índices de insucesso escolar, devido a uma socialização familiar inadequada, com objectivos de vida fracos e poucas expectativas no sucesso escolar, (Gomes, cit. Almeida etal, 2005). O mesmo autor refere outra teoria, onde realça a interação entre aluno e professor, em que “A comunicação de expectativas influenciadas pela reação dos professores à origem social e às características sócio-culturais dos alunos pode contribuir para a interiorização do estereótipo de “bom” ou “mau” aluno, desenvolvendo-se a partir daí, imagens internas de “brilhante” ou de “estúpido”, instituindo-se em verdadeiras profecias de níveis diferenciados de rendimento e sucesso escolar”.

Guimarães (2010) considera o InSE como um fenómeno social de realidade incontestável, divulgado nas escolas, famílias, a nível político e nos meios de comunicação social.

Os vários autores ao considerarem que este representa o “mau resultado, falta de êxito, desastre, fracasso” (Costa e Melo, cit. Miranda, 2010) ou “reprovações, atrasos, repetências, abandono, desperdício, desadaptação, desinteresse, desmotivação, alienação e fracasso” (Benavente, cit. Miranda, 2010) remetem, consciente ou inconscientemente a origem do InSE para a época em que surgiu o ensino, pois será lógico pensar que havendo alguém que se propõe ensinar, existe um grupo, maior ou menor, que se propõe a ser ensinado, enquanto outros não querem, não podem, ou não conseguem sujeitar-se a essa mesma instrução.

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Já para Marchesie Pérez (2004), o InSE só pode ser explicado por um modelo multidimensional, que considere desde os fatores sociais, ao sistema educativo e da escola, fatores familiares, tipo de ensino na aula e motivação do aluno para aprender.

A OCDE (cit. Cruz, 2009) apresenta três momentos onde é possível identificar o InSE: i) no ensino obrigatório, quando o rendimento do aluno fica abaixo da média; ii) aquando da desistência do aluno, antes de completar o ensino obrigatório, e iii) quando a falta de conhecimentos, que deviam ter ficado retidos durante a escola, afeta a integração profissional. Pires (1991), apresenta seis causas do InSE: i) desfasamento entre a escola e a realidade do aluno; ii) débil cooperação da família com a escola; iii) resposta inadequada da escola aos anseios quer dos professores e alunos, quer das famílias ou sociedade; iv) deficiente preparação pedagógica do professor, o qual se identifica mais como docente que como professor/educador; v) ausência de hábitos de leitura; e, vi) ausência de métodos de estudo. Kaplan e Peck (1997, cit Sousa& Maia 2005) avançam com um modelo que postula que o indivíduo se comporta de modo a minimizar as experiências negativas e a maximizar as experiências positivas. Um aluno que obtenha maus resultados na escola pode ver a sua auto-estima prejudicada a vai-se desligando da escola, uma vez que a associa a sentimentos negativos.

Outro modelo defendido por Finn, (1989, cit Sousa& Maia 2005) menciona que a qualidade do ensino e as capacidades dos indivíduos influenciam os resultados obtidos a nível escolar. Este conduz a uma maior identificação com a escola e a um aumento dos sentimentos de pertença e valorização em relação a esta, o que promove um ciclo de sucesso, caracterizado pelo envolvimento nas atividades escolares. Conforme as atribuições que os alunos fizerem para os seus sucessos e fracassos, haverá reflexos na sua auto-estima, autoconceito e expectativas futuras. Isto representa maior ou menor persistência nas atividades, evitando ou procurando as tarefas consideradas mais difíceis e com forte influência na motivação para a sua realização.

“Não é possível ensinar a quem não deseja aprender, a não ser em pequena escala e com o risco de uma desaprendizagem rápida ou traumatismo negativo consequente” (Noronha& Noronha, 1991).

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CAPÍTULO II

5. Amostra

5.1. Critérios de inclusão e exclusão

Como critérios de inclusão, os sujeitos tinham que frequentar o 12º ano do curso de ciências e tecnologias da Escola Secundária de Emídio Garcia, no ano lectivo de 2011/2012; nunca terem sido retidos; não terem nenhuma disciplina em atraso; capacitados de robustez física que permitisse a execução dos testes a utilizar durante o estudo. Desta forma foram excluídos os sujeitos que tivessem sofrido qualquer tipo de lesão no trem inferior ou superior nos últimos 6 meses, uma vez que este fator poderia comprometer a execução da tarefa por parte dos sujeitos (Strutzenbergeretal., 2011).

Após terem sido aplicados os critérios de inclusão e exclusão, num total de 66, a amostra ficou reduzida a 27 sujeitos, que reuniam condições para poder integrar o estudo.

5.2. Caracterização da amostra

Nas circunstâncias anteriormente descritas, fizeram parte deste estudo 27 sujeitos, com idades compreendidas entre os 16 e os 17 anos, que se organizaram da seguinte forma:

Tabela 1 – Caracterização dos sujeitos da amostra

Total de Sujeitos (n=27) Escola Secundária Emídio Garcia Sexo Masculino

(n=8)

Sexo Feminino (n=19)

Conforme se pode verificar, foram considerados para este estudo 27 sujeitos, dos quais 19 eram do sexo feminino e 8 do sexo masculino.

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5.3. Variáveis

5.3.1. Variável Independente

ApF: (i) Resistência; (ii) Flexibilidade; (iii) Força.

5.3.2. Variável dependente

SE - média aritmética das notas obtidas no 3º período do ano letivo anterior ao do estudo (2010/2011).

5.4. Descrição das variáveis em estudo

Tendo em conta as componentes da ApF segundo a bateria de testes do Fitnessgram® referenciadas no Quadro1, na concretização deste estudo, foram utilizados os seguintes testes: vaivém (aptidão aeróbia), extensão de braços e senta e alcança (para avaliação da aptidão muscular) e IMC (para avaliar a composição corporal). A escolha destes testes foi feita, tomando em consideração o tempo e os recursos materiais disponíveis além de estas seremtrês componentes da ApF.

Relativamente ao cálculo do SE, optou-se por fazer média aritmética de todas as disciplinas, uma vez que em Portugal, os alunos concorrem ao Ensino Superior Público tendo em consideração a nota da média final do Ensino Secundário e a nota de uma ou duas disciplinas específicas, de acordo com o Artigo 4º à alteração do Decreto-Lei n.º 70/2010, de 16 de Junho.

5.4.1. Descrição das variáveis antropométricas

Os parâmetros antropométricos utilizados para a caracterização da amostra foram o peso corporal, a altura e o IMC.

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A massa corporal foi avaliada com uma balança Tanita® (BC-351, Illinois, EUA). A avaliação foi realizada com os sujeitos descalços, numa posição plantígrada e ortostática, com os membros inferiores em extensão e adução, e com os membros superiores igualmente em extensão e juntos ao tronco.

5.4.1.2. Altura

Esta variável foi avaliada com um estadiómetro digital (SECA, 240, Hamburgo, Alemanha). Os sujeitos encontravam-se com a parte posterior do corpo junto à parede onde se encontrava o estadiómetro fixo, mantendo uma posição plantígrada e ortostática, com os membros inferiores em extensão e adução, os membros superiores igualmente em extensão e adução, com a nuca devidamente encostada ao plano da parede.

5.4.1.3. Composição Corporal (cálculo do IMC)

O IMC estabelece uma relação entre a altura e o peso, relação essa que indica se o peso da pessoa está ou não adequado à altura. Assim, o IMC foi determinado através da seguinte fórmula matemática:

5.4.2. Descrição das variáveis da aptidão física

5.4.2.1. Resistência (Teste do vaivém)

O objectivo deste testeé avaliar a máxima distância percorrida numa direção e na oposta, numa distância de 20 metros, com uma velocidade crescente em períodos consecutivos de um minuto.

O equipamento necessário foi um leitor de CD e o CD e os sujeitos tinham de ter material adequado para a prática desportiva (sapatilhas e fato de treino).

) ( ) ( 2 m Altura kg Peso IMC

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Este consiste em patamares de esforço progressivo, adaptado do teste de corrida de 20 metros publicado por Leger e Lambert (1982) e revisto em 1988 (Leger e col.) O teste começa por ser fácil aumentando o grau de dificuldade, à medida que vão avançando os “bips” da cadência do CD. Este teste é recomendado para todos os escalões etários, sendo contabilizado através da contagem do número de percursos que os sujeitos realizam, dentro do limite de tempo imposto.

5.4.2.2. Força (Teste da extensão de braços)

Objectivo deste teste é completar o maior número possível de extensões de braços, com uma determinada cadência.

O equipamento necessário foi um leitor de CD e o CD próprio para a execução do teste. Os sujeitos tinham de ter material adequado para a prática desportiva (sapatilhas e fato de treino). A cadência correta foi de 20 extensões por minuto (uma flexão/extensão por cada três segundos). O CD da bateria de testes do Fitnessgram® possui uma faixa com a cadência adequada para este teste.

Os alunos foram instruídos para a observação e execução da forma correta de realizar este teste. Posteriormente foram agrupados dois a dois. Um executou as extensões enquanto outro as contou e verificou se o executante flectia os membros superiores pelo cotovelo até aos 90º, com os braços paralelos ao solo. No entanto, durante toda a execução do teste, eu e o professor da turma íamos controlando a correta execução do teste. Os alunos assumiram uma posição de decúbito ventral no colchão, colocando as mãos por debaixo dos ombros, dedos estendidos, membros inferiores em extensão, ligeiramente afastados e apoiaram-se nas pontas dos pés. O executante devia elevar-se do colchão com a força dos braços até que os tivesse estendidos, mantendo sempre as costas e as pernas alinhadas. O corpo devia formar uma linha reta da cabeça aos pés enquanto durasse a execução do teste. E em seguida, o executante fletia os membros superiores até que os cotovelos formassem, um ângulo de 90º e os braços ficassem paralelos ao solo. Depois o aluno devia retomar a extensão dos braços. Este movimento devia ser repetido tantas vezes quantas fosse possível pelo aluno.

O teste foi interrompido,individualmente, aquando cada segunda execução incorreta por parte dos sujeitos. O resultado final é o número total de extensões executadas corretamente. Foi contabilizada a primeira extensão incorreta. Os critérios de execução foram os mesmos para todos os alunos e turmas.

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5.4.2.3. Flexibilidade (teste do senta e alcança)

O objectivo deste teste é alcançar a distância máxima da articulação (coxo-femural), em centímetros, tanto para o lado direito como para o lado esquerdo do corpo. A distância para alcançar a Zona Saudável de ApF é estabelecida tendo em conta a idade e sexo e está indicada nas Tabelas de referência (anexo1). No entanto, e uma vez que a amostra é reduzida, pareceu-nos pertinente apresentar os valores exatos da média e desvio padrão obtidos por cada grupo nesta variável, não sendo cotado como positivo/negativo como a bateria de testes indica. Para esta avaliação utilizou-se uma caixa com 30 cm de altura, sobre a qual se colocou uma fita métrica, ficando a marca dos 20 cm para o sexo masculino e 23 cm para o sexo feminino ao nível da ponta da caixa. A extremidade do “0” na régua ficou na extremidade mais próxima do sujeito em avaliação.

O sujeito descalço, deve sentar-se junto à caixa, de seguida estender completamente uma das pernas, ficando a planta do pé em contacto com a extremidade da caixa. O outro joelho fica fletido com a planta do pé assente no chão e a uma distância de aproximadamente 5 a 8 cm do joelho da perna que está em extensão. Os braços deverão ser estendidos para a frente e colocados por cima da fita métrica, com as mãos uma sobre a outra. Com as palmas das mãos viradas para baixo, o sujeito flete o corpo para a frente 4 vezes, mantendo as mãos sobre a escala. Deverá manter a posição alcançada na quarta tentativa pelo menos durante 1 segundo. Após ter sido avaliado um dos lados, o sujeito troca a posição das pernas e recomeça as flexões do lado oposto. É permitido o movimento do joelho fletido para o lado devido ao movimento do tronco para a frente.

5.4.3. Descrição do cálculo da média aritmética das disciplinas

Para avaliação do SE foi utilizada a seguinte equação:

Em que: SE – Sucesso Escolar; NFD – Notas Finais das Disciplinas; Nº Disciplinas – Número de disciplinas. s Disciplina N NFD SE º

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Após aplicação da fórmula acima mencionada, foram considerados três grupos: G1 – onde foram incluídos os alunos com média entre 10 e 13,4 valores, ao qual atribuímos a classificação de notas SUFICIENTE; G2 – onde foram incluídos os alunos com média entre 13,5 e 17,4 valores, ao qual atribuímos a classificação de notas BOM; G3 – onde foram incluídos os alunos com média entre 17,5 e 20 valores, ao qual atribuímos a classificação de notas MUITO BOM.

6. Instrumentos

Com base no mencionado anteriormente, os instrumentos utilizados foram: (i) a bateria de testes do Fitnessgram®, para avaliação da ApF (Resistência, força, composição corporal e flexibilidade) que incluiu os instrumentos: (ii) balança Tanita® (BC-351, Illinois, EUA), para avaliação do peso corporal; (iii) Estadiómetro digital (SECA, 240, Hamburgo, Alemanha), para avaliação da altura. Bem como, as pautas de classificação final do 3º período do ano lectivo 2010/2011 das turmas de 11º ano, do curso de Ciências e Tecnologias, para avaliação do SE.

7. Procedimentos

Este estudo adopta, especialmente, um carácter descritivo e comparativo, assente numa investigação bibliográfica e na aplicação de uma bateria de testes de ApF (Fitnessgram®) com observação direta e posterior registo dos resultados.

A recolha das pautas para mensuração das notas finais e avaliação do SE obtido no ano lectivo 2010/2011, foi recolhida junto da secretaria da Escola Secundária de Emídio Garcia em Bragança, após ter sido concedida a autorização pelo Presidente do Conselho Executivo. Paralelamente, os professores e os encarregados de educação foram informados do objetivo deste estudo bem como de todo o processo das avaliações, sendo ainda esclarecidas as dúvidas que surgiram.

A população a estudar foi constituída pelos alunos do 12º ano da Escola Secundária Emídio Garcia em Bragança.

(39)

Na execução deste estudo, foram respeitadas as regras de código ético estabelecidas no tratado de Helsínquia.

7.1. Método de pesquisa

Foi efectuado um levantamento bibliográfico com o intuito de familiarização com as temáticas e estudos neste âmbito, assim como um estudo dos principais conceitos que apoiam o presente trabalho. Esta pesquisa foi realizada em várias bibliotecas públicas e universitárias, bem como nas bibliotecas on-line: B-on; Pubmed, Scielo, e os repositórios on-line de algumas universidades. Nos artigos cujo o acesso não estava disponível, foi enviado um e-mail para o(s) autor(es) a solicitar a cedência do mesmo.

8. Tratamento Estatístico

A recolha dos dados foi registada numa folha de marcação de resultados do Fitnessgram® e posteriormente transferidos para uma folha de cálculo (Microsoft office – Excel, 2010), sendo depois exportada para aplicativos específicos de estatística SPSS.v. 20, com vista ao seu tratamento e apresentação ordenada. Este tratamento baseou-se em técnicas estatísticas descritivas: medidas de tendência central (média) e de dispersão (desvio padrão). Foram ainda utilizados testes de diferença estatisticamente significativa para análises comparativas, nomeadamente o teste t de Student.

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Tabela  1  – Caracterização dos sujeitos da amostra
Tabela 2 -  Valores da média±desvio padrão das características antropométricas dos sujeitos.
Tabela 3 – Valores da média±desvio padrão das variáveis da AF por grupo de SE.

Referências

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