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Zero, 1999, ano 16, n.2, dez.

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Comemoramos

Hitchcock:

o

britânico

que recriou

o

suspense

e o

cinema

P

12,13

�������

L

FLORIANÓPOLlS,DEZEMBRO

DE

1999

-

ANO

XVI-

N° 2

IT

IT

.

- ...

(2)

ZERO

ANO XVI- N° 2

NOVEMBRO

99

CURSO

DEjORNALISMO

CCE -COM UFSC i-•••••

i-r

Melhor

jornal-laboratório

do Brasil

Expocom94

Melhor

Peça

Gráfica

I, II, III, IV,

VeXI Set

Universitário

88,89,90,91,92

e

98

jornal-laboratório

do

Curso

de

jornalismo

da

Universidade Federal

de Santa Catarina

editado

pelo

Laboratório

de

Infografia

,F"ECHADO

EM 26 DE NOVEMBRO

Arte:Ron

Cobb, Wagner

Maia

Apoio:

Caio

Salles,

Débora

Tozzo,

Ellen

Sezerino,

Mariana

Dauwe,

MellyssaMol

Colaboração:

Amocam,

Professores Flávio SturdzeeMauro

Pommer,

Tereza

Barbosa,

IPUF

Copy-write: Jornalista

e

professor

RicardoBarreto

Direção

dearteede

redação:

RicardoBarreto

Edição:

Andréa

Fisher, jônatas

Kosmann,

Leonardo

Collares,

Léo

Laps (seniores)

Clarissa

Moraes,

Débora

Tozzo,

Elisabete

Francio,

Leonardo Miranda

Fotografia:

Leonardo Miranda

Diagramação

Eletrônica:

Jônatas

Kosmann

Laboratório

fotográfico:

Leonardo Miranda

Revisão:Andréa

Fischer,

Clarissa

Moraes,

Débora

Toz2O,

Elisabete

Francio,

Jônatas

Kosmann,

Leonardo

Collares,

Léo

Laps,

Leonardo

Miranda,

OlavoPereira

Oliveira

Serviços

editoriais:

Companhia

das

Letras, Internet,

The

Macmillan visual

dictionary

Textos: Ana Letícia

Rosa,

Diego

Fontoura,

Fernanda

Souza,

Gisele

Benatto,

Leonardo

Collares,

Léo

Laps,

OlavoPereira

Oliveira,

Sílvio

Smaniotto,

Valdecir Becker

Pré-hnpressão:Artline

Impressão: Imprefar

Redação:

Cursode

Jornalismo

(UFSC

-CCE

-COM), Trindade,

CEP

88040-900, Florianópolis/SC

Telefones:

(48)

331-9490e331-9215 Fax:

(48)331-9898

Sítio:

www.jornalismo.ufsc.br

E-mail:

zero@cce.ufsc.br

Circulação:

gratuita

e

dirigida

Tiragem:

5.000

exemplares

EXPRESSÃO

SEM LIBERDADE

Univali

censura

livro

sob

pressão

a

fundo

do

espelho

éou­

tro

-quem

liga

aRBS

liga

a

Globoeraotítulo do livro do

jor­

nalista Carlos Alberto de Souza

antesdesercensurado

pela

Edi­

torada Universidade do Vale do

Itajaí (Univali),

sob

pressões

e

ameaças da Rede Brasil Sul

(RBS).

Os400

exemplares

im­

pressos foram

recolhidos,

olan­

çamento

previsto

para 10de

agosto foi adiadoe umasegun­

dacapafoi feita.Osubtítulotam­

bém foi

alterado,

e olivro final­

mentefoi

lançado

nodia 15 de

setembrocom otitulo

afundo

do

espelho

éoutro

-quem

liga

a....

Resultado da

dissertação

de mestrado do

jornalista

e co­

ordenadordo Cursode

Jornalis­

moda

Univali,

aobra

questiona

se umaempresa sediada fora do

Estado

(RBS) pode

representaroscatarinenses. Ele

conclui que a empresa

gaúcha depende primeira­

mentedesua

sede,

a RBSdoRio Grande do

Sul,

e

depois

das

Organizações

Globo,

a

qual

é

filiada,

não

podendo

representar "nem asi

própria,

muito me­

nosasociedade catarinense". A

dissertação

foi de­

fendida naUniversidade Federal do RioGrande do

Sulemmarço

passado,

recebendoconceito Aeindi­

cação

para

publicação

de todososmembros da ban­ ca

julgadora.

a

fundo

do

espelho

éoutro

-quem

liga

a...

questiona

a

posição

da RBScomo

representante

da

comunidadecatarinense e

florianopolitana

através

do estudo desuaestrutura

empresarial

edaanálise

de

programação

econteúdos veiculadosporsuaemis­

sorainstaladana

Capital,

aRBS 'IV

Florianópolis,

que

éa

cabeça

da redenoEstado.Souzaabordaospro­

blemas daRBSe sua

obrigação

de

seguir

o

"padrão

Globo de

qualidade"

e todasas demais determina­

ções

das

Organizações

Globo. Estudousuaprogra­

mação

duranteum ano emeio,dando ênfase

prin­

cipal

paraos

telejornais

Bom Dia SantaCatarina,

jornal

do

Almoço

e os

plantões

Notícias 24 horase

Votação

naAssembléia.

Umadas

primeiras

conclusões doautoré que

aRBS nãotemnenhum horário nobreparacolocar

sua

programação

noar. Eleconstataque todos os

horários concedidos

pela

rede Globo para programa­

ções

locaissão

periféricos.

O RBS

Notícias,

entreas

novelas dasseisedas sete,

quando

ostrabalhadores

estão

chegando

emcasa,ouaindanem

chegaram;

o

Estúdio Santa Catarina,

domingo

à noite,

depois

do humorísticoSaideBaixo, que dificilmente po­

deráser assistidopor

aqueles

que trabalhamna se­

gunda;

oBomDia SantaCatarina,às

6:45, quando

o

público

está acordando

para ir

trabalhar;

o

Campo

eLavoura,

praticamente

nas

madrugadas

deDomin­

go,

quando

o

agricultor

que

geralmente

trabalha até

sábado ànoiteestá

descansando;

oRBSComunida­

de,

exibido

depois

do

Campo

e

Lavoura,

entre6e7

horas;

oRBS

Esporte,

nosábadoatarde....

Quanto

ao

""padrão

Globode

qualidade",

Sou­

zaapontaa

obrigatoriedade

das afiliadas desesub­

meterematudooqueaGlobo

impõe,

sob pena de

perderem

o direito de retransmissão. Cita como

exemplo

a'IV

Coligadas

de

Blumenau,

que nãose­

guiu

o

"padrão

Globo de

qualidade"

e

perdeu

odi­

reitode retransmitir aGlobo na

Região

do Vale do

Itajaí.

Em 1981,a'IV

Coligadas

foi

comprada

pelo

Grupo

RBS.

A 'IVAratu,na

Bahia,

éoutro

exemplo

dere­

beldiaao

"padrão

Globo de

qualidade".

Conformeo

2 não tiveramcomo desmentir

asconclusões da

dissertação".

Eleacrescentaque dizerpara

-g

UI11aniversariante

(a

RBSco­

.� memora 20 anos em Santa

=;

Catarinaem

1999)

que ele

12 "não

pode

representaraspes­

§

soasque

finge

tanto

privilegi­

ar eprovar quenãoé

'amiga

da

comunidade',

énomíni­

mo

constrangedor".

Conforme o autor, a

obrigação

de editar uma se­

gunda

capaencareceuolivro. "A versão

original

ia ser

lançada

a

R$

12,00eseupre­

ço nas livrarias seria de

R$

15,00.

Agora,

estou

lançando

olivroa

R$

15,00e seupreço

naslivrariasserádeR$18,00".

ParaSouza,"o

poder

da

RBSé

inquestionável

e olado

comercialdaempresa émui­

toforte."Maselegaranteque apesar dissonãofez

nenhuma

alteração

no conteúdo: "Não mexi nem

nacontracapa,que também

queriam

mudar".

O

jornalista justifica

aescolha dotema

pelo

fato de haver poucos estudos

disponíveis

sobreo as­

sunto. "Só

conheço

dois:o daDulce Márcia Cruz

(

Televisão e

Negócio

-A RBSem Santa Catarina.

Florianópolis,

UFSC/FURB,

1996)

quefaladasestra­

tégias

comerciais,retratadasporelacomomuito bem

sucedidas e do Paulo Scarduelli

(Network

de

Bombacha:os

segredos

daTV

regional

daRBS. São

Paulo,

1996. Dissertação

de

Mestrado),

que seguea mesmalinha da Dulce".Para

ele,

nenhum dosdois

estudos retrata a verdade

sobreaRede Brasil Sulem

Santa

Catarina,

"pois

não

têmumavisãocrítica".

Dulce Márcia Cruz

defende seu livro dizendo

que"criticar nãoé só falar

mal,

massobretudo falara

verdade".

Segundo

ela,

seulivro

pode

nãofalar mal

daRBS,mas nemporisso

deixa de ser

crítico,

"pois

mostra as

estratégias

em­

presariais

e

políticas

de

uma empresa de fora do

Estado que obteve

grande

sucesso em SC.

Qualquer

grupo de

comunicação

que

fizeroqueaRBSfezvaiter

o mesmo

resultado'',

sus­

tentaaautora.

Ditadura

-Segundo

ocientista

político

e

profes­

sorde

sociologia

daUFSC Itamar

Aguiar

"é inadmis­

sível que em

plena

virada

parao séculoXXI nos de­

paremoscom umfato des­

ses". Para

ele,

a censura

devesercombatidacomto­

dos osmeios. "Não

pode­

mos nos deixarmonitorar

pela

ditadura domais for­

te,no caso a

RBS,

quequer

impedir

a todo custo que

qualquer

obraque fale a

verdade sobre ele

seja

publicada".

Valdecir Becker

Carlos

Alberto

foi obrigado

a

retirar

da

capa

nome e

logo

da

RESe

Globo

autor,aemissoraestava

operando

com

equipamen­

tosobsoletosenãobuscava anunciantes. Benefiel­

ado

pela

amizadecom Roberto

Marinho,

Antônio

Carlos

Magalhães,

então ministrodas Comunica­

ções

na

presidência

de

José

Sarney,

ganhou

odirei­

tode retransmitira'IVGlobonaEstado através de

suaemissora,a'IVBahia.

Seguir

o

'padrão

Globo de

qualidade'

custou

caroà RBS. Além

disso,

algumas

investidas empre­ sariais nãoderam muitocerto. "Entreelasode­

sastroso

ingresso

nomercado de

telefonia,

que ge­

rou umacrisenaempresa,comdemissões de fun­

cionáriosevenda das

ações

de

algumas

empresas,

entreelas o Consório

BCP e o

Shopping

Praiade

Belas,

quege­

raram inúmeras dívi­

das,

atrasando

algu­

masiniciativas, entre

elasos investimentos

na'IV por assinatura."

Aniversarian­

te- Souza

apurouque

alguns

dos índices de audiência da progra­

mação

localestão aci­

ma da média

global.

Em

contrapartida,

os

outrosquenãoforam

divulgados pelo

Diário

Catarinense,

estão muito abaixo da mé­

dia,

oque

explica

por­

que não foram

publi­

cados.

Por

pressões

da

RBS, que ameaçou a

Editorae oautorcom

processo por uso

indevido da

logomarca

da empresa,areitoria

daUnivali mandoure­

colher todosos exem­

plares.

Paraaempre­ sa

gaúcha,

acapaera

"muito

agressiva"

e

difamava não só a

RBS, mas tambéma

Globo. Mas para Sou­

za o motivo é outro:

"elesseirritaramcom

o conteúdo do livroe

Negócio

mal

feito

comiespailhóis

descapitaliza

RBS

Conforme

pesquisa

do autor, quecitao

Jornal

Falando

Sério,

de outubrd de

1998,

lia

compra da

CRT,

em

parceria

comos

espanhóis,

tornou-semotivode ironiaentreos

empresári­

osdo

país.

Odesastroso

negócio

começouaruir

quanqo

aTeJefonica compr(Jua

Telesp

efoi obri­

gada

adesistir dasociedadecoma

RBS, pois

a

legislação impede

queummesmogrupocontro­

lemaisdeuma

operadora

deteléfonla fixa".

Diante desse

fato,

aRBS seria

obrigada

contra!Jlalm�nte

acomprar

4,10%

das

ações

destinadas aos

funcionários

da CRTeteriaque

pagar..

R$ 96rnilhóes pelas ;tções

que

valiam.

ape­

nas

R$

9 milhões. Em outro

problema

finan­

ceirodaempresa,aRBSdesembolsou

US$ 40,5

milhões

pata

resgatar

80% dos

eurobônus,

lançadas

em1995,na

Europa

e nosEUA. Isso

porque osinvestidores decidiram

resgatar

os

títulosnostrêsanos

previstos

nascláusulasdo

C(mtr�to.

�Ill. entre;yista � yazeta.

Mercantil,

o

presidénte

do

Grupo

Nelson

Sirotsky

atribuiuo

fato

."à

boatariaemtornodasdificuldades que

a

RBSestariaenfrentando?i

A crisenuncafoiconfirmada oficialmen­

te

pf#RBS,

masademissão.de

300.

funcionári­

os,avenda de16%da

participação

no

Shopping

Praia.de

Bel;tS,

em.

Porto

Negre,

a

venda

das

ações

no Consórcio BCp,

que

opera telefonia

móvelemSP eno

Nordeste,

e, mais recente­

mente,avenda do

ZAZ,

segundo

maiorprove­

dor deinternetdo

país,

confirmamqueascon­

(3)

FEDERALlZAÇAO

DO BESC

Manobra

da Amin

duplicou

divida

do

Estado

Rombo foi de

RS 2,1

bilhões,

mas

deputada

diz que crise seria evitada

com

crédito

de

RS

175

milhões

A

oposição

acusa ogovernoes­

tadual deter

praticamente

duplicado

adívidahistórica do

Estado,

com a ma­

nobra de

federalização

doBancodo Es­

tado de Santa Catarina

(BESC)

para

fazercaixa, e afirma que se o banco

continuasse

público

não serianeces­

sário todoessedinheiro para

recuperá­

lo.Ovalor da dívida contraída

pelo

go­

vernador

Esperidião

Amin foi de

R$

2,129

bilhões,

a serempagosem30

anoscom

juros

de6%ao ano.Ocon­

tratoquetransferiuocontroledo BESC

paraogoverno federal foi assinadono

dia 30 de

setembro,

via Internet, de­

pois

de muita

disputa

entre

governis­

tase

oposição.

A

deputada

Ideli Salvatti

(PT)

denuncia que "esses valores

exorbitantes

extrapolam

deuma ma­

neira

irresponsável

ecriminosatodo

oentendimentoacercadosnúmeros

doBESC".Ela

explica

queobancotem

areceberumativonovalor

aproxima­

do de

R$

175

milhões, proveniente

do

Fundo de

Compensação

de

Variação

Salarial- crédito

originado

noscontra­

tos de financiamento habitacional

-queo

próprio

governofederalnãohon­

rou."Seessemontantetivessesidore­

passado

ao BESC na

época

em que

começaramos boatos acercadafalta

de

liquidez

do

banco,

porsisó

capi­

talizariao

banco,

com

sobras",

critica

a

deputada.

Ideli acusa o governodeestar

fazendoum

"jogo

decena"ediz que

seu

grande objetivo

é venderoBESCe

paraissoobanco

precisa

estar"enxu­

to",semdívida

alguma.

Ela afirma que

para sanear o

banco,

deixando-o no

poder

estadual,

ovalornecessário não

ultrapassaria

R$

250 milhões.Noen­

tanto,

segundo

a

deputada,

a

política

de

privatizações

do governo FHCper­ mitiuaoBancoCentralemprestardi­

nheiroaoEstadosomenteno casoda

federalização

do

banco,

mesmo sen­

doovalor paraisso muito

superior

ao

necessário parao

simples

saneamen­

to.

Gastosinúteis

-Combasenos

valores

divulgados,

Ideli Salvatti

exemplifica

que os

R$

400 milhões

destinadosao

Programa

de Demissões

Incentivadasnão seriamnecessários.

'�ém

disso,

tambémnão serianeces­

sário

provislonar

R$

250 milhões para

20anosde

aposentadorias

daFunda­

ção

de

Seguridade

Social do

conglome­

radoBESC

(Fusesc)", completou

Ideli.

A

deputada

também falacomironia

sobreovalor destinadoainvestimen­

tosem

tecnologia.

"Desconfioqueum

investimento de até

R$

30 milhões

nessaárea éumtanto

exagerado,

tal­

vez o nosso

governador esteja negoci­

ando diretamentecom oBillGates,

éoutro

negócio",

critica!deli.

"Parafazercaixaeviabilizaro

governo

dele,

Amin nãorelutaembo­

tar fora um

importante

instrumento

de

política

econômica,

comoéoBESC"

alega

a

deputada.

Elaacrescentaque

t1A�

'"

f

OBviai AGORA

\,OCt

(NTR£CrA

o

eesc

\\

"tudo nãopassa deuma

armação

para

poder

"tocar"ogoverno.

É

umama­

neirafácil de passar à

sociedade,

da­

qui

a

30,40,

anos oresgatedessa dívi­

da".O

presidente

do Sindicato dosEm­

pregados

emEstabelecimentosBancá­ riosde

Florianópolis

e

Região (SEEB),

Rogério

Soares

Fernandes,

afirma que

oBESC ésóocomeço."Amin vaiven­

deraCasan,a

Celesc,

todae

qualquer

empresa, enquanto os catarinenses

não se levantarem contra essa

dizimação

do

patrimônio público",

alertaosindicalista.

Osecretário da

Fazenda,

Antô­

nio Carlos Vieira

(PPB),

garante que

nãohácomofazercaixaporqueodi­

nheirovem "carimbado". Ideli Salvatti

concordaquenacláusula

primeira

do

contrato entreaUniãoe oEstado está

assegurado

queos recursosfinancia­

dosnão

podem

serutilizadosem ou­

trosfinsou

compensados

deumafi­

.nalidadeparaoutra."Istoéoquereza

ocontrato,

porém podemos

esperar de

tudo",

advertea

deputada.

Elaatenta

queessevalor exorbitante deixa dúvi­

dasemargensa

desconfianças,

mes­

mo que ele

seja

disponibilizado

em

etapas,obedecendoa umcronograma

de desembolso. "Nóscomorepresen­

tantes do povo, e a sociedade como nossos

fiscais,

deveremos ficar aten­

tos", alertaa

deputada.

Terrorismo - Dados

internos

do banco demonstramque

quando

o

jornalista

Ricardo Boechatanunciou,

dia 19 de

setembro,

noBom-Dia Bra­

sil da Rede

Globo,

queoBESC

poderia

ser

liquidado

em

algumas

horas,

o

banco detinha

R$

1,7bilhãoentrede­

pósitos

à vista, aprazo, poupançae

fundos de

aplicação.

IdeliSalvatti afir­

maque com este valor é

impossível

acontecer a

liquidação

de

qualquer

banco."Foi

puro

terrorismo",destaca

a

deputada.

Ela

alega

que todo oprocesso

de

federalização

nãofoi uma

questão

financeira,

massim

política,

porqueo

BESCé viáveleestável. "Casocontrá­

rio nãosobreviveriaatodo essefura­

cãono

primeiro

semestre",argumen­

ta Ideli. "Os rumores sobre a

federalização

do bancoiniciaramem

janeiro

desteano e oBESCpermane­

ceuestável durante quasesetemeses",

acrescentaa

deputada.

O

presidente

do Besc, Victor

Fontana,rebateuem seus

depoimen­

tosàCPIqueaestabilidade do banco

eramantida porumaalta

liquidez

fal­

saporqueoBESCcaptavaataxasbem

superiores

às de mercado para criar

essa

imagem

eque,na

verdade,

oban­

conuncateveuma

liquidez

de

R$

800

milhões. Fontanadisse queadelibe­

ração

doBancoCentral denão aceitar

os números do

balanço

de 1998 foi

acatadasem

dis-cussão porqueo

órgão

éaautori­

dade máxima do

osbancos estaduaisque tiveramseus

balanços

retidos

pelo

BC foram

federalizadosou

privatizados.

Fechamentosedemissões

-A

direção

doBESC destacaqueos800 mil correntistasdo banconão vãoso­

frer

perdas

em suascontasou

aplica­

ções

financeiras. Todososcontratos

assinadosserãomantidos.Oqueacon­

teceufoiofechamento

temporário

das

linhas de

crédito,

até quea novadire­

ção

do banco definaas novasestraté­

gias.

Foi

constatado,

noentanto,que

ofechamento de várias

agências

defi­

citáriase a

redução

do número de fun­

cionários

pode

provocar reflexos no

atendimentoe

prejudicar

osclientes.

Ogovernoespera quemetadedos

cer-2 funcionários doBESC têmestabilida­

(J)

de

garantida. Aproximadamente

65%

dos

empregados

do bancosão associ­

(\)

adosao

sindicato,

e o

objetivo

dornes­

Q5 moéconvencer esses e osoutros

fun-6,cionários

de que a melhor

opção

é

(\)

manter-se

empregado

no banco. "O

mercado de trabalho não está

fácil,

principalmente

parapessoas que ge­

ralmente trabalharamavida inteiraem

um

banco",

alertao

presidente

do sin­

dicato.

Rogério

afirmaqueoSindicato

pretende,

a

exemplo

do

Banespa,

que

foi federalizadohádoisanos eaté

hoje

resiste à

privatização,

lutar também parareverteroprocessode

privatízação

doBESC.

Segundo

o

presidente

dains­

tituição,

de forma isolada elesnão ti­

nhammuita

perspectiva,

e

decidiram,

então,

organizar

o Movimento Unifi­

cadoContra às

Privatízações.

Os

obje­

tivos do

Mucap

são conscientizar as

pessoas das

conseqüências

das

privatizações

e

defender,

além do

BESC,aCasan,a

Celesc,

aEscola Téc­

nicaFederal deSanta Catarinaeatéa

UFSC.

Agências pioneiras

-Ogover­

nador

Esperidião

Aminsecomprome­

teu amanteras 147

agências pionei­

rasdo

BESC,

destinandocercade

R$

20 milhões anuais do orçamento do

Estado para mantê-Ias.São

municípi­

osondeoBESCtem aúnica

agência

bancáriaou posto de atendimento a

queosmoradores

podem

recorrer.A

perda

dessas

agências

afetaria todaa

economiado

munícipio, já

que atéos

aposentados

teriam que recorrer a

outrascidadesparareceberemseus sa­

lários."O

problema

érepassarosgas­

tosdessas

agências

ao

Estado,

uma vez

Os valores

da

dívida

do

Estado

(em

milhões

de

reais)

País.

Programa

de

Demissões

Incentivadas - POI

Fundaçãg ÇODESQ de.,Seg!Jrdade §gçia!

-

FUSESC

Investimentos

em

tecnologia

Capitaliiação

.� ...

,�

..

Fundos para

contigências

fiscais, trabalhistas,

cíveis eoutros

passivos

'YAquisiçãQ,de

ativº�do Be$Cp�lo Est�do

Aquisição

de

imóveis

não de uso, do

Besc, pelo

Estado

Quitação dê

dívidasdo

Estadojunto

aoBesc

428,00

250,00

30,º0

620,30

100,00

643;-'0

39,65

18,00

Ainstabili­

dadenoBESCco­

meçou

quando

o

balanço

de98da

instituição

dei­

xoudeser

publi­

cado. "Isso

bai-xou a

credibilidade do

bancoazero",declarouagerente-ge­

raI da

agência

doRio de

Janeiro,

Luzia

Aparecida

França

Vieira.

Segundo ela,

os

grandes

clientes analisamosnúme­

ros everificam amargem paraseus

investimentos,

e sem a

publicação

do

balanço

não houveinvestimento. O

presidente

do conselho de administra­

ção

doBESCesecretário estadual da

Fazenda,

Antônio CarlosVieira,concor­

daqueafalta dos números avaliando

o

desempenho

do banco afastouosin­

vestidores,

masafirma que foioBan­

coCentral que nãoosaprovou.Vieira

reconheceunadecisão doBCa

políti­

cade

privatizar

todososbancosesta­

duais.

Segundo

constatouLuzia,todos

cade 5 mil funcionários alistem-seno

Programa

de Demissões Voluntárias

(PDV),

medida que reduziriaamédia

de 30 funcionários por

agência

para

apenas nove. O

presidente

do SEEB,

noentanto, afirma queonúmero de

funcionários

éreduzido e obanco

não vai

conseguir

semantercomape­

nas2.500

empregados.

"A nãoserque

reduzam os postos de

atendimento,

que são

aproximadamente 600",

ex­

plica Rogério.

A

posição

do sindicato écontra

oPDVeeles

pretendem

convenceros

empregados

anãoaderiraoprograma,

principalmente

porque eles

não

cor­ rem oriscodeserem

demitidos,

que

queo BESC,agora, está sobo

poder

federalebrevemente

pode

estarsobo

poder privado",

criticao

presidente

do

SEEB. O

governador

se

justifica

dizen­

do que emboraa

responsabilidade

seja

dogoverno

estadual,

os recursosvirão

daUnião, através do orçamentoedo

Plano Plurianual.O

presidente

do Sin­

dicato dos Bancários afirma queissoé

incoerente. "Primeiro o

governador

abre mão do

banco,

e agora resolve

lançar

recursosdo Estadoparaman­

teras

agências pioneiras",

critica Ro­

gério

Soares.

Fernanda Souza

99

-DEZEMBRO ZERO

(4)

Fusão

torna

Viacom

maior

domundo

Dona

dos estúdios

cinemato­

gráficos

da Paramount Picturese

da cadeiadelocadoras devídeo

Blockbuster,

aViacom

adquire

agorapor

US$

37,7bilhõesarede

de televisão

CBS,

umadas três

maiores dos Estados Unidos. As

duas empresas

juntas

possuem

faturamento anualdemaisde

US$

21 bilhões. Coma

fusão,

amaior

naindústria damídia até

hoje,

a

novaempresa teráumvalor

estimadoem

US$

80bilhões. A

Viacom passaa ser a

segunda

maior

megacorporação

de mídia

no

mundo,

atrás apenas da Time

Warner.AWalt

Disney

passaa

ocuparoterceiro

lugar

nosetor,

fechandoociclo dos

grandes

conglomerados

que controlama

mídianosEstadosUnidos.

A arrancada da Viacom paraestar

entreos

gigantes

começouem

1987,

quando

Summer Redstone

passouacontrolaraempresa, que

na

época

apenas

produzia

programas paraaTV. Seteanos

depois,

aocompraraParamount

Communicationse aBlockbuster

Entertainment

Group,

Redstone

transformouaViacomem uma

grande corporação

em

relação

aos seusconcorrentesnosEstados

Unidos. O

império

deRedstone

inclui também diversos canais de

TVa

cabo,

comoMTV,Showtime

e

Nickelodeon,

além de

estações

de

rádio, TV,

cincoparques

temáticose umaeditorade livros.

"Nossa união seráo

rei",

disse

Redstoneaoanunciara

fusão,

ao

ladodo executivo-chefe da

CBS,

Mel

Karmazin,

que seráodiretor de

operações

danovaempresa.

"Seremos líderes

globais

emtodos

os

aspectos

da indústria de mídia

eentretenimento".O sonhodos

doisnão está

longe.

A

transação

deveserfechadano

primeiro

semestrede

2000,

se

aprovada

por

instituições reguladoras

do mercado americano.

Segundo

os

especialistas,

as

empresas de mídia devem

continuara

política

de

integração

"vertical",

e novasfusõese

aquisições

devem

surgir.

Opera­

ções

como essassãofavorecidas

pela

falta de controle do governo

norte-americanosobreasteleco­

municações.

Além

disso,

a

Comissão Federal de Comunica­

ções

(FCC)

autorizou,

em

agosto,

ocontrolede empresas de

televisão sobre mais deumcanal

em umamesmacidade. A

partir

daí,

as

grandes

cadeiasnacionais

saíramemumabusca frenética

por canais de televisãoemtodoo

país.

Depois

da

CBS,

especula-se

quea

NBC,

aUSA Networksea

Paxson Communications

sejam

as

próximas

redesde televisãoa se

aliaremcomosmilionários

estúdios

cinematográficos.

Textos:

Olavo Pereira Oliveira

Com isso, a

Intelig

deve entrarem campo

com

forças

reduzidas para competir com a

Embratel.A

Sprint

parece não termuita escolha

porcausada recém-anunciadafusão desuasope­

rações

com aMCI;Worldcom.Amaioriadosanalis­ tasacredita quea

Sprint

desistirá

ge

sua

participa­

ção

na

Intelig,

mas

a��presa

b���ira

deveráen­

frentar

díflculdadesjê

a

equipe

de �tla çonttoladora

norte-americanatambémresolver abandoná-la.

Oligopólio

deumsó·.ATeleCentroSul

(TCS)

e mar, tras

kolt.ling$.

de

telefo-nia,es randou decisão

rápida

daAnatei

para que

$eja

outorgadauma permissão

paracom­

petir

comaEmbratelea

Intelignas

ligações

inte-Q�pâcionais

eiP.t�(IJ�ciolJ�'

()

p�sidente

S,

Henrique

Neves,encaminhouurn

pedido

.formal

à

Agência

Nacional de

Telecomunicações

(AnateI)

paraque

sejaoutorgada

pemússão

nesse

sentidopor

pelo

m 18meses;'

.

A TCS, fo â

pela. lelecom

Italia,

Opportunity

efund

pensão'

Telemar

fun-damentam o

pedi

in

ação

de

monopólio

nasc de As

em-presasquerem lor

banas

enquantq

sença daopera

ernpresa-espelh

Atéqueoassuntê

poderão

operar

ções.

rantiracompet

"ocaminhop

possibilitar

qu

ligações

interu Outroar tempo estimad entreaMCIe a oassuntodeve ser

apreciado.

imprevistos,

pr asempresas qu nam-se

coliga

dênciaao

presi

"Ora, urn mer

das éum

MAIOR GRUPO

MULTIMíDIA

doindustrial paraaMCI."O

plano

de

ampliar

a con­

corrêncianas

telecomunicações

ficará

prejudicado

na

longa

distância,o

monopólio

voltará porcercade um ano se

ninguém

tomar

providências logo".

Mas,se a

Sprint

sairda

Intelig,

o

problema

não estaráinteiramenteresolvido,alertaoexecutivo. AFranceTelecom

(FT),

quetem 25%da

Intelig,

é detentorade10%da

Sprint.

Comafusão,aFT ficaria

com uma

participação

indiretanaEmbratel. "A fu­

são dará

poder

de

fogo

à Embratele a

Intelig",

conti­

nuaQueiroz.

Ianques

preocupados

- Nos EstadosUnidos,

a

preocupação

como

monopólio

dastelecomunica­

ções

vemdesde1997,

quando

aWoridCom comprou

aMCI. William

Kennard,

o

presidente

da Federal

Communications Comission

(FCC),

fez umaadver­ tência: "Nósestamosaapenasumafusão deumní­

velindevido deconcentraçãonas

telecomunicações."

A

confirmação

da

aquisição

da

Sprint

pela

MCU

WoridCom por

US$

129bilhõeslevouKennarda soar oalarmeelevantarabandeirada defesadosconsu­

midores,

cujos

interessesé pago para zelar.

.

"A

competição

produziu

umaguerradepre­

çosnomercadode

longa

distância",disseo

presi­

dente da FCC. "Essafusãopareceser uma

rendição;

como isso

pode

ser bomparaos consumidores?"

Kennard avisouqueasduas empresasterão "o pesa­

do fardodemostrarosbenefíciosdo

negócio

paraos

consumidores"antesdeveremsuafusão

aprovada.

Vários

políticos

manifestaram-seno mesmosentido.

A comprada

Sprint pela

MCI WoridCom não

foi

negociada

com o

objetivo

dereduzir preçosou

melhorarosserviçosque elasprestam

separadamen­

te. Nãoseesperaqueo

negócio,

amaiorfusãoem­

presarial

dahistória,tenhaesseresultado,tantoque

os

presidentes

ediretoresdasduas

companhias

não sederamaotrabalhode enfatizaressesargumentos.

Scott

Cleland,

analistada

Legg

Mason Precur­

sor

Group,

explicou

arazão por trásdabilionáriatran­

sação:

"O

jogo, hoje,

nas

telecomunicações

éescala,

escala,

escala".Nãofoiesseo

jogo

queaadministra­

ção

Clintone o

Congresso

republicano

prometeram

aosamericanos

quando

aprovaram,em

1996,

ahis­

tóricalei que

desregulamentou

as

telecomunicações.

A promessaeraque haveria mais

competição.

Trêsanosedezenas de fusões

depois,

háme­

nos.Assete

baby

bells,

asempresastelefônicasregi­

onais que

surgiram

da

quebra

do

monopólio

daAT&T,

em

1984,

estãoreduzidas aquatro.Astrêscompa­

nhias

especializadas

em

operações

de

longa

distân­ cia encolheram paraduascom acomprada

Sprint

aMCI Worldcom. Ealíder continuaa ser aAT&T,

0% domercadode

longa

distância

(a

área omu

Iliefoi

originalmente

reservada

pela

leique

rom-tonselh6A

mi Ivo dêDêfeSlfEC()flôrnica

peuseu monopólio),

e acessopor caboamais40%

(Cade)

sobre afusãodas norte-americanas MCIe dasresidências,quegarantiucom acompradeduas

Sprint.

"Nos Estados

Unidos,

esse

negócio

ainda

grandes

empresas do setor, aTCI e a

MediaOne,

e

devedemorarunsseteaoitomesesparaserapro- umcontratode

leasing

darede daTime-Warner, a

vado,

mas oBrasilnão

pode

esperar",

afirmou. maior

operadora

deTVacabodosEUA.

Segundo

Queiroz, a

gestão

operacional

de

marketing

da

Intelig,

empresa

espelho

daEmbratel,

éfeita

pela

Sprint,

eissoagora deixará deser

segre-4 ZERO' DEZEMBRO

- 99

AWoridCom,

que

havia

comprado

aMCIem

1997,agora

engole

a

Sprint, respectivamente

a

segunda

e aterceira maior

operadora

de

elecomuni

cações

de

longa

distâncianosEs­

tados Unidos. Uma

incorporação

disfarçada

de fu­

são,daordem de

US$

129bilhões,

algo

parecido

com

tudooqueoBrasilesperainvestiremtelecomuni­

cações

na

próxima

década. A

operação

estácausan­

doumaenormedorde

cabeça

aos

órgãos regulado­

resnorte-americanosebrasileiros.

Sóa

Sprint

é avaliadaem quase

US$

40 bi­

lhõese suatelefonia

celular,

muito bem-conceitua­

da,

éestimadaem

US$

33bilhões. AMCI;WorldCom

vale

US$

151bilhões,mais quealíder domercado,a

AT&T,avaliadaem

US$

140bilhões.Juntas,asern:

presasvãodeter 30% dessemercado.

Isso,claro,

aComissãoFederal de

Comunicação

(FCC), agência

reguladora

norte-americana,ratificarac

ação

MCI;WoridCom/Sprint,

decisão

aguardada

té 15 de dezembro.

Até

lá,

a

Agência

deNacionaldeTelecomuni­

cações

(AnateI) ,clonedaFCCamericana,estaráob­

servando

os movimentosdaEmbrateleda

Intelig,

esta

espelho daquela.

É

quea

Sprint

controla25%

da

Intelig,

que vai concorrer natelefonia de

longa

distânciacom a

Embratel,

cujadonaéaMCI. "Isso

ferea

legislação

brasileira que

proíbe

aexistênciade

duas

operadoras

sobumsócomando

empresarial",

explica

RenatoGuerreiro,

presidente

daAnateI.

Eleadiantouqueentreasalternativasparaessa

fusão,

estáa

cassação

deuma oudasduas

licenças

de funcionamentodas

operadoras.

A Anatei

poderá

determinar queumadas

operadoras

seretiredocon­

troleacionáriodaempresaedo acordo deacionistas

que dá

poder

demando sobre suasatividades.Pela

Lei Geraldas

Telecomunicações,

aMCI só

poderia

afastar-se docontroledaEmbratelem2003, quan­

doa

privatização

fazcincoanos.Nessecaso,a

opção

mais

provável

éaretiradada

participação

de25% da

Sprint

na

Intelig.

AMCI tem 100% das

ações

da Embratel.

Paraevitara

cassação,

aAnatei

comunicou

à

operadora

americana

Sprint

queseafaste das deci­

sõesda

Intelig,

mesmoantesdeumadecisãoformal

sobreodestino daempresanoPaís.O diretor-con­

selheiro da

agência, José

Leite PereiraFilho,acredita

queessaseriaafórmulamais

adequada

para evitar

constrangimentos

políticos

e

legais

paraaempresa

concorrentedaEmbratel, quesepreparaparaen­

trarem

operação

nofim de dezembro.

quea

Sprint

ameaçou não apenas retirara sua

participação

de25% na

Intelig,

comotambém seus

funcionários,

casoelarealmentetenhaque

mão dessa

participação. Afinal,

éa

Sprint

que

desenvolvendoo

marketing

e aestrutura

operacion

da

lritelig.

"Avenda desua

participação

naempresa

deverácausarasaídade funcionários

importantes,

o

que acabaria

atrapalhando

os

planos

da

operadora

de

conquistar

uma

parcela significativa

do mercado nocurto

prazo",

diz

Andy

Castonguay,analistaespe­ cializadoem

telecomunicações

da

Pyramid

Research,

(5)

LEI DE

GÉRSON

Asfusõeseaquisições,quesetransformaramnomaiorfe­ nômenoempresarialdofinal destemilênio,estãodesafiandoopoder

dosgovernosedosórgãosde defesa da concorrência dospaíses.En­

trejaneiroesetembrodeste ano,essasoperaçõessomaramUS$2,2

trilhõesnomundo,poucomenosdeumquartodo ProdutoInterno Bruto (PIB) norte-americano, de US$ 8,87trilhões, segundo a

ThomsonFinantial Securities.

Asfusõesnãosóestãocriandograndes conglomerados,como

tambémprovocandoa"invasão"de fronteiras.Deacordocomojor­

nal

espanhol

BlPaís,essemovimentoparece estar cadavezmaislon­ ge do fim. Dados daKPMG,umadasmaioresempresas de consultoria

domundo,confirmamquesomentenoprimeirosemestredesteano

ascompanhias européiasfecharam

negócios

fora deseuspaísesno

valor deUS$ 256,76bilhões.Isso representaodobro do montante

registrado pelas663aquisiçõesrealizadaspor empresasnorte-ame­

ricanasfora dos EstadosUnidos,nomesmoperíodo.

Analistasafirmam,entretanto,queasfusõescostumamdar

certoapenasnoinício porcausadareduçãodoscustos."Alongopra­ zo, énecessário superaramescla deculturas,inovarelançarnovos

produtos,

queéoquefazaumentarasvendaseonúmero deempre­

gos",dizemosanalistas.Uma

pesquisadaAndersen

Consultingmos­

tra, por

exemplo,

que apenas23%das fusõesjáconsolidadas

alcan-Cartel

nega

dívidas

com

a

receita

Continuao

impasse

entreogoverno federale a

Empresa

Brasileira de

Telecomunicações

(Embratel)

quantoaodébito tributário de

R$

1,3bi­

lhão que a empresa teria

adquirido,

antes da

privatização,

com aSecretariadaReceitaFederal.A

dívidaestásendo cobrada da empresanorte-ameri­

cana

MCI/WoridCom,

que venceu o leilão de

privatização

da Embratelem

junho

doano

passado.

A empresanãoquer

reconhecê-Ia,

afirmando que

comprou a

estatal,

por

R$

2,7

bilhões,

sem saber

queadívidaexistiaeque seriacobradadiretamente

dela.

O

vice-presidente

da

MCI/WoridCom,

Daniel

Crawford,

afirma,

em umacarta

pessoal

aoministro

das

Comunicações,

Pimentada

Veiga,

queoitem n''

6 do Protocoloe

justifícaçâo

daCisãoda

Telebrás,

umdos documentos dodataroamda

privatização

doSistema

Telebrás,

"confirma queaEmbratelnão

é a

responsável

porpagamentodessa

magnitude".

Ele também dizque,na

hipótese

de queos

impos­

tos

sejam

realmente

devidos,

ofato de terem sido

produzidos

antesda

privatização

implicaria

arespon­

sabilidade à Telebrás e não aos novos donos da

Embratel.

Luigi

Massimo

Bianchi,

diretor econômico­

financeiro da

Embratel,

disse queaempresa que­

brará"casotenha depagaresses

impostos".

Segun­

doumafonte

próxima

àempresa, "a MCI não teria

concordadoempagar

US$

2,7bilhões sesoubesse

queteriade pagarmais

US$

1,3bilhão".

LuizCarlos

Mendonça

de

Barros,

ex-ministro

das

Comunicações

que comandou o processo de

privatização,

nãoadmiteoargumentode queadívi­

da da Embratelcom aReceitaFederalnãoconstava

dos dados da estatal no data room do Sistema

Telebrás. "Eles

(a MCI)

incorporaram

esse

passivo

ao preço que ofertaram

pela

Embratel e acharam

que nãohavia

problema",

disseoex-ministroaocri­ ticar a

posição

daempresaamericana.

a

típica

situação

dequem comprouequer

aproveitar

asitu­

ação

para tiraruma

casquinha",

conclui. Para

ele,

em

qualquer negócio, quando

secomprauma em­

presaassume-se suasdívidas.

Pimentada

Veiga

confirmou queosdadosa

respeito

do débito da Embratelconstavamdo data

room do Sistema Telebrás. Ele disse que os

questionamentos

feitosporumconcorrentesobreo

temaeram transmitidasaos demais interessados.

"Ninguém pode alegar

que desconheciao

débito",

afirmou. O ministro insistiu queaMCI

poderá

de­

volveraEmbratel setiverdúvidas sobrea

posição

ética do governo brasileiro duranteo processode

privatização.

Mendonça

deBarrosrecorda queaReceita só

passou acobraressedébito

depois

da

privatização,

em

julho

de 1998,emboraadívida fosserelativaa

1996. Hoje

adívida

chega

a

R$

1,3 bilhão e seu

parcelamento, segundo

ele,

foiumapropostafeita

pela

Receita. O ex-ministrolembra queemagosto

de 1998aMCIoprocurou

pessoalmente

paratratar

doassunto. "Falei com o

(Pedro)

Malane

depois

com o

(Luiz Carlos) Sturzenegger

(ex-procurador

daFazenda

Nacional)

para colocar o

problema",

disse. "Mascomotudoque aparece noMinistério

daFazenda vaipararnagavetae

ninguém

sepreo­

cupa,oassuntosó voltouagora,comtodoesseta­

manho",

afirmou.

Em

Washington,

o

vice-presidente

de

Marketing

Global, Jorge

Rodriguez,

reafirmou quea

empresa nãotinha conhecimento da dívida.

Segun­

do

ele,

noacordo de

privatização

nãohavianenhu­

ma

indicação

de queos

compradores

teriamdear­ car com umvolumetãoalto de

impostos

nãopa­ gos.

Eles sabiam- Oargumentode queaMCV

WoridCom desconhecia

completamente

adívida é

falso, pois

documentoscomprovam queaempresa

tentouincluiradívida daEmbratelnorelatório fi­ nal que encerrou o processode

privatização

da

Telebrás,

publicado

emagostonoDiárioOficial.Em

pelo

menosduascartase em um recursoadminis­

trativoaempresa atribuiuadívidaà Telebrás resi­

dual,que administraos funcionários cedidos

àAgên­

ciaNacional de

Telecomunicações

(AnateI).

Segun­

do uma autoridade

ligada

ao processo de

privatização,

se esse

pedido

tivessesido

acatado,

o

governoteriaassumido

potencialmente

adívidacom

aReceitaFederal.

Emcartaenviadaaoministrodas Comuni­

cações,

em 29de

julho

desteano,Crawford apre­

sentouessa

possibilidade

como uma

"solução

téc­

nica".''Acreditamos queessa nova

informação

ofe­

rece aogovernodoBrasil,à Telebráse àEmbratel

umaforma de desenvolveruma

solução

técnicaque

vaiprotegerosdireitos

legítimos

de todososacio­

nistasda

Embratel,

sem

perturbar

os

procedimen­

tosdaReceitaFederal sobreessas

pendências

fis­

cais",afirmounacarta.

Emuma

correspondência

anterior,de 23 de

julho,

assinada porrepresentantes da Embratel

(operadora),

da Embratel

Participações

edaMCV

WoridCom,

foi

pedido

queaComissão

Especial

de

Supervisão

da

Privatização

nãoencerrasse o pro­ cessode

desestatização

doSistema

Telebrás,

adian­ doa

publicação

do relatório final. O

artigo

204 da

LeiGeral das

Telecomunicações

estabelecequeaté

30dias

após

avendadas

ações

preferenciais

aos

empregados

da Telebrás deveriaser

publicado

um

relatório sobrea

privatização.

Menosdeuma semana

depois,

Crawfordin­ sistiuna

questão:

"antesqueorelatório

seja

divul­

gado,

acreditamos queaComissão

Especial

deva

le-var em

consideração

adívida

potencial

da Telebrás

relacionadaaospagamentos internacionaise reco­

mendarqueaTelebrásassuma

qualquer

eventual

dívida da Embratel".

"SeaReceitaFederale/ouoConselho deCon­

tribuintes decidirfinalmente queesse

imposto

nãoé

devido,

o

problema

estará

resolvido", prosseguiu.

"No

entanto,se aconclusão for

contrária,

aTelebrásde­

verá

cumprir

as

obrigações

definidasnadocumenta­

ção

dacisão".

Ao

longo

dos doismesesemque odataroom

esteve

aberto,

várias consultas sobre débitos da

Embratelcom aReceitaFederal foram

feitas,

até

pela

própria

MCI. Em

julho,

por

exemplo,

os

responsá­

veis

pelos

dados

responderam

a umaperguntafeita

pela Sprint

dizendo que a Embratel não recolhia

Imposto

de Renda sobreo

tráfego

mútuo,

queenvol­

ve

operadoras

estrangeiras.

Possibilidaderemota - Duranteo

período

de

privatização,

ogovernofederal consideravaremo­

tasas

possibilidades

deadívida da Embratelcoma

Receita Federalserpaga,

pois

odébitonãoera reco­

nhecido. Essa

avaliação

foi

passada

váriasvezes aos

consórciosinteressados nacompra da Embratelao

longo

do

período

de

privatização.

''A

possibilidade

de

autuação

nuncafoiconsi­

derada

provável",

disseo

advogado

AntoniodeAze­

vedo

Sodré,

responsável pelas

auditoriasnos

passi­

vosdasestataisecoordenador do dataroamdo Sis­ tema

Telebrás,

que reunia os dados

sigilosos

das

empresas, sobresua

situação

financeiraecomerci­

al."Haviaoentendimento de queadívida até

pode­

ria

chegar

a ser

cobrada,

mas adefesacontraopaga­

mentoteria

grandes possibilidades

deêxito",disse.

Adívida cobrada

pela

Receita

Federal,

segun­

douma autoridade

ligada

aogoverno, somatia

R$

800 milhões e não

R$

1,3bilhão. Seriam

R$

250

milhões do

"tráfego

entrante"e

R$

550 milhõesdo

"sainte".Desdea

privatização,

aEmbratel

pagou

R$

50 milhõesde

Imposto

de Rendarelativosao"trá­

fego

entrante",o que navisão da Receita

Federal,

significaria

queaempresareconheceosdébitosan­

teriores.

Crawford,

emreuniãocomPimentada

Veiga

eoutrosrepresentantesdo governo, voltouaafirmar

categoricamente

queaempresanãoé

responsável

pelos

impostos

devidos.

Segundo

umanota

publicada

pela

Embratel,

aempresa refezascontaseconcluiu

que adívidaem

questão

é decercade

R$

351 mi­

lhões,

incluindo

juros

emultas.Aempresa está fa­

zendosuadefesaeminstância administrativa. Ainda

segundo

anota,aEmbratel continuaráapagarim­

pastosobreareceita

operacionallíquida

de chama­

dasinternacionaisaté queacontrovérsia fiscal

seja

resolvida.

Textos: Olavo Pereira Oliveira

Mel

pode

devolver

Embraiei

se

duvida

do

go

verno

comunicaçõesnosEUA,que começouem1996,acabecom a concor­

rêncianosserviçosdetelefonia móvele naInternet.Deacordocom a

SecuritiesData, essesetorpassou a serocentro dasatençõesdos

órgãos

reguladores.de mercado. Énele queseconcentrao maior número de fusões eaquisiçõesentreempresas. ForamUS$ 79 bi­ lhõesemoperaçõesnoterceiro trimestredoano.

Numprimeiromomento,a

principal

causadessa onda de fu­

sõeseaquisições éa necessidade decrescer para competirnum

mundoglobalizado,dizojornalEtPaís.Entretantoo"objetivoimedi­ ato, queatuacomomotordesse processo, éareduçãodecustos".

Umapesquisarecenteda Andersen

Consulting,

realizadacom214

executivosdeprimeiroescalão queparticiparamdefusõesemtodoo

mundo,mostraqueamaioria

-cercade 85%

-tevecomoobjetivo

inicialareduçãodecustos.Apenas15%responderamqueametaera

crescer.

Entreoutrasgrandesfusões da históriaestãoadas

petrolífe­

ras Mobilcoma Exxon,por US$ 74bilhões; ado Citicorpcom o

TravelersGroup,porUS$70bilhões;ada Ameritechcom aSBC,por

US$ 69,8 bilhões;adaGTECorporationcom aBell AtlanticporUS$

68,34

bilhões;adaAmococom aBritishPetroleum,porUS$ 52 bi­

lhões; ada Airtouchcom aVodafone,porUS$ 57,8bilhões eado

NationsBankcom oBankAmerica,porUS$ 59,4bilhões.

Fusões

movimentam

US$

2,2

tri

neste

ano

e

criam

oligopólios

çamosobjetivos

pretendidos.

Dototal,30% fracassame47%têmre­

sultadosdiferentes dosplanejadosinicialmente.

Além daobservaçãodessesaspectos,asfusõeseaquisiçõeses­

tãopondoemxequeacapacidadedosórgãos reguladoresdomercado,

os

poderes

políticosdecadapaíse aposiçãode domínio do mercado.A

operaçãoentreaTotalfinae aElf,porexemplo, dependeainda deuma

decisão daComissãoEuropéia, órgãoexecutivodaUniãoEuropéia.Nos EstadosUnidos,acompradaSprint

pela

MCIaindatemde passarpor

vários "filtros".Umdeles éodosacionistas, ooutroé daComissão Federal deComunicações(FCC).

Umadaspreocupaçõesé queaonda defusõesnaárea de

tele-99

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