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Casa da Criança do Morro da Penitenciária : do "Serviço Social alternativo" às novas alternativas para o serviços social

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Texto

(1)

LEILA

SUZANA

f â

*HOFSTÃTTER

.

CÃSA

-DQÍ

Momo

DA

1>i.=;N|TENc1ÁR|A1

Do

"Serviço Social Âlfërñativo” às

Novas

Altemativas

para

o

Serviço Social

, Q`

À~

P/7?

D2

'

Trabalho

de Conduaao de

_ Curso

Em

apresentado

ao Departamento

de

Serviço

'

Social

da

Universidade Federal

de

Santa

.Catarina para

obtenção

do

Grau

de

Baãnarel

ern Serviço Social, orientado pela

~

ñofiessora

Do`_utora Ivete Simíonatto. °

`

«-

Catarina Mari S h

S05-Chefe do Depu: d¢cS:Í,flÍgIÊf¡a¡

csa.u¡=sc Ç

4

É _ - › .

(2)

2-

...z

‹_ '94 crítica

nao

arranca

as

flores

'I

imaginárias

dos

gfilhões para

q__ue

o

homem

.~~os_

suporte

sem

fantasia

e

íconsolo,

mas

para

que

se

livre

deles

e

, . n

colha

a flor

viva .

` Y _-:«~r._ › _ - ` K.

Marx.

4

(3)

AGRADECIMENTOS

ã

meus

pais que,

com

muito

esforço e obstinação, lutaram

bravamente

para

que

nós, seus filhos,

pudéssemos

chegar àç

Universidade ~

uma

vez

que

são tantos os

que

não vislumbram

essa

possibilidade;

C

ao companheiro

Cesar, pela paciência e carinho;

à população

do

Morro

da

Penitenciária que,

com

sua história

marcada

de

lutas, garra, utopias

e

sonhos, contribuiu para nossa formação;

às/aos integrantes

do

Sub-Núcleo

de

Estudos

em

Serviço Social

e

Organização Popular, pelo ensaio

da

atuação proñssional nesses dois

anos e

meio de

convívio;

às mulheres

do

Morro

da

Penitenciária que,

como

diz Milton Nascimento,

possuem

“essa estranha

mania

de

ter fé

na

vida”;

à nossa supervisora Edaléa,

em

especial.,

que

foi nos contagiando

com

sua convicção e clareza profissional;

à equipe

de

funcionários

da

Casa

da

Criança

que

nos ajudou

muito

no

p›rocesso_

de

entendimento

da

história construída pelos moradores,

em

alguns

momentos

questionando e refletindo nossa prática e

noutros

sendo

solidários/as;

u

*I

(4)

à

Orientadora desta Ímonografia, Professora Doutora lvete Simionatto,

que

nos

acompanha

desde

nosso ingresso

na

Universidade, pelos

z

momentos

dedicados

a

refletir .nossa pratica;

às amigas/os e professores

da

Universidade,

com

quem

convivemos

-1

nesses três anos

em

situaçoes as mais diversas;

à lina, pela colaboração organizativa deste trabalho,

grande

amiga e

companheira

de

muitas discussões e indagações sobre

nosso

“fazer

profissional ";

às

demais

pessoas que,

de alguma

forma, contribuíram para a'

\zz

..,,

conclusãodro processo iniciado.

W ' z^

(5)

ú

SIGLAS

r

CEBs

Comunidades

Eclesiais

de

Base .

CELATS

Centro Latino-Americano

de

Trabalho Social

ECA

Estatuto

da

Criança e

do

Adolescente

FUCABEM

Fundação

Catarinense

do

Bem~Estar

do

Menor

FUCADESC

_ , 4'7z;(" :|_

Fundação

Catarinense

Desenvolvimento

da

Comunidade

FUNABEM

Fundação

Nacional

do

Bem-Estar

do

Menor

GlS

Grupo

Irmão Sol *

V

ME

Movimento

Estudantil

PDS

Partido Democrático Social

PMDB

Partido

do Movimento

Democrático Brasileiro

PT Partido

dos

Trabalhadores

PUC/SP

Pontificia Universidade Católica

de

São

Paulo

UF

ECO

União Florianopolitana

de

Entidade -Comunitárias ,

UFSC

Universidade Federal

de

Santa Catarina

(6)

5-

suMÁRlo

Apresentação

... ..tí“ ... .. 1- II- III IV

coN1ExTo

E

HISTÓRIA

... ..

su]Erros

Do

FAZER

PRoHss1oNAL

... ..

v1As

DE 1NsERçÃo

Do

SERVIÇO soc1AL

No

1>Ro1ETo

cAsA

DA

CRIANÇA

... ..

v

PRESSUPOSTOS

E

CARACTERÍSTICAS

DO

SERVIÇO

SOCIAL

NO

PROJETO

CASA

DA

CRIANÇA

... ..

4.1.

_

Serviço

Social Alternativo' ... ..

4.2.

Negação

do

Espaço

Institucional ... ..

4.3.

Experiência

de

Belo

Horizonte

-

BH

... ..

4.4.

Teologia

da

Libertação

e

CEBs

... ..

4.5. Referencial

Marxista

... .. 4.6..

Método

Dialético ... .. 4.7. Intelectual

Orgânico

... .. 4.8.

Teoria

e

Prática ... .. 4.9.

Metodologia

... .. 4.1 O.

Ecletismo

... ..

4.1 1.

Especificidãde

do

Serviço

Social

X

Agente

de

Base

... ..

(7)

4.13. Assistente

Social

como

fäcilitador, lnstrumentalizaclor

e

lnformador

... ..

4.14.

Cidadania

e

Democracia

... ..

cAMlNHos

Possivfils

... .. Bibliografia ... ... .._;¿ ... ..

Apêndice

... .. i

(8)

s

=_;. -1

Apresen

tação

O

presente trabalho constitui~se

num

dos.: requisitos

do

Curso

de

Serviço Social

da

Universidade Federal

de

Santa Catarina para obtenção

do

Grau

de

Bacharel

em

Serviço Social. `

V

ç

A

preocupação

central desta monografia é

não

só resgatar a história

do

Serviço Social junto

ao

Projeto Casa

da

Criança

do Morro

«da Penitenciária,

mas

ir além,

buscando

identificar e analisar criticamente os pressupostos teórico-metodológicos

que

funclamentaram me

fundamentam

sua atuação.

O

eixo desse trabalho é a

preocupação

sobre

o

pensar

e

o

fazer

do

Serviço Social,

entendendo

que o

momento

se

toma

oportuno para refletir sobre essa

questão,

uma

vez

que

nos

últimos

tempos

tem

se constituído

como

foco central

nos

debates e discussões

da

categoria profissional.

H V

Essa

opção

temática é fruto

de

várias

dimensões

da

vida acadêmica: oz

estágio curricular e extracurricular;

o

debate

na

academia; a inserção politica nas esferas

de

participação naüniversidade.

'

As

questões

que

nortearam este trabalho foram basicamente duas: a)

ldentificação

dos

pressupostos teórico-metodológicos

que embasaram

e

embasam

as

ações

do

Serviço Social junto à

Casa

da

Criança e; b) Identificação

e

análise das

estratégias

de

intervenção experienciadas pelo Serviço Social

no

Projeto

Casa

da

Criança.

Ê' oportuno dizer

também

que

esta análise se restringe à atuação

do

Serviço Social

na Casa

da

Criança

do Morro da

Penitenciária,

e

que, portanto,

não

pode

(9)

9

Para desenvolver este trabalho

buscamos

subsídios através

de

entrevistas/depoimentos

dos

profissionais

que

atuaram e

atuam

junto

ao

Projeto

Casa

da

Criança

desde

a sua criação,

em

março de

1988,

e

de

análise

do

Plano

de Ação do

Serviço Social elaboradoi

na

sua

segunda

fase

de

atuação.

O

uso .desse instrumental se justifica por dois motivos: 1)

A

análise

da

documentação

existente sobre

o

Serviço Social

na Casa

da

Criança seria' insuficiente

para dar conta das questões

que

nortearam este trabalho; e b) Pela riqueza

que

-as

entrevistas apresentam

enquanto

coleta

de

dados

empíricos. Priorizamos, portanto, os

depoimentos

das Assistentes Sociais Ilda

Lopes

Witiuk e -Edaléa

M2

Ribeiro

da

Silva,

e

o

Plano

de Ação do

Serviço Social.. `

O

eixo desses depoimentos/entrevistas

pode

ser visto

no

roteiro

de

questõesz elaboradas para 'nortear

o

resgate

da

inserção profissional junto à

população

do Morro da

Penitenciária, mais especificamente

no

Projeto Casa

da

Criança.

'O

presente. trabalho está

composto

em

quatro capitulos.

No

primeiro

contextualizamos

o

período

em

que

surge

o

Projeto Casa

da

Criança, identificando a

conjuntura nacional, estadual le municipal

do

final

da

década

de

70

até a

década

de

80,1

que dá

as bases para a

emergência

de

novos

atores sociais - dentre esses atores a

população

do Morro da

Penitenciária.

No

segundo

capitulo resgatamos as vias

de

inserção

do

Serviço Social

Morro da

Penitenciária, suas ligações

com

a Igreja e a busca

de

espaços alternativos para

campo

de

estágio. 'No terceiro -objetivamos pontuar as

peculiaridades

que

caracterizam a população

do Morro da

«Penitenciária

e

os usuários

do

Serviço Social nessa área

de

periferia

de

Florianópolis. Por fim,

no

quarto capítulo,

buscamos

identificar e analisar os pressupostos

que

fundamentaram

a atuação

do

Serviço Social

na

sua' primeira (1983-1990)

e

segunda

(1990-1995) fases, junto

ao

Projeto Casa da' Criança. .

1

Ver 19 Plano» de Ação elaborado pelo Serviço Social. 1993

2 Ver Apêndice:

(10)

1

10

E, finalmente,

apresentamos

algumas

considerações sobre

o

“fazer

profissional”

que

passa

do

“Serviço Social Altemativo” às novas altemativas para

o

Serviço Social, por entender

que

a ação interventiva

do

Serviço Social constitui-se

em

constante processo

de

avaliação para

que

novos

subsídios sejam incorporados

numa

trajetória

de

conservação/ superação. '

l

Y

5" r

(11)

11

1 -

CONTEXTO

E

HISTÓRIA

Para

compreendermos o

contexto

em

que

nasce

o

Projeto

Casa

da

Criança

do Morro da

Penitenciária é necessário

que

nos reportemos para

a

década

de

70, bastante estudada por outros autores3

como

sendo

a

década

do

chamado

“milagre

econômico"

brasileiro cristalizado

no

Governo

Médici. Foi

um

período

em

que

as taxas

de

crescimento

da

economia

chegavam

a

8%

ao

ano-,

marcado

de

discursos

como:

“é preciso crescer

o

bolo para depois repartir”.

O

periodo

que o

sucede

é

caracterizado por

um

forte

desaquecimento

da

economia, altas taxas

de desemprego

e

ameaças

de

hiperinflação, -entre outras

coisas.

Outro

fator

marcante na

conjuntura' brasileira dessa época, e'

que

vai dar

a

tônica

ã

década

seguinte, é a inversão populacional

(campo

vs cidade).

Na

origem

desses

fortes

movimentos

migratórios encontram-se basicamente as transformações ocorridas

na

«estrutura agrária brasileira va partir

da

segunda

metade da

década de

60, através

da

substituição

de

cultivos,

da

incorporação

do

progresso técnico

em

larga escala,

da

concentração fundiária,

da

não

.priorização

de

politicas .agrárias e agrícolas

que

permitissem aos

pequenos

agricultores

manterem-se

no

campo

e, por fim,`

da

incisiva

veiculação

de

atrativos

(empregos)

possíveis

de

serem

encontrados

nos

centros

urbanos.

A

segunda

metade da

década

de

70, é conhecida

como

o

período

de

“abertura, lenta, gradual ~e restrita", preconizado pelo

govemo

Geisel

e

depois pelo

govemo

Figueiredo.

3 Sobre

este assunto ver: SROUR, 1982.

(12)

12

“Abertura” entendida

como

resultante

de

estratégias

dos

govemantes

do

regime

militar para aproximar

o

govemo

do povo

(popularizar

o

Executivo Forte)

e

da

emergência

de

“interlocutores populares,

na

luta pela construção

de

uma

nova

correlação

de

forças politicas, capaz

de

por

em

questão

o

grave

e

postergado

problema

social brasileiro”(AURAS, 1991 :22).

Mesmo

sendo

Santa Catarina considerado

um

Estado periférico,

em

termos

de

decisão política, a realidade vivida

nos

grandes centros repercute

também

aqui, ainda

que de

fomia

mais

amena,

como

por

exemplo no

fato histórico marcante,

populamiente

conhecido

como

“Novembrada”,

e seus desdobramentos4.

Com

a' queda-

da

lei

do

bi-partidarismo,

em

1979, outros' setores

da

sociedade civil

começam

a ganhar visibilidade e participam ativamente

do

processo

eleitoral

de

1982: as forças politicas

de

oposição

no

Estado (que

vão

se constituir

em

partidos);

o

Movimento

Estudantil -(ME); os -Movimentos Populares, .reivindicando

saneamento

básico, água, luz, entre outros.

Nesse ano

ocorre a primeira eleição direta

para

govemadores.

No

Estado

de

Santa Catarina

vivemos

uma

polarização das forças

4

O

Govemo

de Santa Catarina, ]orge Bomhausen, nomeado pelo regime para o pleito de 1979 a 1982

faz parte das oligarquias catarinenses que

vem

ao longo deste século se revezando no poder. Este

tendo suas ações intimamente ligadas às estratégias do

govemo

federal de popularizar a figura do

executivo organiza .uma recepção .homérica para o então Presidente joão B. Figueiredo, conhecido

como

o Presidente da “Conciliação”, que estaria na capital do Estado no- dia 30 de novembro.

A

recepção se deu desde o Aeroporto Hercílio Luz .até o Palácio Cruz e Sousa onde Figueiredo falaria a

população presente na Praça

XV

de Novembro. Essa

homenagem

ao então presidente teve algumas

ações que não estavam .previstas no script

como

a presença de estudantes ligados ao da UFSC

que organizaram

um

protesto

com

carta à População e

com

faixas e cartazes e palavras de ordem

como

“Abaixo Figueiredo, o povo não tem medo” e “Abaixo a Ditadura". Os organizadores do evento

tentaram de várias fonnas reprimir a manifestação, que inicialmente pequena mas

com

adesão de

muitos populares presentes no evento foi impossível não ser notada e deixou o Presidente totalmente

transtomado, que diz para o então govemador Bomhausenz “Agora deixo de ser Presidente da

República para ser

um

cidadão comum. E o senhor que se responsabilize pelo que acontecer

em

seu

Estado”. (SROUR, z 90-91) Este incidente político não limitou-se ao Estado mas foi amplamente

noticiado pela mídia nos dias seguintes.

No

Estado os rumos foram mais recrudescidos pois o regime

tentou identificar as lideranças estudantis e enquadra-las na Lei de Segurança Nacional - LSN.

Novamente a sociedade civil articulou-se para impedir esta ação e para .demonstrar seu repúdio ao

autoritarismo implantado no país. Depois de muita mobilização e pressão das forças pró-democracia os

(13)

13

politicas:

de

um

lado as forças situacionistas e conservadoras, defendidas por Espiridião

Amin, não

obstante seu discurso

de

"opção pelos pequenos", e, por outro lado, as

forças oposicionistas, representadas por jaison Barreto,

que

aglutinavam

o que

havia

de

novo

em

temios

de

forças sociais estranhas às oligarquias catarinenses.

A

campanha

eleitoral

é

acirrada e

vence

o

candidato

do

Partido

Democrático Social (PDS), Espiridião

Amin,

com

uma

pequena

diferença

na

soma

total

dos

votos e

com

uma

série

de

denúncias

de

fraude eleitoral.

A

presença política

de

novos

atores sociais, sejam eles partidos políticos

de

oposição,

o

forte

ME

ou

o

crescente

Movimento

Popular, obriga as forças oligárquicas, representadas pelo então

govemador,

a reconhecer a

emergência

desses

novos

sujeitos sociais

no

cenário

catarinense e,

em

especial,

na Grande

Florianópolis.

Nos

interessa,

em

particular para este trabalho,

um

olhar para esses

novos

atores,

uma

vez

que

também

os

moradores

do

Morro

da

Penitenciária,

no

inicio

da década de

80, já

têm

um. processo próprio

de

organização.

A

Grande

Florianópolis

se

depara

com

um

inchamento

populacional, principalmente ã partir

da

segunda

metade da

década

de

70,

que

-resulta

na fonnação

de

várias favelas.

Na

primeira

metade da

década

de

80

começam

a ter visibilidade sujeitos sociais antes

nunca

vistos

nessa realidade.

São comunidades

de

periferia

que

se organizam

buscando

melhoria

nas -condições

de

vida. Esse setor,

autodenominado

“Periferia”, era constituido

de

12

comunidades,

dentre. as quais a

do

Morro da

Penitenciária, ligadas

ao

trabalho das

Comunidades

Eclesiais -de Base (CEBS).

Defendiam

sua autonomia, frente

aos

.partidos

politicos

e

ao

Estado,

e

sua

opção

pela construção

do

processo democrático “a partir

das -bases”.

As

reivindicações pleiteadas por -esse

movimento eram

aquelas referentes

à

melhores condições

de

vida e

também

em

níveis mais amplos, dentre as quais

podem-

se destacar:

o

direito à

ocupação

do

solo urbano, a regularização das terras,

(14)

-

14

No

final

da

primeira

metade da

década

de

80

começam

também

a ter

visibilidade outros atores -

notadamente

os Conselhos Comunitários, criados

em

1977

atrelados

ao

Estado,

e

que

haviam há

algum

tempo

rompido

com

as práticas

tradicionais.

Em

1985

esses

movimentos

de

bairro (oposição)

começam

a

mobilizar-se

no

sentido

de

redefinir

novas

práticas

na

sua relação

como

Estado. Articulam-_se paraa

criação

da

Federação «

Municipal

de

Associações

de

Moradores

e

Conselhos

Comunitários,

que

mais tarde se constituiu

na

União Florianopolitana

de

Entidades

Comunitárias -

UFECO.

Em

novembro do

mesmo

ano

são realizadas as -primeiras eleições

diretas para prefeitos

de

capitais. Florianópolis

novamente

vive

uma

polarização das

forças sociais presentes

na

arena política:

de

um

lado

temos o

continuismo politico,

presente

na

figura

de

Francisco

de

Assis Filho; e

de

outro a oposição, representada pelo candidato

do

Partido

do Movimento

Democrático» Brasileiro

(PMDB) Edson Andrino

(vencedor), apoiado por setores

do

Partido

dos

Trabalhadores (PT), entidades

comunitárias

que

haviam

a

algum

tempo

rompido

com

as práticas

dos

tradicionais

Conselhos Comunitários e

o

chamado Grupo de

Periferias.

Na

década

de

80

começam

a

emergir

novos

movimentos

populares

com

novos

itens

em

suas pautas

de

reivindicação, entre os quais

a

questão

dos

meninos

e

meninas

de

rua. Esse emergir

de

novos

interlocutores populares,

pode-se

dizer, ê resultante

da

forte pressão a

que

foi

submetida grande

parcela -da .população

brasileira

numa

realidade

que

excluia sua

grande

maioria

do

acesso

ao

minimo-

necessário à sobrevivência.

Sabemos que o

período -que

sucedeu

o

“milagre

econômico”

foi

de

estagnação

da

economia,

aumento

das taxas

de

desemprego

e

cristalização

da

divida extema,

com

as conseqüências sociais

que

ela implica.

A

questão

dos meninos e meninas

de

rua

ganha

expressão nesse

período.

Segundo

dados

da

Fundação Nacional

do

Bem-Estar

do

Menor

-

FUNABEM,

5 Sobre esta

(15)

`

. . 1-5

em

1985

existiam

no

Brasil

36

milhões

de

crianças e adolescentes carentes.

A

questão

da

criança e

do

adolescente passa a

chamar a

atenção

de

vários setores

da

sociedade

civil e

do

Estado, tanto

em

nível nacional

quanto

estadual. Para ilustrar

o

que

añrmamos

basta saber

que

“já

em

1987

a

Campanha

da

Fratemidade aborda a questão

tendo

como

tema

'Quem

acolhe

o menor

a

mim

acolhe', (...)

em

1986

é indicado para

o

cargo

de

Presidente

da

FUNABEM

um

nome

apoiado pelas,

Movimentos

Populares e

pela Conferência Nacional

dos

Bispos -do Brasil -

CNBB,

(...)

Em

Santa Catarina .foi criada

a

Fundação

Catarinense

do

Bem~Estar

do

Menor

-

FUCABEM,

objetivando cumprir as

diretrizes

da

Política Nacional

do

Bem-Estar

do Menor" (LAHORGUE,

l990:26). Essas

instituições se justificam por

serem a

expressão

da

responsabilidade

do

Estado perante

aquela questão social,

e

vão

se constituindo historicamente

em

espaços

de

controle

social

e

em

“depósito

de

crianças”, pois

não

se originam

na

iniciativa das

comunidades

de

origem

das crianças me adolescentes, e suas práticas

não

consideram as reais

necessidades

dos

sujeitos envolvidos

e

a realidade

em

que

estão inseridos.

No

âmbito

da

sociedade civil organizada

ganha

ênfase

o Movimento

Nacional

de

Meninos e Meninas

de

Rua,

que de

certa forma

as diretrizes para

uma

infinidade

de

trabalhos realizados

com

esse

grupo

social..

Também

outras propostas se constituem

em

altemativas às politicas

do

Estado, isto ê, a sociedade civil

assume

para si

um

trabalho

que

se colocava

como

dever

do

poder

público.

E nesse contexto que,

no

Morro

da

Penitenciária, esta temática -

Criança e Adolescente -

começa

a se constituir

num

item das pautas

de

discussão

da

-z

populaçao organizada.

Desde

1983

o

Serviço Social esteve presente

no

processo

de

organização vivido pela população «do

Morro da

Penitenciária.

Num

primeiro

momento

com

a atuação

de

estagiârias,

que buscavam campos

altemativos aos oferecidos

na

época

(basicamente Instituições fomrais). Posteriormente

com

a atuação

de

uma

(16)

16

de

luz pelas crianças

que ficavam

em

casa, muitas crianças indo para as ruas pedir

esmolas,

o

acidente seguido

de

morte

de

uma

criança) aceleraram

a

discussão

da

realidade vivida pelas crianças e adolescentes

e

a necessidade urgente

de

realizar-se

. /

um

trabalho

com

esse grupo.

O

processo

de

discussão

desencadeou

a

formação

de

um

grupo

para refletir a questão ‹e ensejou,

em

março de

1988, a criação

da

Casa

da

Criança

do

Morro

da

Penitenciária, objetivando ser

“um

espaço altemativo,

onde

os

filhos

pudessem

ficar

enquanto

seus pais

iam

trabalhar”6.

l

\

6

(17)

17

Il -

SU]ElTOS

DO

FAZER

PROFISSIONAL

A Para

um

olhar mais

conseqüente

da

atuação

do

Serviço Social junto

ao

Projeto Casa

da

Criança

do Morro da

Penitenciária,

é

necessário

a

princípio caracterizar

essa

comunidade e

os usuários

do

Serviço Social. -

O

Morro da

Penitenciária

é

uma

das áreas

de

periferia

de

Florianópolis.

Situado ao» longo

da

R. Álvaro

Ramos,

no

bairro

da

Trindade,

tem

seu surgimento

datado

do

final

da

década

de

50,

com

um

rápido

inchamento

populacional devido,

entre outros fatores, ã inversão

campo

vs cidade, ocorrida principalmente

nos

anos 70,

conforme

situamos

na

primeira parte destetrabalho-

Sua

população

é

resultante flo fluxo migratório *oriundo

do

Planalto

Serrano, basicamente

dos municipiosde

Lajes

e

Campo

Belo

do

Sul7.

Não

tendo

as

mínimas

condições

de

sobrevivência

no

campo,

buscam

nas cidades,

no

caso

Florianópolis, melhores. ç_cond*i_çç_õ_esçw‹_:l”e_çvida (moradia,

emprego,

serviços

médico-

hospitalares e educação, entre outras).

-_

Essa população é resultante-

da

miscigenação entre negros, índios

e

brancos, conhecida

como

“cabocla”.

O

caboclo ou 'brasileiro' (termo que

usamos

indistintamente) é

distinto

do

pescador

do

litoral ou praieiro.

O

caboclo

tem

origem longinqua. Inicialmente ê filho

ou

lúbrico português-

que

se cruzou

oom

índio manso,

mas

ainda

em

São Paulo, originando

daí o 'mameluco' ou 'curiboca'.

Num

caldeamento sucessivo foi

adquirindo caracteristicas fisicas ou psicossociais próprias. (...) ele

já se encontra no planalto catarinense desde o inicio

do

século

XVlll, de

onde

se espalhou até o estremo oeste, e hoje desce

também

a serra

rumo

ao litoral.

O

termo 'caboclo',

que no

começo

designava o índio e

que

depois se estendeu ao próprio

7

(18)

18 branco - que por viver nos matos e sertões, afeiçoado â caça,

- teve a sua face requeimada pelo sol - é melhor

que

se aplique

ao mestiço de

ambos

com

possíveis traços de sangue negro.8

Segundo

Lahorgue

(1990: 30) “os

moradores

conservam

muitos

elementos

da

cultura serrana,

'como

amorosidade

para

com

a familia, honestidade,

hospitalidade, valentia e fatalidade (são

desconfiados

mas

muito crédulos ne místicos),

possuindo crenças e superstições

como

o

medo

das “coisas feitas”, “quebranto”,

“simpatia”, feitiços, sortistas, benzeduras”.

A

compreensão

dessa peculiaridade cultural

é significativa

na

medida

em

que

pemiite caracterizar fomias.

de

vida, hábitos, valores,

crenças, etc..

Ainda

que

decorrente

de

uma

história

de

organização popular

da

comunidade

do Morro da

Penitenciária de___mais

de

15 anos,

tendo

conquistado

uma

serie

de

serviços

como

Creche Estadual,

Rede

de

Esgoto,gCapela, Escadaria, Luz,

Água

e

Depósito

de

Lixo, a Casa

da

Criança

é

parte

de

um

conjunto

de

.áreas

de

periferia

de

florianópolis

em

que

a população vive

em

dificeis condições

de

vida (moradia-,

emprego,

infra-estrutura, entre outros). V

_

As

condições

de

vida. desta população

podem

ser

confinnadas

com

os

dados

que

abaixo relacionamos, ve

que configuram

a real-idade sócio~econômica desta

população. '

Segundo

pesquisa realizada pelo Serviço Social

da

Casa

da

Criança,

em

final

de

1993

«o total

de

moradores

é

próximo

de

1.500 pessoas, distribuidas

em

330

residências, chegando-se. ar

uma

média de

4,5 pessoas por domicílio,

sem

contar que,

em

alguns casos,

não

raro

mais

de

uma

família

dividem

uma mesma

casa,

uma

no

porão

e outra

na

parte térrea.

Deste total

792

pessoas

fazem

parte

da

população

economicamente

ativa,

sendo

que

devido à falta

de

qualificação profissional e, baixa escolaridade, entre

8

(19)

O

'

19 outros fatores,

homens

e

mulheres se obrigam,

em

sua maioria (55,5°/o),

a

ingressar

no

mercado

informal

de

trabalho.

Os homens

tem

suas atividades voltadas para profissões

como

pedreiro, servente, carpinteiro e vigia

notumo,

e as mulheres trabalham

como

domésticas, diaristas e faxineirasg.

Um

dado

importante

que

vamos

percebendo nos

últimos

anos

nas

comunidades

é

que

a característica

da

família tradicional constituida

de

mãe,

pai

e

filhos

cada

vez

mais vai

sendo

substituída por

aquelacomposta

por mulher, filhos

e

outros parentes (pais, tios, sobrinhos, irmãs), relações- -atualmente conhecidas por

monoparentais,

sendo

que

a presença masculina

é

bastante rotativa

ou

esporâdica.

.. f- 1

\

Quanto

à *fenda

mensal

percebida Í '

por- es's*a`

população

economicamente

ativa,~‹varia -' entre

O

à .3› salários minimos. Se. relacionarmos estes

__ ,'\ - 1 \ '

\

valores salariais

com

os valores

da

cesta básica de.p_erceberemos

que o

poder

de

, , _

.z f

› _- ,

compra

desses salários

é

'bastante

pequeno.

' ' '

u

( .

Quanto

a esse

dado

cabe ressaltar

que

o

Projeto

Casa

da

criança inclui

entre seus Programas específicosaviabilidade de›Gera`ção

de

Renda

para

a população

'. ›V- LL..

.-1 -'z›

da

comunidade.

Esse Programa,

em

vias de`1mplantaçao, teve seu lnlclo

com

um-

Grupo de

Mulheres

que

se reúne

semanalmente

para desenvolver trabalhos

de

tecido

em

pintura e vidro,

que

são vendidos,

tendo

o

grupo

um

caixa próprio para utilização

da

receita.

Cabe

ressaltar

que

esse

grupo

inclui

em

suas atividades discussões

de

temas

diversos sugeridos pelas mulheres.

O

grupo

está discutindo

a

possibilidade

de

constituir

uma

cooperativa

de

doces e

ampliar

o

grupo

de

pessoas abrangidas pelo

Programa.

Nessa

linha

o

Projeto

Casa

da. Criança desenvolve outro

Programa

chamado

'Padaria Comunitárial. Esse

Programa

objetiva atender as necessidades

de

pão

das crianças atendidas pelo Projeto

e

ainda oferecer ã

comunidade

um

produto

de

Sobre esse assunto ver relatório final de Pesquisa Sócio-Econômica realizada pelo Serviço» Social da

Casa da Criança.

9

(20)

O

20 qualidade a preço inferior

ao

do

mercado.

Para operacionalizar esse

Programa

foi

construído,

numa

área central

do

Morro,

um

Posto

de Venda de

Pão e Leite,

onde

também

são

vendidos

os produtos produzidos pelo

Programa

de

Geração

de

Renda. V

Contribui

também,

para constituir

o

perfil

da

comunidade, conhecer

dados

sobre os atores principais

do

cenário “Casa

da

Criança

do

Morro da

Penitenciária": as Crianças e Adolescentes.

Conforme

determina

o

Estatuto

da

Criança

e

do

Adolescente,

em

seu artigo 29, “considera~se criança, para os efeitos desta Lei, a

pessoa

até

doze

anos

de

idade incompletos,

e

adolescente aquela entre

doze

e dezoito

anos

de

idade”.

-V

Em

pesquisa realizada

em

1993

constatamos. que, dentre 'o total

de

moradores

da

referida

comunidade,

696

são crianças e adolescentes,

dos

quais

411

fazem

parte

do

público potencial

do

Programa

de. Atend_irnento

ã

Crianças

e

. , , .

Adolescentes

do

“Projeto Casa

da

Criança” - estão

na

faixa etária entre

06

a

13 anos.

_ _ _ _ ç V _ _ ›` _ :R . `.› ' _

Percebemos

que

as 'atividades' 'desenvolvidas _ pelo' Projeto

vem

.¡' ^'! `

\' '\

complementar

várias carências

que

perpassam

o

cotidiano dessas crianças

e

adolescentes, entre as quais

podemos

ressaltar:_ .as diñculdades

em

preencher os

critérios exigidos pelo processo formal

de

ensino: a não-priorização

de

políticas

públicas para esta ,faixa etária; a desnutrição; a falta

de

espaço para oz lazer;

o

não

privilegiamento

do

lúdico... _

` ' A

_

_

fifi

O

Projeto atendeí atualmente

70

crianças e adolescentes. Esse

r

atendimento

se

através

de

diversas atividades desenvolvidas diariamente tais

como

reforço escolar, atividades .de lazer,

grupos

de

trabalho (teatro,

macramê,

sucata),

conversa

na

roda e 3 (três) refeições diárias. Este atendimento se

de forma

regular

e

f' _

em

regime

de

semi-internato. ~ ' I _ g ` f

(21)

- 21

Os

dados acima mencionados

podem

fazer surgir

a

seguinte

indagação:

Se

o

total

de

crianças e adolescentes

da comunidade

é 411, por

que

somente 70

são atendidos pelo Projeto?

Qara

responder a esta indagação

podemos

recorrer açvárias questões

que

podem

elucidâ-la.

Uma

delas, determinante básica

do

limite, é

a

carência

de

espaço

físico, que. permite at_eQSl§r_n_q_r¿j)á;§j_mo a

IZQ

crianças.

Podemos,

porém,

listar

inúmeros

outros fatores

que configuram

esta realidade:

0

Em

seu inicio,

segundo

leitura

de

alguns moradores,

a Casa

tomou~

se “laboratório

de

marginais”,

ou

seja, vários

dos

que

usufruíram

dos

serviços prestados pela

Casa passaram

a constituir

o que

comumente

se

chama

“grupo

do

fumo”1°;

0 Pelo fato

da

creche

não

dar conta

de

atender sua

demanda,

algumas

crianças maiores necessitam cuidar das

menores

para

que

os pais

possam

ir trabalhar;

0 Pelo fato

dos

educadores

serem

preferencialmente

do

Morro, alguns

moradores nao colocam

seus filhos

na

Casa,

demostrando

subestimar a capacidade

dos

mesmos;

e

0

Devido

à situação

de

carência

econômica algumas

crianças

tomam-

se pedintes,

com

isto

complementando

a renda familiar.

1

Para concluir, acreditamos ser oportuno apresentar as pautas

de

reivindicação priorizadas por ela atualmente: Regularização

da

Terra;

Manutencão da

Rede

de

Esgotos; Construção

de

97 Módulos

Sanitários; Ônibus; Extensão

da Rede de

Água

a todos os Moradores; Recolhimento

do

Lixo; `e

Manutenção

do

Projeto

Casa

da

Criança. Estão

em

andamento

a conclusão

da

construção

de módulos

sanitários,

o

IO

'Serviço Social junto aos moradores da comunidade.

(22)

`

22 término

do

calçamento

da

rua para .passagem

do

ônibus

e

o

convênio para

pagamento

de

educadores,

numa

parceria

com

a Prefeitura Municipal. _

Após

esta breve tentativa

de

situar

o

leitor

quanto

ao

.perfil

da

comunidade do Morro da

Penitenciária tentaremos, a seguir, identificar as vias

de

inserção

do

Serviço Social junto

ao

Projeto

Casa

da

Criança.

Ou

seja,

de

que

forma

se

essa aproximação, que. influências a. perpassa e quais os pressupostos

que

(23)

Ú

23,

O

_. _.

111

v1As

DE 1NsERçAo

Do

sERviço

soc1AL

No

1>Ro]ETo

cAsA

DA

CRIANÇA

A

O

Serviço Social

começa

sua atuação junto à população

do Morro da

Penitenciária

em

abril

de

1983,

quando

um

grupo

de

estagiãrias

do

Curso

de

Serviço

Social

da

Universidade Federal

de

Santa Catarina -

UFSC

- reflete a possibilidade

de

buscar

campos de

estágio altemativos aos oferecidos, que,

conforme

aparece

nos

depoimentos,

eram

todos

em

Instituições bastante conservadoras. `

Se, por

um

lado,

o

grupo

descartou al possibilidade

de

fazer estágio

em

Instituições, por outro,

haviam

ressalvas

quanto

às Instituições eclesiais:

“algumas

Instituições

que

a gente considerava

eram

instituições

de

Igreja”( WITIUK, 1995). Essa

aproximação

com

Instituições eclesiais

ê

justificada pela apreciação/ identificação

que

o

grupo

do

Serviço Social tinha

com

o

trabalho realizado pela igreja, via

Comunidades

Eclesiais

de

Base - CEBs. .

Para ser reconhecido

como

campo

de

estágio

do

Curso

de

Serviço

Social,

segundo

determinações

da

Coordenadoria

de

Estágio

do

Departamento

de

Serviço Social

da

UFSC, teria

que

ser referendado

por

uma

Instituição.

Aquele grupo

optou, então, por realizar estágio junto â Paróquia

da

Santíssima Trindade,

tendo

como

supervisora a Assistente Social voluntária

da Ação

Social Paroquial

da

Trindade.

Dentre as estagiãrias

haviam algumas

que

participavam

de

grupos

de

jovens ligados à Igreja Católica,

que

realizavam trabalhos

em

periferias

de

Florianópolis.

Um

destes grupos, referenciado

numudos

depoimentos, ê

o

Grupo

Innão Sol -

Grupo

GIS -

da

Paróquia

da

Santíssima Trindade,

do

qual

algumas

das estagiãrias

(24)

1 9

24

'Os integrantes desse

grupo atuavam

nas

comunidades

da

Serrinha

e

Morro

da

Penitenciária.

O

trabalho realizado era

fundamentado

pelos princípios

norteadores das CEBs, e foram estes

também

os

que

nortearam

o

periodo inicial

de

atuação

do

Serviço Social

no

Morro da

Penitenciária.

Nos

depoimentos

que

analisamos

percebemos

que no

período

de

atuação

do

Serviço Social junto

ao

-Projeto Casa

da

Criança

do Morro da

Penitenciária

aparecem

três

menções

às atividades desenvolvidas.

Num

primeiro

momento, ou

seja,

com

o

inicio

do

estágio

de

quatro

alunas

do

Curso de- Serviço Social

da

UFSC, as atividades desenvolvidas pelo Serviço

r .

Social

aparecem

vinculadas aos passos

metodológicos

propostos pelo

Método

de

Belo

Horizonte,

conforme

segue:

Diagnóstico

com

relaçao a

Açao

Social Paroquial da Trindade:

o

'

que

ela era, relação

com

os capuchinhos,

onde

se localizava,

que

área abrangia;

Desenhamos

o

mapa

dorMorro, quantas casas tinha e dividimos

em

4

(quatro) setores,

onde

cada

uma

das estagiârilë atuava;

Fizemos os conhecimento da realidade,

começamos

a ver

quem

era

o

pessoal, quantas famílias tinha, por

que

tinham vindo, qual

era a realidade-social, ou

que

as mulheres e

homens

faziam, qual

era a cultura deles, tentamos resgatar as questões culturais, a

nao perda

de

identidade

com

a- vinda para a cidade.

E ai nós

fizemos

um

estudo da comunidade

em

que

a gente

usou essa metodologia da Leila,

de

a-proximaçao, verificaçao,

conhecimento

da

realidade, elaboramos projeto

em

cima disso (WITIUK, 1995zO3).

Num

segundo momento, quando

uma

das estagiárias,

após

formada,

(wa

WM

z‹.‹..;z:,Wer.)

assume o

trabalho

de

Assistente Social

de

fomra efetiva,

com

vinculo empregatício

junto

ã

Ação

Social Paroquial

da

Trindade,

percebemos

as pautas

de

intervenção,

que

ficam

melhor

colocadas pelas palavras

da

Assistente Social

no

depoimento

que

segue: Nesse ano

de

85,

como

Assistente Social contratada eu

- participava

das reuniões

do

Conselho Administrativo Paroquial. E

depois

o

Conselho quis que a Assistente Social- atuasse nas duas

(25)

25

Atuasse junto ao Grupo Apostolado

da

Oração, fazer os enxovais

para as crianças e definisse

quem

da comunidade deveria

receber o rancho alimentar, tanto na Serrinha

como

no

Morro

da

Penitenciária., e

também

participasse

do

grupo

de

jovens

que

fazia

um

trabalho

de

periferia., o Grupo Irmão Sol - GlS(Wfl'lUK, l995:09).

Dando

continuidade à sua inserção junto

ao

Projeto

Casa

da

Criança

o

Serviço Social var redefinrndo

novas

atividades a

serem

desenvolvidas. Essas

aparecem

explrcrtas

no

Plano

de Ação do

Serviço Social, elaborado

em

199311, 'tanto

nos

objetivos,

quanto

no

Cronograma

de

atividades,

conforme mostraremos

a seguir:

Objetivos Específicosz

1. Analisar e sistematizar dados coletados nas Pesquisas Sócio-

Econômicas realizadas

em

1991 e 1993 na

comunidade

do

Morro

da Penitenciária;

2. Estimular a participação ativa das mulheres

no

Projeto Casa

da Criança, através

do

Grupo

de

Mulheres da Casa

da

Criança;

3. Propiciar o surgimento de

uma

pratica

de “PUNXIRÃO”

com

os pais e simpatizantes

do

Projeto para preservação e

conservação

da

Casa

da

Criança;

4. Estimular a participação dos pais nas reuniões mensais,

vivenciando

uma

prática

de

parceria: Casa da Criança + Pais; 5. Mediar as relações Casa da Criança ~ Escola ~ Comunidade;

6. Contribuir para

o

preenchimento das vagas existentes a cada

semestre; '

7. Contribuir para

que

a Casa da Criança seja

um

espaço

de

defesa e denúncia

de

toda forma de opressão, principalmente

no

que diz respeito às crianças e adolescentes;

8.

Acompanhar

meninos e meninas que eventualmente se

encontrem

em

situação

de

risco, garantindo

que o

ECA

seja

cumprido integralmente;

9.

Acompanhar

os adolescentes encaminhados as oficinas

oferecidas pela -Casa da Liberdade - Projeto Cidadão;

10.

Acompanhar

as reuniões mensais -da equipe da Casa

da

Criança, debatendo e aperfeiçoando a prática cotidiana

da

Casa,

a partir dos objetivos

do

Projeto e;

li. Participar

de

reuniões/eventos junto a Organizações

Govemarnentais e Não~Govemamentais-, sempre

que

Diretoria

da Casa entender

como

importantes.

12. Contribuir para

que

o

Projeto Casa da Criança adquira

credibilidade e solidariedade junto aos moradores

do

Morro

da

Penitenciária,

bem

como

junto à sociedade civil;

H Plano de Açao do

(26)

0

26

‹ Cronograma

de

Atividades;

0 Observação militante da comunidade

0 Visitas Domiciliares

0

Acompanhar o

Grupo

de

Mulheres/C.C

0 Divulgar a prática da Casa da Criança

0 Reuniões mensais

de

avaliação e planejamento

0 Mediar a relação Comunidade, 'Escola e Casa

da

Criança

0 Propiciar Cursos

de

Formação P/ Diretoria e- Equipe

da

C.C

0 Organizar práticas de Punxirão

com

os pais e diretoria

Essa atividades

demonstram,

por

um

lado,

o

processo

de

redefinição

da

atuação

do

Serviço Social

da

Casa

da

Criança e, por outro, ressaltam as diferenças

l

entre sua atuaçãó

na

fase

em

que

este esteve vinculado â Paróquia

da

Trindade daquela

- "

À

em

que

passa a vincular-se

ao

Projeto

Casa

da

Criança,

quando

este

rompe

com

a

Paróquia por divergências

na

direção

da

lnstituição.

Cabe

ressaltar

que

desde

o

inicio

o

Serviço Social atuou

de

forma

ininterrupta junto a essa

comunidade

constituindo, portanto,

campo

de

estágio

curricular

de

Serviço Social. Inicialmente (1983-1988)

o

Serviço Social esteve vinculado

ä Paróquia

da

Trindade e, posteriormente .(1988-1995), ligado

ao

“Projeto

Casa

da

Criança

do

Morro

da

Penitenciária",

onde

atuou ativamente

no

seu

processo

de

criação,

e

atua ainda,

na coordenação

geral..

`

_ Essa última observação

merece

destaque, pois

nos

parece peculiar

que

o

Serviço Social tenha

assumido

a

coordenação

geral, 'inclusive administrativa,

da

entidade durante

todo

o

período

que

esta

vem

atuando. Esse destaque deve-se

ao

fato

de que

são raras as situações, das quais

temos

conhecimento,

em

que

vemos

o

profissional

ocupando

cargos,

também

administrativos, nas Organizações

Não-

Governamentais

-

ONGS.

(27)

27

IV ~

PRESSUPOSTOS

E

CARACTERÍSTICAS

DO

SERVIÇO

SOCIAL

NO

PROJETO

CASA

DA

CRIANÇA

A

seguir

abordaremos

os pressupostos teórico-metodológicos

que

fundamentaram, e

fundamentam, a

atuação

do

Serviço Social

do

Morro

da

2 . .

1 .

bt ,

Penitenciária, mais especificamente

no

Projeto

Casa

da

Criança. Esta

abordagem

é

fi'uto

da

análise dos;

depoimentos

das Assistentes Sociais

que

atuaram

e atuam

junto

ao

Projeto,

e

objetiva situar historicamente a trajetória

do

Serviço Social junto

a

essa

lnstituiçao.

Constatamos

que o

periodo.

de

atuação

do

Serviço Social junto

ao

Projeto

Casa

da

Criançaconstitui-se

de

duas

fases distintas: a Primeira,

que

vai

de

1983

a

1990, e a Segunda,

de

1991 até os dias atuais. Essas fasesvsão identificadas

a

partir

da

análise

dos

depoimentos

das Assistentes Sociais. z

_. Pode-se dizer portanto

que

a construção histórica

do

Serviço Social

no

.Morro

da

Penitenciária é

fundamentada

por inúmeros. pressupostos e caracteristicas,

que

configuram as

duas

fases. Porém,

na

sua

segunda

fase, alguns já

aparecem

reconceituados,

ou

seja, são incorporados

novos elementos

que passam

a

fazer parte

do

conteúdo dos

conceitos, já refletidos,

pensados

e reelaborados.

Acreditamos

que

a

análise desses pressupostos nos ajuda a

compreender

o

“como'Iãzer”

do

Serviço

Social junto

ao

Projeto Casa

da

Criança.

`

4.1.

Serviço

Social

Altemativo

'

O

primeiro pressuposto, dentre os vários

que

evidenciamosv

nos

depoimentos

de

que

nos utilizamos para esta análise, é

o

de

“Serviço Social

(28)

-A

28

Alternativo”

que

aparece

quando

as Assistentes Sociais, ainda estagiârias,

buscam

lugares altemativos para fazer estágio

onde

a gente realmente

pudesse botar

em

prática aquilo que estava aprendendo

em

sala

de

aula (WÍHUK, 11995).

Para enriquecer esse debate sobre

o que

constitui esse “Altemativo”

na

atuação profissional recorremos à análise

de lamamoto que

nos

diz

que

essa idéia

de

“Serviço Social Altemativo” perpassa por

muito

tempo

a categoria e

nos

alerta para

alguns limites deste

entendimento

no

conjunto

da

profissão. -_ z

,_ F

A

idéia

de

“Serviço Social Altemativo" está vinculada a

uma

proposta

do

Centro›«;Latino 'Americano de. Trabalho Social -

CELATS

- que, a partir

de

vários

documentos

e

dos

dilemas

que

afligiam os profissionais, buscava vias e

caminhos

que

permitissem

a

criação

de

novos

espaços

de

intervenção

do

Serviço Social. Esta

preocupação, surgida

no

final

dos

anos 80, buscava,

conforme

escreve

lamamoto,

novas

prospecções para

o

Serviço Social

nas

sociedades latino~americanas.

A

essência dessa proposta

do CELATS

se centrava

na

determinação

do

campo

popular

como

área privilegiada

do

trabalho profissional. Categorias

como

popular, povo, organização popular, identidade popular são trabalhadas

no

sentido

de

propor_~um projeto “Altemativo” para a sociedade”. '

A

proposta

do

“Serviço Social Altemativo” apresenta os seguintes

limites,

segundo

lamamoto

“(...)O Serviço Social só

pode

se propor

como

'alternativo'

à'

medida que

se constitui

como

parte

de

uma

altemativa popular para a

ordem

social

_ _'\

(Celats, 1'988.1:12; grifos nossos);

O

Serviço Social Alternãtivovç parte

do

reconhecimento

de que

a

'altemativa'

é a

que

levanta o» projeto popular

em

relação

ao

projeto social

que

hoje

é

dominante; (...), a profissão se

toma

altemativa

na

medida

em

que

articula, lãcilita

e

reforça

o

desenvolvimento

desse projeto social organizado

em

tomo

dos

interesses

dos

setores populares

como

convocatória

de

uma

nova

Para melhor compreensão desses pressupostos ver

IAMAMOTO,

1992: 131-158.

(29)

29

hegemonia

(idem; grifos nossos); e,

em

suma,

o que

se

pode

qualificar

como

'altemativo' é

o

projeto popular” (idem; grifos nossos).

(lANlAMOTO,

1992:154/5).

V

Nesse

sentido a

noção

de

“altemativo”

vem

aliada

ao

trabalho

do

Assistente Social fora

do

âmbito institucional,

na compreensão

de que o

trabalho

popular só poderia ser realizado fora deste âmbito. .Essa

mesma

compreensão

está

presente

no

depoimento

da

Assistente Social conforte evidenciamos acima.

Ou

seja, as altemativas para

o

Serviço Social

eram

visualizadas nas ações

não

institucionais.

.I'I› ' '

4.2.

Negação

do

Espaço

Institucional

Outro

pressuposto, ligado

ao

anterior, e que, nos parece

dá o

tom

para a atuação

do

Serviço Social

numa

abordagem-

comunitária

no

início

do

primeiro

período (1983/84), é a

negação da

atuação

do

Serviço Social junto às lnstituições, por

entender

que

Era

uma

época

em

que

Espiridião

Amin

era governador e as

Assistentes Sociais colocavam para nós que as coisas vinham

de

cima em dizia~se: cumpra-se! E você não podia opinar, dizendo

que não combina

com

a realidade ou que para ter real

repercussao na comunidade

tem

que ser feito assim (WITIUK,

1995).

-=r,

.` lnstituições, parece~nos,

compreendidas

como

govemamentais.

justificava-se

o

desprezo por elas por julgar

que

haveria muita “influência

em

nível

govemamental,

em

nivel

de

politicas

de

govemo”

(WITIUK, 1995)

no

trabalho

realizado pelo Serviço Social.. . .

Í v M9*

Esse processo

de

negação

do

espaço institucional' se insere

no

H,

contexto

da

discussão feita pela categoria profissional

no

conhecido

Movimento de

Reconceituação

que

ocorre entre

1960

e 1975.

As

análises sobre

o

fazer profissional

nas lnstituições

compreendiam

estas

como

blocos monolíticos,

onde

as rações

(30)

30

que

perpassa todas as relações dentro

da

sociedade capitalista e, inclusive,

nos

espaços institucionais.

Para Faleiros “a principal falha

do Movimento

de

Reconceituação talvez

tenha

sido a

de

superestimar a força

da

crítica,

sem

ter

em

conta as resistências

ao

processo

de mudança

institucional” (FALElROS,l.987:30)..

A

recusado

espaço institucional

pode

ser identificada

com

a

compreensão da noção

de

Estado originário da. vertente marxiana. Tal perspectiva

1

_ .

compreendea

conceituação

de

Estado

de

Marx

e

Engels

do

Manifesto

Comunista

que

se refere ã

compreensão

do

Estado

em

sentido “r.estrito",

ou

seja,

enquanto

comitê

representativoí

dos

«interesses

da

burguesia.

Mais

tarde

o

Serviço Social passa

a

incorporar a

compreensão

de

que o

Estado

não

ér

um

bloco monolítico e, portanto,

nem mesmo

as Instituições por ele dirigidas. E,

é a

partir desses

novos

pressupostos,

que

os profissionais

passam

a

compreender

que

of Estado é atravessado pela luta

de

classes, -o

mesmo

ocorrendo

no

espaço

institucional.

ç Partindo dessa análise

pode-se

dizer

que

a profissão foi para

o

-outro

extremo,

onde

'o

“movimento

busca

uma

profunda vinculação

com

os

movimentos

sociai§`;¿e as lutas populares” (FAl.ElROS,1987 :30). Esta tendência perpassa toda a

primeira fase

do

Serviço Social

da

Casa

da

Criança.

4.3.

-Experiência

de

Belo

Horizonte

--

BH

Na

atuação

do

Serviço' Social aparece

também~

a utilização

do

conhecido

“Método de

Belo Horizonte ~ BH”.

Um

-dos

depoimentos

deixa

bem

claro

quando

a Assistente Social diz

que

A

gente

começou

a discutir com(...) qual seria

o método que

nós adotariamos (...) lembro que

o

livro

que

nós adotamos para

fundamentar

no

começo

(...) foi o livro da Leila Lima Santos,

que

era

de

aproximações sucessivas

com

_a realidade (...) Então

o

livro tinha

como

caracteristicas sete momentos: ao primeiro era a

aproximação l

da

realidade, o segundo era a investigação

(31)

31

era a aproximação ll, por

que

sempre- a gente retomava _a

aproximação, por

que

você

pësava

uma

fase e tinha

uma

nova

visão da comunidade, por

que

o diagnóstico

mudava

(Wfl'lUK,

1 995)_

Noutro

depoimento

aparece

novamente

como

referencial:

O

que

contou mais para

mim

acho

que

foi

o que

nós

trabalhamos

com

a Nazare ( ...) que era

uma

das alunas

que

participou da experiência de

BH

(...)~ ela

vem

para Curitiba e faz

um

trabalho

de

comunidade muito interessante (...) e nós iamos

para Curitiba

com

certa freqüência.(...) Então a gente estudava:

o

“Mito

do

Método, Faleiros, na primeira edição,

o

Bóris Alexis

Lima, o “Modelo de

BH”

(...) que eram as nossas -referências (...)

são as idéias

que

me

referendaram.” (SILVA, 1995)

Essas citações

expressam

a

aproximação

do

Serviço Social

da

Casa

da

Criança

com

a Experiência

de

BH, e esta referendava toda a prática

na

primeira fase.

A

Experiência

de

BH

deve

ser entendida

como

um

marco

.na tentativa

da

profissão

de

explicitar seu projeto

de

ruptura às práticas próprias

do

tradicionalismo

e

construir

.altemativas profissionais

tendo

como

suporte teórico alguns elementos

do

marxismo,

ainda

que

pela via»estruturalista13.

Essa Experiência

é

parte

do

processo

que

Netto (1991 :I 17) identifica

como.

um

dos marcos

de

intenção

de

ruptura

do

Serviço Social

com

as matrizes norte-

americanas. ,

A

proposta

de

BH

não

passa,

no

entanto,

sem

críticas, inclusive para os seus formuladores. estrutura teórico~metodológica dessa proposta

é

montada

com

base

em

uma

reflexão

marcadamente

epistemológica inspirada

na

teoria leninista

do

reflexo e

na

relação teoria me prática

de

inspiração maoista. .

' '

Os momentos

do

método, conforme

ídentificado

no depoimento

acima,

segundo

Netto (1991:282) “converte-se

no

epistemologismo mais formalista,

13

Os

referenciais marxistas utilizados nessa proposta estão baseados

em

intérpretes do Marxismo

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