PRQGRAMA
DE
Pós-GRADUAÇAQ
EM
EN‹;ENHAR|A
EL-ÉTR|cA
~ pu
PROGRAMAÇAO
DA
MANUTENÇAO
.DE
UNIDADES
GERADORAS
COM
RESTRIÇÕES DE
TRANSMISSÃO
-UMA ABORDAGEM
BA_SEADA
EM
TÉCNICAS
DE
PROGRAMAÇAO
ESTOCASTICA
'\
TESE
SUBMETIDA
À
UNIVERSIDADE
FEDERAL DE
SANTA ÇATARINA
PARA
OBTENÇÃO DO
TITULO
DE
DOUTOR
EM
ENGENHARIA
ELETRICA
(Dr. Eng.)Autor
:EDSON
LUIZ
DA
SILVA
'
/
0
Programação
da
Manutenção
de Unidades Geradoras
Com
Restrições
de
Transmissão
-Uma
Abordagem
Baseada
em
~
'
Técnicas d.e`Programação
Estocástica
EDSON
LUIZ
DA
SILVA
EsTA
TESE
POI
TULGADA
ADEQUADA
PARA
OBTENÇÃO
DO
TÍTULO
DE
DOUTOR
EM
ENGENHARIA,
ESPECIALIDADE
ENGENHARIA
ELETRICA,
ÁREA
DE
CONCENTRAÇÃO
EM
s1sTEMAs
DE
ENERGIA,
E
APROVADA
EM
SUA
FORMA
FINAL,
PELO
PROGRAMA
DE
PÓs-GRADUAÇÃO.
Prof. Luiz
Gonzaga
za Fonseca, D. Sc. r'n
orÊAQ
`
Prof. Enio
Valmor
Kassick,Dr
Coordenador do Curso
dePós-Graduação
em
Engenharia ElétricaBANCA
EXAMINADORA
:. Prof. Luiz
Gonza~âza
Fonseca, D. Sc.øâç
z
Dr.
Mário Veiga
Fe~,
D. Sc.Té
O.
..ñzz,-1
/
Prof.Marcus Theodor
Schilling, D.Sc?/t
,‹
/E.
Pro orge Coelho, D. Sc.
jà..
vw
Ez.,
›
À
Madalena,Camila
eEdgar
H 'ví Ê v -3 É ._, ._.»..._.4.` A
iv
AGRADECIMENTOS
Ao
Prof. LuizGonzaga
deSouza Fonseca
pela confiança,amizade
eorientação dispensadas ao longo deste trabalho.
Aos
pesquisadoresGerson Couto
e AlbertMelo
do Departamento
de Sistemasdo
Cepel, portomarem
disponível a utilizaçãodo
modelo
CONFINT
e principalmentepor terem acreditado e incentivado o desenvolvimento deste trabalho desde sua etapa inicial.
Aos
professores e colegasdo
LABPLAN
que sempre
contribuiramcom
sugestões para enriquecimento deste' trabalho.
Aos
jovensGustavo
eBreno
pelo apoiona
elaboração dos programas computacionais e edição deste trabalho.Um
agradecimento todo especial ao am\igoMarciano
por ter sido o principalincentivador deste trabalho, e que nos
momentos
mais
críticos destajomada
sempre
secolocou a disposição para discussões proveitosas.
i
.
A
Madalena
que, durante este período, soube suprir aminha
ausência paracom
as crianças e por ter suportado asminhas
inquietações,sempre
acreditandoque
osucesso seria alcançado. `
vi
RESUMO
A
programação
damanutenção
deunidades
geradoras éum
importanteproblema
relacionado à operação e ao planejamento de sistemas de potência. Este
problema
écaracterizado
não
apenas por sua elevada dimensionalidade,como também
por suacomplexidade,
mesmo
quando
a confiabilidadedo
sistemanão
é considerada deforma
explícita. '
Diversos
métodos têm
sido propostosna
literatura para solução deste problema, os quais se baseiamem
heurísticas eem
técnicas deprogramação
matemática.A
maioria destes métodos, principalmente aqueles baseadosem
heurísticas, representam apenas o sistema de geração e não consideram os efeitosda manutenção
sobre aconfiabilidade
do
sistema de geração e transmissão (confiabilidade composta).A
não
representƒãzçãorgda rede de transmissãona programação
damanutenção
de Lmidades ..._/f~*/'geradorasfzzpode resultar Éem
índices de confiabiliade otimistas,na
medida
em
que os efeitos de restrições de transmissão
não
são consideradosno
cômputo
destesíndices. Isto
pode
resultartambém
em
perda de informação sobre a severidade dascontingências de transmissão para
um
dado programa
de manutenção.De
fato, aalocação de
um
certo montante de capacidade de geraçãoem
um
certo intervalo detempo pode
levar a diferentes niveis de confiabilidade composta,dependendo da
distribuição espacial das unidades alocadas para manutenção.E
Esta tese apresenta
uma
nova
metodologia paraprogramação da manutenção
de unidades geradoras, baseadano método
dedecomposição
de Benders, demodo
aconsiderar
no
elenco de restriçõesdo problema
iarepresentação
do
sistema detransmissão a nível de interligações e de seus respectivos
modos
de falhas .A
aplicação
do modelo
a sistemas de potência realistas mostraque
esta formulaçãopropicia
uma
adequada
distribuição “espacial e temporalda
reservacom
custosABSTRACT
Maintenance
scheduling of generating unitsisan
importantproblem
related topower
system planning
and
operation. Thisproblem
is characterized not onlyby
its high dimensionality, but alsoby
its complexity,even
when
transmission constraints are not considered.Several
methods and
techniqueshave been
proposed in the literature to solve thisproblem; these
methods
are based in both heuristic techniquesand
mathematicalprogramming
techniques.Most
methods,mainly
those basedon
heuristics, representonly the generation system
and do
not take into account the maintenance effectson
generationand
transmission (composite) reliability.Not
representing the network in maintenance schedulingof
generating unitsmay
result in optimistic reliability indices, as far as the effects of transmission constraints are not considered in the computation of these indices. Thismay
result also in the lossof information about ~
the severity of transmission contingencies for a given maintenance schedule.
As
a matter of fact, the allocation of a certainamount
ofgenerating capacity in a certain maintenance interval
may
give different compositereliability levels, depending
on
the spatial allocationof
the units under maintenance.This thesis presents a
new
methodology
for maintenance scheduling, basedon
Benders decomposition technique, that takes into account interconnection constraints
and
transmission failuremodes.
The
application of themodel
to realisticpower
systems
shows
that this formulation gives an adequate timeand
space reserveVIII
su|v|ÁR|o
1.
INTRODUÇÃO
2.
PROGRAMAÇÃO
DA
MANUTENÇÃO EM
UNIDADES
GERADORAS
-DESCRIÇÃO
DO PROBLEMA
2.1 Introdução l
2.2 Manutenção de Unidades Geradoras 7 2.2.1 Enfoque Componente 7 2.2.2 Enfoque Sistêmico 11
2.3 Métodos de Solução 16
2.3.1 Métodos Heurísticos 17
2.3.2 Métodos de Programação Matemática 18
2.4 Influência da Manutenção na Confiabilidade do Sistema Considerando Restrições de
Transmissão 21
2.4.1 Descrição do Sistema Teste 22
2.4.2 Resultados Obtidos 27
2.5 Conclusões 29
3.
FORMULAÇÃO DO PROBLEMA
DE
MANUTENÇÃO
DE UNIDADES
GERADORAS
CONSIDERANDO
RESTRIÇOES
DE
TRANSMISSÃO
30
3.1 Descrição do Problema 30
3.2 Formulação Determinística 33
3.3 Formulação Probabilística 39
3.4 Conclusões 42
4.
MÉTODOS
DE
DECOMPOSIÇÃO
APLICADOS
EM PROBLEMAS
DE
AOTIMIZAÇÃO
ESTOCASTICA
43
4.1 Introdução 43
4.2 Decomposição de Benders - Caso Determinístico
43
4.3 Algoritmo de Decomposição de Benders 48 4.4 Extensão Probabilística 52
5.
SOLUÇÃO
DO
PROBLEMA
DE
PROGRAMAÇÃO
DA
MANUTENÇÃO
CONSIDERANDO
RESTRIÇOES DE
TRANSMISSÃO
59
5.1 Introdução 59
5.2 Solução do Subproblema de`0peração 59 5.3 Construção do Corte de Benders 65 5.4 Programação da Manutenção para
um
Sistema Teste Reduzido 69 5.4.1 Descrição do Sistema 695.4.2 Programação da Manutenção com Minimização da“EPNS 70 5.4.3 Programação da Manutenção com Restrição de Confiabilidade 76 5.5 Conclusões
i78
6.
APLICAÇAO
DA METODOLOGIA A
SISTEMAS
DE
GRANDE
PORTE
79
6.1 Introdução 79
6.2 Aplicação da Metodologia ao Sistema Teste I . 80
6.2.1 Descrição do Sistema 80
6.2.2 Programação da Manutenção com Restrição de Confiabilidade 82
6.2.3 Programação da Manutenção
com
Minimização daEPNS
88 6.3 Aplicação da Metodologia ao Sistema Teste Il 936.3.1 Descrição do Sistema _
A 93
6.3.2 Programação da Manutenção
Com
Minimização daEPNS
946.3.3 Programação da Manutenção com Restrição de Confiabilidade 97
6.4 Conclusões 100
1.
coNci.usóEs
102
s.
RE|=ERÊNc|As
.106
9.
APÊNDICE
I -MODELO
PARA
PRoGRA|v|AÇÃo
DA
|v|ANuTENçÃo
com
BASE
No
N|vELAMENTo
DA REsERvA
oo
s|s'rEMA
~109
9.1 Descrição do Algoritmo 109 9.2 Algoritmo Computacional 11210.
APÊNDICE
II -MODELO PARA
PROGRAMAÇÃO
DA
MANUTENÇÃO
COM
BASE
NA
MAXIMIZAÇAO DA
RESERVA
MINIMA
DO
SISTEMA
116
10.1 Descrição do Algoritmo _ -U6
cAPíruLo
11.
Introdução
iUm
problema
relevante relacionado à operação e ao planejamento de sistemas depotência consiste
na programação da manutenção
preventiva de unidades geradoras. Esteproblema
se caracteriza não só por suacomplexidade
mas
também
por sua dimensionalidade e custos envolvidos.Determinar
um
programa
demanutenção
de unidades geradoras consisteem
selecionar
um
escala de desligamentos para estas unidades, demodo
aque
um
conjunto de restrições associadas às políticas de operação e de gerenciamento
da
manutenção
sejam atendidas.E
A
complexidade desteproblema
está ligada ao fato de que,um
gerador ao serdesconectado
do
sistema para realização de suamanutenção
provocauma
reduçãoda
reserva, influenciando diretamente a confiabilidade
do
sistema. Para tanto é necessárioque se utilize
um
processo de análiseno
sentido de garantirque
ademanda
do sistemaseja atendida
com
quantidade e qualidade,ou
seja' é necessárioque
se avalie aconfiabilidade
do
sistema.'
Para ilustrar
um
pouco
mais a questãoda complexidade do
problema, analisemos asua dimensão. Para tanto considere
um
sistemacom
20
geradores distribuídos por trêsáreas interligadas, os quais
devem
ser escalados paramanutenção
num
período de doze meses. Esteproblema
possui 3,83E21
soluções viáveis, oque
toma
impraticávelqualquer processo de
enumeração que
busque a “melhor” solução. Este problema,visto por
um
enfoque de otimização,pode
ser formulado porprogramação
inteira-mista
com
240
variáveis inteiras e288
variáveis reais eaproximadamente 450
restrições, isto
numa
abordagem
determinística.Do
lado dos custos,embora
não se tenha informações precisas, é possível realizaralgumas
inferênciascom
base nas informaçõesque
seguem. Merrill [7],em
1975,estimava
em
três bilhões de dólares os dispêndioscom
manutenção
nas concessionárias de energia elétrica americanas, sendoque metade
deste montante seriaequivalente a 7 milhões de dólares
com
amanutenção
de suas unidades geradoras, estando incluído neste montante as despesascom
pessoal.Em
sistemascom
predominância hidráulica,como
é o casodo
sistema brasileiro, os custos de produçãopodem
ser considerados insensiveis para diferentesprogramas
demanutenção
e, portanto, acomparação
de custos paraprogramas
demanutenções
distintos se
resume na comparação
dos custos diretosda manutenção mais o
valoresperado
do
custo de não atendimento àdemanda.
Partindo-sedo
princípioque
osmontantes correspondentes aos custos diretos
da manutenção
são absolutamentenecessários para manter as unidades geradoras funcionando dentro de certos padrões
requisitados pelo sistema e, por extensão, pela sociedade, espera-se então
um
mínimo
de organização
na
alocação destes recursos,ou
seja, é esperadoque
as unidadesgeradores
devam
ser escaladas paramanutenção
de
modo
aque
suas ausências afetemminimamente
a confiabilidadedo
sistema.u
u
Contudo, a prática atual de muitas empresas de energia elétrica consiste'
em
desenvolver esta atividade
com
basena
experiênciado
pessoal ligado às áreas de operação emanutenção
deforma
manual,onde
oprogramador da manutenção
procuraencontrar o período
mais adequado
paramanutenção
de cada unidade levandoem
consideração a disponibilidade de equipe, duraçãoda manutenção
e fatores elétricos e energéticos.Embora
esta prática permita obter soluções viáveis, 'não garantenormalmente
a otimalidadedo
processo.Assim
a buscada
otimalidadena
solução desteproblema
éuma
meta
a ser perseguida.Neste sentido muitos pesquisadores
vêm
trabalhandono tema há
pelomenos
duasdécadas, sendo que o primeiro registro para solução deste
problema
aconteceuem
1972
por Cristiaanse e Palmer[2]. Nesta proposição foi desenvolvidoum
método
heurístico onde, para cada equipe de manutenção, é associado
um
conjunto de unidades geradoras, as quais são escaladas sequencialmente para manutenção,com
arestrição de
que
duasou
mais unidades pertencentes auma mesma
equipe demanutenção
nãopodem
sofrermanutenção
simultaneamente.O
critério para alocação damanutenção
é o nivelamento da reserva durante o período de interesse.UFSC/GPSE
3A
introdução de técnicas deprogramação matemática
para solução desteproblema
aconteceu
em
1975 porZüm
e Quintana [6],que
utilizaramprogramação
dinâmicacom
aproximações sucessivas.No mesmo
anoDopazo
e Merrill [7]propuseram
um
método
com
baseem
programação
inteira,mais
precisamente,um
algoritmo deenumeração
implícita de Balas.Posteriormente a estas contribuições, outras se
sucederam
[5, 9, 10, 11] tantona
linhade
métodos
heurísticoscomo
de otimização,sem
que
em
nenhuma
delas omodelo
de operaçãodo
sistema tenha sido considerado ao nívelcomposto
geraçãomais
transmissão,
ou
seja,em
todas as proposições as decisões sãotomadas
com
base apenasna
representaçãodo
sistema de geração, considerandoos
aspectos'
de confiabilidade através
da
monitoraçãoda
reserva esem
a consideração de eventuaisrestrições de transmissão.
Em
1991,Chen
eToyoda
[12] utilizaram técnicasde decomposição
para determinação deum
programa
demanutenção
ótimo aplicado a sistemas multi-área,onde
as restriçõesda
rede são representadas deforma
explícita pelas linhas deinterligação, porém, isentas de falhas.
Embora
se reconheça o excepcional avanço atingidono
campo
deprogramação da
manutenção, registre-se que a não consideração de
forma
explícita das restriçõesda
rede
pode
conduzir o sistema parauma
operaçãocom
riscosacima da
expectativa, istoporque os índices de confiabilidade obtidos são otimistas. Esta afirmativa e' ressaltada
para o sistema elétrico brasileiro, que
num
futuro próximo, estará operandocom
extensas interligações e elevadas capacidades,
quando da
utilizaçãodo
potencialhidroelétrico
da
Amazônia.
'Portanto este trabalho
tem
por objetivo proporum
modelo
computacional capaz dedeterminar
um
programa
demanutenção
ótimo de unidades geradoras pertencentes aum
sistema de grande porte, considerandoum
conjunto de restrições que se julgarelevante para este processo de
tomada
de decisão, e,em
especial, 'representando-sea rede de transmissãocom
suas aleatoriedades._
Deste
modo,
no
capítulo 2 é realizadauma
descrição conceitualdo problema
ena
apresentação de
um
exemplo onde
é ressaltada a influênciada manutenção
nos índicesde confiabilidade de
um
sistema real.No
capítulo 3 é apresentada a formulação matemáticado
problema, sendo omesmo
considerado
como
um
problema
deprogramação
matemáticado
tipo inteira 0-1. Nestesentido inicialmente o
problema
é formulado deterministicamente, isto e', o sistemaelétrico é isento de falhas.
Em
seguida é desenvolvida a extensão estocástica,em
que,tanto os geradores
como
as linhas de interligação ficam sujeitos a falhas.Em
ambas
asformulações o
modelo
de operaçãodo
sistema édo
tipo multi-área.A
proposta maisadequada
para formulação desteproblema
é a estocástica e,em
conseqüência, necessita-se resolverum
problema
de otimização estocástica de grandeporte, não sendo permitido o uso de algoritmos convencionais. Assim,
no
capítulo 4 émostrado que o
problema
originalpode
serdecomposto
em
dois subproblemas:um
problema
de decisão cum
problema
de operação, podendo-se então, aplicar técnicasde
decomposição
de Benders aoproblema
deprogramação
da
manutenção.Dentro
da
proposta apresentadano
capítulo 4, oproblema da manutenção pode
servisualizado segundo dois enfoques: (i) obter
um
programa
demanutenção
demodo
aque
um
índice de confiabilidade selecionado seja omínimo
possívelou
(ii) obterum
programa
demanutenção
em
que a confiabilidadedo
sistemafique
dentro deuma
faixa pré-estabelecida.
Em
ambos
os enfoques, a construção dosdenominados
cortesde Benders constituem-se
em
pontos críticos.Assim
estes cortes são derivadosno
capitulo 5
com
baseno modelo
de avaliação da confiabilidade proposto por Oliveira[22].
A
viabilidade conceitual desta proposta édemonstrada
atravésda
aplicação deum
algoritmo dedecomposição
aum
sistema teste dedimensão
reduzida.No
capítulo 6 são apresentados os resultados computacionais dos algoritmos propostos a dois sistemas interligados de grande porte.Finalmente
no
capítulo 7 são apresentadas as principais conclusões deste trabalho,UFSC/GPSE
5cAPíTuLo
2
2.
Programação
da
Manutenção
em'
Unidades
Geradoras
-Descrição
do
Problema
2.1
Introdução
çSistemas elétricos de potência são constituídos de inúmeras instalações e
equipamentos que necessitam de manutenção, seja para mantê-los
operando
demodo
econômico
e adicionalmente evitar falhas futuras,ou
paraque
sofram reparosquando
da
ocorrência de falhas.No
primeiro casotemos
uma
ação demanutenção que
denominamos
de preventiva, enquantono segundo temos
a açãode manutenção
denominada de
corretiva.Especificamente
à ação demanutenção
preventiva, e desconsiderando-se o aspecto de economicidade da operação, duas condições são necessárias paraque
esta ação se concretize:(i) o custo total de reparo
deve
sermaior
após a falha que antesda
falha (seisto não ocorrer
não
existevantagem econômica
em
realizar amanutenção
preventiva);
(ii) a taxa de falha
do
equipamentodeve
ser crescente demodo
que
a ação demanutenção
preventiva reduza a probabilidade de falhano
futuro.Portanto a decisão de se retirar
um
equipamentodo
sistema para realização demanutenção
preventiva deve estarembasada
numa
análise de custosque
contemple os custos diretosda
manutenção, que são determinísticos, e os custos futuros decorrentesda
não
realizaçãoda
manutenção,que
são incertos.A
não
realização desta análisepode
causar a retirada decomponentes
paramanutenção
com
uma
freqüência eduração
acima
daquela efetivamente necessária.Especificamente
às unidades de produção deum
sistema elétrico de potência, pode-seconsiderar
como
custos diretosda manutenção
aqueles associados amão
de obra epeças de reposição e,
numa
visão mais ampla, o custo de substituiçãoem
sistemas hidrotérmicos.O
custo de substituição se justifica, por exemplo,em
situaçõesonde
aretirada de
uma
unidade de produção hidráulica para realização demanutenção
obrigaa
uma
compensação na
produção de energia poruma
unidade termoelétrica.Como
custos decorrentesda
não realização demanutenção temos
oaumento do
custoincremental de produção
em
unidades termoeletricas, o custo das peças de reposição ede
mão
de obra e, o principal deles, o custodo
não atendimento ademanda.
Este último é de valor considerável,embora
de difícil estimativadado que
a falha aoocorrer de
modo
fortuito não permite a realização deuma
política de administraçãoda
demanda.
Portanto o custodo
não atendimentoda
demanda
fazcom
que
o custo dereparar a unidade de produção após a falha seja
maior
que realizaruma
manutenção
preventiva, oque
satisfaz a primeira condição para realização demanutenção
preventiva relacionada anteriormente.
Face ao exposto observa-se que o
problema da manutenção pode
ser visualizadosegundo dois
modos:
(i) a nível de componente; (ii) a nível sistêmico.
A
nível decomponente
destacam-se os aspectos tecnológicosda
manutenção,que
semanifestam de diversas formas: períodos
mais adequados
para manutenção, recursos de ferramentaria e demão
de Iobra, e outros intrínsicos aoscomponentes
e às equipes de manutenção. Este enfoque corresponde à visãodo
pessoal ligadomanutenção da
unidade de produção, cujo objetivo consiste
na
realização dcmanutenções
preventivasde
modo
a manter a unidade de produção operandoadequadamente
sem
se preocuparcom
implicaçõesa nível de sistema elétrico.A
nível sistêmico destacam-se os aspectos associados ao desenvolvimento e à gestãodos sistemas de energia elétrica, entre os quaistêm-se:
0 impossibilidade de
armazenamento da
energia gerada;0 capacidade limitada da rede de transmissão;
0 necessidade de 'se manter
um
adequado
nível de confiabilidade;UFSC/GPSE
70 contratos e tarifas de suprimento;
entre outras. '
Este enfoque corresponde à visão dos planejadores e operadores
do
sistema, cujo objetivo consiste idealmenteem
não desligar as unidades geradoras para realização demanutenção
uma
vezque
isto reduz a confiabilidadedo
sistema.Deste
modo,
amodelagem
do problema
demanutenção
deverá levarem
consideraçãotanto os aspectos sistêmicos quanto os aspectos tecnológicos da manutenção, cujos objetivos são conflitantes.
A
seguir estes doismodos
de visualizaçãodo problema
são analisadoscom
maior
profundidade, restringindo-se a análise às unidades geradoras deum
sistema elétricode potência.
2.2
Manutenção
de Unidades Geradoras
2.2.1
Enfoque
Componente
Como
visto anteriormente a «manutençãopode
ser classificadacomo
corretiva epreventiva.
A
corretiva inclui todas as ações sobre a unidade geradora para retomá-lade
um
estado de falha paraum
estado disponível.A
açãoda manutenção
corretivanão
pode
ser planejada e sua freqüência é determinada pela confiabilidadedo
equipamento. . ~
Já a
manutenção
preventiva procura manter oequipamento
disponível atravésda
prevenção de ocorrência de falhas, o que
pode
ser feito pormeio
de inspeção emonitoramento, calibração, detecção de falhas latentes e lubrificação.
A
ação demanutenção
preventiva é planejada e afeta diretamente a confiabilidade do sistema,podendo
ser pré-fixada, tipo realizar amanutenção
a cada dois anos, e variávelem
função
da
monitoração de certos parâmetros de funcionamentodo
equipamento. Nestecaso
temos
amanutenção
preventiva-preditiva.A
eficáciada manuteção
preventivadepende
das funções distribuições deprobabilidade
do
tempo
para falhas do equipamento,da
tendência da sua taxa de falha eda
profundidadeda
ação de manutenção. Exemplificando, seum
equipamento tem
taxa de falha decrescente, qualquer substituição irá
aumentar
a probabilidade de falha.Por outro lado se a taxa de falhafor crescente, caracterizando o envelhecimento
da
unidade, a substituição
em
qualquertempo
deverá, teoricamente, melhorar aconfiabilidade
do
sistema. Se a taxa de falha for constante, a substituição não afetará a probabilidade de falha. Estas situações são ilustradas atravésda
Figura 2.1.crescente
^
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\
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\
`\ i decrescente>
tempoFigura 2.1 - Possíveis
T
endêncías da Taxa de FalhaPortanto, a ação de
manutenção
preventiva se justifica apenasem
equipamentoscom
taxas de falha crescente,
conforme
já apontadono
item 2.1. Esta tendência crescenteda taxa de falha
com
otempo
é detectadaem
equipamentos compostos
pordispositivos
mecânicos
e/ou hidráulicos [24], categoria estaem
que
seenquadram
asunidades geradoras.
De
fato, Schilling [27]comprovou
o envelhecimento de unidadestermoelétricas
do
sistema elétrico brasileiro.Quanto
à profundidade da ação da manutenção, amesma
pode
ser executada de trêsmodos:
(i) reparo
mínimo;
(ii) substituição; (iii) reforma.UFSC/GPSE
__ 9
O
reparomínimo
não afeta a evoluçãoda
taxa de falhada
unidade geradora,-ou seja, aunidade está tão ruim quanto velha. Já a substituição por inteiro
do equipamento
reduz a taxa de falha ao valor inicial e, neste caso, o
equipamento
fica
tãobom
quantonovo.
A
reforma,porsua
vez, reduz a taxa de falha a valores intermediários. Estasduas últimas situações
ocorrem normalmente
deforma programada
e constituem aação
da manutenção
preventiva.A
Figura 2.2 ilustra estes aspectos.li ;,(1) / / / / / / / / A / / reforma /
reparo mín|mo / substituição / /-
/X / / / / /
/
/
'/
_/
zu.tempo
F
ígura 2.2 - Tendênciada
Taxa de Falhaem
Funçãoda
Profundidade do ReparoNo
caso de unidades geradoras, face àcomplexidade
envolvida, o reparomínimo
e areforma constituem-se nas 'ações de
manutenção normalmente
empregadas.O
primeiro tipo de ação se apresenta
quando da
ocorrência de falhaem
uma
unidadegeradora, pois
em
geral o procedimento de reparo se restringe à recuperaçãoda
parteafetada da unidade.
O
segundo tipo de ação estánormalmente
associado' à práticada manutenção
preventiva, pois
mesmo
que se substituaum
conjunto de componentes, osdemais
nãosubstituídos
seguem
envelhecendo. Destemodo,
após a ação demanutenção
preventiva sobre a unidade geradora, a
mesma
retoma
parauma
taxa de falha menor,porém
diferente daquela observada durante o período de taxa de falha constante, o que complica a determinaçãodo
ciclo demanutenção
preventiva. tNa
prática, a engenharia demanutenção deve
decompor
a unidade geradoraem
subsistemas tais
como
turbina,bombas,
caldeiras, excitação, transformador elevador, e outros, e determinar para cada subsistema a freqüência demanutenção
preventiva.Matematicamente
a determinaçãodo
ciclo demanutenção
paracada
subsistemada
unidade geradora requer que se resolva
um
problema
de otimização considerandoum
dado
critério objetivo.Anders
[28] descreve algunsmétodos que permitem
a formulação desteproblema
e, basicamente, seenquadram
em
dois casos:(i)
maximização
da disponibilidademédia
do
subsistema; (ii)minimização do
custo global de manutenção.Em
ambos
os métodos, a soluçãodo problema
consistena
determinaçãodo
tempo
médio
entremanutenções
consecutivas, oque
não éuma
tarefa simples,mesmo
desconsiderando-se os aspectos associados ao planejamento e a operação
do
sistemaelétrico. ~
Assim, para solução deste
problema
é necessária a disponibilidade de dadosestatísticos de falhas sobre os
componentes que
compõem
o subsistema.Na
falta destetipo de informação, o procedimento
mais
comum
consisteno
estabelecimento deciclos de
manutenção
com
baseem
orientaçãodo
fabricante e pela experiênciaqualitativa adquirida pelo pessoal da área de manutenção.
De
um
modo
ou
de outro, amanutenção
vista sob o enfoque decomponente
tem
como
resultado
um
-ciclo demanutenção
desejável para cada unidade geradora. Este ciclo demanutenção
desejável e maisum
conjunto de restrições relacionadoscom
a gerênciada manutenção
são entregues ao planejamentoda
operaçãodo
sistema, que por sua vez definiráum
programa
demanutenção
observando adicionalmenteum
outroconjunto de restrições associado à operação
do
sistema. Nesta última etapa amanutenção
deve ser visualizada sob o enfoque sistêmico, cujo detalhamento será apresentado a seguir.Para resolver o
problema
de escalonamentoda
manutenção,foram
desenvolvidos evem
sendo utilizados diversos métodos, muitos dos quais heurísticos e outrosbaseados
em
técnicas de programação matemática.No
caso dosmétodos
heurísticos, a solução encontrada não garante a otimalidademas
apenas a sua viabilidade. Por outro lado, ao se aplicar técnicas de
programação
matemática, o
problema
é formulado deforma
simplificadacom
vistas a garantir aUFSC/GPSE
llNum
caso eno
outro, o objetivo ésempre
encontraruma
seqüência de desligamentos das unidades geradoras parafins
demanutenção
programada, demodo
aque
todas as restrições sejam respeitadas e a função obj etivo selecionada atinja valor extremo.2.2.2
Enfoque
Sistêmico_
As
manutenções
programadas, assimcomo
as indisponibilidades forçadas,causam
redução
da
capacidade de geração disponível einfluenciam
os índices deconfiabilidade
do
sistema.No
entanto, asmanutenções programadas
apresentam grau de incerteza substancialmentemenor
que as indisponibilidades forçadas, oque
permite tratá-las,
em
muitos casos, deforma
determinística atravésda
especificaçãode
um
plano demanutenção
ou
de ciclos demanutenção
programada.Na
prática atual das empresas de energia elétrica,no
Brasil, os planos demanutenção
são estabelecidos a partir de critérios heurísticos, baseados
na
experiência dosoperadores. Cita-se
como
exemplo
o casoda
Eletrosul, a qual estabelececomo
política demanutenção
anão
simultaneidade demanutenção
de duas centrais térmicasno
mesmo
estado e anão
simultaneidade demanutenção
de duas centrais hidroem
todo o sistema.
Além
disso, a política demanutenção
visatambém
evitar trabalho forado
horário normal de expediente (horas-extra), levando auma
distribuição das saidasprogramadas
no
período demarço
anovembro
ebuscando
minimizar 0número
deintervenções programadas
no
período dedezembro
a fevereiro,no
qual ocorre redução da disponibilidade de recursoshumanos,
por motivos de férias.O
problema
demanutenção
preventivapode
serdefinido
como
a seleção de datas eperíodos nos quais as unidades geradoras serão paralisadas para se efetuar a
manutenção
preventiva de seus elementos principais, deforma que
os níveis deconfiabilidade
do
sistema sejam aceitáveis, os custos sejamminimizados
e todas (ou pelomenos
a maior parte) das restrições sejam atendidas.O
resultado desteprocedimento é o
que
denominaremos
deprograma
de manutenção.O
quadroQuadro 2.1 - Plano de Manutenção 1993
(ELE
TROS
UL)
Usina Unidade Tipo Data Início Data Fim Dias Redução de Potência
S.Santiago 3 ZE 01/10/93 30/11/93 333 S.Santiago 4 ZE 01/03/93 30/04/93 333 S.Osório _.
I
01/06/93 31/07/93 175 Passo Fundo _. III 01/08/93 10/08/93
110 Passo Fundo I\) 'JI 01/08/93
31/08/93 110 J .Lacerda
A
U.)O
01/07/93 30/09/93 66 J .LacerdaA
-l>~O
01/03/93 31/05/93 66 J .LacerdaB
N)O
15/09/93 31/10/93 125 Charqueadas Ló)O
01/06/93 15/07/93 18 Conv.Freq. _.O
01/06/93 30/06/93 24 Alegrete _.O
01/05/93 15/06/93 33 Alegrete IQO
15/08/93 30/09/93 33H - Unidade Hidráulica C - Unidade a Carvão O - Unidade a Oleo
No
processo deprogramação
damanutenção
preventiva, os custos principais são os custosde
produção de energia e os custos de manutenção.As
restriçõesnormalmente
encontradasrefletem
as limitações de recursos (equipes de manutenção,disponibilidade de oficinas, etc.) disponíveis para a manutenção, as necessidades de manutenção,
além
das restrições associadas à confiabilidade de suprimento de energia(níveis de reserva mínimos, por
exemplo)
A
importância de otimizar aprogramação
da
manutenção, particularmenteno
caso dasunidades geradoras, se deve ao fato de que os' longos periodos de reparo deste tipo de
equipamento
podem
ter efeitos sensíveis sobre a confiabilidade de suprimento.Diversas categorias de objetivos
podem
ser consideradas naprogramação
damanutençao
preventiva [1]. ~1.
A
primeira categoria, a mais elaborada, considera aminimização
dos custos deoperação globais ao longo
do
horizonte de planejamento.O
custo deprodução
global
compreende
0 custo de produção de energia e o custo de manutenção.O
custo de manutenção, por sua vez,
depende
da duraçãoda manutenção
preventiva, quepode
ser reduzidaou
estendida, através da alocação deum
maiornúmero
de equipes e de equipamentos trabalhando deforma mais ou
menos
intensa.UFSC/GPSE
13~2.
3
A
segunda
categoria de objetivos está associada à confiabilidade dos sistemasde energia elétrica, expressa através de diversos índices de confiabilidade, tais
como
o
valor esperadoda
energia não suprida, a duração esperadado
corte decarga, e assim por diante. Estes índices
podem
ser submetidos aum
processo de minimização, de nivelamento,ou
deuma
combinação
de otimização enivelamento. Este último procedimento
pode
serimplementado
de duas maneiras distintas:0
minimização do
máximo
valordo
índice de confiabilidade selecionado aolongo de
um
sub-intervalo de interesse. Este critério tende ao nivelamentodo
risco de falha de atendimento ademanda,
ao longodo
intervalo de planejamento da manutenção.0
minimização da
soma
dos quadrados dos desviosdo
índicede
confiabilidade selecionado
em
relação aum
nívelde
referência desejado, ao longodo
subintervalo de interesse.A
terceira categoria de objetivos visa àminimização dos
desvios deuma
escalade
manutenção
ideal. Esta escala ideal é muitas vezes inviável, devido à violação das restrições; assim, deseja-se obteruma
escala viável, tãopróxima
da
ideal quanto possível, de acordocom
prioridades (pesos) previamenteestabelecidos.
A
escala ideal éem
geral expressacomo
função dos intervalos temporais ótimos entre as manutenções preventivas de cada unidade,podendo
serexpressa
também como uma
seqüência temporal,sem
especiñcação de datas.A
determinação da escala idealpode
ser realizada por diversos métodos.Um
dosmétodos
mais usados consisteem
seguiruma
periodicidade (anual, semestral, etc.) quepode
ser a sugerida pelos fabricantes dos equipamentos,ou
então derivada
da
experiência adquirida pelo pessoal diretamente envolvidocom
a manutenção,ou
ainda atravésda
monitoração sistemáticado
estado dos equipamentos.De
qualquermodo,
é necessário respeitaruma
série de restriçõesoferecidas pelo sistema, o que significa
que
nem
sempre
amanutenção
ocorreráO
critério deminimo
desvioda
escala ideal consiste portantoem
atribuir custos(reais
ou
arbitrados) aos atrasosou
antecipações das datas de inicio de manutenção,em
relação à escala ideal, sendoque
este custo deve serminimizado
considerando o sistemacomo
um
todo. Desta forma, a solução obtida por este critério representauma
solução decompromisso
entre as restriçõesdo
sistema e as necessidades demanutenção
das unidades geradoras, individualmente consideradas.Uma
aplicação alternativado
critério demínimo
desvioda
escala ideal é aatualização de
uma
escala previamente estabelecida, devido a alterações nascondições
do
sistema.A
escala atualizadacontém
um
número minimo
dealterações
em
relação à escala originalmente proposta, aomesmo
tempo
quesatisfaz às novas restrições impostas.
4.
A
quarta categoria de funções objetivo se refere às violações de restrições, asquais
podem
ser actunuladasna
função objetivo, sobforma de
penalidades.As
penalidadespodem
ser relaxadas seletivamente visando obter soluções viáveisquando
nenhuma
solução viável for obtida.Os
fatores de penalidadedevem
então ser cuidadosamente selecionados, de acordocom
a importância relativade cada restrição.
Entre os diversos critérios, os mais freqüentemente utilizados são o critério de
mínimo
desvioda
escala ideal e o demaximização
da reserva minima.A
determinação'do
critério de otimalidade a ser usadoem
cada caso requer oconhecimento aprofundado das caracteríticas
do
sistema de potência, do tipo de simulação a ser utilizado para operaçãodo
sistema (determinísticaou
estocástica) eem
que contexto oprograma
demanutenção
elaborado será utilizado.Quanto
às restrições impostas aoproblema
deprogramação da
manutenção, estasem
geral derivam de restrições fisicas do sistema e/ouda
necessidade de otimizar a alocação de recursoshumanos
e técnicos especializados, escassos na maioria dasempresas de energia elétrica. Neste sentido, as principais restrições a
serem
avaliadasUFSC/GPSE
15Restrições
de
exclusão:um
conjunto de restrições de exclusão, imposto aum
grupo de unidades geradoras,impede
que a'manutenção
seja realizadasimultaneamente
em
mais que
uma
unidade deum
grupo. Este tipo de restriçãoé justificado, geralmente, por limitações
da
equipe técnica,de
ferramentasespeciais
ou
de confiabilidade de suprimento.Restrições
de
seqüência: este tipo de restrição procura estabelecer prioridadesna
saída paramanutenção
e aomesmo
tempo
procuraimpor
intervalos entre saidas, tendocomo
objetivo amelhor
utilização das equipes de manutenção,através
da
imposição deuma
seqüência de saídas das unidades sobresponsabilidade
da
equipe. 'Restrições
de
recurso: este tipo de restrição expressa as limitações dosv
recursos disponíveis para
manutenção
em
cada períododo
ano.Uma
forma
muito utilizada para expressar a restrição de recurso e' aquela
que
limita a potência disponível
(MW)
paramanutenção
em
cada períododo
ano.Restrições
de duração de
saída: expressa otempo
necessário para executarcompletamente todas as atividades de
manutenção
previstas, o qual éconsiderado
um
quantidadefixa
e expressoem
um
número
inteiro de periodos demanutenção
(semanas,em
geral).Restrições
de
intervalo: os intervalos permissíveis paramanutenção
preventiva
devem
ser selecionados demodo
a asseguraruma
periodicidadeadequada
demanutenção
para cada unidade e para evitarmanutenções
durante períodos dedemanda
altaou
de hidrologia alta,no
caso de sistemas hidrotérmicos, e assim por diante.Restrições
de
confiabilidade: estas derivam de restrições físicasdo
sistema edeterminam
que oprograma
demanutenção
estabelecido atenda aum
determinado requisito de. confiabilidade. Naturalmente quanto
melhor
a representação da rede,melhor
a qualidade dos índices de confiabilidade obtidos paratomada
de decisão. Neste sentido é imprescindívelque
se representedetalhadamente não só o sistema de geração,
como também
as limitações daO
conjunto de restriçõesacima
se aplica indistintamente a sistemas de base térmicaou
de base hidráulica.
No
caso específico de sistemas hidráulicos,há
duas classes derestrição adicionais a serem consideradas
no
estabelecimentodo programa de
manutenção,
em
funçãodo
esvaziamentoda
reserva hidráulica, que causa perda depotência líquida nas unidades geradoras de usinas
com
reservatório, etambém
devidoà necessidade de atender as metas energéticas,
conforme
detalhado a seguir. 0 Restriçõesde
potência disponível: esta_é
uma
restrição particularmenteimportante
no
caso de sistemas hidrotérmicos, nas quaiso
esvaziamento dasreservas hidráulicas
pode
afetar a confiabilidade de suprimento de ponta.Assim,
ao estabelecerum
plano de manutenção, é necessário considerar apotência efetivamente disponível nas centrais hidrelétricas e não a sua potência nominal, para que o
programa
demanutenção
resultante seja viávelem
termos de confiabilidade de potência.V
0 Restrições
de
energia hidráulica: a consideração deste tipo de restriçãono
planejamento
da manutenção
procura preservar as metas de produção hidráulicaprevistas para cada usina
no
plano de operação,minimizandoas
possibilidadesde vertimento e os riscos de déficit. Esta é
uma
restrição muito importantena
maioria dos sistemas elétricos brasileiros, devido à sua estrutura e devido à
importante participação das unidades termoelétricas
no
custos de geração.De modo
geral,em
cadaempresa ou
região, apenasalgumas
destas restrições sãorelevantes
em
cadamomento, embora
seja importante que o processo de planejamento damanutenção
permita representaradequadamente
todos os tipos de restrição descritos,em
especial as restrições de confiabilidade. `2.3
Métodos
de Solução
Uma
vez selecionada a função objetivo e definidas as restrições relevantesem
cadacaso,
deve
ser escolhidoum
método
de soluçãoadequado
aoproblema
de otimizaçãocom
restrições que fornecerá a escala demanutenção
preventiva, a ser considerada nosUFSC/GPSE
17De
uma
maneira geral, osmétodos
de solução disponíveispodem
ser enquadradosem
duas grandes categorias:métodos
heurísticos emétodos
deprogramação
matemática. Descrevem-se a seguir os principaismétodos
em
cada categoria, de acordocom
aliteratura técnica disponível. V
2.3.1
Métodos
HeurísticosA
aplicação demétodos
heurísticos para solução de problemas deprogramação da
manutenção da manutenção
surgiuem
decorrênciada complexidade do
problema, isto é, natureza discreta, funções objetivo não-linear enão
diferenciáveis. Tipicamente, osmodelos
baseadosem
heurística,buscam
alocar asmanutenções
em
seqüência,segundo critérios de ordenação
do
tipo: capacidadeda
unidade, duração damanutenção
e observância deum
determinado nível de reserva, associado aum
procedimento de correção de rumo, de
modo
assegurar a viabilidade da solução.De modo
geral estesmétodos
são deimplementação
relativamente fácil e de baixoesforço computacional,
mas
falham freqüentemente, não encontrandouma
soluçãoviável,
ou
então encontrandouma
solução distantedo
ótimo global.Nesta linha, Christaanse e Palmer [2]
associam
a cada equipe demanutenção
um
conjunto de unidades e escalonam as saídas seqüencialmente por equipe,com
a restrição deque
duasou
mais unidades pertencentes auma
mesma
equipenão
poderem
sofrermanutenção
simultaneamente.A
função objetivo selecionada é onivelamento
da
reserva durante o período de interesse.Posteriormente, Patton e Ali [3] sugeriram
uma
ordenação dinâmicana
qual são feitos testes para determinar qual das unidades ainda não escaladas causariamaior
acréscimo da probabilidade de perda de carga(LOLP),
uma
vez escalada para manutenção. Esta unidade é então escalada, repetindo-se o processo para as restantes. Estemétodo
aceita qualquer
modelo
linearou
não linearda
operaçãodo
sistema.Como
critériosobjetivos são utilizados o nivelamento das reservas e a
minimização
do
máximo
valorda probabilidade de perda de carga.
Garver [4] desenvolveu
um
método
que converte a capacidade instaladaem
disponibilidade das
máquinas do
sistema. Assim, ao se nivelar as reservas efetivasem
lugar das reservas nominais, está se nivelando o risco de perda de carga.Billinton e El-Sheihki [5] desenvolveram
um
método
baseadono
nivelamentodo
nível de reserva e adicionalmente consideraram a interligação entre dois sistemas
Neste artigo é
demonstrada
a sensibilidade dos resultadosem
relação à variação dosdados, especialmente
em
sistemascom
considerável participação de hidroelétricas.Recentemente, Pinto,
L.M.V.
e Araújo,M.S.
[23]desenvolveram
uma
metodologia deprogramação
damanutenção
com
baseno
nivelamentoda
capacidade de atendimentoà carga -
LSC
(“Load Supplying Capability”) para ohorizonte de análise. Para tanto9
inicialmente é calculada a
LSC
para cada intervalo detempo
do
horizonte de análise, afim
de possibilitar a identificação dos valoresmáximo
emínimo
da
LSC.
Em
seguida,manutenções
inicialmenteprogramadas
para o intervalo demínima
LSC
sãotranferidas para o intervalo de
máxima
LSC.
Esta tranferência demanutenções
éorientada pelo cálculo de coeficientes de sensibilidade
da
LSC
em
relação à sincronização deum
determinado gerador.O
processo é concluidocom
a obtenção deuma
curva deLSC
suficientemente nivelada.2.3.2
Métodos
de
Programação Matemática
A
introdução deprogramação
matemática naprogramação
demanutenção
de unidades geradoras sedeu
em
1975,quando da
publicação de dois artigos.No
primeiro deles, de
Zürn
e Quintana [6], foi utilizadaprogramação
dinâmicacom
aproximações sucessivas.
O
método
permite escalar amanutenção
sucessiva de grupos de unidades geradorascom
características semelhantes de potência,mas
nãonecessariamente
com
osmesmos
requisitos de manutenção.Para cada grupo é obtida
uma
escala ótima global, considerando aconfiguração
corrente para o sistema restante. Qualquer
modelo
de custo de produção, linearou
nãolinear,
pode
ser empregado.Não
há
também
restrições quanto a função objetivo, quepode
serformada
porum
único critérioou
então reunindo vários critérios através deUFSC/GPSE
I9No
segundo
artigo,Dopazo
e Merrill [7]mostraram
como
implementar, pela primeiravez, técnicas de
programação
inteira aoproblema
deprogramação da manutenção
de unidades geradoras,com
baseno
algoritmo deenumeração
implícita de Balas. Estemétodo obtém
a solução 'Ótima global,mas
requerum
modelo
de custo de produçãolinear, bastante simplificado.
Uma
das desvantagensda programação
inteira éque
otempo
de solução cresce exponencialmentecom
onúmero
de variáveis, o que leva atempos
de processamento explosivos para sistemas de grande porte.Para minorar este problema, Kohli e
Sharma
[8] sugeriramuma
pré-ordenação dasvariáveis, por unidade geradora,
segundo
coeficientes de custos crescentes. Esteprocedimento permite, potencialmente, reduzir significativamente o universo de
soluções 'a
serem
pesquisadas, desde queuma
solução viávelseja encontrada de
imediato.
Salgado [9] estendeu o
método
deDopazo
e Merrill para incorporar dadosprobabilísticos
do
sistema, visando obter escalas ideaisque proporcionem
o nivela-mento do
risco,conforme
sugerido por Garver [4].A
consideração explícita de restrições de energia hidráulica e térmica foi apresentadapor
Sousa
[10], que propõeum
-tratamento diferenciado para as unidades hidráulicas, as quaisenvolvem
dois aspectos básicos: a variaçãoda
potência disponívelcom
aaltura de
queda
e restrições de energia hidráulica. Estas restriçõestêm
por objetivoevitar a saída de unidades geradoras hidráulicas nos períodos de elevada afluência, de
modo
a evitarou
minimizar os veitimentos provocados por manutenção.De
maneirasimilar, são construídas restrições de energia para as unidades térmicas, visando
limitar a saída para
manutenção
destas unidades nos períodosonde
a disponibilidadede recursos hídricos é pequena.
Com
a utilização das restrições de energia hidráulicaetérmica busca-se a obtenção de escalas que
proporcionem
um
risco de déficitmenor
do que
nas escalas obtidascom
métodos
que consideramsomente
a disponibilidade deponta.
O
algoritmo de solução é baseadono método
deenumeração
implícita d_e Balas,procurando-se tirar o
máximo
proveito da estruturado
problema, isto é, variáveis são selecionadasadequadamente
e testes são realizados para cancelamento de variáveis,de restrições e de soluções inviáveis. Este procedimento possibilita redução
expressiva
do
número
de soluções a serem pesquisadas explicitamente, viabilizando oemprego
desta técnicaem
sistemas de grande porte.Ainda
com
baseno
método
de Balas, Mukerjii et alii [1 1]desenvolveram
um
método
que permite considerar
como
função objetivo amaximização da
menor
reserva ao longodo
períodoou
a minimizaçãodo
custo de produção.Os
autoresmostram
aviabilidade de utilização
do método
para sistemas de grande porte e destacamque
diferentes critérios de otimização
conduzem
a ótimos diferentes.Mais
recentemente,em
1991,Chen
eToyoda
[12] utilizaram técnicas dedecomposição
para determinação deum
programa
demanutenção
ótimo aplicado a sistemas multi-área. Nesta formulação oproblema
original édecomposto
em
diversossubproblemas, isto é,
um
subproblema para cada área.Em
cada subproblema, asrestrições da rede não são consideradas e o
número
de unidades é relativamente reduzido, o queconduz
aum
problema
de otimização de escala reduzida e isoladodo
restante
do
sistema de potência. Nestesubproblema
é encontradoum
programa
demanutenção
por área quemaximiza
amenor
reservado
períodocom
oemprego da
técnica de branch-and-bound.
Os
resultados obtidos para os subproblemas sãotransferidos ao
problema
mestre, que recalcula asmargens
de reserva, agora considerando as restrições da rede deforma
determinística.O
problema
mestre, porsua vez, atualiza a carga de cada área,
em
cada período, e a devolve ao subproblema.O
algoritmo é iterativo e seu término está condicionado ao atendimento deuma
dada
tolerância.O
algoritmo assume, implicitamente,que
ofluxo
de potência ativa naslinhas é controlável, isto é, a rede é representada por
um
modelo
de transportes.O
trabalho mais recente nesta área foi apresentado por Yellen et alii [13] etambém
aplica técnicas dedecomposição
ao problema. Neste artigo, os autores apresentam os resultadosda
aplicação deum
método
baseadona
teoriada
dualidade.No
primeiroestágio,