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ANÁLISE DO RUÍDO EM OFICINAS MECÂNICAS DE LUZIÂNIA - GOIÁS.

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ANÁLISE DO RUÍDO EM OFICINAS MECÂNICAS DE LUZIÂNIA - GOIÁS

ANALYSIS OF NOISE IN MECHANICAL WORKSHOPS OF LUZIÂNIA – GOIÁS

Ronni Geraldo Gomes de Amorim

1

, Ana Flávia Leal Cavalcante

1

, Simone Paixão Araújo Pereira

2

Resumo: Este trabalho apresenta os resultados de uma pesquisa que avaliou os níveis de pressão sonora a que os

trabalhadores das oficinas mecânicas do município de Luziânia-Goiás estão expostos em seus locais de trabalho. A pesquisa também analisou a percepção que tais trabalhadores possuem sobre os efeitos causados pela elevada intensidade do ruído e os sintomas decorrentes da exposição a esses ruídos. Dos resultados, destaca -se a constatação de que as oficinas mecânicas pesquisadas representam um ambiente insalubre no que diz respeito à intensidade do ruído. Outro aspecto relevante é que os trabalhadores, apesar de declararem que apresentam alguns sintomas próprios da exposição a níveis elevados de ruído, desconhecem os principais malefícios que a inadequada exposição pode causar aos seus organismos.

Palavras–chave: Percepção sonora, ruído, riscos ocupacionais.

Abstract: This paper presents results of a research to evaluate the sound pressure levels to which workers of repair shops of

Luziânia- Goiás are exposed in their workplaces. The research also examined the perception that such workers have about the effects causes by high intensity noise and symptoms from exposure to theses noises. From the results, we conclude that repair shops represent an unhealthy environment with respect to noise intensity.

Keywords: Loudness perception, noise, occupational risks.

1

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás, Campus Luziânia.2Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás, Campus Luziânia, Departamento de Áreas Acadêmicas.

Endereço para correspondência: Prof. Dr. Ronni Geraldo Gomes de Amorim. Rua São Brtolomeu, s/n, Vila Esperança, CEP: 72811-580, Luziânia-GO.

Telefone: (61)36211335. Email: ronniamorim@gmail.com

Recebido em: 08/05/2012. Aceito em: 21/08/2012

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ISSN: 2179-0981.

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Introdução

A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera a poluição sonora um dos principais problemas ambientais que atingem os moradores das grandes cidades1. Após um detalhado estudo, a OMS concluiu que um ruído acima de 70 decibéis pode provocar mal à saúde, de forma que para que o ouvido de uma pessoa funcione perfeitamente até o fim da vida, o ruído não pode ultrapassar o valor citado2.

Diversos trabalhos científicos comprovaram que a exposição excessiva ao ruído provoca, além da perda auditiva, inúmeros efeitos não auditivos3. Dentre os efeitos não auditivos provocados pela exposição a altos níveis de

ruídos destacam-se perda de atenção,

irritabilidade, fadiga, dores de cabeça, elevação da frequência cardíaca e pressão arterial, aumento da secreção e da mobilidade gástrica e contração muscular4. Como um exemplo dessa problemática, pode-se citar o trabalho de Quick e Lapertosa5 que, após realizarem uma cuidadosa pesquisa, verificaram o aumento virtuoso na incidência de cefaléias, distúrbios gástricos, otalgia e nervosismo na população exposta a níveis elevados de ruído.

É relevante destacar que, dentre os agentes nocivos à saúde, o mais frequente no ambiente de trabalho é o ruído. Com o desenvolvimento econômico das indústrias e o

aumento no número de máquinas, que

proporcionaram um melhor desempenho

operacional, a perda de audição e os problemas não auditivos provocados pelos ruídos passaram a ser alguns dos maiores problemas na saúde ocupacional6. Nesse sentido, as empresas de reparação de veículos automotores (oficinas mecânicas) destacam-se negativamente por produzirem um alto índice de ruído, prejudicando a saúde dos trabalhadores desses locais7.

É conveniente evidenciar que dentre todos os agentes físicos que o trabalhador de uma oficina mecânica possa estar imerso, o ruído constitui a exposição mais frequente, com efeitos tanto auditivos, estreitamente relacionados à dose equivalente, como extra-auditivos; menos

influenciados pela dose. Em algumas

circunstâncias, os níveis de ruído podem atingir valores em torno de 110 dB, cabendo lembrar que, na dependência do tempo de exposição diária, níveis acima de 85 dB podem implicar dose potencialmente capaz de lesionar o aparelho auditivo8. Assim, nota-se que não é por acaso que a poluição sonora e o estresse auditivo são a terceira maior incidência de doenças do trabalho9.

Nesse contexto, é instrutivo citar que no encontro internacional sobre saúde ocupacional promovido pela OMS houve um consenso geral entre os especialistas, com a finalidade de proteger os trabalhadores de perda auditiva, de que limite de exposição ocupacional deve ser 85 dB para oito horas de trabalho1. No entanto, os ruídos podem ultrapassar esses níveis, como provavelmente ocorre durante os trabalhos em oficinas mecânicas, haja vista a grande incidência de problemas relacionados aos ruídos que

atingem funcionários desse tipo de

estabelecimento9. Com isso, na preocupação com a saúde dos trabalhadores que são submetidos diariamente a nocivas doses de ruídos, adotou-se a Norma Regulamentadora NBR 1015210, a qual fixa os níveis de ruído com o conforto acústico em

ambientes diversos. A norma citada

anteriormente será nossa referência no momento de coleta e análise dos dados a pesquisa.

Sendo assim, o objetivo do presente estudo é avaliar o nível de pressão sonora a que os trabalhadores das oficinas mecânicas de Luziânia–GO estão submetidos em seu local de trabalho. A referida avaliação foi executada mediante a realização de medições do nível de

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pressão sonora equivalente no ambiente das oficinas11. Como outro objetivo, analisou-se mediante aplicação de questionários, a opinião de

trabalhadores das oficinas acerca do

conhecimento que os mesmos possuem sobre os danos que o ruído pode causar à saúde física e mental de quem está sujeito a ele e também foi

realizado um levantamento dos sintomas

percebidos pelos mesmos e que sejam

relacionados a tal exposição12.

Dessa forma, é esperado que mediante essa pesquisa, o Instituto Federal de Goiás (IFG) - Campus Luziânia tenha colaborado com os

trabalhadores das oficinas mecânicas,

proporcionado conhecimentos acerca do seu ambiente de trabalho, bem como informando uma maneira de tornar o ambiente mais salubre. Além disso, espera-se que os resultados da pesquisa extrapolem os limites das oficinas mecânicas e sirvam de propulsão para que trabalhadores de outras áreas também busquem melhorias nas condições de trabalho e, como consequência, melhoria na saúde e qualidade de vida.

Métodos

A pesquisa, cujos resultados serão apresentados neste trabalho, classifica-se como uma pesquisa prática e de levantamento de dados. No que concerne ao caráter da pesquisa, o estudo é quantitativo e qualitativo. Nesse panorama, o universo da pesquisa são as oficinas mecânicas do município de Luziânia, uma cidade que possui uma população aproximada de 230 mil habitantes, se situa no interior do estado de Goiás e pertence ao entorno do Distrito Federal.

De acordo com a associação comercial da cidade, em Luziânia há 192 oficinas mecânicas cadastradas para a prestação de serviço em automóveis, das quais se tomou uma amostra de 5 oficinas para a realização da coleta de dados. Para a escolha das oficinas, utilizou-se o método

da amostragem aleatória simples. Assim, para a finalidade desta pesquisa, as oficinas foram distribuídas em: Oficina 1, Oficina 2, Oficina 3,

Oficina 4 e Oficina 5.

A coleta de dados seguiu dois

pressupostos. No primeiro deles, houve a aplicação de um questionário junto aos trabalhadores das oficinas pesquisadas. No questionário citado, foram averiguados itens sociais relevantes à pesquisa e a percepção dos trabalhadores com relação ao risco oferecido pela exposição a elevados níveis de ruídos. Na seção referente aos resultados, apresentou-se a análise dos questionários. O segundo pressuposto foi relativo à medição dos níveis de pressão sonora - NPS (Li).

Os dados foram coletados por meio de um medidor de NPS do tipo decibelímetro, marca:

Instrutherm, modelo: SoundLevelMeter,

fabricante: Instrutherm instrumentos de medição LTDA. O equipamento é adequado para atender aos parâmetros de normalidade pela legislação brasileira em vigor para o cálculo do Li. A utilização do decibelímetro, os critérios utilizados para coleta dos dados e o cálculo dos níveis sonoros equivalentes foram realizados dentro das exigências e recomendações da NBR 10151. É recomendado que o equipamento utilizado possua recursos para medição de nível de pressão sonora equivalente ponderado em “A” (Leq), conforme a IEC 60804. Segundo as normas, o equipamento deve ser devidamente calibrado com um calibrador acústico padrão que atenda as especificações da IEC 60942, devendo ser no mínimo de classe 2. No caso do medidor não possuir em seu integrador interno o cálculo instantâneo do Leq, deve-se utilizar um método alternativo de cálculo, usando a seguinte equação10,13:

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onde: Li é o nível de pressão sonora, em dB(A), lido em resposta rápida (fast) a cada 5 segundos, durante pelo menos cinco minutos; n é o número total de leituras.

Como o decibelímetro que foi utilizado na medição da pressão sonora não possuía medição do nível de pressão sonora equivalente Leq, foi utilizado o modo alternativo para o cálculo descrito acima.

Na sequência da pesquisa, analisaram-se estatisticamente os questionários aplicados. Também foi realizada uma análise estatística, de acordo com a NBR 10151, dos níveis de pressão sonora equivalentes, sendo que em seguida, os resultados obtidos foram contrastados com a legislação em vigor. A verificação do Leq nas cinco oficinas mecânicas do município de Luziânia foi realizada nos meses de abril e maio de 2011 e após a pesquisa, realizou-se a tabulação e análise dos dados obtidos.

Resultados e Discussão

Os trabalhadores entrevistados (n=20) possuíam uma média de idade de 40 anos, a maior parte deles possuía formação acadêmica de ensino fundamental e, cerca de, 95% deles nunca frequentou qualquer curso de segurança no trabalho. Dentre as oficinas pesquisadas, nenhuma conta com um programa de capacitação dos funcionários e em nenhuma há utilização de equipamentos de proteção auricular.

Os funcionários entrevistados possuíam uma jornada diária de 8 horas de trabalho. Os níveis de pressão sonora foram medidos em quatros setores distintos das oficinas, sendo que em cada um desses setores há um ou mais trabalhadores específicos para realizar o trabalho e os mesmos operam os equipamentos de maneira intermitente.

Sendo assim, os setores de medição foram os seguintes: ambiente do atendente (Setor 1);

compressor (Setor 2); catraca

pneumática/martelada/policorte (Setor 3) e verificação do motor (Setor 4).

O ambiente do atendente é o setor onde o trabalhador responsável pela cobrança ou despacho do serviço realiza suas funções. O compressor permanece ligado o tempo todo

durante o funcionamento da oficina,

principalmente em dias com alta demanda de serviço. Os trabalhadores que trabalham no setor 3 alternam o equipamento utilizado, mas permanecem sempre utilizando algum. E, o setor 4 se refere à região onde os mecânicos trabalham diretamente no conserto do motor do automóvel.

Os dados obtidos são apresentados em tabelas e figuras.

A tabela I apresenta os valores do nível de pressão sonora correspondente a cada oficina e aos respectivos setores de medição. É importante

observar que os maiores valores foram

registrados na oficina 1, justamente a que apresenta um maior fluxo de veículos a serem reparados. Os valores de Leq medidos em diferentes pontos da oficina 1 possuem uma média de 94,75 dB, um valor bem acima do permitido em lei para uma jornada de trabalho de 8 horas/dia.

Além disso, é preocupante os valores das medições estabelecidas nos setores 2 e 3, sendo necessário que as empresas pesquisadas ao tomarem providências com relação à saúde dos trabalhadores no que concerne a exposição ao ruído, intensifique suas ações nesses locais. Dentre as medições no setor 3, destacam-se negativamente os valores de 106 dB e 107 dB medidos nas oficinas 1 e 2, pois tais valores são extremamente elevados e podem acarretar diversos problemas de saúde, entre eles a perda auditiva.

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Tabela I. Leq medido nas oficinas mecânicas de Luziânia – Goiás nos meses de abril e maio de 2011.

Oficina 1 Oficina 2 Oficina 3 Oficina 4 Oficina 5 Setor 1 90 dB 91 dB 82 dB 84 dB 86 dB Setor 2 90 dB 103 dB 90 dB 94 dB 95 dB Setor 3 106 dB 107 dB 98 dB 102 dB 101 dB Setor 4 93 dB 96 dB 95 dB 100 dB 100 dB

Na figura 1 segue a média dos Leq nos diferentes locais onde as medições foram realizadas.

Figura 1. Média dos Leq nos diferentes setores das oficinas mecânicas de Luziânia – Goiás nos meses de abril e maio de 2011.

Ao visualizar a figura 1, percebe-se que o nível de pressão sonora equivalente médio das oficinas pesquisadas, independente do setor medido, está acima do limite de 85 dB estabelecidos pela NBR 10151, e ainda, se considerarmos o Setor 3 pode-se perceber que o

valor torna-se extremamente alto e

comprometedor para a saúde dos trabalhadores. A tabela II apresenta a frequência com que os trabalhadores responderam as questões referentes à percepção dos mesmos sobre a ameaça à saúde decorrente da exposição ao ruído. Enquanto a tabela III apresenta alguns sintomas apresentados pelos trabalhadores que podem estar associados à exposição aos ruídos.

Tabela II. Opinião dos trabalhadores nas oficinas mecânicas de Luziânia – Goiás sobre os danos à saúde provocados pela exposição a ruídos (n=20).

Questão Sim n (%)

Não n (%)

Ruído muito intenso pode ser

prejudicial à saúde 14 (70%) 6 (30% Na oficina onde trabalho, o

ruído não é um fator de risco 10 (50%) 10 (50%) O ruído pode provocar

redução na capacidade auditiva

7 (35%) 13 (65%) O ruído pode provocar

irritação 11 (55%) 9 (45%) O ruído pode provocar dores

de cabeça 11 (55%) 9 (45%) O ruído pode provocar perda

de sono 9 (45%) 11 (55%) O ruído pode provocar perda

de concentração 7 (35%) 13 (65%) O ruído pode provocar

problemas cardiovasculares 2 (10%) 18 (90%) O ruído pode provocar

problemas intestinais 0 (0%) 20 (100%)

Tabela III. Sintomas apontados pelos trabalhadores nas oficinas mecânicas de Luziânia – Goiás que podem estar relacionados à exposição aos ruídos (n=20).

Questão Sim n (%)

Não n (%)

Percebo que o ruído prejudicou

a minha saúde 10 (50%) 10 (50%) Percebo que o ruído afetou a

capacidade auditiva 10 (50%) 10 (50%) Sinto Irritabilidade 10 (50%) 10 (50%) Sinto dores de cabeça com

freqüência 14 (70%) 6 (30%) Sinto insônia freqüente 11 (55%) 9 (45%) Apresento dificuldades para me

concentrar 2 (10%) 18 (90%) Tenho problemas de pressão alta

ou baixa 1 (5%) 19 (95%) Apresento com freqüência

problemas relacionados à digestão

6 (30%) 14 (70%) Após o expediente laboral ouço

mal, mas depois a audição recupera a normalidade 8 (40%) 12 (60%) 75 80 85 90 95 100 105

Setor 1 Setor 2 Setor 3 Setor 4

Leq (dB)

Setores Leq Médio

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Apesar dos trabalhadores acreditarem que a exposição ao ruído não cause dor de cabeça, grande parte deles (70%) respondeu que sente dores de cabeça frequentes, como mostrado na figura 2.

Figura 2. Prevalência de dor de cabeça com frequência em trabalhadores nas oficinas mecânicas de Luziânia – Goiás (n=20).

Os dados contidos na tabela III mostram que os resultados observados neste estudo convergem para os resultados de uma pesquisa similar desenvolvida por Quick e Lapertosa5 que, após a avaliação de indivíduos submetidos a níveis de ruído inapropriados, notou-se uma prevalência de 60,5% de cefaléias, 55,3% de distúrbios gástricos, 21,2% de otalgias e, 15,1% de nervosismo. Feito isso, os resultados foram comparados com um grupo de controle e também com um reestudo realizado após 18 meses em que foram tomadas as medidas de proteção, e

notou-se que ambos possuíam valores

significativamente menores.

Analisando os dados obtidos neste estudo, chegou-se a algumas conclusões sobre possíveis soluções técnicas e de gestão para reduzir a intensidade de ruído nos locais específicos ou atenuar os danos que tais ruídos podem causar aos trabalhadores das oficinas mecânicas. Como uma primeira medida, recomendou-se que as

empresas pesquisadas, ao contratar

trabalhadores, ofereçam treinamentos voltados

para a segurança no trabalho, além de capacitar os trabalhadores já existentes no seu quadro de funcionários. Além disso, é necessário que o gestor da empresa invista em materiais referentes à segurança laboral, dentre os quais se destaca o protetor auricular. Também é importante que cada empresa tenha um funcionário que possua a atribuição de verificar se os demais funcionários estão trabalhando de acordo com as normas de segurança, como também de supervisionar se os mesmos estão usando os equipamentos de segurança.

Neste ponto, cabe-nos citar que o

Conselho Nacional do Meio Ambiente

(CONAMA)14, por meio da Resolução no 002, de 8 de março de 1990, instituiu o Programa Nacional de Educação e Controle da Poluição Sonora- Silêncio, com o seguinte objetivo:

a) Promover cursos técnicos para capacitar pessoal e controlar os problemas de poluição sonora nos órgãos de meio ambiente estaduais e municipais em todo o país;

b) Divulgar junto à população, através dos meios de comunicação disponíveis, matéria educativa e conscientizadora dos efeitos prejudiciais causados pelo excesso de ruído;

c) Introduzir o tema "poluição sonora" nos cursos secundários da rede oficial e privada de ensino por meio de um Programa de Educação Nacional;

d) Incentivar a fabricação e uso de máquinas, motores, equipamentos e dispositivos com menor intensidade de ruído quando de sua utilização na indústria, veículos em geral, construção civil, utilidades domésticas, etc.

e) Incentivar a capacitação de recursos humanos e apoio técnico e logístico dentro da política civil e militar para receber denúncias e tomar providências de combate para receber denúncias e tomar providências de combate à poluição sonora urbana em todo o Território Nacional;

Sinto dores de cabeça com frequência

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f) Estabelecer convênios, contratos e atividades afins com órgãos e entidades que, direta ou indiretamente, possa contribuir para o desenvolvimento do Programa SILÊNCIO.

Esta resolução do CONAMA mostra a preocupação das autoridades com o problema de saúde pública que concerne a poluição ambiental. Porém, embora a Resolução seja razoavelmente antiga, nota-se que pouco foi realizado concretamente no combate ao ruído, haja vista o resultado mostrado nesta pesquisa, o qual deixou nítido que as oficinas pesquisadas são ambientes de trabalho insalubres.

Conclusão

Neste trabalho, realizou-se uma análise do nível de pressão sonora nas oficinas mecânicas de Luziânia. Na pesquisa de campo, percebeu-se que os trabalhadores não utilizam qualquer equipamento de segurança que os proteja da frequente exposição aos ruídos. Com a análise dos questionários, observou-se que grande parte dos funcionários, embora declarassem que sofram alguns problemas de saúde que possua correlação com a exposição aos ruídos, desconhecem os prejuízos que um ambiente laboral com alto grau de ruído pode causar.

Constatou-se que nenhum trabalhador participou de treinamentos sobre segurança do trabalho e nem mesmo as oficinas pesquisadas apresentaram programas de capacitação para os seus funcionários. O presente trabalho, por meio dos resultados apresentados, também mostrou que os valores aferidos nas oficinas mecânicas encontram-se acima do permitido pela norma NBR 10151, expondo os trabalhadores das oficinas a níveis críticos de ruídos.

Assim sendo, recomenda-se que as empresas ofereçam condições adequadas (como equipamentos de segurança) para o exercício das atribuições dos seus trabalhadores e propiciem

aos mesmos um treinamento que possa ajudá-los a prevenir doenças laborais e melhorar o ambiente de trabalho. Com isso, acredita-se que tanto as empresas como os seus funcionários terão benefícios.

Agradecimentos

Agradecemos ao CNPq pelo suporte financeiro.

Conflitos de interesse

Não há conflitos de interesse.

Referências

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2. Magrini RJ. Poluição sonora e lei do silêncio. Revista Jurídica 1995; 216: 20.

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São Paulo: Saraiva. 2000. p.123.

10. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10152: Níveis de ruído para conforto acústico. Rio de Janeiro, 1987.

11. Bistafa SR. Acústica aplicada ao controle do ruído. 1º edição, São Paulo: Edgard Blücher. 2006.

12. Gerges SNY. Ruído – fundamentos e controles. 2 ed. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2000.

13. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10151. Avaliação do ruído em áreas habitadas, visando o conforto da comunidade – procedimento. São Paulo, 2000.

14. Brasil, CONAMA. Resolução 002/90, de 08 de março de 1990. Dispõe sobre o Programa Nacional de Educação e Controle da Poluição Sonora – SILÊNCIO.

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