UNIVERSIDADE
FEDERAL
DE
SANTA CATARINA
CURSO
DE
GRADUAÇÃO
EM
CIÊNCIAS
ECONÔMICAS
A
INSERÇÃO
No
MERCADQ
DE
TRABALHQ
Dos
ECONOMISTAS
F
ORMADOS
PELA UFSC
NO
I ,
.PERIODO
DE
1990-97
Monografia
submetida ao
Departamento
de
CiênciasEconômicas
para obtenção de
carga horária
na
disciplinaCNM5420
-Monografia
'Por: Graciela
Alessandra Dela
Rocca
Orientador: Dr.
Pedro
Antônio
VieiraK
Área
De
Pesquisa:Educação
eTrabalho
Palavras-chaves : ` 1)
mercado
de
trabalho; 2) economistas; H 3)UFSC;
O Florianópolis, julhode
1999.UNIVERSIDADE
FEDERAL
DE
SANTA CATARINA
CURSO
DE
GRADUAÇÃO
EM
CIÊNCIAS
ECONÔMICAS
A
Banca
Examinadora
resolveu atribuir anota
Ô
í/Ú*W;
aaluna~Graciela
\.Alessandra Dela
Rocca na
disciplinaCNM
5420
-Monografia,
pelaapresentação
deste trabalho.
Banca
Examina\dora:V
'
Prof.
Pedro
Antônio
Vieira,Dr.
Presidente
âšzgãl
É
Q
Prof.
Helton Ricardo
O
riquesMembro
~
@zâ4z¿,,¬
Edson
Pozes
Presidentedo
CORECON
de
SC
AGRADECIMENTOS
r~
Aos
meus
pais,Amir
e Glória aquem
devo minha
existência, formação eminha
realização profissional e pessoal. -
_
A
meu
adorado filho Felipe, aquem
tantoamo.
na
Aos
meus
irmãos, Joice, Christie, Jeferson e aminha
cunhadaMaria
Elita, pelaamizade, carinho e apoio recebidos.
`
Ao
meu
orientador, aquem
tanto admiro, Prof. Dr.Pedro
Antônio Vieira, pelosconhecimentos transmitidos, pela paciência e dedicação total concedida para a elaboração
desta
monografia.
i
E
Aos
professoresdo Departamento de
Economia
pelaformação
recebida,em
especialaos professores Roberto Meurer, Sílvio Cário,
Hôyedo
N. Lins, Celso L.Weydmann
eLouis
Westphal,
devidoao
respeito e grande admiraçãoque
tenho pelo trabalho».
desenvolvido por esses profissionais. _
«
A
João Rogério Sanson, Helton Ricardo Ouriques eEdson
Pozes, pelo apoio econselhos recebidos. .
` '
.
,.
Ao
meu
queridoamigo
José RicardoM.
Dumsch,
pelo carinho e assessoria prestadana parte informática deste trabalho.
A
Marlene
Pazetodo
CORECON,
a LuísGonzaga
do
SENAC,
a Aluíziado
CAEn,
a Evelise
Elpo
Silveira, JoséMaria
Moraes,Neusa
de Souza,Mauro
Pereira, DelvinaMartins, funcionários
do
departamento deEconomia
que
tantome
ajudaram.SUMÁRIO
RESUMO
... ..viLISTAS
DE
TABELAS
... ..viiLISTA
DE ANEXOS
... .Ç ... ..viiiCapítuloI 1 .Introdução ... ..l 1.1 Metodologia ... ..3
Capítulo 11 2.
Marco
Teórico ... ..62.1. Teoria da detenninação dos salários e de seus diferenciais ... ..6
2.2. Análise clássica ... .; ... ..6
2.2.1 Teoria
do
Fundo
de
salários ... ..62.2.2. Teoria
do
Fundo
de
salários de subsistência ... ..72.2.3. Análise Marxista ... ..8
2.2.4 Análise Marginalista
Lewis
... .. 102.3. Análise Neõclássica ... .. 11 2.4 Diferenciais de salários entre ocupações, análise clássica ... .; .... .. 13
2.5. Diferenciais de salários entre ocupações, análise neoclássica ... .. 15
Capítulo 111 _ » 3.Apresentação
do
Perfil da profissão de economista e das característicasdo
cursode
economia
... .. 18 3.1. Atividadesdo
Campo
Profissionaldo
Economista... ... .. 183.1.2.A1gumas características
do
curso deEconomia
da
UFSC
... .. 193.2. Análise dos comentários sobre o curso
de
economia
... ..22Capítulo
IV
V4. Análise dos Resultados
da
Pesquisa ... ..274.1. Análise da avaliação
do
curso e os motivosque
levaram os egressos a optar pela escolhado
curso ... ..; ... ..274.1.2. Análise das atividades dos egressos ... ..29
'
4.1.3. Análise das
ocupações
exercidas pelos egressos e os cursos realizados -após a graduação ... ..3l
4.1.4 . Análise dos niveis
dos
cargos exercidos pelos egressos... .; ... ..32
4.1.5. Análise
do
tempo
médio
de inicio das atividades profissionais ... ..344.1.6.Análise da dificuldades encontradas para trabalhar
como
economistas e osmotivos pelos quais
não exercem
a profissão ... ..354.1.7. Análise comparativa entre
ocupação
e renda ... ..374.1.8 Análise das vantagens
da
formação acadêmica ... ..40Capitulo
V
~'
5. Análise
da
diferenças existentes entre os economistasdo
sexo masculino edo
sexofeminino...i ... ..41
-
5.1. Análise comparativa entre
média
de aproveitamento, níveis dos cargos ecursos realizados ... ..47
Capítulo
VI
V 6.Conclusão
erecomendações
6. 1 .Conclusão ... ..50 ` 6.2..Recomendações ...NOTAS
... ... ... ... ...s4REFERÊNCIAS
B1:BL1oGRÁ1‹¬rcAs... ... ... ... ..ssRESUMO
Este. trabalho
tem o
objetivode
estudar a inserção dos economistasformados
pelaUFSC
no mercado de
trabalho, o graude
satisfaçãoem
relação ao curso, as atividades exercidas, osganhos
salariaisque
os egressos obtiveramcom
a formação superior e analisar as diferenças existentes entre os egressosdo
sexo masculino' e feminino.Neste
sentido, inicialmente, realizamos a pesquisacom
os formados, entrevistando58 ex-alunos,
no
período de1990
a 1997.No
totaltemos
31homens
e27
mulheres.Ao
analisarmos os resultados da pesquisapodemos
constatar:.
Em
relação aocupação
principal -48,3% trabalhamno
setor privado,
48,3%
trabalham
no
setor público etemos
3,4%
de
desempregados.Não
existem diferençassignificativas entre os setores.
Quanto ao
exercício profissional34,5%
dos graduados trabalhamcomo
economistas e
65,5%
não exercem a profissão para a qualforam
habilitados.`
Quanto
aos cargos exercido nas empresas61,8%
exercem
cargos gerências ede
nível superior, contra
38,2%
queexercem
cargos de nível técnico-administrativo ede
nível intermediário. _ V~
Quanto
aexigência de nivel superior para a funçãoocupada
nas empresas,65,45%
dos egressos disseram que suas empresasexigem
nivel superior para os cargos exercidos, contra34,55%
que
disseramque
suas empresasnão exigem
nivel superior.Quanto
aos salários, existem diferenças significativos entre o sexo masculino eo
feminino.
Percebemos
que36%
doshomens
se concentram na faixa salarial de quinze avinte salários
minimos
e52%
das mulheres seconcentram na
faixa salarialde
cinco a dezsalários mínimos. ' '
-LISTA
DE TABELAS
TABELA
1- cursode
economia da
UFSC,
indicede aproveitamento
, n.°
de
formados
e
vagas
oferecidaspor
ano
... ... .... ... .... ... ... ...9TABELA
2-Economistas
formados
pelaUFSC,
n.°de formados,
n.°de
questionáriose índice
de aproveitamento
médio
de 1990
a1997
... ... ... ...TABELA
3-Economistas
que
exercem
ofexercicio profissional e osque não
exercem
as atividades profissionais ... ... ... ... ..30TABELA
4-Ocupação
dos
egressospor ano de
formatura. ... ....... ..32
TABELA
5- Níveisdos
cargos exercidospor
homens
e mulheres... ... ... ..33TABELA
6-Tempo
médio de
inicio das atividades profissionais ...... ..34
TABELA
7-
Faixade renda mensal segundo
ano
de formatura
... ... ..38TABELA
8-Comparação
de
salários entre setores ... ......38
TABELA
9-Comparação
entreocupação
erenda
obtida ...... ..39
TABELA
10-Comparaçãoventre
otempo médio
para
conseguiremprego
e o nívelsalarial obtido.. ... ... ... .; ... ... ... ... ..40
TABELA
ll- Faixade
renda mensal de
homens
emulheres por
periodode formatura
canos ooooo nøbooonno ooooooooooooo nao oooooooooooooo nos ooooooooooooooooooooooooooooooooooooo ooo ooooooooooooo uno oooooooooo ooo oooooooooo øhoooo42
TABELA
12- Níveisdos
cargos exercidospor
homens
e mulheres.. ... ...43TABELA
13-Comparação
de
renda
entrehomens
emulheres
que
exercem
o exercício profissional e osque nãoexercem, no periodode
90
....TABELA
14-
Ocupação
entrehomens
emulheres
por
setores ... ... .l,...45TABELA
15-Ocupação
dos
egressos ... ... .;... ..45
TABELA
16- Egressosque
trabalhavam
ou não
no
mesmo
lugar antesde
seformaroooouuoooo ooooooooooooooooooooooooooooooooooooo ooovnaootølo ooooooooooo 000 ooooooooooooooo ocounuouo uuuu unotonooo ooooooooooo 000046
TABELA
17-Tempo
médio
de
iniciodas
atividades profissionais,após a
LISTA
DE ANEXOS
ANEXO
1- Questionário aplicado aos egressosdo
cursode economia.
ANEXO
2-Média
de aproveitamento
dos ex-alunosde
economia...CAPÍTULO
11-1NTRoDUÇÃo
Quando
estudamos a relação existente entrefonnação
escolar, trabalho e níveissalariais, estamos partindo
do
pressupostoque há
um
valoreconômico
intrínsecono
processo educativo e este valor está embutido nos diferentes tipos de ocupações existentes.
'
Os
economistas, demodo
geral,sempre
procuraram estimar os rendimentoseconômicos
advindos de diferentes níveisde
educação.. Através de equações matemáticas,~
de
métodos
técnicos e estatísticos,comparam
as rendas recebidasem
diferentes ocupaçoes,com
o
custoque
se requer para formar o pessoal apropriado_para essas ocupações.Diversos autores,
como:
Adam
Smith,David
Ricardo, Karl Marx,John
Stuart Mill,entre outros
abordaram
em
suas obras os fatores determinantes dos diferenciais salariaisentre ocupações. Para a análise neoclássica, as
ocupações que
exigemum
maiornívelde
~
qualificaçao e treinamento representariam
um
custo maior durante,o
período deaprendizagem (representado por salários
não
pagos) ecomo
contrapartida,no
equilíbrio,trariam
uma
taxa de retornono mínimo
igual aquelaque
poderia ser obtidaem
investimentos alternativos. _\
O
interesse nestetema
surgiu justamenteno
período de aprendizadono
curso,quando
nos
deparamos
com
o
teoriado
capitalhumano. Esse
éum
discursoque
está muitoem
voga
atualmente, sendo a educação e
o
processode
treinamentoda
mão
de obra, colocadoscomo
a solução mágicapara
todos os problemas sociais. 1 Este fator acaba induzindo as(
pessoas a prosseguirem seus estudos, muitos individuos
buscam
a qualificação superiornão
porque consideram importante estudar para aprender coisas novas,
mas
sim, para terum
diploma
de
curso superior ecom
isso criam-se expectativas (verdadeirasou
não)de
~
conseguirem melhores condiçoes
no mercado
de trabalho,empregos
mais aprazíveis ebem
remunerados. Será
que
com
um
diploma de curso superior nasmãos
os egressosV
A
finalidade deste trabalho e' estudar a inserçãodos egressos da
UFSC
no mercado
detrabalho.
Mesmo
tendo disponível pesquisas correlatas a nossa,como
a pesquisa deConceição (1997), apesquisa
do
CAEn
ea
do
COFECON,
sentimo-nos atraídos pelo tema,porque
a nossa pesquisa é mais especifica e apresentauma
amostragem
mais significativaque
a apresentada nas duas primeiras pesquisas .-
A
pesquisa de Conceição é de excelente qualidade e tevecomo
objetivo verificar oO
desempenho no
2 grau dos ingressantesno
cursode
economia,bem como
também
analisaras causas da evasão e a inserção dos egressos
no mercado
de trabalho.Uma
de suasmaiores falhas foi
que não
distinguiuo
sexo dos egressos enem
o
número de
questionáriospor
ano
de formatura. `_
`
A
pesquisado
CAEn
(Comissão de Avaliação de ensino daUFSC),
foi feita poresta universidade entre 1996-97,
com
a intençãode
conhecer a realidade profissional dosex-alunos
no mercado de
traballio. Para tanto,com
base na relações dosformados
disponíveis
no
DAE
e dos endereçosque
conseguiram dos egressosno
CORECON,
foramremetidos
89
cartas-questionários.Não
querendo desmerecer a sua importância,nos
pareceque
onúmero
de questionáriosque
obtiveramde
resposta apresenta .um percentual muitobaixo para demonstrar
com
clareza a situação dos exlalunosno mercado
de trabalho .A
pesquisado
COFECON
(Conselho Federalde
Econornia)tem
umnível
maisabrangente e pretendia avaliar a situação dos economistas
no mercado
de trabalhobrasileiro. Esta pesquisa foi realizada através
dos
registros dos economistas disponíveisem
cada
CORECON.
Foram
remetidos cartas questionários para os economistas (o índicede
retorno dos
mesmos
foi de cerca de20%
por região)com
a intençãode
analisar diversosaspectos,
como
tempo
atuaçãono mercado de
trabalho, salários por ocupação, salários poridade dos economistas, atividades mais exercidas, etc.
Neste trabalho através
da
análise dos resultadosda
pesquisa desenvolvidacom
osegressos
do
curso deeconomia da
UFSC
pretendemos demonstrar :1)
a
inserção dos egressosno mercado
de trabalho, os principaiscampos
de
atuação dosegressos, as dificuldades encontradas
no
acessono mercado
de trabalho(principalmente dasatividades reservadas para os economistas) e por quais motivos não
exercem
a profissão2) os
ganhos
salariaisque
os egressos obtiveramcom
aformação
superior.V
3) analisar as diferenças existentes entre
homens
e mulheres,em
termos de faixa salarial,ocupações, cargos exercidos,
tempo
médio
de
entradano mercado de
trabalho, setoresentre economistas
que exercem o
exercício profissional e aquelesque
nãoexercem
aprofissão para saber se existem diferenças significativas entre os
mesmos.
Para alcançar nossos objetivos, foi feita
uma
pesquisa decampo
que
será detalhadaa seguir.
1.1.
Metodologia
A
pesquisa foi desenvolvidacom
baseem
fontes primárias e secundárias deinformação.
O
método
utilizado éo
descritivo comparativo.Os
dados secundáriosforam
obtidos através das relaçõesde formados
disponíveis nasecretária
do
curso,no
DAE
(Departamento de Administração Escolar) ena
COPERVE.
Os
dados
primários foram obtidos através das entrevistascom
58
ex-alunosdo Curso de
CiênciasEconômicas da
UFSC
.Adotamos
como
procedimento para as entrevistas,um
questionário padrão para melhor tabulação dos resultados,
que
aplicamos aos egressos,no
periodo
compreendido
entre1990
e 1997. `. E
Em
virtudeda
dificuldadedo empreendimento
da pesquisa(sem
apoio financeiro,pouco tempo
disponível,sem
ajudantes, endereços desatualizados)optamos
pela entrevistapessoal, pois a taxa
média
de retorno de envio de correspondência é muito baixa. cUtilizamos várias formas
de
contatocom
os egressos, telefone, fone-fax, e-mail, entrevistas pessoais, todavia aforma
mais utilizada foio
contato telefônico, pois representou ganhos significativosem
termos deeconomia
detempo
ede
deslocamento..q
Foram
55 tentativas de localizaçãode
endereço(chamadas
telefônicas)mal
mudado
de
endereço,ou
voltaram para suas cidadesde
origens.Conseguimos
a informaçãosobre
o
paradeiro de 5 egressos,um
estámorando
em
Curitiba, outroem
Blumenau,
outramora
em
São
Paulo, outramora
em
Goiás e outratrabalhacomo
economistaem
Criciúma,o
que dá
uma
idéiado
graude
mobilidade ede
como
é dificil a elaboraçãode
uma
pesquisa deste tipo _No
totalforam
113 chamadastelefônicas(sem
considerarque
para a maioria dasentrevistas efetuadas foram feitos mais de
um
contato); foram localizados alguns egressos atravésde
contato entre osformados
(alguns egressosmantém
amizade entre si), através dalista telefônica (que mostrou-se
uma
alternativa inviávelporque
a grande parte dos egressosnão
possui telefoneem
seunome)
e através dos registrosdo
CORECON
(24 entrevistados).Tínhamos
como
objetivo entrevistar20%
dos egressos, não conseguimos atingir essenúmero, porque deixamos de receber vários fax e e-mail.
Também
nãoconseguimos
uma
distribuição linear de amostragem, existindo
uma
irregularidade entre os anos.É
oportuno observarque
a nossa pesquisa apresentaum
viés porque amaior
partedos entrevistados mora'
na
regiãoda
grande Florianópolis (somente três entrevistadosmoram
em
outras cidades,uma
mora
em
Curitiba, outraem
Chapeco
e outro trabalhaem
Rio
do
Sul) etemos
um
percentual altode
associados aoCORECON
(41%
dospesquisados pois
em
virtudedo tamanho
da amostra, foi essencial buscar fontes altemativasde atualização de endereço).
O
percentual de egressosda
UFSC
associadosao
CORECON
é baixo,
dos
formados de1990
a1997
somente20%
tem
registro na entidade (78/388).Deve
ficar claroque não temos
a pretensãode
analisaro mercado
de trabalho doseconomistas formados
em
Santa Catarina,mas
sim, a situação profissionaldos econornistaformado
pelaUFSC,
que
descompromete
a pesquisade
possíveis erros estatísticos,porque
não estamos
afirmando que
a realidadedo mercado de
trabalho catarinense seja aque
estásendo mostrada nos dados obtidos
com
a pesquisa. 'Para avaliarmos a representabilidade e confiabilidade das infonnações obtidas
com
os 58 entrevistados, deve-se levar
em
conta,que
O
CAEn
pesquisou os fonnadosde
1990-96
ecom
baseem
18 respostasde 89
questionários enviados (só consideraram onúmero
dez~
obteve
um
êxito considerável neste sentido, pois eqüivale a dizer que obtivemos51,33%
de respostas
bem
sucedidas (dividindo 58/ 113 ).Mas
para efeitos de análise conseguimosuma
amostra de15%
(58/388). ,No
capitulo ILapresentamoso marco
teóricoque
daráembasamento
a este trabalho;no
capítuloHI o
perfilda
profissão edo que
seria ocampo
de atuaçãodo
economistas, correlacionadocom
os resultadosda
pesquisa,bem como
também,
algumas característicasi
É
do
curso deeconomia
daUFSC
e a análise dos comentários que os egressosfizeram
sobreo curso
de
economia;no
capítuloIV
apresentamos os resultados da pesquisa desenvolvidacom
os egressoscom
suas respectivas análises;no
capítuloV
analisamos as diferenças existentes entre os economistasdo
sexo masculino edo
sexo feminino,em
termosde
faixasalarial, cargos exercidos,
tempo médio
de entradano mercado
de trabalho, setores eno
CAPITULO
II
2.
MARCO
TEÓRICO
Neste-capítulo temos
como
objetivo apresentar a base teóricaque
daráembasamento
a este trabalho. Pretendemos apresentar as análisesque
os economistas clássicosfizeram
referenteaos salários e aos fatores determinantes dos diferenciais salariais entre ocupações, até
chegarmos
a teoria neoclássica e a sua concepçãode
capitalacumulado ou
capitalhumano.
A
exposição setoma
necessáriaporque
nas obras dos economistas clássicos estão as basesconceituais
da
teoriado
capitalhumano.
*2.1.Teoria
da Determinação
dos
Salários
e
dos Seus
Diferenciais
Segundo
a análise clássica os salárioseram
rígidos e determinados pela interaçãoentre a oferta e
demanda de
mão
de
obra, pelos preçosdos
bens de primeira necessidade e pelo crescimento populacional.3 ."
Na
análise neoclássica ocorreo abandono da
idéiade que
os salários seriam rígidos.Para os economistas neoclássicos,
o
preço deuma
mercadoria seria 'determinadoem
fimção
de sua utilidade marginal,
ou
satisfaçãodo
consumidor.Então
para oempregador, o
valordo
trabalho por ele adquirido consistiano
produtoque
ele produzia,ou
seja, aremuneração
da
mão
de
obra iria variarde
acordocom
a sua produtividade marginal.Neste
sentido ossalários
mediam
simplesmenteo
valor dos serviços prestados pelamão
de obra.2.2.
ANÁLISE
cLÁss1cA
A
teoriado
fimdo
de salários partiado
pressupostoque
existiaum
fundo destinadoao
pagamento
de salários, fitndo constituído pelos rendimentos dos capitalistas e pela rendada
terrado
período anterior.Uma
vez constituídoo
fimdo,
os salários iriam dependerda
oferta e
demanda
demão
de
obra (ou capital e população)._ Para Smith (1983:94)
o
saláriodo
trabalhador deveria ser suficiente para a suamanutenção
e a de sua família.O
que
regulava esse fator era essencialmente a oferta edemanda
de
trabalho e os fiindos destinados aopagamento de
salários: -“A
demanda de pessoas que vivem de salário só pode aumentar na medidaem
que aumentamos
fundos destinados ao pagamento de salários. Esses fundos são de dois tipos: primeiro, a renda que
. vai além do necessário para a manutenção; segundo, o
excedente do cabedal necessário para os
respectivos patrões manterem seu negócio” '
i
Smith (1983:94-95) demonstra a importância
de
aumentar a riqueza da nação e suacorrespondência positiva
em
relação aos salários:“a demanda de assalariados necessariamente cresce
com
o aumento da renda e do capital deum
país, não sendo possível o aumento sem isso.
O
aumento da renda e do capital é o aumento dariqueza nacional.
A
demanda de assalariados, portanto naturalmente aumentacom
o crescimentoda riqueza nacional, sendo simplesmente impossível quando isso não ocorre” *
'
No
capítuloX
de sua obra, Smith irá tratar dos fatores determinantesdos
diferenciais salariais entre ocupações,
tema que
seráaprofimdado
no
decorrer destetrabalho. -
2.2.2
TEORIA
DO FUNDO
DE
SALÁRIOS
DE
SUBSISTÊNCIAS
A
teoriado
fundode
saláriosde
subsistência tinhacomo
principal pressupostoque
salários e população
atuavam
como
força equilibrante.No
que
se diz respeito aos salários,o
resultado é
que no
longo prazo, por força desse efeito eles deveriam manter'-seem tomo
de
Ricardo (1982:8l)
no
capítuloV
de sua obra, inicialmente fazuma
distinção entrepreço natural dos salários e
o
preçode
mercado:“o preço natural é aquele necessário para permitir aos trabalhadores,
um
com
o outro, subsistire
perpetuar a sua raça, sem aumento ou diminuição... o prwo de mercado é aquele resultante da
interação natural entre a oferta e a demanda ”. '
Os
salários aumentariam e diminuiriam essencialmente por dois fatores: 1) pelopreço
dos
alimentos, necessidades,comodidades
exigidas para amanutenção do
trabalhadore de sua família e 2) pela oferta e
demanda
de trabalhadores.A
relação entre salários e população é então colocada por Ricardo (1982:82) nosseguintes termos: V
“quando o preço de mercado da
mão
de obra supera o seu preço natural, o que significa que a condição do trabalhador é próspera e feliz, que ele tem o poder de adquiriruma
proporção maior_ das necessidades e comodidades da vida e portanto ter urna
família saudável e numerosa.
Entretanto, quando o número de trabalhadores aumenta, pelo incentivo que maiores salários dão
ao crescimento populacional, os salários se reduzem ao seu nível natural e algumas vezes caem
até
mesmo
abaixo dele poruma
reação mais acentuada” -A
teoria ricardiana ressaltacom
clarezaue
“P
or mais Clue
oP
re Ço do mercado
possa desviar-se
do
preço natural, ele tende a igualar-se a este,como
ocorrecom
as demaismercadorias”(ibidem,l982:56), os salários
não poderiam
crescersem
diminuir o lucro doscapitalistas.
Percebemos na concepção do
autor a idéiado
trabalho acumulado,segundo
aqual, as variações de valor
decorrem do
valor relativo das mercadoriasque
seriamdeterminadas pela maior
ou
menor
quantidadede
trabalho necessário para produzi-la,ou
seja, os salários dos trabalhadores seriam determinados pela maior
ou menor
quantidadede
trabalho acumulado. Neste caso, então trabalhosmais dificeis teriam
como
contrapartidaum
salário maior. A
2.2.3.
ANÁLISE
MARx1sTA
Em
nossa opiniãoMarx
apresentauma
das análises mais completas e consistentesMarx
inicialmente fazuma
distinção entreo
valordo
trabalho eo
valorda
forçade
trabalho.
O
que o
saláriopaga não
éo
valordo
trabalho,mas
sim,o
valorda
forçade
trabalho, nas suas palavras:
“o que o
operário vendenão
é diretamenteo
seu trabalho,mas
sim
o
valor da sua forçade
trabalho, cedendo temporariamente ao capitalistas o direitode
dispor dela”(Marx, 1986: 159)
Ao
vender a sua forçade
trabalho o trabalhador perdeno
momento
em
que
começa
trabalhar
o
seu trabalho, este jánão
lhe pertence mais e portantonão pode
ser maisvendido por ele.
O
trabalho é a substância e amedida
imanente dos valores,mas
elemesmo
não
tem
valor. V-
Na
análise deMarx
(1988:124) o» valordo
trabalho é apenasuma
expressão irracional para o valorda
forçade
trabalho,o
valordo
trabalhotem de
sersempre
menor
que
seu produto valor, poiso
capitalista sempre faz a forçade
trabalhoñmcionar
por maistempo
queo
necessário para a reproduçãodo
seu valor. Pode-se perceberque
Marx
em
sua análise introduzum
elementoque
corporifica a exploraçãodo
trabalhador, poisao
dizerque
o
trabalhador produz algo a maisque
não recebe, está falandoda
mais valia. z~
Com
o desenvolvimentodo
modo
capitalista,de produçao
e da força produtivado
trabalho,
o
capitalistaconsegue
colocarem
açãouma
maior quantidadede
trabalho,com
amesma
quantidade de capital variável, pois passa a explorar mais intensivamente as forçasde
trabalho individuais. Az
Nas
palavras deMarx
(1979:738):
'_
“ele (capitalista) compra mais forças de trabalho
com
amesma
quantidade de capital; aosubstituir progressivamente trabalhadores qualificados por trabalhadores menos hábeis,
mão
deobra amadurecida por
mão
obra incipiente, a força de trabalho masculina pela feminina, a adulta pela dos jovens ou crianças” p...(idem,738) o trabalho excessivo da parte empregada da classe trabalhadora engrossa as fileiras
de seu exército de reserva, enquanto inversamente a forte pressão que este exerce sobre aquela,
Os
movimentos
de salários seriam então regulados pelo exército industrialde
reserva e pela habilidade e destreza dos trabalhadores
em
detemiinada espécie de trabalho: “pela expansão e contração do 'exército industrial de reserva correspondentes às mudançasperiódicas do ciclo industrial. Não são portanto determinadas pelas variações do número
absoluto
da população trabalhadora, mas pela proporção variável
em
que a classe trabalhadora se divide'
em
exército industrial da ativa e exército da reserva, pelo acréscimo e decréscimo da magnitude
relativa da supetpopulação, pela extensão
em
queom
é absorvida , oia e' h`berada”(idem,739)“Pela habilidade e destreza
em
determinada espécie de trabalho, e para que se tome a força detrabalho desenvolvida e específica, é mister educação e treino, que custa
uma
soma maior oumenor de valores
em
mercadorias. Esta soma varia de acordocom
o nível de qualificação da forçade trabalho; Os custos de aprendizagem, ínfimos para a força de trabalho comum,
entram
portanto no total dos valores despendidos para a sua produção”(idem, 192)
Então
conclui-seque
trabalhadores mais qualificadosdemandam
maiortempo
de
trabalho para a formação de sua força de trabalho epor
isso está força detrabalho terá
uma
maior valor de troca,
que
se expressaem
salários mais altos. '‹
2.2.4 .
A
ANÁLISE
MARGINALISTA DE
LEWIS:
i
Para
Macedo
(l982:75) a escola marginalista'
surgiu
numa
tentativa de explicar esuprir as deficiências da escola clássica.
Lewis
(apud,Macedo,l982:76-77)
em
sua linhade
análise, apoiando-seno
enfoque clássico desenvolveu um'modelo
teóricode
desenvolvimento
econômico
dentro das condições tipicamente enfientadas porum
grandenúmero
de
países pertencentesao
TerceiroMundo.
Pode-se
dizerque na
essência,o que
severificava era a idificuldade
de
tratar de problemasde
subemprego,desemprego
e baixossalários, típicos de países
em
desenvolvimento dos dias atuais, à luz deum
esquema
teóricoque dá
a entender que:_
o desemprego é explicado pela relutância dos trabalhadores do lado da oferta de
mão
de obra,em
aceitar os salários determinados pelo mercado, e que estes são baixos exclusivamente,em
razão da reduzida produtividade da
mão
de obra associada à incipiente acumulação de capital.Outra causa do desemprego e do subemprego enfatizada também pelo enfoque neoclássico, seriao conjtmto das distorções introduzidas pelo govemo, elevando o custo da
mão
empresários, na forma de salários mínimos e de impostos e taxas sobre a folha de pagamento,
conduzindo assim, do ladoda demanda de
mão
de obra admitida como sensível a esses a essescustos,
uma
menor absorção demão
de obra no processo produtivo”O
primeiro elemento, seria representado pela relutância dos trabalhadoresem
aceitar
o emprego
a salários mais baixos,toma-
se inconcebível imaginarque
num
paísonde
o
nivel de pobreza é alto, queum
indivíduo possa optar entre trabalhar enão
trabalhar.
O
segundo elemento resultaria da premissaque
foi bastante discutidaem
1998 de
que
seo
govemo
reduzisse os encargos trabalhistaso
plenoemprego
seria alcançado. 5A
As
observaçõesde Lewis
(apud,Macedo,l982:78)
quanto esses dois elementosda
teoria
do
salário de subsistência, sededuzem
a partirde
'suas 'consideraçõessobre a naturezae as fontes
da
oferta ilimitada demão
de obranos
paisesem
desenvolvimento.“A
oferta ilimitada demão
de obra existe, ...naquelas paises onde a população e'tão grande
relativamente ao capital e recursos naturais que há extensos setores da economia onde a
produtividade marginal do trabalho é negligivel, zero ou
mesma
negativa”i
Para
Macedo
(1982:79)Lewis
adicionauma
padrão mais objetivo para a análisedo
salário
de
subsistência,ou
seja: '“o salário que ao setor capitalista
em
expansão tem que pagar é determinado poraquilo que as
pessoas podem ganhar fora do setor (...) outra coisa é dizer que esse salário deve guardar
uma
associação com a produtividade da mão de obra na origem do excedente, já que esta não estará
. disposta a aceitar o emprego no setor capitalista para ganhar menos que
poderia obter fora dele”
Os
salários de subsistências dependeriamda
sobrevivênciade
um
setornão
capitalista,
que
oferecendo oportunidadesde
trabalho,além
das oferecidas pelo setor capitalista condicionaria os níveismínimos
deremuneração
oferecida pelo último.2.3.
ANÁLISE
Nr:ocLÁss1cA
__
A
teoria neoclássica está fundamentalmente baseadana
analise do,comportamento
nível é irrestrita. Admite-se
que o mercado
atuaem
concorrência perfeita. Tantodo
ladoda
oferta
como
do
ladoda
demanda,nenhum
agente é suficientementepoderoso
paradetemiinar por si
mesmo
a fixação de salários.Para os economistas neoclássicos os salários seriam
pagos
pelaprodução
corrente edeterminados pela contribuição de cada trabalhador ao processo produtivo, embutida
no
conceito
de
produtividade marginal. l“Na análise neoclássica o mercado estará emequilrbrio quando, o valor do salário coincidir
com
ovalor da produtividade marginal do trabalho, não podendo esta prescindir do lado da oferta.
Como
a firma toma os preços do mercado como dados ao nível da empresa, a demandarepresentada pelo valor da produtividade marginal determina apenas nível de emprego”
(Maoedol982:115)
A
curva de ofertade
mão
de obra será positivamente inclinada,ou
perfeitamenteelástica,
porque
quanto maiores forem os salários, maior seráo
número
de
trabalhadoresque
desejam adentrar aomercado
atraídos pela perspectiva de rendimentos elevados.A
curva dedemanda
demão
de
obra será negativamente inclinada,ou
inelástica,porque
supõe-se que a produtividade marginaldo
trabalho decrescequando
mais trabalho éempregado.
As
firrnas estariam dispostas a pagarum
salário real igualao
valordo
produtomarginal
do
trabalho. Este pontopode
ser_ esclarecido pela lei -dos rendimentosdecrescentes:
Q
“A
lei dos rendimentos decrescentes informa que a medida que aumenta o uso de determinadofator de .produção (mantendo-se fixos os demais insumos) chega-se a
um
pontoem
que aprodução adicional obtida eventualmente decreseerá. Quando o insumo
mão
de obra é pequeno (eo capital é fixo) pequenos incrementos de insumo
mão
de obra geram substanciais adiçõesem
volume de produção, à medida que os fimcionários são admitidos para desenvolver tarefas
especializadas. Eventualmente, entretanto, a lei dos rendimentos decrescentes entra
em
ação.Quanto houver funcionários
em
demasia, alguns se tomarão ineficientes e o produto marginal do'
insumo
mão
de obra apresentaráuma
queda”( Pindyck&
Rubinfeld, l99l:.226)Dobb
(l966:.'l1 l),em
sua crítica aos neoclássicos, argumentaque
a doutrinaque
osmesma,
nenhum
significado real, pois para calcularo
produto líquido precisamos considerarcomo
líquidas e certas todas as despesasde produçao da
mercadoriaem
que
ele estátrabalhando, excluídos apenas os seus salários .
“É sempre importante ter
em
mente que o produto líquido marginal demão
de obra depende nãosó da oferta da
mão
de obra, mas também da oferta de todos os outros fatores de produção. Ora sea
mão
de obra for o fator relativamente escasso e os outros fatores forem abundantes, o produtolíquido da
mão
de obra será elevado, e a concorrência pelamão
de obra a colocaráem
condiçõesde exigir
um
preço elevado. Por outro lado, se o capital exigir urna taxa elevada de juros e forescasso, constituirá
um
fator de compressão do produto marginal damão
de obra e do nível dossalários, sobretudo se for grande o número de pessoas desejosas de trabalhaf'(Dobb, l966:l1 1)
2.4.
DIFERENCIAIS
DE
sALÁR1os
ENTRE
ocU1›AÇÕEs,
NA
ANÁLISE
cLÁss1cA
rSmith (1983:l17-123)
no
capítuloX
de sua obra,enumera
cinco fatoresque
determinam
os diferenciaisde
salários entre ocupações, esses fatores se integramnuma
visãode
concorrência perfeita ecom
mobilidade entre as ocupações.Cada
*ocupaçãoapresenta vantagens
ou
desvantagensdo
pontode
vistado
trabalhador e os diferenciais desalários variam de acordo
com
as circunstânciasou
fatores inerentes de cada ocupação.Um
salário maior corresponde então a
uma
compensação
pelo maior nívelde
desvantagensrelativamente às vantagens
que
apresentam . .1° fator apresentado
por
Srnith é a condição de trabalho decada
ocupação,manifestada por vários aspectos (fácil
ou
dificil, limpaou
suja, perigosaou
não) e aproposição
de
que os salários serão tanto mais altos quanto mais desagradável for exercê-la.Neste caso profissões
como
“bombeiros,. policiais, lixeiros, garis, etc.” deveriam teruma
remuneração
bastante elevadas2° fator é o grau
de
facilidadeou
dificuldadeda
profissão eo
custo envolvidono
processo de aprendizado
da
ocupação, tanto unscomo
outra, influindo positivamente nadetemiinação dos diferencias
de
salários correspondentes;Assim
tanto aeducação
formalocupações onde não
fossem exigidos (esta é a baseda
teoriado
capitalhumano, que
serádiscutido mais profundamente neste trabalho)
3° fator é
o
grau de estabilidadeda
relação emprego, profissões sazonaisou
trabalhadores ocasionaiscomo
pedreiros, carpinteiros, bóia-fiiasque
nem
sempre
podem
trabalhar, pois
tem
a sua atividade dependentede chamadas
periódicas por parte dosque
procuram
seus serviços, deveriam receber salários quedevem
mantê-losnão
sóno
periodode
ociosidade,mas
de compensá-los pelas incertezas de sua ocupação. .4° fator é
o
grau de responsabilidade assumida pelo empregado. Joalheiros e ourives são citadoscomo
exemplos deocupações
em
que
a responsabilidade por valores envolvidosé
recompensada
por maiores salários.Neste
caso,quem
trabalhana
“casada
moeda”
deveria receber salários altíssimos.65° último fator explicativo
de
diferenciais de salários é a probabilidade de sucessoou
insucesso na respectiva ocupação. Profissõescomo
advocacia, medicina e artes(poderíamos neste caso enquadrar os economistas) ,
onde
muitos fracassam epoucos
têm
sucesso, estes últimos
acabam
recebendouma
recompensa
tidacomo
extraordinária,porque
que envolve o risco envolvido
na
escolha..
Com
exceçãodo
terceiro fator (grau de estabilidadeem
relaçãoao emprego)
ascausas
de
diferenciais apontadas por Smithatuam
do
ladoda
ofertade
mão
de
obra.Mill (1988:65)
concordando
que o
capituloX
da
obrade
Smith apresenta amelhor
exposição
que
conheceem
tennosde
diferenciais de salários até então realizada, entendeque
sua análise é apenas parcialmentebem
sucedida. Ele separa os cinco elementosapontados por Smith
em
duas grupos.No
1° grupo,que
se refereao
aspectode
diferenciaiscompensatórios
do
exercíciode
uma
ocupação
menos
agradável, ele aponta (l988:67):“Os trabalhos realmente cansativos e realmente repugnantes
em
vez de serem maisbem
remunerados do que os outros, quase invariavelmente são os menos
bem
remunerados de todos, eisso pelo fato de serem executados por aqueles que não têm outro alternativa (...) quanto mais
aos mais impotentes e rebaixados, àqueles que, devido à pobreza, ou devido à falta de qualificação
e instrução, são excluídos de todos os empregos”.
Quanto ao
2°grupo que
se refere ao aspectoda
educação e treinamento,bem
como
da
graude
responsabilidade envolvidoem
cadaocupação
o
autor (l988:69) esclarece:“a superioridade da remuneração não é conseqüência da concorrência mas
da ausência dela; nãoé
uma
compensação por desvantagens inerentes à profissão, masuma
vantagem extra-uma espéciede preço de monopólio, efeito de
um
monopólio não legal, mas comumente denominado demonopólio natural”
2.5. 1›n‹¬1‹:nENc1A1s
DE
sALÁR1os
ENTRE
ocUPAÇÓEs
_ABQRDAGEM
NEocLÁssrcA
A
idéia éque
as ocupaçõesque exigem
um
maior nívelde
qualificaçãopressupõem
um
custo maiorem
termos de treinamento e de rendanão
recebida duranteo
periodoem
que
esse treinamento é realizado, seja viaeducação
formal, sejana
própria atividadeexercida.
A
educaçao teria então as característicasde
um
investimentoporque
os custos representados pela educação, teriamque
trazeruma
taxa de retorno igual àquelaque
poderia ser obtidaem
investimentos alternativos,ou
seja, deveria elevar futuramente arendas
dos
alunos .”
“... as ocupações que exigem maior nívelde qualificação receberiam
um
diferencial de saláriosrelativamente às não qualificadas, diferencial esse que cobriria os referidos custos de-treinamento
mais, o retorno no investimento realizado” (Macedo,1982: 1 17) V __
Macedo
(1982:117) concluique
o
conceitode
capitalhumano
reverte totalmente as idéiasde
Ricardo eMarx,
nas quaiso
capital representa intrinsecamente trabalhoacumulado.
No
conceito de capitalhumano, o
trabalho qualificado passa a capitalacumulado, e sua contribuição
no
processo produtivo éremunerada de forma
correspondente aquela atribuída
ao
capitalque
participado
processo produtivo sob aforma de
máquinas, equipamentos, etc._
O
trabalhador qualificado receberia maisporque
a sua remuneração, relativamentehumano
que o
trabalho qualificado incorpora. Admite-setambém
que
a habilidade dosindivíduos
em
desempenhar
estaou
aquelaocupação
refletetambém
diferenças inatas entreos indivíduos que,
somadas
àquelas adquiridas viaeducação
fonnalou
treinamentona
função,determinam o
seu capitalhumano
e a sua participaçãona
repartiçãodo
produto.`
O
problema é colocadosempre
no
ladoda
oferta,o
trabalhador está colhendo osfrutos
de
suas habilidadesou
inabilidades este éo
princípio básico da meritocracia.“Ao sugerir que as desigualdades de salários detenninadas pelo lado da demanda são transitórias,
e que as desigualdades relevantes são aquelas ditadas pelas habilidades inatas ou pelas adquiridas via treinamento, a teoria neoclássica limita as políticas corretivas aquelas formuladas para a atuação do lado da oferta de
mão
de obra”(Macedo,l982:l22) -Salm
( 1980149-51) construiuuma
critica bastante coerente contra teoriado
capitalhumano,
em
seu livro “Escola e Trabalho”. Ele partedo
pressupostoda
fragilidadedo
argumento que
mais educação é condição necessária e suficiente para alcançar maioressalários.
Nas
palavrasdo
autor (Salm, 1980,49-50):“Os defensores desse princípio partem da idéia que o mercado de traballio segmentado.- Grosso
modo, teríamos
uma
primeira divisão entre mercados primários e secundários ou organizados enão organizados. Uns oferecem maior estabilidade ou possibilidades de treinamento e ascensão,
ao contrário dos outros, onde predominam ocupações -precárias de baixa remuneração e sem
perspectivas.
E
dentro do setor primário teriamosum
segmento independente,com
posições demando que exigem tomadas de decisões e outro subordinado, onde as tarefas seriam rotinizadase
executadas sob constante supervisão” '
_
Então
daforma
como
a estrutura ocupacional esta determinada,não
adiantariaexpandir
o
sistema educacional pois os egressosdos
cursos superiores, dadas as barreirasque
encontrariam não teriamcomo
materializaro
eventual potencial produtivo adquiridona
escola.
A
teoriado
capitalhumano
pecaria paraSalm
(l980:50) íno
rnínimo poringenuidade ao postular
que o
investimento feito pela pessoa.ao
educar-se seria garantia depromoção
no mercado de
trabalho. `_
¿
O
que
é importante ressaltar é queem
nenhum momento
autor critica o produtocredenciais.
Ou
seja, háuma
hierarquia rígidade
cargos definidos aos quais os candidatos seapresentam
em
fila,com
seus títulos escolares, e a gerência escolhe os mais credenciados.O
sistema educacional seria apenas
um
imensomecanismo
de triagem e seleção utilizadospelas empresas.
As
credenciais escolares significariam para os empregadoresque
os candidatos aemprego
que
atingem os níveis mais elevadosno
sistema educacional estádando
provas deque
se sairábem
no
emprego: será mais treinável, aceitará as regrasda
meritocracia.Enfim,
a escola produziria os mais variados-traços de personalidade
que
aempresa
exige.Poderíamos
partir parao
cinismo e responsabilizarsomente
os indivíduos pelo seus insucessos profissionais.CAPITULO
III
3.
APRESENTAÇAO
DO
PERFIL
DA
PROFISSAO
DE
ECONOMISTA
E
DAS
CARACTERÍSTICAS
DO
CURSO DE
ECONOMIA
Neste
capitulotemos
como
objetivo descrevero
perfil da profissão edo que
seriao
campo
de
atuaçãodo
economista, associandoo
mesmo com
os resultadosda
pesquisa,iremos
também,
apresentar algumas característicasdo Curso
de CiênciasEconômicas da
UFSC
e a análise dos comentários que os egressosfizeram
sobreo
cursode
economia.3.1.
Atividades
do
campo
profissional
do
economista
As
atividadesdo
campo
profissional,segundo
o
código de éticada
profissãodo
Cofecon, exercem-se na órbita pública e na órbita privada.
Podemos
exemplificá-lascomo:
1. Planejamento, projeção,
programação
e análise econômico-financeira
de
investimentos efinanciamentos de qualquer natureza (assessoria a empresas e instituições financeiras ).
2. Estudos, Análises e Pareceres pertinentes à
Macro
e aMicroeconomia
I3. Projetos
de
desenvolvimento e crescimentoeconômico
e social4. Estudos os sobre
mercados
financeiros ede
capitais, investimentos, poupança,moeda
ecrédito, financiamentos, operações financeiras e orçamentos;
5. Estudos sobre
o
emprego, política salarial, custo'de
vida,mercado de
trabalho e deserviços;
7. Auditoria.
8.
Área
empresarial9. Política
10. Licenciatura- escolas públicas e privadas
11.
Pós Graduação
Em
nossa pesquisapercebemos que
atémesmo
aquelesque
nãoexercem
diretamente
o
exercício profissional, indiretamente estão utilizando os conhecimentosadquiridos sobre a área econômica.
Podemos
destacar que:onze fazem
análisede
investimentos e de aplicações financeiras,quatorze fazem
pesquisasde
mercado,onze
fazem
pesquisa e diagnósticos econômicos, vinte eum
fazem
análise administrativa eprogramação
contábil das empresas, seteexercem
a docência, sendoque temos
dois professoresque
trabalhamem
universidades públicas e cincoque
trabalhamem
universidades privadas, dois prestam serviços de assessoria, dois trabalham na área
de
perícia, dois trabalham
na
áreade
auditoria ,temos
três empresários e três mestrandosque
estão cursando
o
curso de mestradoda
UFSC.
u3.1.2-
Algumas
características
do cursode
Economia
da
UFSC
O
curso de CiênciasEconômicas
teve sue inícioem
1° demarço de
1943com
amatrícula
de
vinte eum
alunos.Ao
colarem grauem
1945, tornaram-se a primeiraturma de
Bacharéis
em
CiênciasEconômicas do
Estado de Santa Catarina. 'Pelo decreto lei n.°
7988
,de 22
de setembrode
1945, foi transformadoem
cursode
CiênciasEconômicas da
Faculdade de CiênciasEconômicas
de Santa Catarina, sendoposteriormente reconhecido pelo decreto n.°
34994 de 28 de novembro de
1955.Com
acriação
da
Universidade Federalde
Santa Catarina, pela Lei n.°3849
de 18de dezembro de
No
dia 1° demarço de 1999 quando completou 56
anos,
o Curso de
CiênciasEconômicas
da
UFSC
haviaformado
maisde
2000
alunos. Atualmente cercade 750
alunos estão efetivamente matriculados
em
seusCursos
Diurno eNotumo.
Ainda que não
formalmente,o
curso deeconomia
está subordinadoao
Departamento de
Ciências Econômicas. Isto quer dizerque
a competência, a preparação eadedicação dos professores
do
departamento são determinantes para a qualidadedo
ensino.Neste
sentido cabe dizerque o
departamento contacom
cercade
40
professores dosquais a' grande maioria
com
dedicação exclusiva.,
Em
termos de titulação a situação é a seguinte:temos
dezessete doutores, trêsdoutorandos e vinte e
um
mestres.Nos
'últimos anos, pode-se perceberque
a qualificação técnica e científicado
corpodocente se elevou consideravelmente, talvez se distanciando, neste sentido, das
características e dos interesses dos alunos,
que
como
se verá mais adiante, estãomas
voltados para as exigências práticas requisitadas pelos empregadores.
O
cursode
economia-da
UFSC,
tradicionalmente apresentaum
baixo índicecandidato vaga.
De
1990
a1997 o
ICV
(índice candidato vaga) apresentouuma
tendênciaoscilante,
com
períodos de crescimento e decrescimento paraambos
'os periodos.'V
Foram
oferecidas1420
vagasno
períodocompreendido
entre1990
a1997
eformados
388
economistas, pode-se perceberque
muitos alunos entramno
curso epoucos
chegam
a conclui-lo.O
que
é importante ressaltar éque não temos
a intençãode
analisar ascausas
da
evasão enem
muitomenos
o desempenho
dos alunosdo
curso .de economia,mesmo
porque
está pesquisa já foi desenvolvidano
curso' Entretantonada nos impede de
afirmar que
muitos dos alunosque
entraramno
curso, sentiram-se atraídos pela facilidadeO
indicede
aproveitamentomédio
dos alunos deeconomia
é regular, apresentandopequenas
oscilações ao longodos
anos.Conforme
CONCEIÇAO
(1997:44):“os alunos do curso de Ciências Econômicas apresentam a menor média de desempenho no
vestibular
em
comparaeiocom
os alunos de Ciências Contábeis, Administração, Direito,Medicina, Odontologia e Engenharia mecânica.
O
curso de Ciências Econômicas apresentou» noperíodo analisado (1992 a 1995) o maior índice de abandono”.
A
'
TABELA
1 -Curso
De
Economia
Da
UFSC
Índice Candidato Vaga,
N.”de
Formados
eVagas
Oferecidaspor ano
Índice/ano
1990
1991
1992 1993 1994 1995 1996 1997
ICV-diumo
2,8 23,1, ___1,7 W 2,3 1,9 ,_4,0__1,1'
_V”5,8ICV-notumo
5,0 4,2 3,0 2,8 3,8 3,4 f 4,3 3,6vagas
oferec 160 .180 180 180 180 180 _180 180formados
5845
52
46
38
57
42
50
_form/vagas%
36,0 2s,o32,5
25,5 23,7 31,7 23,5. 27,7fonte :
Coperve
e relaçãode formados
disponívelna
secretáriado
Curso.TABELA
2
Economistas
Formados
PelaUFSC,
11.”de
formados
, n.°de
'
questionários e índice
de aproveitamento
médio de
1990 a 1997
all0