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A Bela ou a Fera? Influência da personalidade e da atratividade em um speed-dating

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE BIOCIÊNCIAS

DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA E COMPORTAMENTO

ADRIELLY MARCELA DE CASTRO DO NASCIMENTO A Bela ou a Fera?

Influência da personalidade e da atratividade em um speed-dating

NATAL - RN Dezembro de 2017

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ADRIELLY MARCELA DE CASTRO DO NASCIMENTO

A Bela ou a Fera?

Influência da personalidade e da atratividade em um speed-dating

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Bacharel em Ciências Biológicas.

Orientadora: Profª Fívia de Araújo Lopes Co-orientadora: Ma. Jéssica Janine de Oliveira

NATAL - RN Dezembro de 2017

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ADRIELLY MARCELA DE CASTRO DO NASCIMENTO

A Bela ou a Fera?

Influência da personalidade e da atratividade em um speed-dating

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Bacharel em Ciências Biológicas.

O trabalho foi considerado ___________________ em: _____ de _________ de ______.

BANCA EXAMINADORA:

_________________________________________________________ Professora Doutora Fívia de Araújo Lopes - DFS/CB - UFRN

(Orientadora)

_________________________________________________________ Professor Doutor Felipe Nalon Castro – DFS/CB - UFRN

(Titular)

_________________________________________________________ Professor Doutor Diego Macedo Gonçalves - Psicologia/UnP

(Titular)

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A todos aqueles que não desistem da ciência, mesmo nos tempos difíceis.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a minha família, ao meu avô Manoel Laurindo, aos meus pais, Adenilza e Edinaldo e a minha tia, Angela Cristina, por todo apoio durante toda minha trajetória acadêmica, me mostrando que a educação sempre foi a única coisa que podiam me deixar. A minha irmã, Ana Luiza, obrigada por sempre estar lá para mim, independente da hora ou do dia.

Agradeço à minha (des) orientadora, Fívia Lopes, por desde o início aceitar a ideia deste projeto, por todos os conhecimentos passados e todos os abraços de “vai dar certo”. Também agradeço à minha co-orientadora, Jéssica Janine, por todo o suporte desde o início da ideia, por todas as correções mesmo na madrugada e por me escutar e acalmar toda vez que em que achei que não iria conseguir, sem ela esse projeto não teria ocorrido.

Às colegas do LECH por todas as mensagens de apoio e por toda prontidão na ajuda, especialmente a Jade e a Elenice que participaram das sessões e a Daniella que desde que o projeto era uma ideia simples esteve me ajudando. Também agradeço a Emanuela por todo o suporte sempre que precisei e por enlouquecer junto comigo nessa fase final.

Aos meus amigos, que foram minha rede de suporte sempre e que mesmo sem conhecer os objetivos do projeto divulgaram e me auxiliaram.

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RESUMO

A maioria dos estudos com escolha de parceiro ao longo dos anos tem focado nas preferências de ambos os sexos por características relacionadas à atratividade física. No entanto, nas últimas décadas estudos mostraram que a personalidade também pode ser influenciar na preferência e escolha de parceiro. Desse modo, o objetivo do presente estudo foi avaliar as interações entre a atratividade e a personalidade, usando como método sessões de speed-dating. As sessões foram realizadas no Centro de Biociências da UFRN, com um total de 34 participantes solteiros. Durante a sessão os participantes interagiram por 3 minutos com cada indivíduo do sexo oposto e ao final assinalaram em um cartão de escolha quem entre os participantes seriam suas escolhas para curto e longo prazo. Nossos resultados não mostram correlação significativa entre a personalidade e o número de escolhas recebidas pelos participantes, porém os traços do Big Five parecem influenciar nas características desejadas em um parceiro idealizado. A atratividade facial mostrou-se como uma característica preferida pelos homens para curto prazo. A escolha por atratividade pelos homens está de acordo com os estudos presentes na literatura que mostram que os homens percebem pistas de fertilidade a partir da atratividade física feminina. Nossos resultados com personalidade diferiram daqueles encontrados em speed-datings realizados em outras culturas, sugerindo que na amostra brasileira as preferências por personalidade podem ocorrer de forma diferente.

Palavras-chaves: diferenças individuais, Big Five, escolha de parceiro, diferenças sexuais, encontros rápidos.

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ABSTRACT

Most studies on mating choice through the years have focused on the preferences of both sexes through characteristics related to physical attractiveness. However on the last decades studies have shown that personality also can influence on the preference and mating choice. The present work aimed to assess the interactions between attractiveness and personality, using as methodology speed-dating sections. The sections were performed in UFRN’s Biosciences Center, with a total of 34 single participants. During the section the participants interacted for 3 minutes with each individual of the opposite sex and by the end of the event they marked on a card which among the participants would be their choices for a short-term and a long-term relationship. Our results do not show a significant correlation between personality and the number of times the participant was chosen, but the Big Five traits seem to influence the characteristics desired in an idealized partner. Facial attractiveness was showed to be the most desired characteristic by men when comes to short-term mating. The choice made by men according to attractiveness is consistent with studies found in literature which show that men assess fertility cues from female physical attractiveness. Our results relating to personality differ from those found in speed-dating events conducted in other cultures, suggesting that in the Brazilian sample the personality preferences may occur differently.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ... 9

1.1. A escolha de parceiro romântico em Homo sapiens ... 9

1.2. A personalidade e a escolha de parceiro ... 10

1.3. Speed-dating como um método de estudo ... 13

2. OBJETIVOS ... 13 2.1. Objetivo Geral ... 13 2.2. Objetivos Específicos ... 13 3. HIPÓTESES E PREDIÇÕES ... 14 4. MATERIAIS E MÉTODOS ... 15 4.1. Procedimentos Gerais ... 15 4.2. Instrumentos ... 15 4.3. Procedimento Experimental ... 16

4.3.1. Antes do speed dating ... 16

4.3.2. Speed-Dating ... 17

4.4. Avaliação da atratividade dos participantes ... 17

4.5. Análise Estatística ... 18

5. RESULTADOS ... 18

6. DISCUSSÃO ... 24

6.1. Limitações e direcionamento futuros ... 27

7. CONCLUSÕES ... 27

REFERÊNCIAS ... 29

APÊNDICES ... 33

Apêndice A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) ... 33

Apêndice B - Termo de autorização para uso de imagem ... 36

Apêndice C- E-mail com instruções para os participantes ... 37

Apêndice D- Cartão para Escolhas de Parceiros ... 38

Apêndice E - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) do Júri ... 39

Apêndice F – Instrumento Utilizado para medir a atratividade dos sujeitos ... 41

Apêndice G- Resultados de Correlações de Spearman ... 47

ANEXOS ... 50

Anexo A - Questionário Sociodemográfico ... 50

Anexo B - The Big Five Inventory ... 53

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Anexo D - Escala de Autoestima de Rosenberg ... 57 Anexo E – Parecer emitido pelo CEP ... 58

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1. INTRODUÇÃO

A seleção sexual propõe que características sexuais secundárias dos indivíduos, que podem ser muito custosas para a sobrevivência, existem porque promovem um aumento no sucesso reprodutivo (DARWIN, 1871). Existem dois tipos de seleção sexual: intrasexual e intersexual; a primeira teoriza sobre a competição entre os indivíduos do mesmo sexo e a segunda refere-se às características que são preferidas pelo sexo oposto na procura por um parceiro de acasalamento (HATTORI e CASTRO, 2017) e busca entender a escolha de parceiro, um fenômeno que ocorre em diversas espécies, desde invertebrados (BONDURIANSKY, 2001) até humanos (BUSS, 1989).

Na espécie humana, a escolha de parceiro vem sendo muito estudada ao longo dos anos (BUSS e SCHMITT, 1993; CASTRO; HATTORI; LOPES, 2012; MAFRA e LOPES, 2014). Buss (1989) argumenta que a escolha é importante no contexto evolutivo por mostrar uma direção da seleção sexual - as características mais escolhidas serão as mais presentes na próxima geração - e isso pode revelar as pressões seletivas do ambiente de adaptação evolutiva. Desse modo, a preferência por características no sexo oposto evolui por meio de pressões seletivas (BUSS, 1989; DARWIN, 1871).

1.1. A escolha de parceiro romântico em Homo sapiens

Homo sapiens tem o sucesso reprodutivo limitado por fatores diferentes em cada um dos sexos e isso é refletido nas preferências por características do parceiro (BUSS e SCHMITT, 1993). Para homens, esse sucesso é limitado pela quantidade de parceiras às quais cada um tem acesso (BUSS e SCHMITT, 1993). Eles tendem a procurar por parceiras mais jovens, com quadris mais largos (BUSS, 1989; SOUSA, HATTORI e MOTA, 2009), pois essas possuem indicativos mais evidentes de saúde e fertilidade tanto para relacionamentos de curto quanto de longo prazo (BUSS e SCHMITT, 1993). Para relacionamentos mais duradouros, os homens também procuram características de fidelidade e comprometimento sexual de sua parceira (HATTORI e CASTRO, 2017).

As mulheres têm seu sucesso limitado pela quantidade de recursos disponíveis para investimento em sua prole e a ajuda do homem no cuidado pode ser essencial para um maior sucesso reprodutivo (HATTORI e CASTRO, 2017). Assim, o sexo feminino tende a ser mais seletivo para relacionamentos de curto prazo (HATTORI e CASTRO, 2017) e busca por características que indiquem bons genes, como simetria facial (GELDART, 2010), rostos mais masculinos (SOUSA et al., 2009), altura (PAWLOWSKI; DUNBAR; LIPOWICZ, 2000) e proporção cintura-quadril (GALLUP; WHITE. GALLUP, 2007; HATTORI e

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CASTRO, 2017). Para longo prazo, parceiros mais bem-humorados e inteligentes (BUSS, 1989; BUSS; SHACKELFORD; KIRKPATRICK; LARSEN, 2001) e com mais recursos, como parceiros mais velhos, com um maior status social dentro do grupo, e com indicativos de comprometimento familiar (BUSS, 1989; BUSS et al., 2001).

A preferência por atratividade física para homens e por características ligadas a recursos e comprometimento para mulheres foram consistentes em estudos com diversas culturas e com amostras feitas em anos diferentes, mostrando seu valor biológico (BUSS, 1989; BUSS et al., 2001; SHACKELFORD; SCHMITT; BUSS, 2005; SOUZA; CONROY-BEAM; BUSS, 2016). Além desses atributos, inteligência e gentileza foram atributos encontrados como sendo importantes para ambos os sexos (BUSS, 1989; EDLUND e SAGARIN, 2010; HATTORI e CASTRO, 2017).

Na espécie humana, diferente das outras espécies de mamíferos, ambos os sexos apresentam uma estratégia mista de escolha e competição (SOUSA et al., 2009). Devido a esse fato, ambos os sexos estão à procura de suas preferências e expostos às preferências do sexo oposto (PAWLOWSKI, 2000). Assim, se configura um mercado de acasalamento, no qual cada indivíduo possui um valor de mercado, ou seja, sua qualidade enquanto parceiro romântico que depende do quanto ele apresenta as características preferidas pelo sexo oposto (PAWLOWSKI, 2000). Dessa forma, atratividade física é uma importante característica no valor de mercado feminino e traços relativos à aquisição de recursos são importantes no valor de mercado masculino (MAFRA e LOPES, 2014). Tal critério tem grande importância na escolha de parceiro, pois os sujeitos que apresentam um valor de mercado menor em relação aos competidores do ambiente que estão inseridos, também são aqueles que têm escolhas menos exigentes em relação ao seu parceiro romântico (CASTRO; HATTORI; YAMAMOTO; LOPES, 2013).

Além da preferência do sexo oposto, outros fatores também podem influenciar em como os indivíduos mensuram seu valor de mercado, entre elas estão a autoestima (MAFRA e LOPES, 2014) e a personalidade (BACK; PENKE; SCHMUKLE. ASENDORPF, 2011). A autoestima se correlaciona de modo positivo com as características que influenciam a preferência do parceiro e com a autopercepção do valor de mercado (MAFRA e LOPES, 2014).

1.2. A personalidade e a escolha de parceiro

Explicar a individualidade é uma busca antiga da humanidade (FADIMAN e FRAGER, 1986). A genética tenta encontrar essa explicação atribuindo nossas peculiaridades

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a constituição do nosso genótipo: cada pessoa possui um genótipo único formado pela combinação de alelos maternos e paternos (PIERCE, 2011) e que sofre modificações devido a interações ambientais ao longo do desenvolvimento (HOLLIDAY, 2006). Mesmo os gêmeos monozigóticos, que partilham o material genético, apresentam diferenças fenotípicas, atribuídas em sua maioria à epigenética (FRAGA et al., 2005). Embora, façamos parte de uma mesma espécie, Homo sapiens apresenta diversas diferenças em tendências comportamentais entre as populações e entre os indivíduos dentro dessas populações (BUSS, 1991). As últimas são chamadas de personalidade (BUSS, 2009).

A personalidade é definida como um conjunto de características fisiológicas, emocionais e comportamentais (CARERE e LOCURTO, 2011) que difere entre indivíduos de uma mesma população e são estáveis entre contextos e ao longo do tempo (GOSLING e JOHN, 1999). Essas diferenças possuem influência genética (PLOMIN; DEFRIES; MCCLEARN e RUTTER, 2008) e do ambiente de desenvolvimento de cada indivíduo (BUSS, 2009).

Os estudos clássicos da personalidade têm enfoque em seres humanos (FADIMAN e FRAGER, 1986), mas nas últimas décadas evidências empíricas apontam a presença de diferenças individuais em mais de 100 espécies animais (CARERE e LOCURTO, 2011), desde aranhas (PRUITT; RIECHERT; JONES, 2008) e vespas (WRIGHT; SKINKER; IZZO; TIBBETTS; PRUITT, 2017), até os chimpanzés (MORTON et al., 2013) variando no grau de complexidade dos traços encontrado em cada táxon (BOUCHARD e LOEHLIN, 2001; GOSLING e JOHN, 1999). Essas evidências despertaram a atenção para o estudo da personalidade humana com um enfoque evolutivo (BUSS, 1991).

Atualmente, é um dos modelos mais difundidos para estudar a personalidade humana é o Big Five Factor Model (Modelo dos Cinco Grandes Fatores), proposto por John (1990). Esse modelo divide a personalidade em um conjunto de cinco traços: (1) conscienciosidade, traço ligado a controle na busca por objetivos, e ao cumprimento das normas sociais (MILLER, 2009; NETTLE, 2006); (2) abertura, os indivíduos que pontuam mais nesse traço são mais abertos a novas ideias e a tomada de riscos (MILLER, 2009), (3) agradabilidade, traço ligado a cooperação e a indivíduos empáticos e bondosos (MILLER, 2009; NETTLE, 2006) (4) neuroticismo, relacionado com ansiedade, tristeza e a culpa (NETTLE, 2006) e (5) extroversão, que remete a características relativas a sociabilidade, a competividade, e ao desejo de conhecer novas pessoas (NETTLE, 2005).

Estudos comportamentais mostram a importância desses traços em diferentes desafios evolutivos, como sobrevivência (BUSS, 2009; NETTLE, 2006) e reprodução (NETTLE,

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2006). Além disso, a personalidade também influencia na vida em grupo, com benefícios em cooperação e em liderança (OZER e BENET-MARTINEZ, 2006). Os cinco grandes fatores já foram encontrados em diversas regiões do globo, o que indica que podem ter origem basal na evolução de nossa espécie (SIMPSON; GRISKEVICIUS; KIM, 2010). Assim, a personalidade pode ter influenciado nossas relações com o meio ambiente e com outros indivíduos, pesando na balança entre custos e benefícios em nosso ambiente de evolução (BUSS, 1991).

A personalidade pode influenciar na reprodução dos indivíduos, podendo interferir no número de cópulas e, dessa forma contribui para o sucesso reprodutivo (NETTLE, 2005). Em macacos rhesus, traços de personalidade como agressividade e traços ligados à sociabilidade influenciam no número de cópulas obtido pelos indivíduos (DINGEMANSE e RÉALE, 2005). Em humanos, homens e mulheres mais extrovertidos são os que possuem um maior número de parceiros ao longo da vida, os homens com uma maior frequência de cópulas extra-par e mulheres com uma maior frequência no término das relações românticas (NETTLE, 2005).

Homens e mulheres apresentam ainda diferenças nas preferências por traços de personalidade (FURNHAM, 2009; FURNHAM e TSOI, 2012; VALENTOVA; ŠTERBOÁ; BÁRTOVÁ; VARELLA, 2016). Mulheres preferem homens que pontuam mais alto em traços de conscienciosidade (traço relacionado a comprometimento familiar), estabilidade emocional (menos neuroticismo - menos propensão de ter um parceiro com transtornos psiquiátricos) e abertura (traço ligado a uma tendência alta para criatividade) (FURNHAM, 2009; FURNHAM e TSOI, 2012; NETTLE, 2006). Já os homens preferem parceiras com maiores traços de agradabilidade (traço mais ligado à cooperação) (FURNHAM, 2009; FURNHAM e TSOI, 2012) e extroversão (atividade exploratória e maior suporte social) (LUO e ZHANG, 2009; NETTLE, 2006).

As preferências e escolhas reais de parceiro podem ser influenciadas pela frequência dos traços na população em questão (VALENTOVA et al., 2016). Uma comparação entre amostras brasileiras e da República Tcheca mostra que a população Tcheca idealiza e tem parceiros com uma maior pontuação em traços de agradabilidade, conscienciosidade e estabilidade emocional (menor neuroticismo), como também, com maiores traços de conscienciosidade e abertura em maior nível que os brasileiros (VALENTOVA et al., 2016).

A personalidade também se relaciona com o valor de mercado (BACK et al., 2011). Mulheres com maior agradabilidade percebem melhor seu valor de mercado em relação àquelas que pontuam menos nesse traço (BACK et al., 2011). Dessa maneira, a personalidade

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é um fator que influencia na escolha de parceiro e mais estudos são necessários para investigar a interação entre a atratividade e a personalidade no processo de escolha.

1.3. Speed-dating como um método de estudo

O speed-dating é um método com uso crescente em estudos com escolha de parceiro em humanos. As sessões de encontros proporcionam aos cientistas resultados mais próximos do natural (conversas entre os indivíduos em bares, festas, cafés, etc. - EASTWICK e FINKEL, 2008) e permitem que os participantes possam interagir com um parceiro em potencial (em vez de idealizar parceiros), além de proporcionar aos pesquisadores que acessem dados de ambos os sujeitos da interação (TIDWELL; PAUL; FINKEL, 2013).

As sessões de interação nos speed-dating possuem geralmente uma duração de 3 a 8 minutos, um curto período em que ambos os sexos podem avaliar suas preferências durante a conversa (TIDWELL et al., 2013). Estudos mostram que os sujeitos percebem traços de personalidade em um curto período (EASTWICK e FINKEL, 2008; LUO e ZHANG, 2009; TIDWELL et al., 2013; ).Todavia, os estudos com personalidade, escolha de parceiro e speed-dating focam mais na complementaridade ou similaridade na escolha (LUO e ZHANG, 2009) ou em como a personalidade influencia a popularidade do indivíduo durante a sessão (BACK et al., 2011). Furnham e Tsoi (2012) em um estudo com idealização de parceiro encontraram que a personalidade desempenha um papel na escolha de parceiro, com os sujeitos de ambos os sexos colocando traços de personalidade a frente de características físicas. Assim, estudos que foquem na interação entre a personalidade e outros traços que podem influenciar na escolha com parceiros reais são necessários.

2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo Geral

Investigar como a personalidade e a atratividade podem influenciar o processo de escolha de parceiro em um experimento de speed-dating.

2.2. Objetivos Específicos

❖ Analisar a interação entre traços de personalidade e a atratividade de quem foi escolhido no processo de escolha de parceiros;

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❖ Identificar se existem diferenças nos traços de personalidade dos indivíduos preferidos para curto-prazo e para longo-prazo;

❖ Investigar se há relação entre traços de personalidade de quem idealiza e características idealizadas em parceiros de curto e longo prazo.

❖ Verificar se a autoestima do sujeito influência em sua autoavaliação como parceiro romântico;

❖ Comparar se existem diferenças entre o traço de agradabilidade dos indivíduos que tiveram escolhas recíprocas e aqueles que não tiveram.

3. HIPÓTESES E PREDIÇÕES

Hipótese 1: A personalidade e a atratividade do(a) parceiro(a) em potencial possuem níveis de influência diferentes para curto e longo prazo.

Predição 1.1: Tanto para homens quanto para mulheres a personalidade do(a) parceiro(a) em potencial vai apresentar uma maior influência em sua escolha para relacionamento de longo-prazo. Para curto-prazo a atratividade será a característica mais influente.

Hipótese 2: Existem diferenças nos traços de personalidade preferidos para curto e longo prazo.

Predição 2.1: Mulheres e homens irão preferir parceiros com níveis maiores de abertura e extroversão para curto-prazo.

Predição 2.2: Mulheres irão preferir homens com maiores níveis de conscienciosidade e agradabilidade para longo-prazo.

Predição 2.3: Homens irão preferir mulheres que pontuam mais em traços de extroversão e agradabilidade para relacionamento de longo-prazo.

Predição 2.4: Altos níveis de neuroticismo se correlacionam negativamente com a preferência para ambos os sexos.

Hipótese 3: Os traços de personalidade do indivíduo influenciam nas características almejadas em um parceiro idealizado.

Predição 3.1: Pessoas que pontuam mais em extroversão irão desejar parceiros mais sociáveis tanto para curto quanto para longo prazo, independente do sexo.

Predição 3.2: Para mulheres, a conscienciosidade se correlaciona positivamente com as características determinado, trabalhador e fiel para longo prazo.

Predição 3.3: Indivíduos que pontuam mais em neuroticismo irão idealizar pessoas mais fiéis para longo prazo, independe do sexo.

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Hipótese 4: A personalidade apresenta influência na eficiência da autoavaliação como parceiro romântico.

Predição 4.1: A agradabilidade dos indivíduos que apresentam escolhas recíprocas é maior em relação aos que não apresentam.

Hipótese 5: A autoestima do indivíduo influencia em sua autoavaliação como parceiro romântico, independentemente de sua personalidade.

Predição 5.1: Indivíduos com maior autoestima atribuem maior pontuação para suas características no momento da autoavaliação como parceiro romântico.

4. MATERIAIS E MÉTODOS

4.1. Procedimentos Gerais

Os sujeitos foram convidados a fazer parte do experimento por meio de chamada em salas de aulas e cartazes. Nosso estudo contou com o total de 34 sujeitos heterossexuais e bissexuais (17 do sexo masculino e 17 do sexo feminino) maiores de 18 anos (com média de idade para mulheres de 23,11 + 6,46 e para homens de 23,35 + 7,37) divididos em duas sessões de speed-dating: uma com 18 sujeitos (9 homens e 9 mulheres) e outra com 16 (8 homens e 8 mulheres).

4.2. Instrumentos

Antes do speed-dating os participantes receberam um envelope contendo o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE), termo de autorização para o uso de imagens e quatro questionários.

No TCLE (Apêndice A) foram especificados os objetivos do projeto, os benefícios e malefícios para os sujeitos e o comprometimento dos pesquisadores. O TCLE foi entregue em duas vias e após a sua assinatura, os participantes assinaram o termo de autorização para o uso de imagem (Apêndice B), também em duas vias. Neste último, concordaram em tirar fotos durante o procedimento experimental e permitiram que os pesquisadores as utilizassem posteriormente para fins científicos. Em seguida responderam aos quatro questionários:

Questionário sociodemográfico (Anexo A), que continha questões que permitiram traçar o perfil social dos participantes, além de informações referentes ao sexo, idade e altura dos participantes.

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The Big Five Inventory (Inventário dos Cinco Grandes Fatores de Personalidade - IGFP-5; Anexo B). A versão apresentada aos participantes foi validada para o português do Brasil por Andrade (2008). O inventário em questão apresenta 44 afirmações, que o participante respondeu em uma Escala Likert de 5 pontos, no qual 1 representa discordo totalmente e 5 concordo totalmente. Esse inventário quantifica as dimensões da personalidade em cinco grandes fatores que são: abertura, conscienciosidade, extroversão, agradabilidade e neuroticismo.

Autoavaliação como parceiro(a) romântico(a) e idealização de parceiro(a) para curto e longo prazo (Anexo C). O questionário contém uma Escala Likert com pontuação de 0 (não expressada) a 9 (extremamente expressada) atribuindo valores a 9 características: (1) Rosto bonito, (2) Corpo bonito, (3) Saúde, (4) Sociável, (5) Bom humor, (6) Fiel, (7) Boa condição financeira, (8) Inteligência e (9) Determinado e trabalhador. O instrumento é baseado no trabalho de Castro e Lopes (2011).

Escala de autoestima de Rosenberg (1989; Anexo D). Validada para o Brasil por Dini, Quaresma e Ferreira (2004), a escala possui 10 itens relativos a pensamentos sobre si, medidos em escala likert de 9 pontos, sendo 0 (discordo totalmente) a 9 (concordo totalmente).

4.3. Procedimento Experimental

4.3.1. Antes do speed dating

Após indicarem o seu interesse em participar da pesquisa, os sujeitos receberam um e-mail explicando todos os procedimentos do estudo em questão, incluindo instruções de vestuário (Apêndice C) para que estivessem cientes de todas as etapas e informassem se continuavam interessados em participar da pesquisa.

Após o recrutamento dos sujeitos foi marcado um dia para o comparecimento às instalações do Centro de Biociências da UFRN onde foi realizado o procedimento experimental. Os participantes foram conduzidos a duas salas de espera diferentes (uma para os homens e outra para as mulheres, para evitar o contato entre os sujeitos antes da sessão experimental) onde responderam aos instrumentos e foram preparados para a sessão.

Foi requisitado a todos os participantes que colocassem por cima de sua vestimenta um colete descartável (fornecido pelos pesquisadores). Cada colete apresentava um número correspondente ao sujeito, além disso, aos participantes que tinham o cabelo comprido foi

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solicitado que o amarrassem, e a aqueles que estavam maquiados no dia, foram oferecidos lenços umedecidos para retirar a maquiagem. Todos os participantes receberam propés descartáveis para colocar sobre os calçados. Após tais procedimentos, foram feitas fotos padrão dos participantes (Câmera Nikon - colpix L820), utilizando um enquadramento estilo 3x4 que serviu para avaliação de atratividade por um júri a posteriori. Ao fim desses procedimentos foi iniciada a sessão de encontros.

4.3.2. Speed-Dating

O procedimento experimental foi conduzido em uma sala do Centro de Biociências e contava com cadeiras dispostas uma de frente para outra (18 no primeiro dia e 16 no segundo dia). Esse teve uma duração de 30 minutos (3 minutos de interação para cada par, baseado no experimento de BACK e colaboradores (2011). As mulheres já se encontravam na sala realizando os procedimentos anteriores e permaneceram em suas cadeiras durante todo o experimento.

Os homens foram conduzidos até a sala do speed-dating, onde puderam interagir com cada participante do sexo oposto por 3 minutos. Ao final desse tempo foi tocado um sino e os homens mudaram de cadeira e o processo foi repetido até que eles tivessem interagido com todas as mulheres presentes. Logo após o término da sessão, os sujeitos receberam um Cartão de Escolhas (Apêndice D) com questões relativas à escolha de parceiro para curto e longo prazo, no qual também deviam assinalar se já conheciam anteriormente alguém presente na sessão.

4.4. Avaliação da atratividade dos participantes

Para a avaliar a atratividade dos participantes foi composto um júri de 10 homens e 10 mulheres recrutados em sala de aula, diferentes dos sujeitos experimentais e que não tinham contato prévio com nenhum dos participantes do experimento. No início do procedimento os jurados assinaram a um termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE; Apêndice E), no qual estavam especificados os objetivos do estudo, direitos dos participantes e a responsabilidade dos pesquisadores para com o projeto. Logo após a assinatura, responderam a um questionário (Apêndice F) marcando um “X” em uma escala de diferencial semântico (variando de nada atraente à extremamente atraente) o quanto achavam que o participante possuía atratividade facial baseado em sua foto (que foi exibida em Power point). Cada jurado visualizou todas as 34 fotografias dos participantes, cada foto sendo exposta por 10s e

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respondeu individualmente de modo anônimo sobre a atratividade. Para a avaliação das mulheres foram consideradas as respostas do júri masculino e para a dos homens, as do júri feminino. Os dados do júri foram utilizados para fazer a média da atratividade facial dos participantes.

4.5. Análise Estatística

Primeiro foram realizados testes de homogeneidade e normalidade dos dados (teste de Shapiro-Wilk e Kolmogorov-Smirnov). Em seguida, para verificar se existia relação entre os traços de personalidade, a atratividade facial e o número de escolhas durante o speed-dating foi realizada uma correlação de Spearman. Um teste t-Student foi utilizado para comparar a pontuação nos traços de personalidade entre os indivíduos escolhidos apenas para curto e aqueles escolhidos apenas para longo prazo. Para investigar se existia relação entre autoavaliação como parceiro romântico e autoestima, com o número de escolhas e com as características idealizadas para um parceiro de curto e de longo prazo também foram realizadas correlações de Spearman. Um teste t-Student foi realizado para verificar se existia diferença no traço de agradabilidade entre os indivíduos que tiveram escolha recíproca e os que não tiveram. Todas as análises estatísticas foram realizadas no programa Past versão 3.0. E foram considerados significativos os resultados em que o valor de p foi < 0,05 (RUMSEY, 2014).

4.6. Nota Ética

Todos os procedimentos citados anteriormente foram aprovados pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) da UFRN, parecer: 2.327.021 (Anexo E).

5. RESULTADOS

Nossos resultados mostram correlações entre os traços de personalidade: o neuroticismo apresenta correlação negativa com o traço de conscienciosidade para mulheres (Fig. 1a) e para homens (Fig. 1b). Além disso, para os homens a conscienciosidade se correlaciona positivamente com agradabilidade e extroversão (Fig. 1b). Porém, não houve

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correlação entre os traços de personalidade e o número de escolhas recebidas durante o speed-dating (mulheres - Fig.1a, homens - Fig. 1b). Já a atratividade facial estabelecida pelo júri se correlacionou positivamente com o número de escolhas recebidas para parceiro de curto prazo apenas para as mulheres (Fig. 1a).

As pessoas escolhidas para curto prazo quando comparadas com as escolhidas para longo prazo não diferiram nos traços de extroversão (t = -0,136; df = 17; p = 0,893), agradabilidade (t = -0,521; df = 17; p = 0,608), conscienciosidade (t = -1,265; df = 17; p = 0,223) e abertura (t = 0,991; df = 17; p = 0,335). As pessoas escolhidas para longo prazo pontuam mais em neuroticismo que as pessoas escolhidas para curto prazo (t = 3,361; df = 17; p = 0,003).

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(b)

Fig.1. A figura apresenta os resultados da correlação de Spearman para traços de personalidade, atratividade e número de escolhas recebidas para curto e longo prazo. (a): mulheres, (b): homens. Ext = extroversão, Agr = agradabilidade, Con = conscienciosidade, Neu = neuroticismo, Abe = abertura, AF = atratividade facial, N curto = número de escolhas para curto e N longo = número de escolhas para longo. Os resultados estatisticamente significativos estão destacados por um retângulo cinza. Os resultados das correlações podem ser encontrados na Tabela 1 e 2 (Apêndice G).

Fonte: A autora

A personalidade mostrou ter influência nas características desejadas para um parceiro idealizado. Para mulheres o neuroticismo se correlacionou positivamente com a sociabilidade desejada em um parceiro de curto prazo (Fig. 2a). E para longo prazo, a conscienciosidade se correlacionou negativamente com o bom humor desejado em um parceiro (Fig. 2b). Para os homens, a abertura se correlacionou positivamente com a característica determinado e trabalhador na idealização de um parceiro de curto prazo (Fig. 3a), para longo prazo, extroversão se correlacionou positivamente com o quanto eles desejam uma parceira sociável e neuroticismo teve correlação negativa com a inteligência e o bom humor desejados em uma parceira e positiva com a atratividade geral (Fig. 3b).

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(b)

Fig. 2. Mostra a correlação de Spearman para os traços de personalidade e as características almejadas em um parceiro em potencial para as mulheres, sendo (a) curto prazo e (b) longo prazo. As correlações que são significativas estão em um retângulo em cinza. Ext = extroversão, Agr = agradabilidade, Con = conscienciosidade, Neu = neuroticismo, Abe = abertura. RB = rosto bonito, CB = corpo bonito, Sau = saúde, Fin = condição financeira, Soc = sociável, DT = determinado e trabalhador, Int = inteligência, BH = bom humor, Fie - fiel, AG = atratividade geral. As tabelas 3 e 4 (Apêndice G) apresentam os resultados das correlações.

Fonte: A autora

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Fig. 3. Apresenta os resultados da correlação de Spearman para traços de personalidade e características idealizadas em um parceiro (a) de curto prazo e (b) de longo prazo para homens. Para as correlações significativas existe um retângulo cinza em destaque. RB = rosto bonito, CB = corpo bonito, Sau = saúde, Fin = condição financeira, Soc = sociável, DT = determinado e trabalhador, Int = inteligência, BH = bom humor, Fie - fiel, AG = atratividade geral. Ext = extroversão, Agr = agradabilidade, Con = conscienciosidade, Neu = neuroticismo, Abe = abertura. Nas tabelas 5 e 6 (Apêndice G) são encontrados os resultados das correlações de Spearman.

Fonte: A autora

Não houve diferença significativa na pontuação de agradabilidade entre os indivíduos que apresentaram escolhas recíprocas e aqueles que não apresentaram (mulheres: t = 0,875; df = 15; p = 0,395; homens: t = 0,154; df = 15; p = 0,879).

Em relação à autoavaliação como parceiro romântico e a autoestima os resultados apontam correlação positiva entre a autoestima e a atratividade geral e determinado e trabalhador para mulheres (Fig. 4a) e para os homens a autoestima se correlacionou com atratividade geral e inteligência (Fig. 4b).

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(a)

(b)

Fig. 4. Resultados da correlação de Spearman para características de autoavaliação como parceiro romântico e autoestima. Em (a) mulheres e (b) homens. As correlações significativas estão destacadas por um retângulo cinza. RB = rosto bonito, CB = corpo bonito, Sau = saúde, Fin = condição financeira, Soc = sociável, DT = determinado e trabalhador, Int = inteligência, BH = bom humor, Fie - fiel, AG = atratividade geral, AE = autoestima. Os valores dos resultados das correlações de Spearman podem ser encontrados nas tabelas 7 e 8 (Apêndice G).

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As características mensuradas na autoavaliação como parceiro romântico se correlacionaram. Para as mulheres, rosto bonito se correlacionou com corpo bonito, saúde, sociável, inteligência e bom humor; Corpo bonito com saúde, determinado e trabalhador, atratividade geral; Condição financeira com fidelidade, a característica sociável com inteligência; Determinado e trabalhador com atratividade geral e inteligência com bom humor, sendo todas as correlações positivas (Fig. 4a). Para os homens rosto bonito se correlacionou positivamente com corpo bonito e atratividade geral e negativamente com bom humor; Corpo bonito teve uma correlação positiva com inteligência e atratividade geral; Condição financeira com inteligência; Determinado e trabalhador com bom humor e inteligência com atratividade geral (Fig. 4b).

6. DISCUSSÃO

Nossos resultados mostram que os traços do Big Five não foram suficientes para explicar as escolhas no dating, diferente de estudos anteriores realizados com speed-dating em outras culturas (BACK et al., 2011; LUO e ZHANG, 2009); porém encontramos uma correlação positiva entre atratividade facial e a escolha de curto prazo para mulheres, ou seja, as mulheres mais escolhidas para curto prazo possuíam uma maior atratividade facial. Estudos anteriores mostram que os homens escolhem parceiras, tanto para curto como para longo prazo, por características relativas à atratividade (BUSS e SCHMITT, 1993; FURNHAM, 2009), uma vez que tais características mostram ser sinais honestos para saúde e fertilidade de uma mulher (BUSS e SCHMITT, 1993).

A escolha por pistas que denotem a fertilidade feminina parece ter surgido nas origens de nossa espécie, pois tal preferência é evidente em diferentes culturas (BUSS; SHACKELFORD; KIRKPATRICK; LARSEN, 2011) e assim pode ter influenciado no sucesso reprodutivo dos homens que a possuíam no ambiente ancestral, visto que, a fertilidade feminina é um indicativo de capacidade de reprodução presente (BUSS, 1989; BUSS e SCHMITT, 1993). Para os homens, em nosso estudo, não foi observada nenhuma correlação entre atratividade e escolha para curto prazo ou longo prazo, o que pode sugerir a escolha mais seletiva das mulheres, mesmo que para curto prazo (HATTORI e CASTRO, 2017), refutando nossa hipótese inicial de que mulheres escolheriam por atratividade para curto prazo.

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Tal seletividade reflete o custo maior com o investimento reprodutivo inicial para a mulher, dado que, as mulheres em nossa espécie são as responsáveis pela gestação e lactação, além de possuírem um gameta mais custoso (BUSS, 1993; SOUSA et al., 2009). Dessa forma, procuram por um parceiro que além de possuir “bons genes” dê indicativos de que é um bom cuidador (SOUSA et al., 2009). Sinais que sugerem tais características podem estar relacionados a traços do Big Five. Bom cuidado com a prole, por exemplo, é um dos atributos relacionados ao traço de conscienciosidade (NETTLE, 2006), embora em nosso estudo não foi encontrada correlação entre a escolha e os traços, indicando que outras características podem estar pesando na escolha feminina (FURNHAM, 2009).

Religião e política estão entre os fatores que podem influenciar na escolha real do indivíduo (FURNHAM, 2009; STONE; SHACKELFOD; BUSS, 2008). Furnham (2009) mostrou que a ideologia impacta nas preferências políticas e na compatibilidade religiosa e a ideologia quando correlacionada com o traço de abertura prediz em 30% a compatibilidade religiosa (FURNHAM, 2009). Assim, nosso estudo pode não ter encontrado correlação entre os traços do Big Five e o número de escolhas, porque a escolha pode ser o resultado da combinação desses traços com outros fatores (FURNHAM, 2009) e com traços de outros construtos da personalidade, como a Dark Triad (JAUK et al., 2016). Segundo Paulhus e Williams (2002) todos os indivíduos apresentam os traços da Dark Triad (psicopatia, maquiavelismo e narcisismo) em níveis subclínicos. Esses traços podem ter se mantido na população ao longo do processo evolutivo por conferir ganhos associado à aptidão dos indivíduos (CARTER; CAMPBEEL; MUNCER, 2014). Traços da Dark Triad já foram correlacionados com escolha de parceiro, principalmente para curto prazo, em sessões de speed-dating (JAUK et al., 2016). Regan (1998) discute que a idealização e a real escolha de um parceiro podem ser diferentes, pois, a escolha consiste na avaliação de diversos fatores combinados, como, a competição intrassexual presente no mercado de acasalamento em que o indivíduo está inserido, a disponibilidade de indivíduos do sexo oposto e a idealização de um parceiro que não exista naquele mercado.

Os traços do Big Five parecem ser importantes na idealização de um parceiro, em nossos resultados as mulheres mais conscienciosas almejam um parceiro com menos bom humor para longo prazo e aquelas que pontuam mais em neuroticismo idealizam parceiros mais sociáveis para curto prazo. No estudo de Castro e Lopes (2011), as mulheres preferem parceiros com características mais ligadas a inteligência e a bom-humor; no entanto, em nosso estudo bom-humor foi uma característica menos preferida por pessoas mais conscienciosas,

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mostrando que as diferenças individuais podem influenciar nas preferências por um parceiro (FURNHAM, 2009; FURNHAM e TSOI, 2012; VALENTOVA et al., 2016).

Indivíduos que apresentam maior neuroticismo tendem a ter um gasto de energia maior ao se engajar em situações sociais, devido à característica de ansiedade elevada, que acompanha o traço (NETTLE, 2006). As mulheres que pontuaram mais em neuroticismo no nosso experimento, e preferem parceiros com maior sociabilidade para curto prazo podem estar reduzindo seus custos com a socialização, o que pode denotar uma complementariedade de escolha (FIGUEREDO; SEFCEK; JONES, 2006). Neuroticismo também está associado a uma maior geração de prole feminina, podendo indicar um maior sucesso reprodutivo (ALVERGNE; JOKELA; LUMMAA, 2010), o que pode explicar a maior pontuação de neuroticismo encontrada em nossa amostra para as pessoas escolhidas para longo prazo. Apesar disso, vale ressaltar que altos níveis de neuroticismo podem estar relacionados a uma menor satisfação no relacionamento (WEIDMANN; LEDERMANN; GROB, 2017).

Entre os homens, aqueles mais extrovertidos almejam parceiras mais sociáveis para o longo prazo. Assim, idealização do parceiro de longo prazo pode estar refletindo uma escolha por similaridade, pois indivíduos mais extrovertidos são mais sociáveis (NETTLE, 2005) e mais inclinados a escolhas para curto prazo (NETTLE, 2005), e, assim, devem procurar por parceiros que estejam abertos a novas situações sociais (FIGUEREDO et al., 2006). Assim, nossos resultados evidenciam a influência dos traços de personalidade nas preferências por parceiro romântico.

A abertura é o traço de personalidade relativo a tomadas de riscos e mais imaginação (NETTLE, 2006). Pessoas que pontuam mais em abertura tendem a praticar mais esportes radicais e a serem mais criativos (NETTLE, 2006) e estudos mostram que são mais escolhidos por mulheres não-heterosexuais (VALENTOVA et al., 2016). Em nosso estudo homens com maior abertura desejavam parceiras mais determinadas e trabalhadoras para o curto prazo, diferente dos resultados encontrados na literatura (FURNHAM e TSOI, 2012; VALENTOVA et al., 2016).

Indivíduos que pontuam mais alto em agradabilidade são mais eficientes na percepção de aceitação e rejeição (BACK et al., 2011). Contudo, em nosso estudo não encontramos correlação entre o traço e as escolhas recíprocas, mostrando que em nossa amostra esse efeito pode ocorrer de maneira diferente. Valentova e colaboradores (2016) em seu estudo com comparação entre uma amostra brasileira e europeia verificou que traços de agradabilidade são menores na amostra brasileira. Dessa forma, pode ser que os resultados estejam sendo moldados pela frequência dos traços presentes na população brasileira (VALENTOVA et al.,

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2016). Ou a percepção de reciprocidade na escolha pode estar sendo moldado por outro fator como a autoestima. Bale e Archer (2013) propõem que a autoestima funciona como um sociômetro, reagindo a pistas de rejeição e aceitação pelo grupo social no qual o indivíduo está inserido. A autoestima também pareceu desempenhar um papel importante na relação com a autoavaliação como parceiro romântico no presente estudo. A autoavaliação do valor de mercado de um indivíduo é mediada pela preferência do sexo oposto (GOODWIN, 2012), sendo a autoavaliação feminina mais direcionada para traços de atratividade e a masculina para os de aquisição de recursos (GOODWIN, 2012). Dessa maneira, a relação entre autoestima e autoavaliação feminina é referente ao quanto ela se acha atrativa, e a masculina, ao quanto ele possui características relativas à aquisição de recursos (WADE, 2000). Porém, em nossa amostra, a autoestima se correlacionou positivamente para mulheres com atratividade geral e com a característica determinado e trabalhador, o que pode refletir a tendência a participação da mulher na composição de renda do casal (LIPPA, 2007; MAFRA e LOPES, 2014).

Para os homens de nossa amostra a autoestima se correlacionou com características relativas à capacidade de captação de recursos (ver sessão de resultados) como presente na literatura (GOODWIN, 2012; MAFRA e LOPES, 2014). Em nosso estudo, as correlações entre características femininas foram mais relacionadas à atratividade, e essa, parece ter um peso maior para as mulheres do que para os homens, que apresentam menos correlações entre as características.

6.1. Limitações e direcionamento futuros

Nosso trabalho teve um número amostral limitado o que pode ter influenciando na variação dos traços de personalidade, sendo nosso tamanho amostral pequeno para corresponder à variação nos traços do Big Five presentes na população. Assim, estudos futuros necessitam aumentar o esforço amostral.

Além disso, é necessário utilizar outros modelos para medida de personalidade, como a Dark Triad e o HEXACO, comparando os modelos e o quanto eles são capazes de predizer as escolhas realizadas durante um speed-dating.

7. CONCLUSÕES

Nosso estudo foi o primeiro a utilizar o speed-dating como uma método de estudo para fins científicos no Brasil. Diferente dos estudos anteriores com speed-dating, no nosso,

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28

dividimos a escolha em curto e longo prazo. Nossos resultados mostraram que a atratividade desempenha um papel importante na escolha masculina, porém não na feminina e que outros fatores, como autoestima e traços de personalidade, estão envolvidos no processo de idealização de um parceiro romântico.

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APÊNDICES

Apêndice A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Universidade Federal do Rio Grande do Norte Centro de Biociências

Departamento de Fisiologia

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE Esclarecimentos

Este é um convite para você participar da pesquisa: A Bela ou a Fera? Influência da personalidade e da atratividade em um speed-dating, que tem como pesquisadores responsáveis a graduanda Adrielly Marcela de Castro do Nascimento, a doutoranda Jéssica Janine de Oliveira, a mestranda Daniella Bezerra dos Santos e a professora Fívia de Araújo Lopes.

Esta pesquisa pretende avaliar a influência da personalidade e da atratividade no processo de escolha do parceiro romântico.

O motivo que nos leva a fazer este estudo é a falta de estudos com speed-dating no Brasil, metodologia essa que permite uma melhor avaliação da escolha real do parceiro romântico. Além disso, esse estudo pretende contribuir preenchendo uma lacuna nos estudos sobre a interação da personalidade com a atratividade no processo de escolha de parceiro.

Caso você decida participar, você deverá assinar este termo de consentimento livre e esclarecido e em seguida responder a cinco questionários, com duração aproximada de 20 minutos. Todos os questionários são anônimos e durante a divulgação dos resultados da pesquisa a sua identidade não será revelada em nenhum momento. Os questionários tratam de características relativas à sua individualidade e da sua expectativa com relação a relacionamentos românticos. Após os questionários serem respondidos, cada sujeito será chamado de modo individual para outra sala onde irá tirar uma foto 3x4. Em seguida, todos os participantes serão conduzidos para a sala onde será realizada a sessão de speed-dating.

Durante a realização do preenchimento dos questionários, da foto e da sessão de speed-dating os riscos oferecidos ao participante são mínimos, ou seja, o risco que você corre é semelhante a um exame físico ou psicológico de rotina. Poderá ocorrer um desconforto devido ao cansaço em responder a questionários e ao posar para a foto, sendo minimizado com pausas durante os procedimentos. Poderá também ocorrer um desconforto proporcionado pela interação com desconhecidos, semelhante a conversas com vendedores, ou caixas de

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bancos, entre outros. Vale ressaltar que os participantes poderão desistir a qualquer momento e para minimizar qualquer situação de desconforto entre os participantes os pesquisadores estarão presentes e atentos para intervir. Como benefício imediato, caso desejem e se houver escolha mútua, os participantes poderão receber os contatos referentes aos parceiros escolhidos.

Em caso de algum problema que você possa ter, comprovadamente relacionado com a pesquisa, você terá direito a assistência gratuita que será prestada pelas pesquisadoras responsáveis. O mesmo se aplica a gastos ou danos comprovadamente decorrentes desta pesquisa.

Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas escrevendo diretamente para Adrielly Marcela de Castro do Nascimento ou para Jéssica Janine de Oliveira, através dos e-mails: adriellymarcela47@gmail.com, jessica.janine.oliveira@gmail.com ou no Laboratório de Evolução do Comportamento Humano (Centro de Biociências – UFRN). Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar para o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, telefone 3215-3135.

Você tem o direito de se recusar a participar ou retirar seu consentimento, em qualquer fase da pesquisa, sem nenhum prejuízo para você. Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável por essa pesquisa em local seguro e por um período de 5 anos. Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra com o pesquisador responsável Adrielly Marcela de Castro do Nascimento.

Consentimento Livre e Esclarecido

Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo como os dados serão coletados nessa pesquisa, além de conhecer os riscos, desconfortos e benefícios que ela trará para mim e ter ficado ciente de todos os meus direitos, concordo em participar da pesquisa “A Bela ou a Fera? Influência da personalidade e da atratividade em um

speed-dating”, e autorizo a divulgação das informações por mim fornecidas em congressos e/ou

publicações científicas desde que nenhum dado possa me identificar.

Natal, ___ de ___________ de 201__. __________________________________________ Assinatura do participante da pesquisa

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Como pesquisador responsável pelo estudo “A Bela ou a Fera? Influência da personalidade e da atratividade em um speed-dating”, declaro que assumo a inteira responsabilidade de cumprir fielmente os procedimentos metodologicamente e direitos que foram esclarecidos e assegurados ao participante desse estudo, assim como manter sigilo e confidencialidade sobre a identidade do mesmo. Declaro ainda estar ciente que na inobservância do compromisso ora assumido estarei infringindo as normas e diretrizes propostas pela Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde – CNS, que regulamenta as pesquisas envolvendo o ser humano.

Natal, ___ de ___________ de 201__. __________________________________________ Assinatura da pesquisadora responsável

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Apêndice B - Termo de autorização para uso de imagem

Eu, ______________________________________________________________, AUTORIZO o pesquisador responsável: Jéssica Janine de Oliveira, coordenador(a) da pesquisa intitulada: A Bela ou a Fera? Influência da personalidade e da atratividade em um speed-dating, a fixar, armazenar e exibir a minha imagem por meio de foto com o fim específico de inseri-la nas informações que serão geradas na pesquisa, aqui citada, e em outras publicações dela decorrentes, quais sejam: revistas científicas, congressos e jornais.

A presente autorização abrange, exclusivamente, o uso de minha imagem para os fins aqui estabelecidos e deverá sempre preservar o meu anonimato. Qualquer outra forma de utilização e/ou reprodução deverá ser por mim autorizada.

O pesquisador responsável Jéssica Janine de Oliveira, assegurou-me que os dados serão armazenados em meio digital, sob sua responsabilidade, por 5 anos, e após esse período, serão destruídas.

Assegurou-me, também, que serei livre para interromper minha participação na pesquisa a qualquer momento e/ou solicitar a posse de minhas imagens.

Natal, ___ de ______________ de 2017.

___________________________________________________ Assinatura do participante da pesquisa

____________________________________________________ Jéssica Janine de Oliveira

Referências

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