• Nenhum resultado encontrado

CONIC-SEMESP

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "CONIC-SEMESP"

Copied!
10
0
0

Texto

(1)

TÍTULO: PROFESSORES INICIANTES: UM MAPEAMENTO SOBRE A ATUAÇÃO PROFISSIONAL DE EGRESSOS DE PROGRAMA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA

TÍTULO:

CATEGORIA: CONCLUÍDO CATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS ÁREA:

SUBÁREA: Pedagogia SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO(ÕES): UNIVERSIDADE MUNICIPAL DE SÃO CAETANO DO SUL - USCS INSTITUIÇÃO(ÕES):

AUTOR(ES): ELAINE VILARINHO NOVAES DE LIMA AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): ANA SILVIA MOÇO APARÍCIO ORIENTADOR(ES):

(2)

1.RESUMO

O presente projeto tem por objetivo principal investigar a atuação de egressos do Curso de Pedagogia participantes do Programa Bolsa Alfabetização implantado pelo governo do Estado de São Paulo desde 2007. O Bolsa Alfabetização intenciona aprimorar a formação inicial dos estudantes dos cursos de Pedagogia e de Letras, possibilitando-lhes atuar, diariamente, junto aos professores alfabetizadores da rede pública de ensino e contribuir para que todos os alunos do 2º ano sejam capazes de ler e escrever convencionalmente. Tendo isso em vista, partindo da hipótese de que ao ingressarem na profissão, os egressos desse programa sentem-se mais preparados para enfrentar os desafios do início da docência, decidimos desenvolver uma pesquisa buscando identificar como se processa o início da docência de egressos desse Programa. Pretendemos, por meio de entrevistas com os egressos, levantar dados que nos auxiliem a identificar características da atuação desses profissionais iniciantes no início da docência. Assim, pensamos poder contribuir com os estudos relativos à atuação de professores iniciantes, como também para evidenciar contribuições do Programa Bolsa Alfabetização na formação dos egressos e na sua prática profissional.

2. INTRODUÇÃO

O Programa Bolsa Alfabetização foi inicialmente implantado pela Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, no ano de 2006. Em 2007 foi incorporado pela SEE-SP integrando o Programa “Ler e Escrever”, cujo objetivo é alfabetizar todas as crianças com até oito anos de idade das escolas estaduais, ou seja, até o final do 3° ano do Ensino Fundamental, bem como garantir recuperação da aprendizagem de leitura escrita aos alunos das demais séries que compõem os anos iniciais do Ensino Fundamental (4º. e 5º. anos). O Projeto Bolsa Alfabetização esteve em vigor até o ano de 2015 quando a SEE-SP deixou de publicar edital para a participação das Universidades que oferecem cursos de Pedagogia e Letras.

O Bolsa Alfabetização intencionava aprimorar a formação inicial dos estudantes dos cursos de Pedagogia e de Letras, possibilitando-lhes atuar, diariamente, junto aos professores alfabetizadores da rede pública de ensino, tendo maior conhecimento de tal realidade e, consequentemente, contribuir para que todos os alunos do 2º ano ou de

(3)

classes do mesmo ciclo, voltadas à recuperação da aprendizagem (as classes de PIC – Programa Intensivo no Ciclo) fossem capazes de ler e escrever convencionalmente. Além disso, esperava-se que as Instituições de Ensino Superior (IES) se comprometessem com a causa do ensino público, buscando estabelecer uma ponte importante entre o ambiente acadêmico e a pratica de sala de aula, por meio de uma interação permanente do Aluno Pesquisador (AP), com o professor regente e com o professor orientador do IES.

Alguns estudos (APARICIO e ANDRADE, 2013) já evidenciaram que essa dinâmica organizacional do Bolsa Alfabetização aproximou os bolsistas do programa dos professores regentes das escolas públicas, envolvendo-os, de fato, com os questões da gestão de sala de aula e das relações de ensino e aprendizagem na alfabetização inicial, uma vez que a inserção desse futuro professor no cotidiano da sala de aula lhe propicia maior familiarização com o processo de ensino e aprendizagem na alfabetização nas diferentes situações didáticas que emergem nesse contexto. Em outras palavras, a imersão na escola permitiu aos licenciados participantes do Programa lidar com a interpretação de gestos, atitudes, opiniões, hábitos e crenças sobre alfabetização e as tantas ações do dia-a-dia de uma sala de aula, enfrentando os reais dilemas da alfabetização.

Considerando tais experiências, interessa-nos, com a presente pesquisa, compreender: como egressos do Bolsa Alfabetização vivenciam a inserção profissional no magistério? Sentem preparados para a pratica docente? Como enfrentam/ enfrentaram os desafios da entrada na profissão? Essas questões nos levam a definir como principal problemática da pesquisa: como se processa o início da docência de egressos que passaram por um Programa que tinha como objetivo favorecer sua inserção profissional?

3. OBJETIVO

Identificar características da atuação docente de egressos do Curso de Pedagogia da Universidade Municipal de São Caetano do Sul, participantes do Programa Bolsa Alfabetização.

(4)

4. METODOLOGIA

Esta pesquisa é de natureza qualitativa em educação, na perspectiva proposta por Gatti e André (2010, p. 30), que busca responder ao “desafio da compreensão dos aspectos formadores/formantes do humano, de suas relações e construções culturais, em suas dimensões grupais, comunitárias ou pessoais”, propondo a não neutralidade, a integração contextual e a compreensão de significados nas dinâmicas histórico-relacionais.

O Programa Bolsa Alfabetização teve início na USCS em 2008, mas os sujeitos da pesquisa forram os egressos de 2014 a 2016.

Tendo em vista o objetivo o desenvolvimento da pesquisa se deu nas seguintes etapas:

a- Pesquisa bibliográfica para estudo a respeito das temáticas da pesquisa: alfabetização, desenvolvimento profissional docente, professor iniciante;

b- Estudo e análise das orientações e textos oficiais do Programa Bolsa Alfabetização;

c- Aplicação de questionário aos egressos do Programa Bolsa Alfabetização entre 2014 e 2016. O questionário foi enviado por e-mail aos egressos e os dados dos questionários serviram para o levantamento do perfil pessoal e profissional dos egressos no início da docência.

d- Análise dos dados coletados, com base nas orientações teórico-metodológicas da “análise de conteúdo” (BARDIN,1977).

5. DESENVOLVIMENTO

O Programa Bolsa Alfabetização visava propiciar uma melhoria na aprendizagem da leitura e da escrita em seu sentido mais amplo e efetivo, contribuindo no processo de aprendizado das crianças dos anos iniciais e consequentemente garantindo a eles uma educação de qualidade. O aluno pesquisador (AP) que faz parte do programa assume a ideia de que alfabetizar significa muito mais do que ensinar a codificar e decodificar textos simples, ele passa a ter um olhar diferenciado para a alfabetização buscando sempre articular a teoria com a prática e construindo novos saberes. Essa construção se dá pelo fato do AP auxiliar o professor regentes e levar as suas observações e experiências para

(5)

análise e discussão na sua Instituição de Ensino Superior- IES, onde eram acompanhados e orientados pelo seu professor, sendo assim, juntamente com o seu professor orientador ele realizava pesquisas sobre a alfabetização, e planeja intervenções, possibilitando ao AP desenvolver a sua formação profissional e pessoal. (Fundação para o Desenvolvimento da Educação, SP 2015). Tais vivencias do AP leva a uma reflexão sobre a formação inicial docente.

Segundo André (2010) a formação inicial docente deve ser pensada como um aprendizado profissional ao longo da vida, o que implica envolvimento dos professores em processos intencionais e planejados, que possibilitem mudanças em direção a uma pratica efetiva em sala de aula.

O professor no início docência deve sempre buscar condições de confrontar-se com problemas complexos e variados, estando capacitado para construir soluções em sua ação, sabendo articular a teoria com prática sendo um diferencial na sua ação e transformando seus recursos cognitivos e afetivos. Dessa forma, é de extrema importância a relação teoria e prática na formação inicial docente. (GATTI, 2010). O aluno que faz parte do Programa Bolsa Alfabetização demonstra ter aspectos diferenciados. Pois, ele tem a possibilidade de atuar em sala de aula, realizando intervenções e discussões reflexivas na escola e na IES.

Dessa forma, o AP aprimora seus conhecimentos levando ao desenvolvimento profissional docente. De acordo com Marcelo (2009) o desenvolvimento profissional docente é o crescimento profissional que o professor adquire nas suas vivências. Sendo assim, é de extrema importância que durante a formação o aluno de Pedagogia tenha a possibilidade de vivenciar a sala de aula de uma maneira diferenciada, como ocorre com o AP e adquirindo mais confiança para enfrentar os desafios no início da docência.

6. RESULTADO

Considerando as respostas das questões realizadas pelos egressos podemos observar a relevância da sua participação no programa Bolsa Alfabetização. Os docentes afirmam que de fato as vivencias no programa contribuíram muito no seu início da docência facilitando os desafios encontrados na profissão. A partir dessa perspectiva os

(6)

egressos apontam que na sua formação falta a prática, pois, a formação trouxe um aprendizado construído na teoria considerando muito bom nos seus conhecimentos, porém sentiram a ausência da articulação teoria e prática. Dessa forma, as vivências no programa trouxeram aos docentes essa importância da relação teoria e prática dentro da sala de aula possibilitando uma aprendizagem acadêmica diferenciada tendo experiências construídas na sua profissão.

Diante das questões relacionadas a uma educação de qualidade sabemos que um fator primordial para isso é o professor, portanto, pensar e refletir sobre a formação de professores é essencial para o futuro da educação. Como podemos ver nas percepções dos egressos sobre os desafios e dificultados encontrados na profissão em querer uma formação construída na pratica.

Os autores Filgueira e Martino (2016) apontam que as instituições de ensino superior vêm formando uma grande quantidade de professores, que terminam a graduação e entram no seu início da docência sem preparo, pois na maioria das vezes não há uma vivência com a sala de aula e tão pouco com a realidade escolar no decorrer de sua formação. A formação de professores deve emergir da pesquisa e formação crítica.

O professor não finaliza seu aprender a ensinar apenas na teoria, mas sim aprende a ser docente quando compreende a importância de articular a teoria com prática na sua ação pedagógica tornando-se um professor pesquisador. Sendo assim, o processo de formação não se finaliza ao sair da universidade, mas é um processo contínuo no qual as vivências em programas de iniciação à docência, como o caso do Bolsa Alfabetização é um dos passos essenciais a contribuir para a formação de professores.

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho insere-se no contexto da pesquisa sobre a formação de professores, com foco em programas e políticas públicas que visam favorecer a inserção dos professores iniciantes na docência, tendo como natureza qualitativa em educação. O Programa Bolsa Alfabetização Teve por objetivo proporcionar aos docentes uma

(7)

aproximação entre a teoria e a prática contribuindo para a elevação da qualidade na formação dos professores. A partir desse o objetivo levantamos a hipótese de que os egressos participantes do Programa se sentem mais preparados para enfrentar os desafios do início da docência buscando recursos e maneiras para enfrentar os desafios e as dificuldades da profissão. Para a verificação dessa hipótese foi encaminhado um questionário aos participantes do Programa Bolsa Alfabetização com objetivo de identificar as características pessoais e profissionais dos docentes que estão atuando na docência.

Os docentes apontam a importância de uma formação continuada na profissão garantindo uma aprendizagem satisfatória levando a ser reconhecidos e valorizados na sua profissão. Como também responderam que a graduação não possibilita a garantia de desenvolver um início de uma carreira satisfatória. Tal fato levou os egressos a refletir sobre a formação de professores. Os docentes responderam que a graduação é muito importante para aprendizagem do professor, porém, sentem a falta de uma formação que articule a teoria com a prática. A partir dessa perspectiva os docentes apontaram a importância da participação no Programa Bolsa Alfabetização para o início da carreira docente, os egressos consideram que as vivências no Programa facilitaram o início da sua profissão tendo resultados positivos e satisfatórios. Eles terminam a graduação tendo total confiança em desenvolver um bom trabalho e de ingressar na profissão permanecendo na carreira docente.

Com base nesses apontamentos podemos afirmar que de fato o Programa Bolsa Alfabetização foi eficaz trouxe um aprendizado diferenciado na formação do professor, aproximando e inserindo o futuro docente em seu campo de trabalho. Os egressos tiveram a oportunidade ainda em formação de vivenciar o cotidiano escolar e a realidade de uma sala de aula, podendo articular a teoria com prática. Tendo a possibilidade de diminuir a distância entre a sua formação acadêmica e o espaço escolar, saindo assim mais preparados para enfrentar os desafios do início da docência.

Na presente pesquisa concluímos que apesar dos desafios e dificuldades que os egressos enfrentaram no início da carreira, ter participado do Programa foi relevante para conduzir o docente ao início da sua profissão, diminuindo assim as angústias e medos.

(8)

A participação no Bolsa Alfabetização Trouxe a vivência de uma experiência concreta frente a uma sala de aula se diferenciando dos estágios curriculares obrigatórios sendo apenas de observação e que não dá a possibilidade de vivenciar essa prática. Dessa forma, a proposta do Bolsa Alfabetização possibilitou também uma reflexão as universidades sobre a formação de professores, com vistas a uma formação construída na prática.

Para se ter uma educação de qualidade é necessário refletir na formação de professores, pois são eles os mediadores na aprendizagem e no desenvolvimento dos alunos. Portanto, é necessário que se tenha políticas públicas educacionais que favoreçam a formação de professores. Nesse sentido o Programa Bolsa Alfabetização foi uma política pública que deve ser avaliada por parte de educadores e dos seus elaboradores, para que possa ser reconhecido e implantado novamente na rede estadual, bem como em outras redes públicas de educação básica.

8- FONTES CONSULTADAS

ANDRÉ, Marli. Formação de professores: a constituição de um campo de estudos. Educação, v. 33, n. 3, 2010. Disponível em http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=84816931002>. Acesso em 16/08/2017.

ANDRADE, M. de F. O Programa Bolsa Alfabetização e a ressignificação dos estágios na pedagogia. Estudos em Avaliação Educacional, v. 24, n. 55, 2013.

APARÍCIO, A. S. M. Formação docente: reflexões de alunos de pedagogia no

Programa Bolsa Alfabetização. Estudos em Avaliação Educacional, v. 24, n.55, 2013.

APARICIO, Ana Silvia Moço; DE ANDRADE, Maria de Fátima Ramos. Contribuições do programa bolsa alfabetização na formação inicial do professor: o que evidenciam os relatos reflexivos produzidos por alunos de pedagogia. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, v,12, n.1, p. 54-69, 2017. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.21723/riaee.v 12.n 1.7674> Acesso em 08/2017.

Fundação para o Desenvolvimento da Educação, Programa ler e Escrever: Disponível em < http://lereescrever.fde.sp.gov.br>. Acesso em 16/08/2017.

(9)

FILGUEIRA, Ana Maria Falcão; DE FÁTIMA MARTINO, Vânia. Políticas Públicas Para a Formação De Professores: Uma Experiência de Ensino Junto ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID). Revista do Instituto de Políticas Públicas de Marília, v. 2, n. 1, 2016.

GATTI, B.A. Formação de professores: condições e problemas atuais. Revista Brasileira de Formação de Professores –RBFP, vol. 1, n. 1, 2009, 90-102.

_____. Formação de professores no Brasil: características e problemas. In: Educ. Soc., Campinas, v. 31, n. 113, p. 1355-1379, out. Dez. 2010. Disponível em

http://www.cedes.unicamp.br. Acesso em 09/2017

GATTI, B.A. et al. Formação de professores para o ensino fundamental: instituições formadoras e seus currículos. (Relatório de pesquisa). 2°ed. São Paulo: Fundação Carlos Chagas: Fundação Victor Civita, 2008.

_____ & NUNES, M.M.R. (orgs). Formação de professores para o ensino

fundamental: estudo de currículos das licenciaturas em pedagogia, língua portuguesa, matemática e ciências biológicas. V. 29. São Paulo: FCC/DPE, 2009.

GATTI, Bernadete A FORMAÇÃO DE PROFESSORES NO BRASIL: CARACTERISTICAS E PROBLEMAS. Educação &Sociedade, v.31,2010. Disponível em: <http;//www.redalyc.org/articulo.oa? id=87315816016>. Acesso em 10/2017

(10)

Referências

Documentos relacionados

Os dados de incidência foram obtidos do RCPB de Fortaleza a partir do sistema basepopWeb (INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER, 2010), sendo coletados: o número de casos novos

Uma maneira viável para compreender uma reação química é através da conservação das massas, isso porque numa abordagem mais ampla, como demonstra no livro

Mesmo com suas ativas participações na luta política, as mulheres militantes carregavam consigo o signo do preconceito existente para com elas por parte não somente dos militares,

Ainda na última parte da narrativa, outro “milagre” acontece: Grenouille apa- rece, de súbito, em meio ao povo, destampa uma pequena garrafa que trazia consi- go, borrifa-se com

As mulheres travam uma história de luta por reconhecimento no decorrer do tempo sistematicamente o gênero masculino dominava o feminino, onde prevalecia a hierarquização do sexo

Dose/diluição: 1 litro do produto para 1.000 litros de água – banho de imersão (repetir a cada 21 dias); 20 ml para 20 litros de água – pulverização (4 a 5 litros

A apixaba- na reduziu o risco de AVE e embolismo sistêmico em mais de 50%: houve 51 eventos entre os pacientes do grupo apixabana versus 113 no grupo do AAS

Žemiška aistra, kuriai pasiduoda abu įsimylėjėliai, nors susijusi su purvu, Užupio sąvartynu, tačiau tampa priežastimi matyti gražesnį pasaulį (ne veltui Tūla kalba apie