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TÍTULO: ANÁLISE DO CONHECIMENTO DE ALUNOS DE CURSOS DA SAÚDE SOBRE A RELAÇÃO MEIO AMBIENTE E DOENÇA

TÍTULO:

CATEGORIA: CONCLUÍDO CATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE ÁREA:

SUBÁREA: Enfermagem SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO(ÕES): CENTRO UNIVERSITÁRIO ADVENTISTA DE SÃO PAULO - UNASP INSTITUIÇÃO(ÕES):

AUTOR(ES): VANESSA ARAÚJO CARVALHO, SYMARA ALVES VOLPATO AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): RENATA CRISTINA SCHIMIDT SANTOS ORIENTADOR(ES):

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ANÁLISE DO CONHECIMENTO DE ALUNOS DE CURSOS DA SAÚDE SOBRE A RELAÇÃO MEIO AMBIENTE E DOENÇA

ANALYSIS OF KNOWLEDGE OF STUDENTS IN HEALTH COURSES ON THE ENVIRONMENTAL AND DISEASE RELATIONSHIP

Symara Alves Volpato1 Vanessa Araújo Carvalho1 Renata Cristina Schmidt Santos2

RESUMO: Sabe-se que o meio ambiente com suas alterações, interferem diretamente ou indiretamente na saúde da população, por este motivo é de grande importância que os profissionais da área da saúde tenham uma base científica para resolver problemas relacionados ao meio ambiente. Este projeto visa o objetivo de analisar o conhecimento dos alunos dos cursos da saúde a respeito da relação meio ambiente e doença. O presente trabalho constitui-se de uma pesquisa descritiva exploratória de 8 questões com abordagem quantitativa. As coletas de dados foram realizadas através do curso de Enfermagem, Fisioterapia e Nutrição de um Centro Universitário situado na Zona Sul do Estado de São Paulo, utilizando uma abordagemdescritiva eestatística inferencial. Assim, faz-se necessário a discussão dos resultados através das respostas obtidas em cada questão, objetivando o nível de preparação dos futuros profissionais da saúde frente a esta temática.

Descritores: Saúde ambiental; Meio Ambiente; Educação em Saúde; Ensino superior; Educação Ambiental.

ABSTRACT: It is known that the environment with its alterations, interfere directly or indirectly in the health of the population, for this reason it is of great importance that the professionals of the health area have a scientific basis to solve problems related to the environment. This project aims to analyze the knowledge of the students of health courses regarding the environment and disease relationship. The present work consists of a descriptive exploratory research of 8 questions with quantitative approach. Data collection was performed through the Nursing, Physical Therapy and Nutrition course of a University Center located in the South Zone of the State of São Paulo, using a descriptive and inferential statistical approach. Thus, it is necessary to analyze the results through the answers to each question, aiming at the level of prediction of future health professionals in this area.

Keywords: Environmental Health; Environment; Education in Health; Highereducation; Environmental education.

1. Acadêmicas do Curso de Enfermagem do Centro Universitário Adventista de São Paulo – UNASP/SP, e-mail: symara.volpato@hotmail.com, vanessa_araujo11@hotmail.com

2. Mestre em Ciências Radiológicas pela UNIFESP, professora e pesquisadora do Centro Universitário Adventista de São Paulo – UNASP/SP, e-mail: renata.santos@ucb.org.br

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INTRODUÇÃO

Os problemas ambientais ocorrem pela intervenção humana sobre a natureza, populacional, destruição de matas e o aumento do nível de poluição que se origina da extensão das atividades de produção e consumo humanas, isso faz com que a qualidade de vida da população seja influenciada, pois a degradação ambiental significa uma ameaça aos sistemas de suporte a vida (FREITAS, 2010).

Dentre os problemas ambientais, é possível destacar o aumento da poluição e seus impactos sobre a água, o ar, o solo e os alimentos, também os riscos ecológicos globais resultantes dessa poluição, como por exemplo, o efeito estufa ocasionando o aquecimento do planeta e a redução da camada de ozônio podendo aumentar o número de casos de câncer de pele (VAN e ROTH, 2007).

Existem alguns desafios sócio ambientais que devem ser realizados como por exemplo, garantir o abastecimento de água com qualidade e em quantidade suficiente para as condições básicas de conforto; coleta, tratamento adequado de águas residuárias (esgotos sanitários, resíduos líquidos industriais e agrícolas); outro ponto é a coleta, transporte e destino final dos resíduos sólidos (incluindo os rejeitos provenientes das atividades doméstica, comercial e de serviços, industrial e pública) (GUIMARÃES, CARVALHO e SILVA, 2007).

Nesse contexto, as atividades profissionais devem se preocupar com os danos ambientais causados por elas, objetivando minimizar riscos ao ambiente e à saúde da população em geral. A partir disso, as profissões da saúde recebem destaque devido aos resíduos produzidos por suas atividades e, no contexto de preservação ambiental, suas práticas envolvem uma necessária articulação com a Educação e Formação Ambiental (CORRÊA, 2005; PEREZ, 2014).

O profissional que atua na promoção da saúde mais do que estimular o estilo de vida saudável, deve atentar também para a interação do homem com o meio em que vive, sendo o ambiente saudável um dos fatores que colaboram com o desenvolvimento de boa saúde (BESERRA, 2010; SANTOS, 2016).

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No Brasil, desde a Constituição Brasileira de 1988 em seu Artigo 225 § 1º, inciso VI, (BRASIL, 1988) já surgia o princípio da Educação Ambiental (EA), sendo de competência do Poder Público “promover a EA em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente” (CORREA, 2005). Para os parâmetros curriculares nacionais, a Educação Ambiental foi incluída através da Política Nacional de Educação Ambiental de 1999 (BRASIL, 1999). Os Ministérios da Educação e Meio Ambiente tem mutuamente contribuído para sua efetividade e permanência de forma transversal e multidisciplinar na educação formal brasileira (JACOBI, 2003).

Segundo Freitas-Anceleset al (2016) deve ser considerado que através da formação ambiental nas instituições de ensino superior (destacando-se a área da saúde), haja uma transformação no pensamento onde, trabalhando com a ideia de interdisciplinaridade, ética e cidadania, a fim de que os futuros profissionais da saúde também sejam transformadores críticos dessa realidade, de degradação ambiental, que afeta a sociedade como um todo.

Diante disso este trabalho tem como objetivo verificar se os alunos da área da saúde sabem a relação que existe entre as alterações ambientais e as doenças que atingem a população e analisar o quanto os mesmos estão familiarizados com esta temática, levantando a opinião dos alunos, se há aplicabilidade deste assunto na vida profissional.

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo de abordagem quantitativa e exploratória, realizada com os alunos matriculados no 4º ano dos cursos de enfermagem, fisioterapia e nutrição de uma Universidade da Zona Sul da Grande São Paulo. A amostra foi composta por 85 alunos, sendo 27 da enfermagem, 28 da fisioterapia e 30 da nutrição.

O projeto foi submetido ao Comitê de Ética em pesquisa do Centro Universitário Adventista de São Paulo – UNASP, sendo aprovado em 12 de dezembro de 2017, (CAAE: 80967717.1.0000.5377).

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O critério para participação da pesquisa era ser formando em um dos trêscursos da saúde, isso porque os mesmos já teriam assistido a maioria das disciplinas e estriam mais preparados para participar desta pesquisa.

Os dados foram coletados entre os meses de março e abril de 2018, nas salas de aula, nos horários previstos e autorizados pela coordenadora do curso. Foi apresentada a pesquisa, seu objetivo e importância e entregue um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, onde todos os participantes assinaram e os pesquisadores recolheram a sua cópia.

O questionário aplicado foi composto de 7 questões objetivas que foram desenvolvidas de acordo com o relatório da Organização Mundial da Saúde em Genebra 1997, que explora a relação das doenças com problemas ambientais como mostra o Quadro 1 (WHO, 1997). O questionário ainda continha uma ultima questão objetiva, onde o aluno era questionado sobre a importância do tema para a sua vida profissional.

Antes doquestionárioser submetido para os alunos, ele foi avaliado por dois professores que aprovaram o instrumento.

Quadro1. Relação doenças e alterações ambientais de acordo a WHO 1997.

DOENÇAS Poluição Atmosférica Esgoto doméstico Água contaminada Alimento contaminado Moradia insalubre Alterações Ambientais Doenças Respiratória aguda x x x Infecções diversas x x x x x Doenças transmitidas por vetores x x x Doenças mentais x Doenças cardiovasculares x x Doenças respiratórias crônicas x x Câncer x x x x x Fonte: WHO, 1997

Para análise dos dados, os alunos de cada curso foram separados em dois grupos: o primeiro grupo foram os que fizeram a relação correta entre

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doenças e alterações ambientais de acordo com a Tabela 1; o segundo grupo,os que não fizeram a relação correta entre as doenças e alterações ambientais, issoporque deixaram de marcar alternativas corretas ou porque marcaram alternativas erradas.

Os dados foram submetidos aestatística descritiva.

RESULTADOS

A pesquisa contou com a participação de 85alunos com faixa etária entre 19 e 35 anos, todos matriculados no último ano de cursos da saúde enfermagem, nutrição e fisioterapia. As tabelas a seguir mostram a porcentagem de alunos de cada curso que fizeram e os que não fizeram a relação correta entre as doenças e as alterações ambientais.

Tabela 1. Porcentagem dos alunos do curso de nutrição (n=30)que fizeram eque não fizeram a relação correta entre as doenças e as alterações ambientais. São Paulo, mar-abr, 2018.

DOENÇAS SIM NÃO

N % N %

Doenças Respiratórias agudas 22 73,3 8 26,6

Infecções diversas 11 36,6 19 63,3

Doenças transmitidas por vetores 20 66,6 10 33,3

Doenças mentais 9 30,0 21 70,0

Doenças cardiovasculares 8 26,6 22 73,3

Doenças respiratórias crônicas 23 76,6 7 23,3

Câncer 16 53,3 14 46,6

A começar pelo curso de nutrição, pode-se observar (Tabela 1) que mais de 50% dos discentes souberam associar, doenças respiratórias agudas, doenças transmitidas por vetores, doenças respiratórias crônicas e câncer com as alterações ambientais, poréma porcentagem das outras respostas foi menor.

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Tabela 2. Porcentagem dos alunos do curso de enfermagem (n=27)que fizeram e que não fizeram a relação correta entre as doenças e as alterações ambientais. São Paulo, mar-abr, 2018.

DOENÇAS SIM NÃO

N % N %

Doenças Respiratórias agudas 15 55,5 12 44,4

Infecções diversas 11 40,7 16 59,2

Doenças transmitidas por vetores 13 48,1 14 51,8

Doenças mentais 9 33,3 18 66,6

Doenças cardiovasculares 6 22,2 21 77,7

Doenças respiratórias crônicas 24 88,8 3 11,1

Câncer 5 18,5 22 81,4

Já no curso de enfermagem (Tabela 2), o melhor desempenho foi nas doenças respiratórias agudas e crônicas, acima de 50% de relação correta. As doenças transmitidas por vetores ficaram próxima dos 50%, porém, percebe-se novamente a dificuldade dos alunos de relacionar as demais doenças com as alterações ambientais.

Tabela 3. Porcentagem dos alunos do curso de fisioterapia (n=28) que fizeram e que não fizeram a relação correta entre as doenças e as alterações ambientais. São Paulo, mar-abr, 2018.

DOENÇAS SIM NÃO

N % N %

Doenças Respiratórias agudas 10 35,7 18 64,2

Infecções diversas 8 28,5 20 71,4

Doenças transmitidas por vetores 8 28,5 20 71,4

Doenças mentais 9 32,1 19 67,8

Doenças cardiovasculares 7 25,0 21 75,0

Doenças respiratórias crônicas 7 25,0 21 75,0

Câncer 4 14,2 24 85,7

Na tabela 3observa-se que os resultados da turma de fisioterapia, em nenhum item os alunos conseguiram alcançar 50% de relação correta.

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Tabela 4. Porcentagem de alunos de cada curso que fizeram relação correta entre as doenças e as alterações ambientais.São Paulo, mar-abr, 2018.

Doenças Nutrição (%) Enfermagem (%) Fisioterapia (%)

Doenças Respiratória aguda 73,3 55,5 35,7 Infecções diversas 36,6 40,7 28,5 Doenças transmitidas por vetores 66,6 48,1 28,5 Doenças mentais 30,0 33,3 32,1 Doenças cardiovasculares 26,6 22,2 25,0 Doenças respiratórias crônicas 76,6 88,8 25,0 Câncer 53,3 18,5 14,2

Ao comparar a quantidade de acertos entre os cursos (Tabela 4), nota-se que o curso de nutrição teve uma maior porcentagem de acertos na relação as doenças respiratórias agudas, doenças transmitidas por vetores, doenças respiratórias crônicas e câncer com as alterações ambientais. Porém, itens como infecções diversas, doenças mentais e doenças cardiovasculares houve menor índice de acertos em todos os cursos.

Quanto à percepção dos estudantes em relação a importância do tema, todos os alunos (100%) concordaram que a compreensão da relação entre as doenças e alterações ambientais é importante para atuação do profissional da saúde.

DISCUSSÃO

Neste estudo constatou-se que os alunos conseguiram associar com mais facilidade as alterações ambientais com as doenças respiratórias e doenças transmitidas por vetores, isso provavelmente porque essas doenças são mais divulgadas e faladas nos veículos de comunicação.

Como nos últimos anos tem aumentado a incidência de doenças transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypti no Brasil, esse fato provavelmente colaborou para a alta porcentagem de relação da doença transmitida por vetores com o meio ambiente. Com a evolução tecnológica na área da saúde esperava-se que as doenças transmitidas por vetores reduzissem sua morbidade, porém a urbanização sem estrutura adequada, migrações, alterações ambientais como aquecimento global, desmatamento, inundações e

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falta de saneamento básico tem colaborado para o aumento do mosquito (PAZ e BERCINI, 2009).

O número crescente da circulação de veículos no mundo e as atividades industriais são fatores que contribuem fortemente para a poluição da atmosfera.Na literatura a poluição atmosférica está associada ao excesso de mortes e internações hospitalares, em particular por doenças respiratórias e cardiovasculares”. Os problemas respiratórios agudos e crônicos, têm como o seu principal fator de risco o ar, seja ele contaminado por poluentes ou sofrendo diversas alterações climáticasSegundo Freitas et al (2013).

A poluição do ar,afeta o arganismo ao reduzir o transporte de oxigênio no sangue quando exposto a quantidades grandes de CO2 na atmosfera, gerados por queima de combustível dos carros e fabricas (WHO, 1997). Infelizmente essa poluição está cada vez mais presente nas populações urbanas e vem afetando toda a população indiscriminadamente, e particularmente as crianças e os idosos, que são os mais vulneráveis (AMORIM, 2010).

De acordo com Pasternak (2016) as doenças do trato respiratório superior são causadas pela junção dos poluentes da atmosfera (dióxido de enxofre e monóxido de carbono) com as mudanças climáticas como o frio e umidade, ja as doenças respiratórias do trato inferior são causadas pelo ozônio, material particulado e alterações climáticas. O Ministério da Saúde confirma que a poluição ambiental é um dos fatores de risco para o desenvolvimento das doenças respiratórias, assim tambem como um ambiente livre dessa poluição se torna um fator de prevenção (BRASIL, 2012).

Já em relação a moradia insalubre, Pasternak (2016) define que uma moradia pode prejudicar profundamente a saúde de seus moradores quando existe falta de serviços de infraestrutura (iluminação, rede geral de esgoto, água encanada, coleta de lixo e cobertura inadequada), falta de exposição a luz solar, ventilação inadequada e adequação fundiária(Pasternak 2016).

Neste estudo observou-se que houve dificuldade em identificar uma relação das doenças infecciosas, mentais e cardiovasculares com as alterações ambientais.Acredita-se que por serem doenças menos debatidas nessa temática do meio ambiente, faltou conhecimento por parte dos acadêmicos.

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Muitos são os microorganismo relacionados com as doenças infecçiosas humanas, dentre eles os mais comuns: colera, febre tifóide e paratifóide, salmonela, shigella, giardíase, Escherirchia Coli e uma variedade de outras doenças causadas por bactérias, parasitas e vírus. A maior parte dessas doenças ocorrem em crianças nos países em desenvolvimento. É estimado que aproximadamente 90% da carga dessas doenças está relacionada com a falta de saneamento, falta de acesso a água limpa e alimentos contaminados (WHO, 1997).

De acordo com Pasternak (2016) existe dificuldade em associara saúde mental com a moradia, pois muitas variáveis interferem para conclusões exatas, mas alguns fatores como a falta de privacidade ou a moradia em cortiços estão intimamente relacionadas com sequelas mentais e traços esquizofrênicos, respectivamente, lembrando-se sempre que esses são os principais fatores ambientais que tem influência negativa. Entretanto:

“Ao considerar os efeitos do meio ambiente, fatores químicos efísicos, tem interferencia sobre a saúde mental, e os fatores psicossociais, o bem-estar, todos eles devem ser levados em conta poisinfluenciam o sistema nervoso do corpo” (WHO, 1997).

Já em relação às doenças cardiovasculares, são diversos os fatores de risco entre elas os fatores que são de origens não modificáveis como a idade, sexo, raça e histórico familiar, fisiológicos como colesterol elvado, pressão arterial elevada, diabetes e obesidade, comportamentais como o tabagismo, dieta hipercalórica, etilismo e sedentarismo e por fim os fatores ambientais que compõem a poluição do ar, exposições a metais pesados e agentes infecciosos(WHO, 1997)..

Outro ponto de grande preocupação são as doenças cancerígenas, pois como visto, são muitos os fatores ambientais que levam a desencadeá-las. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA) “Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células, que invadem tecidos e órgãos... As causas são

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variadas, podendo ser externas ou internas ao organismo, estando inter-relacionadas. As causas externas referem-se ao meio ambiente e aos hábitos ou costumes próprios de uma sociedade”. De acordo com WHO (1997) 15% dos novos casos anuais de câncer poderiam ser evitados com a prevenção de doenças infecciosa, poluição por produtos quimicos, aditivos alimentares e gases. A população é alvo constante de agentes tóxicos, no ambiente, para o organismo que juntamente com os hábitos de vida proporcionam uma maior propensão a esta doença, por esse motivo, é de extrema importância o olha cuidadoso para o meio ambiente e a sustentabilidade, pois é através dele que se previne o adoecimento da população principalmente na ocorrência de câncer (PERES, 2016).

A partir da pesquisa realizada pode-se evidenciar que o conhecimento sobre a relação entre o meio ambiente e doença apresenta uma variedadede percepções dos alunos com este assunto, tornando-se assim necessário uma disciplina específica sobre o meio ambiente. De acordo com a literatura outras pesquisas realizadas mostram lacunas no conhecimento dos discentes sobre este assunto, o que se leva a refletir sobre a necessidade de incrementar na grade curricular dos cursos da saúde uma disciplina voltada para esse tema (PERES E CAMPONOGARA, 2014; FREITAS–ANCELES, 2016).

Pelo enorme número de doenças relacionadas ao meio ambiente, torna-se de grande importância a ampliação do conhecimento tanto dos profissionais atuantes e principalmente dos que estão se preparando e estudando para entrar no mercado de trabalho. Nas últimas décadas, a sociedade tem convivido com grandes debates sobre o impacto dos problemas ambientais na vida das populações e do planeta, isso tem favorecido a emergência de uma linha de discussão atinente à importância de uma vertente socioambiental quando se lança um olhar sobre essas questões (PERES et. al, 2016).

Por isso, segundo Peres e Camponogara (2014) torna-se necessária uma educação voltada para os aspectos ambientais em toda sua complexidade, possibilitando ao acadêmico, como futuro profissional de saúde, o aprendizado de valores essenciais para a promoção da saúde e melhor qualidade de vida para as pessoas e para o planeta.

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Na ação para promoção da saúde no contexto da saúde ambiental, diversas profissões interligam-se, utilizando instrumentos próprios com um só propósito: promover saúde. Daí a importância de discutir o tema, que engloba o bem-estar humano e ecológico, tendo como finalidade elaborar medidas de promoção de saúde, consistentes e cabíveis (BESERRA et.al, 2010).

Diante disso, os docentes da área da saúde têm papel fundamental nesse processo, na medida em que, ao comportarem uma visão integradora e ampliada sobre o meio ambiente, poderão instigar nos futuros profissionais, um posicionamento reflexivo frente aos problemas socioambientais e de saúde e o comprometimento com a preservação ambiental. (PERES, CAMPONOGARA 2014).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Levando-se em conta o que foi observado, conclui-se que os acadêmicos de Nutrição e Enfermagem, souberam relacionar melhor as doenças com as mudanças no meio ambiente, principalmente as doenças respiratórias agudas e crônicas e infecções diversas, onde a porcentagem de respostas certas foram maiores do que nas outras alternativas. Porém, demonstraram dificuldades com relação as doenças transmitidas por vetores, doenças mentais, doenças cardiovasculares e câncer. Já os alunos de Fisioterapia demonstrou maior dificuldade na relação das doenças e alterações ambientais.

Diante das questões expostas, os discentes concordaram que é importante a associação das doenças com as condições do meio ambiente, e que isso deve ser aplicado na vida profissional.

Em vista dos argumentos apresentados, não podemos afirmar que os alunos pesquisados têm ou não total conhecimento no assunto apenas com as questões realizadas, baseado neste estudo seria importante uma pesquisa mais profunda quanto à grade curricular de cada curso e os assuntos abordados em cada disciplina.

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Acredita-se que o presente estudo contribuiu para uma reflexão acerca da percepção do profissional, frente a doenças que podem ter as condições do meio ambiente como um fator de risco e também servirá como base para futuras pesquisas.

REFERÊNCIAS

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