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Academic year: 2021

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TÍTULO: DUPLA TAREFA DURANTE A MOBILIDADE FUNCIONAL ENTRE IDOSOS PRATICANTES E NÃO PRATICANTES DE ATIVIDADE FÍSICA

TÍTULO:

CATEGORIA: CONCLUÍDO CATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE ÁREA:

SUBÁREA: Fisioterapia SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO(ÕES): UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA - UNISANTA INSTITUIÇÃO(ÕES):

AUTOR(ES): NATHÁLIA ANDRESSA DA SILVA FIRMINO AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): SHEILA DE MELO BORGES ORIENTADOR(ES):

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RESUMO

O objetivo do presente estudo foi comparar o desempenho de dupla tarefa durante mobilidade funcional entre idosos praticantes e não praticantes de atividade física. Para isso, participam deste estudo, 252 idosos assistidos por Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município de Santos/SP, e que foram divididos em dois grupos: praticantes de atividade física (GE – n=153) e não praticantes de atividade física (GC – n=99). Para contemplar os objetivos do presente estudo, foi utilizado o teste Timed Up and Go (TUG) para avaliar a mobilidade funcional em três condições: TUG sem dupla tarefa (TUGsimples), TUG com dupla tarefa cognitiva, ou seja, falando

animais durante a execução do teste (TUGcognitivo) e TUG segurando um copo com

água (TUGmanual). Na caracterização da amostra apenas a variável escala de

depressão geriátrica-EDG-15 (GE: 3,03±2,40; GC: 4,28±3,00; P=0,001) mostrou diferença significativa entre os grupos. Já em relação ao teste de mobilidade funcional com e sem dupla tarefa, apenas a variável TUGcognitivo mostrou diferença

significativa (GE: 13,49±6,14; GC: 15,29±7,05; P=0,026) entre os grupos. Entretanto após ajuste para variável EDG-15 realizado por meio do teste ANCOVA, a variável TUGcognitvo não manteve diferença (P=0,05) significativa entre os grupos. Assim, foi

possível concluir um melhor desempenho do grupo GE em relação ao GC, sendo esta diferença influenciada pela presença de sintomas depressivos na população praticante de atividade física.

INTRODUÇÃO

O envelhecimento é um processo de mudança fisiológica, funcional e psicológica caracterizado por perda progressiva das funções do organismo e sistemas. Dentre as alterações verifica-se redução da capacidade funcional que interferirá na mobilidade funcional. ¹

A mobilidade funcional pode ser definida pela capacidade de movimentação, de maneira segura e independente, permitindo a realização de tarefas². Essas tarefas no dia a dia podem ser realizadas isoladamente ou em conjunto com alguma outra atividade, caracterizando a dupla tarefa, que por sua vez é definida como a execução de uma tarefa primária, onde há um maior foco de atenção, com uma segunda atividade que é executada simultaneamente. Logo, as alterações na mobilidade estão relacionadas com aspectos motores e cognitivos.3

Para manutenção da mobilidade, a prática de atividade física tem mostrado diversos benefícios, tais como: aumento da massa muscular, diminuição do peso corporal, melhora do equilíbrio e da marcha e maior independência para realização das atividades de vida diária (AVD).4

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Adicionalmente, a realização da atividade física também age nos aspectos cognitivos uma vez que aumenta os níveis dos neurotransmissores, ocorrendo mudanças em estruturas cerebrais e aumentando o processamento cognitivo, agindo de maneira protetora tanto em idosos sem déficit cognitivo como em idosos que já apresentam algum déficit.5

Portanto, para uma atenção integral à saúde do idoso, uma política de saúde, chamada envelhecimento ativo, foi lançada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). 6 Nesta política, a atividade física é apontada como um dos fatores determinantes a participação dos idosos com o objetivo de proporcionar um envelhecimento ativo, com maior nível de independência e autonomia. 6 De acordo com Medeiros et al.,7 estudos de revisão e de meta-análise, assim como documentos de organizações científicas, evidenciam, entre os efeitos preventivos e/ou terapêuticos da atividade física, uma melhora das capacidades funcionais e cognitivas.

OBJETIVO

Dada à relevância da atividade física no aspecto motor e dos avanços de estudos que indicam efeitos cognitivos, o presente projeto, teve como objetivo comparar o desempenho de dupla tarefa durante mobilidade funcional entre idosos praticantes e não praticantes de atividade física.

METODOLOGIA Desenho do estudo

Trata-se de uma pesquisa analítica, observacional, comparativa, do tipo corte transversal.

População estudada

Essa pesquisa conta com 305 idosos assistidos pela Unidade Básica de Saúde (UBS), porém, 53 idosos foram excluídos pelos seguintes motivos: quatro por

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não terem idade igual ou maior que 60 anos, 24 por preenchimento incompleto dos testes e questionários, 16 por fazer uso de aditamento e nove por não realizarem o teste. Desta forma, participaram 252 idosos, que foram divididos em dois grupos (Figura 1):

Grupo Estudo (GE): idosos praticantes de atividade física (n=153); Grupo Controle (GC): idosos não praticantes de atividade física (n=99). Estes idosos seguiram os seguintes critérios de inclusão e exclusão:

Critérios de inclusão: Ter idade igual ou superior a 60 anos; Assinar o termo de consentimento livre e esclarecido – TCLE; Praticar atividade física há pelo menos seis meses para o GE e estar sem praticar atividade física há pelo menos seis meses para o grupo GC; Não depender de nenhum instrumento de ajuda para locomoção, como cadeira de rodas, andadores e muletas.

Critérios de exclusão: Idosos incapazes de compreender instruções para a realização do teste; Desistência do trabalho; Terem alguma doença que interfira no equilíbrio e/ou cognição tais como: Parkinson, Doença de Alzheimer, Demência, doenças neuromusculares, ataxias, etc; Presença de dor incapacitante.

Figura 1 – Fluxograma da população estudada

305 idosos avaliados 53 idosos excluídos Amostra final n= 252 n= 264 153 idosos praticantes de atividade física n= 99 idosos não praticantes de atividade física n= 264

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DESENVOLVIMENTO

Esta pesquisa faz parte de um projeto intitulado Síndrome da fragilidade: identificação e monitoramento de vulnerabilidade em idosos usuários de UBS no município de Santos/SP e tem aprovação no Comitê de Ética e Pesquisa com seres humanos (CEP) da UNISANTA com CAAE 36261214.8.0000.5513, e seguiu todas as recomendações da resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde.

Após o convite para participação do estudo e esclarecimento sobre a proposta da pesquisa, os voluntários da pesquisa assinaram o TCLE e foram avaliados por alunos de fisioterapia (inscritos no projeto) supervisionados pela responsável da pesquisa, no dia e horário de atividades na UBS. Para contemplar os objetivos do presente estudo foram analisados os dados demográficos como idade e gênero para caracterização da amostra, além de informações sobre tempo e prática de atividade física para comparação dos grupos. Para verificar a variável desfecho do presente estudo, ou seja, a dupla tarefa durante a mobilidade funcional, foi utilizado o teste Timed Up and Go (TUG)8,9.

Materiais

Para caracterização da amostra foram utilizados os seguintes dados: idade, sexo e informações sobre prática e tempo de atividade física.

Para saber se os grupos são homogêneos foram utilizados os seguintes dados: número de medicamentos, número de doenças, sintomas depressivos avaliados pela Escala de depressão geriátrica abreviada (EDG-15), que é formada por 15 perguntas para identificar os sintomas depressivos em idosos e qualificar esses sintomas em: provável depressão severa (acima de 11pontos), indício de depressão leve (5 a 10 pontos) ou exame normal (0 a 5 pontos),10e o Mini-exame do estado mental (MEEM), instrumento de rastreio cognitivo global que testa condições como a memória recente, registro da memória imediata, orientação temporal e espacial, atenção, cálculo, leitura e escrita, tendo um escore máximo de 30 pontos. Este teste sugere déficit cognitivo ou não, dependendo da pontuação que será: 20 pontos para analfabetos; 25 pontos para pessoas com escolaridade de 1 a 4 anos;

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26 pontos para 5 a 8 anos de escolaridade; 28 pontos para aqueles com 9 a 11 anos de escolaridade e 29 pontos para mais de 11 anos de escolaridade.11

Para avaliar a dupla tarefa durante a mobilidade funcional foi utilizado o teste TUG que tem como objetivo avaliar a mobilidade e o equilíbrio dinâmico. Este teste quantifica em segundos quanto tempo o idoso leva para de levantar de uma cadeira com braços, caminhar por três metros, virar-se, retornar e sentar-se novamente na cadeira (TUGsimples).8Na sequência exige-se uma segunda ação, a atividade manual,

que será como o TUGsimples, porém acrescenta-se a tarefa de segurar um copo com

água (TUGmanual). E por fim será solicitada a atividade cognitiva (TUGcognitivo) que terá

a mesma execução do TUGsimples, mas acrescenta-se o pedido de que o idoso fale

nomes de animais. Foram utilizadas as seguintes atividades de dupla tarefa durante o TUG: segurando um copo com água (TUGmanual) e falando todos os nomes de

animais (TUGcognitivo).9

Análise Estatística

Para analisar os dados estatísticos foi utilizado o pacote estatístico SPSS® versão 21.0 para Windows, sendo utilizado o teste de Kolmogorov- Smirnov para avaliar a normalidade dos dados e posteriormente foi realizada a comparação da avaliação (TUG) por meio do teste Mann-Whitney, já que os dados não apresentaram distribuição normal entre os grupos GE e GC. Além disso, foi realizada análise de covariância (ANCOVA) para verificar a influência de variáveis de caracterização da amostra com diferença significativa entre os grupos de estudo em relação às variáveis desfecho (TUGsimples, TUGcognitiva e TUGmanual). Para efeito de

significância foi considerado o valor de p<0,05.

RESULTADOS

Conforme observado na tabela 1, os grupos apresentam diferença significativa apenas na variável EDG-15 da caracterização da amostra, sendo observada uma maior média de pontuação no GC em relação ao GE (GC: 4,28±3,00; GE: 3,03±2,40 P=0,001).

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TABELA 1. Caracterização da amostra (n = 252). Variável GE n=153 GC n=99 P-valor Idade (anos) Sexo Feminino Masculino Escolaridade (anos) Medicamentos Doenças EDG (pontos) MEEM (pontos) 72,90±6,65 123(80,4%) 30(19,6%) 6,42±4,54 3,64±2,32 2,34±1,62 3,03±2,40 25,26±3,05 72,63±7,93 71(71,7%) 28(28,3%) 6,54±4,21 3,71±2,53 3,51±2,33 4,28±3,00 25,07±3,56 0,587a 0,075b 0,757a 0,866a 0,336a 0,001a 0,774a Legenda: GE: grupo estudo; GC: grupo controle; AF: atividade física; MEEM: mini-exame estado

mental; EDG: escala de depressão geriátrica.

Nota: a. P-valor referente à média±desvio padrão do teste Mann-Whitney; b. P-valor referente às

frequências absoluta e relativa do teste Exato de Fisher.

Conforme observado na tabela 2, apesar da média de tempo de execução do TUG com e sem dupla tarefa ter sido maior, demonstrando pior desempenho, no grupo de idosos GC em relação ao GE, apenas a variável TUGcognitivo apresentou

diferença significativa entre os grupos (GE: 13,49±6,14; GC: 15,29±7,05; P= 0,026). Entretanto, após ajuste para variável EDG-15 realizada pelo teste ANCOVA, a variável TUGcognitvonão manteve diferença significativa entre os grupos (p=0,05).

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TABELA 2. Comparação de dupla tarefa entre os grupos (n=252). Variável GE n=153 GC n=99 P-valor TUGsimples 10,43±2,47 11,35±3,90 0,109a TUGmanual 11,49±3,11 12,62±4,79 0,076a TUGcognitivo 13,49±6,14 15,29±7,05 0,026a

Legenda: GE: grupo estudo; GC: grupo controle; TUG: Timed Up Go.

Nota: a.: P-valor referente a análise de comparação do teste Mann-Whitney.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Foi possível concluir que os idosos praticantes de atividade física obtiveram melhor resultado durante a mobilidade com dupla tarefa cognitiva em relação ao grupo de idosos não praticantes, porém este desempenho foi influenciado pela presença de sintomas depressivos no grupo estudo.

FONTES CONSULTADAS

1. Souza CC, Valmorbida LA, Oliveira JP, Borsatto AC, Lorenzini M, Knorst MR et al. Mobilidade funcional em idosos institucionalizados e não institucionalizados. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia. 2013; 16(2): 285-293.

2. Ferrer MLP. Mobilidade no Idoso. In: Perracini MR, Fló CM. Funcionalidade e Envelhecimento. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2009; 181-183.

3. Fatori CO, Leite CF, Souza LAPS, Patrizzi LJ. Dupla tarefa e mobilidade funcional de idosos ativos. Revista Brasileira de Geriatria em Gerontologia. 2015; 18 (1): 29-37.

4. Nóbrega ACL, Freitas EV, Oliveira MAB, Leitão MB, Lazzoli JK, Nahas RM et al. Posicionamento Oficial da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte e da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia: Atividade Física e Saúde no Idoso. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. 1999; 5 (6): 207-211.

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5. Antunes HKM, Santos RF, Cassilhas R, Santos RVT, Bueno OFA, Mello MT. Exercício físico e função cognitiva: uma revisão. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. 2006; 12 (2): 108-114.

6. Queiroz BM, Coqueiro RS, Neto JSL, Borgatto AF, Barbosa AR, Fernandes MH. Inatividade física em idosos não institucionalizados: estudo de base populacional. Ciência & Saúde Coletiva. 2014; 19: 3490.

7. Medeiros PA, Streit IA, Sandreschi PF, Fortunato AR, Mazo GZ. Participação masculina em modalidades de atividades físicas de um Programa para idosos: um estudo longitudinal. Ciência & Saúde Coletiva. 2014; 19: 3480.

8. Podsiadlo D, Richardson S. The timed "Up & Go": a test of basic functional mobility for frail elderly persons. J Am Geriatr Soc. 1991;39(2):142-8.

9. Borges SM. Desempenho motor em tarefas de atenção dividida em pacientes com comprometimento cognitivo leve e doença de Alzheimer. São Paulo: Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; 2013.

10. Almeida OP, Almeida SA. Confiabilidade da versão brasileira da Escala de depressão em geriatria (GDS) versão reduzida. Neuro-Psiquiatria. 2009; 57 (2B): 421-426.

11. Brucki SMD, Nitrini R, Caramelli P, Bertolucci PHF, Okamoto IH. Sugestões para o uso do Mini-exame do estado mental no Brasil. Neuro-Psiquiatria. 2003; 61 (3B): 777-781.

Referências

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