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Academic year: 2021

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TÍTULO: ANÁLISE DO DESCONFORTO POSTURAL EM ESTUDANTES USUÁRIOS DOS ÔNIBUS INTERMUNICIPAIS FRETADOS DA CIDADE DE ITANHAÉM – SÃO PAULO

TÍTULO:

CATEGORIA: CONCLUÍDO

CATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE

ÁREA:

SUBÁREA: FISIOTERAPIA

SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA

INSTITUIÇÃO:

AUTOR(ES): AGNES NEVES CANDIDO

AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): JOSÉ LUIZ MARINHO PORTOLEZ

ORIENTADOR(ES):

COLABORADOR(ES): ALDA PAULINA DOS SANTOS

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ANÁLISE DO DESCONFORTO POSTURAL EM ESTUDANTES USUÁRIOS DOS ÔNIBUS INTERMUNICIPAIS FRETADOS DA CIDADE DE ITANHAÉM – SÃO PAULO

Agnes Neves Candido1 Alda Paulina dos Santos2 José Luiz Marinho Portolez3

1Acadêmica do 9º semestre do Curso de Fisioterapia da Universidade Santa Cecília (UNISANTA) – Santos/SP.

2Docente da Universidade Santa Cecília (UNISANTA) – Santos/SP.

3Coordenador e docente do Curso de Fisioterapia da Universidade Santa Cecília (UNISANTA) – Santos/SP.

Resumo: Este estudo avaliou os fatores ergonômicos que podem contribuir para o

aparecimento de desconforto e/ou dor durante as viagens realizadas e seus parâmetros associados na população de estudantes que utilizam transporte universitário fretado da cidade de Itanhaém-SP. Para isso, foi realizado um estudo analítico, observacional de pesquisa transversal onde 55 indivíduos, entre fevereiro e abril de 2017, foram analisados seguindo os critérios estabelecidos para este estudo, através de um questionado elaborado pelos autores. Os dados coletados foram sujeitos a análises pelo programa estatístico SPSS versão 21 para Windows, para tal foram utilizados frequência absoluta e relativa para os dados categóricos ordinais e média com desvio padrão para os dados numéricos. Os resultados evidenciaram que os estudantes estão na faixa etária dos 20-25 anos, são mulheres, com altura entre 1,51 e 1,81m, peso entre 51-80kg e sedentários. Foi observado que os parâmetros ergonômicos são ruins e observa-se ainda que estes podem levar a dor que em sua maioria são a região cervical e dorso, e com o tempo de utilização acima de 2 anos, pode-se associar tais características. Portanto, com este estudo, foi possível perceber a insatisfação e a presença desconforto/dor dos passageiros de ônibus entrevistados com relação à ergonomia do transporte fretado.

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INTRODUÇÃO

Como tantos outros jovens brasileiros que enfrentam a difícil jornada de sair de suas cidades todos os dias na busca de qualificação profissional1 e ensino de qualidade, os estudantes de Itanhaém, no estado de São Paulo, excluindo aqueles que optam em estudar em outras regiões do estado ou do país, como também observado em outras pesquisas,1,2 e aqueles que decidem realizar seus estudos na própria cidade ou por ensino à distância (EAD), procuram cursos oferecidos em instituições nas cidades de Praia Grande, São Vicente e Santos.

Tais cidades ficam no mínimo cerca de 55 km e no máximo 80 km, levando em consideração o trajeto do ponto mais distante de Itanhaém, balneário Gaivotas e as cidades de Praia Grande e Santos respectivamente, com isso em um trajeto são gastos no mínimo quarenta minutos e no máximo de cento e vinte minutos, desconsiderando más condições do clima e das estradas,3 portanto esses alunos passam até cerca de quatro horas na estrada por dia. Para que os estudantes se desloquem às cidades destino, ônibus tipo rodoviáriosde fretamento contínuo,4,5 são contratados e disponibilizados por entidades estudantis privadas da cidade para realizar os trajetos residência/universidade/residência.6

Os ônibus disponibilizados, provenientes de empresas privadas, proporcionam aos usuários um meio de transporte relativamente rápido, mais seguro, cômodo, pontual e barato7 se comparado a ônibus rodoviários de linhas comuns que se apresentam lento, não pontual, irregular e pouco confiáveis8 podendo ainda melhorar o rendimento daquele que utiliza este tipo de transporte,7 neste caso, os estudantes. Mas ambas alternativas, para esses estudantes que enfrentam horas de viagem9 revelam que são adotadas posturas desconfortáveis provenientes da má ergonomia dos ônibus.10

A ergonomia está relacionada ao entendimento das interações entre seres humanos e outros elementos a fim de otimizar o bem-estar11 deste indivíduo. Ao contrário do transporte público, nos ônibus fretados os usuários realizam o trajeto sentados,6 devendo-se ressaltar que a postura sentada é aquela onde o peso corporal é transferido para o assento através das tuberosidades isquiáticas, tecidos moles da região glútea e coxa, e pelos pés em contato com a superfície de apoio12. Ambos os

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conceitos, ergonomia e postura sentada, se relacionam quando considera-se que uma

boa postura na posição sentada depende de uma ergonomia adequada da poltrona.13

De acordo com Lemos et al10 o encosto da poltrona do ônibus, considerando os parâmetros de altura, inclinação, apoio para cervical e lombar, além do espaço para as pernas, são os maiores causadores de desconforto nos ônibus. Frente a isto, a busca pela melhor postura durante a viagem é o atributo mais priorizado, assim como o conforto do ônibus10 uma vez que os estudantes inventam formas de aproveitar o tempo que passam dentro deles1 como dormir, estudar, conversar, entre outras atividades. Freitas9 ainda considera que o tempo da viagem seria um tempo morto e improdutivo se não fosse aproveitado para tais atividades, sendo o transporte apenas um meio de locomoção.

A partir do exposto, avaliou-se a possível relação entre a ergonomia, o tempo de viagem e as atividades do estudante, fatores que poderão propiciar o aparecimento de desconforto e/ou dor e provável prejuízo postural.

OBJETIVO

A pesquisa, portanto, proporcionará entendimento dos fatores que desencadeiam desconforto/dor nos usuários e as possíveis causas para o aparecimento destas.

METODOLOGIA Desenho do estudo

Trata-se de um estudo analítico, observacional de pesquisa transversal.

População estudada

Participaram deste estudo 60 indivíduos, sem distinção de gênero, que foram convidados de forma voluntária. Dos participantes, 5 foram excluídos devido à questionários incompletos ou que entrassem nos critérios estabelecidos.

Critérios de inclusão:

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• Frequentar instituições de ensino nas cidades de Praia Grande, São Vicente ou Santos;

• Ser maior ou ter idade igual a 18 anos;

• Assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

Critérios de exclusão:

• Questionários incompletos;

• Não utilizar diariamente os ônibus;

• Utilizar o transporte fretado por menos de 6 meses.

DESENVOLVIMENTO

Os questionários foram respondidos entre os meses de fevereiro e abril de 2017, após a aprovação do comitê de ética e pesquisa da Universidade Santa Cecília (UNISANTA) CAEE: 61545516.0.0000.5513, parecer número: 1.811.742 sob as recomendações da Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde (CNS).

Os participantes foram abordados nos pontos de embarque e/ou desembarque e convidados a participar deste estudo. Após ser esclarecido o motivo da pesquisa e como funcionaria, os participantes assinaram o TCLE e receberam o questionário que foi respondido no local e devolvido logo após ou posteriormente devolvidos nos mesmos locais de entrega em datas previamente combinadas. Os participantes foram avaliados uma única vez e foi utilizado para tal avaliação um questionário elaborado pelos autores, com questões alternativas, com a finalidade de entender quais os problemas enfrentados durante a viagem em relação ao desconforto postural.

Instrumentos da pesquisa

Questionário elaborado pelos autores composto de 17 questões alternativas divididas em cinco sessões. A primeira diz respeito às características pessoais dos entrevistados, ou seja, os dados para caracterização da amostra: idade, gênero, peso, altura, escolaridade e prática de atividade física. A segunda sessão diz respeito à utilização do ônibus, onde são questionados: a frequência de utilização, se apresenta dor ou desconforto na utilização, área de correspondência da dor (no qual foi utilizado o Diagrama de Corlett14) e objetos levados durante a viagem. A terceira sessão

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questiona sobre os assentos: o conforto, altura, inclinação e espaço para acomodação das pernas. A parte quatro diz respeito a características ambientais: interferência da luz de leitura nas atividades e temperatura. A última e quinta parte questiona sobre as atividades realizadas durante o trajeto e as posturas adotadas durante elas.

Análise estatística

Os dados da pesquisa, recolhidos através do questionário, se sujeitaram a análises estatísticas através do programa estatístico SPSS versão 21 para Windows, por meio de frequência absoluta e relativa para os dados categóricos ordinais e média com desvio padrão para os dados numéricos.

RESULTADOS

Observando-se a tabela 1, caracterização da amostra, a idade média dos entrevistados é entre 20 e 25 anos, na maioria mulheres, com peso entre 51kg e 80kg, altura variando entre 1,51 e 1,80, que cursam ensino superior e que não praticam atividade física, sedentários.

Tabela 1 – Caracterização da amostra (n=55)

Variável Fi Fr (%) Idade Menos de 20 Entre 20 e 25 Acima de 25 14 34 7 25,5 61,8 12,7 Gênero Masculino Feminino 27 28 49,1 50,9 Peso Menos de 50 Entre 51 e 80 Acima de 81 3 41 11 5,5 74,5 20,0 Altura Entre 1,51 e 1,80 Acima de 1,81 50 5 90,9 9,1

Escolaridade Ensino médio

Ensino superior Outros 5 43 2 9,1 87,3 3,6 Prática de atividade física Não

De 1 a 2 vezes na semana De 2 a 4 vezes na semana Acima de 4 vezes na semana

26 15 6 8 47,3 27,3 10,9 14,5

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A tabela 2 apresenta a opinião dos usuários do transporte fretado em relação às características ergonômicas do ônibus. Observando-a percebe-se que os entrevistados, em sua maioria, consideram os parâmetros avaliados ruins, exceto no item altura.

Tabela 2 – Características pessoais relacionadas ao ônibus (n=55)

Variável Fi Fr (%) Conforto Confortável Desconfortável 4 51 7,3 92,7

Altura do assento Ruim

Ideal 14 41 25,5 74,5 Inclinação Ruim Ideal 29 26 52,7 47,3 Acomodação para pernas Ruim

Ideal 45 10 81.8 18,2 Luminosidade Ruim Ideal 38 17 69,1 30,9 Temperatura Ruim Ideal 37 18 67,3 32,7

Legenda: Fi – frequência absoluta; Fr – frequência relativa; % - porcentagem

A tabela 3, apresenta os dados relacionados à utilização dos ônibus fretados pelos usuários. A maioria dos entrevistados frequentam o transporte entre 3 e 5 vezes na semana, por mais de 2 anos e carregam consigo mochilas, dormem durante as viagens diárias, mantendo-se sentados durante todo o percurso e apresentam dor tanto durante quanto após as viagens.

Tabela 3 – Características relacionadas à utilização do ônibus (n=55)

Variável Fi Fr (%)

Frequência de utilização Entre 3 e 5 vezes 6 vezes

41 14

74,5 25,5

Tempo de utilização Entre 6 meses e 1 ano

Entre 1 e 2 anos Acima de 2 anos 5 12 37 10,9 21,8 67,3

Objetos carregados Mochila

Bolsa 48 7 87,3 12,7 (continua)

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Tabela 3 – Características relacionadas à utilização do ônibus (n=55)

(continuação) Atividades realizadas no trajeto Lê/escreve Dorme Conversa

Faz uso de tecnologias

9 25 12 9 16,4 45,5 21,8 16,4 Posturas adotadas no trajeto Sentado

Virado para o lado Deitado 30 19 6 54,5 34,5 10,9

Presença de dor Durante o uso

Após o uso

Durante e após o uso Não 16 4 20 15 29,1 7,3 36,4 27,3

Legenda: Fi – frequência absoluta; Fr – frequência relativa; % - porcentagem

O nível de dor foi apresentado na forma de gráfico de colunas (Gráfico 1) detalhando em média, os locais onde a dor é maior ou menor, detalhando as informações conferidas na pesquisa. Pelo exposto, observa-se que as maiores áreas de desconforto/dor são cervical, a zona corporal seguinte com maior prevalência de desconforto/dor é dorso inferior, seguidos de dorso médio, ombro e dorso superior.

Gráfico 1 – Nível de dor por local segundo Diagrama de Corlett (n=55)

NOTA: Segundo diagrama de Corlett o valor mínimo 0, significa sem desconforto e valor máximo 7, significa extremo desconforto.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com o presente estudo, foi possível perceber a insatisfação e a presença desconforto/dor dos passageiros de ônibus entrevistadas com relação à ergonomia do transporte fretado, sendo que as limitações impostas pelo assento e as consequentes posições assumidas poderão levar a alterações importantes na postura.

REFERÊNCIAS

1. Freitas ICM. O Transporte Universitário e a Constituição da Identidade Estudantil. In: VI Congresso Português de Sociologia; 2008; 1-12. Disponível em: http://www.aps.pt/vicongresso/pdfs/348.pdf.

2. Oliveira NM, Brito EP, Medeiros MR. Universidade Federal do Tocantins - UFT e sua Inserção Regional: uma abordagem da teoria dos Lugares Centrais. Interface. 2013; 6: 1-10.

3. Google Maps (Gaivota, Itanhaém-SP à Fortec Escola Técnica Unid. II, Praia Grande-SP; Gaivota, Itanhaém-SP à ESAMC Santos, Santos-SP). Disponível em: http://www.maps.google.com/.

4. Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus. Disponível em:

http://www.fabus.com.br/.

5. Barbosa AEF. Regulamentação dos serviços de fretamento. Transporte por fretamento. Serie Cadernos Técnicos. 2012; 9: 46-74.

6. Pinto RRS. Transporte por fretamento do ponto de vista dos contratantes. Transporte por fretamento. Serie Cadernos Técnicos. 2012; 9: 75-78.

7. Perini NB, Neto GCM. Avaliação da qualidade no serviço de transporte fretado de funcionários: um estudo de caso em uma empresa de Vitória – ES. In: XXVIII Congresso de pesquisa e ensino em transporte; 2013. Disponível em: http://www.anpet.org.br/ssat/interface/content/autor/trabalhos/publicacao/2013/

380_RT.pdf.

8. Meira LH, Maia MLA, Andrade MO, Brasileiro A. A influência da qualidade do transporte público na rotina acadêmica: O caso da Universidade Federal de Pernambuco. In: XXVIII Congresso de pesquisa e ensino em transporte; 2014. 1-12. Disponível em: http://www.anpet.org.br/xxviiianpet/anais/documents/AC 471.pdf. 9. Freitas ICM, Braga JRM. Os universitários viajantes: Suas práticas e sociabilidades. O público e o privado. 2013; 21: 91-110.

10. Lemos CP, Vingla MS, Moretto LC. Análise do desconforto postural na posição sentada em viagens de ônibus intermunicipais. Revista Científica Internacional da

FIEP (FIEP Bulletin). 2011; 81. Disponível em:

http://www.fiepbulletin.net/index.php/fiepbulletin/article/view/357/661.

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12. Pynt J, Higgs J, Mackey M. Seeking the optimal posture of the seated lumbar spine. Physiother Theory Pract. 2001; 17(1):5-21.

13. Marques NR, Hallal CZ, Gonçalves M. Características biomecânicas, ergonômicas e clínicas da postura sentada: uma revisão. Fisioter Pesq. 2010; 17(3): 270-276. 14. Iida I. Ergonomia Projeto e Produção. 2 ed. São Paulo: Edgard Blucher; 2005.

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