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Academic year: 2021

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TÍTULO: O PAPEL DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO DO CÂNCER DE COLO DE ÚTERO EM MULHERES

TÍTULO:

CATEGORIA: EM ANDAMENTO CATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE ÁREA:

SUBÁREA: ENFERMAGEM SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO CAPITAL INSTITUIÇÃO:

AUTOR(ES): SILVANA DO CARMO MARCELINO SILVA AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): TANIA REGINA SEIXAS ORIENTADOR(ES):

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 3

METODOLOGIA ... 7

DISCUSSÃO E ANÁLISE ... 9

1 PREVENÇÃO PRIMÁRIA ... 14

2 PREVENÇÃO SECUNDÁRIA: DETECÇÃO PRECOCE ... 14

3 RASTREIO DE LESÕES PRECURSORAS DO CÂNCER DO COLO DO ÚTERO ... 15

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INTRODUÇÃO

Denomina-se câncer um conjunto de doenças que comumente tem o cresci-mento desordenado de células em tecidos e órgãos, e podem se espalhar para ou-tras regiões do corpo. Elas se dividem muito rápido, e tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinam a formação de tumores que são o acúmulo de células cancerosas ou neoplasias malignas. Em contrapartida, um tumor benigno representa uma massa localizada de células que demoram em se multiplicar e se parecem com o seu tecido original, não constituindo um risco á vida (RICCI, 2013 pag. 140-141). Existem vários fatores de risco associados ao câncer do cólo uterino, também chamado de câncer cérvico-uterino, são eles: idade precoce da primeira relação se-xual (é considerado o primeiro ano depois da menarca), condição socioeconômica mais baixa, parceiros sexuais promíscuos, relação sexual sem proteção, história fa-miliar de câncer cérvico-uterino (mãe ou irmãs), infecção crônica por clamídia ou herpes genital, história de múltiplos parceiros sexuais, tabagismo, mulheres que tive-ram várias gestações, infecção pelo HIV, uso de anticoncepcionais orais. Todos eles são fatores que podem levar uma mulher a ter câncer do cólo uterino (RICCI, 2013 pag. 140-141).

O câncer de cólo uterino também é causado por uma persistente infecção provocado pelo Papiloma vírus Humano (HPV), a infecção genital que este vírus causa é muito freqüente, porém quando detectado no seu estágio inicial, as chances de cura são maiores. Mas em alguns casos, podem ocorrer alterações nas células, que poderão evoluir para o câncer. Estas alterações das células podem ser facilmen-te descobertas com a realização de exame preventivo, a Colpocitologia Oncótica, (mais conhecido como Papanicolaou), com a realização deste exame, a maioria dos casos são curáveis quando descoberto no início, por isso a importância da realiza-ção periódica do preventivo (MELO et al, 2012).

No ano de 1949, o patologista George Papanicolaou associou o vírus HPV com o câncer cérvico-uterino, após a realização do exame de Colpocitologia Oncóti-ca, onde permitiu a identificação de mulheres com alterações celulares pré-malignas, associando a atividade sexual com o desenvolvimento do câncer de cólo de útero (NAKAGAWA et al, 2010).

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Nakagawa et al (2010) menciona que, após o conhecimento da confirmação do papel etiológico do HPV e de outros fatores que causam o câncer cérvico-uterino, houve um avanço significativo no seu controle. A partir da década de 1980, estudos do Papiloma Vírus Humano foram desenvolvidos e possibilitaram o aprofundamento do conhecimento da resposta imunológica ao vírus, com isso foi desenvolvido vaci-nas que atuam como um dos tipos de prevenção ao câncer cérvico-uterino, mas pa-ra indivíduos que tiverem acesso a ela antes de iniciarem a sua vida sexual, fopa-ra deste contexto, o câncer de colo do útero deve ter a sua detecção precoce acompa-nhado de tratamento e seguimento clínico.

O câncer de cólo de útero de uma forma geral é considerado o terceiro tumor mais freqüente entre as mulheres, ficando atrás do câncer de mama e o câncer de pele não melanoma, no Brasil é a quarta causa de morte de mulheres, provando que o país avançou na capacidade de realização de diagnóstico precoce, na década de 1990, 70% dos casos que eram diagnosticados, infelizmente eram invasivos, ou se-ja, o estado mais agressivo da doença (MELO et al, 2012).

Silva et al (2014), afirma que o câncer de cólo do útero é o responsável pela mortalidade de cerca de 230 mil mulheres por ano, se comparado aos países que são mais desenvolvidos, segundo pesquisas, os números de incidência aumentam consideravelmente em países menos desenvolvidos, porém, é um tipo de câncer que quando diagnosticado precocemente, aumentam o poder de cura.

A prevenção deveria ser acompanhada de um acesso integral aos serviços de saúde, e aspectos educativos preventivos deveriam ser abordados com a população de forma mais ampla para o melhor entendimento e cuidado com a saúde. Mesmo tendo sido implantados números consideráveis de serviços e ações de prevenção, eles ainda parecem não serem suficientes para atender uma demanda de mulheres brasileiras acima de 10 anos, hoje estimada em 73.837.876, e em idade reprodutiva (10 a 49 anos) um total de 58.404.409 (NETO et al, 2006).

Melo et al (2012), enfatizam que a demora da evolução das lesões cervicais quando estão na fase inicial contribui a favor dos benefícios das ações de preven-ção, esta demora leva cerca de vinte anos até fase invasora, este fato proporciona mais chances de cura da doença. A infecção quando não é tratada adequadamente é um grande fator de risco para o desenvolvimento da patologia.

No Brasil atualmente a saúde pública vem buscando incondicionalmente o controle sobre o câncer de colo do útero, porém este desafio requer meios

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impres-cindíveis para ser vencido. Já existem técnicas avançadas para tal meta, que é atin-gir o público alvo e proporcionar acesso satisfatório aos serviços, todavia isso requer uma ampla cobertura com planejamento técnico-assistencial, direcionado para o di-agnóstico e tratamento das lesões precursoras e de casos já confirmados de doença (NASCIMENTO e MONTEIRO, 2010).

O Instituto Nacional do Câncer (INCA) coordenou uma pesquisa de inquérito domiciliar no período de 2002-2003, que destacou a importância do papel do enfer-meiro no controle e prevenção do câncer de cólo do útero, visando diminuir compor-tamentos de risco e morbidade, buscando uma forma mais viável para aperfeiçoar acesso a exames e o breve diagnóstico de câncer de cólo do útero e de mama (NASCIMENTO e MONTEIRO, 2010).

Neto et al (2006) identificaram que, no ano de 2005 havia uma necessidade de uma boa gestão com qualidade, que fosse eletiva e eficiente, que tivesse huma-nização e solidariedade, isso fez com que os profissionais da área da saúde discu-tissem estratégias para avaliação das diretrizes e princípios do Sistema Único de Saúde (SUS). Toda pessoa tem o direito de ser atendida diante das suas necessida-des, este é o dever que o Estado tem, de oferecer assistência à saúde de forma or-ganizada para que seja um atendimento integral.

O Câncer de Cólo do Útero é tratado através de radioterapia, cirurgia, quimio-terapia, ou a combinação dessas modalidades de tratamento que auxiliam na cura da paciente, porém, por outro lado acarreta em múltiplas repercussões na vida des-sas mulheres, estes tratamentos acabam comprometendo de alguma forma o bem estar e a qualidade de vida delas. Dentre os fatores que alteram a qualidade de vida dessas pacientes estão: remoção de partes da anatomia genital e a radiação que danifica a mucosa e o epitélio vaginal, efeitos colaterais da quimioterapia como: náu-seas, vômitos, diarréias entre outros, e também a baixa auto-estima, medos e preo-cupações. A avaliação da qualidade de vida de mulheres com câncer cérvico-uterino é de grande importância, porque permite a identificação da qualidade do bem estar físico, mental, social e espiritual que são afetados (FERNANDES e KIMURA, 2010).

Nas Unidades de Atenção Primária à Saúde (UAPS), o enfermeiro tem papel fundamental na equipe multiprofissional da Estratégia da Saúde da Família (ESF), de acordo com a área de abrangência, o enfermeiro é responsável por fazer a distri-buição de equipes que têm em sua responsabilidade o trabalho integrado pelas pes-soas que ali residem. Os enfermeiros são responsáveis por supervisionar atividades

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técnicas específicas de sua competência, tanto como administrativas e educativas, e através disto criar um vínculo com essas mulheres, derrubando obstáculos, que-brando tabus, mitos e preconceitos, buscando convencer essas pacientes quanto à importância e os benefícios da prevenção (MELO et al, 2012).

O estudo dará suporte para compreensão e reflexão dos fatores de risco para o câncer de colo uterino e assim proporcionar promoção e prevenção primária à mu-lher.

Dentro deste contexto é necessária a presença ativa do enfermeiro na saúde pública, é ele que tem o papel de orientar os profissionais e toda a população atra-vés da educação permanente. O enfermeiro é peça fundamental na busca por uma prevenção de boa qualidade, ele está em contato direto com as mulheres na realiza-ção do preventivo: o exame citopatológico cérvico-vaginal, e deve informar à popula-ção que o tabagismo, uso prolongado de pílula anticoncepcional, história familiar de câncer cérvico-uterino (mãe ou irmãs), e dentre outros são considerados fatores de risco.

Identificar a influência que os fatores de risco têm para o desenvolvimento do câncer de colo uterino.

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METODOLOGIA

Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica da literatura. É o processo de busca, análise e descrição de uma etapa do conhecimento em busca de resposta a uma pergunta específica. “Literatura” cobre todo o material relevante que é escrito sobre um tema: livros, artigos (SEVERINO, 2007).

Para este estudo foram coletados dados e informações de artigos científicos e livros. Foi utilizado como ferramenta o buscador Google Acadêmico, Biblioteca Cien-tífica Eletrônica (Scielo), o livro Enfermagem Materno-Neonatal e Saúde da Mulher, o ano dos artigos é de 2006 a 2016. Os artigos foram escritos na língua portuguesa.

Na busca dos artigos foram utilizados os seguintes descritores: enfermagem; câncer de colo uterino; prevenção. Foram encontrados 40 artigos que relacionavam com os fatores de risco para o câncer de colo uterino, utilizei 5 artigos, 1 revista bra-sileira de cancerologia, 1 caderno de atenção básica e 2 livros para desenvolver o trabalho, os outros artigos não fizeram parte do trabalho por se tratarem de artigos com mais de dez anos de publicação.

Para a construção desta revisão bibliográfica optou-se por adotar as etapas estabelecidas abaixo:

1ª: Identificação do tema e seleção da hipótese ou questão da pesquisa para elaboração da pesquisa integrativa.

2ª: Estabelecimento de critérios para a inclusão e exclusão de estu-dos/amostragem ou busca na literatura.

3ª: Definição das informações a serem extraídas dos estudos seleciona-dos/categorização dos estudos.

4ª: Avaliação dos estudos incluídos na revisão integrativa. 5ª: Interpretação dos resultados.

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Os artigos, livros, revista e caderno que compuseram os estudos foram: 5 Scielo, 1 Revista brasileira de cancerologia, 1- livro: Enfermagem materno-neonatal e saúde da mulher, 1- livro: Metodologia do trabalho científico, 1- Caderno de aten-ção básica (Brasil. Ministério da Saúde).

Quadro 1- características dos materiais selecionados conforme o ano de publicação.

ANO

QUANTIDADE

2006

1 Artigo

2007

1 Livro

2010

3 Artigos

2012

1 Revista

2013

1 Caderno de Atenção Básica

2013

1 Livro

2014

1 Artigo

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DISCUSSÃO E ANÁLISE

De acordo com as autoras Nakagawa et al (2010), a associação do vírus HPV com o câncer cérvico uterino iniciou no ano de 1949, quando um patologista chama-do George Papanicolaou, desenvolveu um exame muito eficaz para detectar a chama- doen-ça: o exame de Papanicolaou, ele permitiu a identificação de alterações pré-maligna em mulheres que se submeteram ao exame, dando a possibilidade de observar a associação do ato sexual com o desenvolvimento do câncer cérvico uterino. Mas só na década de 1970, teve um avanço considerável após o conhecimento da etiologia. Através de estudos foi constatado que este agente etiológico era transmitido através da relação sexual, o HPV é considerado o agente infeccioso mais comum de trans-missão sexual.

Brasil (2007), menciona que após a pessoa entrar em contato com o vírus causador do HPV, ela tem um período de regressão espontâneo que varia entre seis meses a dois anos, isso ocorre porque a infecção cervical causada pelo HPV na maioria das vezes acaba sendo transitória.

Brasil (2008), diz que em alguns casos a infecção se desenvolve com mais veracidade e persistência porque é causada por um oncogênico viral, e através disto causa lesões precursoras, mas se tiver uma rápida identificação e posteriormente um adequado tratamento, contribui para a prevenção da progressão para a forma invasiva que é o carcinoma cervical.

Por outro lado existem vários fatores de riscos associados ao câncer de cólo uterino, também chamado de câncer cérvico uterino, são eles: idade precoce da pri-meira relação sexual, condição socioeconômica mais baixa, parceiros sexuais pro-míscuos, relação sexual sem o uso de preservativos, história familiar de câncer cér-vico uterino (mãe ou irmãs), infecção crônica por Clamídia ou Herpes Genital, histó-ria de múltiplos parceiros sexuais, tabagismo, mulheres que tiveram váhistó-rias gesta-ções, infecção pelo vírus HIV, uso de anticoncepcionais orais (RICCI, 2013 pag. 140-141).

Brasil (2007), também afirma que o HPV não é o único causador do câncer de colo uterino, existem fatores associados à imunidade, genética e relação sexual, ele diz que os mecanismos que determinam a regressão ou a persistência dessa infec-ção, a progressão para as lesões precursoras ou o câncer, ainda são incertos. A ida-de é outro fator ida-de granida-de importância neste contexto, porque boa parte das

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infec-ções causadas pelo HPV em mulheres com idade abaixo de 30 anos, a doença re-gride de forma espontânea, já as mulheres que tem a idade mais elevada, é mais frequente a persistência.

Brasil (2006), diz que o tabagismo é um fator de risco para o CCU, principal-mente quando iniciado em idade precoce, e quando a pessoa fuma muitos cigarros por dia e gradativamente.

Nascimento e Monteiro (2010), consideram que acesso é um conceito com-plexo e multidimensional entre os clientes e o sistema de serviços de saúde, têm que ser levado em conta às características individuais de cada usuário, e também ques-tões como: disponibilidade, acessibilidade, adaptabilidade, dentre outros, dessa for-ma a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) admite que o acesso seja da forma como a possibilidade de acesso a saúde quando se necessita, e pontua a difi-culdade de sua correta mensuração. Foi realizada uma pesquisa de inquérito domici-liar no período de 2002 a 2003, coordenado pelo Instituto Nacional de Câncer (IN-CA), para estimar o percentual de acesso a exames de detecção precoce de câncer cérvico uterino e de mama.

Foi realizada uma pesquisa em 15 capitais brasileiras e no Distrito Federal, em mulheres na faixa etária de 25 a 59 anos, levando em consideração a realização de ao menos um exame de papanicolaou nos últimos três anos que antecederam a pesquisa, de acordo com a faixa etária, escolaridade e a rede de saúde onde foi rea-lizado o exame, os dados obtidos foram: 73,4% em João Pessoa (Paraíba) a 92,9% em Vitória (Espírito Santo). Foram exploradas as características do acesso aos ser-viços de prevenção à saúde, mulheres acima de 24 anos de idade, a última vez que realizou o preventivo para o câncer cérvico uterino, o exame foi realizado por interva-lo de tempo, divididos em quatros etapas: os últimos três anos, de três a cinco anos, de seis anos ou mais, e as que nunca fizeram o exame preventivo, através disto po-de se estimar que a cobertura po-de exame preventivo po-de colo uterino nos últimos três anos naquelas mulheres foi de 68,7% (NASCIMENTO E MONTEIRO, 2010).

Silva et al (2014), afirmam que o câncer de colo de útero (CCU), é responsá-vel pelo óbito de cerca de 230 mil mulheres por ano, se comparado a países volvidos, sua incidência é considerada duas vezes maior em países menos desen-volvidos. A efetividade da detecção precoce do CCU através do exame de papanico-laou pode reduzir em 90% a incidência desse tipo de câncer, assim beneficiando significativamente na redução das taxas de morbimortalidade, isso depende da

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qua-lidade e cobertura de rastreamento de no mínimo 80,0% da população alvo conside-rada da faixa etária de 25 a 59 anos. O acesso da população aos serviços de saúde é atribuído à integralidade, embora o acesso universal tenha derrubado barreiras formais.

O método adotado nos programas da Europa e Estado Unidos é bem sucedi-do, todavia as mulheres brasileiras demonstram certa resistência na periodicidade da realização do preventivo, achando que ao realizar o exame uma vez ao ano já é o suficiente. No ano de 2010 cerca de 91% das mulheres entrevistadas disseram que realizaram alguma coleta anterior, dessas somente 44% foram coletadas nos últimos 12 meses, podemos constatar nos gráficos abaixo (BRASIL, 2009; BRASIL, 1998).

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Gráfico 2 – Distribuição percentual dos exames citopatológicos, segun-do a faixa etária

Fonte: Sistema de Informação do Câncer do Colo do Útero (Siscolo) / (BRASIL, 2010).

As dificuldades no acesso e na continuidade da atenção ainda permanecem isso ocorre na atenção básica e nos serviços especializados. Foi desenvolvida uma pesquisa avaliativa considerando que a integralidade abrange diferentes dimensões, foram utilizados dados quantitativos e posteriormente dados qualitativos, a pesquisa realizada foi do tipo estudo de caso, nas cidades brasileiras com maior número de órgãos de saúde cadastrados e disponibilidade de profissionais, o local onde foi rea-lizado o estudo foi denominado o município-chave. Mesmo com a oferta de serviços de saúde, assim como em outros centros urbanos, o município estudado apresentou limitações na qualidade e capacidade de resposta nos níveis de atenção (SILVA et

al, 2014).

De acordo com relatos, apesar das unidades contarem com equipamentos de saúde em quantidade suficiente para manter a integralidade na atenção ao CCU, o local estudado revelou a realidade brasileira a respeito da mortalidade por esse tipo de câncer, os dados levantados foram de 4,5 óbitos para cada 100 mil mulheres em 2008. Os dados trabalhados foram adquiridos através do acesso ao Hygiaweb e Sis-tema de Informação do Câncer do Colo do Útero (Siscolo), que é o sisSis-tema de

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in-formação oficial da Secretária de Saúde do município-chave onde são registrados todos os procedimentos que são realizados nas unidades de saúde, os dados foram levantados de acordo com exames citopatológico realizados em mulheres com idade de 25 a 59 anos e registrados no sistema entre janeiro de 2008 e junho de 2010.

Levando-se em consideração que a população feminina com idade entre 25 e 59 anos do município-chave corresponde a um total de 146.868 mulheres, e se con-siderando que a realização anual é de cerca de 30 mil citologias nos serviços do SUS, conclui-se que a população tem uma cobertura de aproximadamente 20,0% ao ano, à cobertura obtida no município-chave é inferior ao recomendado pela OMS (80,0%) para um resultado positivo na morbimortalidade por CCU. As mulheres en-trevistadas relataram a dificuldade de acesso aos serviços de saúde e a busca ativa insuficiente houve queixas de que as marcações de consultas eram realizadas na UBS somente em um único dia, o eventual é só o que for urgente, se não for, não encaixa, se faltar na consulta o problema é da paciente (SILVA et al, 2014).

Pode-se notar que a dificuldade ao acesso à atenção básica se relaciona com a baixa flexibilidade no agendamento de consultas. A decorrência de eventos em mulheres mais jovens, como a gravidez, necessidades de métodos anticoncepcio-nais e tratamento de leucorréias, fazem com que elas optem mais em procurar os ginecologistas, que as mulheres de maior idade, com isso a cobertura além de insu-ficiente, se concentram em mulheres mais jovens, não atingindo mulheres de 50 a 60 anos, que fazem parte do grupo com maior risco para o CCU.

A redução na busca de mulheres com idade entre 40 e 59 anos pelas consul-tas ginecológicas indica uma baixa freqüência na realização do papanicolaou, e em decorrência disto, um diagnóstico mais grave do que o encontrado em mulheres mais jovens. As unidades básicas de saúde deveriam se organizar na implementa-ção de estratégias tais como: atendimento sem a necessidade de agendamento pré-vio, horários alternativos (noturno ou em finais de semana), busca ativa de mulheres na faixa etária do programa, principalmente aquelas que nunca realizaram o exame de papanicolaou, para facilitar o acesso das mulheres a esses serviços (SILVA et al, 2014).

Fica claro que a predominância de alterações malignas (adenocarcinoma, carcinoma), é maior em mulheres com idade entre 50 e 59 anos, visto que as altera-ções benignas e as pré-malignas se concentram entre as mulheres mais jovens com idade entre 25 e 39 anos, e que as mulheres com idade entre 46 a 74 anos,

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conside-ram que o exame ginecológico é visto como uma experiência dolorosa, embaraçosa e desagradável, por fazerem parte de uma geração que sofreu repressão sexual, além de vivenciar experiências negativas durante a realização de exames ginecoló-gicos efetuados sem esclarecimentos, compactuando para a resistência dessas mu-lheres com o autocuidado.

1 PREVENÇÃO PRIMÁRIA

De acordo com Brasil (2013), a prevenção primária do câncer cérvico uterino diminui os riscos de contágio pelo HPV. A infecção causada por este vírus ocorre por via sexual através de abrasões microscópicas que ocorre na mucosa ou na pele da região anogenital. Com o uso do preservativo no momento do ato sexual que ocorre a penetração, a pessoa está parcialmente protegida do contágio pelo HPV. No Brasil atualmente existem dois tipos de vacinas aprovadas e comercializadas, uma é a bi-valente 16 e 18 que protegem contra os tipos oncogênicos, e a outra é a quadriva-lente 6 e 11 que protegem contra os tipos não oncogênicos e os tipos oncogênicos 16 e 18.

2 PREVENÇÃO SECUNDÁRIA: DETECÇÃO PRECOCE

Segundo Brasil (2007), para obter uma boa detecção precoce é necessário planejamento e estratégias para posteriormente um adequado diagnóstico precoce, para isso é primordial a abordagem de pessoas que apresente sinais e /ou sintomas da doença, isso também requer um rastreamento eficaz através de exames da popu-lação assintomática que aparentemente esteja saudável, com o intuito de identificar as lesões precursoras ou que sejam sugestivas e após encaminhá-las para investi-gação e tratamento.

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3 RASTREIO DE LESÕES PRECURSORAS DO CÂNCER DO COLO

DO ÚTERO

Pelo fato do rastreamento das lesões precursoras serem de competência da atenção primária, é necessário que exista o aprofundamento nos estudos científicos que existem atualmente sobre o tema. A seguir serão apresentadas as recomenda-ções preconizadas pelas Diretrizes Brasileiras para que ocorra de forma eficaz o ras-treio do Câncer do Colo do Útero (BRASIL, 2011).

O quadro, a seguir, deve ser consultado para a tomada de decisão quanto à adoção das recomendações constantes nas diretrizes.

Melo et al (2012), sustenta que o enfermeiro tem papel fundamental na pre-venção e na detecção precoce do câncer cervico uterino, ele é peça chave nos pro-cedimentos realizados, desde a coleta de exames até os resultados e posteriormen-te o encaminhamento para tratamento. O enfermeiro é responsável por uma gestão de qualidade, que tenha eficiência e obedeça a um rígido controle laboratorial, é im-portante que este profissional adote práticas de treinamentos constantes e sistema de comunicação e resultados. A doença e as reações que a paciente tem em decor-rência da cirurgia, quimioterapia e radioterapia acabam comprometendo física e de

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forma psicológica as mulheres, ela se sente fragilizada e em alguns casos, perde a sua identidade e a imagem que antes era feminina, e ainda tem o sofrimento dos familiares, que muitas das vezes não sabem agir diante desta situação, porque se sente inseguros e com medo.

À medida que a detecção é tardia, diminui a possibilidade de redução de da-nos, por isso que são muito importantes ações preventivas por parte do enfermeiro. As UAPS são consideradas pontos estratégicos para os usuários do sistema de sa-úde, nesse momento o enfermeiro tem papel fundamental através da ESF, ele é res-ponsável pela distribuição de equipes que tem o desafio de realizar um trabalho in-tegrado e com responsabilidade pelas pessoas que residem naquele local, os en-fermeiros desenvolvem atividades técnicas e que sejam específicas da sua compe-tência, dentre elas estão à administrativa e educativa, criando vinculo com as usuá-rias de forma acolhedora, contribui para reduzir os tabus, mitos e preconceitos que norteiam essas mulheres e convencer as mesmas da importância e dos benefícios da prevenção (MELO et al, 2012).

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de A-tenção Básica. Controle dos cânceres do colo do útero e da mama / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – 2. ed. – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2013. 124 p. (Cadernos de Atenção Bá-sica, n. 13).

FERNANDES, Wanessa Cassemiro; KIMURA, Miako. Qualidade de vida relacionada à saúde de mulheres com câncer de colo uterino. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 18, n. 3, p. 360-367, 2010.

MELO, Maria Carmen Simões Cardoso de et al. O enfermeiro na prevenção do cân-cer do colo do útero: o cotidiano da atenção primária. Rev. Bras. Cancân-cerol.(Online), p. 389-398, 2012.

NAKAGAWA, Janete Tamami Tomiyoshi; SCHIRMER, Janine; BARBIERI, Márcia. Vírus HPV e câncer de colo de útero. Revista Brasileira de Enfermagem, 2010. NASCIMENTO, Maria Isabel do; MONTEIRO, Gina Torres Rego. Características de acesso ao preventivo de câncer de colo do útero: três etapas metodológicas da a-daptação do instrumento de coleta de informação. Cad Saúde Pública, v. 26, p. 1096-108, 2010.

NETO, Ximenes; GUIMARÃES, Francisco Rosemiro; CUNHA, Isabel Cristina Kowal Olm. Integralidade na assistência à mulher na prevenção do câncer cérvico-uterino: um estudo de caso. Texto & Contexto-Enfermagem, 2006.

RICCI, Susan Scott. Enfermagem materno-neonatal e saúde da mulher. Rio de Janeiro, editora: Guanabara Koogan, p. 140-141, 2013.

SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. São Paulo, ed. 23, 2007.

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Pedreschi; TANAKA, Oswaldo Yoshimi. Integralidade no cuidado ao câncer do colo do útero: avaliação do acesso. Revista de Saúde Pública, v. 48, n. 2, p. 240-248, 2014.

Referências

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