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Medicina Veterinária: Relatório de estágio curricular obrigatório

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Academic year: 2021

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Marian Bridi Weis

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO EM

MEDICINA VETERINÁRIA NA ÁREA DE CLÍNICA MÉDICA E

CIRÚRGICA DE EQUINOS

Curitibanos 2018

Trabalho Conclusão Curso

Universidade Federal de Santa Catarina

Centro de Ciências Rurais

Medicina Veterinária

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Marian Bridi Weis

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO EM

MEDICINA VETERINÁRIA NA ÁREA DE CLÍNICA MÉDICA E

CIRÚRGICA DE EQUINOS

Trabalho Conclusão do Curso de Graduação em Medicina Veterinária do Centro de Ciências Rurais da Universidade Federal de Santa Catarina como requisito para a obtenção do Título de Bacharelado em Medicina Veterinária.

Orientador: Prof. Dr. Giuliano Moraes Figueiró

Curitibanos 2018

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Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor através do Programa de Geração Automática da Biblioteca Universitária da UFSC.

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Marian Bridi Weis

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO EM

MEDICINA VETERINÁRIA NA ÁREA DE CLÍNICA MÉDICA E

CIRÚRGICA DE EQUINOS

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para obtenção do Título de Bacharelado em Medicina Veterinária e aprovado em sua forma final pela seguinte banca:

Curitibanos, 4 de dezembro de 2018.

________________________ Prof. Dr. Alexandre de Oliveira Tavela

Coordenador do Curso

Banca Examinadora:

________________________ Prof. Dr. Giuliano Moraes Figueiró

Orientador

Universidade Federal de Santa Catarina

________________________ Prof.ª Dr.ª Grasiela Rossi de Bastiani Universidade Federal de Santa Catarina

________________________ Prof. Dr. Marcos Henrique Barreta Universidade Federal de Santa Catarina

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Este trabalho é dedicado aos meus pais e à minha avó que não mediram esforços para que esse sonho fosse possível. E a todos os meus animais por despertarem o gosto pela profissão.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço aos meus pais pelo esforço que fizeram para eu chegar até aqui. Vocês apoiaram minhas escolhas e me deram a oportunidade de seguir e realizar esse sonho. Obrigada pai e mãe, amo vocês.

À minha avó, por ter cuidado de mim a vida toda e ter me acompanhado nessa jornada que foi sair de casa às pressas e iniciar uma nova vida em outra cidade. Amo você, vó!

Ao nonno e à nonna, por sempre incentivarem os estudos de todos os seus netos. Ao professor Giuliano Moraes Figueiró, por aceitar ser meu orientador. Por ter me ajudado nessa etapa e aguentado as pedras que surgiram pelo caminho. Obrigada, Giu!

À professora Grasiela Rossi de Bastiani, por ter me ajudado com o caso da Athena e me aconselhado a escrever este relato de caso.

Aos professores e a todos os profissionais da UFSC, porque sem vocês não seria possível chegar até aqui.

Aos colegas, em especial, Jordana, Andrye, Claudia e Fernanda, pelos dias de estudo, pelos trabalhos, pelos dias de loucura que a faculdade nos trouxe e pela amizade. Vocês tornaram meus dias melhores. Vou sentir saudades.

Ao Gabriel, que apesar de agora estarmos longe, foi meu companheiro em grande parte dessa jornada, sempre me apoiando e aguentando meus momentos de estresse e ansiedade, mas principalmente por compartilhar comigo tanto carinho e amor. Obrigada por fazer parte da minha vida.

À dona Eli, que se não fosse você me acolher em meu primeiro dia de faculdade, eu provavelmente teria desistido.

À Dani, que no meio do caminho entrou na minha vida e me acolheu em Curitibanos. Meus dias eram sempre melhores com você lá.

Sandro e Leandro, por me ensinarem muito sobre esse mundo incrível dos cavalos. Ao Fabiano por ter me acompanhado nesses anos de faculdade, cuidando das minhas éguas e me ensinando muito!

Ao veterinário Rudnei, que desde sempre cuida dos meus cavalos e por seu trabalho me motivar a querer trabalhar com esses animais.

À veterinária Anna que entrou na minha vida há pouco tempo e já se mostrou tão especial. Você foi muito importante nessa etapa da minha vida.

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Ao Potato, Garoa, Mamuska, Athena, Monarca, Nina I, Nina II, Petit, Tiquinha, Verdinho, George, Chiquinha, Diamantes, Tico, Bonny, Chanel, Amora, Ratinha, Hope e Stitch, meus bichos, que desde criança transformam os meus dias e são a razão pela qual escolhi essa profissão.

Ao Hospital Veterinário Luis Leigue e ao Regimento de Polícia Militar Montada de Santa Catarina, por me acolherem e me passarem conhecimento durante o período de estágio.

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RESUMO

O presente relatório tem como objetivo apresentar as atividades desenvolvidas, a casuística e a discussão de alguns casos acompanhados durante o período de estágio, que foi realizado em duas etapas: a primeira no Hospital Veterinário Luis Leigue, localizado em Guaramirim, Santa Catarina, no período de 6 a 31 de agosto de 2018; a segunda, foi realizada no Regimento de Polícia Militar Montada, em São José, Santa Catarina, no período de 10 de setembro a 31 de outubro de 2018. Ambos os estágios foram na área de clínica equina e cirurgia.

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ABSTRACT

The purpose of this report is to present the activities, the case-by-case examinations and the discussion carried out during the internship program, which was conducted in two stages, the first one at the Luis Leigue Veterinary Hospital in Guaramirim, Santa Catarina, from August 6 to August 31, 2018. And the second one in the Mounted Military Police Regiment in São José, Santa Catarina, from September 10 to October 31, 2018. Both stages of the internship were in the field of equine clinical medicine and surgery.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Área de exame clínico do HVLL...17

Figura 2 – Área de internamento do HVLL...17

Figura 3 – Laboratório do HVLL...18

Figura 4 – Bloco cirúrgico do HVLL...19

Figura 5 – Área de fisioterapia do HVLL...20

Figura 6 – Baias da área de fisioterapia do HVLL...20

Figura 7 – Pavilhão 1 e baia-tanque 1 do RPMon...28

Figura 8 – Pavilhão 2 e baias-tanque 2 e 3 do RPMon...28

Figura 9 – Paiol do RPMon...28

Figura 10 – Pistas de trabalho coberta e ao ar livre...29

Figura 11 – Vila Hípica...29

Figura 12 – Seção veterinária do RPMon...30

Figura 13 – Piquetes do RPMon...30

Figura 14 – Redondel do RPMon...31

Figura 15 – Carcinoma de células escamosas em prepúcio e base do pênis...37

Figura 16 – Laceração na região distal do metatarso direto (antes do tratamento)...38

Figura 17 – Laceração na região distal do metatarso direto (início do tratamento)...39

Figura 18 – Laceração na região distal do metatarso direto (durante o tratamento)...39

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Número de casos atendidos no HVLL (por sexo)...22

Tabela 2 – Equinos atendidos no HVLL (por raça)...23

Tabela 3 – Número de casos e percentual de afecções atendidos no HVLL...23

Tabela 4 – Casos cirúrgicos e sistema acometido no HVLL...23

Tabela 5 – Animais com casos relacionados ao sistema digestório atendidos no HVLL e respectivos diagnósticos/procedimentos...24

Tabela 6 – Manifestações de cólica no HVLL...24

Tabela 7 – Animais com afecções musculoesqueléticas atendidos no HVLL e respectivos diagnósticos...25

Tabela 8 – Animais com afecções tegumentares atendidos no HVLL e respectivos diagnósticos...25

Tabela 9 – Animais com casos relacionados ao sistema reprodutivo atendidos no HVLL e respectivos procedimentos...26

Tabela 10 – Animais com afecções respiratórias atendidos no HVLL e respectivos diagnósticos...26

Tabela 11 – Número de casos atendidos no RPMon (por sexo)...32

Tabela 12 – Equinos atendidos no RPMon (por raça)...33

Tabela 13 – Número de casos e percentual de afecções atendidas no RPMon...33

Tabela 14 – Animais com afecções de locomotor atendidos no RPMon e respectivos diagnósticos...33

Tabela 15 – Animais com afecções tegumentares atendidos no RPMon e respectivos diagnósticos...34

Tabela 16 – Animais com afecções respiratórias atendidos no RPMOn e respectivos diagnósticos...34

Tabela 17 – Animais com afecções reprodutivas atendidos no RPMon e respectivos diagnósticos...35

Tabela 18 – Animais com afecções gastrointestinais atendidos no RPMon e respectivos diagnósticos...35

Tabela 19 – Animais com afecções de olhos e anexos atendidos no RPMon e respectivos diagnósticos...35

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AIE Anemia Infecciosa Equina

DAD Doença Articular Degenerativa HVLL Hospital Veterinário Luis Leigue

MPD Membro Pélvico Direito

MPE Membro Pélvico Esquerdo

MTD Membro Torácico Direito

MTE Membro Torácico Esquerdo

MV Médico Veterinário

RPMon Regimento de Polícia Militar Montada

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...15

2 HOSPITAL VETERINÁRIO LUIS LEIGUE – GUARAMIRIM (SC)...16

2.1 DESCRIÇÃO DO LOCAL...16 2.2 FUNCIONAMENTO DO HOSPITAL...21 2.2.1 Atendimento...21 2.2.2 Rotina...21 2.3 CASUÍSTICA DO HVLL...22 2.3.1 Sistema Digestório...24 2.3.2 Sistema Musculoesquelético...24 2.3.3 Sistema Tegumentar...25 2.3.4 Sistema Reprodutor...25 2.3.5 Sistema Respiratório...26

3 REGIMENTO DE POLÍCIA MILITAR MONTADA...27

3.1 DESCRIÇÃO DO LOCAL...27 3.2 FUNCIONAMENTO DO RPMon...31 3.2.1 Atendimento...31 3.2.2 Rotina...31 3.3 CASUÍSTICA DO RPMon...32 3.3.1 Sistema Locomotor...33 3.3.2 Sistema Tegumentar...34 3.3.3 Sistema Respiratório...34 3.3.4 Sistema Reprodutor...35 3.3.5 Sistema Digestório...35 3.3.6 Olhos e anexos...35 4 DISCUSSÃO...36

4.1 CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS EM PREPÚCIO E BASE DO PÊNIS. ...36

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4.2 PNEUMOVAGINA...37

4.3 OZONIOTERAPIA NO TRATAMENTO DE FERIDA EM EQUINO...38

4.4 PLEUROPNEUMONIA...40

5 CONCLUSÃO...43

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1 INTRODUÇÃO

O Estágio Curricular Obrigatório é fundamental para colocar em prática os conhecimentos adquiridos durante todo o curso de graduação em Medicina Veterinária, assim como trata-se de uma oportunidade para adquirir novos conhecimentos sob a orientação de profissionais experientes na área escolhida. O Estágio Curricular Supervisionado foi realizado em duas etapas, abrangendo a área de clínica e cirurgia de equinos.

A primeira etapa foi realizada no Hospital Veterinário Luis Leigue (HVLL), em Guaramirim, Santa Catarina, durante o período de 6 a 31 de agosto de 2018, totalizando 160 horas, sob supervisão da Médica Veterinária Karina Hufernusler Leigue. Já a segunda etapa foi realizada no Regimento de Polícia Militar Montada, em São José, Santa Catarina, durante o período de 10 de setembro a 31 de outubro de 2018, totalizando 296 horas, sob supervisão do Médico Veterinário Dauri Losso Júnior.

Desse modo, o presente relatório tem como objetivo apresentar a casuística, as atividades desenvolvidas e a discussão sobre alguns casos acompanhados durante o período de estágio na área de clínica e cirurgia de equinos.

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2 HOSPITAL VETERINÁRIO LUIS LEIGUE – GUARAMIRIM (SC)

A primeira etapa do estágio curricular foi realizada no Hospital Veterinário Luis Leigue, em Guaramirim, no estado de Santa Catarina, durante o período de 6 a 31 de agosto de 2018, sob a supervisão da Médica Veterinária Karina Hufernusler Leigue. O referido hospital iniciou suas atividades no ano de 2015 e atualmente oferece serviços de cirurgia, UTI, maternidade, odontologia, diagnóstico por imagem, serviços ambulatoriais para emergências, cuidados preventivos e fisioterapia exclusivamente para atendimento de equídeos.

O hospital conta com uma equipe composta de dois residentes, quatro médicos veterinários, funcionários responsáveis pela limpeza das baias e estagiários encarregados de auxiliar nos procedimentos e na alimentação dos animais.

2.1 DESCRIÇÃO DO LOCAL

O Hospital Veterinário Luis Leigue é dividido em duas edificações: a primeira é composta de recepção, sala de medicações, depósito, laboratório, lavanderia, quarto dos residentes, cozinha, área de exame clínico, área de internamento, baias, sala de anestesia e bloco cirúrgico; a segunda construção é composta por uma sala de aula, baias, quarto de ração, quarto de equipamentos da fisioterapia, área de fisioterapia e sala de reprodução. Na parte externa da segunda construção se encontra a área de propriocepção e uma rampa para embarque e desembarque. Além dessas duas construções, o hospital conta ainda com duas baias de isolamento, cinco piquetes e um rodotrote.

Os animais, assim que chegam ao Hospital, desembarcam na rampa e são direcionados à área de exame clínico. Os residentes preenchem uma ficha com os dados do proprietário e do animal, anotando o motivo da internação e a queixa principal. Em seguida os residentes fazem o exame clínico e pesagem dos animais.

A área de exame clínico (Figura 1) apresenta piso emborrachado, possui dois troncos, duas bancadas para armazenamento de medicações e equipamentos necessários. Além disso, disso o espaço tem lixeiras para lixo comum, lixo infectante, vidros, material reciclável e coletores para material perfurocortante.

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Figura 1 – Área de exame clínico do HVLL

Fonte: Acervo pessoal (2018).

A área de internamento (Figura 2) apresenta piso de concreto e possui um tronco, um balcão (onde ficam as medicações utilizadas nos animais internados) e uma bancada móvel (onde ficam as fichas dos animais e os estetoscópios). O local possui também seis baias com piso de concreto, equipadas com cochos de água e alimento, sendo uma delas ao lado da sala de anestesia, para onde o animal é encaminhado ao térmico da cirurgia. Essa área também apresenta lixeiras separadas para lixo comum, lixo infectante, vidros, material reciclável e coletores para material perfurocortante.

Figura 2 – Área de internamento do HVLL

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Na sala de medicações ficam as medicações e vacinas. Apenas os médicos veterinários e residentes têm acesso a essa área, sendo necessário senha para entrar no local.

O laboratório (Figura 3) conta com uma ampla estrutura que permite a realização de urinálise, exames hematológicos, análises parasitológicas, citológicas, microbiológicas, entre outros exames, além de contar com estrutura voltada para a reprodução.

Figura 3 – Laboratório do HVLL

Fonte: Acervo pessoal (2018).

A sala de anestesia conta com piso de borracha e as paredes são todas forradas com estofado macio para a segurança dos animais. Há três portas nesse ambiente: a primeira dá acesso à área externa e é por onde os animais entram; a segunda dá acesso ao bloco cirúrgico, onde os animais entram sedados e são transportados por um equipamento preso ao teto, movido a controle remoto; a terceira porta dá acesso à baia da área de internamento.

O bloco cirúrgico (Figura 4) conta com uma área de paramentação com pias adequadas, uma sala de suprimentos estéreis e a área cirúrgica com um balcão, onde é organizado tudo o que será utilizado durante o procedimento, um micro-ondas para aquecer soro, equipamentos de anestesiologia, mesa cirúrgica e brete para casos de procedimentos em estação.

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Figura 4 – Bloco cirúrgico do HVLL

Fonte: Acervo pessoal (2018).

O hospital conta com uma sala de aula onde acontecem seminários semanais, palestras e cursos ministrados por profissionais da área. A sala é equipada com projetor multimídia e tem capacidade para cinquenta pessoas.

O quarto de equipamentos é o local onde fica armazenado todo o material utilizado na fisioterapia, como o campo eletromagnético pulsátil, laser e um freezer onde ficam armazenados gelo e ice cups utilizados para tratamento com crioterapia. Nesse ambiente também se encontram as fichas dos animais que se encontram internados.

O quarto de ração é equipado com um balcão onde ficam os cabrestos, três barris para armazenamento de ração e dois estrados de plástico onde são colocados o feno e a alfafa.

A área de fisioterapia (Figura 5) é equipada com uma hidroesteira para condicionamento físico de equinos atletas, uma plataforma vibratória, o TheraPlate para terapia, reabilitação e condicionamento físico, infravermelho, cold saltwater spa e um brete.

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Figura 5 – Área de fisioterapia do HVLL

Fonte: Acervo pessoal (2018).

Na segunda construção, onde está a área de fisioterapia, existem sete baias com piso de concreto, equipadas com cochos de água e alimento. Essas baias (Figura 6) são utilizadas preferencialmente para animais que estão no hospital exclusivamente para a realização de fisioterapia.

Figura 6 – Baias da área de fisioterapia do HVLL

Fonte: Acervo pessoal (2018).

Em uma área mais isolada das demais construções há ainda duas baias com piso de concreto, equipadas com cochos de água e alimento, que são utilizadas preferencialmente para animais com necessidade de permanecerem isolados.

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O hospital conta também com cinco piquetes onde os animais internados são revezados e soltos durante o dia. Ao lado dos piquetes possui uma estrutura coberta onde está instalado o rodotrote, equipamento utilizado para exercitar os animais internados.

2.2 FUNCIONAMENTO DO HOSPITAL

2.2.1 Atendimento

O Hospital Veterinário Luis Leigue funciona todos os dias da semana (de domingo a domingo), das 7 às 19 horas. Há serviço de plantão, quando necessário, uma vez que os veterinários, residentes e estagiários residem no hospital.

Assim que um animal chega ao hospital, os residentes fazem a anamnese, registram as informações do paciente e do proprietário, assim como o motivo do internamento. Em seguida o animal é encaminhado para a sala de exame clínico, onde é pesado e passa por avaliação de frequência cardíaca, frequência respiratória, motilidade dos quadrantes intestinais, mucosa, tempo de preenchimento capilar, pulso e temperatura retal. Após essa primeira avaliação, caso necessário, o animal passa por uma avaliação mais específica de acordo com a queixa principal. Caso haja a necessidade de exames complementares, estes são feitos ainda na sala de exame clínico. Normalmente é solicitado exame de sangue dos animais que são internados e a coleta é feita através da veia jugular externa; o material é então encaminhado ao laboratório localizado dentro do próprio hospital para a realização de hemograma e exame bioquímico.

Os animais que permanecerão internados são encaminhados para a área de internamento e alojados e uma das baias, e os animais que irão apenas realizar fisioterapia são encaminhados para uma das baias localizadas na área de fisioterapia. Além do internamento, o hospital recebe animais encaminhados por outros veterinários para a realização de raio X, ultrassonografia e procedimentos odontológicos de rotina.

2.2.2 Rotina

Os animais são alimentados seis vezes ao dia, e essa tarefa é de responsabilidade dos estagiários. Todos os animais recebem a mesma quantidade de ração, alterando-se apenas o tipo de ração dependendo da idade do animal (adulto ou potro). A maioria dos animais recebe também feno e, em alguns casos, alfafa aos animais que passaram por procedimentos

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ortopédicos ou que necessitem de maior energia na dieta. Às 7, às 12 e às 19 horas é passada a ração e às 9, às 14 e às 21 horas passam o feno e a alfafa. Essa rotina muda para os animais que necessitarem de jejum e que passarem por procedimento cirúrgico.

A rotina inicia às 7 horas com a realização do exame clínico em todos os animais. Os animais são divididos entre os residentes e os estagiários, cada um avalia a frequência cardíaca, frequência respiratória, motilidade dos quadrantes intestinais, mucosa, tempo de preenchimento capilar, pulso e temperatura retal, além da presença de urina e fezes na baia. As medicações orais podem ser preparadas e administradas pelos estagiários, já as medicações injetáveis são administradas pelos residentes. Após os exames clínicos, começa a rotina de limpeza de feridas e troca de curativos, quando os estagiários acompanham os residentes e os veterinários auxiliando-os. Às 17 horas se repete o exame clínico de todos os animais.

Os plantões são divididos entre os estagiários e os residentes: cada dia uma pessoa é responsável pelos animais no período da noite para a realização de exame clínico e cuidados com a fluidoterapia.

Todas as terças-feiras ocorrem seminários realizados pelos estagiários, residentes e médicos veterinários como forma de debate e discussão sobre procedimentos e novas abordagens.

2.3 CASUÍSTICA DO HVLL

Durante o período de estágio no Hospital Veterinário Luis Leigue, foram atendidos 48 equinos (22 machos e 26 fêmeas), conforme descrição apresentada na Tabela 1.

Tabela 1 – Número de casos atendidos no HVLL (por sexo)

Sexo Número de Equinos Percentual

Macho 22 45,80%

Fêmea 26 54,20%

Total 48 100%

Fonte: Elaborada pela autora (2018).

Ao separar os animais por raça, observa-se que a maior parte dos animais atendidos eram Quarto de Milha, totalizando 27 casos dentre os 48 atendidos. Na Tabela 2, pode-se observar a quantidade e o percentual de raças atendidas.

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Tabela 2 – Equinos atendidos no HVLL (por raça)

Raça Total Percentual

Quarto de Milha 27 56,25%

Crioulo 6 12,50%

Brasileiro de Hipismo 5 10,41%

Sem Raça Definida 5 10,41%

Manga Larga 4 8,33%

Paint Horse 1 2,10%

Total 48 100%

Fonte: Elaborada pela autora (2018).

Foram atendidas afecções do sistema musculoesquelético, digestório, tegumentar, respiratório e procedimentos voltados à reprodução. A Tabela 3 especifica o número de casos e o percentual em cada um dos sistemas.

Tabela 3 – Número de casos e percentual de afecções atendidos no HVLL

Sistema acometido Número Percentual

Digestório 23 47,91% Musculoesquelético 14 29,16% Tegumentar 4 8,34% Reprodutor 4 8,34% Respiratório 3 6,25% Total 48 100%

Fonte: Elaborada pela autora (2018).

Dentre os 48 casos acompanhados durante o estágio no Hospital Veterinário Luis Leigue, 18 foram cirúrgicos, conforme mostra a Tabela 4.

Tabela 4 – Casos cirúrgicos e sistema acometido no HVLL

Sistema acometido Número de casos Número de casos cirúrgicos

Digestório 23 5 Musculoesquelético 14 8 Tegumentar 4 1 Reprodutor 4 4 Respiratório 3 0 Total 48 18

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Houve dois óbitos, ambos devido à Síndrome Cólica. O primeiro veio a óbito assim que deu entrada no hospital, sendo diagnosticado com ruptura de estômago através da necropsia; o outro caso foi diagnosticado com ruptura de cólon transverso durante o procedimento cirúrgico e foi eutanasiado.

2.3.1 Sistema Digestório

Durante o estágio houve baixa incidência de ocorrência da Síndrome Cólica, tendo sido acompanhado um maior número de casos de procedimentos odontológicos de rotina. As tabelas a seguir apresentam os casos relacionados ao sistema digestório atendidos durante o estágio no HVLL.

Tabela 5 – Animais com casos relacionados ao sistema digestório atendidos no HVLL e respectivos diagnósticos/procedimentos

Diagnóstico / procedimento Número de animais

Procedimento odontológico de rotina 16

Síndrome Cólica 6

Hérnia incisional pós-laparotomia 1

Total 23

Fonte: Elaborada pela autora (2018)

Tabela 6 – Manifestações de cólica no HVLL

Síndrome Cólica Número de animais

Compactação 2

Cólica espasmódica 1

Encarceramento nefro-esplênico 1

Ruptura cólon transverso 1

Ruptura estômago 1

Total 6

Fonte: Elaborada pela autora (2018).

2.3.2 Sistema Musculoesquelético

O único caso que chegou ao Hospital durante o estágio foi de Desmite do Ligamento Suspensório do Boleto, o qual foi acompanhado desde o início. Quanto aos demais casos, foi possível acompanhar a fisioterapia. A tabela a seguir apresenta os casos relacionados ao sistema musculoesquelético atendidos durante o estágio no HVLL.

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Tabela 7 – Animais com afecções musculoesqueléticas atendidos no HVLL e respectivos diagnósticos

Diagnóstico Número de animais

Osteoartrite da articulação metacarpofalangeana 2 Deformidade flexural dos membros torácicos em potros 2

Fratura de metatarso 2

Fratura de mandíbula 1

Fratura de segunda falange 1

Fragmento ósseo no calcâneo 1 Fragmento ósseo no sesamóide 1 Fragmento ósseo na articulação escapuloumeral 1 Osteodistrofia do metacarpo 1 Sequestro ósseo e fibrose do metacarpo 1 Desmite do ligamento suspensório do boleto 1

Total 14

Fonte: Elaborada pela autora (2018).

2.3.3 Sistema Tegumentar

A tabela a seguir apresenta os casos relacionados ao sistema tegumentar atendidos durante o estágio no HVLL.

Tabela 8 – Animais com afecções tegumentares atendidos no HVLL e respectivos diagnósticos

Diagnóstico Número de animais

Laceração 2

Abscesso 1

Sarcóide 1

Total 4

Fonte: Elaborada pela autora (2018).

2.3.4 Sistema Reprodutor

A tabela a seguir apresenta os procedimentos cirúrgicos do sistema reprodutor realizados durante o estágio no HVLL.

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Tabela 9 – Animais com casos relacionados ao sistema reprodutivo atendidos no HVLL e respectivos procedimentos

Procedimento Número de animais

Orquiectomia bilateral 3

Orquiectomia criptorquida bilateral 1

Total 4

Fonte: Elaborada pela autora (2018).

2.3.5 Sistema Respiratório

A tabela a seguir apresenta os casos relacionados ao sistema tegumentar atendidos durante o estágio no HVLL.

Tabela 10 – Animais com afecções respiratórias atendidos no HVLL e respectivos diagnósticos

Diagnóstico Número de animais

Processo inflamatório crônico das vias aéreas 1 Hemorragia pulmonar induzida pelo exercício 1

Pleuropneumonia 1

Total 3

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3 REGIMENTO DE POLÍCIA MILITAR MONTADA

O segundo período de estágio foi realizado no Regimento de Polícia Militar Montada (RPMon), em São José, no estado de Santa Catarina, no período de 10 de setembro a 31 de outubro de 2018, sob a supervisão do Médico Veterinário Dauri Losso Júnior. O Regimento em São José conta com 64 equinos, tendo capacidade para 125 animais. Sob responsabilidade desse Regimento, na cidade de Indaial, há uma unidade onde se encontram as éguas reprodutoras, contando no momento com 27 animais. Há, ainda, juntamente com a Prefeitura de São José, um projeto de recolhimento de equinos abandonados, localizado no Batalhão de Operações Policiais Especiais, em frente ao Regimento, com capacidade para 15 equinos.

O regimento conta com uma equipe da Polícia Militar para a seção veterinária, sendo o médico veterinário terceirizado. Em Indaial as atividades são divididas entre o Médico Veterinário Dauri e outra MV do município. Os animais do projeto de recolhimento são atendidos e monitorados pela MV da prefeitura de São José.

3.1 DESCRIÇÃO DO LOCAL

O RPMon conta com dois pavilhões: o primeiro é composto por 50 baias e uma baia-tanque onde são dados banhos nos animais (Figura 7); o segundo é composto por 60 baias e duas baias-tanque (Figura 8). O espaço conta ainda com um paiol onde é armazenada a alimentação dos animais (Figura 9). Além dos pavilhões, há a vila hípica composta por 15 baias, sala de doma, sala de materiais, ferradoria e seção veterinária. O Regimento ainda conta com um redondel, duas pistas de trabalho, uma coberta e outra ao ar livre, e dois piquetes (Figuras 10 e 11).

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Figura 7 – Pavilhão 1 e baia-tanque 1 do RPMon

Fonte: Acervo pessoal (2018).

Figura 8 – Pavilhão 2 e baias-tanque 2 e 3 do RPMon

Fonte: Acervo pessoal (2018).

Figura 9 – Paiol do RPMon

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Figura 10 – Pistas de trabalho coberta e ao ar livre

Fonte: Acervo pessoal (2018).

Figura 11 – Vila Hípica

Fonte: Acervo pessoal (2018).

A seção veterinária (Figura 12) é composta por uma área externa com tronco, uma banheira para crioterapia e brete. A área interna possui uma bancada, uma sala para armazenamento de documentação e dados de todos os animais e uma sala onde são armazenadas as medicações e equipamentos veterinários.

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Figura 12 – Seção veterinária do RPMon

Fonte: Acervo pessoal (2018).

O Regimento possui dois piquetes (Figura 13) onde os animais são divididos em grupos e soltos durante o dia. A seção veterinária é responsável pela soltura dos animais, quando seus patrulheiros estão em férias ou algum tipo de afastamento.

Figura 13 – Piquetes do RPMon

Fonte: Acervo pessoal (2018).

O redondel (Figura 14) é utilizado para os animais em doma presentes no regimento e quando é necessário trotar o animal em círculo para avaliar claudicação. Além disso, o espaço também é utilizado para a realização da monta natural.

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Figura 14 – Redondel do RPMon

Fonte: Acervo pessoal (2018).

3.2 FUNCIONAMENTO DO RPMon

3.2.1 Atendimento

As atividades na seção veterinária da RPMon iniciam às 7 horas da manhã e se encerram às 19 horas, de segunda a sexta-feira. Nos finais de semana, os policiais militares que estiverem trabalhando comunicam o MV quando há emergências. Todos os animais são avaliados diariamente pelo estagiário e pelo policial responsável pela seção veterinária no dia, sendo comunicado ao MV quando há necessidade de algum procedimento específico. O MV se apresenta às 12 horas e permanece no local durante todo o período da tarde.

Quando algum animal necessita de atendimento, é encaminhado até a seção veterinária onde recebe os devidos cuidados.

3.2.2 Rotina

O estágio ora descrito era realizado das 8 às 17 horas. Durante a manhã o estagiário fazia o manejo de soltura dos animais, limpeza dos animais cujos patrulheiros estivessem de férias ou afastados, além de limpeza de feridas e curativos. No período da tarde era feito o acompanhamento junto com o MV dos novos casos e procedimentos, podendo auxiliar e realizar o procedimento dependendo do caso. As medicações podiam ser preparadas e administradas pelo estagiário.

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32

Durante a manhã também eram rufiadas as éguas reprodutoras do Regimento para identificar a presença de cio e/ou diagnóstico de gestação. Foi possível acompanhar a monta natural, inseminação artificial e diagnóstico de gestação por ultrassonografia.

Uma vez por semana havia a possibilidade de acompanhar a MV da Prefeitura de São José no manejo dos animais resgados em via pública, na identificação destes, preenchimento de resenhas e coleta de sangue para exames.

Durante o período de estágio foi realizada a coleta de sangue de todos os animais no plantel da RPMon para a realização do exame de anemia infecciosa equina (AIE). Em Indaial, foi administrado em todo o plantel o vermífugo Aba Gel Composto, vacina contra Garrotilho e Lexington 8, vacina que previne encefalomielite, rinopneumonite, influenza e tétano. Além dos tratamentos convencionais, foram realizadas sessões de acupuntura e ozonioterapia.

O RPMon passa constantemente por problemas burocráticos e financeiros, uma vez que o orçamento é fechado todo final de ano para o ano seguinte, e tudo que ultrapassa o valor previsto, como procedimentos cirúrgicos, exames e gastos com medicações imprevistas, passa por uma solicitação e demanda tempo o que muitas vezes dificulta o correto diagnóstico e tratamento dos animais.

3.3 CASUÍSTICA DO RPMon

Durante o período de estágio no RPMon, foram atendidos 28 equinos, sendo 20 machos e 8 fêmeas, totalizando 35 casos, conforme descrição apresentada na Tabela 11.

Tabela 11 – Número de casos atendidos no RPMon (por sexo)

Sexo Número de Equinos Percentual

Macho 20 71,43%

Fêmea 8 28,57%

Total 28 100%

Fonte: Elaborada pela autora (2018).

A maior parte dos animais atendidos durante o estágio eram SRD, uma vez que 90% dos animais do plantel não apresentam raça específica. Na Tabela 12, pode-se observar a quantidade e o percentual de raças atendidas.

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Tabela 12 – Equinos atendidos no RPMon (por raça)

Raça Total Percentual

Sem Raça Definida 21 75%

Brasileiro de Hipismo 3 10,72%

Anglo-Árabe 2 7,14%

Andaluz 1 3,57%

Crioulo 1 3,57%

Total 28 100%

Fonte: Elaborada pela autora (2018).

Foram atendidas afecções do sistema tegumentar, locomotor, respiratório, reprodutor, digestório e olhos e anexos. A Tabela 13 especifica o número de casos e o percentual de cada um dos sistemas tratados.

Tabela 13 – Número de casos e percentual de afecções atendidas no RPMon

Sistema acometido Número Percentual

Locomotor 11 31,43% Tegumentar 8 22,86% Respiratório 7 20% Digestório 5 14,29% Reprodutor 2 5,71% Olhos e anexos 2 5,71% Total 35 100%

Fonte: Elaborada pela autora (2018).

3.3.1 Sistema Locomotor

A tabela a seguir apresenta os casos relacionados ao sistema locomotor atendidos durante o estágio no RPMon.

Tabela 14 – Animais com afecções de locomotor atendidos no RPMon e respectivos diagnósticos

Diagnóstico Número de animais

Claudicação Síndrome do Navicular membros torácicos 2 Claudicação dermovilite dos membros torácicos 1 Claudicação desmite do ligamento suspensório do boleto MPE 1 Claudicação laceração com arame porção medial jarrete MPE 1 Claudicação laceração da porção lateral boleto MPE 1 Claudicação perfuração com arame MTD 1 Claudicação sensibilidade na pinça MTD 1

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34

Diagnóstico Número de animais

Claudicação sensibilidade na sola membros torácicos 1 DAD articulações interfalangeanas ringbone membros torácicos 1 Edema porção cranial do joelho do MTE 1

Total 11

Fonte: Elaborada pela autora (2018).

3.3.2 Sistema Tegumentar

A tabela a seguir apresenta os casos relacionados ao sistema tegumentar atendidos durante o estágio no RPMon.

Tabela 15 – Animais com afecções tegumentares atendidos no RPMon e respectivos diagnósticos

Diagnóstico Número de animais

Edema barriga 1

Ferida cernelha 1

Ferida coxa 1

Ferida porção lateral do jarrete 1 Ferida porção lateral do boleto MPD 1

Ferida peito 1

Fungo sem diagnóstico 1

Sarcóide 1

Total 8

Fonte: Elaborada pela autora (2018).

3.3.3 Sistema Respiratório

A tabela a seguir apresenta os casos relacionados ao sistema respiratório atendidos durante o estágio no RPMon.

Tabela 16 – Animais com afecções respiratórias atendidos no RPMOn e respectivos diagnósticos

Diagnóstico Número de animais

Tosse com secreção mucopurulenta sem diagnóstico 7

Total 7

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35

3.3.4 Sistema Reprodutor

A tabela a seguir apresenta os casos relacionados ao sistema reprodutor atendidos durante o estágio no RPMon.

Tabela 17 – Animais com afecções reprodutivas atendidos no RPMon e respectivos diagnósticos

Diagnóstico Número de animais

Carcinoma de células escamosas prepúcio e base do pênis 1

Pneumovagina 1

Total 2

Fonte: Elaborada pela autora (2018).

3.3.5 Sistema Digestório

A tabela a seguir apresenta os casos relacionados ao sistema digestório atendidos durante o estágio no RPMon.

Tabela 18 – Animais com afecções gastrointestinais atendidos no RPMon e respectivos diagnósticos

Diagnóstico Número de animais

Aerofagia 2

Desconforto abdominal devido ao enterólito 1

Laceração lábio superior 1

Laceração palato duro 1

Total 5

Fonte: Elaborada pela autora (2018).

3.3.6 Olhos e anexos

A tabela a seguir apresenta os casos relacionados aos olhos e anexos atendidos durante o estágio no RPMon.

Tabela 19 – Animais com afecções de olhos e anexos atendidos no RPMon e respectivos diagnósticos

Diagnóstico Número de animais

Edema pálpebra superior 1

Laceração pálpebra inferior 1

Total 2

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36

4 DISCUSSÃO

4.1 CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS EM PREPÚCIO E BASE DO PÊNIS

O carcinoma de células escamosas é uma neoplasia cutânea comum em cavalos e, de acordo com Scott e Miller (2004) é considerada a segunda causa mais comum entre as neoplasias cutâneas nessa espécie. As neoplasias na região do prepúcio e pênis não são raras, pois, a região despigmentada e desprovida total ou parcialmente de pelos são fatores que auxiliam no seu aparecimento e os sintomas se agravam com o efeito da radiação solar. Em animais não higienizados periodicamente, a ação cancerígena do esmegma produzido pelas glândulas prepuciais pode ser mais um agravante para o desenvolvimento da neoplasia de prepúcio (CABRINI et al., 2007).

De acordo com Goldschmidt e Hendrick (2002), durante o exame clínico do pênis pode-se observar eritema, edema, descamação, ulcerações, sangramento e infecção bacteriana secundária com exsudato purulento. Thomassian (1996), afirma que o diagnóstico é feito através da biópsia da lesão e exame histopatológico. O tratamento pode se constituir de excisão cirúrgica, criocirurgia, hipertermia, por rádio fluorescência, cirurgia a laser, radioterapia, quimioterapia, imunoterapia e combinação de todas as modalidades (SCOTT; MILLER, 2004). Para Robert, P. Ladds e F. Ladds (2007), a ressecção cirúrgica com margem ampla é o tratamento mais indicado para o carcinoma de células escamosas, uma vez que a neoplasia tem tendência à recidiva local com crescimento infiltrativo ou podendo ocorrer metástase para linfonodos regionais e pulmão.

Durante o estágio no RPMon foi acompanhado o caso de um equino, macho, de 20 anos, sem raça definida, com presença de massa sanguinolenta e ulcerativa no prepúcio e base do pênis (Figura 15), diagnosticado há aproximadamente um ano como carcinoma de células escamosas, através do exame histopatológico de um fragmento de biópsia coletada da região afetada. O exame não foi disponibilizado para o estágio.

Devido a dificuldades financeiras e burocráticas, não foi possível realizar nenhuma intervenção cirúrgica nem quimioterapia. É apenas realizada a limpeza do local diariamente com água e sabão neutro.

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Figura 15 – Carcinoma de células escamosas em prepúcio e base do pênis

Fonte: Acervo pessoal (2018).

4.2 PNEUMOVAGINA

A pneumovagina se caracteriza pela presença contínua ou intermitente de ar no canal vaginal, conforme Jimenez Filho et al. (2015). Segundo Brinsko et al. (2012), a incidência é maior em fêmeas abaixo do peso, idosas e pluríparas. Para Woodie (2012), o estro é fator predisponente para essa afecção devido ao maior relaxamento do períneo e sua ocorrência também pode ser secundária a traumatismos durante o parto.

Para a reconstrução da comissura dorsal da vulva anatomicamente alterada são indicadas Vulvoplastias. A técnica cirúrgica de Caslick é recomendada quando o animal apresenta alteração na conformação vulvar que resulta em pneumovagina (THRELFALL; IMMEGART, 2000).

Foi acompanhado durante o estágio no RPMon o caso de um equino, fêmea, de 14 anos, anglo-árabe, doada para o Regimento e destinada à reprodução. O animal chegou em agosto de 2018 e possui histórico de duas gestações e pneumovagina. Em setembro foi realizada a monta natural, não obtendo sucesso de gestação, sendo assim, foi indicada a realização da vulvoplastia pela técnica de Caslick. Pela falta de medicações necessárias para fazer o procedimento, este será realizado apenas em dezembro.

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38

4.3 OZONIOTERAPIA NO TRATAMENTO DE FERIDA EM EQUINO

A administração de ozônio pela auto-hemoterapia ozonizada pode ser subdividida em maior – em que se utiliza aproximadamente metade do volume de uma transfusão sanguínea, homogeneizando-a suavemente com a mesma quantidade da mistura oxigênio e ozônio, injetando a mistura novamente no paciente via intravenosa –, e menor – em que uma quantidade menor de sangue é retirada do paciente, homogeneizando-a com a mesma quantidade da mistura oxigênio e ozônio, aplicando a mistura via intramuscular ou subcutânea (BOCCI et al., 1994).

O caso acompanhado durante o estágio do RPMon foi de um equino, fêmea, de 2 anos, SRD, com histórico de laceração na região distal do metatarso direto, face lateral causada por objeto não identificado em abril de 2018. Não foi possível obter histórico anterior ao período de estágio. Em setembro de 2018 o animal apresentava ferida com tamanho de 13 cm de altura e 9 cm de comprimento sem melhora significativa desde o ocorrido. Devido ao não sucesso de métodos convencionais, optou-se pelo tratamento com ozônio através da auto-hemoterapia ozonizada, além de todos os dias enfaixar o local durante a noite para evitar possíveis novas lesões.

Foram acompanhadas quatro sessões em intervalos de uma semana: a primeira em 09/10, a segunda em 16/10, a terceira em 23/10 e a quarta em 30/10. O método de administração de ozônio escolhido foi pela auto-hemoterapia ozonizada menor, retirando 30 ml de sangue da veia jugular, homogeneizando com a mesma quantidade de ozônio, aplicando via intramuscular na região de pescoço. Pôde-se observar significativa melhora conforme foram realizadas as sessões, as imagens da Figuras 16, 17 e 18 ilustram esse processo.

Figura 16 – Laceração na região distal do metatarso direto (antes do tratamento)

Nota: (A) Um dia após laceração. (B) Dia em que chegou ao RPMon. (C) Uma semana após chegar ao RPMon.

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Figura 17 – Laceração na região distal do metatarso direto (início do tratamento)

Nota: (A) Setembro, antes da ozoniotepia. (B) Após 1ª sessão. (C) Após 2ª sessão.

Fonte: Acervo pessoal (2018).

Figura 18 – Laceração na região distal do metatarso direto (durante o tratamento)

Nota: (A) Após 3ª sessão. (B) Após 4ª sessão.

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4.4 PLEUROPNEUMONIA

A pleuropneumonia é uma condição que ocorre, frequentemente, em resposta ao transporte. De acordo com Hodgson (2006), o distúrbio inicia por falha na defesa pulmonar, resultando em pneumonia bacteriana pela contaminação das vias aéreas inferiores pela microflora orofaríngea. Os sinais clínicos variam de sinais agudos como febre, letargia, descarga nasal, dispneia e respiração superficial, e crônicos como taquicardia, pulso jugular, endotoxemia e descarga nasal serosanguinolenta, segundo Tejero et al. (2009). O diagnóstico da pleuropneumonia é feito com base no histórico, exame clínico, diagnóstico por imagem e análises microbiológicas, citológicas e de secreções traqueal e pleural (MAIR, 2012). O tratamento é realizado por antibióticos sistêmicos para inibição do desenvolvimento bacteriano, com a drenagem do líquido pleural e é indicada a realização da gestão da terapia inflamatória e analgésica, com cuidados de suporte embasados em fluidoterapia, oxigênio e broncodilatadores (TEJERO et al., 2009).

Durante o estágio realizado no HVLL foi acompanhado o caso de um equino, macho, de 5 anos, Paint Horse, com histórico de secreção nasal e febre uma semana antes do internamento. O proprietário relatou que medicou o animal na propriedade com Borgal, Banamine e Clinterol. No momento da internação o animal apresentou alteração respiratória, com chiado no movimento expiratório. Foi realizada ultrassonografia de cavidade torácica, apresentando líquido pleural, sendo diagnosticado com pleuropneumonia.

Foi realizada a drenagem do líquido em ambos os lados da cavidade e foram retirados 9 litros do lado esquerdo e 3 litros do lado direito. O animal permaneceu com o dreno (Figura 19), sendo monitorado a cada hora. Durante a noite foram drenados outros 5 litros do lado direito e na madrugada mais 3 litros do mesmo lado.

O animal foi medicado com Ranitidina (intravenoso, 1 mg/kg), Detomidina (intravenoso, 0,5 ml/kg), DMSO (intravenoso, junção de 90 mL solução fisiológica a 10% com 10 mL de DMSO), Metronidazol (intravenoso, 15 mg/kg) e Ciprofloxacina (intravenosa, 2,5 mg/kg).

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Figura 19 – Catéter fixo para a realização da drenagem do líquido pleural

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5 CONCLUSÃO

O Estágio Curricular Obrigatório Supervisionado trouxe a experiência de colocar em prática todo o conhecimento adquirido durante os anos de estudo, configurando-se uma etapa fundamental para o futuro na profissão.

Durante os dois estágios realizados, houve a possibilidade de vivenciar realidades diferentes: no Hospital Veterinário onde há tecnologia de ponta com maior gama de protocolos terapêuticos e no Regimento onde os procedimentos e medicações são limitados.

Ambos os locais foram de grande importância para minha graduação, pois adquiri conhecimentos vou levar para a vida e conheci profissionais que contribuíram sobremaneira para meu aprendizado, além de terem me mostrando a realidade da profissão e o que esperar frente a desafios e ao mercado de trabalho.

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REFERÊNCIAS

BOCCI, V. Autohaemotherapy after treatment of blood with ozone. A reappraisal. Journal of

International Medical Research, v. 22, n. 3, p.131-144, 1994.

BRINSKO, S. P. et al. Manual of equine reproduction. 3. ed. St. Louis: Mosby Elsevier, 2012.

CABRINI, T. M. et al. Carcinoma de células escamosas equino – relato de caso. Sepavet – Semana de Patologia Veterinária, 3. e Simpósio de Patologia Veterinária do Centro-Oeste Paulista, 2. Anais […], Garça: FAMED – Faculdade de Medicina Veterinária da FAEF, 2007. GOLDSCHMIDT, M. H.; HENDRICK, M. J. Tumors of the skin and soft tissues. In:

MEUTEN, D. J. Tumors in domestic animals. 4. ed. Ames: Iowa State Press, 2002. p. 45-118.

HODGSON, D. Pleuropneumonia or travel sickness. Marrakech: Ivis, 2006. Disponível em: <https://www.researchgate.net/profile/Shahabeddin_Safi/publication/285537031_Measur ement_of_total_protein_and_isolation_of_different_protein_fractions_in_blood_serum_of_Ir anian_horses_Arab_Turkaman/links/565ee39f08aeafc2aac92566/Measurement-of-total- protein-and-isolation-of-different-protein-fractions-in-blood-serum-of-Iranian-horses-Arab-Turkaman.pdf >. Acesso em: 31 out. 2018.

JIMENEZ-FILHO, D. L. et al. Pneumovagina e urovagina em éguas – revisão de literatura.

Revista Científica da Fundação Educacional de Ituverava, v. 7, n. 1, p. 71-80, 2015.

MAIR, T. S. Pleural Effusions and Pleuropneumonia. In: BRITISH EQUINE VETERINARY ASSOCIATION CONGRESS – BEVA, 51. Birmingham, 2012. Proceedings […].

Birmingham, UK, 2012.

ROBERT, A.; LADDS, P. W.; LADDS, F. Male genital system. In: MAXIE, M. G. (ed.).

Pathology of domestic animals. 5. ed. vol. 3. Ontario: Saunders Elsevier, 2007. p. 618-648.

SCOTT, D. W.; MILLER, W. H. J. Dermatologia Eqüina. Buenos Aires, Argentina: Editorial Intermedica, 2004.

TEJERO, A. et al. Pleuroneumonia equina REDVET – Revista Eletrônica de Veterinária, v. 10, n. 3, mar. 2009. Disponível em:

http://www.veterinaria.org/revistas/redvet/n030309/030903.pdf. Acesso em: 31 out. 2018. THRELFALL, W. R.; IMMEGART, H. M. Medicina Interna Equina. In: REED, S. M.;

BOYLY, W. M. Medicina Interna Equina. Campo Grande: Guanabara Koogan, 2000.

WOODIE, J. B. Vulva, vestibule, vagina and cervix. In: AUER, J. A.; STICK, J. A. Equine

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