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Mapeamento batimétrico e sonográfico da plataforma continental interna adjacente ao complexo industrial e portuário de Suape, Pernambuco, Brasil

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE OCEANOGRAFIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM OCEANOGRAFIA. MAPEAMENTO BATIMÉTRICO E SONOGRÁFICO DA PLATAFORMA CONTINENTAL INTERNA ADJACENTE AO COMPLEXO INDUSTRIAL E PORTUÁRIO DE SUAPE, PERNAMBUCO, BRASIL.. Tiago de Souza Figueiredo. Orientadora: Tereza Cristina Medeiros de Araújo. Recife 2008.

(2) ii. Tiago de Souza Figueiredo. MAPEAMENTO BATIMÉTRICO E SONOGRÁFICO DA PLATAFORMA CONTINENTAL INTERNA ADJACENTE AO COMPLEXO INDUSTRIAL E PORTUÁRIO DE SUAPE, PERNAMBUCO, BRASIL.. Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Oceanografia da Universidade Federal de Pernambuco (PPGO-UFPE), como um dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em Ciências, na Área de Oceanografia Abiótica. Orientadora: Tereza Cristina Medeiros de Araújo. Recife 2008.

(3) iii. F475m. Figueiredo, Tiago de Souza Mapeamento batimétrico e sonográfico da plataforma continental interna adjacente ao complexo industrial e portuário de Suape, Pernambuco, Brasil / Tiago de Souza Figueiredo. - Recife: O Autor, 2008. 91 f.; il., gráfs., tabs. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco. CTG. Programa de Pós-Graduação em Oceanografia, 2008. Inclui referências bibliográficas e Anexos. 1. Oceanografia. 2. Batimetria. 3. Sonografia. 4. Suape. I. Título.. 551.46 CDD (22.ed.). UFPE/BCTG/2008-070.

(4) iv. Tiago de Souza Figueiredo. MAPEAMENTO BATIMÉTRICO E SONOGRÁFICO DA PLATAFORMA CONTINENTAL INTERNA ADJACENTE AO COMPLEXO INDUSTRIAL E PORTUÁRIO DE SUAPE, PERNAMBUCO, BRASIL.. Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Oceanografia da Universidade Federal de Pernambuco (PPGO-UFPE), como um dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em Ciências, na Área de Oceanografia Abiótica.. BANCA EXAMINADORA. ___________________________________________________________________ Profª. Drª. Tereza Cristina Medeiros de Araújo Departamento de Oceanografia / Universidade Federal de Pernambuco. ___________________________________________________________________ Prof. Dr. George Satander Sá Freire Departamento de Geologia / Universidade Federal do Ceará. ___________________________________________________________________ Prof. Dr. Mauro Maida Departamento de Oceanografia / Universidade Federal de Pernambuco.

(5) v. Dedicatória Dedico este trabalho às pessoas que me ensinaram a viver: aos meus pais, Nicácio e Milinha; aos meus irmãos e sobrinhos e ao meu complemento, minha noiva Luceska..

(6) vi. “No final, tudo da certo”..

(7) vii. Agradecimentos Gostaria de agradecer inicialmente a minha orientadora, a professora Drª. Tereza Araújo, pelo apoio e dedicação, mas principalmente pela confiança, liberdade e autonomia cedida a mim ao longo dos últimos dois anos de trabalho. Agradeço ao Departamento do Curso de Pós-Graduação em Oceanografia, da Universidade Federal de Pernambuco e a todos os professores que compõem o quadro docente, pelos ensinamentos, pelas dicas e conhecimentos oferecidos. A FACEPE e ao Governo do Estado de Pernambuco pela concessão da bolsa de mestrado. Aos melhores pilotos de barco que conheço: Telinho e Seu Lóia; Pela enorme colaboração no trabalho de campo, nas conversas e nas técnicas para não enjoar quando embarcado; a João Marcelo, pelas dicas de com utilizar o sonar de varredura lateral. Aos colegas do curso de mestrado, em especial Kelly, Victória, David, Tati e Natália, pela companhia ao longo das disciplinas. Aos colegas do laboratório de Oceanografia Geológica Dani Goiabinha, Mirella, Uina, Patrícia, Aninha, Neves, Antônio e Júlio, pelo companheirismo, amizade e principalmente pela descontração proporcionada. E claro, pela ajuda direta em muitos momentos da dissertação. Aos meus familiares, Tibério (irmão), Isabel (irmã), Rick e Nick (sobrinhos), a Cleide (prima), Nereu, Nilson, Socorro, Salete, Hilda, Liu e Vardo (tios e tias), Soriano e Iracema (sogros), minha avó Emília pelo apoio e por se constituírem de minha verdadeira família. Em especial aos meus pais, Nicácio e Osemília (Milinha), por dedicarem suas vidas a construção de uma família unida, por me ensinarem a ter respeito e caráter com qualquer semelhante, seja ele quem for. A minha noiva e quase esposa Luceska, pela compreensão, apoio e ajuda nos momentos de maior necessidade e pelo amor recebido ao longo dos mais de cinco anos de convivência. E agradeço a todos aqueles que por ventura eu não tenha citado nas linhas acima e que me perdoarão pela falta..

(8) viii. Resumo A plataforma continental de Pernambuco possui aproximadamente 32Km de extensão, profundidades de até 60m. Apesar dos estudos com objetivo de mapear feições presentes ao longo da plataforma já realizados, percebe-se que a plataforma pernambucana ainda é pouco conhecida. O objetivo desse trabalho foi mapear a plataforma continental interna adjacente ao Complexo Industrial e Portuário de Suape (CIPS) utilizando as técnicas batimétrica e sonográfica. O CIPS é um importante pólo econômico para Pernambuco, possuindo a segunda maior estrutura portuária do país. Ao longo deste trabalho foram confeccionados 48 perfis batimétricos com detalhamento sonográfico de porções da área de estudo. Foram identificados relevos positivos (possivelmente rochas de praia) e negativos (canais). A profundidade média da área amostrada foi de 16,3m apresentando um comportamento batimétrico distinto entre a porção norte e sul, o que gerou a divisão da área de estudo entre Área 1 e Área 2. Na “Área 1” o declive batimétrico se dá nos primeiros 500m, de 11m para 16m, até atingir 18m de profundidade, eleva-se para 14m e decai para pouco mais de 21m. Também foram identificados dois canais de maior porte com direções SO-NE e S-N. Já a “Área 2” a profundidade do início dos perfis que é de 10m aumenta gradualmente até valores próximos de 21m. Na porção sul foi identificado um acúmulo de sedimentos trazidos pela corrente de deriva que ficam retidos pelo molhe do porto. Os relevos positivos, possíveis rochas de praia, foram encontrados principalmente entre as isóbatas de 13m a 16m, sendo alguns encontrados entre 17m e 18m de profundidade. Não foi possível perceber claramente uma linha de substratos consolidados que pudesse indicar a estabilização do nível do mar em momentos pretéritos. Apesar das dificuldades (condições de mar e tempo) enfrentadas durante a aquisição das imagens acústicas, foi possível obter a confirmação visual da presença de alguns dos substratos consolidados descritos nos perfis batimétricos. Com o auxílio do Side Scan Sonar (Marine Sonic Tecnology) e com softwares como o Sea San PC v1.8.1 e o Sonar WizMap 4 foram coletados os dados sonográficos e confeccionadas amostras de mosaico de uma porção da área de estudo. Pode-se concluir que a porção da plataforma continental estudada, assemelha-se as descrições realizadas por estudos prévios para a plataforma nordestina, no entanto, não apresenta de maneira evidente uma linha de rochas de praia que caracterizasse estabilizações pretéritas do nível médio do mar. Palavras-chave: Oceanografia; Batimetria; Sonografia; Suape..

(9) ix. Abstract The continental shelf of Pernambuco is about 32 km extent and 60m depth. Despite studies aiming to map the features along the shelf already performed, it is noted that the Pernanbuco’s continental shelf is still few known. The objective of the present research was mapping the internal continental shelf adjacent to the Suape Harbor Complex (SHC) using bathymetrical and sonographic techniques. The SHC is an important economic pole in Pernambuco presenting the second greater harbor structure in Brazil. Throughout this work, 48 bathymetric profiles were performed with sonographic detail of the study area. Positive (probably beach rocks) and negative (canals) relieves were identified. Average depth in the sampled area was 16.3 m presenting a different bathymetric behavior between the north and south portion causing a division in the study area: Area 1 and Area 2. In the Area 1, bathymetric slope occurs in the first 500m, from 11 m to 16 m, up to 18m depth. Then, it rises to 14 m and decreases to about 21 m. Two far-reaching canals with SW-NE and S-N directions were also identified. However, in the Area 2, profiles depth started at 10 m, gradually increasing up to values close to 21 m. Sediments accumulation brought by the drift current were observed in the South portion. Positive relives, probably submerse reefs, were mainly observed between 13m and 16 m isobaths, with some of them being observed between 17m and 18 m depth. It was not possible to note any line of consolidated substrata indicating the sea’s stabilization at preterit moments. In spite of difficulties (sea and whether conditions) faced when acquiring acoustic images, it was possible to obtain a visual confirmation on the presence of some consolidated substrata described in the bathymetric profiles. Aided by the Side Scan Sonar (Marine Sonic Tecnology) and softwares such as Sea San PC v1.8.1 and Sonar WizMap 4, sonographic data were collected and mosaic samples of part of the study area were performed. It can be concluded that the continental shelf part studied is similar to descriptions performed by previous studies for the Northeastern shelf. However, it does not present an evident line of beach rocks which could characterize preterit stabilizations on the sea’s mean level. Keys-words: Oceanography; Bathymetry; Sonography; Suape..

(10) x. Lista de figuras Figura 01 – Ilustração/mapa com localização da Amazônia Azul ........................ 06 Figura 02 - Relação entre a textura e a quantidade de energia refletida ............. 13 Figura 03 - Mapa de Atuação do Projeto Petrorisco ............................................ 14 Figura 04 – Complexo Industrial de Suape .......................................................... 16 Figura 05 - Visão do Porto Externo do CIPS ........................................................ 17 Figura 06 – Figura de localização da área de estudo .......................................... 17 Figura 07 – Imagem de satélite captada pelo EarthStar Geographics LLC ......... 21 Figura 08 – Carta 906 elaborada pela DHN ......................................................... 22 Figura 09 – Perfis perpendiculares e paralelos a linha de costa .......................... 23 Figura 10 – R/V Velella: embarcação utilizada na etapa de campo ..................... 24 Figura 11 – Ecossonda Garmin GPSMAP 185 .................................................... 24 Figura 12 – Esquema de instalação do sonar de varredura lateral ..................... 25 Figura 13 – Exemplo de perfil batimétrico elaborado com software Microsoft Excel 2003 .................................................................................................. 28 Figura 14 – Seqüência de procedimentos para eliminação de dados espúrios na construção dos perfis batimétricos (linha de tendência) .................. 29 Figura 15 – Exemplo do recurso “line information” disponibilizado pelo Sea Scan PC Review .............................................................................................. 30 Figura 16 – Trecho navegado para a geração dos dados sonográficos .............. 31 Figura 17 – Mapa de localização da Área 1 ......................................................... 32 Figura 18 – Mapa de localização da Área 2 ......................................................... 33 Figura 19 – Mapa de batimétrico evidenciando a morfologia de fundo da área de estudo ............................................................................................... 35 Figura 20 – Mapa 3D da morfologia de fundo utilizando uma escala cromática com tons claros ......................................................................................... 36 Figura 21 – Mapa 3D da morfologia de fundo utilizando uma escala cromática com tons escuros ...................................................................................... 37 Figura 22 – Mapa de isóbatas da Área 1 .............................................................. 38 Figura 23 – Mapa de isóbatas da Área 2 .............................................................. 39 Figura 24 – Detalhe do perfil P04 demonstrando a presença de relevo positivo . 41 Figura 25 – Detalhe do perfil P17 demonstrando a presença do Cabeço Sitiba . 42 Figura 26 – Detalhe do perfil P20 demonstrando a presença de relevo positivo . 43.

(11) xi. Figura 27 – Detalhe do perfil P29 demonstrando a presença de relevo positivo . 44 Figura 28 – Detalhe do perfil P30 demonstrando a presença de relevo positivo . 45 Figura 29 – Detalhe do perfil P32 demonstrando a presença de duas feições indicativas de relevos positivos ........................................................ 46 Figura 30 – Detalhe do perfil P35 demonstrando a presença de relevo positivo . 47 Figura 31 – Detalhe do perfil P37 demonstrando a presença feições indicativas de relevos positivos ................................................................................ 48 Figura 32 – Localização de dois canais submersos presentes na Área 1 ............ 49 Figura 33 – Detalhe do Perfil Paralelo (amarração) A7 demonstrando a presença de relevo negativo .................................................................................. 50 Figura 34 – Detalhe do Perfil Paralelo (amarração) A8 demonstrando a presença de relevo negativo .................................................................................. 51 Figura 35 – Detalhe do Perfil perpendicular P16 mostrando o aprofundamento do canal ................................................................................................. 52 Figura 36 – Imagem sonográfica com registros de ruídos e ondulações ............ 54 Figura 37 – Detalhe da imagem sonográfica 020 demonstrando substrato inconsolidado .................................................................................... 55 Figura 38 – Detalhe da imagem sonográfica 040 demonstrando substrato inconsolidado .................................................................................... 56 Figura 39 – Detalhe da imagem sonográfica 045 demonstrando substrato inconsolidado .................................................................................... 57 Figura 40 – Detalhe da imagem sonográfica 050 demonstrando substrato inconsolidado .................................................................................... 58 Figura 41 - Detalhe da imagem sonográfica 013 mostrando duas estruturas consolidadas ...................................................................................... 59 Figura 42 - Detalhe da imagem sonográfica 018 mostrando uma estrutura consolidada ........................................................................................ 60 Figura 43 - Detalhe da imagem sonográfica 019 apresentando quatro feições definidas como substratos consolidado ............................................. 61 Figura 44 - Detalhe da imagem sonográfica 024 mostrando o aprofundamento do substrato em “degraus” ..................................................................... 62 Figura 45 - Detalhe da imagem sonográfica 016, mostrando uma possível feição antropogênica ............................................................................................ 63 Figura 46 - Detalhe da imagem sonográfica 046 apresentando o cabeço Sitiba . 64.

(12) xii. Figura 47 – Mosaico construído a partir de 5 imagens sonográficas ................... 65 Figura 48 – Mosaico construído por 26 imagens sonográficas ............................ 67 Lista de Tabelas Tabela 01 - Dados obtidos até o presente para a plataforma continental do Estado de Pernambuco ...................................................................................10.

(13) xiii. Lista de Siglas ABEQUA. Associação Brasileira de Estudos do Quaternário. CIPS. Complexo Industrial e Portuário de Suape. CIRM. Comissão Interministerial para os Recursos do Mar. CNPq. Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. CNUDM. Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos do Mar. CPRH. Agência Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (CPRH). CPRM. Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais. CTPETRO. Fundo Setorial do Petróleo e do Gás Natural. DGPS. Differential GPS (GPS Diferencial). DHN. Diretoria de Hidrografia e Navegação. DNPM. Departamento Nacional de Produção Mineral. FACEPE. Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco. FINEP. Financiadora de Estudos e Projetos. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. INQUA. International Union for Quaternary Research. MCT. Ministério da Ciência e Tecnologia. MDT. Modelo Digital de Terreno. PDVSA. Petróleos de Venezuela S.A. PGGM. Programa de Geologia e Geofísica Marinha. PSRM. Plano Setorial para os Recursos do Mar. REMAC. Reconhecimento da Margem Continental. REMPLAC. Programa de Recursos Minerais da Plataforma Continental. REVIZEE. Avaliação do Potencial Sustentável de Recursos Vivos na Zona Econômica Exclusiva. RIO-92. Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento. SUDENE. Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste. UFPE. Universidade Federal de Pernambuco. UTM. Universal Transverse Mercator. ZEE. Zona Econômica Exclusiva.

(14) 14. SUMÁRIO Dedicatória Agradecimentos Resumo Abstract Lista de Figuras Lista de Tabelas Lista de Siglas 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................. 01 1.1 Apresentação ................................................................................................ 01 1.2 Objetivos ....................................................................................................... 03 1.2.1 Geral ........................................................................................................... 03 1.2.2 Específicos ................................................................................................ 03 1.3 As plataformas continentais ....................................................................... 03 1.3.1 A plataforma continental brasileira ......................................................... 04 1.3.2 Plataforma continental pernambucana ................................................... 07 1.4 O quaternário e as variações do nível médio do mar em Pernambuco .. 08 1.5 Métodos de investigação acústica ............................................................. 11 1.6 O projeto Petrorisco ..................................................................................... 14 1.7 Caracterização e localização geográfica .................................................... 15 2. MATERIAIS E MÉDOTOS ............................................................................... 20 2.1 Etapa 1: pré-campo ...................................................................................... 20 2.1.1 Imagens de satélite ................................................................................... 20 2.1.2 Malha amostral da área ............................................................................. 21 2.2 Etapa 2: pesquisa de campo ....................................................................... 23 2.3 Etapa 3: pós-campo ..................................................................................... 25 2.3.1 Modelagem batimétrica ............................................................................ 26 2.3.2 Processamento dos dados batimétricos ................................................ 27 2.3.3 Processamento dos dados sonográficos ............................................... 29 2.3.4 Elaboração do mosaico sonográfico ...................................................... 31 2.3.5 Divisão da área de estudo ........................................................................ 32.

(15) 15. 2.3.6 Área 1 ......................................................................................................... 32 2.3.7 Área 2 ......................................................................................................... 33 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................... 34 3.1 Características morfológicas da área ........................................................ 34 3.2 Divisão da área ............................................................................................ 37 3.2.1 Área 1 ......................................................................................................... 37 3.2.2 Área 2 ......................................................................................................... 38 3.3 Batimetria ..................................................................................................... 39 3.3.1 Relevos positivos ..................................................................................... 40 3.3.2 Relevos negativos .................................................................................... 49 3.3.3 Discussão .................................................................................................. 52 3.4 Sonografia .................................................................................................... 53 3.4.1 Substratos consolidados e inconsolidados .......................................... 54 3.4.2 Substratos inconsolidados ...................................................................... 54 3.4.3 Substratos consolidados ........................................................................ 58 3.4.4 Mosaico sonográfico ................................................................................ 65 3.4.5 Discussão .................................................................................................. 67 4. CONCLUSÕES ................................................................................................ 69 BIBLIOGRAFIA ................................................................................................... 71 ANEXOS.

(16) 1. 1. INTRODUÇÃO 1.1 Apresentação A Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos do Mar (CNUDM) foi assinada e ratificada por 148 países, inclusive o Brasil, em 1982 na cidade de Montego Bay, na Jamaica. Em vigor desde 1994 (1995 no Brasil), estabelece que no Mar Territorial, todos os bens econômicos existentes no seio da massa líquida, sobre o leito do mar e no subsolo marinho, constituem propriedade exclusiva do país em questão. Ainda estabelece que ao longo de uma faixa de 200 milhas náuticas de largura, chamada Zona Econômica Exclusiva (ZEE), esses bens podem ser explorados com a mesma exclusividade, citando que quando a Plataforma Continental ultrapassa essa distância, é possível estender a propriedade econômica do Estado até 350 milhas náuticas. No Brasil são mais de 8 mil quilômetros de extensão litorânea. Com tamanha extensão, o território marinho brasileiro mostra-se como tendo grande potencial, sendo uma fonte de riquezas de ordem ecológica e econômica. Contudo, ainda não foi possível obter a totalidade das informações a respeito desse ambiente, existindo verdadeiras lacunas. Para mudar este quadro, iniciativas para obtenção de dados e informações do ambiente marinho do Brasil aumentando; as universidades têm dado importância ao desenvolvimento. de. pesquisas. nessa. área,. fomentando. a. integração. de. conhecimentos. O estudo da geologia marinha nas universidades brasileiras teve início em 1958 com a instalação do Instituto de Biologia Marinha e Oceanográfica da Universidade de Recife que contou com a colaboração da Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN) e da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE) (Lima, 2006). A indústria do petróleo e a Marinha brasileira também têm contribuído de forma bastante significativa com levantamentos de dados da plataforma continental. Também é importante destacar que o acesso à tecnologia contribui e facilita tarefas. que. envolvem. pesquisas. no. ambiente. aquático.. A. utilização. de. equipamentos especializados e precisos pode ser a chave para o conhecimento pleno e confiável..

(17) 2. Observando estas lacunas do conhecimento da área marinha no Brasil, este trabalho ambienta-se no litoral sul, na plataforma continental interna do Estado de Pernambuco; área adjacente ao Porto de Suape, instalado entre os municípios de Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca. O Complexo Industrial e Portuário de Suape é um importante pólo de desenvolvimento econômico do Estado e tem recebido grandes investimentos na sua ampliação. Nesta mesma área está em construção a “Refinaria do Nordeste - Abreu e Lima”, que quando em funcionamento, tornará consideravelmente maior o tráfego de cargas petrolíferas, aumentando o risco de derrame de óleo na superfície marinha. Esta pesquisa tem como principal meta contribuir com a aquisição e interpretação de informações referentes ao cenário geomorfológico da área, bem como colaborar com informações para elaboração de planos de manejo para ocasionais derrames de óleos e outras substâncias insalubres ao seres marinhos. Para tal abordagem, foram utilizadas técnicas e equipamentos que envolveram localização de precisão, levantamentos geofísicos na obtenção de profundidades e imagens acústicas e softwares de geoprocessamento e modelagem digital de terreno. Convém ressaltar que os dados contidos neste trabalho servirão como base para outras pesquisas, seja de caráter geológico/geomorfológico, seja biológico: estudos voltados para comunidades bentônicas, habitat de peixes; físico: dispersão de sedimentos, direção de correntes, turbulência; ou químico: transparência da água, salinidade. É também importante ressaltar que o presente trabalho está inserido na concepção do projeto “PETRORISCO – REDE 05 (PETROMAR) – Monitoramento Ambiental. de. Risco. a. Derrames. de. Petróleo. e. seus. Derivados”. (FINEP/CNPq/CTPETRO). Este trabalho foi realizado na Universidade Federal de Pernambuco, Departamento de Oceanografia, Laboratório de Oceanografia Geológica - LABOGEO e contou ainda, com o apoio do Instituto Recifes Costeiros (Projeto Recifes Costeiros) e da FACEPE (Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco)..

(18) 3. 1.2 Objetivos. 1.2.1 Geral • O objetivo geral desta pesquisa é o mapeamento batimétrico com detalhamento sonográfico e a caracterização geomorfológica e geofísica da plataforma continental interna adjacente ao Complexo Industrial e Portuário de Suape, litoral sul do estado de Pernambuco. 1.2.2 Específicos • Realizar levantamento batimétrico da plataforma continental interna da área estudada até a isóbata de 20 m, determinando a morfologia do fundo através da elaboração de Modelos Digitais de Terreno (MDTs); • Elaborar um mapa batimétrico da área estudada com detalhamento sonográfico; • Confeccionar amostras de mosaicos sonográficos com o auxílio do software Sonar Wiz.Map 4. • Integrar as informações resultantes desta pesquisa ao banco de dados ambientais da Rede PETROMAR, com a finalidade de colaborar para estudos de sensibilidade ambiental ao derramamento de óleo e seus derivados, exploração de óleo e gás; 1.3 As plataformas continentais Do ponto de vista jurídico, a plataforma continental de um Estado costeiro compreende o leito e o subsolo das áreas submarinas que se estendem além do seu mar territorial, em toda a extensão do prolongamento natural do seu território terrestre, até ao bordo exterior da margem continental, ou até uma distância de 200 milhas marítimas das linhas de base a partir das quais se mede a largura do mar territorial, nos casos em que o bordo exterior da margem continental não atinja essa distância (CNUDM, 1976). No entanto, do ponto de vista fisiológico e geomorfológico as Plataformas Continentais estão situadas nas Margens Continentais, feições estas que representam o encontro entre a porção emersa e submersa dos continentes. As.

(19) 4. margens continentais representam cerca de 20% da área total ocupada pelos Oceanos (Kenetti, 1982) e de acordo com sua evolução tectônica podem ser do “tipo Pacífico” ou “ativas” (estreitas e tectonicamente instáveis) e do “tipo Atlântico” ou “passivas" (largas e tectonicamente estáveis). Geralmente apresentam gradientes de declividades suaves, desde a linha de praia até a região de aumento substancial do gradiente topográfico, com valores de 1:1000. É interrompida pela quebra da plataforma continental, que em média, está a 130m de profundidade, onde há um brusco aumento do gradiente de declividade para níveis maiores que 1:40. O baixo valor médio de profundidade (de 100m a 150m) induz que esta zona representa o nível mais baixo durante o ultimo evento glacial durante o Quaternário, há cerca de 18.000 anos (Baptista Neto et. al., 2004). Sua topografia atual é resultado do efeito cumulativo de erosão e sedimentação relativos a numerosas oscilações do nível médio dos oceanos (Kennett, 1982). Possuem uma largura média de 78Km, no entanto, esta medida é bastante variável, dependente de fatores diversos para tal, como estar localizada em margens continentais passivas ou ativas, a contribuição sedimentar terrígena de cursos fluviais; com isso, a largura pode oscilar de poucos quilômetros como é o caso da plataforma continental do Nordeste brasileiro, a largas extensões de muitos quilômetros. 1.3.1 A plataforma continental brasileira O Brasil iniciou-se nos estudos de geologia marinha somente em 1969, com o Projeto GEOMAR I que teve como objetivo o estudo do fundo submarino ao longo do rio Amazonas. Contou com o uso do navio-oceanográfico Almirante Saldanha, da marinha brasileira. Nele também participaram a Petrobrás, o DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral) e várias universidades. Criado em 1969, o Programa de Geologia e Geofísica Marinha – PGGM reuniu várias universidades e instituições governamentais interessadas nas pesquisas geológicas da margem continental brasileira. A primeira operação chamada de GEOMAR foi realizada ainda em 1969 e atualmente já foram executadas 25 operações GEOMAR e coletadas cerca de 3.100 amostras (Lima, 2006). Ainda em 1969, sentindo a necessidade de se estabelecer uma coordenação para as pesquisas oceanográficas, a DHN (Diretoria de Hidrografia e Navegação da.

(20) 5. Marinha brasileira) propôs a criação de um Programa Plurianual de Pesquisas do Mar. Agregando pesquisadores de diversas universidades, mantém até hoje projetos em cooperação bilateral com a Alemanha e a França. Um dos primeiros projetos gerados por esse Programa foi o REMAC (Reconhecimento da Margem Continental), iniciado em 1972, envolvendo a PETROBRAS, DNPM, CPRM, DHN, CNPq, além de universidades brasileiras e americanas (Woods Hole Oceanographic Institution e o Lamont Doherty Geological Observatory da Universidade de Columbia). O Projeto REMAC promoveu o mapeamento geológico de toda a margem continental brasileira, coletando informações sobre a estrutura geológica rasa e profunda; a distribuição de sedimentos e rochas da superfície; a topografia submarina: e a localização de áreas com potencial para exploração petrolífera. Concluído em 1978, esse projeto ainda é a mais extensiva e integrada pesquisa geológica marinha já realizada no Brasil. Em 1988, com o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro, criado em decorrência da Política Nacional de Recursos do Mar, diretrizes estabelecidas em 1980, como primeiro grande fruto da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM, criada em 1974) e da Política Nacional de Meio Ambiente, de 1981. Tem como principal desafio estabelecer um modelo de desenvolvimento sustentável para o aproveitamento do litoral brasileiro, coerente com o que foi posteriormente definido na Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (Rio-92) e aceitável pelos princípios da Convenção das Nações Unidas para o Direito do Mar (Convenção da Jamaica), em vigor desde 1994. Com o objetivo de implementar as deliberações estabelecidas pela CNUDM, a Comissão Interministerial para os Recursos do Mar - CIRM, elaborou, em 1990, o Programa REVIZEE - Avaliação do Potencial Sustentável de Recursos Vivos na Zona Econômica Exclusiva, inserido no III Plano Setorial para os Recursos do Mar (III PSRM) e reiterado no IV PSRM. Dentro dos objetivos definidos pelo IV PSRM, o programa REVIZEE foi considerado como uma das principais metas a serem alcançadas, refletindo a preocupação do Governo Brasileiro em relação às responsabilidades assumidas pelo País quando da ratificação de sua adesão à CNUDM. Iniciado em 2003, o REMPLAC (Programa de Recursos Minerais da Plataforma Continental), visa a uma caracterização mais detalhada dos aspectos geológicos e bens minerais existentes na margem brasileira (Lima, 2006).

(21) 6. Observa-se que os estudos a respeito da plataforma continental do Brasil vêm recebendo novos dados constantemente, ainda assim o conhecimento da morfologia de fundo da plataforma continental brasileiro, em termos de escala e recobrimento ainda é esparso e desigual, existindo muitas lacunas. Fato que pode ser apontando como conseqüência da imensidão do território marinho brasileiro. São mais de 7 mil quilômetros de costa, estando a plataforma continental inserida na chamada “Amazônia Azul”, que atualmente possui com cerca de 4,5 milhões de quilômetros (Figura 01).. Figura 01 – Ilustração/mapa com localização da Amazônia Azul Fonte: www.sportnautica.com.br. Segundo Baptista Neto et. al. (2004), “na margem continental brasileira podese dizer que apenas na Bacia de Campos (RJ) tem-se um conhecimento regional detalhado, em escala de bacia, das feições morfológicas de fundo. Em todo o restante da nossa margem os levantamentos são esparsos, ou concentrados em pequenas áreas que, em sua maioria, correspondem a blocos exploratórios licitados pela Agência Nacional do Petróleo, onde diversas companhias operadoras vêm exercendo atividades de exploração e produção de hidrocarbonetos”. Os dados obtidos até o presente momento constatam que a plataforma continental brasileira está localizada em uma margem continental passiva do “tipo Atlântico”, caracterizada por ser tectonicamente estável e de topografia suave..

(22) 7. Ainda é possível dividir a plataforma continental brasileira por setores, considerando os as aspectos morfológicos e morfodinâmicos, tendo como resultado: o setor Equatorial, caracterizado por possuir uma plataforma com largura de até 350Km (em frente ao Golfão Amazônico), tendo sua quebra situada entre as profundidades de 75 a 115m; No setor leste (que engloba a região Nordeste), a plataforma tem largura de até 50Km e a quebra entre 40 e 80 metros de profundidade. Nesta plataforma ocorre a eminente sedimentação carbonática, com presença de clásticos terrígenos apenas na plataforma interna, principalmente na desembocadura dos principais cursos fluviais. Já o setor Sul/Sudeste, possui uma plataforma com largura de até largura de até 250Km e a quebra da plataforma entre 100 a 160 metros de profundidade (Baptista Neto et. al., 2004). 1.3.2 Plataforma continental pernambucana Assim como a plataforma continental do nordeste do Brasil, a plataforma pernambucana é do tipo passiva ou atlântica, o que a caracteriza como bem desenvolvida e tectonicamente estável. A plataforma continental de Pernambuco tem uma largura média de 32Km e possui um relevo suave, tendo sua quebra na faixa dos 60 metros de profundidade (Araújo & Medeiros, 2004). É constituída predominantemente, por areia e cascalho carbonático biogênico, composto principalmente de Halimeda entre outras algas coralíneas (França, 1976 apud Camargo, 2005). Quanto à morfologia, há presença de relevos negativos e positivos, representados. respectivamente. por. paleocanais. e. substratos. consolidados. identificados com rochas de praia submersas (Camargo, 2005), que podem ter servido de base para a constituição de antigos ambientes coralinos entre outros organismos bentônicos. Sendo considerados os aspectos relativos à morfologia e da distribuição dos sedimentos na plataforma continental do nordeste brasileiro, Coutinho (1976) sugeriu dividi-la em três segmentos perfeitamente identificáveis, denominando-os de plataforma interna (até a isóbata de 20m), média (de 20 a 40m) e externa (de 40 a 60m). Segundo Manso et. al. (2003) outra característica marcante da plataforma continental pernambucana é a pequena quantidade de corais, comparada ao grande desenvolvimento de algas..

(23) 8. Segundo Coutinho (1976), a predominância de sedimentos carbonáticos orgânicos na plataforma continental pernambucana está atrelada a fatores como pequena largura e profundidade da plataforma. 1.4 O quaternário e as variações do nível médio do mar em Pernambuco Na segunda metade do século XVII, durante a revolução da ciência, N. Steno, pesquisador dinamarquês, propôs a lei da superposição de camadas, onde considerou que ao longo dos anos as camadas de sedimentos seriam depositadas horizontalmente, podendo, portanto, ter sentido cronológico. Somando a isso, em 1816, W. Smith elaborou a lei da correlação de camadas baseadas em fósseis, propondo que com o conhecimento dos tipos de rochas e dos fósseis encontrados ao longo das massas continentais seria possível precisar a sucessão de camadas sedimentares verticais. A associação das leis de superposição de camadas e da lei da correlação de camadas baseadas em fósseis são as bases da atual bioestatigrafia (Suguiu, 1999). Utilizam-se os termos Primário, Secundário e Terciário para designar rochas mais antigas, rochas antigas e rochas formadas por sedimentos cascalhosos, arenosos e argilosos, ricos em fósseis, respectivamente. O termo Quaternário foi oficializado somente em 1833, por H. Reboul, referindo-se aos depósitos contendo restos de vegetais e animais em sua maioria viventes atualmente (Suguiu, 1999). Quando em planícies norte européias foram encontrados blocos erráticos, cuja procedência era desconhecida, deu-se início aos estudos relativos aos períodos de glaciação. Iniciaram-se as discussões para desmembrar a “idade do gelo” do período Terciário. Proposto e sustentado por E. Forbes, em 1846, o termo Pleistoceno passaria a fazer parte do Quaternário e representaria um longo período de sucessivos avanços e recuos do alcance das áreas polares sobre zonas de latitudes menores (Suguio, 1999). O período Quaternário constitui apenas uma pequena parcela da história geológica do Planeta Terra. Para Suguio (1999), os estudos do Quaternário estão diretamente relacionados às características físicas e ao posicionamento geográfico dos países onde são realizadas as pesquisas. Em regiões do norte da Europa são os são eventos glaciais aqueles mais profundamente estudados, enquanto no Brasil, as flutuações de níveis do mar recebem maior destaque..

(24) 9. Atualmente, órgãos como a ABEQUA (Associação Brasileira de Estudos do Quaternário), PETROBRAS, assim como diversas universidades, dentre elas a UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), vêm desenvolvendo pesquisas relacionadas ao período Quaternário. Desde a década de 70 o Brasil é associado ao INQUA (International Union for Quaternary Research), fato que tem contribuindo para a fomentação de trabalhos e o aumento do interesse de outros órgãos como as secretarias de meio ambiente, devido a possibilidade de aplicações práticas na solução de problemas. Com o reconhecimento de rochas praiais ao longo da costa do estado de Pernambuco, Charles Darwin (1809-1883) evidenciou a existência de mudanças pretéritas de paleoníveis do mar. (Branner, 1904 apud Suguio, 1999). O pioneirismo de Darwin foi o sustentáculo para o início de uma compreensão sobre as mudanças dos níveis reais dos oceanos (eustasia) e das mudanças dos níveis das terras emersas adjacentes (isostasia), que somadas, tornam possível a elaboração de mapas das flutuações dos níveis relativos do mar. Correlacionando os fatores de eustasia e isostasia, é possível perceber as mudanças dos paleoníveis do mar, que podem ter efeitos em escala global ou local, e devem ser estudadas caso a caso. (Christofoletti, 1974). “Para se reconstruir as antigas posições dos níveis relativos do mar é necessário definir um indicador no espaço e no tempo. Para se definir um indicador no espaço é preciso conhecer a altitude de formação ou deposição em relação ao nível do mar da época. Para se situar o indicador no tempo é preciso determinar a idade de sua formação ou deposição, de preferência através de métodos geocronológicos usando-se algum radioisótopo. O indicador, assim definido, fornece a posição relativa de nível do oceano em um determinado local naquele instante”. (Suguio, 1999). Fica evidente a importância de se determinar um indicador espaço-temporal. Um beachrock, ou seja, uma rocha de praia consolidada por processos geoquímicos, formada ao longo das praias por depósitos calcários que variam de areias quartzosas a sedimentos biogênicos e são frequentemente encontrados em regiões tropicais como o Brasil (Badyukov, 1986 apud Michelli et al. 2001), são usados como indicadores de flutuações relativas do nível do mar. A utilização de rochas de praia nos estudos da determinação da atual morfologia da costa torna.

(25) 10. possível a identificação de paleoníveis do mar abaixo dos atuais. (Semeniuk & Searle, 1987 apud Michelli et al. 2001). A compreensão das flutuações do nível médio do mar e da linha de costa podem ser utilizados na remontagem de aspectos pretéritos dos continentes (Suguio, 1999). Quanto à plataforma continental do Estado de Pernambuco, os trabalhos que foram realizados até o presente momento constatam evidências de estabilizações dos paleoníveis do mar em cinco isóbatas diferentes (Tabela 01). Tabela 01. Dados obtidos até o presente para a plataforma continental do Estado de Pernambuco.. FEIÇÃO. PROFUNDIDADE. AUTOR. Substrato consolidado. 45m. Michelli et al., 2001. Substrato consolidado. 22m. Camargo, 2005. Substrato consolidado. 20m. Camargo, 2005. Substrato consolidado. 16m. Michelli et al., 2001 e Camargo, 2005. Substrato consolidado. 8m. Araújo & Medeiros, 2004. Através da realização de perfis batimétricos efetuados na porção sul da plataforma continental de Pernambuco, foram identificados três pontos de ocorrência de substratos consolidados correlacionados a relevos positivos em torno das isóbatas de 16m, 20m, 22m, levando em consideração que a distância foi de aproximadamente 2Km entre um e outro. (Michelli et al., 2001; Camargo, 2005). Segundo Michelli et al. (2001) e Camargo, (2005), com a utilização de um Sonar de Varredura Lateral, foram observadas as três feições encontradas nas isóbatas de 16, 20 e 22m, e comprovadas sua natureza consolidada. Ainda segundo Michelli et al. (2001), foi registrado uma outra feição, provavelmente uma rocha de praia, situada na isóbata de 45m. Araújo & Medeiros (2004) com o auxílio de um sonar de varredura lateral, um ecobatímetro e um sistema de posicionamento DGPS, identificaram uma feição, provavelmente um recife de arenito, na isóbata de 8m, na área da plataforma continental interna adjacente à cidade do Recife..

(26) 11. O monitoramento do nível médio dos oceanos no Brasil é realizado por meio da “Rede Brasileira Permanente de Monitoramento do Nível do Mar”, que faz parte do. Programa. Global. Sea. Level. Observing. System. (Gloss-Brasil). (http://www.goosbrasil.org/gloss), coordenado pela Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN), da Marinha brasileira. 1.5 Métodos de investigação acústica Conhecida por geofísica, a disciplina se propõe a investigações de forma indireta no estudo dos materiais que compõem as diferentes camadas da Terra através de medidas físicas tomadas da superfície. Acima de tudo é um estudo terrestre, no entanto, pode ser adaptado e usado também em ambientes aquáticos. (Tethys, disponível em: www.tethys.com.br). Lima (2003), afirma que quando a investigação atua superficialmente na coluna d’água, as imagens via satélite são suficientemente eficientes na obtenção de dados, no entanto, a aplicação de técnicas de sensoriamento remoto no mapeamento de substratos consolidados obteve resultados aceitáveis apenas em águas rasas. Quando o objetivo é o detalhamento da morfologia do assoalho oceânico, as imagens de satélites tornam-se insuficientes, sendo necessária à utilização de métodos geofísicos mais apropriados a tal estudo, como a batimetria e a sonografia. A batimetria consiste na medição da profundidade dos oceanos. Segundo Paiva (1996), entre 1519 e 1522, o navegador português Fernão de Magalhães foi o primeiro explorador que ao navegar pelo Oceano Pacífico, tentou medir sua profundidade, utilizando para tal feito uma linha com 600 metros de comprimento. Não conseguindo atingir o fundo, ele concluiu que aquela deveria ser a porção mais funda do referido oceano. Atualmente, os ecobatímetros convencionais (de um único feixe acústico) são os equipamentos utilizados para medir a profundidade dos oceanos. Este equipamento consiste em uma fonte emissora de sinais acústicos e um relógio interno que mede o intervalo entre o momento da emissão do sinal e o instante em que o eco retorna ao sensor (Baptista Neto et al., 2004). Souza (2006) explica que “a utilização de fontes acústicas, com a finalidade de medir a espessura da coluna d’água, começou a ser usada durante a Segunda Guerra Mundial”..

(27) 12. A equação para se determinar a profundidade é expressa onde: Profundidade é igual à velocidade do som na água multiplicado pelo tempo entre a emissão e recepção do sinal acústico, dividido por dois.. P=. VH 2O .∆t 2. Variações locais das características da água podem induzir erros de aferição; Jones (1999) cita que a velocidade média de um pulso sonoro viajando verticalmente através da coluna de água é de aproximadamente 1500m/s, mas pode variar em função da temperatura, salinidade e pressão locais. Há um aumento de 3m/s a cada acréscimo de 1°C da água; o aumento de 1% na salinidade provoca o incremento de 1,3m/s na velocidade e para cada 100m de profundidade, a velocidade da água aumenta 1,8m/s. Geralmente os ecobatímetros utilizam transdutores fixos ao casco da embarcação. Os transdutores emitem um feixe único com o ângulo de abertura na ordem de 4°. Os equipamentos de alta resolução trabalham com freqüências de 210kHz (Jones, 1999), mas Baptista Neto et. al (2004) diz que “estes sistemas de alta freqüência tem sua aplicação limitada a plataforma continental, já que possuem precisão até os 130 metros de profundidade”. Em áreas costeiras, onde as variações da maré são mais fortemente percebidas deve-se procurar fazer a correção da maré para o nível médio dos mares, já em áreas oceânicas, onde a variação é quase imperceptível, estes erros são simplesmente desconsiderados. (Jones, 1999; Baptista Neto et al. 2004). A sonografia consiste na utilização de sistemas chamados de Side Scan Sonar, ou sonares de varredura lateral, onde sonar significa Sound Navigation and Ranging. Os sonares de varredura lateral consistem de um towfish (conhecido popularmente por “peixe”) onde se encontram pelo menos 2 transdutores que emitem feixes acústicos contínuos num ângulo de abertura variável (escolhido pelo usuário e limitado pelo equipamento). Na medida que os pulsos sonoros são emitidos, estes refletem nas estruturas do fundo oceânico retornando diferentes formatos de ecos, que são captados pelos transdutores. (Sea Scan PC Operator's Manual, 2006)..

(28) 13. Os pulsos sonoros captados pelo Side Scan Sonar são recebidos em forma de dados, o equipamento por meio de cálculos matemáticos passa a demonstrar os resultados visualmente impressos em papel ou na tela de um computador instalado na embarcação. Segundo Baptista Neto et al. (2004), o ângulo de abertura dos feixes acústicos é da ordem de 30°, podendo ser alterados em alguns equipamentos. No entanto, quanto maior for a faixa de varredura, menor será a quantidade de informações recebidas, e em conseqüência, menores serão os detalhes percebidos. No que toca a morfologia do fundo e a textura dos sedimentos, pode-se dizer que estes responderão de modo diferente ao sinal acústico, refletindo informações que poderão ser distinguidas de modo preciso. Como o fundo do mar é irregular, parte da energia sonora emitida não atinge todas as superfícies, gerando áreas chamadas de “sombras”. Já em relação à textura sedimentos, de uma maneira geral, quanto mais grosseiro for o sedimento, maior será a quantidade da energia refletida; da mesma forma que um sedimento mais fino, tente a absorver boa parte da energia. Visualmente falando, as imagens resultantes de uma areia grossa ou um substrato consolidado tornam-se mais intensas que imagens de áreas com lama, silte ou argila (Figura 02).. Figura 02 - Relação entre a textura e a quantidade de energia refletida (Baptista Neto et al, 2004). Para Souza (2006) “os métodos geofísicos que investigam exclusivamente as propriedades da superfície de fundo representam papel relevante também na arqueologia subaquática, em especial, quando se trata da localização de embarcações naufragadas em tempos pretéritos ou de outros objetos de valor histórico, ou mesmo nas operações de busca e salvamento”..

(29) 14. 1.6 O projeto Petrorisco Nas regiões Norte e Nordeste do Brasil estão algumas das principais bacias marginais emersas e submersas de exploração de petróleo e gás natural do país. Bacias Cassiporé-Foz do Amazonas, Marajó, Para-Maranhão/Barreirinhas, Ceará, Potiguar,. Pernambuco-Paraíba,. Sergipe-Alagoas,. Recôncavo,. Almada/Camumu/Jacuípe (Projeto Petrorisco). A necessidade de se monitorar estas áreas onde existem prospecção, exploração e transporte de petróleo com a finalidade de prevenir e minimizar acidentes com óleo e gás, fica evidente na Portaria do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) n.552 de 08/12/1999, que define as diretrizes gerais do Plano Nacional da Ciência e Tecnologia do Setor de Petróleo e Gás Natural – CTPETRO (Projeto Petrorisco). O projeto de titulo “Monitoramento ambiental de áreas de risco à derrames de petróleo e seus derivados” (REDE05/01 PETROMAR) tem como principal objetivo desenvolver um sistema integrado de tecnologias para detecção de derrames de óleo em regiões offshore e onshore, próximas às zonas costeiras, desde o Amapá até a Bahia (projeto Petrorisco) (Figura 03).. Figura 03 - Mapa de Atuação do Projeto Petrorisco – fonte: Projeto Petrorisco.

(30) 15. O principal intuito do projeto é o monitoramento ambiental voltado às atividades da indústria do petróleo. Visa detectar, monitorar, constituir banco de dados georreferenciados e modelar o meio ambiente costeiro e marinho susceptíveis a derrames de óleo via sensoriamento remoto, dados meteo-oceanográficos, geoquímica ambiental, biológico-ecotoxicológicos e sísmicos de alta resolução (Projeto Petrorisco). Com os resultados poderão ser gerados mapas de sensibilidade ambiental de zonas costeiras e modelos previsionais de dispersão e óleo no mar, visando a implantação e operação da infra-estrutura de dados para os planos de contingência regionais (Projeto Petrorisco). Além do objetivo central já comentado, o projeto Petrorisco prevê a transferência de tecnologia aos órgãos de proteção e gestão ambiental nas diversas esferas do poder público e das indústrias de petróleo (exploração, transporte e estocagem), bem como o cadastro das atividades econômicas e ocupação humana na orla (Projeto Petrorisco). A sua metodologia está dividida em sete etapas, que são: Compilação e processamento de dados; Aquisição de dados em campo; Processamento e análise dos. dados;. Base. de. dados. georreferenciados;. Modelagem. Numérica;. Disponibilização das informações; Testes de Toxidade. (PETRORISCO REDE 05/01 CTPETRO/FINEP). 1.7 Caracterização e localização geográfica O Complexo Industrial e Portuário de Suape (CIPS) está localizado no litoral sul do Estado de Pernambuco, inserido entre os territórios municipais de Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca, situados a 41Km e 57Km de distância para a capital Recife. Concebido como forma de desenvolvimento regional e tendo condições ambientais favorável a sua instalação - como águas profundas próximos a costa (17m de profundidade a cerca de 1,2Km do cordão de recifes)-, durante as décadas de 70 e 80 do século XX teve início o planejamento e construção do CIPS. Em 1984 foi construído um molhe, em pedras, para proteção de entrada do porto. interno,. aberta. www.suape.pe.gov.br).. no. cordão. de. arrecifes.. (CIPS,. disponível. em:.

(31) 16. Entre 1999 e 2001, foram realizadas as primeira e segunda etapas do Porto Interno, com a dragagem de mais 1 milhão e 300 mil m³ de sedimentos, estendendo o canal de navegação em mais 450m. Em 2005 o Governo de Pernambuco, o Governo Federal e o Governo da Venezuela lançaram a pedra fundamental da Refinaria General José Ignácio Abreu e Lima. Empreendimento, resultantes de uma parceria entre a Petrobras e a Petróleos da Venezuela S.A. (PDVSA), terá capacidade de processar 200 mil barris de petróleo por dia e exigirá um investimento de US$ 2,5 bilhões. Em 2007, no mês de fevereiro, iniciou-se a terraplanagem para a construção de um estaleiro, com a estimativa de que em até 3 anos a primeira embarcação esteja construída. Atualmente o Complexo Industrial (Figura 04) conta com mais de 70 empresas instaladas; o porto opera o ano inteiro sem restrições de horário de marés, movimentando mais de 5 milhões de toneladas de carga anualmente. A infraestrutura é composta de um porto externo, porto interno, terminais de granéis líquidos, cais de múltiplos usos, além de um terminal de contêineres, que ocupam uma área de 13,5 mil hectares (entre instalações e reserva de mata Atlântica). Possui um canal de acesso com 5.000m de extensão, 300m de largura e 16,5m de profundidade. O porto externo é formado por um molhe de proteção em formato de “L” (Figura 05), com 2950m de extensão.. Figura 04 – Complexo Industrial de Suape – fonte: www.suape.pe.gov.br.

(32) 17. Figura 05 - Visão do Porto Externo do CIPS – fonte: www.suape.pe.gov.br. A área delimitada para a realização deste estudo está localizada na plataforma interna, adjacente ao CIPS (Figura 06).. Figura 06 – Figura de localização da área de estudo.

(33) 18. O Litoral Sul de Pernambuco possui um clima úmido e com chuvas de inverno. As chuvas são relativamente bem distribuídas ao longo do ano, sendo os meses de maio, junho e julho mais chuvosos e de outubro a dezembro mais secos, com totais de 1800mm a 2500mm anuais. A temperatura anual média, fortemente influenciada pelos ventos dominantes (alísios de Sudeste e Nordeste) é de 24°C, sendo as mínimas de 18°C e 32°C as máximas registradas. A umidade relativa do ar apresenta uma média anual de 80% com taxa de evaporação inferior à de precipitação, o que resulta num balanço hídrico positivo. Segundo Manso et al., (2003), grande parte deste litoral apresenta-se coberto por mangues, alagadiços, plantas rasteiras típicas de praias e restingas, os quais cobrem os terraços marinhos (Pleistocênicos e Holocênicos ). Quanto à hidrografia, os territórios dos municípios de Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca são banhados por rios litorâneos e rio translitorâneos, sendo que os primeiros nascem e deságuam na zona litorânea, quando os segundos nascem no Agreste pernambucano. Dentre os cursos fluviais, aqueles que interagem de maneira direta com a área delimitada para a pesquisa são os rios: Ipojuca, Massangana e Tatuoca. Segundos estudos realizados pela Agência Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (CPRH), o rio Massangana, que serve de limite entre os municípios de Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca, é formado pela confluência dos rios Tabatinga e Utinga de Baixo (ambos com nascentes no município de Ipojuca). Seus mananciais fazem parte do sistema de abastecimento do Complexo Portuário. Deságua no sul do Promontório de Santo Agostinho onde encontra o Rio Tatuoca. O Rio Tatuoca nasce a apenas 6 Km de sua foz, e se constitui em quase toda sua extensão, de uma complexa rede de canais e estuários afogados. O Rio Ipojuca tem sua nascente no município da Arcoverde, na Serra das Porteiras, a uma altitude de 876 metros, no Agreste Pernambucano. Ao longo do seu curso (oeste-leste) banha várias cidades como Caruaru, Bezerros e Gravatá e tem sua foz imediatamente ao sul do Porto de Suape. Quanto às características da Plataforma Continental interna adjacente ao Complexo Industrial e Portuário de Suape, de acordo com diversos autores, entre eles Manso (1997), Manso et al. (2003), Camargo (2005), Araújo & Medeiros (2004), Michelli et al. (2001), que realizaram estudo em áreas de entorno, obtiveram quase.

(34) 19. que por unanimidade as conclusões. A plataforma em quase toda sua extensão são encontradas areia e cascalho carbonático biogênico, resultante da vasta produção carbonática onde são encontradas algas que em sua constituição possuem até 95% de carbonato de cálcio e até 10% de carbonato de magnésio, pertencentes à família Coralinacea, com espécies do gênero Lithothamnium. Também são encontradas algas do Gênero Udotea e Halimeda, ambas importantes na constituição dos sedimentos de origem biogênica..

(35) 20. 2. MATERIAIS E MÉDOTOS Para atingir os objetivos propostos por este trabalho, principalmente o de mapear e detalhar a morfologia do recorte espacial compreendido pela plataforma interna adjacente ao Complexo Industrial e Portuário de Suape, foram estruturadas três etapas em sua metodologia, sendo: Etapa pré-campo, trabalho de campo e etapa pós-campo. 2.1 Etapa 1: pré-campo Esta etapa constituiu-se inicialmente do levantamento bibliográfico. Foi possível reunir uma série de informações através de trabalhos já concluídos e publicados, que apresentassem dados pertinentes ao desenvolvimento da pesquisa, como informações das características geográficas, geológicas e oceanográficas a respeito da área delimitada para esta pesquisa e de áreas de entorno. Também foram. observadas. publicações que. utilizaram. metodologias. semelhantes às aqui apresentadas, mesmo que realizadas fora do contexto da plataforma continental do Nordeste, principalmente por possuírem informações importantes no que toca a variação do nível dos oceanos e/ou de metodologias de obtenção e tratamento de dados. 2.1.1 Imagens de satélite As imagens de satélite utilizadas neste trabalho (Figura 07) foram conseguidas. gratuitamente. através. do. MapMart. 2007. (disponível. em:. www.mapmart.com), cedidas como cortesia por Harris Corporation (disponível em: http://www.govcomm.harris.com/geoint/),. e. obtidas. pelo. satélite. EarthStar. Geographics LLC. As imagens foram visualizadas inicialmente no GPS TrackMaker v13.2 e georreferenciadas pelo sistema de coordenadas da projeção Universal Transverse Mercator (UTM) no GlobalMapper v8..

(36) 21. 9076000. 9074000. 9072000. 9070000. 9068000. 278000. 280000. 282000. 284000. 286000. 288000. 290000. 292000. Figura 07 – Imagem de satélite captada pelo EarthStar Geographics LLC – fonte: www.mapmart.com. 2.1.2 Malha amostral da área A malha a ser amostrada durante a pesquisa foi confeccionada utilizando-se como base a Carta Náutica N.906 da Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN), de escala 1:15000. (Figura 08). Foram traçados 37 perfis perpendiculares a linha de costa, paralelos e distantes 200 metros entre si. Cada um desses perfis tem seu início marcado na isóbata de 10m ou o mais próximo possível do molhe do porto, e final determinado pela isóbata de 20m. O comprimento médio de cada perfil foi de 5 quilômetros. Foram nomeados de “P” (perfil), enumerados de “1” a “37” e acrescentado a cada um deles a letra “i” para o início e “f” para final. O Resultado foi: P1i, P1f, P2i, P2f... P37i, P37f. (Figura 09). Todos os perpendiculares a linha de costa obedeceram a orientação NO-SE..

(37) 22. Figura 08 – Carta 906 elaborada pela DHN. A malha amostral foi concluída traçando-se mais 11 perfis paralelos à linha de costa, distantes 500 metros entre si; o primeiro perfil de amarração foi traçado a 500 metros da linha de costa. O comprimento dos perfis de amarração é delimitado pelas linhas traçadas dos perfis perpendiculares, estendendo-se entre o P1 ao P37, tendo em média 7 quilômetros. Estes perfis foram nomeados com a letra “A” (amarração), enumerados de “1” a “11” e acrescentado a cada um deles a letra “i” para início e “f” para final, resultando em: A1i, A1f, A2i, A2f... A11i, A11f. (Figura 09)..

(38) 23. Perfis Perpendiculares Perfis Paralelos. Figura 09 – Perfis perpendiculares e paralelos a linha de costa. 2.2 Etapa 2: pesquisa de campo A aquisição dos dados se deu entre os dias 25 e 30 de abril de 2006, sendo os três primeiros dias destinados aos dados batimétricos e os dois últimos dias (29 e 30 de abril) destinados prioritariamente à coleta dos dados de detalhamento do fundo com a utilização de equipamento sonográfico. Para a navegação, foi utilizada a embarcação R/V Velella (Figura 10), pertencente ao Projeto Recifes Costeiros (Tamandaré/PE) deslocando-se a uma velocidades de 5 a 7 nós. Foram adquiridos os dados batimétricos ao longo dos 37 perfis perpendiculares (P1 ao P37) e dos 11 perfis de Amarração (A1 ao A11) com o auxílio da malha amostral elaborada na etapa pré-campo..

(39) 24. Figura 10 – R/V Velella: embarcação utilizada na etapa de campo – foto: Tiago Figueiredo. A embarcação estava equipada com uma sonda Garmin GPSMAP 185 (Figura 11) ligado a um computador de bordo com o sistema operacional Microsoft Windows 98 e o software Sea Scan PC v.1.8.1 da Marine Sonic Tecnology (operando apenas na aquisição de dados de profundidade e localização). Os dados batimétricos coletados foram estruturados em coordenadas UTM no Datum WGS-84 com profundidades em metros. Figura 11 – Ecossonda Garmin GPSMAP 185 – fonte: www.garmin.com. Para a coleta dos dados sonográficos, a embarcação foi equipada com um Sonar de Varredura Lateral (Side Scan Sonar) da Marine Sonic Tecnology, Ltd. Este.

(40) 25. equipamento é composto de um computador de bordo com Sistema Operacional Windows 98 e software Sea Scan PC v.1.8.1 para aquisição dos dados em tempo real; um towfish (peixe ou torpedo) conta com dois transdutores para a emissão e recepção dos pulsos acústicos, fica preso à embarcação por meio de um cabo e ligado ao computador de bordo (Figura 12).. Figura 12 – Esquema de instalação do sonar de varredura lateral – fonte: Manual do Utilizador do Side Scan Sonar, Marine Sonic Tecnology.. O Towfish presente no Side Scan Sonar trabalha com a freqüência de 600 kHz, possibilitando um alcance de 75 metros de banda lateral, sendo 150m o alcance total do assoalho marinho. O software instalado a bordo do R/V Velella – Sea Scan PC- possibilitou o armazenamento das imagens que posteriormente foram tratadas em laboratório. As áreas selecionadas para detalhamento de fundo utilizando a sonografia foram escolhidas com base nos resultados da coleta de dados batimétricos, realizada entre os dias 25 e 28 de abril de 2006. 2.3 Etapa 3: pós-campo A etapa pós-campo foi destinada para o processamento dos dados obtidos na etapa de campo..

(41) 26. Os dados de profundidade foram processados tendo como principal intenção a confecção de um modelo batimétrico da área. Quanto aos dados sonográficos, após seu processamento, serviram como parte da análise e interpretação da morfologia de fundo. 2.3.1 Modelagem batimétrica Para a representação de uma superfície no computador é indispensável à criação de um modelo digital, podendo ser por equações analíticas ou por uma rede de pontos na forma de uma grade com pontos regulares ou irregulares. A partir dos modelos podem-se calcular volumes, áreas, desenhar perfis e sessões transversais, gerar imagens sombreadas ou em níveis de cinza, gerar mapas de declividade e exposição e/ou gerar perspectivas tridimensionais. (Lima, 2006) Um modelo apresenta apenas uma visão ou cenário de um fragmento do todo. Segundo Burrough (1986), “modelagem digital de terreno é uma representação matemática da distribuição espacial da característica de um fenômeno vinculada a uma superfície real”. A modelagem numérica batimétrica do terreno representa a distribuição espacial dos dados de profundidade, de latitude e longitude de uma determinada área. Entre as muitas utilizações de MDTs (modelos digitais de terreno), destacamse: • Armazenamento de dados de altimetria para mapas topográficos; • Elaboração de mapas de declividade e exposição para apoio à análise de geomorfologia e erodibilidade; • Análise de variáveis geofísicas e geoquímicas; • Apresentação tridimensional de dados. No processo de modelagem numérica de terreno podemos distinguir três fases: aquisição dos dados, geração de grades e elaboração dos produtos representando as informações obtidas. Os dados obtidos na etapa de campo foram testados, através do software Surfer 8.0, em diferentes métodos de interpolação de dados, como minimum curvature, inverse distance, moving average, radial bases, triangulation, local polynomial e kriging. No entanto, a técnica selecionada para este trabalho na.

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