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Academic year: 2021

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CATEGORIA: CONCLUÍDO CATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE ÁREA:

SUBÁREA: ENFERMAGEM SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO: FACULDADE MARIO SCHENBERG INSTITUIÇÃO:

AUTOR(ES): RAFAEL BENEVIDES DE OLIVEIRA, VIVIAN APARECIDA LEAL DE AZEVEDO AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): FLÁVIA ALVES RIBEIRO MONCLÙS ROMANEK ORIENTADOR(ES):

COLABORADOR(ES): WALQUIRIA APARECIDA DE SIQUEIRA SANTANA COLABORADOR(ES):

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Atribuições do enfermeiro no processo de captação do fígado

de doadores com morte encefálica para transplante.

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1.

Introdução

Em decorrência de patologias hepáticas degenerativas o transplante de fígado se tornou indicação importante do ponto de vista estatístico, atualmente, no Brasil 1 onde as legislações vigentes viabilizam o acesso ao tratamento e

padroniza o processo de doação de órgãos para transplante do ponto de vista logístico e operacional, foco deste presente trabalho.

“O transplante de fígado consiste em um procedimento cirúrgico para

substituição do órgão com lesão de uma pessoa doente, por um órgão saudável, de doadores vivo ou morto”¹.

A primeira tentativa de transplante de fígado em humanos ocorreu na década de 60, pelo médico americano Thomas Starzl, porém foi no ano de 1967 após diversas pesquisas e tentativas que este obteve resultados positivos, representados pela expectativa de maior sobrevida do receptor (MIES, 1998) 2

Em 1984 o Ministério da Saúde dos Estados Unidos promoveu a aceitação dos transplantes de fígado como um procedimento terapêutico a ser realizado (MIES, 1998) 2

O fígado considerado ideal para transplante possui suas funções hepáticas e anatômicas preservadas com ausência de hepatopatias aguda crônica grave, porem a carência de oferta do órgão para transplante no país faz com que critérios de seleção sejam adotados para viabilizar o mesmo em situações a qual o receptor conviva previamente com a doença, podendo ser recomendado o uso de enxerto marginal ao indivíduo grave de risco iminente de morte, sendo de exclusão total o fígado com vírus da imunodeficiência humana (HIV) ³.

As causas de mortalidade decorrente de trauma crânio encefálico por acidentes automobilístico o qual não haja o comprometimento grave do órgão e a vítima obtém atendimento adequado e imediato ao acidente não inviabilizará a sua doação visto que o fator causal não está relacionado patologias intrínsecas.

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Doadores jovens cuja morte provem de politraumatismo craniano evoluindo em curto período de tempo para o diagnóstico de morte encefálica é considerado doador ideal para transplante, pois a manutenção hemodinâmica é realizada com uso em menor quantidade de imunossupressores tornando satisfatória a utilização do enxerto². Entretanto pesquisas atuais apontam mudanças ao perfil e causa de mortalidade de doadores efetivos nos pais, visto que óbitos decorrentes de traumas estão cedendo espaço ao acidente vascular encefálico (AVE) ligado a doenças cardiovasculares, predominante em pessoas do sexo masculino, branco, com idade entre 41 a 60 anos 4.

No Brasil a legislação 9.434/97 dispõe da doação de órgãos e tecidos para fins de transplante proveniente de doadores falecido, sendo tal procedimento a ser realizado obrigatoriamente por estabelecimentos médicos e profissionais especializados e habilitados em remoção e transplante de órgãos, após a realização e comprovação do diagnóstico de morte encefálica através de exames clínicos seguindo a resolução 1.489/87 do Conselho Federal de Medicina (CFM) 5, 6.

Concomitante, a Portaria 2.600/09 que regulamenta o funcionamento do Sistema Nacional de Transplante sob a regência do ministério da Saúde, padronizando e norteando as ações das entidades competentes no processo de captação, realizando o monitoramento em cada etapa conforme ilustrado na figura 1, abaixo 7.

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Figura 1. Etapas de captação de Fígado.

*CNCDO: Central de notificação captação e distribuição de órgãos. *OPO: Organização procura de órgãos.

*CIHDOTTs: Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes. *CNT: Central Nacional de Transplante

Fonte: Ministério da Saúde do Brasil. Portaria 2.600/09 7

O processo de captação do órgão se dá após a assinatura do termo de consentimento livre esclarecido pelo representante legal, posterior a morte encefálica do indivíduo, tal procedimento é realizado pela Organização de Procura de Órgãos (OPO), que notifica a efetivação do doador a Central de Notificação Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDO) estadual. A CNCDO seguirá a sequência da lista de espera dentro do Estado e informará para equipe de transplante especializada em remoção de fígado no local onde se

OPO/ CIHDOTTs Família CNT CNCDO Gira a lista de receptor e oferta o órgão. Doador efetivo. Equipe de transplante de Fígado. Articula alocação e transporte em outro estado. SNT Supervisão do processo. Analise do órgão Captação Viável Transporte Chegada ao centro cirúrgico Inviável Não ocorre a remoção do órgão.

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encontra o receptor ideal para o órgão, que por sua vez fará a viabilização clínica do mesmo, sendo viável a transplante a informação é repassada novamente a CNCDO que providenciará o deslocamento. Na ausência do receptor dentro do Estado onde o órgão é ofertado a notificação é repassada a Central Nacional de Transplante (CNT) que atendera os casos urgentes no país, articulando a alocação e transporte do enxerto 7 .

No que tange as atividades de alocação e transporte de órgãos para transplante ainda não se tem uma legislação que padroniza este processo, entretanto diante da necessidade de aprimoramento e definições de técnicas para minimizar os ricos de contaminação, e manutenção do fígado de acordo com o tempo de sobrevida do mesmo, no ano de 2009 foi publicada a Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) da Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) RDC/ANVISA nº66/2009 complementado a Lei 9.434/97, dispondo sobre o transporte no território nacional de órgãos humanos em hipotermia para fins de transplante definindo assim as condições sanitárias de acondicionamento de maneira segura 8 .

Neste cenário chama atenção a importância do enfermeiro na equipe de transplante, pois sua atuação operacional irá desde o momento de admissão do doador ao centro cirúrgico até a chegada do enxerto ao local do transplante, concretizando etapas decisivas para o sucesso no processo de captação, uma vez que as atividades desenvolvidas pela equipe estarão centradas no regimento deste profissional que embasado na resolução 292/2004 do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN)exerce suas atividades 9.

O enfermeiro da captação atuará na remoção do órgão do doador em morte encefálica auxiliando o cirurgião na perfusão do enxerto, zelando pela aparência física do doador, na execução e supervisão do acondicionamento e transporte 10.

Justifica-se a partir das informações acima citadas que a realização de pesquisas possibilitará a elaboração de protocolo para auxiliar na elaboração de posteriores consensos acerca das atribuições do enfermeiro, na captação de fígado de doadores com morte encefálica para transplante.

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2.

Objetivo

 Elencar as atribuições do enfermeiro no processo de captação do fígado de doadores com morte encefálica para transplante.

3.

Método

3.1 Tipo de Estudo

Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica descritiva exploratória com análise qualitativa.

3.2 Fonte

Foram usadas as bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Ministério da Saúde (MS), da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

3.3 Objetos de Estudo

Foram selecionados como objetos de estudo da BVS os artigos que atenderam aos seguintes critérios de inclusão:

 Publicados em português;

 Publicados no período de 2004 - 2014;  Disponíveis na íntegra pelo sistema on-line;

 Apresentem ao menos dois dos descritores em ciências da saúde (DeCs) no mesmo artigo, sendo: Enfermagem, doação de órgãos, transplante, Morte encefálica (ME), Captação de órgãos.

No que se relacionam às demais bases, foram selecionados registros que se relacionassem à temática, independente do período da publicação para as legislações não alteradas desde a promulgação e as mais atuais nas demais bases da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, do Ministério da Saúde, e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

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Foram excluídos deste estudo os objetos que não atenderam aos objetos de inclusão acima citados.

3.4 Procedimento para Coleta dos Dados

Os dados foram coletados na BVS, MS, ABTO, ANVISA pelos autores do estudo no período de fevereiro de 2015 a agosto de 2015.

3.5. Procedimentos de análise

Para o processo de abordagem dos dados, foi utilizada a análise de conteúdo qualitativa. Análise de conteúdo em um modo geral acaba sendo a frase mais usada para compreender o tratamento dos dados de uma pesquisa qualitativa, isto porque o termo significa nada mais do que um processo técnico, onde consiste em uma busca, além de fazer parte de uma pesquisa teórica e pratica no campo de pesquisas sociais 11.

A abordagem qualitativa se aprofunda no mundo dos significados. Esse nível de realidade não é visível, precisa ser exposta e interpretada, em primeira instância, pelos próprios pesquisados. A análise do conteúdo é um conjunto de técnicas, onde há vários métodos para serem analisados como conteúdo de materiais de pesquisas, onde estão destacados alguns tipos de análise, como: análise de avaliação, análise de expressão, análise de enumeração e análise temática, onde se pode assim, descobrir o que está atrás dos conteúdos, indo além das imagens e do que está sendo citado sendo realizada uma do material para obter níveis mais intrínsecos, contudo, a análise de conteúdo apresenta as seguintes etapas: exploratória, trabalho no material, tratamento dos resultados e interpretação 11

4. Resultados e discussões

As atribuições operacionais do enfermeiro junto a equipe de transplante no processo de captação do fígado de doador em ME se inicia no momento em

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que a Central de Notificação informa a existência do doador e a disponibilidade do fígado para extração 8

Este profissional enfermeiro entra em contato com o Serviço de Organização de Procura de Órgãos via telefone ou se desloca até o hospital notificante havendo necessidade para verificação da documentação do doador e checagem de exames realizados previamente pela OPO: o tipo sanguíneo pelo sistema ABO, sorologia para o vírus da imunodeficiência humana HIV, vírus linfotrópicos de células T humanas HTLV I e HTLV II, assinatura do termo de autorização, declaração de morte encefálica 3, 8, 9.

Para a cirurgia de extração faz se necessário o agendamento de horário e combinação de técnicas com as demais equipes de transplante quando houver, para que os procedimentos ocorram de maneira sincronizada. Após confirmação do horário é realizado a separação do material a ser usado como medicamentos, materiais descartáveis, caixa de laparotomia, recipiente para alocação do fígado, gelo e caixa térmica 5, 8, 12.

Durante a cirurgia de captação a atribuição do enfermeiro consiste no resfriamento do enxerto preparando-o para o transporte, realizando a lavagem do órgão com soro fisiológico 0,9% afim de retirar todo o sangue do doador e infundido uma solução de preservação a qual o tipo será escolhido a critério do cirurgião que sutura a veia porta e a veia aórtica, neste momento é importe se atentar ao horário de início da perfusão pois o órgão já entra em um estado de isquemia fria 3, 5, 9.

O fígado é retirado e colocado sobre uma superfície contendo gelo moído para o acondicionamento que é realizado em um conjunto de embalagens estéreis: uma primária, duas secundárias e uma terciária com a finalidade de garantir a integridade do órgão e evitar possíveis contaminações durante o deslocamento até o hospital transplantador 8

A primeira embalagem é plástica e contém solução de conservação será clampeada, na segunda embalagem plástica será colocada a embalagem primária e solução estéril envolvendo todo o órgão a fim de protege-lo de

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possíveis choques, finalmente, na terceira embalagem plástica serão acondicionadas a primária e a secundária para fins de proteção 8.

Estas embalagens todas serão colocadas em caixa térmica com gelo a 0º C contendo a quantidade suficiente para acomodar as embalagens mantendo a temperatura durante todo o transporte; a parte externa da caixa deve conter o símbolo referente a risco biológico protocolado e a etiqueta de identificação contendo as seguintes informações da doação: Registro Geral da Central de Transplante (RGCT), o registro hospitalar do doador; nome do serviço de origem e do remetente; nome do serviço de destino e do destinatário; data e horário de início de isquemia fria; tempo máximo de entrega do órgão ao destinatário; identificação da carga; telefones (incluindo o código de área) das CNT/CNCDO e da equipe técnica de captação para contato em casos de emergência 1, 5, 7, 8.

O transporte deve ser preferivelmente realizado acompanhado pelo profissional enfermeiro treinado e habilitado da equipe de captação autorizado pela CNCDO ou CNT tendo por finalidade a entrega do órgão ao serviço no qual se encontra o receptor do fígado doado 8, 9, 10.

5. Considerações finais.

O presente estudo, do tipo revisão bibliográfica e abordagem qualitativa buscou descrever as atribuições do enfermeiro que atua no processo de captação de fígado de doador com diagnóstico de morte encefálica. Do processo de abordagem dos dados infere-se que as atribuições do enfermeiro estão relacionadas à análise das condições sanguíneas, tipagem e sorologia, do doador e à operacionalização, auxílio à captação propriamente dita e ao transporte do fígado até a entrega ao serviço no qual ocorrerá o enxerto para o receptor.

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Referências

1. Brasil. Ministério da Saúde (BVS). Transplante de órgãos. 2008. Disponível em http://bvsms.saude.gov.br

2. Mies S. Transplante de fígado. Rev Ass Med Brasil.1998; 44(2): 127-34. 3. Castro M,C,R, Bernardo M,W, Wrochawski E, Ferraz B,H,N. et al. Doadores Limítrofes no Transplante de Fígado.Rev Assoc Med Bras. 2010; 56: 615-37. 4. Rodrigues S.L. L, Ferraz J,B,E,N, Sardinha L.A. C, Araújo S. et al. Perfil de doadores efetivos do serviço de procura de órgãos e tecidos. Revista Brasileira Terapia Intensiva. 2014; 26: 21-27.

5. Brasil. Lei Nº 9.434, de 04 de fevereiro de 1997. Dispõe sobre a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante e tratamento e dá outras providências.

6. Brasil. Resolução Conselho Federal de Medicina CFM nº 1.480/97.

7. Brasil. Portaria Nº 2.600, de 21 de outubro de 2009. Aprova o Regulamento Técnico do Sistema Nacional de Transplantes.

8. Brasil. Resolução de Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária,-RDC/ ANVISA No- 66, de 21 de dezembro de 2009. Dispõe sobre o transporte no território nacional de órgãos humanos em hipotermia para fins de transplantes.

9. Brasil. Resolução Conselho Federal de Enfermagem COFEN-292/2004. Normatiza a atuação do Enfermeiro na Captação e Transplante de Órgãos e Tecidos

10. Silva A.F, Guimarães T.S, Nogueira G.P. Atuação do enfermeiro na captação de órgãos. Revista Brasileira de Ciências da Saúde. 2009; 7(19). 11. Minayo MC. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em Saúde. SP: HUCITEC, 2004.

12. Brasil. Diretrizes básicas para captação e retirada de múltiplos órgãos e tecidos da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos ABTO, 2009.

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