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Números complexos para professores de matemática da educação básica que atuam no ensino médio

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Academic year: 2021

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(1)Números complexos para professores de matemática da educação básica que atuam no ensino médio. Robinson Antão da Cruz Filho Dissertação de Mestrado do Programa de Mestrado Profissional em Matemática em Rede Nacional (PROFMAT).

(2) SERVIÇO DE PÓS-GRADUAÇÃO DO ICMC-USP. Data de Depósito: Assinatura:_____________________. Robinson Antão da Cruz Filho. Números complexos para professores de matemática da educação básica que atuam no ensino médio. Dissertação apresentada ao Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação - ICMC-USP, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Ciências – Programa de Mestrado Profissional em Matemática em Rede Nacional. VERSÃO REVISADA.. Área de Concentração: Mestrado Profissional em Matemática em Rede Nacional Orientador: Prof. Dr. Sérgio Luís Zani. USP – São Carlos Junho de 2018.

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(4) Robinson Antão da Cruz Filho. Complex numbers for high school mathematics teachers. Master dissertation submitted to the Institute of Mathematics and Computer Sciences – ICMC- USP, in partial fulfillment of the requirements for the degree of Mathematics Professional Master's Program.. FINAL VERSION. Concentration Area: Professional Master Degree Program in Mathematics in National Network Advisor: Prof. Dr. Sérgio Luís Zani. USP – São Carlos June 2018.

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(6) AGRADECIMENTOS Agradeço e dedico totalmente este trabalho à minha família: minha companheira, Maria Tereza, e minhas filhas, Beatriz e Júlia. Não poderia, de forma alguma, esquecer tanto do meu orientador, o professor Sérgio Luís Zani, quanto da professora Ires Dias, Coordenadora do PROFMAT no ICMC da USP São Carlos. Ao professor Wladimir Seixas, da UFSCar; muitíssimo obrigado pelos seus conselhos, apoio e amizade. Agradeço aos meus sogros, Dona Aparecida e Seu José, que têm assumido o papel de meus pais. É assim que os considero. Aos meus pais, Seu Antão e Dona Alvina, que dormem profundamente. Uma promessa que lhes fiz é cumprida diariamente. Agradeço infinitamente minha cunhada, Ângela, uma pessoa extremamente generosa; literalmente, um anjo para minha família. Agradeço à Sociedade Brasileira de Matemática pela criação do Mestrado Profissional em Matemática em Rede Nacional – PROFMAT. Vida longa ao PROFMAT! Agradeço ao ICMC da USP São Carlos e a todos os professores que atuaram no PROFMAT. Meu muito obrigado aos servidores da Seção de Pós-Graduação do ICMC, um grupo de pessoas prestativas e extremamente capacitadas. Muito obrigado a todos os alunos da Turma 2014 do PROFMAT, pela convivência, pelo carinho com que me trataram, pelo companheirismo. Um agradecimento especial para a Lucimar Mascarin, por sua generosidade e socorro na fase final do meu trabalho. Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo – IFSP – onde mantenho meu vínculo empregatício atual, e à Escola Municipal de Educação Básica Carmine Botta (da Secretaria Municipal de Educação do Município de São Carlos), Por último, e não menos importante, agradeço ao Imponderável pela Iluminação que recebi em todos os momentos difíceis..

(7) “ Amigo guarda tua mente Bem viva atenta e sem medo Que a hora certa e precisa Virá mais tarde ou mais cedo Ensina a teus filhos pequenos Que é dura e longa a viagem Que a dor, a madeira e o tempo Não dobram um coração selvagem” (Kleiton e Kledir).

(8) RESUMO Robinson Antão da Cruz Filho. Números complexos para professores de matemática da educação básica que atuam no ensino médio. 2018. 97p. Dissertação (Mestrado em Ciências – Programa de Mestrado Profissional em Matemática em Rede Nacional) – Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação, Universidade de São Paulo, São Carlos – SP, 2018. Um texto sobre o corpo dos números complexos abordando-os de uma forma integrada e direcionada para professores de educação básica que atuam no ensino médio. Apresenta de forma bem fundamentada vários aspectos dos números complexos: par ordenado, vetor do plano, forma algébrica, forma trigonométrica e matricial. Todos os resultados essenciais foram demonstrados. Há um capítulo com alguns problemas resolvidos. Palavras-chave: Números complexos, par ordenado, vetor do plano, forma algébrica dos números complexos, forma trigonométrica dos números complexos, forma matricial dos números complexos, ensino médio..

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(10) ABSTRACT Robinson Antão da Cruz Filho. Complex numbers for high school teachers. 2018. 97p. Dissertação (Mestrado em Ciências – Programa de Mestrado Profissional em Matemática em Rede Nacional) – Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação, Universidade de São Paulo, São Carlos – SP, 2018. A text on the field of complex numbers in an integrated way and directed to teachers of basic education who work in high school. It presents in a well-founded form several aspects of the complex numbers: ordered pair, plane vector, algebraic form, trigonometric and matrix form. For every essential result, there is a proof. There is a chapter with some solved problems. Keywords: Complex numbers, ordered pair, vector in the plane, algebraic form of complex numbers, trigonometric form of complex numbers, matrix form of complex numbers, high school..

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(12) LISTA DE ILUSTRAÇÕES Fig. 1– M ( x, y) é a imagem geométrica de z  x  yi ............................................................ 36 Fig. 2 – Distância entre dois números complexos.................................................................... 38 Fig. 3 – Conjugação.................................................................................................................. 41 Fig. 4 – Potências inteiras de i ................................................................................................ 56 Fig. 5 – Adição e subtração de números complexos................................................................. 59 Fig. 6 – Multiplicação por um número real...............................................................................60 Fig. 7 – Forma trigonométrica ou polar de um número complexo........................................... 61 Fig. 8 – Forma trigonométrica do número complexo z  2  2i ........................................... 63 Fig. 9 – Multiplicação de números complexos na forma trigonométrica................................. 68 Fig. 10 – Raízes quartas de z  2  2i .................................................................................... 72 Fig. 11 – Problema resolvido 9.8 .............................................................................................. 86 Fig. 12 – Problema resolvido 9.9 ............................................................................................ 86 Fig. 13 – Problema resolvido 9.10 (Teorema de Napoleão) ..................................................... 87.

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(14) SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 15 2 O CORPO OS NÚMEROS COMPLEXOS .................................................................. 19 2.1 ÁLGBRA DOS NÚMEROS COMPLEXOS .................................................................... 19 3 INTERPRETAÇÃO GEOMÉTRICA DE UM NÚMERO COMPLEXO ................. 35 4 CONJUGADO DE UM NÚMERO COMPLEXO........................................................ 41 5 POTÊNCIAS INTEIRAS DE NÚMERO COMPLEXO NÃO NULO ...................... 51 5.1 POTÊNCIAS DE i ........................................................................................................... 55 6 INTERPRETAÇÃO GEOMÉTRICA DAS OPERAÇÕES DE ADIÇÃO E MULTIPLICAÇÃO POR UM NÚMERO REAL ................................................... 59 6.1 ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO .............................................................................................. 59 6.2 MULTIPLICAÇÃO POR NÚMERO REAL ................................................................... 60 7 FORMA TRIGONOMÉTRICA OU POLAR DOS NÚMEROS COMPLEXOS ..... 61 7.1 MULTIPLICAÇÃO E DIVISÃO NA FORMA TRIGONOMÉTRICA ........................... 64 7.1.1 Multiplicação ................................................................................................................. 64 7.1.2 Divisão ............................................................................................................................ 66 7.1.3 Interpretação geométrica ..............................................................................................67 8 FORMA MATRICIAL DOS NÚMEROS COMPLEXOS ...........................................73 9 UMA COLETÂNEA DE PROBLEMAS RESOLVIDOS ............................................ 79 10 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................... 93 BIBLIOGRAFIA ..............................................................................................................95.

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(16) 1 INTRODUÇÃO O presente texto tem como origem a experiência do autor com o ensino dos números complexos em educação básica, especificamente no ensino médio, em escolas públicas ou privadas, em cidades como São Carlos, Valinhos, Mogi Guaçu e Mogi Mirim. O autor atuou tanto no ensino médio regular quanto em pré-vestibulares. Neste último caso, em particular, lecionando para turmas de aprofundamento para vestibulandos do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), do Instituto Militar de Engenharia (IME), além de turmas de preparação para competições de matemática, a saber, a Olimpíada Paulista de Matemática (OPM) e a Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM). A sequência dos capítulos é aquela tradicionalmente seguida pela maioria (esmagadora) das obras sobre os fundamentos básicos dos números complexos, exceto o capítulo sobre a forma matricial. O corpo dos números complexos, interpretação geométrica e conjugado de um número complexo (surge um novo tipo de função). As potências inteiras da unidade imaginária já apresentam uma primeira ligação com as rotações no plano (vejam as potências de inteiras de i ). O próximo tópico é a multiplicação por número real (homotetias). Em seguida, há a forma trigonométrica. A ligação entre todos esses aspectos fica para a forma matricial. O autor desistiu de escrever um capítulo específico sobre as transformações geométricas no plano. Pois, há pelo menos uma dissertação excelente sobre o tema. Aquela escrita pelo profmatiano Robson Coelho Neves (NEVES, 2014), orientado pelo professor Dr. Eduardo Wagner. Da mesma forma, desistimos de uma abordagem histórica do surgimento dos números complexos, por si só, um tema de dissertação em nível de mestrado ou doutorado. O texto utiliza livremente resultados da álgebra e da álgebra linear, da geometria euclidiana plana e da geometria analítica plana para iluminar vários aspectos dos números complexos. Oferecemos uma abordagem mais profunda de um assunto do ensino médio. A abordagem é original no seguinte sentido: ela trata de modo suficientemente rigoroso todos os aspectos importantes dos números complexos para um professor de educação básica; por exemplo, a imersão de. em. , as potências de i bem como as equivalências entre as diversas. formas dos números complexos.. 15.

(17) Além disso, sempre que foi possível, houve um intercâmbio entre duas categorias que se superpõem dialeticamente, o saber matemático e o saber pedagógico. Todo texto tem uma trama, uma urdidura: há inúmeras sugestões nas entrelinhas. Uma visão abrangente dos números complexos tem inúmeros defensores, todos ilustres professores de matemática com larga experiência em preparação de jovens alunos para competições de matemática ou que simplesmente atuam como formadores de professores. Ela propicia uma enorme quantidade de bons argumentos para justificar uma infinidade de estratégias de ensino que podem ser consideradas inovadoras. O autor teve uma grande variedade de experiências no ensino dos números complexos. As mais desafiadoras foram aquelas turmas que tinham uma motivação maior para um aprendizado mais aprofundado de matemática; aquelas turmas cujos alunos tinham a intenção de seguir seus estudos superiores nas áreas de engenharia, ciências naturais, notadamente, a Física; uma quantidade desprezível intencionava seguir para a área de matemática. Nenhuma dessas vivências têm registros. O professor de educação básica, em geral, não escreve sobre suas aulas e nem as registra: um tipo de cultura profissional que precisa mudar radicalmente. Os números complexos têm um papel integrador de vários assuntos da matemática do ensino médio: geometria euclidiana plana, geometria analítica no plano, matrizes, equações algébricas, polinômios e trigonometria. Porém, uma advertência: tópicos de matemática elementar não são, necessariamente, tópicos fáceis. Por exemplo, há problemas de competições matemáticas extremamente difíceis. Mesmo um professor experiente irá enfrentar dificuldades para encontrar uma solução completa. Neste trabalho veremos várias faces dos números complexos. A estrutura de corpo. A estrutura de espaço vetorial. A estrutura de espaço métrico, especificamente uma forma de medir distâncias, sem entrar nos aspectos topológicos (mas a base estará lá). Um isomorfismo entre os números complexos e um conjunto de matrizes reais quadradas de ordem dois. Também resolveremos alguns problemas usando esses vários aspectos. Do ponto de vista metodológico, esta dissertação poderia ser enquadrada como uma revisão bibliográfica. O presente texto tem como fundamento diversas fontes, mas procurou-se estabelecer uma escrita pessoal, que reflete a experiência do autor como docente de matemática do ensino médio. Exatamente aquilo que os alunos não veem, mas que serve de guia para todo 16.

(18) professor: uma mesa, uma cadeira, papel, lapiseira e tempo. Há fontes que são imateriais; aulas que o autor assistiu ou mesmo conversas com outros professores. Por exemplo, as elegantes aulas de Funções de Uma Variável Complexa do professor Luiz Augusto da Costa Ladeira, ou as aulas do professor José Gaspar Ruas Filho, as aulas do professor Henrique Lazari ou da professora Nilze Silveira de Almeida, a primeira pessoa a nos mostrar um número complexo como um par ordenado de números reais. Nas escolas (públicas ou privadas) há muitos alunos que gostam de matemática, que gostam e sentem-se desafiados por problemas de matemática. O trabalho com turmas especiais, ou, especificamente, com alunos que participam de competições em matemática, exige muita dedicação e estudo do professor de matemática. Aos sábados, por dois anos consecutivos, o autor trabalhou com alunos do Programa de Iniciação Científica da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (PIC OBMEP). São alunos do nível 2 (8º e 9º anos do ensino fundamental) e do nível 3 (ensino médio); há alunos brilhantes! Com muita aptidão para a matemática. A maioria deles declara que aulas do PIC OBMEP são interessantes por dois motivos: a) as demonstrações de resultados que são feitas, b) a metodologia de ensino aplicada e c) a disposição dos professores do PIC OBMEP para atuarem de forma significativa (por exemplo, aplicando a metodologia de resolução de problemas). A experiência também indica que um professor não ensina aquilo que não sabe. Para ensinar bem sobre números complexos é preciso estudar e conhecer os números complexos. Portanto, uma outra característica deste texto é a de ser um depoimento de amor e dedicação à docência. Um texto que retrata uma postura profissional de profundo respeito ao alunado, principalmente, das escolas públicas. Todas as figuras desta dissertação foram elaboradas pelo autor com auxílio do software GeoGebra.. 17.

(19) 18.

(20) 2 O CORPO DOS NÚMEROS COMPLEXOS Neste capítulo caracterizaremos o conjunto dos números complexos como corpo, como espaço vetorial de dimensão dois sobre. e como espaço métrico. Duas características. fundamentais dos números complexos: uma algébrica e outra topológica. Os vários modos de utilização dessas características produzem formas diversas de integração de conteúdos da própria Matemática. 2.1 ÁLGEBRA DOS NÚMEROS COMPLEXOS 2. Consideremos o conjunto Para todos z1   x1 , y1  . 2. .   x, y  ; x . . e z2   x2 , y2  . 2.  y. .. , definiremos. Igualdade.  x1  x2  z1  z2   x1 , y1    x2 , y2    e . y  y 2  1. (I). Adição. z1  z2   x1 , y1    x2 , y2    x1  x2 , y1  y2  .. (A). z1  z2   x1 , y1    x2 , y2    x1x2  y1 y2 , x1 y2  y1x2  .. (M). Multiplicação. Os elementos z1  z2 e z1  z2 de produto de. z1. e. z2 .. 2. são denominados, respectivamente, de soma e. Tradicionalmente, escreve-se z1 z2 em vez de z1  z2 .. Observemos que tanto a adição quanto a multiplicação em termos da adição e da multiplicação de números reais.. 19. 2. foram definidas em.

(21) Definição 2.1 Conjunto dos números complexos Denomina-se Conjunto dos Números Complexos, denotado por. , ao conjunto de. todos os pares ordenados de números reais que seguem as definições de igualdade (I), de adição (A) e de multiplicação (M) definidas anteriormente. Cada elemento de. será chamado de. número complexo. Teorema 2.1 Estrutura de corpo é um corpo. Demonstração: Propriedades da adição (A.0) A adição está bem definida e é fechada em (A.1) A adição em. .. é comutativa.. Sejam z1   x1 , y1  . e z1   x2 , y2   , então. z1  z2   x1 , y1    x2 , y2    x1  x2 , y1  y2  ( A). (A.2) A adição em. . A adição em é comutativa.  x2  x1 , y2  y1   z2  z1 .. é associativa.. Sejam z1   x1 , y1  , z1   x2 , y2  e z3   x3 , y3   , então: z1   z2  z3   ( x1 , y1 )    x2 , y2    x3 , y3    ( x1 , y1 )    x2  x3 , y2  y3    ( A).   x1   x2  x3  , y1   y2  y3      x1  x2   x3 ,  y1  y2   y3  . ( A). . A adição em é associatva.  x  x   x ,  y  y   y    x  x  ,  y  y    x , y   1. 2. 3. 1. 2. 3. ( A). 1. 2.    x1 , y1    x2 , y2     x3 , y3   ( z1  z2 )  z3 .. ( A). ( A). 20. 1. 2. 3. 3.

(22) (A3) Existência de elemento neutro para a adição Queremos determinar um número complexo e, com e   e1 , e2  , tal que, para todo. z   x, y   , e  z  z  e  z. Então,.  e1  x  x  e  z   e1 , e2    x, y   (e1  x, e2  y )  ( x, y )   e  e1  e2  0 ( A) (I ) e  y  y  2 O elemento neutro da adição de números complexos será denotado, neste capítulo, por 0 e nos capítulos posteriores, simplesmente, por 0. Portanto, e   0, 0   0 .. (A4) Todo elemento de. tem inverso aditivo ou oposto. Dado z   x, y   , queremos determinar z '   x ', y ' . , tal que. z  z '  z ' z  0 .. Então, x  x'  0  x '  x   z  z '   x, y    x ', y '   x  x ', y  y '  (0, 0)   e  e ( A) y  y'  0 y'  y  . Portanto,.   x,  y  é o oposto de  x, y  , para cada  x, y  . .. Se z   x, y  então  z    x,  y  é o oposto de z   x, y  , para cada z   x, y  . Além disso, z    z     z   z  0 . Propriedades da multiplicação (M0) A multiplicação está bem definida e é fechada em (M1) A multiplicação em. é comutativa. 21. ..

(23) De fato, sejam z1   x1 , y1  e z2   x2 , y2   , então:. z1 z2   x1 , y1    x2 , y2    x1 x2  y1 y2 , x1 y2  y1 x2  (M ). . A multiplicação em é comutativa.  x2 x1  y2 y1 , y2 x1  x2 y1  . (M ).   x2 , y2    x1 , y1   z2 z1.. (M2) A multiplicação em. é associativa.. Com efeito, sejam z1   x1 , y1  , z2   x2 , y2  e z3   x3 , y3   , então:. z1  z2 z3    x1 , y1     x2 , y2    x3 , y3     x1 , y1     x2 x3  y2 y3 , x2 y3  y2 x3    (M ). M .   x1  x2 x3  y2 y3   y1  x2 y3  y2 x3   ,  x1  x2 y3  y2 x3   y1  x2 x3  y2 y3   . . A multiplicação em é distributiva com relação à adição e associativa. (M ). .  x x. 1 2.  y1 y2  x3   x1 y2  y1 x2  y3 ;  x1 x2  y1 y2  y3  x3  x1 x2  y1 y2   .  x , y    x , y    x , y    z  z   z . 1. 1. 2. 2. 3. 3. 1. 2. 3. (M3) Existência de elemento neutro da multiplicação Dado z   x, y  . queremos determinar um elemento e   e1 , e2     0,0  , tal. que: z  e  e  z  z.. Vejamos,.  x, y    e1 , e2    xe1  ye2 , xe2  ye1    x, y . . Portanto,. .  x e1*  1  ye2*  0  xe1*  ye2*  x  x   e  e    y  ye*  xe*  y  * * y e  1  xe  0 1 2  2   1. . . 22.  y   e1*  1  0   .  x   e2*   0  M. (S).

(24)  x y  é diferente de y x . Como z   x, y    0,0  , então o determinante da matriz M  . zero, isto é , x²  y ²  0 ; consequentemente, o sistema (S) é possível e determinado; portanto, teremos e1  1 e e2  0 . *. *. * Então, e  1,0  é o elemento neutro da multiplicação.. Observemos que também foi demonstrado, como era de se esperar, que tanto o elemento neutro da adição quanto o elemento neutro da multiplicação são únicos. Daqui por diante também utilizaremos a seguinte notação: C *  C   0,0  . Então,. *. é o conjunto dos. números complexos não nulos. (M4) Existência de inverso multiplicativo para todo número complexo z  Seja z   x, y  . *. *. .. . Queremos encontrar um número complexo z '   x ', y ' . , tal. que z  z '  z ' z  1,0  . Então,.  xx ' yy '  1  x  y  x '   1   z  z '   x, y    x ', y '   xx ' yy ', xy ' yx '  1, 0    e       (M ) y x   y '   0   yx ' xy '  0  Notemos que x²  y ²  0 , pois z   0,0  e, portanto, o sistema acima é possível e determinado, então. x' . x y e y'   . x²  y ² x²  y ². Logo, para cada z   x, y    0,0  , existe um único número complexo.  x y  z' ,  tal que z  z '  z ' z  1, 0  .  x²  y ² x²  y ² . 23.

(25) Doravante, o único inverso multiplicativo de um número complexo não nulo,. z   x, y  , será denotado por z 1 . 1  x y   , . z  x²  y ² x²  y ² . (D) A multiplicação é distributiva em relação à adição Sejam z1   x1 , y1  , z2   x2 , y2  e z3   x3 , y3   . Então,. z1  ( z2  z3 )   x1 , y1     x2 , y2    x3 , y3      x1 , y1    x2  x3 , y2  y3  . ( A). M . =  x1  x2  x3   y1  y2  y3  , x1  y2  y3   y1  x2  x3    =.  x1 x2  x1 x3  y1 y2  y1 y3 , x1 y2  x1 y3  y1 x2  y1 x3  . =.  x x. A multiplicação de números reais é distributiva em relação à adição de números reais. A multiplicação de números reais é associativa. 1 2.  y1 y2    x1 x3  y1 y3  ,  x1 y2  y1 x2    x1 y3  y1 x3   . =  x1 x2  y1 y2 , x1 y2  y1 x2    x1 x3  y1 y3 , x1 y3  y1 x3  . ( A).  z1 z2  z1 z3. (M ). Logo, a tripla. . , ,. . é um anel comutativo com elemento unidade, em que todo. elemento não nulo admite inverso multiplicativo. Isto é,. . , ,  é um corpo. . Em seguida, apresentamos duas consequências importantes da estrutura de corpo dos números complexos. Corolário 2.1 Multiplicação por 0 0  z  z  0  0 , z . 24. ..

(26) Demonstração. De fato, sejam z   x, y  . e 0   0, 0  , então:.  0,0   x, y    x, y    0,0   0  x  0  y,0  y  0  x    0,0 .  Corolário 2.2 Integridade.  z1  0  Para todos z1 , z2  , temos z1  z2  0   ou z  0  2 Demonstração. Sejam z1   x1 , y1  e z2   x2 , y2   . Suponhamos que z1 z2  0. e que z2  0 .. Então, multiplicando os dois lados de z1 z2  0 por z21 (por hipótese, z2  0 e, portanto, z2 tem inverso multiplicativo em. ), temos:.  z1  z2  z21  0.  z21  0 .. Como a multiplicação de números complexos é associativa, segue-se que:.  z1  z2   z21  z1   z2  z21   z1  e*  z1  0. . . Definição 2.2 Subtração de números complexos A subtração em. será definida em termos da adição de números complexos. Dados. z1   x1 , y1  e z2   x2 , y2  . , denomina-se diferença entre z1 e z2 o número complexo. z   x, y  , tal que z1  z  z2 . Escreve-se: z  z2  z1 .. 25.

(27) Determinemos z ..  x1 , y1    x, y    x2 , y2    x1  x, y1  y    x2 , y2   ( A)  x1  x  x2  x  x2  x1    e   e Definição de  y  y  y subtração em  y  y  y 2 2 1  1  Portanto, z   x2  x1 , y2  y1    x2    x1  , y2    y1     x2 , y2     x1 ,  y1   z2    z1  .. Notemos que, como era esperado, z2  z1  z2    z1  . Subtrair que somar. z2. ao oposto de. z1. de. z2. é o mesmo. z1.. Definição 2.3 Divisão de números complexos A divisão em. , por sua vez, será uma consequência da multiplicação de números. complexos. Dados z1   x1 , y1  e z2   x2 , y2   , chama-se quociente de z1 por z2 o número complexo z , tal que z2  z  z1 . Determinemos z ..  x2 , y2    x, y    x1 , y1  (  x2 x  y2 y, x2 y  y2 x    x1 , y1   M)  x2 x  y2 y  x1 x   e  2 (I )  y2 y x  x y  y 2 1  2 x1 x2  y1 y2   x  x²  y ²   . 2  e 2 x  y 0  x y x y y  2 1 1 2 x²  y ²  . 26.  y2   x   x1        x2   y   y1 .

(28) x x  y y x y x y  Portanto, z   1 2 1 2 , 2 1 1 2  , com x²  y ²  0 . x²  y ²   x²  y ² Notemos que:. z  z1  z21 , com z2  0 . De fato,  x y z   x1 , y2    2 2 2 ,  2 2 2 x2  y2  x2  y2. Adotaremos a seguinte notação: z . '.   x, 0   ; x . O conjunto em.  . . z1 , com z2  0 , é o quociente de z1 por z2 . z2. z1 1  z1   z1  z21 , com z2  0 . z2 z2. Além disso, z . Teorema 2.2.   x1 x2  y1 y2 x2 y1  x1 y2 ,  x²  y ²   x²  y ². '.  é um subcorpo de.   x,0   ; x .  , munido das operações de adição de multiplicação. .. , é um subcorpo de. Demonstração. Sejam z1   x1 ,0  e z2   x2 ,0  . '. , então:. (i) z1  z2   x1 , 0    x2 , 0    x1  x2 , 0   ' ; 1  (ii) Se z2  0 então  x2 , 0    0, 0  e, portanto, z1  z21   x1 , 0    , 0    x2  x  = 1 ,0  x2 . '. . 27.

(29) Teorema 2.3 Imersão de A aplicação f :. em. . '. f ( x)   x,0 é um isomorfismo entre corpos.. ; x. Demonstração. Sejam, x1 , x2  , então: ( A). (i). f  x1  x2    x1  x2 ,0    x1 ,0    x2 ,0   f  x1   f  x2  (M ). (ii) f  x1  x2    x1  x2 ,0    x1 ,0    x2 ,0   f  x1   f  x2  (I ). (iii) f  x1   f  x2    x1 ,0    x2 ,0   x1  x2 . Portanto, f é injetiva. (iv) Observe que dado.  x0 ,0 . '. , então x0 . é o único elemento de. tal que. f  x0    x0 ,0  . Logo, f também é sobrejetiva.  Uma consequência imediata desses teoremas é que . Podemos, portanto, escrever. . é isomorfo a um subcorpo de. . Isto é, o conjunto dos números complexos com. segunda componente nula é (estruturalmente) uma cópia dos números reais. Portanto, extensão de. . Também se diz que. está imerso em. é uma. .. Notemos também que toda a estrutura algébrica dos números complexos vista até o momento está profundamente baseada na estrutura algébrica dos números reais. O isomorfismo descrito anteriormente permitirá que façamos um abuso de notação. Escreveremos,. x   x,0  . Isto é, identificaremos cada número complexo  x,0  com o único correspondente número real x. 28.

(30) Definição 2.4 Unidade imaginária Chama-se unidade imaginária o número complexo i   0,1 . Notemos que. i 2  i  i   0,1   0,1   0  0  11,0 1  1 0    1,0  Logo, i 2  i  i  1.. Teorema 2.4 Uma nova forma dos números complexos Cada número complexo z   x, y  pode ser univocamente representado na forma z  x  yi ,. onde x, y são números reais, onde i é a unidade imaginária e i 2  1 . Demonstração.. z   x, y    x,0   0, y    x,0    y,0 1,0   x  yi . Notemos que se. x '  y 'i. for uma outra representação de. portanto, por igualdade de números complexos, x  x' e. z,. teremos z   x' , y '  e,. y  y'..  Definição 2.5 Forma algébrica os números complexos Chama-se forma algébrica do número complexo z   x, y  a expressão. z  x  yi  x  iy , onde x, y . ;. x é a parte real de z (denotada por Re( z ) ) e y é a parte imaginária de z (denotada por Im( z ) ).. Isto é, x  Re( z) e y  Im( z) .. 29.

(31) Resumidamente, para cada número complexo z, z  x  yi , com x, y . , então. Re  z   x e Im  z   y . Definição 2.6 Imaginário puro Os números complexos da forma  0, y   yi , com y . *. são chamados de imaginários. puros. As definições de igualdade,  I  , de adição,  A  , e de multiplicação,  M  de números complexos escritos como pares ordenados têm suas correspondentes formas algébricas:. I .  x1  x2  x1  y1i  x2  y2i   e ; y  y 2  1.  A  x1  y1i    x2  y2i    x1  x2    y1  y2  i ;  M   x1  y1i  x2  y2i   x1x2  y1 y2i  x1 y2i  y1x2i   x1x2  y1 y2    x1 y2  y1x2  i . Exemplo 2.1 Resolver a equação x 2  1  0.. Resolução.. x2  1  0  x2   1  0  x2  i 2  0   x  i  x  1  0  x  i  0  x  i     ou   ou  x  i  0  x  i  .  S  i, i.. Exemplo 2.2 Resolver a equação do segundo grau ax²  bx  c  0 , onde a, b, c . a  0 e   b²  4ac  0 Resolução.  b c b b2 c b2   ax 2  bx  c  a  x 2  x    a  x 2  x  2   2   a a a 4a a 4a    30. com.

(32) 2 2 2 2       b  b 2  4ac  b    0  b  2  a  x    a  x    a  x          i  2a  4a 2  2a  4a 2  2a  2a        . 2 2      b   2  ax  bx  c  0 e   b  4ac  0  a  x   0   i  2a  2a       2. 2.  b  i   x1  2a    ou   x  b  i  2  2a .  b  i  b  i   S  , . 2a 2a   Notemos que: 2 2      b   2 a  x     0  a  x  x1  x  x2   0   i  2a  2 a     . e, portanto, a forma fatorada da equação do segundo grau contínua válida mesmo quando   0. Definição 2.7 Multiplicação de um número complexo por um número real Sejam  . e z  x  yi . , então.   z     x  yi     x     y  i   x   yi  Portanto, está definia sobre. uma multiplicação por número real (um caso particular. da definição de multiplicação (M) da estrutura de corpo. Em seguida, veremos a motivação para esta definição. Propriedades 2.1 Consequências da multiplicação de um número complexo por um número real Sejam  ,   , z  x  yi , z1  x1  y1i e z2  x2  y2i . Então: 31.

(33) (M5)   z1  z2      x1  y1i    x2  y2i       x1  x2    y1  y2  i  .    x1  x2     y1  y2  i    x1  y1i     x2  y2i    z1   z2.    z1  z2    z1   z2 ,   , z1 , z2  . (M6)    z       x  yi       x   yi      x      y   i     x     y  i    x  yi     z.     z     z,  ,  . e z1  .. (M7)     z      x  yi       x       y  i .   x   x    y  i    y  i   x    yi    x    yi      x  yi     x  y  i   z   z      z   z   z,  ,   , z  . (M8) 1 z  1 x  yi   1 x  1 y  i  x  yi  z ..  1 z1  z1 , z1  .. Nas propriedades acima já utilizamos a forma algébrica dos números complexos, uma forma mais versátil para a multiplicação do que aquela definida originalmente. O conjunto dos números complexos,. , munido das operações de adição (A) e de. multiplicação por um número real goza das seguintes propriedades (A0), (A1), (A2), (A3), (A4), (M5), (M6), (M7) e (M8). Portanto,. é um espaço vetorial sobre. .. Notemos que, para todo  x, y   , temos:.  x, y    x,0   0, y    x,0   0, y   0,1  x 1,0  y 0,1 , com. 32. x, y . ..

(34) Assim, 1,0   1 e  0,1  i formam um conjunto de geradores para.  0,1. . Além disso, 1, 0  e. são linearmente independentes. Vamos formalizar esses aspectos num único teorema.. Teorema 2.5 Estrutura de espaço vetorial O conjunto dos números complexos,. , munido das operações de adição, (A) e de. multiplicação por um número real é um espaço vetorial de dimensão dois sobre. .. Uma consequência imediata do teorema 2.5 é que, como espaço vetorial, isomorfo ao. 2. , é. . Assim, um número complexo pode ser visto como um vetor do plano, e vice-. versa.. 33.

(35) 34.

(36) 3 INTERPRETAÇÃO GEOMÉTRICA DE UM NÚMERO COMPLEXO Um número complexo z   x, y   x  yi foi definido como um par de números reais.  x, y  . 2. . O teorema 2.5 permite identificar o número complexo z  ( x, y)  x  yi com o. ponto M  x, y  do plano. . . 2. .. Portanto, seja P o conjunto de todos os pontos de um plano  munido de um sistema de coordenadas cartesianas xOy . Teorema 3.1 A aplicação  :. P;.   z    ( x, y)   ( x  yi)  M  x, y  é uma correspondência. biunívoca. Demonstração. (i)  é sobrejetiva. De fato, dado. M 0  x0 , y0   P , existe e é único o número complexo. z0  x0  y0i; ( z0 )  M 0  x0 , y0  ;   z0   M 0  x0 , y0  .. (ii)  é injetiva. Com efeito, dados M1  x1 , y1  e M 2  x2 , y2   P tais que M1  x1 , y1   M 2  x2 , y2  , então  x1 , y1    x2 , y2  . Portanto, z1   x1 , y1   x1  y1i  x2  y2i   x2 , y2   z2 . Logo,  ( z1 )   ( z2 )  z1  z2 , z1 , z2  .  Definição 3.1 Dado um número complexo z   x, y   x  yi , o ponto M  x, y  é denominado de imagem geométrica do número complexo z . Por sua vez, o número complexo z  x  yi é denominado de coordenada complexa do ponto M  x, y  . Notação: M  z  representará a coordenada complexa do número complexo z . 35.

(37) Figura 1 – M ( x, y) é a imagem geométrica de z  x  yi. Fonte: elaborada pelo autor.. Observemos que a correspondência biunívoca  aplica o conjunto dos números reais, , sobre o eixo dos x . Portanto, o eixo dos x será denominado de eixo real. Analogamente,.  aplica o conjunto dos números complexos imaginários (imaginários puros) no eixo dos y , que, dessa forma, será chamado de eixo imaginário. O plano  , cujos pontos estão biunivocamente associados com os números complexos, é denominado de plano complexo. Há uma segunda forma de caracterizar geometricamente o conjunto dos números.  espaço vetorial de dimensão dois. Basta. complexos decorrente da sua estrutura de. . identificar um número complexo z   x, y   x  yi com o vetor v  OM , onde M  x, y  é a imagem geométrica do número complexo. z. e O é a origem do sistema cartesiano ortogonal. xOy (ver figura 1).. Seja V o conjunto de vetores do plano  cuja origem é a origem O do sistema xOy. Então, podemos definir a aplicação:. :.  V ;   z   OM  v  xi  yj. onde i e j são os versores, respectivamente, do eixo x e do eixo y . 36.

(38) Teorema 3.2 A aplicação  é uma correspondência biunívoca entre. eV.. Demonstração. De fato, dado um vetor v0  xo i  y0 j , com origem em O , a extremidade do vetor. v0. éo. ponto M  x0 , y0  , imagem geométrica do número complexo z0   x0 , y0   x0  yi e, portanto,.  é uma aplicação sobrejetiva. Além disso, sejam z1  z2 .. z1  x1  y1i , z2  x2  y2i . tais que. Então,.  x1  x2    z1  z2  x1  y1i  x2  y2i   e  M 1  z1   M 2  z2   OM 1  OM 2    z1     z2  . y  y  1 2 Neste momento temos as seguintes características do conjunto dos números complexos: 1.. é um corpo.. 2.. é um. relação a 3.. .  espaço vetorial de dimensão dois;   1,i é a base canônica de. com. . 2. e.  V , onde V é o conjunto de vetores do plano.. Falta-nos ainda uma forma de medir distâncias entre números complexos. Definição 3.3 O módulo de um número complexo O módulo de um número complexo z   x, y   x  yi é a distância (euclidiana) entre sua imagem geométrica, M  x, y  , e a origem, O , do plano complexo. Notação: z  d  M , O  ; z é o módulo do número complexo Segue imediatamente da definição que z  x 2  y 2 . 37. z.

(39) Observemos que z  x 2  y 2  0, z . Além disso z  0 se, e somente se, x 2  y 2  0 e, consequentemente, x  y  0 . Então z  0  x  y  0  z  0 .. Definição 3.4 Distância entre números complexos Sejam z1  x1  y1i e z2  x2  y2i dois números complexos arbitrários, a distância, entre z1 e z2 é d  z1 , z2   z1  z2 (ver figura 2). Figura 2 – Distância entre dois números complexos. Fonte: elaborada pelo autor.. Notemos que:. d  z1 , z2   .  x1  x2    y1  y2  2. d  z1 , z2   d  z2 , z1  , z1 , z2 . 2. .  x2  x1    y2  y1  2. 2.  d  z2 , z1  .. e, por definição, d  z1 , z2   0, z1 , z2 . se, e somente se, z1  z2 . Sejam z1 , z2 e z3 números complexos, então. 38. e d  z1 , z2   0.

(40) . . d z ,z  z z  z z  z z  1 2 1 2 1 3 3 2. .  . . .  . = z z  z z  z z  z z  d z ,z d z ,z 1 3 3 2 1 3 3 2 1 3 3 2 . . d  z1 , z2   d  z1 , z3   d  z3 , z2  , z1 , z2 , z3  .. Além disso, temos d  z1 , z2   d  z1 , z3   d  z3 , z2  se, e somente se, M1 , M 2 e M 3 , as imagens geométricas de z1 , z2 e z3 , respectivamente, são pontos colineares no plano complexo. Logo, se, e somente se, z3  z1  k  z2  z3  , para algum k  , k  0. Portanto, está definida sobre. uma distância,. d :   0,   ; d  z1 , z2   z1  z2 , que goza das seguintes propriedades: (D1) Positividade e não degenerência. d  z1 , z2   0, z1 , z2 . e d  z1 , z2   0 se, e somente se, z1  z2 .. (D2) Simetria. d  z1 , z2   d  z2 , z1  , z1 , z2  . (D3) Desigualdade triangular. d  z1 , z2   d  z1 , z3   d  z3 , z2  , z1 , z2 , z3  . Portanto, temos o seguinte Teorema 3.3 O par. . , d  é um espaço métrico.. 39.

(41) 40.

(42) 4 CONJUGADO DE UM NÚMERO COMPLEXO Definição 4.1 Conjugado de um número complexo Considere a função f :. . ; f  z   x  yi, z  , z  x  yi . A função f recebe. o nome de conjugação do número complexo z ; indica-se o conjugado de um número complexo. z por z .  f :. . ; f  z   z , isto é, z  x  yi  x  yi. Figura 3 – Conjugação. Fonte: elaborada pelo autor.. Seja M  x, y  a imagem geométrica de z  x  yi . Observemos que a imagem ' geométrica de z  x  yi é o ponto M  x,  y  . Isto é, M ' é a reflexão de M em relação ao. eixo real do plano complexo. Além disso, f é bijetiva. De fato, dado M  x, y  , imagem geométrica do número complexo z  x  yi então M 0  x,  y  , imagem geométrica do número complexo z '  x  yi, é tal que f  z '  z '  x  yi  x  ( y)i  x  yi  z. Logo, f é sobrejetiva.. 41.

(43) Sejam. z1. e. z2. dois números complexos tais que f  z1   f  z2  , então.  x2  x1  0  z1  z2  x1  y1i  x2  y2i   x2  x1    y2  y1  i  0   e  y  y  0  2 1 __. __.  x1  x2    e  z1  z2 e, portanto, f é injetiva. y  y 2  1 Observemos também que:. z  x2  y 2  x2    y   z 2. Portanto, z  z , z  . Logo, a conjugação em. preserva o módulo de um número complexo.. Vamos, agora, retornar ao conceito de divisão em. .. Dados z1   x1 , y1   x1  y1i e z2   x2 , y2   x2  y2i  complexo z   x, y   x  yi chama-se quociente de z1 por z2 indica-se z . , com. z2  0. , então o número. se, e somente se, z2  z  z1 e. z1 . z2. Vamos rever a obtenção de z , usando-nos da conjugação: z2  z  z1. (1). Como z2  0 , vamos multiplicar (1), dos dois lados, por z2 : z2   z2  z   z2  z1   z2  z2  z  z1  z2  z2  z  z1  z2  z . 42. z1  z2 z2. 2. ..

(44) Observe que: z21 . x y x yi z 1  2 2 2  2 2 2 i  22 22  2 2 . z2 x2  y2 x2  y2 x2  y2 z2. Consequentemente, __. z z z 1 z  1  z1   z1  z21  1 22 . z2 z2 z2. Exemplo 4.1 Calcular z . 5i 1 .  3  4i 4  3i. Resolução. z.  5  i  3  4i    4  3i    11  23i  4  3i  5i 1   3  4i 4  3i  3  4i  3  4i   4  3i  4  3i  9  16i 2 16  9i 2 11  23i 4  3i 15  20i 5  3  4i  3  4i 3 4       i 25 25 25 25 5 5 5. .  z. 3 4  i. 5 5. Teorema 4.1 Propriedades do conjugado de um número complexo (1) z  z se, e somente se, z  ; (2) z  z , z . (a conjugação é idempotente);. (3) z  z  z , z  ; 2. (4) z1  z2  z1  z2 , z1 , z2  (5) z1  z2  z1  z2 , z1 , z2  ___. (6) z 1   z  , z  1. *. (o conjugado da soma é a soma dos conjugados); (o conjugado do produto é o produto dos conjugados);. (o conjugado do inverso é o inverso do conjugado); 43.

(45) __. z  z (7)  1   __1 , z1 , z2  , com z2  0 ( o conjugado da divisão é a divisão dos conjugados);  z2  z2 (8) Re  z  . zz zz e Im  z   , z  2 2i. .. Demonstração. (1) Seja z  ; z  x  yi então z  z  x  yi  x  yi  2 yi  0  y  0  z . ;. (2) Seja z  ; z  x  yi então z  x  yi e z  x    y  i  x  yi  z ; (3) Seja z  ; z  x  yi então z  x  yi ; Logo z  z   x  yi  x  yi   x 2   yi   x 2  y 2  z  0 . 2. (4) Sejam. z1  x1  y1i. ________. e. z2  x2  y2i , z1 , z2 . 2. ;. ____________________________. __. __. Então z1  z2   x1  x2    y1  y2  i   x1  x2    y1  y2  i   x1  y1i    x2  y2  i  z1  z2 . (5) Sejam _____. z1  x1  y1i. e. z2  x2  y2i , z1 , z2 . ________________________. z1 z2 . , então. ________________________________________.  x1  y1i  x2  y2i    x1x2  y1 y2    x1 y2  x2 y1  i   x1x2  y1 y2    x1 y2  x2 y1  i  __ __.   x1  y1i  x2  y2i   z1 z2 ; 1 (6) Seja z  x  yi, z  \ 0 , então z   1 e, pelos itens (1) e (5), temos: z. _____. ____. _____. _____. 1 1 1 z   1  z     1  z  z 1  1  z 1   z  ; z z.  . 44.  .

(46) _____. __________. _____. __. z   1  __  1  __ 1 __ 1 z (7)  1    z1    z1    z1 __  z1 __  __1 .  z2   z2   z2  z2 z2 z2. (8) Seja z  x  yi, z . , então:. z  z  x  yi  x  yi  2 x  2 Re  z   Re( z ) . zz ; 2. e z  z  x  yi   x  yi   2 yi  2 Im  z  i  Im  z  . zz . 2i.  Teorema 4.2 Propriedades do módulo de um número complexo O módulo de um número complexo goza das seguintes propriedades: (1)  z  Re  z   z e  z  Im  z   z , z  ; (2) z  0, z  . Além disso, z  0 se, e somente se, z  0 ; (3) z   z  z , z  ; (4) z  z  z , z  2. ;. (5) z1  z2  z1  z2 , z1 , z2  ; (6) z1  z2  z1  z2  z1  z2 , z1 , z2  ; 1. (7) z 1  z , z . (8). *. ;. z z1  1 , z1 , z2  , z2  0; z2 z2. (9) z1  z2  z1  z2  z1  z2 , z1 , z2 . .. 45.

(47) Demonstração. Sejam z  x  yi ,. z1  x1  y1i. e. z2  x2  y2i ,. todos números complexos. Então:. (1) y 2  0  x2  y 2  x2  x2  y 2  x2  z  x   z  x  z   z  Re  z   z x2  0  x2  y 2  y 2  x2  y 2 . y2  z  y   z  y  z .   z  Im  z   z . (2) Já foi demonstrado. (3). z  z , z  . Já foi demonstrado. Vamos mostrar que z   z . Com efeito,. z  x2  y 2 .  x   y  2. 2.  z .. (4) Já foi demonstrado. (5) z1 z2   x1 x2  y1 y2    x1 y2  x2 y1   2. 2. 2.  x12 x22  2 x1 x2 y1 y2  y12 y22  x12 y22  2x1 x2 y1 y2  x22 y12 . . . .  .  x12 x22  y22  y12 x22  y22  x12  y12.  x. 2 2. .  y22  z1. 2. z2. 2. Portanto, z1 z2  z1 z2 ..  ________   .  __ . __.  . __. __. __. __. (6) z1  z2   z1  z2   z1  z2    z1  z2   z1  z2   z1 z1  z1 z2  z1 z2  z2 z2  2. ______ __. __ 2 2 2 2 2  __   z1  z1 z2  z1 z2  z2  z1  2 Re  z1 z2   z2  z1  2 z1 z2  z2    2. __.   z1  z2. . 2. Portanto, z1  z2  z1  z2. 46. (I).

(48) z1   z1  z2     z2   z1  z2   z2  z1  z2  z2  z1  z2  z1  z2. (II). De (I) e (II), temos:. z1  z2  z1  z2  z1  z2 . (7) z11 . (8). 1 z 1 1 1 1 1  2  z 2  2  z  2 z   z . z z z z z z. z z1 1 1 1  z1   z1   z1   1 . z2 z2 z2 z2 z2. (9) z1   z1  z2   z2  z1  z2  z2  z1  z2  z1  z2 z1  z2  z1    z2   z1   z2  z1  z2 . z1  z2  z1  z2  z1  z2 . Observação importante..  __  z1  z2  z1  z2  Re  z1 z2   z1 z2  z1  t  z2 , onde t é um número real não   negativo. Demonstração. Sejam z1 , z2 . tais que z1  z2  z1  z2 . Se z1  0. ou z2  0 , a cadeia de. implicações segue imediatamente. Portanto, suponhamos que z1  0 e z2  0 . Então, __________ __ __ __ __ 2  __ __  z1  z2   z1  z2  z1  z2    z1  z2   z1  z2   z1 z1  z1 z2  z1 z2  z2 z2   . 2 2 2 2  __ __   z1   z1 z2  z1 z2   z1  z1  2 z1 z2  z2  . 47.

(49) __. __. Portanto, z1 z2  z1 z2  2 z1 z2. __. __. ______ __. __.  .  . __. Notemos que z1 z2  z1 z2  z1 z2  z1 z2  2 Re  z1 z2  e, consequentemente,.  __  Re  z1 z2   z1 z2   Suponhamos que z1  x1  y1i. (III). e z2  x2  y2i , com x1 , x2 , y1 , y2 . __. z1 z2   x1  y1i  x2  y2i    x1x2  y1 y2    x2 y1  x1 y2  i . Por (1), segue-se que x1 x2  y1 y2  x12  y12 x22  y22   x1 y2  x2 y1   0  x1 y2  x2 y1  0 2. __. Portanto, z1 z2  __. Por sua vez, z1 z2  z1 z2  k  0 , pois z1  0 e z2  0 . __. Então, z1 z2  z2  kz2 z2  0. Portanto, z1  z2  kz2  z1  2. k z2. 2.  z2. t 0. Fazendo t . k z2. 2. . e t  0 , temos:. z1  tz2. Reciprocamente, se z1  tz2 , com t  0 , temos:.  . __.  . (i) Se t  0 então z1  z2  0 e Re  z1 z2   0 ; portanto, z1  z2  z1  z2 ;. 48. , então.

(50) (ii) Se t  0 , então . z1  tz2. ___________ _________    __ _____  __  __ __  __ 1 1 1      __  Re  z1 z2    z1 z2  z1 z2     tz2  z2   tz2  z2    t  z2 z2   t  z2 z2     2  2     2           __. 1 2 2  2   t z2  t z2   t z2  t z2 z2  t z2 z2  tz2 z2  z1 z2 .  2   _______. Finalmente, __________ __ __ __ __ 2  __ __  z1  z2   z1  z2  z1  z2    z1  z2   z1  z2   z1 z1  z1 z2  z1 z2  z2 z2   . ______ __.  z1  z1 z2  z1 z2  z2  z1  2 z1 z2  z2   z1  z2 2. __. 2. 2. 2. . 2.  __  2Re z1 z2   . Portanto, z1  z2  z1  z2 . . 49.

(51) 50.

(52) 5 POTÊNCIAS INTEIRAS DE UM NÚMERO COMPLEXO NÃO NULO Definição 5.1 Seja z  ; z  0 , então:  z0  1  z1  z   z n  z  z n 1 , n  , n  2   z n  z 1  n , n  , n  0 .  . Além disso, para todo inteiro m , m  1 , temos: 0m  0 .. Teorema 5.1 Propriedades das potências inteiras de um número complexo Para todos os números complexos z, z1 , z2 . *. e para todos os inteiros m e n :. (P1) z m  z n  z mn ;. zm mn (P2) n  z ; z (P3)  z m   z mn ; n. P4)  z1  z2   z1n  z2n ; n. n.  z1  z1n (P5)    n .  z2  z2 Demonstração: e n  0 , para todo z . Observemos que mesmo quando n . z n  z  z n1 . Com efeito, se n .  . z  z n1  z  z 1. p 1. *.   0 ,. e n  0 , então n  p  0 e, portanto.   . .     z    z . p  z   z 1 z 1   z  z 1 z 1  . 51. p. 1. p. 1. n.  zn.

(53) (P1) Suponhamos que um dos expoentes é inteiro e não negativo. Por exemplo, n  0 e fixemos m . Por indução sobre n , temos:  Se n  0 , então z m  z 0  z m 1  z m0 .  Suponhamos que para algum inteiro r , r  0 , tenhamos. z m  z r  z m r . Então, z m  z r 1  z m  ( z r  z ). . a muliplicação em é associativa. z. m. .  zr  z. . Hipótese. z mr  z  z . m  r  1. .. , com m  0 e n  0 , então m  n  0 e, consequentemente,. Por último, se m, n.  . z m n  z 1.  m n.   m   n .  .  z 1.   z .  z 1. m. 1. n.  zm  zn .. Também notemos que. z  n. 1.  .  z. 1. n. n. 1     z  n , z  z. *. e n  .. De fato, pela propriedade (P1), temos: (i) z  n  z n  z  nn  z 0  1. Portanto,  z n   z  n 1. (ii)  z n    z 1  1. e. z  n. 1.  z n (inversos muliplicativos) .. n. Por indução finita, temos:  Se n  0 , então  z 0   11  1   z 1  . 1. 0.  Suponhamos que  z r    z 1  , r  ; r  0. Então, 1. z  1. r 1. r.      r.  z 1  z 1.  P1. . Hipótese. z  r. 1. .  z 1  z  r  z 1  z ( r 1)  z r 1 (i ). 52. (P1). . 1. ..

(54) Se n . e n < 0, então. z  n. n. 1.  .  z 1  Por definição  . zm 1 1 (P2) n  z m  n  z m     z m z 1 z z z.  . n. n.  . 1.  .  z 1. (i ). n. ..  z m  z  n  z m  n   z m  n .. (P3) i) m, n  , com n  0. Fixemos. m. e provemos por indução sobre n .. Para n  0 , temos:. z  m. 0.  1  z m0. Suponhamos que para r  , r  0 , temos:. z  m. r.  z mr. (1). Então, multiplicando os dois lados de (1) por a m , temos: z m   z m   z m  z mr   z m  r. r 1. m r 1  z mmr  z mr m  z  . (ii) m, n  , com m  0 e n  0. z   z  m. n. m. n. .  z  m. . .  z . . .  z 1. 1  n. 1. . m n.  .  z 1. (iii) m, n  , com m  0 e n  0. z  m. n. .  z. 1. m n.  .  mn.  z mn. (iv) m, n  , com m  0 e n  0.  z m     z 1  n. m. . 53. n.  .   z 1  .  mn.  z mn.  mn.  z mn.

(55) (P4) Se n  0 , então.  z1  z2 . 0. .  1 e z1  1 e z2  1 0.  z1  z2 . 0. 0.  z10  z20. Suponhamos que  z1  z2   z1r  z2r , r  , r  0 . Então r.  z1  z2 . r 1. . . . r. Se n  0 , então (i)  z1  z2   z11  z21 ; de fato, 1.  z1  z2  (ii)  z1  z2   n. n.  z  z     z 1  n. 1. . 1 1. 2.  z1  1 (P5)    z1  z2  z2 . . n. . .   z1  z2    z1  z2   z1r  z2r   z1  z2   z1r  z1  z2r  z2  z1r 1  z2r 1.  . z  z n 1.  z21. 1. . n. 1. . 1 1 1    z11  z21 z1  z2 z1 z2.   :z .  z11. n. n. n. 1 2. n.  z1n  z2n. 1 z1n n 1  z     z1  n  n z2 z2  z2  n 1. 54.

(56) 5.1 POTÊNCIAS INTEIRAS DE i Observemos a tábua de multiplicação (de números complexos) do conjunto. G  1, i, 1, i . Como todos têm módulo unitário, suas imagens geométricas são os vértices de um quadrado inscrito na circunferência unitária (circunferência de centro na origem e raio unitário). Tabela 1 – Tábua de multiplicação do conjunto G  1, i, 1, i. . 1. i. 1. i. 1. 1. i. 1. i. i. i. 1. i. 1. 1. 1. i. 1. i. i. i. 1. i. 1. Fonte: elaborada pelo autor.. Observemos que: (i) i e i são inversos multiplicativos um do outro, já que  i   i  i   i   1 (ii) i 0  1 ; i1  i ; i 2  1 ; i 3  i ; i 4  1.  i . 0.  1 ;  i   i ;  i   1 ;  i   i ;  i   1 1. 2. 3. 4. (iii) Como G  1, i, 1, i é fechado para a multiplicação de números complexos, então i n  G , n  .. 55.

(57) Pelo algoritmo euclidiano de divisão, segue-se que i n  i 4k r , com k . e r  0,1, 2. ou 3 ..  . Se r  0 , então i n  i 4k  i 4. k.  . Se r  1 , então i n  i 4k 1  i 4. k.  1;  i  1 i  i ;.  . Se r  2 , então i n  i 4k 2  i 4.  . Se r  3 , então i n  i 4k 3  i 4. k.  i 2  1  1  1 ;. k.  i3  1  i   i ;. Figura 4 – Potências inteiras de i. Fonte: elaborada pelo autor.. Demonstramos, portanto, o teorema seguinte. Teorema 5.2.1 Potências inteiras de i n Para qualquer número inteiro, n , i 1, i, 1, i , onde i é a unidade imaginária. Além. disso: in  ir ,. onde r é o (único) resto da divisão euclidiana de n por 4. 56.

(58) Exemplos.  . i105  i  4261  i 4. 26. i 701  i.  . 4 176  3.  i  1 i  i.  i4. 176.  i 3  1 i 3  i. Um fato importante sobre as potências inteiras de i refere-se à estrutura algébrica do par  G,  , que é um grupo cíclico de ordem 4 . Observemos que multiplicar um número complexo z  x  yi , z  0 , pela unidade imaginária, i , é equivalente a uma rotação do número complexo z de.  2. radianos em torno. da origem no sentido anti-horário. Analogamente, a multiplicação de um número complexo por. i é equivalente a uma rotação do número complexo z de  radianos em torno da origem no 2. sentido horário. Portanto, i 2 pode ser interpretado como duas multiplicações consecutivas do número  complexo z  1 por i , isto é, duas rotações consecutivas de radianos do número complexo 2. z  1 em torno da origem no sentido anti-horário. Assim, i 2  1 .. 57.

(59) 58.

(60) 6. INTERPRETAÇÃO. GEOMÉTRICA. DAS. OPERAÇÕES. DE. ADIÇÃO. E. MULTIPLICAÇÃO POR NÚMERO REAL 6.1 ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO Sejam z1  x1  y1i e z2  x2  y2i números complexos tais que v1  x1i  y1 j e. v1  x2i  y2 j , são, respectivamente, seus vetores associados. Então, z1  z2   x1  x2    y1  y2  i e. z1  z2   x1  x2    y1  y2  i A soma e a diferença dos vetores são:. v1  v2   x1  x2  i   y1  y2  j e v1  v2   x1  x2  i   y1  y2  j Logo, z1  z2 corresponde a v1  v2 e z1  z2 , por sua vez, corresponde a v1  v2 (ver figura 5). Figura 5 – Adição e subtração de números complexos. Fonte: elaborada pelo autor. 59.

(61) Portanto, a adição e a subtração de números complexos correspondem, geometricamente, à adição e à subtração de vetores do plano (regra do paralelogramo). 6.2 MULTIPLICAÇÃO POR UM NÚMERO REAL Seja z  x  yi um número complexo. Então v  xi  yj é seu vetor correspondente. Se k é um número real, então kz  kx  kyi , cujo vetor correspondente é. kv   kx  i   ky  j . Observemos que se k  0 , então os vetores kv e v têm mesma direção e mesmo sentido, além disso. kv  k v  k v . Por sua vez, se k  0 , então os vetores kv e v têm mesma direção e sentidos opostos, e. kv  k v  k v (ver figura 6). Se k  0 , então kv  0 . Figura 6 – Multiplicação de um número complexo por um número real. Fonte: elaborada pelo autor. 60.

(62) 7 FORMA TRIGONOMÉTRICA OU POLAR DOS NÚMEROS COMPLEXOS Definição 7.1 Dado um número complexo não nulo z  x  yi , chama-se argumento principal de z , o ângulo  , 0    2 , determinado pelo semieixo real positivo e o vetor OM , onde M é a imagem geométrica de. z. Notação:   arg  z  (ver figura 7). Se. z  0 , então M   0,0  ;. portanto, OM  0 e não se define   arg  z  . Figura 7 – Forma trigonométrica ou polar de um número complexo. Fonte: elaborada pelo autor.. Definição 7.2 Forma trigonométrica ou polar dos números complexos Consideremos o número complexo não nulo, z  x  yi , cuja imagem geométrica é o ponto M ( x, y) , representado na figura 8. O triângulo OMM1 é retângulo em M 1 , logo:  r  x2  y 2  z. OM 1 x x   cos   OM  z  r  x  r cos    e  e     MM 1 y y  y  r sen sen     OM z r  61.

(63) Portanto,. z  r  cos   isen  ou z  r  , onde r  0,   e   0, 2  , são as coordenadas polares da imagem geométrica, M , de z. Notemos que.   arg z. . Se. . z  r cos  *  isen *  r  cos   isen  , uma vez que.  * ; *    2k , k  . Isto é,.    *  2k , k . é a menor determinação positiva de um arco. (  e  * são côngruos módulo 2 ).. z  0,. então. z  0  cos  isen   0,   .. Portanto,. se. r  z e  =argz estão univocamente determinados. Assim, dois números complexos não nulos, z1 e z2 , onde. z1  r1  cos1  isen1  e z2  r2  cos2  isen2  , são iguais se, e somente se,. r1  r2   e      2k , k  1 2. .. Exemplo 7.1 Vamos encontrar a forma trigonométrica do seguintes número complexo:. z  2  2i. . r1  z1 .  2. 2.  22  8  2 2. x1 2 2    r1 2 2 2   y1 2 2  sen1    r1 2 2 2 . cos 1 . 12 quadrante. . 1   .  4. Portanto, 62. . 3 . 4. z 0,.

(64) 3   3 z1  2 2  cos  isen  . 4 4   Figura 8 – Forma trigonométrica do número complexo z  2  2i. Fonte: elaborada pelo autor..  . Exemplo 7.2 Dado o número complexo z  2  cos. 11 11   sen i  , vamos escrevê-lo na forma 6 6 . algébrica.. 11   11 z  2  cos  sen i  , mas 6 6   11  3  cos  6 6 2 11  1 sen  sen  sen   6 6 2 cos   cos. r z 2  3 1   i   3  i 2 2  . Logo, z  2 . 63.

(65) Exemplo 7.3 Casos notáveis . 1  cos 0  sen 0i ;. . i  cos. . 1  cos   sen  i ;. . i  cos.  2.  sen.  2. i. 3 3  sen i . 2 2. 7.1 MULTIPLICAÇÃO E DIVISÃO NA FORMA TRIGONOMÉTRICA 7.1.1 Multiplicação Dados z1  r1  cos 1  isen1  e z2  r2  cos 2  isen2  , temos: z1  z2  r1  cos 1  isen1   r2  cos2  isen2    r1r2  cos 1  isen1  cos 2  isen2   r1r2  cos 1  2   isen 1  2   (1). Notemos que, novamente, z1 z2  z1  z2 . Além disso, a multiplicação de números complexos pode ser estendida para um número de fatores n, n . e n  2 . Isto é, seja. zk  rk  cosk  icosk  , k  1, 2,..., n . Então z1  z2  ...  zk  r1  r2  ...  rk  cos 1  2  ...  k   isen 1  2  ...  k   ,. cuja demonstração faremos por indução finita. Já justificamos que a fórmula é válida para n  2 . Portanto, suponhamos que ela é válida para algum n  , n  2 , isto é, se zk  rk  cos k  isenk  , k  1, 2,..., n , então z1  z2  ...  zk  r1  r2  ...  rk  cos 1  2  ...  k   isen 1  2  ...  k   .. Logo,. 64.

(66) z1  z2  z3  ...  zk 1   z1  z2  ...  zk  zk 1   r1  r2  r3  ...  rk  cos 1  2  ...  k   isen  cos 1  2  ...  k  rk 1  cos k 1  isenk 1     r1  r2  ...  rk  rk 1 cos 1  2  ...  k   k 1   isen 1  2  ...  k   k 1    r1  r2  ...  rk 1 cos 1  2  ...  k 1   isen 1  2  ...  k 1 . Provamos, portanto, os dois teoremas seguintes. Teorema 7.1 Sejam z1 , z2 . tais que z1  r1  cos 1  isen1  e z2  r2  cos 2  isen2  , então. z1  z2  r1  r2  cos 1  2   isen 1  2  . Teorema 7.2 Sejam zk . (1). , k  1, 2,3,..., n , com n  2 , números complexos. Então n n n   z  r cos   i sen k  (2)     k k  k k 1 k 1 k 1 k 1   n. Exemplo 7.4 Sejam z1  1  i e z2  3  i . Então. 11    11   isen z1  2  cos  isen  , z2  2  cos 6 6 4 4      11 z1  z2  2 2  cos   6 4 .  , . 25 25    11     isen   isen      2 2  cos 6  12 12  4 .   .      2 2  cos  isen  . 12   12 Teorema 7.3 (1ª Fórmula de De Moivre) Para z  r  cos   isen  , z  0 e n  , temos: z n  r n  cos  n   isen  n   .. Demonstração: Suponhamos que n . z  z1  z2  ...  zn , e obteremos 65. e n  0 , apliquemos a fórmula (2) com.

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