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Estudo e implementação de um driver para acionamento de lâmpadas LED em iluminação residencial.

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Academic year: 2021

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(1)

UNIVERSIDADE TECNOL ´OGICA FEDERAL DO PARAN ´A DEPARTAMENTO ACAD ˆEMICO DE EL ´ETRICA

CURSO DE ENGENHARIA EL ´ETRICA

LUCAS OLDONI

ESTUDO E IMPLEMENTAC

¸ ˜

AO DE UM DRIVER PARA

ACIONAMENTO DE L ˆ

AMPADAS LED EM ILUMINAC

¸ ˜

AO

RESIDENCIAL

TRABALHO DE CONCLUS ˜AO DE CURSO

PATO BRANCO 2017

(2)

LUCAS OLDONI

ESTUDO E IMPLEMENTAC

¸ ˜

AO DE UM DRIVER PARA

ACIONAMENTO DE L ˆ

AMPADAS LED EM ILUMINAC

¸ ˜

AO

RESIDENCIAL

Trabalho de Conclus ˜ao de Curso de graduac¸ ˜ao, apresentado `a disciplina de Trabalho de Conclus ˜ao de Curso 2, do Curso de Engenharia El ´etrica da Coordenac¸ ˜ao de Engenharia El ´etrica - CO-ELT - da Universidade Tecnol ´ogica Federal do Paran ´a - UTFPR, C ˆampus Pato Branco, como requisito parcial para obtenc¸ ˜ao do t´ıtulo de Engenheiro Eletricista.

Orientador: Prof. Dr. Diogo Vargas

PATO BRANCO 2017

(3)

TERMO DE APROVAC¸ ˜AO

O Trabalho de Conclus ˜ao de Curso intituladoESTUDO E IMPLEMENTAC¸ ˜AO DE UM DRIVER PARA ACIONAMENTO DE L ˆAMPADAS LED EM ILUMINAC¸ ˜AO RE-SIDENCIAL do acad ˆemico Lucas Oldoni foi considerado APROVADO de acordo com a ata da banca examinadoraN170 de 2017.

Fizeram parte da banca examinadora os professores:

Prof. Dr. Diogo Vargas

Prof. Me. Cleidimar Nardi

(4)

Aos meus pais, por n ˜ao medirem esforc¸os na criac¸ ˜ao, educac¸ ˜ao e incentivo aos seus filhos.

(5)

AGRADECIMENTOS

Agradec¸o primeiramente aos meus pais, por terem sido a base de tudo que um dia conquistei, e pilares do meu desenvolvimento pessoal. Ao professor Diogo Vargas, por sua disponibilidade, confianc¸a, e contribuic¸ ˜oes ao longo desse trabalho. Aos demais colegas de curso e amigos, em especial ao acad ˆemico Otavio Augusto Gomes pela parceria e companheirismo ao longo da graduac¸ ˜ao e das gest ˜oes de Centro Acad ˆemico.

(6)

”A Terceira Lei de Newton. A ´unica forma dos ho-mens chegarem a algum lugar ´e deixando algo para tr ´as.”

(7)

RESUMO

OLDONI, Lucas. Estudo e Implementac¸ ˜ao de um Driver para Acionamento de L ˆampadas LED em Iluminac¸ ˜ao Residencial. 2017. 75 f. Trabalho de Conclus ˜ao de Curso - Curso de Engenharia El ´etrica, Universidade Tecnol ´ogica Federal do Paran ´a. Pato Branco, 2017.

Este trabalho apresenta o estudo e a implementac¸ ˜ao de um driver para acionamento de l ˆampadas LED com fins residenciais. Inicialmente, s ˜ao definidos os conceitos b ´asicos necess ´arios para o estudo comparativo de l ˆampadas LED com as demais for-mas de iluminac¸ ˜ao residencial. Em seguida, s ˜ao apresentadas as poss´ıveis t ´ecnicas de acionamento de LEDs, e s ˜ao introduzidos, nesse contexto, os conversores CC-CC chaveados. O estudo ´e direcionado ao conversor CC-CC buck-boost, o qual promove a correc¸ ˜ao ativa de fator pot ˆencia quando operado em modo de conduc¸ ˜ao descont´ınua. O projeto do conversor ´e realizado para atender o ponto de operac¸ ˜ao definido para a carga de LEDs, e ´e validado por meio de simulac¸ ˜oes computacionais. O prot ´otipo do driver ´e implementado em placas de circuito impresso e s ˜ao comparados os resulta-dos pr ´aticos com os de simulac¸ ˜oes.

(8)

ABSTRACT

OLDONI, Lucas. Study and Implementation of a LED bulb driver in residential lighting. 2017. 75 p. Final Paper - Electrical Engineering Course, Universidade Tec-nol ´ogica Federal do Paran ´a. Pato Branco, 2016.

This work presents the study and implementation of a LED bulb driver for residencial purposes. Initially, the basic concepts necessary for the comparative study of LED lamps with the other forms of residential lighting are defined. Then, the possible tech-niches of LED driving are presented, and are introduced, in this context, the DC-DC switched converters. The study is directed to the DC-DC buck-boost converter, witch enables the active power factor correction when operating on discontinuous conduc-tion mode. The converter project is performed to meet the operating point set for the LED load, and it is validated by computer simulations. The driver prototype is imple-mented in printed circuit boards and the practical results are compared with those of simulations.

(9)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Junc¸ ˜ao P-N do LED . . . 17

Figura 2: LEDs de pot ˆencia . . . 18

Figura 3: Modelo el ´etrico equivalente do LED . . . 18

Figura 4: Forma de onda da tens ˜ao de sa´ıda do retificador de onda completa 19 Figura 5: Corrente no elemento magn ´etico de um conversor CC-CC ope-rando em MCD . . . 24

Figura 6: Formas de onda de tens ˜ao e corrente de entrada do conversor buck-boost PFC . . . 25

Figura 7: Conversor buck-boost PFC . . . 26

Figura 8: Circuito simplificado do conversor buck-boost . . . 26

Figura 9: Conversor buck-boost durante sua primeira etapa de operac¸ ˜ao 26 Figura 10: Conversor buck-boost durante a segunda etapa de operac¸ ˜ao . 27 Figura 11: Terceira etapa de operac¸ ˜ao do conversor buck-boost operando em MCD . . . 28

Figura 12: Curva de tens ˜ao versus corrente sobre o LED utilizado . . . 34

Figura 13: Modelo el ´etrico equivalente do LED a ser utilizado . . . 35

Figura 14: Corrente no indutor do conversor buck-boost PFC . . . 36

Figura 15: Disposic¸ ˜ao das correntes no conversor buck-boost PFC durante a segunda etapa de operac¸ ˜ao . . . 36

Figura 16: Formas de onda caracter´ısticas do buck-boost em MCD . . . . 37

Figura 17: Retificador de onda completa . . . 39

Figura 18: Forma de onda da tens ˜ao de sa´ıda do retificador de onda completa 40 Figura 19: N ´ucleo magn ´etico tipo E-E . . . 41

Figura 20: Disposic¸ ˜ao geral dos componentes externos ao CI SG3524 . . 44

Figura 21: Circuito de acionamento da chave semicondutora . . . 44

(10)

Figura 23: Esforc¸os de tens ˜ao sobre os diodos da ponte retificadora . . . . 47 Figura 24: Esforc¸os de corrente sobre os diodos da ponte retificadora . . . 47 Figura 25: Forma de onda de tens ˜ao e corrente na sa´ıda do driver . . . 48 Figura 26: Forma de onda da corrente no indutor obtida por simulac¸ ˜ao . . 48 Figura 27: Forma de onda da corrente de entrada do driver com

carac-ter´ıstica pulsada . . . 49 Figura 28: Disposic¸ ˜ao do filtro de entrada no circuito . . . 50 Figura 29: Circuito completo utilizado para simulac¸ ˜ao . . . 51 Figura 30: Forma de onda da corrente de entrada do driver ap ´os a inserc¸ ˜ao

do filtro de entrada e das demais resist ˆencias . . . 51 Figura 31: Amostra em frequ ˆencia da corrente de entrada do driver com

filtro de entrada . . . 52 Figura 32: Tens ˜ao e corrente de sa´ıda do driver com filtro de entrada . . . 52 Figura 33: Esforc¸os de tens ˜ao sobre os terminais drain e source da chave 53 Figura 34: Envolt ´orio dos sinais de tens ˜ao e corrente na entrada do driver

com filtro . . . 53 Figura 35: Fotografia do prot ´otipo implementado . . . 54 Figura 36: Raz ˜ao c´ıclica (CH 1 - 5 V/div) - Escala de tempo: 10 µs/div . . . 55 Figura 37: Tens ˜ao no MOSFET (CH 1 - 50 V/div) - Escala de tempo: 10

µs/div . . . 56 Figura 38: Corrente de sa´ıda (CH 1 - 200 mV/div) - Escala de tempo: 5

ms/div . . . 56 Figura 39: Tens ˜ao de sa´ıda (CH 1 - 5 V/div) - Escala de tempo: 10 ms/div . 57 Figura 40: Corrente de entrada (CH 1 - 100 mV/div) - Escala de tempo:

5 ms/div Tens ˜ao de entrada (CH 2 - 50 V/div) - Escala de tempo: 5 ms/div . . . 57 Figura 41: Formas de onda de tens ˜ao e corrente de entrada experimentais

do driver . . . 58 Figura 42: Comparac¸ ˜ao dos resultados obtidos com os valores admitidos

(11)

Figura 43: Comparac¸ ˜ao dos resultados obtidos com os valores admitidos pela norma IEC 61000-3-2 Classe C . . . 60

(12)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Comparativo de custo-benef´ıcio entre l ˆampadas comercializadas no Brasil para uso residencial . . . 22 Tabela 2: Comparativo do fluxo luminoso entre l ˆampadas comercializadas

no Brasil para uso residencial . . . 22 Tabela 3: Comparativo do fluxo luminoso entre l ˆampadas comercializadas

no Brasil para uso residencial nos dias atuais . . . 22 Tabela 4: Limites da IEC 61000-3-2 para equipamentos da Classe D com

P<25 W que se enquadram na Classe C . . . 30 Tabela 5: Par ˆametros para o projeto do driver . . . 33 Tabela 6: Par ˆametros para o projeto do indutor . . . 41 Tabela 7: Componentes utilizados no driver de acionamento da chave

se-micondutora . . . 45 Tabela 8: Par ˆametros utilizados para realizac¸ ˜ao das simulac¸ ˜oes . . . 46 Tabela 9: Resultados obtidos atrav ´es de simulac¸ ˜ao . . . 54 Tabela 10: Par ˆametros utilizados para implementac¸ ˜ao pr ´atica do driver . . . 54 Tabela 11: Resultados experimentais de harm ˆonicos em relac¸ ˜ao a classe D

da norma IEC61000-3-2 para equipamentos que se enquadram na classe C (625 W) . . . 59 Tabela 12: Resultados experimentais de harm ˆonicos em relac¸ ˜ao a classe C

da norma IEC61000-3-2 (>25 W) . . . 60 Tabela 13: Comparac¸ ˜ao dos resultados experimentais e de simulac¸ ˜ao . . . 61

(13)

LISTA DE S´IMBOLOS

ϕ Fluxo luminoso

A Area de incid ˆencia de luz´ L Lumin ˆancia

I Intensidade luminosa VBU S Tens ˜ao de Barramento CC

VCA Tens ˜ao eficaz da rede

ton Tempo da chave fechada

∆il1 Variac¸ ˜ao de corrente no indutor durante a primeira etapa

tof f Tempo da chave aberta

∆il2 Variac¸ ˜ao de corrente no indutor durante a segunda etapa

S Pot ˆencia aparente VRM S Tens ˜ao el ´etrica eficaz

IRM S Corrente el ´etrica eficaz

F P Fator de pot ˆencia P Pot ˆencia m ´edia fr Frequ ˆencia da rede

fs Frequ ˆencia de comutac¸ ˜ao

η Rendimento te ´orico do conversor ∆Vo Ondulac¸ ˜ao m ´axima de tens ˜ao na carga

∆io Ondulac¸ ˜ao m ´axima de corrente na carga

Vp Tens ˜ao de pico de entrada

Kw Fator de utilizac¸ ˜ao da janela

Bmax Densidade de fluxo m ´axima

Jmax Densidade de corrente m ´axima

Lbb Valor do indutor do conversor buck-boost

Ae Area efetiva do n ´ucleo´

N N ´umero de espiras

lg Comprimento do entreferro

Scond Sec¸ ˜ao do condutor

(14)

ρf io Resistividade do condutor

lespira Comprimento m ´edio de uma espira

Rf io Resist ˆencia do indutor

fs Frequ ˆencia de comutac¸ ˜ao

D1 Raz ˜ao c´ıclica

Lbb Indut ˆancia

Cbb Capacit ˆancia

Dbb Diodo do conversor

Dr Diodos da ponte retificadora

RDSon Resist ˆencia da chave semicondutora

Po Pot ˆencia na carga

(15)

SUM ´ARIO

1 INTRODUC¸ ˜AO . . . 15

1.1 OBJETIVO GERAL E OBJETIVOS ESPEC´IFICOS . . . 15

1.2 ESTRUTURA GERAL . . . 16

2 FUNDAMENTAC¸ ˜AO TE ´ORICA . . . 17

2.1 DIODOS EMISSORES DE LUZ . . . 17

2.1.1 Modelo El ´etrico do LED . . . 18

2.2 CONCEITOS RELACIONADOS `A ILUMINAC¸ ˜AO . . . 19

2.2.1 Luz . . . 19

2.2.2 Fluxo luminoso . . . 20

2.2.3 Intensidade luminosa . . . 20

2.2.4 Ilumin ˆancia . . . 20

2.2.5 Lumin ˆancia . . . 20

2.3 LED E AS ATUAIS SOLUC¸ ˜OES EM ILUMINAC¸ ˜AO RESIDENCIAL . . . 21

2.4 ACIONAMENTO DE LEDS . . . 23

2.4.1 Conversores CC-CC . . . 23

2.5 BUCK-BOOST PFC . . . 25

2.6 NORMAS VIGENTES PARA ACIONAMENTOS DE LEDS . . . 28

2.7 FATOR DE POT ˆENCIA E TAXA DE DISTORC¸ ˜AO HARM ˆONICA . . . 30

2.7.1 Pot ˆencia aparente e fator de pot ˆencia . . . 30

2.7.2 Taxa de distorc¸ ˜ao harm ˆonica . . . 31

3 PROJETO DO DRIVER . . . 33

3.1 DEFINIC¸ ˜AO DA CARGA . . . 33

3.2 PROJETO DO CONVERSOR BUCK-BOOST PFC . . . 35

3.3 PROJETO DO RETIFICADOR . . . 39

3.4 PROJETO F´ISICO DO INDUTOR . . . 40

(16)

4 AN ´ALISE DOS RESULTADOS . . . 46

4.1 RESULTADOS DE SIMULAC¸ ˜AO . . . 46

4.2 RESULTADOS EXPERIMENTAIS . . . 54

(17)

15 1 INTRODUC¸ ˜AO

Segundo a IEA1, a diminuic¸ ˜ao constante no custo de l ˆampadas utilizando

Diodo Emissor de Luz (Light Emitting Diode, LED), e consequentemente do acr ´escimo em sua utilizac¸ ˜ao, proporcionou, no ano de 2016, uma economia de cerca de 145 TWh consumidos. Mesmo que expressivo, esse valor representa menos de 1% do que po-deria ser alcanc¸ado se houvesse ades ˜ao total de l ˆampadas LED somente em edif´ıcios (IEA, 2016).

Em benef´ıcio da qualidade de vida e do maior aproveitamento energ ´etico, a utilizac¸ ˜ao de LEDs em iluminac¸ ˜ao p ´ublica e residencial vem ganhando espac¸o no cen ´ario mundial (KHANH, 2010). Sua elevada vida ´util, baixo consumo de energia, alta efic ´acia luminosa, e baixa manutenc¸ ˜ao, s ˜ao fatores contribuintes para tal feito (LI et al., 2016).

A iluminac¸ ˜ao semicondutora tem evolu´ıdo rapidamente, e junto `a ela, as t ´ecnicas e topologias utilizadas para seu acionamento. Como requer alimentac¸ ˜ao cont´ınua, o LED necessita de um circuito espec´ıfico de acionamento, sendo esse, o principal limitador de sua vida ´util (ALMEIDA et al., 2015; CAMPONOGARA, 2015; AMO-ROSO et al., 2011;SANTOS et al., 2015).

1.1 OBJETIVO GERAL E OBJETIVOS ESPEC´IFICOS

O objetivo geral desse trabalho ´e realizar o estudo e implementac¸ ˜ao de um conversor buck-boost com Correc¸ ˜ao de Fator de Pot ˆencia (Power Factor Correction, PFC) em malha aberta, a fim acionar um conjunto de l ˆampadas LED com pot ˆencia de 15 W para iluminac¸ ˜ao residencial.

Os objetivos espec´ıficos s ˜ao:

(i) Estudo sobre normas e recomendac¸ ˜oes t ´ecnicas para acionamento de LEDs; (ii) Estudo e comparac¸ ˜ao do LED com atuais soluc¸ ˜oes em iluminac¸ ˜ao residencial; (iii) Estudo do conversor buck-boost PFC;

(18)

1.2 Estrutura geral 16 (iv) Projeto do conversor buck-boost PFC ;

(v) Projeto do retificador e driver de acionamento da chave; (vi) Implementac¸ ˜ao pr ´atica em placas de circuito impresso;

(vii) Realizar medic¸ ˜oes de pot ˆencia ativa, aparente, fator de pot ˆencia e distorc¸ ˜ao harm ˆonica.

1.2 ESTRUTURA GERAL

O trabalho est ´a estruturado em 5 cap´ıtulos: introduc¸ ˜ao, fundamentac¸ ˜ao te ´orica, projeto do driver, an ´alise dos resultados e conclus ˜ao.

´

E realizado no Cap´ıtulo 1 uma introduc¸ ˜ao do LED e suas tecnologias no cen ´ario atual.

O Cap´ıtulo 2 descreve as caracter´ısticas do LED, os conceitos relacionados `a iluminac¸ ˜ao, a contextualizac¸ ˜ao do diodo emissor de luz em meio as demais formas de iluminac¸ ˜ao residencial, as formas de acionamento de LEDs, e as normas vigentes para seu acionamento.

O Cap´ıtulo 3 trata do projeto do circuito driver utilizado nesse trabalho, o qual ´e subdividido no projeto do retificador, do conversor buck-boost PFC, do indutor presente no conversor, e do circuito de acionamento da chave semicondutora.

No Cap´ıtulo 4 s ˜ao apresentados os resultados obtidos atrav ´es de simulac¸ ˜oes computacionais e por meio da implementac¸ ˜ao do prot ´otipo em placas de circuito im-presso.

Ao fim, ´e abordado no Cap´ıtulo 5, as conclus ˜oes pertinentes ao trabalho, onde constam tamb ´em, sugest ˜oes para os trabalhos futuros.

(19)

17 2 FUNDAMENTAC¸ ˜AO TE ´ORICA

O presente cap´ıtulo tem o objetivo de realizar a introduc¸ ˜ao dos assuntos que ser ˜ao abordados por esse trabalho de conclus ˜ao de curso. Primeiramente, ´e realizado um estudo sobre o LED e suas n ˜ao idealidades. Na sequ ˆencia, s ˜ao relaci-onados conceitos gerais referentes `a iluminac¸ ˜ao, e ´e introduzido o LED em meio as atuais soluc¸ ˜oes em iluminac¸ ˜ao residencial. Posteriormente, s ˜ao apresentadas as for-mas de acionamento de LEDs, e o conversor CC-CC buck-boost nesse contexto. Ao fim, ´e tratado sobre as normas vigentes no acionamento de l ˆampadas LED.

2.1 DIODOS EMISSORES DE LUZ

A partir de uma junc¸ ˜ao de materiais de tipo P e tipo N, assim como um diodo convencional, o LED ´e capaz de emitir luz quando polarizado diretamente. Tal efeito ocorre devido `a realocac¸ ˜ao de el ´etrons e lacunas na junc¸ ˜ao e `a liberac¸ ˜ao de energia na forma de luz e calor durante a conduc¸ ˜ao. A Figura 1 representa o processo de polarizac¸ ˜ao e emiss ˜ao de luz no LED. A luz emitida pelos LEDs pode ser vis´ıvel, ultra violeta, ou infravermelho, e sua colorac¸ ˜ao depende dos materiais semicondutores utilizados na junc¸ ˜ao (BOYLESTAD; NASHELSKY, 2013;PINTO, 2012).

Figura 1: Junc¸ ˜ao P-N do LED

Fonte: Boylestad e Nashelsky (2013).

(20)

2.1 Diodos Emissores de Luz 18 s ˜ao utilizados para iluminac¸ ˜ao p ´ublica e residencial, e podem ser encontrados de di-versas pot ˆencias e configurac¸ ˜oes (ALMEIDA, 2012; DIAS, 2012). A Figura 2 apresenta o modelo a ser utilizado nesse trabalho, o qual possui a pot ˆencia de 3 W e uma su-perf´ıcie espec´ıfica para dissipac¸ ˜ao de calor (ALMEIDA, 2012;FUTURLEC, 2016).

Figura 2: LEDs de pot ˆencia Fonte: Autoria pr ´opria.

2.1.1 MODELO EL ´ETRICO DO LED

A fim de representar a dissipac¸ ˜ao de pot ˆencia no LED, para valores de cor-rente e temperatura pr ´oximos aos indicados pelo fabricante como nominais, uma re-sist ˆencia s ´erie pode ser considerada. O modelo equivalente do LED est ´a apresentado na Figura 3 (JUNIOR, 2010). + − VLED Diodo Ideal −+ VJ RS ∼=

Figura 3: Modelo el ´etrico equivalente do LED Fonte: Adaptado de Junior (2010).

A queda de tens ˜ao VJ ´e definida como a tens ˜ao de joelho do LED, ou seja,

a tens ˜ao m´ınima para sua polarizac¸ ˜ao. A resist ˆencia s ´erie RS, para temperatura

cons-tante e corrente pr ´oxima a nominal, representa o coeficiente angular da curva, resul-tando numa aproximac¸ ˜ao da resist ˆencia interna do LED (JUNIOR, 2010). A curva em

(21)

2.2 Conceitos relacionados `a iluminac¸ ˜ao 19 quest ˜ao, na qual o coeficiente angular ´e inserido, ´e apresentada na Figura 4.

Corrente Direta vs Tensão Direta

Corr

ente Direta (mA)

Tensão Direta (V)

Figura 4: Forma de onda da tens ˜ao de sa´ıda do retificador de onda completa

Fonte: Adaptado de FUTURLEC (2016).

2.2 CONCEITOS RELACIONADOS `A ILUMINAC¸ ˜AO

Segundo (IEA, 2015), atualmente os sistemas de iluminac¸ ˜ao representam aproximadamente 1/4 de todo o consumo de energia em um edif´ıcio convencional. Com base na relev ˆancia de um sistema de iluminac¸ ˜ao em uma instalac¸ ˜ao residencial no quesito de consumo, torna-se sensato refletir acerca da efici ˆencia energ ´etica re-lacionada ao uso desses sistemas, ac¸ ˜ao que v ´arios governos no mundo t ˆem levado em considerac¸ ˜ao na criac¸ ˜ao de regulac¸ ˜oes e suporte entre iniciativas p ´ublicas e pri-vadas para promover estrat ´egias de iluminac¸ ˜ao mais eficientes e, dentre essas, est ´a a utilizac¸ ˜ao de l ˆampadas LED (ANANWATTANAPORN; NGAOPITAKKUL, 2016).

Por ´em, para a compreens ˜ao da utilizac¸ ˜ao da tecnologia LED e as raz ˜oes que levaram ao emprego de seu uso, ´e pertinente entender alguns dos conceitos b ´asicos sobre luminot ´ecnica para validar as comparac¸ ˜oes que ser ˜ao realizadas pos-teriormente.

2.2.1 LUZ

A luz ´e uma radiac¸ ˜ao eletromagn ´etica provinda de uma fonte de uma radiac¸ ˜ao, como o sol ou uma l ˆampada convencional, capaz de produzir uma sensac¸ ˜ao visual que permite com que o olho humano identifique formas com base na captac¸ ˜ao de certos

(22)

2.2 Conceitos relacionados `a iluminac¸ ˜ao 20 comprimentos de onda, ou seja, o espectro vis´ıvel de cores percept´ıveis pelo olho hu-mano depende do comprimento de onda da radiac¸ ˜ao eletromagn ´etica que a luz tem (OSRAM, 2015).

2.2.2 FLUXO LUMINOSO

O fluxo luminoso ´e a representac¸ ˜ao da radiac¸ ˜ao total da fonte luminosa en-tre os comprimentos de onda estabelecidos. Para uma l ˆampada, a medida ´e realizada com base na fonte operando em sua tens ˜ao el ´etrica nominal de funcionamento. Sua unidade ´e o lumem (lm) (OSRAM, 2015).

2.2.3 INTENSIDADE LUMINOSA

A intensidade luminosa ´e a representac¸ ˜ao do fluxo luminoso em um ponto determinado com base na irradiac¸ ˜ao da fonte luminosa. Considerando o fato de que a fonte luminosa n ˜ao ´e esfericamente perfeita, dependendo da angulac¸ ˜ao da irradiac¸ ˜ao da fonte, o fluxo luminoso pode ser diferente para dois pontos em localizac¸ ˜ao distinta. Sua unidade ´e a candela (cd) (OSRAM, 2015).

2.2.4 ILUMIN ˆANCIA

A ilumin ˆancia, ou iluminamento, ´e a raz ˜ao entre o fluxo luminoso e a ´area de incid ˆencia. Essa grandeza ´e importante para a determinac¸ ˜ao de padr ˜oes de iluminac¸ ˜ao para planos de trabalho com bases no conforto visual da atividade empregada. Sua unidade ´e o lux (lx) e a express ˜ao que relaciona esse conceito ´e dada abaixo (OSRAM,

2015):

E = ϕ

A (1)

em que E ´e a Ilumin ˆancia, ϕ ´e o fluxo luminoso e A ´e a ´area de incid ˆencia a ser analisada.

2.2.5 LUMIN ˆANCIA

At ´e o momento, os raios de luz provenientes da fonte luminosa s ´o incidem sobre o plano de trabalho, ou seja, h ´a a absorc¸ ˜ao de toda a luz incidente. A lumin ˆancia ´e a sensac¸ ˜ao de claridade proveniente da reflex ˜ao de parte dessa radiac¸ ˜ao. Sua

(23)

2.3 LED e as atuais soluc¸ ˜oes em iluminac¸ ˜ao residencial 21 unidade ´e a candela por metro quadrado (cd/m2) e a express ˜ao que relaciona esse conceito ´e dada abaixo (OSRAM, 2015):

L = I

A · cos a (2)

em que L ´e a lumin ˆancia, I ´e a intensidade luminosa, A ´e a ´area de incid ˆencia a ser analisada e o cos a ´e o ˆangulo entre o plano de trabalho e a fonte luminosa.

2.3 LED E AS ATUAIS SOLUC¸ ˜OES EM ILUMINAC¸ ˜AO RESIDENCIAL

Conforme descrito na Sec¸ ˜ao 2.2, os conceitos fundamentais de luminot ´ecnica s ˜ao necess ´arios para a compreender a utilizac¸ ˜ao de l ˆampadas LED em um con-texto em que se discute formas mais eficientes de se utilizar energia el ´etrica para iluminac¸ ˜ao.

De forma simpl ´oria, a l ˆampada LED ´e um componente que emite luz ao permitir a passagem de corrente el ´etrica entre seus terminais. N ˜ao sendo diferente da tecnologia empregada em outros tipos de l ˆampadas el ´etricas, a sua adaptac¸ ˜ao `as instalac¸ ˜oes el ´etricas atuais ´e dependente de pequenas ou quase nulas alterac¸ ˜oes em seu acionamento, o que permitiu com que as l ˆampadas LED ingressassem no mercado com mais facilidade (SANTOS et al., 2015).

Atualmente, as l ˆampadas el ´etricas comercializadas para o uso comum em resid ˆencias s ˜ao as fluorescentes e LEDs, visto que as incandescentes que n ˜ao atingi-rem os n´ıveis de efici ˆencia institu´ıdo em decreto oficial, emitido pelo MME1 em 2010, j ´a n ˜ao podem ser mais comercializadas. Em termos de efici ˆencia energ ´etica, as l ˆampadas diferem em diversos fatores, dentre os quais ser ˜ao expostos alguns pon-tos relevantes nesse trabalho.

Segundo Santos et al. (2015), s ˜ao utilizadas l ˆampadas incandescentes em resid ˆencias com a pot ˆencia de 60 W. Em uma casa com 10 l ˆampadas di ´arias, 6 horas de uso di ´ario m ´edio e durante um per´ıodo de cinco anos, mais de 6000 kWh ser ˜ao consumidos. Com a utilizac¸ ˜ao de uma l ˆampada fluorescente mantendo a mesma ilu-min ˆancia e diilu-minuindo a pot ˆencia para 15 W, o consumo cai para 1900 kWh. J ´a para as l ˆampadas LED, necessitando apenas de 8 W, o consumo cai para 1000 kWh no mesmo per´ıodo de tempo.

Apresentado de forma quantitativa o estudo realizado por Torres et al. (2009)

1Minist ´erio de Minas e Energia. Portaria Interministerial no1007 de 31 de dezembro de 2010.

(24)

2.3 LED e as atuais soluc¸ ˜oes em iluminac¸ ˜ao residencial 22 em que foram realizados testes comparativos com os tr ˆes tipos de l ˆampadas utiliza-das em iluminac¸ ˜ao residencial (incandescente, fluorescente e LED) equivalentes em pot ˆencia el ´etrica. De acordo com o estudo, obteve-se os resultados no comparativo apresentado na Tabela 1.

Tabela 1: Comparativo de custo-benef´ıcio entre l ˆampadas comercializadas no Brasil para uso residencial

L ˆampada Pot ˆencia (W) Gastos em kWh (24 horas) Gasto em 30 dias (R$ 0,366 kWh) Incandescente 60 1,428 15,68 Fluorescente 15 0,335 3,67 LED 4,5 0,095 1,04

Fonte: Adaptado de Santos et al. (2015), Torres et al. (2009).

Utilizando as mesmas l ˆampadas do estudo apresentado acima, Torres et al. (2009) comparou a efici ˆencia luminosa das l ˆampadas dentro de uma caixa de 1 metro c ´ubico com um lux´ımetro digital, com os resultados expostos na Tabela 2. As l ˆampadas comparadas s ˜ao de fabricantes nacionais e foram as mesmas utilizadas no estudo que resultou nos valores apresentados na Tabela 1.

Tabela 2: Comparativo do fluxo luminoso entre l ˆampadas comercializadas no Brasil para uso residencial

L ˆampada Fluxo luminoso (lm)

Efici ˆencia energ ´etica (lm·W-1)

Incandescente (60 W) 338 5,6333

Fluorescente (15 W) 316 21,0667

LED (4,5 W) 160 35,5556

Fonte: Adaptado de Santos et al. (2015), Torres et al. (2009).

Para uma comparac¸ ˜ao mais fiel ao mercado atual, foram utilizadas tabelas de substituic¸ ˜oes de l ˆampadas e cat ´alogos de produtos disponibilizados por PHILIPS (2014) e Alumbra (2015).

Tabela 3: Comparativo do fluxo luminoso entre l ˆampadas comercializadas no Brasil para uso residencial nos dias atuais

L ˆampada Fluxo luminoso (lm)

Efici ˆencia energ ´etica (lm·W-1)

Incandescente (50 W) 628 12,56

Fluorescente (12 W) 648 54,00

LED (7 W) 600 85,71

Fonte: Autoria pr ´opria.

Verifica-se pela an ´alise das Tabelas 1, 2, e 3 que em termos econ ˆomicos e de efici ˆencia energ ´etica, as l ˆampadas LED oferecem vantagens e melhor

(25)

custo-2.4 Acionamento de LEDs 23 benef´ıcio em comparac¸ ˜ao aos outros tipos de l ˆampadas para uso comercial com a mesma finalidade.

2.4 ACIONAMENTO DE LEDS

A vida ´util estimada de um LED operando em condic¸ ˜oes recomendadas pelo fabricante ´e superior a 50.000 horas. Para atingir esses valores e atender as caracter´ısticas el ´etricas do LED, o seu circuito de acionamento deve mant ˆe-lo o mais pr ´oximo poss´ıvel de suas condic¸ ˜oes recomendadas de operac¸ ˜ao e possuir vida ´util equivalente `a do LED. Dessa forma, ´e poss´ıvel garantir que suas principais vantagens sejam de fato alcanc¸adas (CAMPONOGARA, 2015;ALMEIDA et al., 2015).

O circuito respons ´avel por realizar o acionamento dos LEDs ´e definido como driver. Esse circuito tem por finalidade controlar o fluxo de pot ˆencia entregue `a carga de LEDs, visto que sozinhos, n ˜ao s ˜ao capazes de regular sua pr ´opria corrente (ALMEIDA et al., 2015;DIAS, 2012;JUNIOR, 2010).

Para realizar o correto acionamento dos LEDs, respeitando suas limitac¸ ˜oes f´ısicas e el ´etricas, s ˜ao necess ´arios circuitos que realizem essa func¸ ˜ao. Essa etapa de adequac¸ ˜ao pode ser implementada de diversas formas, cada qual com suas vanta-gens e limitac¸ ˜oes (PINTO, 2008).

As maneiras mais simples para realizar essa func¸ ˜ao ´e introduzir um resistor em s ´erie, ou um capacitor em s ´erie. Ambos, se projetados corretamente, ir ˜ao limitar a corrente no LED e permitir o seu funcionamento. Entretanto, variac¸ ˜oes no sinal de entrada podem provocar danos aos componentes, e ainda, possuem baixa efici ˆencia, o que em pot ˆencias mais elevadas se torna mais cr´ıtico. Isso implica que essas formas de acionamento sejam opc¸ ˜oes n ˜ao confi ´aveis e ineficientes (PINTO, 2008).

Conversores lineares tamb ´em podem ser utilizados para o acionamento de LEDs, s ˜ao circuitos integrados de baixo custo e implementac¸ ˜ao simples, por ´em, em casos onde a tens ˜ao de entrada ´e muito superior `a de sa´ıda, sua efici ˆencia ´e redu-zida. Nesse contexto, surgem as topologias ativas, que buscam maior rendimento e efici ˆencia atrav ´es da utilizac¸ ˜ao chaves (HART, 2012).

2.4.1 CONVERSORES CC-CC

Tamb ´em chamados de conversores est ´aticos, os conversores CC-CC s ˜ao circuitos eletr ˆonicos capazes de converter uma tens ˜ao CC de entrada para uma

(26)

ou-2.4 Acionamento de LEDs 24 tra tens ˜ao cont´ınua de sa´ıda controlada, onde tal controle ´e obtido por uma chave semicondutora que rege a proporc¸ ˜ao de conduc¸ ˜ao em que a tens ˜ao de entrada ´e con-vertida e transferida para a sa´ıda. Esse conversor, ainda conhecido como conversor chaveado, pode ser do tipo elevador ou abaixador de tens ˜ao e ´e utilizado em diver-sas aplicac¸ ˜oes, desde carregadores de baterias at ´e a controladores de velocidade de motores (BARBI, 2006;MARTINS; BARBI, 2006).

Os conversores CC-CC podem operar nos Modos de Conduc¸ ˜ao Cr´ıtica (MC), Cont´ınua (MCC), e tamb ´em Descont´ınua (MCD), sendo diferidos pelo compor-tamento da corrente no elemento magn ´etico (HART, 2012; MARTINS; BARBI, 2006). No modo cont´ınuo a corrente no referido elemento permanece sempre positiva, j ´a no modo de conduc¸ ˜ao descont´ınua a corrente no indutor chega a zero, ou seja, o ele-mento magn ´etico descarrega completamente (POMILIO, 2014b;POMILIO, 2014a).

A Figura 5 apresenta a caracter´ıstica da corrente sobre o elemento magn ´etico de um conversor CC-CC gen ´erico operando em MCD. ´E poss´ıvel observar 3 etapas distintas, onde a primeira destacada por D1 · T , representa o carregamento desse

elemento. Por analogia, a segunda etapa representa sua descarga, e a seguinte ´e a respons ´avel por diferenciar o modo de conduc¸ ˜ao descont´ınua do modo de conduc¸ ˜ao cr´ıtica. Enquanto D1· T + D2· T for menor que o valor total do per´ıodo, o conversor se

encontra em MCD (HART, 2012;POMILIO, 2014a).

t il

T

D1· T D2· T D3· T

Figura 5: Corrente no elemento magn ´etico de um conversor CC-CC operando em MCD

Fonte: Adaptado de Pomilio (2014a).

Dentre as topologias de conversores chaveados, encontra-se o conversor buck-boost. Essa topologia ´e tamb ´em conhecida como abaixadora elevadora, por ter a capacidade de reduzir ou elevar a tens ˜ao de sua entrada (MOHAN; UNDELAND; ROBBINS, 2003).

Estudos como Pinto et al. (2011), Bender (2012), e Li et al. (2016) desta-cam essa topologia no acionamento de LEDs, visto que em seu modo de conduc¸ ˜ao

(27)

2.5 Buck-boost PFC 25 descont´ınua (assim como demais conversores em MCD) ´e capaz de desempenhar a correc¸ ˜ao ativa de fator de pot ˆencia (PFC).

2.5 BUCK-BOOST PFC

O conversor buck-boost operando como PFC ´e amplamente utilizado em topologias de m ´ultiplos est ´agios, enquanto um outro conversor opera no controle de pot ˆencia (Power Control, PC). Em topologias de m ´ultiplos est ´agios s ˜ao utilizados con-troladores distintos para cada uma das etapas de PFC e PC (SINGH et al., 2013;KUMAR; PARSA, 2017).

A utilizac¸ ˜ao de somente um ´unico conversor permite o uso de um n ´umero inferior de componentes, resultando em tamanho e custo reduzidos (ALMEIDA et al., 2015). Para baixas pot ˆencias, esse esquema ´e capaz de atender boa parte dos requi-sitos para o acionamento de LEDs (REDDY; NARASIMHARAJU, 2017).

A Figura 6 mostra a forma de onda caracter´ıstica da corrente de entrada de um conversor buck-boost operando como PFC. ´E poss´ıvel observar que o envolt ´orio da corrente acompanha a caracter´ıstica da tens ˜ao de entrada, o que tamb ´em faz com que essa topologia seja conhecida como seguidora de tens ˜ao, e para valores ins-tant ˆaneos de tens ˜ao e corrente de entrada, se comporta como uma carga resistiva (COSETIN, 2013;KIRSTEN, 2011).

Figura 6: Formas de onda de tens ˜ao e corrente de entrada do con-versor buck-boost PFC

Fonte: Cosetin (2013).

O circuito referente `a topologia citada ´e apresentado na Figura 7, onde a tens ˜ao VBU S ´e a tens ˜ao proveniente da rede el ´etrica VCA ap ´os sua passagem por uma

ponte retificadora.

Algumas premissas devem ser estabelecidas para que se possa analisar esse circuito. Primeiramente considera-se o sistema em regime permanente, e para uma frequ ˆencia de comutac¸ ˜ao muito superior `a frequ ˆencia da rede, a tens ˜ao de

(28)

en-2.5 Buck-boost PFC 26 + − VCA Sw iin ∼ ∼ + − VBU S Lbb Dbb Cbb Rbb

Figura 7: Conversor buck-boost PFC Fonte: Autoria pr ´opria.

trada ´e considerada constante. Dessa forma, o circuito pode ser simplificado e anali-sado pela Figura 8 (HART, 2012;POMILIO, 2014b).

Ro + − Vo − + VBU S Dbb Lbb Cbb

Figura 8: Circuito simplificado do conversor buck-boost

Fonte: Adaptado de Hart (2012).

A Figura 9 representa a primeira etapa de operac¸ ˜ao, onde a chave se mant ´em fechada por um per´ıodo ton e o diodo Dbb ´e polarizado reversamente,

pro-vocando seu bloqueio de conduc¸ ˜ao, assim, o capacitor Cbb sozinho fornece energia `a

carga (HART, 2012; MOHAN; UNDELAND; ROBBINS, 2003; BARBI, 2015; MARTINS; BARBI, 2006). Ro + − Vo io − + VBU S Lbb il Cbb ic

Figura 9: Conversor buck-boost durante sua pri-meira etapa de operac¸ ˜ao

Fonte: Autoria pr ´opria.

A tens ˜ao sobre o indutor nesse instante ´e igual a VBU S, e pode ser expressa

pela Equac¸ ˜ao (3).

VLbb = VBU S = Lbb·

dil

(29)

2.5 Buck-boost PFC 27 Ent ˜ao, a variac¸ ˜ao de corrente no indutor ∆il1 durante a primeira etapa de

operac¸ ˜ao ´e definida pela Equac¸ ˜ao (4).

∆il1 =

VBU S

Lbb

· D1· T (4)

Pela Lei de Ohm, a tens ˜ao sobre a carga ´e dada pela Equac¸ ˜ao (5).

VCbb = Vo = Ro· io (5)

No momento em que ton cessa, tof f inicia, e por se tratar do modo de

conduc¸ ˜ao descont´ınua, esse tempo contempla as etapas de operac¸ ˜ao 2 e 3.

A Figura 10 demonstra o comportamento do circuito no per´ıodo que a chave se mant ´em aberta. A energia armazenada no indutor durante a primeira etapa de operac¸ ˜ao tende a fluir pelo circuito atrav ´es do caminho de corrente criado pela polarizac¸ ˜ao direta do diodo Dbb, e assim, fornece energia ao capacitor e `a carga (HART,

2012;MOHAN; UNDELAND; ROBBINS, 2003;BARBI, 2015;MARTINS; BARBI, 2006).

+ − Vo io − + VBU S Lbb il Cbb

Figura 10: Conversor buck-boost durante a se-gunda etapa de operac¸ ˜ao

Fonte: Autoria pr ´opria.

Mantendo a mesma polaridade atribu´ıda para a primeira etapa, a tens ˜ao sobre o indutor nesse per´ıodo ´e o inverso da tens ˜ao na carga, e ´e expressa pela Equac¸ ˜ao (6).

VLbb = −Vo (6)

Dessa maneira, a variac¸ ˜ao da corrente no indutor ∆il2 ´e negativa, e

de-monstra sua descarga nas Equac¸ ˜oes (7) e (8). Vo = −Lbb· dil dt (7) ∆il = −Vo Lbb · D2· T (8)

(30)

2.6 Normas vigentes para acionamentos de LEDs 28 Como j ´a citado, o modo de conduc¸ ˜ao descont´ınua dos conversores CC-CC ´e caracterizado pela descarga completa do elemento magn ´etico. A descarga cessa ao fim da segunda etapa de operac¸ ˜ao e se mant ´em sem carga at ´e que a terceira etapa tamb ´em tenha seu fim. Como apresentado na Figura 11, quando il chega a

zero e a chave ainda est ´a aberta, o diodo Dbb ´e polarizado reversamente, provocando

seu bloqueio de conduc¸ ˜ao e impondo que o capacitor Cbb fornec¸a energia `a carga.

Observa-se ainda, que a tens ˜ao de sa´ıda ´e novamente expressa pela Equac¸ ˜ao (5) (HART, 2012;MOHAN; UNDELAND; ROBBINS, 2003;BARBI, 2015;MARTINS; BARBI, 2006).

+ − Vo − + VBU S Lbb il Cbb ic

Figura 11: Terceira etapa de operac¸ ˜ao do conver-sor buck-boost operando em MCD

Fonte: Autoria pr ´opria.

2.6 NORMAS VIGENTES PARA ACIONAMENTOS DE LEDS

Segundo o Laborat ´orio TOP LAB (2016), as normas e documentos de re-fer ˆencias utilizadas para acionamento e ensaios de l ˆampadas LED utilizadas no Brasil s ˜ao:

(i) Portaria INMETRO no 389, de 25 de agosto de 2014 - Regulamento T ´ecnico da Qualidade para L ˆampadas LED com dispositivo de controle integrado `a base. (ii) Portaria INMETRO no 335, de 29 de agosto de 2011 - Aprovar as informac¸ ˜oes

obrigat ´orias para os dispositivos el ´etricos de baixa tens ˜ao.

(iii) Portaria INMETRO no 143, de 13 de marc¸o de 2015 - Revis ˜ao do Regulamento

T ´ecnico da Qualidade para l ˆampadas LED com dispositivo integrado `a base. (iv) Crit ´erios para concess ˜ao do selo Procel de Economia de Energia a l ˆampadas

LED com Dispositivo de Controle Integrado.

(v) ABNT IEC TS 62504:2013 - Termos e definic¸ ˜oes para LED e os m ´odulos de LED de iluminac¸ ˜ao geral.

(vi) ANSI-NEMA-ANSLGC78-09.377-2011 - Specification of the chromaticity of solid state lightning products

(31)

2.6 Normas vigentes para acionamentos de LEDs 29 (vii) CIE 13.3: 1995 - Method of Measuring and Specifying Colour Rending of Light

Sources

(viii) CIE 84:1989 - Measurement of Luminous Flux

(ix) IESNA LM-79-08 - Electrical and Photometric Measurement of Solid State Ligh-ting Products

(x) IESNA LM-80-08 - Approved Method for Measuring Lumen Maintenance of LED Light Sources

(xi) NBR IEC 62612:2013 - L ˆampadas LED com dispositivo de controle incorporado para servic¸os de iluminac¸ ˜ao em geral maior que 50 V - Requisitos de desempe-nho.

(xii) IEC 61000-3-2 - Electromagnetic compatibility (EMC) - Part 3-2: Limits - Limits for harmonic current emissions (equipment input current ≤ 16 A per phase)

Em meio a todas as normas e documentos de refer ˆencia, ´e pertinente uma explanac¸ ˜ao sobre a IEC 61000-3-2 que ser ´a tratada com maior enfoque nesse tra-balho. Ela ´e aplic ´avel para equipamentos el ´etricos com corrente de fase menor do que 16 A e que s ˜ao conectados na rede de distribuic¸ ˜ao p ´ublica, com tens ˜ao maior ou igual a 220 V. Embora a norma estabelec¸a seus limites para essa faixa de tens ˜ao, o prot ´otipo a ser desenvolvido opera na tens ˜ao da rede el ´etrica de 127 V, e a utiliza como base por ser a ´unica norma que estabelece limites harm ˆonicos para equipamentos de iluminac¸ ˜ao.

Dentro da norma, h ´a quatro classes diferentes com seus valores determi-nados de pot ˆencia para atender os n´ıveis harm ˆonicos de distorc¸ ˜ao no sinal da corrente el ´etrica. Como o trabalho envolve equipamentos de iluminac¸ ˜ao, a situac¸ ˜ao se enqua-dra na Classe C.

Segundo a IEC 61000-3-2, com base no guia apresentado por EPSMA (2010), para equipamentos da classe C com pot ˆencia ativa menor ou igual a 25 W, aplicam-se os seguintes limites:

(i) Limites da Tabela 4, presente na norma, aplicados com relac¸ ˜ao a classe C, ou; (ii) A corrente da terceira harm ˆonica n ˜ao deve exceder 86% e a corrente da quinta

(32)

2.7 Fator de pot ˆencia e taxa de distorc¸ ˜ao harm ˆonica 30

Tabela 4: Limites da IEC 61000-3-2 para equipamentos da Classe D com P<25 W que se enquadram na

Classe C

Ordem da M ´axima corrente

harm ˆoncia (n) permiss´ıvel (mA/W)

3 3,4 5 1,9 7 1 9 0,5 11 0,35 13 ≤ n ≤19 (´ımpares) 3,85/n

Fonte: Adaptado de EPSMA (2010).

Nesse trabalho, como o dispositivo a ser desenvolvido trabalha com pot ˆencia ativa inferior a 25 W, os limites da Tabela 4 devem ser aplicados.

2.7 FATOR DE POT ˆENCIA E TAXA DE DISTORC¸ ˜AO HARM ˆONICA

Para a compreens ˜ao dos t ´opicos a seguir, entende-se como necess ´ario o entendimento do significado do c ´alculo do fator de pot ˆencia de um dispositivo ou circuito e do significado da taxa de distorc¸ ˜ao harm ˆonica.

2.7.1 POT ˆENCIA APARENTE E FATOR DE POT ˆENCIA

Segundo Hart (2012), a pot ˆencia aparente ´e o resultado do produto da tens ˜ao eficaz pela corrente el ´etrica eficaz. O valor de pot ˆencia aparente ´e utilizado geralmente para especificar o valor nominal de equipamentos de pot ˆencia como trans-formadores. Se calcula a pot ˆencia aparente utilizando a seguinte express ˜ao:

S = VRM S· IRM S (9)

em que S ´e a pot ˆencia aparente, VRM S ´e a tens ˜ao el ´etrica eficaz e IRM S ´e a corrente

el ´etrica eficaz.

O conceito de pot ˆencia el ´etrica aparente ´e fundamental para o c ´alculo do fator de pot ˆencia, pois ´e com a raz ˜ao da pot ˆencia real que est ´a sendo repassada para a carga a ser atendida pela pot ˆencia aparente que se obt ˆem a relac¸ ˜ao. Segundo Hart (2012), o fator de pot ˆencia se define como o quociente entre a pot ˆencia m ´edia pela pot ˆencia aparente, ou seja:

(33)

2.7 Fator de pot ˆencia e taxa de distorc¸ ˜ao harm ˆonica 31 F P = P S = P VRM S · IRM S (10) em que F P ´e o fator de pot ˆencia, P ´e a pot ˆencia m ´edia.

A determinac¸ ˜ao do fator de pot ˆencia para circuitos que obedecem relac¸ ˜oes senoidais, ou seja quando a carga ´e linear e a fonte ´e senoidal, o c ´alculo do fator de pot ˆencia pode ser simplificado pelo uso da express ˜ao:

F P = cos θ (11)

em que θ ´e o ˆangulo de defasagem entre os sinais de tens ˜ao e corrente el ´etrica rela-cionados.

2.7.2 TAXA DE DISTORC¸ ˜AO HARM ˆONICA

Quando a fonte ´e senoidal mas a carga n ˜ao ´e linear, deve ser utilizada outra abordagem para o c ´alculo do fator de pot ˆencia. Utilizando a mesma linha de proposic¸ ˜ao do Hart (2012), ao aplicar uma tens ˜ao senoidal `a uma carga n ˜ao linear, a corrente el ´etrica n ˜ao ser ´a senoidal. Logo, o sinal da corrente el ´etrica pode ser repre-sentado pelas s ´eries de Fourier. Representando o c ´alculo para o fator de pot ˆencia, considerando que a pot ˆencia m ´edia absorvida pela carga ´e dada pela express ˜ao:

P = V1,RM S· I1,RM S· cos (θ1− φ1) (12)

em que θ1 ´e o ˆangulo de posic¸ ˜ao da tens ˜ao e o φ1 ´e o ˆangulo de posic ˜ao da corrente,

representada por s ´eries de Fourier.

Calculando o fator de pot ˆencia utilizando a express ˜ao 10, obtem-se a ex-press ˜ao:

F P = I1,RM S IRM S

· cos (θ1− φ1) (13)

A raz ˜ao entre as duas correntes, a do valor RMS de frequ ˆencia fundamental pelo valor RMS total ´e denominando por fator de distorc¸ ˜ao. Esse fator corresponde a uma reduc¸ ˜ao no fator de pot ˆencia total devido, nesse caso, as propriedades da corrente n ˜ao senoidal. Logo, o fator de pot ˆencia pode ser obtido atrav ´es da seguinte express ˜ao:

(34)

2.7 Fator de pot ˆencia e taxa de distorc¸ ˜ao harm ˆonica 32

F P = cos (θ1 − φ1) · F D (14)

em que FD ´e o fator de distorc¸ ˜ao harm ˆonica.

Segundo Kirsten (2011), ´e poss´ıvel relacionar a taxa de distorc¸ ˜ao harm ˆonica diretamente seguindo a express ˜ao abaixo:

F P = √ cos φ

1 + T HD2 (15)

em que φ ´e o ˆangulo de defasagem entre a componente fundamental de tens ˜ao e a corrente el ´etrica.

(35)

33 3 PROJETO DO DRIVER

Para a realizac¸ ˜ao do projeto do driver, a Tabela 5 estabelece alguns par ˆametros fundamentais, como frequ ˆencia de comutac¸ ˜ao, ondulac¸ ˜ao de tens ˜ao na carga, rendi-mento te ´orico para o conversor, e os par ˆametros de entrada.

Tabela 5: Par ˆametros para o projeto do driver

Par ˆametro S´ımbolo Valor Unidade

Tens ˜ao eficaz da rede VCA 127 V

Frequ ˆencia da rede fr 60 Hz

Frequ ˆencia de comutac¸ ˜ao fs 25 KHz

Rendimento te ´orico do conversor η 100 %

Ondulac¸ ˜ao m ´axima de tens ˜ao na carga ∆Vo 5 %

Ondulac¸ ˜ao m ´axima de corrente na carga ∆io 20 %

Fonte: Autoria pr ´opria.

3.1 DEFINIC¸ ˜AO DA CARGA

Para realizar o projeto dos componentes do conversor ´e necess ´ario que se fac¸a um estudo da quantidade de LEDs a serem utilizados, bem como o ponto de operac¸ ˜ao do conjunto.

A pot ˆencia estipulada para o presente trabalho ´e de 15 W, e para determi-nar quantos LEDs s ˜ao necess ´arios para atingir essa pot ˆencia, uma an ´alise da curva caracter´ıstica do LED ´e realizada . A curva fornecida pelo fabricante, apresentada na Figura 12, mostra as correntes de operac¸ ˜ao para diferentes tens ˜oes diretas aplicadas. Atrav ´es da curva, atribui-se a corrente de operac¸ ˜ao de 700 mA, a qual cor-responde ao valor de aproximadamente 3,625 V de tens ˜ao direta. Para esse ponto de operac¸ ˜ao 6 LEDs seriam necess ´arios para atingir os 15 W especificados, entretanto na pr ´atica, observou-se que para a tens ˜ao direta aplicada de 3,6 V a corrente deman-dada pelo LED foi superior a 700 mA. Por esse motivo, um novo ensaio foi realizado.

O ensaio consistiu em utilizar 7 LEDs sobre um dissipador t ´ermico, junta-mente com um resistor em s ´erie de 2,27 Ω. O circuito foi alimentado por uma fonte CC capaz de informar os valores de tens ˜ao e corrente fornecidos. Ainda, para maior fidelidade dos valores obtidos, foi inserido um amper´ımetro em s ´erie com o circuito e

(36)

3.1 Definic¸ ˜ao da carga 34

Corrente Direta vs Tensão Direta

Corr

ente Direta (mA)

Tensão Direta (V)

Figura 12: Curva de tens ˜ao versus corrente sobre o LED utilizado Fonte: Adaptado de FUTURLEC (2016).

um volt´ımetro em paralelo com a carga de LEDs. A tens ˜ao da fonte foi variada at ´e que a corrente do circuito se mantivesse est ´avel em 700 mA durante um per´ıodo de 30 minutos. O valor obtido de tens ˜ao sobre a carga foi de 25 V, e descontada a queda de tens ˜ao sobre o resistor, obteve-se o valor de 23,411 V, correspondendo a 3,344 V sobre cada LED.

O novo valor de tens ˜ao obtido do modelo, juntamente com sua corrente direta s ˜ao capazes de fornecer 2,3408 W por LED, sendo necess ´ario 6,41 LEDs para se extrair os 15 W requeridos. De modo a garantir que essa pot ˆencia seja de fato atingida, 7 LEDs s ˜ao utilizados para trabalharem em s ´erie no ponto de operac¸ ˜ao de 3,344 V e 700 mA, totalizando 16,3856 W.

Como j ´a citado, o modelo el ´etrico do LED cont ´em um diodo ideal, uma fonte de tens ˜ao e um resistor s ´erie. Para fins de projeto e simulac¸ ˜ao faz-se necess ´ario encontrar quais s ˜ao os valores experimentais da tens ˜ao da fonte de tens ˜ao e da re-sist ˆencia s ´erie. Para determinar esses valores, o ensaio anterior ´e realizado nova-mente, encontrando um novo ponto de operac¸ ˜ao.

A tens ˜ao da fonte ´e novamente variada at ´e se obter a corrente de 500 mA, que tamb ´em se encontra na regi ˜ao linear da curva, e s ˜ao realizadas as medic¸ ˜oes pertinentes. Para essa corrente, a tens ˜ao sobre cada LED resultou em 3,156 V e por meio desses valores as Equac¸ ˜oes (16) e (17) podem ser obtidas, onde a tens ˜ao sobre o LED pode ser divida entre sua parcela dissipativa e sua tens ˜ao de joelho.

(37)

3.2 Projeto do conversor Buck-boost PFC 35

0, 5 · RS + VJ = 3, 156 (17)

A soluc¸ ˜ao do sistema acima fornece os valores de RS= 0,94 Ω e VJ= 2,686 V,

e podem ser representados na Figura 13.

+ − 3,344 V 700 mA Diodo Ideal − + 2,686 V 0,94 Ω 700 mA ∼ =

Figura 13: Modelo el ´etrico equivalente do LED a ser utilizado

Fonte: Autoria pr ´opria.

3.2 PROJETO DO CONVERSOR BUCK-BOOST PFC

Dando continuidade ao projeto, sabe-se que a variac¸ ˜ao da corrente no indu-tor ´e a mesma em m ´odulo para as duas primeiras etapas, ent ˜ao, atrav ´es das Equac¸ ˜oes (4) e (8) ´e poss´ıvel encontrar uma relac¸ ˜ao entre a tens ˜ao de entrada e de sa´ıda, co-nhecida como ganho est ´atico. Assim, as Equac¸ ˜oes (18) e (19) s ˜ao utilizadas para obter o ganho est ´atico expresso pela Equac¸ ˜ao (20) (HART, 2012;POMILIO, 2014a).

VBU S Lbb · D1· T + −Vo Lbb · D2· T = 0 (18) VBU S Lbb · D1· T = Vo Lbb · D2· T (19) Vo VBU S = D1 D2 (20) Para garantir que o conversor opere em modo de conduc¸ ˜ao descont´ınua, os tempos de carga e descarga do indutor devem ser inferiores ao per´ıodo total da onda.

(38)

3.2 Projeto do conversor Buck-boost PFC 36 A Figura 14 apresenta as tr ˆes etapas do conversor, e atrav ´es da an ´alise realizada nas Equac¸ ˜oes (21) e (22), ´e expresso na Equac¸ ˜ao (23) a relac¸ ˜ao a ser respeitada para a condic¸ ˜ao de MCD (HART, 2012;POMILIO, 2014a;MOHAN; UNDELAND; ROBBINS, 2003).

t il

T

D1· T D2· T D3· T

Figura 14: Corrente no indutor do conversor buck-boost PFC

Fonte: Adaptado de Pomilio (2014a).

D1· T + D2· T < T (21)

(D1+ D2) · T < T (22)

D2 < (1 − D1) (23)

Como n ˜ao h ´a informac¸ ˜oes suficientes ainda para determinar a raz ˜ao c´ıclica de operac¸ ˜ao do conversor, uma nova an ´alise ´e realizada, levando em considerac¸ ˜ao a corrente m ´edia no diodo Dbb (HART, 2012). A Figura 15 mostra a distribuic¸ ˜ao das

correntes no circuito, e por meio das Equac¸ ˜oes (24) e (25) determina uma relac¸ ˜ao para a corrente m ´edia no diodo (HART, 2012;BARBI, 2001).

Ro + − Vo io − + VBU S id Lbb il Cbb ic

Figura 15: Disposic¸ ˜ao das correntes no conver-sor buck-boost PFC durante a segunda etapa de operac¸ ˜ao

Fonte: Autoria pr ´opria.

(39)

3.2 Projeto do conversor Buck-boost PFC 37

idmed = iomed =

Vo

Ro

(25) Como o diodo s ´o opera na segunda etapa, a forma de onda da corrente tem as caracter´ısticas apresentadas na Figura 16, tornando poss´ıvel determinar o seu valor m ´edio em func¸ ˜ao das demais vari ´aveis do sistema.

0 τ D2.T D1.T iL D i i v s s Vin+Vo

Figura 16: Formas de onda caracter´ısticas do buck-boost em MCD

Fonte: Adaptado de Pomilio (2014b).

A Equac¸ ˜ao (26) ´e o resultado da integral sobre a curva em um per´ıodo, e relacionando-a com a Equac¸ ˜ao (25) obt ˆem-se as Equac¸ ˜oes (27) e (28), que determi-nam o valor de D2. idmed = 1 T  D1· D2· VBU S· T 2Lbb  (26) D1· D2· VBU S· T 2Lbb = Vo Ro (27) D2 = 2 · Vo· Lbb Ro· D1· VBU S· T (28) Se torna poss´ıvel agora substituir o termo D2 da Equac¸ ˜ao (23) pela relac¸ ˜ao

encontrada na Equac¸ ˜ao (28). Dessa forma, manipula-se a Equac¸ ˜ao (29) de modo a obter o valor m´ınimo do indutor para que o conversor opere em MCD, representado

(40)

3.2 Projeto do conversor Buck-boost PFC 38 pela Equac¸ ˜ao (30).

2 · Vo· Lbb Ro· D1· VBU S · T < (1 − D1) (29) Lbb < (1 − D1) · Ro· D1· VBU S · T 2 · Vo (30) Embora tenha sido encontrada uma equac¸ ˜ao para o valor m´ınimo da in-dut ˆancia do conversor, D1 ainda ´e indeterminado, portanto, do modo de conduc¸ ˜ao

cr´ıtica extrai-se o valor m ´aximo de D1, visto que para esse caso D2 ´e igual a (1 − D1).

Rearranjando a Equac¸ ˜ao (20) e atribuindo VBU S igual ao valor de pico da tens ˜ao de

entrada Vp = 180 V, obt ˆem-se a Equac¸ ˜ao (31) (MOHAN; UNDELAND; ROBBINS, 2003; PO-MILIO, 2016;BARBI, 2001).

D1max =

Vo

Vo+ Vp

= 0, 115 (31)

Sendo assim, atribui-se o valor de D1 = 0, 1 para se ter uma margem de

seguranc¸a, e se encontra o valor de indut ˆancia m´ınima igual a Lbb < 461, 8 µH.

Como analisado por Alonso et al. (2011), Kirsten (2011), e Bender (2012), o valor da indut ˆancia de um conversor buck-boost PFC pode ser encontrado pela pot ˆencia de entrada do conversor, e ´e definido na Equac¸ ˜ao (32).

Lbb = 1 π · Z π 0 " Vp2· sin2θ · D2 1 2 · Pin· fs # dθ (32)

Como o rendimento te ´orico para o conversor ´e de 100%, Pin = Po, e

estima-se na Equac¸ ˜ao (33) o valor da indut ˆancia.

Lbb =

V2 p · D12

4 · Po· fs

≈ 197 µH (33)

O valor encontrado respeita a condic¸ ˜ao imposta pela Equac¸ ˜ao (30).

Como o conversor n ˜ao possui filtro capacitivo ap ´os a ponte retificadora, o capacitor de sa´ıda do conversor deve suportar tanto a variac¸ ˜ao de tens ˜ao de baixa frequ ˆencia, como de alta frequ ˆencia, e pode ser determinado pela Equac¸ ˜ao (34) (BARBI, 2015;CAMPONOGARA et al., 2015).

Cbb=

Po

2 · π · fr· Vo· ∆Vo

≈ 1, 586mF (34)

(41)

3.3 Projeto do Retificador 39 an ´aloga, visto que ambos devem suportar os mesmos esforc¸os de tens ˜ao. A Figura 16 mostra o valor m ´aximo da tens ˜ao sobre a chave Sw no tempo D2 · T , o qual ´e

resultado da an ´alise da malha externa do circuito da Figura 15 quando VBU S ´e igual a

Vp e Vo ´e 23,42 V. Essa an ´alise resulta na tens ˜ao de 203,42 V (POMILIO, 2014b;HART,

2012).

Os esforc¸os de corrente na chave seguem os mesmos da corrente eficaz de entrada, encontrado na Equac¸ ˜ao (35), que fornece o valor de 667,27 mA. Por dis-ponibilidade, a chave escolhida ´e do tipo MOSFET, de c ´odigo IRF 840, a qual suporta a tens ˜ao de 500 V sobre seus terminais, e corrente de 8 A (SEMICONDUCTORS, 1999). Para o diodo do conversor, seguindo a mesma an ´alise da chave, a tens ˜ao m ´axima sobre seus terminais ocorre em D1 · T , pois nesse momento a chave se

en-contra fechada, e o capacitor alimenta sozinho a carga, resultando no mesmo esforc¸o de tens ˜ao da chave semicondutora (POMILIO, 2014b; HART, 2012). Para a corrente, o diodo deve suportar a corrente da carga de 700 mA.

O diodo MUR 160 ´e escolhido, visto que suporta a tens ˜ao reversa de 600 V e corrente de 1 A, e tamb ´em, por ser do tipo ultra r ´apido, o que garante que o tempo de recuperac¸ ˜ao reversa do diodo seja inferior ao tempo de retomada de conduc¸ ˜ao (MOTOROLA, 1996).

3.3 PROJETO DO RETIFICADOR

Compondo a etapa CA-CC do projeto, utiliza-se a topologia de retificador em ponte completa demonstrada na Figura 17 para converter a tens ˜ao CA de entrada

`a n´ıveis de tens ˜ao somente positivos.

Dr1 Dr4 Dr3 Dr2 + −VCA + − VBU S

Figura 17: Retificador de onda completa Fonte: Adaptado de Hart (2012).

Dado o sentido atribu´ıdo da tens ˜ao da rede, durante o semiciclo positivo da tens ˜ao de entrada, os diodos Dr1 e Dr2 conduzem, a medida que, no semiciclo

(42)

3.4 Projeto f´ısico do Indutor 40 el ´etrica passa a ter as caracter´ısticas apresentadas na Figura 18, onde a tens ˜ao de barramento VBU S cont ´em os dois semiciclos positivos e possui frequ ˆencia duas vezes

maior que a original (BARBI, 1986).

VBUS

f Vpico

Figura 18: Forma de onda da tens ˜ao de sa´ıda do retificador de onda completa

Fonte: Adaptado de Hart (2012).

A m ´axima tens ˜ao a ser suportada por cada diodo, para essa topologia, pode ser aproximada pela m ´axima tens ˜ao de entrada CA (180 V), e ent ˜ao, devido a disponibilidade, o tipo de diodo escolhido para compor a ponte retificadora ´e o diodo MUR 160, o qual suporta tens ˜ao reversa de 600 V. Deve-se ainda verificar os limites do componente quanto `a corrente que passar ´a por ele. A Equac¸ ˜ao (35) apresenta o c ´alculo realizado para determinar a corrente de entrada do circuito para o pior caso, ou seja, para o valor de pico da tens ˜ao de entrada (POMILIO, 2016;MOTOROLA, 1996).

Iinrms = Vp· T · D1· √ D1 √ 3 · Lbb = 667, 27 mA (35)

em que T ´e o per´ıodo referente `a frequ ˆencia de comutac¸ ˜ao de 25 kHz.

O diodo escolhido atende as especificac¸ ˜oes de projeto, visto que o mesmo suporta uma corrente eficaz de 1 A.

3.4 PROJETO F´ISICO DO INDUTOR

Para realizar o projeto do indutor, ´e definido o n ´ucleo de ferrite do tipo E-E, o qual destaca-se na operac¸ ˜ao em alta frequ ˆencia (BARBI; FONT; ALVES, 2002) e ´e apresentado na Figura 19.

Para dar in´ıcio `a metodologia de projeto, s ˜ao definidos na Tabela 6 alguns par ˆametros necess ´arios.

(43)

3.4 Projeto f´ısico do Indutor 41

Ae

Aw

B

A

D

C

Figura 19: N ´ucleo magn ´etico tipo E-E

Fonte: Adaptado de Barbi, Font e Alves (2002).

Tabela 6: Par ˆametros para o projeto do indutor

Par ˆametro S´ımbolo Valor Unidade

Fator de utilizac¸ ˜ao da janela Kw 0,7

Densidade de fluxo m ´axima Bmax 0,3 T

Densidade de corrente m ´axima Jmax 350 A/cm2

Indut ˆancia Lbb 197 µH

Fonte: Barbi, Font e Alves (2002).

n ´ucleo a ser utilizado (BARBI; FONT; ALVES, 2002). AeAw = Lbb· ilpico · ilrms

Bmax· Jmax· Kw

· 10−4 (36)

A corrente de pico no indutor ilpico pode ser obtida atrav ´es da Equac¸ ˜ao (4),

visto que o valor m ´aximo da corrente ´e a sua pr ´opria variac¸ ˜ao, e ocorre para o valor m ´aximo da tens ˜ao de entrada. A Equac¸ ˜ao (37) determina o valor da corrente de pico (HART, 2012;MOHAN; UNDELAND; ROBBINS, 2003).

ilpico = ∆il1 =

Vp

Lbb

· D1· T = 3, 65 A (37)

Da teoria de valor eficaz apresenta por Hart (2012), obt ˆem-se a Equac¸ ˜ao (38). ilrms = s 1 π · Z π 0  Vp· sin θ · Dbb· T 2 · Lbb 2 dθ = 1, 29 A (38)

(44)

3.4 Projeto f´ısico do Indutor 42

AeAw = Lbb· ilpico· ilrms Bmax· Jmax· Kw

· 10−4 = 0, 126 cm4 (39) Atrav ´es da tabela de n ´ucleos da fabricante Thornton (THORNTON, 2016), o n ´ucleo que mais se aproxima do valor obtido de AeAw ´e o n ´ucleo NEE-20 o qual possui AeAw igual a 0,08 cm4, por ´em, devido a disponibilidade, o n ´ucleo NEE-30/15/7

´e escolhido, e possui relac¸ ˜ao AeAw de 0,48 cm4, com ´area efetiva do n ´ucleo A e igual

a 60 mm2. A utilizac¸ ˜ao de um n ´ucleo com AeAw superior ao de projeto implica na

reduc¸ ˜ao do n ´umero de espiras, no aumento do volume e consequentemente no custo do indutor.

Com a ´area efetiva do n ´ucleo utilizado ´e poss´ıvel determinar o n ´umero apro-ximado de espiras N , como apresentado na Equac¸ ˜ao (40) (BARBI; FONT; ALVES, 2002).

N = Lbb· ilpico Bmax· Ae

≈ 40 espiras (40)

Ainda, para maior fidelidade ao projeto, o comprimento do entreferro lg ´e

calculado pela Equac¸ ˜ao (41), considerando µ0 = 4.π.10−7.

lg =

N2· µ 0· Ae

Lbb

· 10−2 = 6, 108.10−6 cm (41) Segundo Barbi, Font e Alves (2002), para n ´ucleos do tipo E-E, o valor obtido do comprimento de entreferro na Equac¸ ˜ao (41) deve ser dividido metade para cada uma das pernas laterais do n ´ucleo.

O condutor a ser utilizado ´e escolhido atrav ´es de sua sec¸ ˜ao Scond, e ´e

cal-culado pela Equac¸ ˜ao (42) (BARBI; FONT; ALVES, 2002).

Scond =

ilef

Jmax

= 3, 686.10−3 cm2 (42)

O condutor que mais se aproxima do valor obtido na equac¸ ˜ao acima foi o fio esmaltado AWG 22, com sec¸ ˜ao Scond= 3, 3.10−3 cm2

Deve-se considerar ainda o efeito pelicular, do ingl ˆes skin effect, que se faz presente em condutores percorridos por correntes de alta frequ ˆencia. Esse efeito faz com que a corrente tenda a fluir pelas bordas do fio, limitando a ´area efetiva do condutor. A Equac¸ ˜ao (43) determina a profundidade de penetrac¸ ˜ao δ (BARBI; FONT; ALVES, 2002).

(45)

3.5 Projeto do circuito de acionamento do MOSFET 43

δ = √7.5 fs

= 47, 434.10−3 cm (43)

Segundo Barbi, Font e Alves (2002), para evitar o efeito pelicular, o di ˆametro do condutor n ˜ao deve exceder duas vezes a profundidade de penetrac¸ ˜ao. O condu-tor AWG 22 possui di ˆametro igual a 0,6438 mm, sendo inferior `a 2δ, n ˜ao havendo a necessidade de utilizar mais de um condutor em paralelo.

As perdas nos enrolamentos dependem somente da resistividade do fio ρf io, e do comprimento m ´edio de cada espira lespira multiplicado pelo n ´umero de

es-piras (BARBI; FONT; ALVES, 2002). A Equac¸ ˜ao (44) apresenta o c ´alculo realizado para quantificar a resistividade equivalente do indutor.

Rf io= ρf io· lespira· N = 0, 138 Ω (44)

Durante a implementac¸ ˜ao pr ´atica do indutor foram utilizadas 42 espiras, apenas pela comodidade de completar a ´ultima camada, o que resultou na indut ˆancia de 210 µH, diante dos 197 µH calculados. A resist ˆencia do indutorRf io foi medida

experimentalmente e possui valor igual 0,2 Ω.

3.5 PROJETO DO CIRCUITO DE ACIONAMENTO DO MOSFET

As topologias ativas de conversores CC-CC realizam o controle do fluxo de pot ˆencia para a carga atrav ´es da comutac¸ ˜ao da chave semicondutora. Alterando o valor do tempo de chave aberta e de chave fechada, ´e poss´ıvel entregar `a carga uma tens ˜ao CC regulada (MOHAN; UNDELAND; ROBBINS, 2003).

A partir das relac¸ ˜oes de tempo de chave aberta e tempo de chave fechada define-se a largura de pulso (POMILIO, 2014b). Portanto, existe a necessidade de um circuito para gerac¸ ˜ao desse sinal, e para condicion ´a-lo ao acionamento da chave semicondutora.

Para realizar tal func¸ ˜ao ´e utilizado o Circuito Integrado (CI) SG3524, apre-sentado na Figura 20, atuando como gerador de PWM. Utilizando a folha de dados da fabricante Texas Instruments, ´e poss´ıvel dispor e projetar os componentes externos ao CI (INSTRUMENTS, 2003).

Os valores de RT e CT determinam a frequ ˆencia do oscilador, e conse-quentemente da frequ ˆencia do sinal de sa´ıda. RT e CT relacionam-se atrav ´es da Equac¸ ˜ao (45) (INSTRUMENTS, 2003).

(46)

3.5 Projeto do circuito de acionamento do MOSFET 44 GND LM3524N R1 R2 VIN 15 -IN 1 +IN 2 COMP 9 +CLSENSE 4 -CLSENSE 5 SHUTDOWN 10 CT 7 RT 6 GND 8 OSCOUT 3 VREF 16 CA 12 EA 11 CB 13 EB 14 RT CT R OUT

Figura 20: Disposic¸ ˜ao geral dos compo-nentes externos ao CI SG3524

Fonte: Autoria pr ´opria.

fs =

1, 30

RT · CT (45)

Fixando o valor do capacitor CT em 10 nF, necessita-se que o valor de RT seja de 5,2 kΩ para a obtenc¸ ˜ao da frequ ˆencia de comutac¸ ˜ao de 25 kHz.

A tens ˜ao sobre o pino 2 do CI ´e respons ´avel por determinar a raz ˜ao c´ıclica desejada, e opera no intervalo de tens ˜ao de 1V a 3,5 V. Para gerar a raz ˜ao c´ıclica de-sejada, R ´e um potenci ˆometro de 10 kΩ, ajustado para manter 10% de raz ˜ao c´ıclica. Ainda, por recomendac¸ ˜oes do fabricante, R1 e R2 possuem o valor de 2 kΩ ( INSTRU-MENTS, 2003). 6N137 2 3 7 8 5 6 R3 R4 R5 R6 R7 R8 BC547 C1 CT R1 R2 R9 R10 2N2222 Vcc2 Gate Source 2N2907 RT R 3 1 2 SG3524 VIN 15 -IN 1 +IN 2 COMP 9 +CLSENSE 4 -CLSENSE 5 SHUTDOWN 10 CT 7 RT 6 GND 8 OSCOUT 3 VREF 16 CA 12 EA 11 CB 13 EB 14 D1 Vcc1

Figura 21: Circuito de acionamento da chave semicondutora Fonte: Autoria pr ´opria.

Para realizar o correto acionamento da chave semicondutora do tipo MOS-FET, ´e utilizado um circuito driver com optoacoplador seguido da configurac¸ ˜ao

(47)

totem-3.5 Projeto do circuito de acionamento do MOSFET 45 pole, obtendo isolac¸ ˜ao do circuito de acionamento da chave e n´ıveis de tens ˜ao e cor-rente coecor-rentes com os requeridos pela chave. A disposic¸ ˜ao completa do circuito de acionamento da chave ´e apresentado na Figura 21 (INSTRUMENTS, 2017).

A Tabela 7 apresenta os componentes utilizados no circuito, bem como seus valores comerciais.

Tabela 7: Componentes utilizados no driver de acionamento da chave semicondutora

Componente Valor Componente Valor Componente Valor

R1 2 kΩ R6 5,6 kΩ R 10 kΩ R2 2 kΩ R7 100 Ω RT 5,2 kΩ R3 100 Ω R8 1 kΩ CT 10 nF R4 390 Ω R9 560 Ω Vcc1 15 V R5 2,7 kΩ R10 100 Ω Vcc2 15 V C1 100 nF D1 1N4148 BC547 β=100 2N2222 β=40 2N2907 β=40 Optoacoplador 6N137

(48)

46 4 AN ´ALISE DOS RESULTADOS

Nesse cap´ıtulo s ˜ao apresentados os resultados de simulac¸ ˜oes e da implementac¸ ˜ao em laborat ´orio do projeto proposto no Cap´ıtulo 3.

O driver de acionamento dos LEDs ´e alimentado pela tens ˜ao da rede el ´etrica de 127 V eficazes com frequ ˆencia de 60 Hz, e o conversor opera em malha aberta, sendo controlado pelo circuito projetado na Sec¸ ˜ao 3.5.

4.1 RESULTADOS DE SIMULAC¸ ˜AO

Juntamente com o modelo do circuito proposto na Sec¸ ˜ao 2.5 e os compo-nentes projetados no Cap´ıtulo 3, s ˜ao realizadas simulac¸ ˜oes com o aux´ılio do software PSIM para validac¸˜ao dos modelos te´oricos. Os parˆametros do circuito s˜ao apresen-R tados na Tabela 8, e o circuito ´e disposto como mostra a Figura 22.

Tabela 8: Par ˆametros utilizados para realizac¸ ˜ao das simulac¸ ˜oes

Par ˆametro S´ımbolo Valor Unidade

Frequ ˆencia de comutac¸ ˜ao fs 25 kHz

Raz ˜ao c´ıclica D1 0,1

Tens ˜ao eficaz de entrada VCA 127 V

Indut ˆancia Lbb 197 µH

Capacit ˆancia Cbb 1586 µF

Diodo do conversor Dbb ideal

-Diodos da ponte retificadora Dr ideais

-Fonte: Autoria pr ´opria.

+ − 127 VCA iin ∼ ∼ driver 197µH Dbb 1586µF 7 × 0, 94 Ω − + 7 × 2, 686 V io

Figura 22: Disposic¸ ˜ao dos componentes no circuito a ser simulado Fonte: Autoria pr ´opria.

(49)

4.1 Resultados de simulac¸ ˜ao 47 O passo de simulac¸ ˜ao utilizado foi de 100 ns, e os resultados das simulac¸ ˜oes foram exportados atrav ´es de vetores de pontos e importados no software MatLab ,R onde foram reorganizado para gerac¸ ˜ao das imagens.

Primeiramente s ˜ao avaliados os esforc¸os sobre os diodos do retificador, os quais mostram na Figura 23 a compatibilidade com o modelo escolhido, capaz de suportar a tens ˜ao de 600 V, diante do valor m ´aximo de 180 V.

0 1 2 3 4 x 105 0 50 100 150 200

Esforços nos Diodos da Ponte Retificadora

Amostras

Tensão (V)

Tensão sobre o diodo Valor de pico = 180 V

Figura 23: Esforc¸os de tens ˜ao sobre os diodos da ponte retificadora Fonte: Autoria pr ´opria.

Para sua capacidade de corrente, na Figura 24 s ˜ao avaliados os valores de pico e eficaz da corrente de entrada. O valor eficaz ´e de 463,3 mA, inferior ao limite de 1 A, e o valor de pico ´e de 3,56 A, abaixo do pico admitido de 35 A (MOTOROLA, 1996).

0 1 2 3 4 5 x 105 −4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4

Amostra da Corrente de Entrada

Amostras

Corrente (A)

Figura 24: Esforc¸os de corrente sobre os diodos da ponte retifica-dora

(50)

4.1 Resultados de simulac¸ ˜ao 48 Na Sec¸ ˜ao 3.1, o ensaio realizado experimentalmente no ponto de operac¸ ˜ao de 700 mA resultou na tens ˜ao de 23,41 V sobre o conjunto de LEDs. Em simulac¸ ˜ao, o resultado obtido presente na Figura 25 ´e de 23,42 V. Ainda na mesma figura, ´e analisada a corrente de sa´ıda do driver, o qual obteve o valor m ´edio de 701,6 mA, muito pr ´oximo aos 700 mA estipulados pelo projeto, fornecendo 16,43 W `a carga. O valor da pot ˆencia ´e obtido pela multiplicac¸ ˜ao ponto a ponto dos sinais de tens ˜ao e corrente de sa´ıda, e extra´ıdo a m ´edia desse valor.

0 1 2 3 4 5

x 105 23

23,5 24

Amostra de Tensão e Corrente de Saída

Amostras 0 1 2 3 4 5 x 105 0,6 0,7 0,8 Amostras Corrente de saída Valor médio = 0,7016 A Valor médio = 23,42 V Tensão de saída Corr ente (A) T ensão (V)

Figura 25: Forma de onda de tens ˜ao e corrente na sa´ıda do driver Fonte: Autoria pr ´opria.

136,64 136,66 136,68 136,7 136,72 136,74 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3

Amostra da Corrente no Indutor

Tempo (ms)

Corrente

(A)

D1.T D2.T D3.T

Figura 26: Forma de onda da corrente no indutor obtida por simulac¸ ˜ao

Fonte: Autoria pr ´opria.

(51)

4.1 Resultados de simulac¸ ˜ao 49 analisada na Figura 26 a corrente no indutor, na qual pode-se identificar as tr ˆes etapas de operac¸ ˜ao do modo descont´ınuo definidas na Sec¸ ˜ao 2.5.

Sobre as caracter´ısticas de regulac¸ ˜ao de fator de pot ˆencia desse conver-sor, a corrente de entrada deve possuir envolt ´orio senoidal em fase com a tens ˜ao de entrada para garantir elevado fator de pot ˆencia (HART, 2012). A Figura 27 mostra a forma de onda da corrente de entrada do driver.

0 1 2 3 4 5 x 105 4 3 2 1 0 1 2 3 4

Amostra da Corrente de Entrada

Corr

ente (A)

1

Figura 27: Forma de onda da corrente de entrada do driver com caracter´ıstica pulsada

Fonte: Autoria pr ´opria.

Embora a corrente de entrada possua envolt ´orio senoidal, a figura evidencia sua forma pulsada em alta frequ ˆencia, e com essa forma n ˜ao ´e capaz de manter um fator de pot ˆencia elevado, devido sua alta taxa de distorc¸ ˜ao harm ˆonica (cerca de 350%). Tal condic¸ ˜ao ´e justificada pela relac¸ ˜ao direta entre fator de pot ˆencia e taxa de distorc¸ ˜ao harm ˆonica, como mostra a Equac¸ ˜ao (46) (POMILIO, 2016).

F P = √ cos(φ)

1 + T HD2 (46)

Para que as harm ˆonicas de alta frequ ˆencia sejam atenuadas, faz-se ne-cess ´ario a utilizac¸ ˜ao de alguma topologia de filtro passa baixas na entrada do circuito, de modo que a corrente de entrada seja formada apenas por componentes de baixa frequ ˆencia (KIRSTEN, 2011).

A topologia LC de filtros ´e utilizada, contendo apenas um indutor s ´erie com a entrada CA, e um capacitor em paralelo com a carga, como mostra a Figura 28.

A carga, expressa por Rem, ´e a resist ˆencia emulada do conversor, ou seja,

(52)

4.1 Resultados de simulac¸ ˜ao 50 + − VCA Lin Cin Rem

Figura 28: Disposic¸ ˜ao do filtro de en-trada no circuito

Fonte: Adaptado de Kirsten (2011).

conversores CC-CC em MCD operam como reguladores de fator de pot ˆencia por terem a caracter´ıstica intr´ınseca de possuir um valor m ´edio de tens ˜ao e de corrente para cada instante de tempo, como sugere a Equac¸ ˜ao (47) (KIRSTEN, 2011;POMILIO, 2016).

Rem =

Vin(t)

Iin(t)

(47)

Como Iin(t) possui comportamento semelhante `a corrente no indutor, seu

valor m ´edio pode ser calculado pela integral da curva no per´ıodo, ou fazendo a an ´alise da ´area do tri ˆangulo formado na primeira etapa. A bases dos tri ˆangulos ´e D1.T, e

como o valor m´ınimo da corrente ´e zero, a altura do tri ˆangulo ´e a pr ´opria variac¸ ˜ao de corrente ∆il encontrada na Equac¸ ˜ao (4). Portanto em um per´ıodo, o valor da corrente

de entrada ´e expresso na Equac¸ ˜ao (48) (KIRSTEN, 2011;POMILIO, 2016).

Iin(t) =

Vin(t) · D12· T

2Lbb

(48) E ent ˜ao, por meio da Equac¸ ˜ao (47), a relac¸ ˜ao anterior ´e reorganizada na Equac¸ ˜ao (49).

Rem =

2 · Lbb

D1· T

(49) Dessa maneira ´e poss´ıvel determinar a resist ˆencia emulada do conversor, e calcular os valores Lin e Cin pertinentes para o filtro LC de entrada atrav ´es das

Equac¸ ˜oes (50) e (51). Lin = Rem 2 · π · fcorte (50) Cin = 1 2 · π · fcorte· Rem (51) Atribuindo a frequ ˆencia de corte uma d ´ecada abaixo da frequ ˆencia de comutac¸ ˜ao

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