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Avaliação técnica e econômica da implantação de povoamento de Eucalyptus grandis W. (Hill ex. Maiden)

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Academic year: 2021

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UNIJUÍ – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

DEAg – DEPARTAMENTO DE ESTUDOS AGRÁRIOS

CURSO DE AGRONOMIA

AVALIAÇÃO TÉCNICA E ECONÔMICA DA IMPLANTAÇÃO DE

POVOAMENTO DE Eucalyptus grandis W. (Hill ex. Maiden)

VAGNER MARANGON

Ijuí – RS 2015

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VAGNER MARANGON

AVALIAÇÃO TÉCNICA E ECONÔMICA DA IMPLANTAÇÃO DE

POVOAMENTO DE Eucalyptus grandis W. (Hill ex. Maiden)

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Agronomia – Departamento de Estudos Agrários da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, como requisito parcial para a obtenção do título de Engenheiro Agrônomo.

Orientador: Prof. Msc. Osório Antônio Lucchese

Ijuí – RS 2015

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VAGNER MARANGON

AVALIAÇÃO TÉCNICA E ECONÔMICA DA IMPLANTAÇÃO DE

POVOAMENTO DE Eucalyptus grandis W. (Hill ex. Maiden)

Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Agronomia – Departamento de Estudos Agrários – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, aprovado pela banca abaixo subscrita.

___________________________________________ Prof. Msc. Osório Antônio Lucchese

DEAg/UNIJUÍ – Orientador

___________________________________________ Eng. Agr. Cesar Oneide Sartori

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DEDICATÓRIA

Aos meus pais Roberto Antônio Marangon e Elaine Marangon pelo apoio, amor e carinho sempre dedicado em todos os momentos. Ao professor e orientador Msc. Osório Antônio Lucchese, pela orientação e ensinamentos transmitidos nessa trajetória. Também dedico aos colegas e amigos que contribuíram de maneira efetiva para a realização desse trabalho.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, pelo dom da vida, pela proteção e pelas forças concedidas para superar as dificuldades encontradas durante esta trajetória. Aos meus pais Roberto e Elaine, pelo apoio, carinho, incentivo, exemplos de vida, os quais me ajudaram muito nessa jornada.

Aos meus Irmãos, Anderson, pelas diferentes formas de apoio, nas etapas desta caminhada.

Ao professor Msc. Osório Antônio Lucchese, pela orientação, ensinamentos compartilhados durante a realização deste trabalho, por ter acreditado que o aluno que nunca tinha trabalhado com eucalipto iria conseguir desenvolver a pesquisa a campo.

Aos colegas de curso e bolsistas que ajudaram nas etapas da realização desse trabalho, desde o plantio das parcelas até a montagem de algumas tabelas.

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AVALIAÇÃO TÉCNICA E ECONÔMICA DA IMPLANTAÇÃO DE POVOAMENTO DE Eucalyptus grandis W. (Hill ex. Maiden)

RESUMO

A cultura do eucalipto é a base florestal para construção civil entre outras fontes de matéria prima para as indústrias, por ser uma cultura que se adapta a vários ambientes e possui um rápido crescimento, se diferenciando das demais culturas utilizadas em reflorestamentos. Possui retorno econômico mais rápido e também ajuda a diminuir o desmatamento de áreas de preservação permanente. O processo de implantação de povoamentos de eucalipto constitui-se em aspecto chave para o início de um sistema de cultivo qualificado, resultando em rendimentos finais superiores. O presente trabalho tem por objetivo avaliar aspectos técnicos e econômicos na implantação de povoamento de Euclyptus grandis, avaliando o povoamento durante os primeiros 206 dias a partir do plantio. O estudo foi realizado na área experimental do IRDeR, pertencente ao Departamento de Estudos Agrários (DEAg) da UNIJUÍ. O povoamento avaliado foi dividido em quatro áreas espaçadas 3,0m entre plantas e filas, cada uma com 2500 m2 e com 278 plantas, onde foram avaliadas 11% desta população totalizando 30 plantas por área ou 120 plantas no povoamento. As plantas foram selecionadas aleatoriamente dentro de cada área, sendo avaliadas o seu desenvolvimento mensalmente, onde foram avaliadas a altura da planta e o diâmetro do colo da planta a uma altura de 8 cm do solo. Também foram observadas a ação negativa de pragas (formigas) e plantas daninhas (corriolas), quantificando estes danos a cada medição realizada, avaliando o nível de danos que as plantas suportam. Ao final dos 206 dias também se quantificou os dados econômicos produzindo um custo por muda de eucalipto com a quantificação dos custos de mão de obra e insumos utilizados. Observou-se que os dados médios finais de 120 plantas avaliadas, atingiram uma altura de 169 cm de altura e 24 mm de diâmetro de colo. A mortalidade média de plantas chegou a 25%, sendo motivados, especialmente, pelo ataque de formigas e a concorrência promovida pela corriola (Ipomoea cairica) e replantio, onde formigas contribuíram com 60%, corriola 20% e replantio 20%.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Exigências climáticas ajustadas para Eucalyptus grandis ... 14 Tabela 2: Condições climáticas observadas durante 206 dias, após a implantação

do povoamento de eucalipto a campo na estação meteorológica do IRDeR distante a 1000 metros do povoamento (DEAg/UNIJUÍ, 2015) ... 37

Tabela 3: Análise de solo das quatro áreas (DEAg/UNIJUÍ, 2015) ... 38 Tabela 4: Interpretação dos resultados da análise de solo, das quatro áreas de

estudo (DEAg/UNIJUÍ, 2015) ... 38

Tabela 5: Porcentual de sobrevivência e mortalidade avaliadas em povoamento

de Eucalyptus grandis, observadas em sete avaliações durante um período de 206 dias após o plantio a campo (DEAg/UNIJUÍ, 2015) ... 40

Tabela 6: Danos de formiga e corriola em um povoamento de E. grandis num

período de 206 dias após sua implantação a campo, apenas plantas que foram atacadas estão listadas abaixo, nesta tabela estão listadas as quatro áreas respectivamente (DEAg/UNIJUÍ, 2015) ... 41

Tabela 7: Custos de mão de obra e insumos, num período de 206 dias após a

implantação das mudas a campo (DEAg/UNIJUÍ, 2015) ... 44

Tabela 8: Percentual de participação das diferentes práticas realizadas sobre o

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Declividade de 7% observada no terreno no sentido oeste/leste (A),

declividade de 8,5% observada no terreno no sentido sul/norte (B), divisão da área em quatro partes (C) (DEAg/UNIJUÍ, 2015) ... 29

Figura 2: Taxa de desfolha resultante do ataque de formigas onde observa-se os

danos baixo (A), médio (B) e alto (C) de desfolha, ocasionado pela formiga (DEAg/UNIJUÍ, 2015) ... 32

Figura 3: Taxa de abafamento resultante da competição por corriola onde

observa-se os danos baixo (A), médio (B) e alto (C), ocasionado pela corriola (DEAg/UNIJUÍ, 2015) ... 33

Figura 4: Crescimento em diâmetro (mm) do colo da planta, medidos a 8 cm do

chão, em plantas de um povoamento de E. grandis, em sete avaliações efetuadas durante um período de 206 dias após o seu plantio a campo (DEAg/UNIJUÍ, 2015) . 34

Figura 5: Altura de plantas (cm) em um povoamento de E. grandis, em sete

avaliações efetuadas durante um período de 206 dias após o seu plantio a campo (DEAg/UNIJUÍ, 2015) ... 35

Figura 6: Temperaturas médias das mínimas e máximas de cada mês obtidas

durante a implantação do povoamento de eucalipto a campo (DEAg/UNIJUÍ, 2015) ... 36

Figura 7: Precipitações mensais observadas durante a fase de implantação do

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 9

1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ... 10

1.1 IMPORTÂNCIA DO CULTIVO DE EUCALIPTO NO BRASIL ... 10

1.2 CARACTERIZAÇÃO DO GÊNERO EUCALYPTUS ... 11

1.2.1 Eucalyptus grandis ... 13

1.3 IMPLANTAÇÃO DE POVOAMENTO DE EUCALIPTO ... 14

1.4 ESPAÇAMENTO ... 15 1.5 AMOSTRAGEM DE SOLO ... 16 1.6 PREPARO DO SOLO... 17 1.7 RECOMENDAÇÕES DE CALAGEM ... 18 1.8 ADUBAÇÃO DE BASE ... 18 1.9 ADUBAÇÃO DE PLANTIO ... 19 1.10 QUALIDADE DA MUDA ... 20 1.11 PLANTIO ... 21 1.12 REPLANTIO ... 21

1.13 MANEJO DAS PLANTAS DANINHAS ... 22

1.14 FORMIGA ... 23

1.14.1 Métodos de Controle ... 24

1.15 ASPECTOS ECONÔMICOS DA IMPLANTAÇÃO DE EUCALIPTO ... 25

2 MATERIAIS E MÉTODOS ... 27

2.1 LOCAL DE ESTUDO ... 27

2.2 HISTÓRICO DA ÁREA ... 27

2.3 IMPLANTAÇÃO DA ÁREA AVALIADA ... 28

2.4 TABULAÇÕES E ANÁLISE DOS DADOS ... 33

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 34

3.1 CRESCIMENTO DAS MUDAS ... 34

3.2 ANÁLISES DE SOBREVIVÊNCIA E DOS DANOS NAS PLANTAS ... 40

3.3 RESULTADOS ECONÔMICOS ... 44

3.4 RECOMENDAÇÃO DE PLANTIO ... 46

CONCLUSÃO ... 48

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INTRODUÇÃO

O cultivo de eucalipto objetiva garantir o suprimento de matéria-prima florestal para usos múltiplos, tais como: produção de celulose, fonte de carvão vegetal para gerar energia e de madeira sólida usada em móveis, pisos, revestimentos e outras aplicações na construção civil.

A cultura do eucalipto é a base florestal para construção civil entre outras fontes de matéria prima para as indústrias, por ser uma cultura que se adapta a vários ambientes e possui um rápido crescimento, se diferenciando das demais culturas utilizadas em reflorestamentos, possuindo um retorno econômico mais rápido, e também auxiliando na diminuição do desmatamento de áreas de preservação permanente.

Na região noroeste do estado do Rio Grande do Sul existem condições naturais favoráveis para a produção de várias espécies de Eucalyptus, as quais representam uma alternativa econômica para a diversificação da propriedade e fonte de renda para os agricultores. Há várias espécies que poderiam ser plantadas na região noroeste do Rio Grande do Sul, mas se destacam três espécies: Eucalyptus

dunnii, E. grandis, E. saligna.

Este trabalho teve por objetivo realizar uma análise técnica e econômica das atividades de implantação de povoamento de eucalipto, nos primeiros 206 dias a partir do plantio, quantificando os danos por formigas e plantas daninhas competidoras.

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1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Em 2012, a área ocupada por plantios florestais de Eucalyptus e Pinus no Brasil totalizou 6.664.812 ha, sendo 76,6% correspondente à área de plantios de

Eucalyptus e 23,4% aos plantios de Pinus. A área de plantios de Eucalyptus

totalizou 5.102.030 ha, representando crescimento de 4,5% (228.078 ha) frente ao indicador de 2011. O principal fator que alavancou esse crescimento foi o estabelecimento de novos plantios frente à demanda futura dos projetos industriais do segmento de Papel e Celulose (ABRAF, 2013).

Também pode ser observado um acréscimo de áreas plantadas com outras espécies florestais que não as tradicionalmente implantadas no país (Eucalyptus

spp. e Pinus spp.). O crescimento percentual desses florestamentos foi de 60% entre

2005 e 2012, saindo de pouco mais de 300 mil hectares para 520 mil hectares (ABRAF, 2013).

No Brasil, 100% da produção de celulose e papel têm como origem florestas plantadas de eucalipto e pinus. Nessas florestas, as árvores são cultivadas em áreas específicas, com insumos de alta qualidade, e, depois, colhidas para uso industrial. Em seguida, nova floresta é plantada perpetuando o ciclo plantio/colheita, segundo dados da associação brasileira de celulose e papel (BRACELPA, 2013).

1.1 IMPORTÂNCIA DO CULTIVO DE EUCALIPTO NO BRASIL

O eucalipto é uma planta originária da Austrália, onde existem mais de 600 espécies. A partir do início do século 20, o eucalipto teve seu plantio intensificado no Brasil, sendo usado durante algum tempo nas ferrovias, como dormentes e lenha para as locomotivas e mais tarde como poste para eletrificação das linhas (MARCHIORI; SOBRAL, 1997).

A partir da década de 1980, questões relativas às mudanças climáticas, ao aquecimento global e ao efeito-estufa passaram a serem destaques como ameaças ambientais que colocam em risco a sobrevivência dos seres humanos. Tais questões ganharam importância mundial (SILVA et al., 2008). O Brasil passa à beneficiar-se e assumir posição privilegiada perante os países que buscam reverter o processo de mudança climática, tanto do ponto de vista de reduções das emissões quanto em projetos de sequestro de carbono, principalmente com implantação de

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florestas de eucalipto utilizando tecnologias que o difere dos demais países (ROCHA, 2002).

O gênero Eucalyptus tem sido muito utilizado e a sua produção tem atendido os setores da indústria de celulose, papel e madeira processada. Por exemplo, o carvão vegetal, originado de eucaliptos, pode substituir o óleo combustível em caldeiras. A utilização do eucalipto para serraria ainda é incipiente no Brasil, devido à exploração (muitas vezes ilegal) de madeira de espécies nativas da Amazônia, por exemplo. Com as novas exigências do mercado consumidor, preocupado com a produção sustentada e a manutenção de florestas nativas, o consumo dos produtos florestais procedentes de florestas plantadas tem aumentado (FREITAG, 2007).

Para atender à demanda mundial de papel, a indústria de celulose vem obtendo incrementos expressivos de produção, o que faz que haja aumento da demanda de matéria-prima (ARRUDA et al., 2011). A necessidade de aumento de produção tem feito que as empresas do setor busquem alternativas de manejo que aumentem a produtividade florestal (ALMEIDA, 2008).

A alta produtividade de volume de madeira do eucalipto também oferece a vantagem de contribuir para o alívio da demanda crescente de madeira, favorecendo a preservação das florestas nativas remanescentes (MARCHIORI; SOBRAL, 1997).

Outro aspecto abordado no Brasil são os florestamentos com eucalipto, os quais apresentam viabilidade técnica e econômica, mostrando-se muito promissoras (SOARES et al., 2003). Essa espécie pode ampliar significativamente sua participação na composição da renda agropecuária, com vantagens adicionais sob a visão social e ambiental (CORDEIRO et al., 2010).

1.2 CARACTERIZAÇÃO DO GÊNERO EUCALYPTUS

O gênero Eucalyptus pertence à família Myrtaceae, apresentando cerca de 600 espécies, muitas variedades e híbridos. Possui grande potencial para a indústria da madeira, devido ao seu rápido crescimento, a boa adaptação às condições ambientais brasileiras e à produção de madeira de boas propriedades físicas e mecânicas. Podendo ser produzidas a baixos custos, as madeiras de cores agradáveis contribuem para destacar e valorizar algumas espécies desse gênero (ANDRADE, 1961; LIMA et al., 2006).

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No Brasil, o Eucalyptus sp. foi introduzido por D. Pedro I, em 1825, que plantou mudas das espécies E. robusta e E. tereticornis no Jardim Botânico do Rio de Janeiro (MOURA et al., 1980).

No início do século XX, Navarro de Andrade introduziu o eucalipto no estado de São Paulo, com o objetivo principal de produzir lenha para as locomotivas da Companhia Paulista de Estradas de Ferro (FEPASA). Com o passar do tempo, a madeira de eucalipto, foi sendo destinada para outras finalidades, mas principalmente para a produção da pasta celulósica (OLIVEIRA et al., 2008).

Em território brasileiro, o eucalipto encontrou ótimas condições de clima e solo para se desenvolver, com um índice de produtividade maior que nos demais países. Pode ser cultivado em terrenos de baixa fertilidade natural, não exige muitos nutrientes e defensivos agrícolas em comparação com outras culturas (BRACELPA, 2011).

As características da madeira do eucalipto o tornam indicado para diferentes usos, entre as quais se destacam a laminação, a movelaria, as estruturas, a caixotaria, os postes, as escoras, os mourões e o carvão, sendo o Eucalyptus

grandis, E. urophylla, E. saligna, E. tereticornis, E. globulus, E. viminalis as espécies

mais plantadas no mundo (ALZATE, 2004).

O eucalipto é muito utilizado na indústria moveleira, a literatura reporta algumas características das árvores de eucalipto, como tronco retilíneo, desrama natural e formação de madeira com variações de densidade, textura e coloração para a aplicação neste segmento (CALORI; KIKUTI, 1997). A madeira de eucalipto utilizada na fabricação de móveis apresenta, de modo geral, características tecnológicas consideradas inapropriadas considerando que provêm de plantações florestais destinadas à indústria de celulose, chapas, carvão, etc. (LIMA, 2005).

A elevada utilização do eucalipto nos florestamentos ocorre devido a sua diversidade de espécies, adaptabilidade em várias regiões e climas e seu potencial de produção, pois contribui para diminuir a pressão do desmatamento das áreas de preservação e reservas legais de matas nativas e também auxilia na captura de dióxido de carbono na atmosfera, diminuindo o efeito estufa (GARAY et al., 2004).

Um fator relevante a ser considerado é o benefício gerado por florestas plantadas de eucalipto ao meio ambiente, auxiliando na recuperação de terras degradadas. Dentre os principais atributos ambientais de áreas reflorestadas com esta cultura destacam-se: sequestro de carbono, reduz as ações erosivas de solo,

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transfere nutrientes das camadas mais profundas do solo para as mais superficiais, gera excelente camada de material orgânico que preserva a umidade do solo, reduz a temperatura do microclima, e a maior relevância, reduz o desmatamento de áreas nativas (EMBRAPA FLORESTAS, 2003).

1.2.1 Eucalyptus grandis

O E. grandis é uma das principais espécies florestais plantadas no Estado do Rio Grande do Sul, sendo responsável por grande parte do sucesso da atividade florestal brasileira, principalmente nos setores ligados a produção de papel e celulose (EMBRAPA, 2003).

Por ser a espécie de mais rápido crescimento e atualmente a de maior importância nos programas de florestamento, estudos e observações indicam o E.

grandis como de grande potencialidade para as indústrias de processamento

mecânico (AGUIAR, 1986). Se destaca pelo rápido crescimento, desde que sob condições ambientais adequadas, proporciona um insuperável incremento volumétrico, boa forma de fuste, boa desrama natural, pequena quantidade de casca, elevado porcentual de cerne e madeira apropriada para múltiplos usos (DEL QUIQUI et al., 2001).

Uma das características mais marcantes da espécie é possuir rápido crescimento, porém; como os programas de melhoramento para qualidade de madeira visando à serraria são recentes, é relativamente comum o surgimento de defeitos no aproveitamento de toras para conversão em tábuas, principalmente na forma de rachaduras, ocasionando perdas na qualidade das peças serradas e menor rendimento (PALUDZYSZYN et al., 2006).

E. grandis deve ser plantado em áreas livres de geadas e de períodos de

seca muito prolongados, sendo suscetível a doenças foliares e do tronco, além de apresentar defeitos na madeira serrada (PALUDZYSZYN et al., 2006).

As exigências climáticas para E. grandis foram ajustadas em função da região de ocorrência, resultados de pesquisa e plantios em várias partes do mundo. Vale ressaltar a alta suscetibilidade ao frio dessa espécie. Em regiões sujeitas a geadas de forte intensidade (-6ºC) E. grandis não deve ser plantado (PALUDZYSZYN et al., 2006).

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Tabela 1: Exigências climáticas ajustadas para Eucalyptus grandis

Parâmetros bioclimáticos Indicadores

Mínimo Máximo

Precipitação média anual (mm) 900 3.730

Número de meses sem chuvas 0 5

Temperatura média das máximas do mês mais quente 22°C 34°C Temperatura média das mínimas do mês mais frio 0°C 16°C

Temperatura média anual 12°C 25°C

Fonte: Jovanovic e Booth (2002).

A espécie se desenvolve em solos com boa capacidade, de retenção de água, bem drenados, profundos e argilosos, de origem aluvial ou vulcânica (BOLAND et al., 1984). E. grandis não suporta períodos prolongados de seca como os predominantes no Centro-Oeste do Brasil, nem solos com baixa retenção de umidade, como os francamente arenosos. Plantações efetuadas em neossolos quartzarênicos, têm produtividade limitada, muito abaixo do potencial da espécie (PALUDZYSZYN et al., 2006).

Segundo FAO (1981), o Eucalyptus grandis, prefere solos profundos, de boa drenagem e se comporta melhor em solos férteis e franco argilosos.

1.3 IMPLANTAÇÃO DE POVOAMENTO DE EUCALIPTO

Em comparação às demais culturas agrícolas, as culturas florestais são conhecidas pelo longo prazo entre os investimentos iniciais e as receitas futuras. Isto gera uma preocupação maior com o crescimento do povoamento e a produção, pois é deles que depende a viabilidade econômica do investimento (GUIMARÃES, 1994). O manejo florestal nesse ponto é de grande importância para atingir o retorno esperado.

O crescimento de uma árvore é influenciado pela interação entre o fator genético com o meio ambiente, no qual estão incluídas as variáveis climáticas, o solo, topografia e a competição com outros seres vivos presentes no local (SELLE et al., 1994). A interação entre esses fatores em relação à produção de madeira ou outro tipo de produto denominada como capacidade produtiva, que junto com a idade, o grau de utilização do potencial produtivo do lugar e tratamentos silviculturais, interfere no crescimento e produção de um povoamento florestal (CAMPOS; LEITE, 2013).

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Para um plano de manejo florestal ser bem sucedido é necessário o desenvolvimento e aplicação de métodos quantitativos, além de conhecimentos ecofisiológicos (CAMPOS; LEITE, 2013). A classificação das terras é importante para elaboração desse plano. Esta classificação inclui o mapeamento da capacidade produtiva, que pode ser feita por métodos diretos, indiretos ou por uma combinação desses métodos.

Para a implantação de reflorestamento de eucalipto, é muito importante a escolha da espécie que se adapte ao local e aos objetivos pretendidos, como por exemplo, para lenha e carvão são utilizadas espécies que geram grande quantidade de madeira em prazo curto como Eucaliptus grandis, E. urophylla, E. torilliana; para a produção de papel e celulose utiliza-se espécies que apresentem cerne branco e macio como E. grandis, E. saligna, E. urophylla (MARCHIORI; SOBRAL, 1997). Já, para postes, moirões, dormentes e estacas, as espécies com cerne duro (para resistir às intempéries) como E. citriodora, E. robusta, E. globulus são as mais indicadas e, para a serraria, as espécies de madeira firme, em que não ocorram rachaduras como o E. dunnii, E. viminalis, E. grandis são os atualmente mais indicados (PAIVA et al., 2001).

1.4 ESPAÇAMENTO

A escolha do espaçamento a ser utilizado na implantação de plantios florestais tem uma grande importância no planejamento, isso porque o espaçamento vai influenciar a taxa de crescimento das árvores, a qualidade da madeira, a idade de corte, as práticas de implementação, de manejo e de exploração e, consequentemente, os custos de todo o processo (MORAIS, 2006).

A escolha do espaçamento tem como objetivo inicial proporcionar para cada árvore o espaço suficiente para se obter o crescimento máximo com melhor qualidade e menor custo. Durante a fase inicial de crescimento, a demanda de uma planta é, principalmente, por umidade e calor. Se estes elementos estão em quantidade adequada, qualquer sítio é capaz de suportar o crescimento inicial de um povoamento, mesmo com alta densidade. Entretanto, após alguns anos de crescimento, há um aumento na demanda e as árvores entram em competição por água, nutrientes, luz e pelo espaço para crescimento da copa e sistema radicular (CHIES, 2005).

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O uso final da madeira deve ser considerado quando for fazer uma recomendação de qual espaçamento a ser usado, além disso, a qualidade do sítio, as características da espécie, os objetivos de plantio e as condições de mercado, junto com os tratos silviculturais e os equipamentos disponíveis, os métodos de colheita e outros produtos (BOTELHO, 1998).

A escolha do espaçamento a ser adotado deve ser selecionada em função do produto florestal desejado, uma vez que, em espaçmentos mais amplos, a produção de matéria seca da parte aérea e, em especial, da madeira por árvore, é elevada em razão de seu maior crescimento em diâmetro, enquanto que em espaçamentos mais reduzidos ocorre maior produção de biomassa por unidade de área, em razão de ter um maior número de plantas. Em espaçamentos de 6, 9, 12 e 15 m² em arranjos de 3,0 x 2,0m; 3,0 x 3,0m; 3,0 x 4,0m e 3,0 x 5,0m encontrou-se que a produção de madeira teve uma resposta linear positiva para a variável área útil por planta, sendo considerado, neste caso, o espaçamento de 15 m² como o que proporcionou maior produção de matéria seca da parte aérea (OLIVEIRA NETO et al., 2003).

O espaçamento inicial tem um impacto muito maior no diâmetro do que na altura. Plantios com espaçamentos menos densos produzem árvores com DAP maior, mas com altura similar à das árvores com espaçamentos reduzidos (SMITH; STRUB, 1991).

Experimentos evidenciaram uma tendência de aumento de crescimento em altura à medida que se reduz o espaçamento, ou seja, em espaçamentos mais densos (BOTELHO, 1998). A competição entre as plantas em busca de luz é muito mais intensa em espaçamentos menores, estimulando assim o crescimento em altura (PATIÑO-VALERA, 1986).

1.5 AMOSTRAGEM DE SOLO

Para se realizar a amostragem de solo, seguem-se os mesmos principias básicos definidos para as culturas agrícolas. A camada de solo que tem mostrado teores de nutrientes mais relacionados com o crescimento das árvores é a 0-20 cm (GONÇALVES, 1990). As plantas arbóreas têm um sistema radicular profundo, mas as raízes ativas e responsáveis pela absorção de aproximadamente 80% dos nutrientes localizam-se até 15 cm de profundidade. As raízes profundas são

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importantes para a sustentação da estrutura arbórea e para a absorção de água. (ROLAS, 2004).

A amostragem de solo é o procedimento de coletar amostra de terra, de modo que essa amostra seja a mais representativa do terreno onde vai ser implantada a cultura, sendo a etapa inicial de um programa adequado para correção do solo e adubação das plantas. Nunca é demais lembrar que, por melhor que seja a análise química, ela não pode corrigir falhas na retirada da amostra ou na sua representatividade (RAIJ et al., 1996).

1.6 PREPARO DO SOLO

No setor florestal, desde o início da década de 1980, o preparo do solo para o plantio de eucalipto é considerado um fator primordial para o bom desenvolvimento das mudas e a uniformidade da produção do povoamento (GONÇALVES et al., 2000).

O efeito do preparo do solo é resultado do tipo de implemento, forma e intensidade de seu uso (GONÇALVES et al., 2000). Dessa forma, o melhor manejo é aquele que apresenta interferência mínima e que deixe a maior quantidade de resíduos vegetais sobre a superfície do solo. No entanto, nenhum implemento promove melhorias na estrutura, somente com a atividade biológica de organismos do solo ou a ação do sistema radicular das plantas isso poderá ser alcançado. Assim, o grande desafio do manejo do solo consiste em identificar o equilíbrio entre estratégias e métodos silviculturais que mantenham ou elevam a produtividade a longo prazo, sem ou com mínimos impactos negativos ao ambiente (PREVEDELLO, 2008).

A qualidade física do solo diz respeito à capacidade do mesmo em promover ao sistema radicular das plantas condições favorável ao crescimento e desenvolvimento (NEVES JUNIOR, 2005). Os principais fatores físicos de crescimento são: a disponibilidade de água e ar, temperatura e resistência que o solo oferece à penetração das raízes (FORSYTHE, 1967). O teor de água no solo controla a aeração, a temperatura e a impedância mecânica, os quais são afetados pela densidade do solo e distribuição do tamanho de poros. Esses fatores juntos interagem e regulam o crescimento e funcionalidade das raízes refletindo diretamente na produtividade dos cultivos (REICHERT et al., 2003).

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O preparo do solo na silvicultura melhora as condições para o estabelecimento das plantas e o crescimento inicial e aumenta a produtividade florestal (PREVEDELLO, 2008). O sistema de cultivo mínimo, o qual utiliza implementos de hastes, como escarificadores, atua na descompactação do solo e resulta em superfícies mais rugosas, o qual mantém ou eleva o nível de fertilidade do solo (KOCHHANN; DENARDIN, 2000). Com a redução do revolvimento nas camadas, a estrutura é pouco afetada, mantendo as condições de porosidade e capilaridade, fatores essenciais ao crescimento radicular e aos processos de transferência de água e nutrientes no solo e, além disso, maiores quantidades de resíduos ficam depositados sobre a superfície ou parcialmente incorporados (DENARDIN, 1987).

A escarificação rompe as camadas compactadas do solo até uma profundidade de 0,30 m. Esse processo, gera benefícios imediatos por reduzir a densidade do solo o que, por sua vez, reduz a resistência à penetração, aumenta o volume de macroporos, melhora a aeração e a drenagem interna do solo, resultando em infiltração mais rápida da água e consequentemente, diminui o escoamento superficial (TAYLOR; BELTRAME,1980).

1.7 RECOMENDAÇÕES DE CALAGEM

A calagem é prática obrigatória, apesar do eucalipto ser tolerante à acidez e ao alumínio. O calcário é necessário devido à exigência em cálcio e magnésio da cultura. Dessa forma, recomenda-se aplicação de calcário dolomítico (SILVEIRA et al., 2001).

A calagem é recomendada quando o solo for muito ácido (pH < 5,0) ou quando apresentar teores baixos de Ca e de Mg. O objetivo é elevar o pH do solo a 5,5 e a saturação por bases a 65% (ROLAS, 2004).

1.8 ADUBAÇÃO DE BASE

A aplicação de cada nutriente deve ser realizada com base no teor dos nutrientes já disponíveis no solo, que é facilmente identificado através da análise do solo (WILCKEN, 2008).

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A adubação é uma prática que visa suprir as demandas nutricionais das plantas, na busca por maior produção. No Brasil, as maiores limitações nutricionais têm sido observadas quanto ao elemento P (fósforo). Contudo, o aumento do número de rotações, leva à demanda por outros nutrientes (BARROS et al., 2000). No caso do eucalipto, entre 70-80% da exigência nutricional das árvores, ocorrem na fase inicial de desenvolvimento da cultura (SANTANA et al., 1999), sendo, portanto, a fase inicial, o período indicado para a aplicação dos fertilizantes.

Para o plantio de áreas florestais, a adubação é realizada em momentos distintos durante a produção da floresta, dividida em três ou quatro aplicações até os 24 meses de plantio (GONÇALVES, 2006). Após este período, ocorre o fechamento das copas, iniciando a ciclagem de nutrientes.

Após a determinação da quantidade necessária de cada nutriente a ser aplicado na adubação de plantio, deve-se buscar o adubo formulado que melhor atenda as proporções desses nutrientes. A fórmula mais utilizada em plantios de eucalipto é o 06-30-06, com doses variando de 100 a 150 g/muda. Para os adubos formulados pode-se fazer aplicação mecanizada, em filete continuo ou manualmente em coveta lateral (WILCKEN, 2008).

1.9 ADUBAÇÃO DE PLANTIO

Pode ser feita na cova ou no sulco de plantio. No primeiro caso, o adubo deve ser colocado no fundo da cova antes do plantio, bem misturado com a terra para evitar danos à raiz das mudas. No segundo caso, o adubo é distribuído no fundo do sulco de plantio, aberto pelo sulcador. (ROLAS, 2004)

Embora não seja uma prática comum, a adubação de cobertura é indicada, pois ela complementa a adubação de plantio. No caso de não ser feita a adubação de cobertura, as quantidades recomendadas para plantio e cobertura devem ser aplicadas no plantio. A adubação de cobertura é feita entre três e seis meses após o plantio. O adubo é distribuído ao lado das plantas, em faixas ou em coroamento. Após a aplicação é recomendado cobri-lo com terra (ROLAS, 2004).

A adubação de reposição é feita após o corte e a retirada de madeira por ocasião do desbaste, dependendo do manejo (ROLAS, 2004).

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1.10 QUALIDADE DA MUDA

Os atributos necessários para o sucesso no plantio de mudas têm sido denominados “qualidade de muda” (FONSECA et al., 2002). Vários fatores afetam a qualidade das mudas, dentre eles, a qualidade da semente, tipo de recipiente, substrato, adubação e manejo das mudas (CRUZ; PAIVA; GUERRERO, 2006).

Para que se obtenha retorno financeiro com o cultivo de eucalipto, a formação de mudas vigorosas, que passa pelo processo de germinação ou enraizamento, fase de crescimento e de rustificação é essencial, sendo que a fase de rustificação é de grande importância para a adaptação das mudas a campo (SILVA, 2003).

Uma forma de se obter mudas de boa qualidade é utilização de irrigação em viveiros, sendo que essa técnica tem comprovada eficiência, propiciando altas taxas de sobrevivência das mesmas, minimizando as perdas de mudas a campo (PAIVA et al., 2001).

Os problemas relacionados com a produção das mudas, ainda no viveiro, têm sido uma das principais causas da sua mortalidade no campo nos primeiros anos da implantação, podendo representar 15% nos dois primeiros anos e 20% até os sete anos (FREITAS; KLEIN, 1993).

Mudas de boa qualidade apresentam maior potencial de sobrevivência e de crescimento após o plantio, muitas vezes dispensando o replantio e reduzindo a demanda por tratos culturais. Uma muda de boa qualidade deve ser vigorosa, com folhas de tamanho e coloração típica da espécie e em bom estado fitossanitário e nutricional (CRUZ; PAIVA; GUERRERO, 2006).

Plantio de mudas com alto padrão de qualidade garante altos índices de sobrevivência e bom desenvolvimento inicial após plantio, reduzindo dessa forma, a necessidade de limpezas em povoamentos recém-implantados (CARNEIRO, 1995).

Vários fatores afetam a qualidade de mudas, como o potencial genético, nutrição, controle fitossanitário, clima, substrato, luz, temperatura, recipiente, aclimatação, água, fertilização e densidade, entre outros (DAVIDE; FARIA, 2008; HOPPE; BRUN, 2004).

Um dos objetivos de plantio de eucalipto para subsistência ou para fins comerciais é a obtenção de altas produtividades de forma sustentável. Para isto, é necessário utilizar tratos silviculturais ideais, durante a fase de produção de mudas,

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para que se possa adquirir mudas de boa qualidade que irão garantir uma boa implantação e um bom desenvolvimento no campo (MUNGUAMBE, 2012)

1.11 PLANTIO

O plantio propriamente dito envolve cuidados muito importantes que definirão o sucesso da futura floresta. Portanto, torna-se necessário a adoção de um conjunto de medidas, destinadas a favorecer o crescimento inicial das plantas no campo. Para o sucesso do plantio, é importante que o solo esteja úmido e que a operação seja realizada em dias chuvosos. Algumas recomendações muito importantes para o plantio (SILVA, 2011):

- fazer o plantio sempre em dias chuvosos ou nublados; - molhar bem as mudas antes do plantio;

- procurar concentrar o maior número de pessoas nos dias de plantio; - levar para o local de plantio apenas a quantidade de mudas suficiente

para a atividade do dia;

- retirar, com cuidado, os recipientes, sejam eles sacos plásticos ou tubetes;

- encher totalmente a cova com terra e plantar a muda, tomando-se cuidado de não enterrar a parte aérea ou superior à região do coleto; - pressionar um pouco a terra ao lado da muda, para afirmá-la.

1.12 REPLANTIO

Geralmente, a sobrevivência das mudas não é completa, podendo ocorrer falhas. Cerca de trinta a quarenta dias após o plantio, recomenda-se percorrer a área e avaliar a porcentagem de falhas. Se tal porcentagem exceder a 5%, deve-se utilizar o replantio e fazer a reposição das mudas, mantendo a população original (SILVA, 2011).

Em eucalipto, a experiência tem demonstrado que o replantio após 15 dias é improdutivo, visto que estas plantas não conseguem mais acompanhar as do plantio, tornando-se na maioria, dominadas (DANIEL, 2006).

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Se a causa da mortalidade for praga, deve-se procurar controlá-la antes do replantio. Se for doença, deve-se fazer o replantio um pouco mais distante da cova afetada (SIQUEIRA et al., 2010).

Os mesmos tratos culturais para o plantio devem ser seguidos também para o replantio. O período estipulado para o replantio não deve ser ultrapassado, pois, caso ocorra, as mudas transplantadas possivelmente serão sombreadas, prejudicando seu desenvolvimento (SIQUEIRA et al., 2010).

1.13 MANEJO DAS PLANTAS DANINHAS

Quando se conceitua plantas daninhas, diversos são os termos utilizados, porém com significados semelhantes, o que pode gerar confusões e controvérsias de conceitos. Termos como plantas invasoras, ervas más, plantas daninhas, plantas silvestres, plantas ruderais, mato, entre outros tem sido utilizados indiferentemente (LORENZI, 2000).

As plantas daninhas podem ser classificadas como comuns ou verdadeiras. Verdadeiras são aquelas que sobrevivem em condições adversas através de dormência e germinação desuniforme. Além disso, não são melhoradas geneticamente, são rústicas ao ataque de pragas e doenças, produzem grande número de sementes por planta (FERREIRA et al., 2010). Por sua vez, plantas daninhas comuns são aquelas que não apresentam esta capacidade de sobreviver em condições adversas (OLIVEIRA JR. et al., 2011).

A competição pode ser de uma comunidade de plantas sobre a outra, ou de um indivíduo sobre outro. Além disso, pode ser entre espécies diferentes, caracterizando a competição interespecífica, ou entre indivíduos da mesma espécie, competição intraespecífica (DEUBER, 1992).

A cultura do eucalipto manifesta alta sensibilidade à competição com as plantas daninhas, especialmente na fase de implantação dos cultivos, até cerca de dois anos após o transplante da muda (TOLEDO et al., 2003), particularmente com espécies de rápido crescimento, como as gramíneas (SILVA, 1993).

Diversos são os métodos de controle de plantas daninhas. Tais métodos podem ser usados isoladamente ou em conjunto e a escolha depende da relação custo e eficiência para cada situação. O manejo integrado de plantas daninhas visa

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à interação das práticas culturais, objetivando redução de custos e eficiência no controle (OLIVEIRA JR. et al., 2011).

O controle preventivo visa precaver a introdução, estabelecimento e disseminação de plantas daninhas em áreas destinadas às culturas onde não há infestação de tais espécies. Práticas como o uso de sementes certificadas, limpeza do maquinário agrícola/florestal, mudas isentas de plantas daninhas ou de sementes das mesmas dificultam a entrada de espécies daninhas na área (SILVA; SILVA, 2007).

O controle mecânico consiste no emprego do controle manual, capina anual, cultivo mecanizado (OLIVEIRA JR. et al., 2011) e roçada (SILVA; SILVA, 2007) .

A capina manual é amplamente utilizada na silvicultura, principalmente em áreas montanhosas e áreas de pequenos produtores. Apesar de apresentar alta eficiência, em larga escala torna-se economicamente inviável (FERREIRA et al., 2010).

O controle químico consiste no uso de produtos químicos, herbicidas, que em concentrações adequadas, retardam ou inibem significativamente o crescimento das plantas daninhas, ainda podendo levá-las à morte (OLIVEIRA JR. et al., 2011; FERREIRA et al., 2010).

Tal método pode ser utilizado em períodos chuvosos; permite que a cobertura morta se mantenha por mais tempo sobre o solo, aumentando o período de controle; apresenta baixo custo; alta eficiência; não causa danos ao sistema radicular das plantas de eucalipto, facilita as operações silviculturais e diminui riscos de erosão. Tornando-se assim, um dos métodos mais empregados no setor florestal. Porém, necessita de mão de obra especializada e não pode ser o único método de manejo de plantas daninhas, pois quando usado de forma inadequada, pode causar desequilíbrio do sistema de produção e estimular plantas daninhas resistentes (SILVA; SILVA, 2007; FERREIRA et al., 2010).

1.14 FORMIGA

As formigas cortadeiras utilizam essencialmente substratos vegetais frescos para o cultivo de um fungo do qual se alimentam, destacando-se como formigas de importância econômica, pois são nocivas ao sistema agrossilvipastoril, já que podem

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cortar e utilizar ampla diversidade de espécies vegetais que são cultivadas pelo homem (DELLA LUCIA, 2011).

A formiga cortadeira é a praga que causa os maiores prejuízos ao empreendimento florestal, podendo destruir plantios inteiros. O eucalipto, por exemplo, morre após o terceiro desfolhamento (DANIEL, 2006). O primeiro combate deve ser feito antes do revolvimento do solo, para facilitar a localização dos olheiros.

A maior parte dos relatos de danos causados por formigas cortadeiras refere-se aos prejuízos observados em plantios florestais, onde se estimou que, em cultivos de eucalipto, esse dano representou 30% dos gastos no manejo da plantação até o terceiro ciclo (ALÍPIO, 1989), sendo que, quanto maior o número de desfolhas sucessivas sofridas pelas árvores, maior será a perda (MARTRANGOLO et al., 2010).

As formigas cortadeiras destacam-se como a principal praga em florestas implantadas principalmente nas fases inicia logo após o plantio e no início da brotação das cepas. As formigas consideradas potencialmente mais críticas em termos de danos às florestas são as quenquéns (gênero Acromyrmex) e as saúvas (gênero Atta).

Segundo Alves (2009) as revoadas para formação de novas colônias ocorrem entre novembro e dezembro. As fêmeas, já fecundadas, procuram um local adequado no solo para iniciar a escavação da sua própria colônia. Ela livra-se das asas e em torno de 10 horas faz um canal inicial de aproximadamente 15 centímetros de profundidade que termina em uma pequena câmara. A rainha inicia o cultivo de um pequeno pedaço de fungo de cerca de 1 milímetro, que trouxe do formigueiro de origem, alimentando-o com gotas fecais. Coloca os primeiros ovos que se transformam em larvas, pupas e então adultos. As primeiras operárias aparecem aproximadamente 60 dias após o vôo nupcial.

1.14.1 Métodos de Controle

As formigas cortadeiras de folhas podem ser controladas através de métodos mecânicos, culturais, biológicos e químicos. Os métodos químicos são os mais utilizados, sendo o produto químico tóxico aplicado nas formas de pó, líquida, ou iscas granuladas.

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Os tipos de combate mais comuns no caso da utilização de iscas granuladas são, o localizado, onde a aplicação do formicida é feita diretamente sobre os ninhos e o sistemático, nesse caso as iscas são distribuídas de forma sistemática na área, independentemente da localização dos ninhos das formigas.

O controle químico é feito com isca ou qualquer inseticida ou formicida em pó. Para o caso das formigas com ninhos superficiais, estes devem ser revolvidos e o veneno aplicado sobre as panelas. O controle cultural consiste de aração e/ou gradagem do solo. Trezentos formigueiros por ha podem levar à perda de 60% de cepas de eucalipto em brotação (PACHECO, 1991).

O controle deve ser feito preferencialmente no período seco, com isca granulada, em uma faixa de no mínimo 100 m de largura no entorno da área onde será plantado o eucalipto. Essa operação deve ser feita antes de revolver o solo, para facilitar a localização dos formigueiros. Para avaliar se ainda existe formigueiro em atividade, após fazer o controle distribuir galhos de eucalipto na área ou bagaço de laranja ou cana (bater a cana no chão até quebrar a casca para liberar o açúcar e distribuir na área). Estes atrativos funcionam como um indicativo da presença de formigas na área. O combate às formigas cortadeiras deve ser feito durante todo o ciclo florestal.

1.15 ASPECTOS ECONÔMICOS DA IMPLANTAÇÃO DE EUCALIPTO

Nos últimos anos, o setor florestal brasileiro tem obtido crescente reconhecimento perante a sociedade pela sua contribuição ao desenvolvimento econômico e social do país (SCHUCHOVSKI, 2003).

O manejo sustentável das florestas envolve as atividades relacionadas à implantação, crescimento, manutenção, colheita e comercialização da produção (SILVA et al., 2005).

Por desconhecimento das técnicas de planejamento e implantação dos plantios, os produtores rurais, na maioria das vezes, têm seus custos de produção onerados, com rendimentos finais abaixo do esperado. Tal desconhecimento leva ainda a usos inadequados de equipamentos de proteção individual bem como a má utilização de máquinas e equipamentos. Outro item bastante problemático é o uso incorreto de herbicidas, fungicidas e fertilizantes que poderão afetar a saúde dos

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próprios trabalhadores, e a qualidade e o desenvolvimento da cultura (SCHUCHOVSKI, 2003).

Todavia o objetivo econômico de qualquer sistema de cultivo é produzir mais com menor custo. Considerando as variáveis socioambientais, como fundamento para atingir produção agroflorestais sustentáveis.

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2 MATERIAIS E MÉTODOS

2.1 LOCAL DE ESTUDO

O experimento foi conduzido no Instituto Regional de Desenvolvimento Rural (IRDeR), do Departamento de Estudos Agrários, UNIJUI, localizado no município de Augusto Pestana – RS, durante o ano agrícola de 2014/2015. Sendo que a área experimental, localiza-se geograficamente a 28° 25’54.22” de latitude sul e 54°00’02.74” de longitude Oeste e uma altitude aproximadamente de 270 metros.

De acordo com a classificação climática de Köeppen, o clima da região se enquadra na descrição de Cfa (subtropical úmido), com ocorrência de verões quentes e sem ocorrência de estiagens prolongadas (KUINCHTNER; BURIOL, 2001). Apresenta ainda invernos frios e úmidos, com ocorrência frequente de geadas. Os meses de janeiro e fevereiro são os meses mais quentes do ano, com temperatura superior a 22ºC, enquanto em junho e julho são os meses mais frios do ano, com temperatura superior a 3ºC. Frente ao volume de pluviosidade, apresenta normalmente volumes próximos a 1600 mm anuais, com ocorrência de maiores precipitações no inverno.

O solo da unidade experimental pertence à Unidade de Mapeamento Santo Ângelo, classificado como Latossolo Vermelho distroférrico típico. Caracteriza-se por apresentar perfil profundo de coloração vermelha escura, textura argilosa com predominância de argilominerais 1:1 e óxidos hidróxidos de ferro e alumínio (SANTOS, 2006).

2.2 HISTÓRICO DA ÁREA

A área anteriormente era destinada a produção de grão com a cultura da soja (Glycine max) e produção de pastagens para a nutrição do rebanho leiteiro do IRDeR, com as culturas do azevém (Lolium multiflorum L.), capim sudão (Sorghum

sudanense) e sorgo (Sorghum bicolor). No verão de 2011, foi cultivado soja e no

inverno azevém, no verão de 2012, foi semeado capim sudão e no inverno azevém, no verão de 2013, foi introduzido sorgo e no inverno azevém.

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2.3 IMPLANTAÇÃO DA ÁREA AVALIADA

O presente trabalho tem por finalidade avaliar a implantação de eucalipto para fins comerciais, onde serão avaliados os aspectos técnicos desde o preparo do solo até o final da implantação e uma avaliação econômica, de todos os custos referidos a implantação num período de 206 dias, sendo este período o mais critico à cultura, onde ele se encontra mais vulnerável aos ataques de pragas, principalmente formigas e abafamento e competição por água, luz e nutrientes entre plantas de eucalipto e plantas competidoras (gramíneas e trepadeiras), que em casos extremos podem levar a planta a morte.

Estabeleceu-se critérios de divisão do povoamento em quatro áreas de avaliação, pois possui declividade em dois sentidos do terreno (Figuras 1 e 2). As linhas de plantio foram feitas conforme a declividade da figura 1, pois é uma declividade menor em relação a outra, o que diminui a probabilidade de ocorrer erosão sobre a linha de plantio, e proporciona uma melhor análise do experimento, consequentemente obtendo resultados mais confiáveis entre as áreas de estudo.

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Figura 1: Declividade de 7% observada no terreno no sentido oeste/leste (A),

declividade de 8,5% observada no terreno no sentido sul/norte (B), divisão da área em quatro partes (C) (DEAg/UNIJUÍ, 2015)

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A primeira operação para preparação do solo em pré-plantio foi uma dessecação utilizando zapp qi (glifosate de potássico), numa dose de 1,5 l por hectare, no dia 27 de agosto de 2014. Após um período de 30 dias, começou a subsolagem da área, utilizando um subsolador com três hastes. A haste central foi utilizada como linha de plantio, as laterais tiveram como objetivo principal auxiliar no maior revolvimento do solo e consequentemente aumentando a absorção de água e um melhor crescimento radicular. Foram repetidas três vezes a operação de subsolagem, para conseguir obter uma profundidade de 35-40 cm de revolvimento do solo e romper possíveis camadas de solo compactas.

No dia 15 de outubro, foram realizadas as amostras de solo, nas quatro áreas, com 10 subamostras por parcela, caminhando por toda área em zig-zag e a amostra era realizada na linha de plantio a uma profundidade de 0-20 cm, utilizando pá de corte, apenas a terra do centro da pá foi coletada, a terra das laterais era descartada, colocava-se as subamostras dentro de um balde após o término das amostragens por área, homogeneizava essa amostra e retirava 500 gramas de terra que foi encaminhada para o laboratório de solos da UNIJUI.

As mudas utilizadas para o experimento foram produzidas em tubetes, semeadas nos dias 9 e 17 de abril de 2014, e passaram agosto e setembro por um período de rustificação, fora da casa de vegetação. A partir disso as mudas estavam prontas para o plantio a campo, com uma altura média de 25 cm, e 2 mm de diâmetro do colo da planta e o sistema radicular bem desenvolvido, com aproximadamente 210 dias.

O plantio foi efetuado no dia 4 de novembro de 2014, utilizando um espaçamento de 3 m X 3 m. A área total possui 1 hectare, que foi dividida em quatro áreas de mais ou menos 2500 m2. Cada área constitui um bloco com 278 plantas, onde será avaliada 11% desta população, contabilizando 30 plantas por área e totalizando 120 plantas avaliadas. As plantas foram selecionadas aleatoriamente (sorteio) e marcadas com uma estaca. A cada mês foram feitas medições da altura das plantas medindo a partir da base até o ápice e diâmetro do colo a 8 cm do solo. Foram realizados monitoramentos semanais no experimento para possível controle de formigas e ao mesmo tempo um acompanhamento das plantas daninhas para realizar o controle procurando evitar maiores prejuízos aos eucaliptos.

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No dia 25 novembro a 10 de dezembro, foi realizado dessecação manual na linha de plantio utilizando zapp qi (glifosate de potássico), numa dose de 1,5 l por hectare para controlar corriola (Ipomoea cairica), que estava matando mudas por sufocamento, usando cano de PVC de 100 mm para proteger as mudas da pulverização com glifosato.

No dia 10 de dezembro foram replantadas 400 mudas e realizada roçada na entrelinha com o trator. No dia 17 de dezembro iniciou-se o coroamento das mudas com enxada para eliminar as corriolas, pois o glifosato não obteve pleno controle, em seguida foi realizada a adubação com 120 gramas por muda do adubo formulado 05-20-20. No dia 23 de dezembro foi replantado mais 212 mudas, nos dias 22 de janeiro e 19 de fevereiro foi realizado roçada de trator entre linhas. Nos dias 25 e 26 de fevereiro foi realizado coroamento manual com enxada.

Para o controle de formiga foi utilizado o produto a base de fipronil: isca granulada e pulverização central da área com fipromix 2,5%. Os métodos utilizados para controle de formiga foi à utilização de isca granulada e a pulverização manual (apenas nos locais que possuem danos), quando a incidência de formiga era grande e não se encontrava os olheiros. No dia 17 e 26 de dezembro foram utilizadas iscas. No dia 6 de fevereiro utilizou-se pulverização manual, e no dia 18 de fevereiro foram utilizado iscas. Nos outros meses, se identificavam os olheiros pelo monitoramento semanal de formigas e colocavam isca perto dos olheiros.

A coleta de dados foi feita a cada mês, iniciou-se as medições trinta dias após o plantio, ou seja, em dezembro. Mensalmente eram feitas as medições das plantas e avaliação das quatro áreas. Foi utilizado paquímetro para medir o diâmetro do colo da planta a uma altura de (08) cm do solo, e uma trena para medir a altura das plantas em centímetros.

A primeira avaliação de altura e diâmetro das plantas foi no dia 02 de dezembro de 2014, 28 dias após o plantio, denominado ponto zero ou inicial, pois não teve variação de altura e diâmetro do dia de plantio para a primeira avaliação; a segunda avaliação foi no dia 6 de janeiro de 2015, neste mês analisando-se a área não seria recomendado a continuação do povoamento de eucalipto pela mal condição que se encontrava-se, mas continuou-se com a área pois era para fins de estudo, levantamentos de dados técnicos e econômicos, ou aos 34 dias; a terceira avaliação foi no dia 09 de fevereiro de 2015, ou aos 67 dias; a quarta avaliação foi no dia 17 de março de 2015, ou aos 105 dias; a quinta avaliação foi no dia 23 de

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abril de 2015, ou aos 141 dias; a sexta avaliação foi no dia 20 de maio de 2015, ou aos 171 dias; e a sétima avaliação foi no dia 25 de junho de 2015, ou aos 206 dias.

Foram observados e quantificados danos de formiga e corriola nas mesmas datas das medições, por um período de 234 dias de avaliação contando após a implantação da cultura a campo. Foram quantificados os danos de formiga e corriola em três níveis, estes foram avaliados visualmente durante as medições mensais. Sendo registrados em níveis baixo, médio e alto de desfolha ou perda da área foliar para formiga, ou abafamento da área foliar da copa por corriola correspondente a dano ≤ 25% como baixo, > 25% ≤ 50% como médio e > 50% como alto.

A corriola se comporta de duas maneiras sobre as plantas de eucalipto, o estrangulamento e o abafamento. Observaram-se durante as avaliações plantas não avaliadas que possuíam o ápice quebrado pelo estrangulamento ocasionado pela corriola.

Figura 2: Taxa de desfolha resultante do ataque de formigas onde observa-se os

danos baixo (A), médio (B) e alto (C) de desfolha, ocasionado pela formiga (DEAg/UNIJUÍ, 2015)

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Figura 3: Taxa de abafamento resultante da competição por corriola onde

observa-se os danos baixo (A), médio (B) e alto (C), ocasionado pela corriola (DEAg/UNIJUÍ, 2015)

2.4 TABULAÇÕES E ANÁLISE DOS DADOS

Após coleta dos dados a campo, os mesmos foram tabulados produzindo um conjunto de variáveis a partir da utilização da planilha eletrônica do Excel. A partir disto, com base nestas informações foi efetuada uma análise técnica e econômica sobre os dados estudados e observados.

A média de crescimento em altura e diâmetro de cada área foi feito apenas com o total de plantas vivas de cada área, ou seja, as plantas que obterão algum dado e morreram foram descartadas para a realização das médias.

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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados da medição do crescimento das plantas e as quantificações de danos por formigas e corriolas estão devidamente apresentas neste capítulo, onde serão relatadas as discussões no sentido de melhor orientar os procedimentos técnicos para condução de um plantio de eucalipto para estas condições de cultivo.

3.1 CRESCIMENTO DAS MUDAS

Analisando as Figuras 4 e 5 de diâmetro e altura das quatro áreas experimentais, podemos verificar o desempenho médio das plantas em cada área num período de 234 dias contando a partir do estabelecimento da cultura a campo.

Figura 4: Crescimento em diâmetro (mm) do colo da planta, medidos a 8 cm do

chão, em plantas de um povoamento de E. grandis, em sete avaliações efetuadas durante um período de 206 dias após o seu plantio a campo (DEAg/UNIJUÍ, 2015)

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Figura 5: Altura de plantas (cm) em um povoamento de E. grandis, em sete

avaliações efetuadas durante um período de 206 dias após o seu plantio a campo (DEAg/UNIJUÍ, 2015)

A variação de diâmetro e altura entre as quatro áreas obtiveram pouca variação. Analisando os valores de altura de planta e diâmetro das quatro subáreas aos 206 dias observamos os seguintes comportamentos: na área 01, as plantas alcançaram 156,84 cm de altura média; na área 02, 160,25 cm; na área 03, 183,89 cm; e na área 04, 174,58 cm. Os valores de diâmetro foram: na área 01, 23,11 mm; na área 02, 22,80 mm; na área 03, 25,11 mm; e na área 04, 23,20 mm. O diâmetro apresentou uma variação de 2,31 mm ou 9,2%, e observou-se uma variação de 27,05 cm ou 14,71% de altura entre as diferentes áreas.

Partindo das informações apresentadas por Jovanovic e Booth (2002), para a temperatura e precipitação, em áreas naturais com eucalipto, e comparando com os dados da estação meteorológica do IRDeR (Figuras 6 e 7; Tabela 2), localizada a 1000 metros do povoamento estudado, observa-se similariedade de dados, ficando dentro do padrão exigido pela cultura do eucalipto, onde as condições climáticas provavelmente não interferiram negativamente em seu crescimento. As precipitações verificadas durante o experimento foram adequadas. Apenas durante o mês de março se verificou pouca precipitação, com volume total de 43 mm distribuídas em sete dias. Os dados de crescimento medidos nas sete avaliações não mostraram que esta precipitação possa ter prejudicado o crescimento das plantas, pois o

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comportamento de crescimento em altura e diâmetro do colo da planta mantiveram-se nos mesmos níveis dos memantiveram-ses anteriores e posteriores a (Figura 5).

Figura 6: Temperaturas médias das mínimas e máximas de cada mês obtidas

durante a implantação do povoamento de eucalipto a campo (DEAg/UNIJUÍ, 2015)

Fonte: Estação Meteorológica IRDeR/DEAg/UNIJUÍ.

Segundo Booth et al. (1991) as melhores produtividades são atingidas nos climas subtropical e temperado quente, onde a temperatura máxima média do mês mais quente fica entre 24 e 32ºC; temperatura mínima do mês mais frio entre 3 e 17ºC e temperatura média anual entre 14 a 22ºC.

Estes dados se aproximam dos dados coletados da estação meteorológica do IRDeR para o período avaliado (Figura 6).

Segundo Jovanovic e Booth (2002), as precipitações médias anuais adequadas para o eucalipto ficam entre 900 e 3730 mm respectivamente. Os dados de precipitação obtido pela estação meteorológica do IRDeR, durante 206 dias de avaliação chegou em um total de 1.338 mm (Tabela 2), onde se enquadra dentro do padrão exigido pela cultura. Ressalta-se que estas precipitações são do mês de dezembro de 2014 a junho de 2015.

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Tabela 2: Condições climáticas observadas durante 206 dias, após a implantação do

povoamento de eucalipto a campo na estação meteorológica do IRDeR distante a 1000 metros do povoamento (DEAg/UNIJUÍ, 2015)

Parâmetros bioclimáticos Indicadores (mínimo/máximo)

Precipitação média 1.338 mm

Temperatura média das máximas dos meses mais quente 19 – 31 Temperatura média das mínimas dos meses mais frio 12 – 24

Temperatura média 16 – 28

Mês quente: dezembro, janeiro, fevereiro e março. Mês frio: abril, maio e junho. Fonte: Estação Meteorológica IRDeR/DEAg/UNIJUÍ.

Figura 7: Precipitações mensais observadas durante a fase de implantação do

povoamento de eucalipto a campo (DEAg/UNIJUÍ, 2015)

Fonte: Estação Meteorológica IRDeR/DEAg/UNIJUÍ.

Segundo Hadad et al. (2002) o eucalipto apresenta crescimento satisfatório em diversas situações edafoclimáticas.

Analisando as Tabelas 3 e 4 que mostram os valores da análise de solo e a sua devida interpretação. As amostragens de solo foram efetuadas a uma profundidade de 0 a 20 cm, os resultados revelam algumas deficiências de alguns nutrientes. No entanto as quatro áreas não apresentam grandes diferenças de comportamento entre si, pois a pouca variação de fertilidade entre as áreas, fato este explicado pela sua proximidade.

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Tabela 3: Análise de solo das quatro áreas (DEAg/UNIJUÍ, 2015)

Dados Analisados Área 01 Área 02 Área 03 Área 04

Argila (%) 67 64 69 53 pH 4,8 4,9 4,7 5,1 Índice SMP 5,4 5,5 5,4 5,5 Fósforo (mg/dm³) 14,3 9,6 5,1 6,0 Potássio (mg/dm³) 249 190 339 236 Matéria Orgânica (%) 2,6 2,3 2,8 2,1 Alumínio (cmolc/dm³) 0,9 0,8 1,0 0,4 Cálcio (cmolc/dm³) 3,1 2,8 2,7 3,9 Magnésio (cmolc/dm³) 1,2 1,6 1,3 1,8 H + Al (cmolc/dm³) 8,7 7,7 8,7 7,7 CTC ph 7,0 (cmolc/dm³) 13,6 12,6 13,6 14,0 CTC efetiva (cmolc/dm³) 5,8 5,7 5,9 6,7

Sat CTC pH7,0 por bases (%) 36,2 38,7 35,9 44,9 Sat CTC efetiva por alumínio (%)

Cobre (mg/dm³) Zinco (mg/dm³) Manganês (mg/dm³) Enxofre (mg/dm³) 15,4 9,7 12,7 89,6 14,5 14,1 9,5 6,5 142 14,5 17,0 8,5 4,7 91,5 13,8 6,0 15,0 14,7 117,0 18,7

Tabela 4: Interpretação dos resultados da análise de solo, das quatro áreas de

estudo (DEAg/UNIJUÍ, 2015)

Dados Analisados Área 01 Área 02 Área 03 Área 04 Argila (%) Classe 01 Classe 01 Classe 01 Classe 02

pH Muito Baixo Muito Baixo Muito Baixo Baixo

Índice SMP - - - -

Fósforo (mg/dm³) Muito Alto Alto Médio Baixo

Potássio (mg/dm³) Muito Alto Muito Alto Muito Alto Muito Alto

Matéria Orgânica (%) Médio Baixo Médio Baixo

Alumínio (cmolc/dm³) - - - -

Cálcio (cmolc/dm³) Médio Médio Médio Médio

Magnésio (cmolc/dm³) Alto Alto Alto Alto

H + Al (cmolc/dm³) Alto Alto Alto Alto

CTC ph 7,0 (cmolc/dm³) Médio Médio Médio Médio

CTC efetiva (cmolc/dm³) - - - -

Sat CTC pH7,0 por bases (%) Muito Baixo Muito Baixo Muito Baixo Muito Baixo Sat CTC efetiva por Al (%)

Cobre (mg/dm³) Zinco (mg/dm³) Manganês (mg/dm³) Enxofre (mg/dm³) Médio Alto Alto Alto Alto Médio Alto Alto Alto Alto Médio Alto Alto Alto Alto Baixo Alto Alto Alto Alto

Nas áreas 03 e 04, que apresentam os melhores valores físico-químicos para o cultivo do eucalipto, se observa algumas diferenças entre os níveis de fertilidade, sendo o pH muito baixo e baixo; fósforo se encontra em níveis médio e baixo; matéria orgânica médio e baixo; e a saturação da CTC efetiva por Al médio e baixo, respectivamente. Nas áreas 01 e 02 que foram as mais inferiores, se observa pouca diferença entre seus níveis de fertilidade, onde o teor de fósforo que é muito alto e alto respectivamente, e os teores de matéria orgânica que são médios e baixos, respectivamente. Os outros valores da análise de solo são iguais nas quatro

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áreas, não havendo diferença. Essas diferenças de níveis de fertilidade parecem não ter interferido de maneira negativa no desenvolvimento do povoamento.

Segundo Silveira et al (2001) a calagem é prática obrigatória, apesar do eucalipto ser tolerante à acidez e ao alumínio. O calcário é necessário devido à exigência em cálcio e magnésio da cultura. Dessa forma, recomenda-se aplicação de calcário dolomítico. A calagem é recomendada quando o solo for muito ácido (pH < 5,0) ou quando apresentar teores baixos de Ca e de Mg. O objetivo é elevar o pH do solo a 5,5 e a saturação por bases a 65% (ROLAS, 2004). Ressalta-se, porém que tal prática não foi efetivada.

Contudo, analisando os níveis de pH e os valores de saturação por bases identifica-se que estes encontram-se muito baixo e baixo sendo recomendado a aplicação de calcário para elevar o pH a 5,5, o que poderia estar prejudicando a disponibilidade de nutrientes para as plantas. Complementarmente a isto, os teores de hidrogênio mais alumínio estão altos, o que pode vir a prejudicar o crescimento radicular do eucalipto. Portanto, não foi possível identificar se houve problema no desenvolvimento da cultura, considerando os níveis de nutrientes observados nas áreas. Ressalta-se que, sendo o eucalipto tolerante a acidez do solo, os teores de magnésio se encontram altos e o de cálcio médio, não sendo necessário à aplicação de calcário para liberação de fósforo (baixo a muito alto), cálcio (médio) e magnésio (alto). Tal evidência pode ser constada pela relativa homogeneidade do crescimento das plantas observado nas figuras 4 e 5.

Barros et al (2000) definiu a adubação como uma prática que visa suprir as demandas nutricionais das plantas, na busca por uma maior produção. No Brasil, as maiores limitações nutricionais têm sido observadas quanto ao elemento P (fósforo). Analisando o que Barros citou sobre limitação de fósforo nas terras brasileiras, o que podemos verificar que na área de estudo se obteve níveis satisfatórios de fósforo o que não foi um fator limitante no crescimento dos eucaliptos, apenas uma área apresentou níveis baixos do elemento, que é a área 04.

Segundo Santana et al. (1999) as exigências nutricionais das árvores principalmente eucalipto, ocorrem na fase inicial de desenvolvimento da cultura entre 70-80% sendo, portanto, a fase inicial, o período indicado para a aplicação dos fertilizantes.

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