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DE
HISTORIA
DA
I
REPIJBLICA
E
DO
REPIJBLICANTISMO
VOLUME
trII:
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'lIl¡¡r ' ' ¡ ' r, ' ' ri][illïm¡uillil
/ssnullrre oa,(LPúßr.rc^ :N
Centenário da Repúbìica .A$cmblcia da RcpúblicaFICHA TÉCNICA
Título Dicionário de História da I República e do Republicanismo' Volume III - N-Z
ÍNprcr
cERAL
Coordenação científica
Ana Paula Pires (Instituto de História Contemporânca da Universidade Nova de Lisboa) Carlos Cordeiro (Centro de Estudos Gaspar Frutuoso da Universidade dos Açores) David Luna de Carvalho (Centro de Estudos rle História Contemporânea do ISCTE) Ernesto Castro Leal (Centro de História da Universidade de Lisboa)
HélderAdegarFonseca(NICPRI_NúclcodelnvestigaçãoemCiênciaPolíticaeRelaçõeslnternacionals) ManuelLoff(InstitutodeHiStóIiaContemporâneadaUniversidadeNovadeLisboaeFaculdadedeLetras da Universidade do Porto)
Maria Fernanda Rollo (Instituto de FIistória Contemporânea da Ilniversidade Nova de Lisboa) Paulo Fontes (Centro de Estudos de FIistória Religiosa da Universidade Católica Portuguesa) Rui Ramos (Instituto de Ciências Sociais)
Vítor Neto (Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra)
Introdução
.. Textos(N-Z)
7 11Índices
1155 1157 1163 1167 1189 7195 1205 Indice de textos. Índice de autores... Índice de entidades...Índice de publicações periódicas... Indice geográfico ...
Indice onomástico ...
Coordenação gcral
Maria Fe rnanda Rollo (Instituto dc FIistória Contemporâne a da Universidade Nova de Lisboa)
Edição Assembleia da República - Divisão de Edições
Revisão c índices Assembleia da República - Divisão de Edições (Conceição Garvão, Maria da Luz Dias' Noémia Bernardo, Paula Crespo, Susana Oliveira, Teresa Fonseca)
Capa e design Nuno Timóteo
Paginação e pré-impressão Textype e Ana Rita Charola Impressão Raínho &Neves, Lda
Tiragem 600 exemPlares
ISBN 978-972-556-556-8 (obra completa)
ISBN 97S-972-556-559-9 (volume III) Dcpósito lcgal 366 58ól13
Lisboa, outubro 2014
O Assembleia da RePública
Direitos ¡eservados nos termos do artigo 52." da I ei n." 28/2003, de 30 de julho'
srsTEMA POLÍTrCO DA r REPÚBLTCA
I
S6eSISTEMA
POLÍTICO
DA
I
REPÚBLICA
O
sistemapolítico
daI
República era um parlamentarismo com separação daIgrqa
edo
Estado, sem sufrágio universal, sem eleições unanimemente aceites, compartido
dominante, temperadopor
golpesmilitares;
considerá-lo-emos como uma unidade, não procurando caracterizar as fases anterior e posterior àI
GuerraMundial,
embora thes façamos referências ocasionais. Tomamos sistema
político no
sentido frequente, maslimitado,
de funcionamento dainstituição
estatal, excluindo portanto os municípios, e só por exceção referiremos a dimensão externa das relações do Estado como
seu enaironnentou
com as instituições simbólicas e castrense. Abordaremos os temaspela
ordem da
fraseanterior e
concluiremos
analisandoa
agenda daI
República.A
forma
do Estado: oparlamentarismo
Um
Estado com legislativo dominante e separado daIgreja fora
o
cerne da propaganda republicana.Era
este, aliás,o
enquadramentoinstitucional
que então prevalecianos dois
paísesmais influentes em Portugal, a Inglaterra
e a
França.A
monarquia liberal portuguesa estava no pólo oposto: o seu monarca exercia o poder moderador;o
rei
D.
Carlos
concretizara aquele poder,multiplicando
as dissoluções da Cãmara dos Deputados; na entrevista aojornalista Galtier, do
prestigioso diárioLe TÞrnps, de Paris, em novembro de 1907, afirmara-se como responsável do governo,
acima
do
Parlamento; depois de algumas aproximaçõescom
os laicos, a monarquia portuguesa mantivera, ou reforçara, as relações com a Igreja Católica. Nas frentes da relação com a Igreja e do poder do rei, a monarquia portuguesa opunha-se no começo do século )o( à herança da Glorious Revolution e da Revolução Francesa. Na Inglaterra, o processo erao
inverso:a
Càmara dos Lordes perdia os seus poderes eo
monarca tornava-seum
ente
apenas representativo,ou
visto
como tal.
As
lojas maçónicas britânicas aceitavam entãouma
monarquia apenas simbólica mas rejeitavam-na seela usurpasse a soberania, que pertencia aos cidadãos
e
era concretizada pelo voto secreto e universal masculino.Na
substância, era idêntica a posição francesa:todo
o podervinha do
povo eia
para a assembleia eleita,o
Parlamento; só que em França aMonarquia
fora abolida pela revolução e nema
familia real gaulesa nem a família imperial (os Bonaparte) davam sinais de inabalável entrosamento com aquelesprin-cípios liberais pelo que, ao contrário da Inglaterra, a República era a única forma de Estado compatível
com
a revolução.No
concernente às relaçõesdo
Estadocom
aIgreja, a posição regalista vencera em Inglaterra e em França, embora cadavez mais as Igrejas beneficiassem
do
regime deliberdade de
associação, aliásem
curso de generalizaçâo; entre os republicanos franceses, ganhan apoio a separação entre ambas aquelas instituições, pois a Concordata de Napoleão com a Santa Sé, ainda em vigor, era vista como dando àlgreja
poderes públicos, inadequados à sua natureza de ins-tituição privada.O
predomínio
do
poder legislativo
e
a
separaçãodo
Estado e
das lgrejas eram, porém, insuficientes como programainstitucional
para a República portuguesa.srsTEMA POLÍTrCO DA
I REPÚBLICA
I
S71A
ausência de sufrágiouniversal;
afaltade
credibilidade
das eleições<Uma mistificação como qualquer
outra).
É
assim que José Barbosa avia osufrágio uiversal, na Assembleia
Constituinte,
a7
dejulho
de L91"1", segrndo BrøzBurity. Embora brutal,
a definição resumia aopinião
damaioria
dos constituintes. Os republicanosde
791,1,a
7976 não hesitaram empreferir
o
sufrágio
capacitârioao censitário da Monarquia e ao universal da democracia representativa.
A
I
República impôsum
corpoeleitoral
mais reduzidodo
queo
daMonarquia: em
1878, depois dareforma eleitoral de
Fontes Pereira deMelo,
os eleitores
eram824726,
mais quatro quintos dos portugueses maiores de idade; em 7973, a República reduzira-osa
471557,menos
de
metadedos
portuguesesmaiores
de
idade.A
comparação internacional era mais reveladora do que a histórica: noprimeiro
quartel do século )o(, oseleitorados da
Inglaterra e
da
França quase seidentificavam com
o
sufrágio universal masculino, ao passo que Portugal afastava-se dele-
ou aproximava-se, mas aum
ritmo
lentíssimo.F;m7925,
amaioria
governativa precisava apenas de cerca de duzentosmil
votos,num
país com mais de 3,5 milhoes de cidadãos em idade de votar.A
inexistênciado
sufrágio universal facilitava a fraude eleitoral, que os repu-blicanostanto tinham
criticado na Monarquia. uEm quatro anos de regime republi-canonão
semoralizaram ainda
os costumes eleitorais,de
maneira queo
grande eleitor era e continuará a sero
governor, sentenciavaa
'J"4 de dezembrode
7974 o editorial deÁ
Capitøl, o vespertino de esquerda republicana. Por isso, como o mesmojornal
esclareciano
fundo
do
dia
seguinte, os outrospartidos
receiam que faça aseleições
o partido
que estiverno
poder. nOvoto
há de serlivrer,
afirmao
ministro doInterior
de Sidónio Pais,Henrique
Forbes Bessa, emA
Capital, de 9 de março de1978; a afrrmaçáo criticava os democráticos, que
tinham
organizado as eleições ante-riores. Seriaenfadonho
acumular citaçõescom
o
mesmo
sentido.Com
efeito,
o governodemocrático
ganh.ara sempre as eleições gerais,entre 1911
e !926,
com exceção das realizadasem
10
dejulho de
7927,em que
a
maior\a pertencera aoPartido Liberal,
e não aos democráticos; mas estas eleiçöestinha
sido
organizadaspor
um
governodo
Partido Liberal, pelo
que semantinha
a
fegra' queo
governo, fosse ele qual fosse, ganhava as eleições; esta regra sófoi
violada nas eleiçõesde29
dejaneiro
de
1922, quando os democráticos deAntónio Maria
da
Silva venceram oscandidatos do governo de Cunha Leal.
Mesmo
assim, os atores políticos concorda-vam que as eleições continuavam a ser feitas pelo governo. Apesar desta convicção,as oposições concorriam aos sufrágios, pois asseguravam a representação das minorias, mas nenhum partido concebia que deles resultasse a alternância no executivo. Porém, a alternância efa eîtáo quase irrelevante, pois nem os parlamentares nem os partidos políticos eram disciplinados:
por
isso,o
governo saíado
que uns e outros' em con-sonânciacom
o
presidenteda
República, achavamnum
dado momento. Esta falta de disciplina revelava a mentalidade setecentista em queo
espírito de 1789 contra-riava a liberdade de associação, acusada deinterpor um
organismo oPressor entre o indivíduo soberano ea
pâtrîa libertadora. SóAntónio Maria
da Silva impôs a disci-plina partidária contra a Esquerda Democrática, em!925,
e, mesmo então,foi muito
criticado.870
|
SISTEMA POLÍTICO DAI
REPÚBLICAOs
republicanosda
propagandatinham
defendidoum
modelo institucional
com-pletoè
consistente,inspirado
na pequena e independente República Suíça, eé
na direção do directorialismo helvético, com separação de poderes, que aponta o projetode Constituição
elaborado pela comissãoda
constituição escolhida na AssembleiaConstituinte.
Este projeto, encomendadopelo diretório
republicano' deviater
sido apresentadoao
plenário
por
SebastiãoMagalhães
Lima,
então grão-mestre
daMaçonaria,
queentretanto
adoeceu efoi
substituído
nessa apresentaçãopor
JoséBarbosa.
A
dãença terá sido diplomátical Terá o grão-mestre, para conseguir aLei
daSeparação
dalgreja
edo
Estado, que tantoo
interessava, e que dependia de Afonso Costa, dado a este o parlamentarismo, crucial parao futuro
chefe dos democráticosl Só investigações específicaspermitirão
avaliat esta hipótese'Diplomática
ou
não, a doença teveefeito
constitucional. Barbosa eraum
republicano probo, mas sem o talento nemo
prestígio do grão-mestre e a constituição nà suça,foi
trucidada pelos constituintes de 1911, a beneficio do parlamentarismo (ver verbete parlamentarismo).Em
1911,falha
o
programa republicano parao
Estado: uma república pura, simplese
ascética.A
I
República
acabarâpor
seguir aprât\ca institucional
da suacolega francesa, acentuando o governo de assembleia.
Ao
contrário do que osconsti-tuinies
desejavam, porém,o
presidenteda
República teve desdeo
início
um
papel ativo na definição daformula
de governo.A
10 de novembro de 1911,logo
nafor-mação
do
segundoGoverno Constitucional, a imprensa
escfeve quejá
ninguém acreditavano
ministério de
concentração, até queAugusto
de Vasconcelos recebeu uma cartado
presidenteManuel
de Arriaga, convidando-o ø. organizarum
governo segundo essafürmula;
a imprensa não se dá conta queo
presidente assume poderes queos constituintes
tinham
querido
recusar-lhe. Concentração significava então coligação.Os republicanos portugueses excluíam então
um
presidente eleito pelos cida-dãos tanto pela lição francesa-
Luís Napoleão Bonaparte, golpe de Déroulède durante a crise boulangista-
comopor
estarem intimamente convictos que os populares do centro e do norte de Portugal eram dominados pelos caciques católico-monárquicos,pelo
que,a terem
o direito
devoto,
e
dadoque eram
a
maioria
dos cidadãos, aRepirblica estava perdida. Sidónio Pais seguiu caminho oposto' em 1918, e' em elei-ções, que não eram nem
foram
consideradas menos livresdo
que as anteriores, def-rotou a À4onarquia nas urnas; mas perdeu sempre dentro da élite republicana.É
paradãxai a preferência dos constituintes e dos republicanos em geral porum
Estado com assembleia omnipotente e executivo fraco; com efeito, os republica-nos são em geral positivistas comteanos e extraem destadoutrina
a conclusão que quanto mais atrasadofor
o
povo, maisforte
terá que sero
executivo-
e vice versa: quanto mais livre, maisfortð
será o legislativo;o
que erano fundo
uma excecional-mente sensataaplicação da ulei dos três estados> à instituição estatal.Ora
osconsti-tuintes
estavam persuadidosda
ignorânciae
do
atrasodo
povo
português. Como podiamt,tpo. qui
um
regime de iegislativoforte
seria adequado a Portugal? T2\rezþor.onfrnãirem
o princípio representativo-eletivo com o revolucionário-vanguardista:à
vanguarda revolucionária portuguesa eraboa e
por
isso sustentariaum
regimepurl"Ã.ntu,
puro.
Veremosum
l"ugar paralelo,a
propósito
do
papel
político
da violência.srsTEMA
pol,ÍTrco
DA rREpÚBLrcA
|
873clerical
e
monárquicau.A
Maçonari.a, ao quediziam
osjornais
antesdo
congresso começar, trabalhava pela aproximação entre os grupos republicanos-
mas não tivera êxito.O
congressovitoriou
Sebastião MagalhãesLima.
A
anterior maioria carbonária-insurrecional abandonao
congresso da Rua da Palma; do mesmo passo abandona o PRP-
eAfonso
Costatem
a inteligência estra-têgica de ficar com ele.António
José funda então um partido que será o Evolucionista e que, após aI
GuerraMundial,
por
fusãocom
os unionistas' originaráo
Liberal, matriz dos nacionalistas. Desenha-se em 1911 um bipartismo entre os evolucionistase os democráticos de Afonso Costa; democráticos era o nome corrente do partido que sugeriu
a
herança <suíçar, radical.Brito
Camacho, que só se tornaraum
dirigenteconhecido depois
de ter
sido
ministro do
Governo Provisório,
fundou
aUnião
Republicana, os unionistas; fundação que,
distinguindo-se
mal
dos evolucionistas,contribuiu
para estabelecer a errada convicção que ospartidos da
República eram manifestaçõesdo
personalismo,isto
é,do
caudilhismo.nQre
partidos tem
havido ultimamente? Os dos amigos pessoais de três políticoso, proclamava Forbes Bessa em 1918.Os
<trêspolíticos)
eramAfonso
Costa,António
José deAlmeida e Brito
Camacho.As
maldades partidárias deste npersonalismo>vinham
de 1911 efrutifica-ramaté. às lições universitárias de Marcelo Caetano
-
mas sem base,pois manteve-se a clivagem partîdlLrià substantiva de 7977, acima esboçada. Esta clivagem era, porém,difícil
de discernir, pois tantoAntónio
José comoAfonso
preferiam acentuar o rePu-blicanismo que os unia-
e, aliás, se afirmou nos governos deUnião
Sagrada, quando Portugal participa na Guerra europeia.O
Partido
Republicano da propaganda formara-secomo
o
Partido
Radical francês que, lembremo-lo, tinha como designação oficial Partido Republicano, Radicale
Radicãl-Socialista. Republicano.Era um
conglomerado Poucodisciplinado
de círculos, comités,jornais, associações especializadas, escolas, aos quais numerosas lojas maçónicas passaram, em dado momento, a darum
apoio explícito; a direção central,o diretório,
gozavø. de poderes morais e não estatutários.Após
o
congresso da Rua da Palma, algumas dessas associações seguemAntónio
José, mas a grande maioria permanece onde está:no Partido
Republicano, que Passa a serdirigido
por Afonso Costa e a usar a sigla PRP, pois antesde
7971, era apenasPartido
Republicano, semo
P, portuguêse
nacionalista.Em
7909,o
diretório
republicano insurreccionalista esforçara-se por levar a organîzação parafon
de Lisboa e Porto e conseguiuimplantá--la
nas mais importantes cidades e vilas de província.Mas
a malha continuou larga. Paraa
adensar, semditadura
prolongada, era indispensável recorrer aos caciques monárquicos, ainda que enfraquecidos pelaLei
Eleitoral
de L913, que restringira o sufrágio.Desde
19LL, sãoos
democráticosquem
tem
a
reputaçãode reciclar
osmonárquicos; vimos algumas das acusações que nesse sentido thes
dirigiu
InocêncioCa-acño
no congresso da Rua da Palma.O
anticlericalismo será o tema da aliança queAfonso
Costa estabelece então entre o radicalismo lisboeta e os caciques monâr-quicos da província que aderiram ao PRP. Referindo-se, nofinal
de!912,
aosnade-sivos,
democráticos,o
historiador
Ângelo Ribeiro
escreve:(os
antigos influentes políticos, na suamaior
parte, não se conformavamem
perdero
seuvalimento
porum longo
afastamentodo
poder, e ingressaramno
Partido da
República que maisgaranti;
thes oferecia,istã
é,naqueli
que,pelo número dos
seusfiliados,
devia872
|
STSTEMA POLÍTrCO DAI
REPÚBLICAO
sistema departidos
e ospartidos
do sistemaOs partidos da República apareceram um pouco contra a vontade dos republi-canos.
Na
fase da propaganda, os republicanos concordavam que' após a implantação do novo regime, era necessária uma ditadura regeneradora: os revolucionários gover-nariam unidos a favor do país, mas semo
consultarem em eleições gerais. Seria uma ditadura à romana, transitória, que estabeleceria as bases sociais da República, ou umaditadura
no
sentido
do
liberalismo
monárquico,quando
o rei tinha
dissolvido
oParlamento e o governo só respondia perante o chefe de Estado,
O
Governo Provisório seria essa ditadura. Uma minoria, na qual avultava Basílio Têles, defendia que ela fosse prolongada,e
poftanto
drástica, mas perdeu; terá Teles recusado serministro
dasFinanças no
5
deOutubro por
ter percebido que a ditadura seria breve? Ignoramos, pois está pouco estudado o problema da duração da fase transitória.A
aspiração republicana à unidade sobreviveu ao fracasso da ditadura prolon-gada e,depois da aprovação da Constituição, em setembro de 1911, manifestou-se nos governos de concentração republicana.A
divisãor porém, ocorre no congresso do PRPde outubro de 1911,
dito
da Rua da Palma.E
ali desenhada uma clara oposição entre duas linhas e dois grupos.De
um lado, os partidários do diretório, eleito no congfessode
Setúbal,em
1908,
quefizera
a revoluçãoviolenta
do 5
de Outubro,
usando a Carbonária,e
que, proclamadaa
República'defendiam
apolítica
de
atração-
a Repúblicaen
paratodos
os portugueses-
e recusâvamum conflito
com
a IgrejaCatólica,
embora quisessemuma política de
separação e laicidade; reviam-se emAntónio
Joséde
Almeida; inclinar-se-iam
parao
liberalismo
na
questão social.Do
outro lado, os vencidos do congresso de Setubal, a oaliança liberalr, que em 1908 aðiaria a insurreição republicana se aMonarquia
separasseo
Estado das Igrejas, eagora queria uma
"república. para os republicanos),
o
que não a impedia de aceitar numerosos nadesivosr monárquicos, e preferiao
confronto com
aIgreja
Católica, aplicandoum
laicismo ativo; revia-se emAfonso
Costa e teria tendência a aliar-se àesquerda na questão social.
A
29 de outubro, Inocêncio Camacho afirma no congresso: uao lado do diretório, estão todos os que lutaram narua) no 5
deOutubro;
éinter-rompido por apartes: <não é assim;> Inocêncio prossegue: num Conselho de
Ministros
do Governo Provisório, esteve iminente a saída de um dos seus membros, suspeito de monarquismo; mas não the disse o nome. Era uma questão do
tipo
obranco ér, Comefeito,
estava presenteBernardino Machado, que
tinha
sido
ministro
das Obras Púbiicas daMonarquia
e dos Negócios Estrangeirosdo
Governo
Provisório; mais nenhum congressista acumulava essas duas categorias; o afâvele inteligente Bernardino prontificou-se de imediato para responder pelos seus atos como membro do governo republicano-
mas nãodo
monárquico.Afonso
Costaintimou
Inocêncioa
náo ficatpor
insinuaçõese
air
aofim
das acusações.A
balbúrdia
era ensurdecedora, relataA
Capitø\. Inocêncio recusouo
convite de Afonso. Terá escolhidoo bom
caminho?A
maioria do congresso era flutuante.Certo
é que aAliança Liberal
acabava deder-rotar
o
diretório
carbonário, emvoto
aberto.A
30, à tarde, Teixeira deQreirós,
um romancista epolítico
minhoto, próximo deAntónio
José, declara ser contraa
eleiçáodo diretório
pois
já
não havia
Monarquia e portanto
não era preciso Partido
srsTEMA POLÍTrCO DA
I REPÚBLICA
I
87sconhecia a alternância entre a
direita
e a esquerda republicanas, que em Portugal é impossível com efeito, acabaram mal as tentativas dos governos de direita republicana,António
Granjo, em 7921, e Ginestal Machado, em 7923.A
ordempública
e os golpesmilitares
A
República, talvezpor ter de início hesitado sobre a upolítica de atração>, teve permanentes problemasde
ordem pública; estes problemas eram mais agudos em Lisboa mas estendiam-se atodo
o
país. Para os enfrentar,fora instituída
a Guarda Republicana, que cedo se revelou insuficiente; depois de 1918,veio ela própria a erigir--se em autora de governos, impondo a sua vontade ao Parlamento.Tanto o
Exército como aMarinha
procederam a vários golpes militares.O
5
deOutubro
conservara (revolucionários civis> armados e os partidos políticos recorriam a eles para organiza-rem golpes violentos, reunindo-os a uma ou outra unidademilitar;
esta confusão seráchamada uo
reviralho'; o
golpe de 14 demaio
de 1915, contra Pimenta de Castro, fora organizado pelo Partido Democrático e revelara-semuito
violento.Mal
ou bem, os democráticos foram depois identificados com violentas repressões (1918) ou golpes (aNoite
Sangrenta).Os
golpes militares erampor
definiçãodirigidos
contrao
partido no
poder;este era quase sempre o Democrático; por isso, dominava a tese que ou haveria direito de dissolução, nas mãos do presidente da República, que assim
permitiria
ao eleitorado elegeruma alternativa
aos democráticos,ou
haveriagolpe militar,
para afastar osdemocráticos do poder; esta miíxima revelou-se falsa, depois de 7919: houve dissolução e aumentou
o
número de golpes; poiso
eleitorado etaîncapaz, sópor
si, de eleger uma alternativa aos democráticos.Monárquicos e sindicalistas admitiam o recurso à violência para obterem resul-tados políticos.
Contudo,
como Fernando Catroganotou,
os próprios republicanos admitiam a violência como fundamento autónomo do poder. Esta era uma diferença fundamental em relação à Tþrceira República francesa, para a qualo
sufrágio secretoerasagrado-eúnico.
Os
conflitos
e as soluçõesA
agenda da República é dominada desde oinício
por três questões: religiosa, do regime e colonial.A
questão religiosa deriva de uma separação concretizada contraalgrqa
-,
mas convém não esquecer que em197I
a Santa Sé não aceilava na Europa a separação, mesmo a bem, como tentara ser a de Briand, em França. Hostilizando oscatólicos, os republicanos enfraqueciam a suâ base de apoio e davam oportunidades aos monárquicos,
No
congresso da Rua da Palma,Afonso
Costa ligara, como vimos,o
reforçodo
clericalismo aodo
monarquismol talvezpor
coincidência.Em
1911",alguns republicanos, inspirados
na
Revolução Francesa, achavam queo
anticlerica-lismo,diminuindo
o número de republicanos,galvanizava as energias dos restantes: aqualidade revolucionária compensava a quantidade. Ninguém demonstrou o contrário,
s74
|
STSTEMA POLÍTrCO DA r REPÚBLTCAconstitucionalmente assumir o
poder,
(HistAriø de Barcelos,VII, p. 489). Esse partido eram os democráticos. Dado que, em L913, eles ganharam a maioria das circunscriçöes eleitorais sociologicamente católicas e conservadoras, esta tese está demonstrada, ser¡ necessidade de mais estudos.Mas
sóum conjunto
sistemático de pesquisas mono-gráficas the daria o contorno adequado, provaria que nãotinham
surgido por toda aparte
novose
republicanos caciques, explicariavitórias
evolucionistasem
círculos eleitoraiscom
perfil
social semelhante aos quetiveram maioria
dos democráticos.O
Partido Democrático era assim o partido dominante; na terminologia canónica deMaurice
Duverger, eraum partido
de quadros mas com uma capacidade demilitan-tismo
queo
aproximava dos partidos de massas.O
Partido
Democrático conseguiuiludir
a
questão social,até
7925,
dataem que
sedividiu
entre os nbonzos, e
os<canhotos>
e
estes secindiram, formando a
Esquerda Democrática;dito
de outro modo: até 1,925, cobrïuo
espectropolítico
da esquerda e da direita, enfrentando-salvo o episódio de 1923
-
oposições sempre fragmentadas entre a sua direita e a suaesquerda nos eixos religioso e social.
A
I
República conheceu aindaum
Partido Socialista,minoritário,
republicano e benquisto dos democráticos, que o levaram para o governo, porvirtude
daI
GuerraMundial;
mas era fraco,por
razões sociais-
a escassa industrialização-
e sobretudo políticas-
o
escasso corpo eleitoral;tinha
uma módica infl.uência sindical; mas nãofaíta
frente ao anarcossindicalismo, paralelo ao que em França inspirara a Carta de Amiens, da Confederação Geral do Tiabalho(ccr),
só que mais aguerrido, praticante da ação direta.O
sistema partidfuio daI
República começa por nãoincluir
nem monárquicos nem católicos. Depois de algumas hesitações iniciais, fica claro que não serão autori-zados candidatosmonárquicos
às eleições paraa Constituinte.
Depois, a
Igreja Católica entregou a sua representação estatal, o Centro Católico, a dirigentes monár-quicos que, claro, queriam hostilizar a República.A
lgreja feza
política dopior:
não quis apoiar aqueles republicanos, que aspiravam a boas relações com ela, os evolucio-nistas; nãotentou
umapolítica de
defesa religiosa, que consistiriaem
concorrer àseleições legislativas separada dos monárquicos
-
o que talvez tivesse sido aceite pelos republicanos, que aceitaram padres na Constituinte e nos parlamentos posteriores; masfez a política do
pior
com moderação, pois não se aliou aos monárquicos, fossem elesos liberais, que a tinham perseguido, ou tradicionalistas, de quem poucos se lembravam com nitidez.
O
papa BentoXV tirou
o
Centro Católico das mãos dos monárquicos; mandou-o fazer uma política eleitoral de defesa religiosa e umapolítica
parlameîtar de aliançacom
o
partido
de governo-
o
Democrático,o
mais identificadocom
asperseguições àIgreja; por isso, os militantes do Centro, como Salazar e Cerejeira, eram conhecidos como (catolaicos>, um insulto de origem francesa, que significava católico por fora e maçom por dentro. Sidónio Pais autorizou deputados monárquicos; a nNova
República Velhao (791,9-1926) não revogou essa autorização.
Mesmo depois das transformações operadas na sequência da
I
GuerraMundial,
consolidando a participação de monárquicos e de católicos,
o
sistema partidário não possibilita a alternância, pois não conhece um partido de direita forte.As
representa-ções parlamentares monárquica e católica são exíguas, não tendo condiçõespan ori'
s76
|
STSTEMA POLÍTrCO DA r REPúBLTCAembora em Portugal esse galvanizar tivesse dispensado o Terror e fosse sempre acom-panhado pela dissimétrica npolítica de atraçãor.
O
anticlericalismo, porém, esgota osseus efeitos com a
I
GuerraMundial.
Era óbvio que a Igrejatinha
ajudado o esforço de guerra com os capelães militares e, por isso, eram patentemente falsas as acusações de germanofilia e de pacifismo que alguns anticlericaislhe
faziam; também era evi-denteque
ela não apotava aMonarquia.
o
temaanticlerical
cansava os próprios anticlericais;em
79L8, a plebe lisboetajá
não queriadificultar
umas missas: queria arevolução social, ou algo semelhante.
Qrando
o irmão Carlyle manda o irmão Platão para um forte em Elvas, preso pela tropa republicana, não houve mais laicos a defen-deremo
queridoAfonso do
que houvera católicos em7971,, quandoo
ora
preso castigara o bispo do Porto,D.
António
Barroso.Logo
após aquela prisão, em 191-8, aquestão religiosa, entre Lisboa e o Vaticano, é resolvida pela concordata
informal
entre Sidónio Pais e a Santa Sé, que os democráticos respeitarão quando voltarem ao poder, em 7979.República ou Monarquia?
A
questão do regime depende da religiosa; pois oscatólicos não poderão apoiar a República enquanto ela frzer perigar a
lgreja;
mas éem parte autónoma, pois é aiimentada pela convicção republicana que, a norte do Tejo, o povo rural era dominado pelos caciques monárquico-católicos e era, portanto, antir-republicano. Sidónio Pais percebe que esta convicção é um pesadelo, desagradável mas imaginário.
Em
9
de março de 1918,o
seuprimeiro ministro
doInterior,
o republi-cano Forbes Bessa, declara:nfoi
o
medo infundado dos republicanos, em admitiremno
seiodo
5
deoutubro
os monárquicos, que matou aquelaI
Repúblicao; naquelaI
República era a República velha, a designação sidonista para o período rg1.o-l9rz.
o
matemático Sidónio resolve nas urnas a equação do regime: .as eleições demons-tÍz;ram que a República se encontra definitivamente consolidadar, coment aÁ
Capital, umjornal
republicano e antissidonista,a2g de abril de 1918, quando Sidónio ¿ eleito presidente;com
efeito, os monárquicostinham
ido
às urnas republicanas epor
isso perdiam o direito de se queixarem delas. Mas queixaram-se: fizeram asMonaiquia
doNorte
e de Monsanto, em janeiro de 7919, e aí foram derrotados pelas armas.primeiro
nas urnas e depois nas armas, os monárquicos tinham resolvido a questão monárquica-
pelo menos por um largo período; tanto mais que, se nos anos 1920 havia uma causamonárquica, não havia
um
candidato monárquico a monarca,A
questão colonial eraum
dos princípios constitutivos da República-
e dos mais ocultados, depois do 28 deMaio.
A
República fortalecera-se.ontr"
oUltimato
de
1891 ea
aliança com JohnBull,
comoo
Zé Por.tinho então gostava de nomear a Grã-Bretanha, fora renovada pelos republicanos, para melhor defenderem as colónias. Todos os republicanos e todos os monárquicos apoiavam a República neste caso; só a cGT a combatia. Tendo integrado a coligação vencedora daI
GuerraMundial,
Lisboa sentara-se à mesa das negociações europeias; o que não sucedera em Vestefalia, ondeo
Portugal restaurado não fora admitido.os
republicanostinham
todas as condições para aproveitaremo
modo comotinham
gerido estes três temas em agenda.Mas
não aproveitaram. Primeiro, porque tendo resolvidono
fundo
a questão religiosa, nãotinham
conseguido disciplinar assuas
franjas
anticatólicas:a 3 dejaneiro de
1923,o
presidenteAntónioJosé
deAlmeida impunha a
birettø cardinalícia aonúncio Locatelli,
mas alguém colocarasrsTEMA POLÍTICO DA
I REPÚBLICA
|
877bombas
na
Capelinha das Aparições,em
Fátima,e
frzera.'as explodir,na noite
de5
para 6 de março de 1922; ficara impune, perante o que amuitos
parecia a hipócrìtacumplicidade
das autoridades;ninguém
supôs queo
atentado
fosse provocação. Incapazde
distinguir
entre
o
anticlericalismoe
o
anticatolicismo, nas suas zonas marginais, aqueiasinvoluntárias
omissões daI
Repúblicalegitimavam a
oposição católica ao sistema, oposição que aliástanto
contrariavam as insistentes orientações papais como as comedidas bondades eclesiásticas dos governos deAntónio Maria
da Silva, um antigo carbonário que se tornou o chefe democrático nos ânos 1920, quando passou a ser evidente queAfonso
Costa não regressaria à política Portuguesa. Tendo ãeixado a questão religiosa a gotejar,os republicanos não conseguiam fechar a questão do regime-
apesar das condições favoráveis de que dispunham; neste ponto, não sedistinguiam
da Terceira República francesa que parecerter
deixado ao nazismo o cuidado deliquidar
a monarquia dos Clovis. Os próprios republicanos transformaram em queixume a suavitória
naI
GuerraMundial,
inventando nos anos 1920reivindi-cações sempre insatisfeitas e novas ameaças ao *impérioo africano.
Aos três conflitos agendados desde o 5 de Outubro, a
I
GuerraMundial
acres-centou a questão social. Nas últimas eleições gerais do regime, em novembro de 1"925,o Partido
Democrático
conservavaa
habitual maioria
absoluta
na
Câmara
dos Deputados, apesarda
cisãoda
Esquerda Democrática, resultante daquela questão social, perante uma oposição como semPre fragmentada.Era
a maioria dos democrá-ticos dè Afonso Costa e dos ubonzos, deAntónio Maria
da Silva'O
país via por certo nesta Câmara o seu retrato distorcido; talvez por isso, direita e esquerda republicanas aliavam-sea salto de
cavalo paraimpedirem os
democráticosde
governarem: na apresentação doúltimo
governo deAntónio
Maria
da Silva' em novembro de 1925, cãm o apoio do Centro Católico, e sobretudo quando este apresentou o projeto de leiinstituindo
uma empresa pública (régie),para explorar os tabacos, em9
de fevereirode
1926;a28,29,
e30
deabril
ea
1,2,!7
e20
demaio de
1"926,houve batuque parlamentar em S. Bento, em orquestração conjunta dos Nacionalistas e da Esquerda bemocrática, acusando os democráticos de quererem a régie para corromperem o paíse assim o dominarem.
A
questão social é uma contradição suplementar que transbordao
sistema político, pois os democráticos, tendo deixadopor
resolver as questõesreli-giosa e
do
regime, não encontravam aliados àdireita
para solucionarem a questão ãocial; o resnltado da irresolução era sempfe o défice orçamental e o excesso de finan-ciamento estrangeiro.Em
parte devido a uma agenda contraditória, o sistema poiítico daI
República deixara as tendências centrífugas vencerem as centrípetas.Bibliografia: BERNSTEIN, Serge; \VINNOCK, Michel (dir.), L'In,uention de la Démocratie
1789-1914, col. Histoire
n."
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A. H.
de Oliveira,(dir),
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O Estado da 1." Reptiblicø Portuguesø (título provisório), Imprensa de Ciências Sociais, Lisboa,
2010; MAyEUR, Jeän Marie,
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¿o SeuilParis,iAl+i
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de vários autores' e Suplemento, do próprio Damião Peres, Portucalense Editora, Porto, L954; ROSAS, Fernando, RoLLo' Maria Fernanda (dir.), Hisniriadø 1.o República Portuguesa,Tinta da China, Lisboa, 2010; SERRA, João B', nO sistema político
da Primeira Repúblicao, in TEIXEIRA, Nuno Severiano; PINTO, António Costa,zll 1'" Re\ública
Portuguesa Entre o Liberølismo e o Autoritarismo,
Insfituto
de História Contemporânea da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, Edições Colibri, Lisboa, 2000; VALENTE, Vasco Pulido, O Poder e o PoQo:A
Reoolução de 1910 (1976),2." ed, Moraes Editores, Lisboa, 1983.[Luís Salgado de Matos]
soARES,
ANTÓNIO MARIA
DE
FREITAS
(1877-7953)
Nasceu em
Vila
do Bispo, a 25 de fevereiro de 1877 . Faleceu em Lisboa, a L0 de novembro de 1"953. Algumas informações indicam que seriafruto
deum
relacio-namento irregular e que a origem do apelido advinha, não dos progenitores originais, masda
família de acolhimento.Aluno
da Academia Politécnicado
Porto.Iniciou
acarneifa-
militar
em 1898 no Regimento do Porto. Cursou a Escola do Exército, armade Cavalaria: alferes
em
1900; tenenteem
1905; capitãoem
L911; majorem
79!7; tenente-coronelem
t9I7;
búgadeiro
em
1'936e
generalem
1938.Oficial
com
o Curso deEstado-Maior
em 1911. Freitas Soares participaria no combate de Chavescontra
a
segunda incursãode
PaivaCouceiro,
em
7972.Era,
à
altura,
oficial
de Cavalariado
Regimento deVila
Viçosa.Em
1915,foi
investido como subchefe doEstado-Maior da
Expedição Pereirade Eça
aAngola, tomando parte em
vários combates para â ocupação doHumbe
(combate de Môngua). Retorna a Portugal em7977
.Em
31 de dezembro de 7977,passou a ser chefe do Estado-Maior da1.'
Divisãodo
Exército. Passoupor
várias funçõesna
Secretaria daGuerra
duranteo
ano de 1918, entre estas, a de chefe de repartiçãodo
gabinetedo
secretário(ministro)
daGuerra
Amílcar Mota
(presidênciade
Sidónio
Pais)e
de
chefede
Gabinete
de Tamagnini Barbosa(último
chefe de governo conotado com o sidonismo, no período em que se processa o desmantelamento deste, após o assassinato de Sidónio Pais em dezembrode
1918). Seriaministro
da Guerra, entrando como independente
no governo de combate de José Relvas (27 dejaneiro de
7979-37 de marçode
7919). José Relvas, nas suas memórias, considerava que,tal
como ele,António
de
Freitas Soares eraum
(republicano) independente (RELVAS,José, Mernórias Políticas,II vol., Lisboa, p. 91);José Relvas reconhece igualmente,nas Mernórias,a dedicação, oempe-nho
e a energia de Freitas Soaresno
combate à denominadaMonarquia do Norte
(idem,