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l2
AGRADECIMENTOS
0 Dr. Paulo C.T. Bittencourt, pela orientação na realização deste
trabalho.
SUMMARY
... ..4
RESUMO
O
objetivo deste estudo é estabelecer a etiologia da epilepsiaem
357
epiléticos crônicos (209
homens
e- 154 mulheres), idade variando entre 0 e 92 anos.Excluiram-se pacientes
com
crises únicas.Todos
submeteram-se a anamnese, ex. neurológico,EEG
e TC.De
acordocom
a
classificação lntemacionalda
Crises Epiléticas, 87 (24,5%) tiveram crises generalizadas, 16 (4,5%) crises parciais
simples,
65
(18%) crises parciais complexas, 132 (37%) crises parciais secundariamentegeneralizadas, 37 (10,4%) crises mistas e
20
(5,6%) tiveram pseudocrises.Em
144(40,4%) pacientes a etiologia foi desconhecida. Traumatismo craneoencefálico
respondem
por 41 (11,5%) dos casos, seguido de convulsão febril36
(10,1%),sofrimento perinatal,
33
(9,2%), cisticercose 33 (9,2%), doença cerebrovascular 10(2,8%), meningite 10 (2,8%), tumor 9_ (2,5%),
má
fonnação arterio-venosa4
(1,1%),INTRODUÇÃO
As
epilepsias sãoum
grupode
distúrbio caracterizados por alteraçõesparaxísticas crônicas e recorrentes na função neurológica, causadas por anormalidades
na atividade elétrica
do
cérebro.(8)Estima-se
que
afetam entrem 0,5 e2%
da população,podendo
ocorrera qualquer idade. (8) _A
epilepsiapode
ser adquiridaem
conseqüência deuma
lesão neurológica ouma
lesão estruturaldo
cérebro, epode
também
ocorrercomo
partede
muitas
doenças
clínicas sistêmicas.(8)A
sua etiopatogeniapode
estar relacionada aum
processo cerebral jácicatrizado ou a
um
processo cerebral ativo.No
primeiro caso a manifestação epilética éseqüela
de
uma
doença
passada, nosegundo
caso, é sintomade doença
atualdo
encéfalo.(5)
A
epilepsiatambém
ocorrenuma
fonna idiopáticanum
indivíduoque não
apresenta história de lesão neurológica e
nenhuma
outra disfunção neurológicaaparente.(8)
-'
A
epilepsia provávelde
uma
determinada crise convulsivadepende
da idadedo
paciente e do tipo de crise.(8)O
perfil etiológico de epilepsiaem
várias partes domundo
mostra grandesNos
países do 3°mundo
asdoenças
infecciosas crônicas,em
especial aneurocisticercose (NCC), represetam
uma
porcentagem etiológica ¡mportante.(2)A
epilepsia afetauma
grande parcela da população.O
paciente epilético está sujeitoao
estigma da doença, vivendoem
contínua tensão e ansiedade, naexpectativa de
uma
nova crise, nova situação vexatória e nova discriminação.Além
disso, corre o risco
do
desenvolvimentode
sequelas permanentes, provocadas pelaprópria
doença
ou pela sua terapêutica,quando
mal conduzido.(9)O
objetivo deste trabalho é, atravésda
análise do espectro etiológicoda
|v|ATER|A|s
E
Méronos
Foram
analisados, retrospectivamente,822
prontuáriosde
pacientescom
diagnóstico
de
epilepsia oriundos do Serviço de Neurologia doSUS
de
Florianópolis,Santa.Catarina, no periodo de agosto de 90 a julho
de
93.Foram
excluídos 465 prontuários devido a falta dedados
clínicos e/ou deexames
complementares pertinentes ao estudo _e os pacientesque abandonaram
oseguimento.
Não
foram consideradoscomo
epiléticos pacientesque
apresentaramcrise isolada.
Os›357
prontuários restantes foram classificados quantoao
tipode
crisebaseando-se na lntemational Classification of Epiletic Seizures, desenvolvida
em
1969
e subsequentemente modificadaem
1981. Ela enfatiza o tipode
crisee o
Padrão eletroencefalográfico comicial (associado a crise) e interictal (entre as crises).Todos
os pacientes analisados foram submetidos, para finsde
diagnóstico, à
anamnese,
exame
físico de rotina,EEG
e TC.'
A
conceituação de epilepsia criptogênica foibaseada
nos critérios adotadosno
referido serviço: pacientescom
história familiar negativa para epilepsiaque
apresentaram
componente
parcial, clínico ou noEEG,
associado aum
laudo tomográfico normal,sem
uma
condição predisponente sugerida pelo histórico clínico.8
V
Os
pacientes foram divididos
em
2 (dois) grupos, conformea
idadede
início das crises. P -
Grupo
l - epilepsiade
inicio precoce (antes dos 21 anos)Grupo
II' - epilepsiade
início tardio (após os 21 anos)Foram
analisados os espectros etiológicos dos dois grupose os
tiposde
crise apresentados.Para o intervalo
de
confiança para o percentual foiusado
o
nivelde
significância ot = 0,05.
A
convulsão febril na infância foi considerada a causaquando o
paciente apresentava histórico préviode
convulsão febril enão
se encontrou outro fator etiológico, entretanto, encontrou-se foco irritativo noEEG,
compatívelcom
a
patogeniadessa entidade. ' _
_ V
Para o termo traumatismo cranio-encefálico foi utilizada a abreviatura
TCE. '
Para o termo malformação arteriovenosa foi utilizada a obreviatura
MFAV.
Para o termodoença
cerebrovascular foi utilizada a abreviaturaDVC.
Nossa amostra
de
pacientes envolveuuma
população provenientede
várias regiões do Estado
de
Santa Catarina,de
baixo nivel sócio-econômico, idade variando entre O e 92 anoscom
epilepsia crônica grave,que
na maioriadas
vezes jáRESULTADOS
Os
pacienteseram 203
(58,9%)homens
e 154 (43,1%) mulheres,sendo
que 264
(73,9%) tiveram sua 1° crise antes dos 21anos
e93
(26%) tiveramapós
os 21
anos (epilepsia de início tardio).
Em
144 pacientes (40,4%)não
foi encontradauma
causa para as crises.Destes 144 pacientes 91 (25,6%) foram classificados
como
tendo epilepsiade
naturezaidiopática e
53
(14,8%) epilepsia criptogênica.O
TCE
foi a causa identificável maiscomum
com
41 casos (11,5%), seguido por convulsão febril na infância 36 (10,1%), sofrimento perinatal33
(9,2%)e
cisticercose 33 (9,2%).O
espectro etiológico encontrado é mostrado na tabela I.Os
tipos de crise encontrados são demonstrados na tabela ll.No
grupo l (pacientescom
epilepsia de início abaixo dos 21 anos)as
causas identiflcáveis mais
comuns
foram o sofrimento perinatal e a convulsão febrilna
infância,ambos com
33
casos (12,5%), a cisticercosevem
a seguircom
21 casos(8%)
e o
TCE
com
20
(7,6%).i
A
distribuição das etiologias no grupo I está demonstrada na tabela Ill.No
grupo ll (epilepsia de início após os 21 anos) a causa identificávelmais
comum
foi oTCE
com
21 casos (22,5%), seguido pela cistecercosecom
11casos
(11,8%) e o
DVC,
10 casos (10,7%).A
distribuição das etiologias no grupo lltambém
-A
tabela IV mostra os intervalosde
confiança para o percenrual utilizado (ot = 0,05).
_
O
Tabela l - Etiologia da Epilepsia
_
Serviço
de
Neurologia -SUS
- Florianópolis -SC
Agosto
1990 a Julho 1993.ETIOLOGIA
N°%
Idiopátia 91
Criptogênia 53
TCE
41Convulsão febril na infância 36 Sofrimento perinatal 33 Cisticercose 33
DVC
10 Meningite 10Tumor
9MFAV
4 ‹ Encefalite 2 Outras' 35 25,6 14,8 11,5 10,1 _ 9,2 9,2 2,8 2,8 2,5 1,1 0,6 9,8TOTAL
357
'100
'Crises psicogênicas, sincope, lesões obscuras na TC, eclâmpsia, hipoglicemia, etc
Tabela Il - Distribuição
dos
Tiposde
Crise _Serviço
de
Neurologia -SUS
- Florianópolis -SC
Agosto
1990 a Julho 1993.-_
TIPO
DE
CRISE
DISTRIBUIÇAO
N°DOS
PACIENTES
%
Generalizada
87
tônico-clõnica69
mioclônica-6
ausência 9 atônica 2 tônica 1 Parcial simples 16 Parcial complexa65
Parcial
com
Gen. 2° `132 Mista 1
37
Pseudocrises20
24,5 19,3* 1,7' 2,5* 0,6' 0,3* 4,5 18,0 37,0 10,4 5.6TOTAL
357
100 ' Este percentualTumor
MFAV
Encefalite Outras' flémmo 1,94
0,1 2 0,4 1 4,3 2,1TOTAL
É
100 8.0 ' 1493
1,0 15,5100
" Crises psicogênicas, sincope, lesões obscuras na TC, eclâmpsia, hipoglicemia, etc
Tabela IV - Intervalo
de confiança
parao
percentual (cz = 0,05)Serviço
de
Neurologia -SUS
- Florianópolis -SC
Agosto
1990 a Julho 1993.ETIOLOGIA
INTERVALO
DE CONFIANÇA
TCE
Convulsão febril ldiopática Criptogènica Sofrimento perinatal CistercoseDVC
Tumor
MFAV
8,2-
14,8%
6.9-
13,3%
21,0-
30,0%
11,2-
18,4%
6,2-
12,2%
- 6,2-
12,2%
1,1 --4,5%
0,9-
4,1%
0,2-
2,2%
12
DISCUSSÃO
Em
alguns estudos, a proporção de pacientescom
epilepsiade causa
desconhecida é de 2/3 a 3/4 dos casos; quanto mais extensa a investigação,
mais
facilmente os fatores etiológicos são identificados.(2)
Arruda (2) relata
uma
taxa de59,5%
de epilepsia idiopática. Danesi (6)reportou a taxa de
57,2%
em
um
estudo onde. não foi rotineiramente executado a TC.Em
nosso estudo,não
havia causa identificávelem
144 pacientes(40,4%). Este índice baixo provavelmente se deve ao fato de nossa investigação ter
incluído a
TC
como
rotina, alé, da anamnese,exame
fisico e oEEG.
Em
adolescentes e adultos jovens, oTCE
é a grande causada
epilepsiaparcial.
A
epilepsiapode
ser causada por qualquer tipode
lesão grave à cabeça,com
a
probabilidade de desenvolver crises recorrentes, sendo proporcional à extensão
da
lesão (1).
O
prognóstico de ocorrer crise convulsiva recorrente é piorquando
a primeiracrise ocorre após as
24hs
e dentro das primeiras duassemanas
(5).O
TCE
é acausa
identificável de epilepsia mais frequente neste estudo (11,5%) e sua prevalência foi maior no grupo de pacientes
com
primeira crise após os 21 anos,que
inclui a população mais exposta aos fatores causadores de TCE,como
os acidentesde
trabalhoe
automobilísticos.Nossa
taxa é superior a encontradaem
um
estudo americano (1%)e
da criança contitui
uma
entidade clinicaautônoma que
individualiza 3 caracteres: o surgimento dosfenómenos
epiléticos exclusivamente duranteum
acesso hipertérmico,pouca idade dos indivíduos atingidos e existência de
uma
suscetibilidade individualligada a
um
fator genético diferente daquele que predispõe à epilepsia. (5).Evidências de
que
convulsões febris prolongadascausam dano
primáriopara epilepsia são obtidas retrospectivamente do estudo de adultos
com
crises parciaiscomplexas intratáveis. (12)
As
lesões traumáticas perinatais, são responsáveis porum
grandenúmero
de epilepsias:quando
existem sinais neurológicos de lesão perinatal afreqüência de epilepsia é grande, até da
ordem
de50%
dos casos. (5)O
sofrimento perinatal é citadocomo
um
fator etiológico importantede
epilepsia nos paises
em
desenvolvimento - 11 a14%
em
dois estudos brasileiros. (2).Encontramos indice semelhante (9,2%), que refletem o baixo nível
de
cuidados perinataisem
nosso meio, principalmente na populaçãoque
constitui nossa amostra.-
A
neurocisticercose ê a mais
comum
doença
parasitáriado
SNC
e aepilepsia sua manifestação mais frequente. (3) . '
A
Cisticercose já foi demonstradocomo
sendo
o principal fator etiológicode epilepsia
em
outros países. (2).Más
condições sanitárias, baixos niveis deeducação
emás
condiçõesde
vida contribuem
com
uma
grande parte para a condiçãoendêmica de
_
-
_
14
Encontramos
um
indicede
cisticercosecomo
etiologia da epilepsiade
9,24%, abaixo de outros brasileiros
como
ode
Arruda (27,1%) e ode
Sharvan `(13%)que
refletem a condição endêmica destadoença
no Sul do Brasil. (2)Observando
a tabela Ill,notamos
que a cisticercose teve maior incidênciano
grupo Il (início tardio). Isso deve refletir a própria patogenia da doença, pois ointervalo entre a infecção e o desenvolvimento da manifestação clínicas compreende,
vários anos. (3) .
Resumindo, nossos resultados mostram que
uma
avaliação rigorosa apósa primeira crise está relacionada
com
índices elevados de causas identificáveis. '-
Além
disso,observamos que
os fatores etiológicos previníveis
responderam
poruma
grande parte dos casosde
epilepsiaem
nossa amostra. Isto nos alerta para o fato deque
uma
parcela significativa da população está sujeita auma
condição
que compromete
sua personalidade, suas condiçõesde
vida e o ambienteque
vive, tanto familiar quanto profissional, devido a falta de recursos básicos
como
educação,saneamento
e cuidados perinatais adequados, alémda
falta de segurançaSUMMARY
The
objective of this studywas
to establish the etiology of epilepsy in357
chronic epileptics (154 female,
203
male),aged
O - 92 years. Patients with singleseizures were excluded. All undenfvent anamnesis, neurological examination,
EEG
and
TC-scan. According to the lntemational Classification of Epileptic Seizures (1981),
87
(24,5%) had generalized seizures, 16 (4,5%) simple partial seizures,
65
(18%) complex partial seizures, 132 (37%) partial seizures secondarlly generalized,37
(10,4%) generalizedand
partial seizures,and
20
(5,6%) pseudocrisis. In 144 (40,4%) patients theetiology
was
unknown.Head
injury accounted 41 (11,5%) of cases, followed by febrile convulsions36
(0,1%), perinataldamage
33 (9,2%) cysticercosis33
(9,2%),cerebrovascular disease 10 (2,8%), meningitis 10 (2,8%), tumor 9 (2,5%), cerebro
16
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TCC
UFSC
CM
0289 Ex.l N-ChflflhTCC UFSC
CM
0289 Autor: Zanin, Edson Camil»Título: Etiologia da epilepsia? : um est
E×.1 ursc Bsccsm
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