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ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO FRENTE À ADESÃO DE IDOSOS AO TRATAMENTO DE DIABETES

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ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO FRENTE À ADESÃO DE

IDOSOS AO TRATAMENTO DE DIABETES

PRACTICE NURSES IN RELATION TO ELDERLY

ACCESSION TO DIABETES TREATMENT

Gleyciane Leandro Silveira;

José

Lucas Souza Ramos;

Gislaine Loiola Sariva Freitas;

Kelle de Lima Rodrigues;

Saranádia Caeira Serafim;

Ruth Nobre de Brito;

Maria de Fátima Antero Sousa Machado;

Italla Maria Pinheiro Bezerra.

Revista e-ciência

Volume 3

Número 1

Artigo 06

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ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO FRENTE À ADESÃO DE IDOSOS AO TRATAMENTO DE DIABETES

PRACTICE NURSES IN RELATION TO ELDERLY ACCESSION TO DIABETES TREATMENT

Gleyciane Leandro Silveira1, JoséLucas Souza Ramos1, Gislaine Loiola Sariva Freitas1, Kelle de Lima

Rodrigues1, Saranádia Caeira Serafim1, Ruth Nobre de Brito1, Maria de Fátima Antero Sousa

Machado1, Italla Maria Pinheiro Bezerra1,2.

RESUMO

Introdução: Sabe-se que a população idosa tem crescido de forma substancial, refletindo consequentemente no aumento da perspectiva de vida. Para tanto, é necessário que seja garantida uma saúde de qualidade através da prevenção de patologias. Dentre as que mais acometem idosos, está o diabetes mellitus (DM), que muitas vezes é assintomática, dificultando então, na adesão ao tratamento, portanto, tem-se a necessidade de analisar quais os entraves diante desta problemática, visto que é um problema recorrente nos serviços de saúde. Objetivo: Compreender a atuação do profissional enfermeiro frente à adesão do idoso ao tratamento de diabetes mellitus. Método: Estudo qualitativo de caráter descritivo, realizado nas Estratégias de Saúde da Família do município de Juazeiro do Norte, com idosos portadores de DM, sob a análise temática de Minayo, utilizando-se como instrumento de coleta, um questionário semi-estruturado. Resultados: Foram selecionados 12 idosos diabéticos, considerando os que mantinham acesso contínuo ao serviço de saúde e que mantinham o tratamento da doença há mais de seis meses. Foram definidas duas categorias analíticas, a saber: Açúcar no sangue: percepção acerca do diabetes, que mostra o baixo conhecimento do público idoso frente a sintomatologia e as principais condutas que devem ser tomadas no tratamento da doença; A adesão do idoso ao tratamento do diabetes: o que fazem os enfermeiros, categoria esta, que exemplifica o déficit nas ações de educação em saúde, onde estes profissionais, desempenham atividades curativistas, sem visar a promoção da saúde. Considerações finais: Nota-se um déficit quanto as ações de promoção a saúde voltadas para a orientação acerca do diabetes mellitus para o público idoso, o que resula diretamente na não adesão ao tratamento medicamentoso. Para tanto, devem ser implementadas ações que visem a melhoria da qualidade de vida do idoso frente ao tratamento da patologia, afim de alcançar a adesão, através de ações de educação em saúde, realizadas pelos profissionais de saúde.

Palavras-chave: Diabetes mellitus. Saúde do idoso. Enfermeiro. Atenção básica.

ABSTRACT

Introduction: the elderly population is known to have grown substantially, reflecting consequently in increasing life expectancy. Therefore, it is necessary that a quality health care is guaranteed by preventing diseases. Among the most affecting elderly, are diabetes mellitus (DM), which is often asymptomatic, making it difficult then, adherence to treatment, therefore, we have the need to consider what the obstacles on this issue, since it is a problem recurring in health services. Objective: To understand the role of the professional nurse in the accession of the elderly to the treatment of diabetes mellitus. Methods: A qualitative study of descriptive nature, carried out in the Health Strategies Juazeiro county family with elderly patients with DM, under the thematic analysis of Minayo, using as a collection instrument, a semi-structured questionnaire. Results: 12 diabetic seniors were selected, considering that maintained continuous access to health care and who kept treating the disease for more than six months. Two analytical categories were defined, namely: blood sugar: awareness about diabetes, which shows low public knowledge elderly front of the main symptoms and behaviors that should be taken in the treatment of disease; The accession of the elderly to the treatment of diabetes: what do nurses, a category that exemplifies the deficit in health education activities, where these professionals play curativistas activities without aim to promote health. Final thoughts: It should be noted a deficit as the promotion of health actions focused on guidance about diabetes for the elderly population, which resula directly in non-adherence to drug treatment. To do so, they should be implemented actions aimed at improving the old front of the quality of life to the treatment of the condition in order to achieve compliance through health education activities carried out by health professionals.

Key words: Diabetes mellitus. Health of the elderly. Nurse. Primary care.

1 Faculdade de Juazeiro do Norte.

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INTRODUÇÃO

Tem-se notado um aumento expressivo da população idosa, processo esse que nos países desenvolvidos acontece de forma lenta, sendo

associado principalmente a melhorias nas

condições de vida. Nos países em

desenvolvimento, o envelhecimento da população acontece de forma mais rápida, o que implica na necessidade de implantação de políticas sociais e de saúde para se adequar e progredir nas novas demandas (RIBEIRO; ROCHA; POPIM, 2010).

No Brasil, o número de idosos tende a aumentar 16 vezes em relação à população total entre 1950 a 2027, consequentemente esse crescimento geralmente resulta no aumento das doenças crônicas não transmissíveis como o diabetes mellitus considerada um das causas principais de mortalidade na população idosa (RIBEIRO; ROCHA; POPIM, 2010).

Segundo Rodrigues et al (2008), a população idosa apresenta maior vulnerabilidade em relação as patologias não transmissíveis, pois estas, possuem um tratamento duradouro, uma recuperação demorada e fatores de riscos passíveis de intervenções imediatas com maior frequência. Diante dessa realidade, mostra-se à necessidade da melhoria de programas vinculados aos idosos, visando à prevenção de sequelas, o bom desempenho funcional e a assistência individualizada.

Dentre as patologias não transmissíveis que possuem maior incidência em idosos, destaca-se o diabetes mellitus, que é caracterizado por um aumento expressivo nas taxas glicêmicas, resultante de defeito no sistema de secreção de insulina ou no seu mecanismo de ação; pode manifestar-se através de sintomas característicos, como perda de peso, polifagia, polidipsia, poliúria e visão turva. Esses sintomas, caso não possuam tratamento adequado, podem evoluir para complicações agudas levando ao aumento dos fatores de risco.

Através do controle glicêmico é possível minimizar o aparecimento de complicações crônicas microvasculares, no entanto, ainda observam-se taxas de mortalidade por doenças cardiovasculares (GROSS et al., 2002).

O tratamento medicamentoso e a

dificuldade de adesão é um dos principais problemas enfrentados pela equipe de saúde frente

aos idosos portadores de diabetes. O

medicamento, muitas vezes, é visto como ineficaz, principalmente quando resulta em alguns efeitos adversos, variando da individualidade fisiológica do cliente. Com isso, alguns idosos diabéticos, deixam

de tomar os medicamentos necessários,

acreditando que quando não há presença de sintomas, a cura foi alcançada (GIMENES; ZANETTI; HAAS, 2009).

Dentre os tratamentos não

medicamentosos, estão as mudanças

comportamentais, relacionadas á alimentação saudável, que deve seguir um plano alimentar individualizado em conjunto com a prática de exercícios físicos, devendo ser acompanhados e indicados para cada idoso de acordo com as suas condições fisiológicas e pessoais, sendo então um método indispensável e de primeira escolha (Boas et al 2011).

Corrobora-se com Assunção e Ursing (2008), que a adesão ao tratamento está ligada diretamente a orientação da equipe multidisciplinar de saúde para o paciente, seguido de uma supervisão adequada e cuidados prestados em

intervenções emergenciais. Portanto, tais

orientações, possibilitam uma maior aceitação dos

idosos frente à adesão ao tratamento,

proporcionando uma melhoria na qualidade de vida, consequentemente resultando em um tratamento eficaz.

Nessa perspectiva, destaca-se o

profissional enfermeiro, por estar prestando o cuidado (em campo teórico e prático) diretamente ao paciente idoso diabético. Portanto, a capacitação deste profissional e suas ações deverão ser voltadas para o estimulo da vida independente do paciente, resultando em um controle metabólico eficaz e adequado. Diante disso, acredita-se que ações educativas quando realizadas em conjunto com a família e a comunidade, tornam-se instrumentos importantes para a promoção da saúde, visto que viabilizam o empoderamento do usuário (FAEDA; LEON, 2006).

Ainda destaca-se a estratégia de saúde da família (ESF) como uma importante e primordial ferramenta para o controle desta patologia, visto que esta possui um vínculo direto com o cliente e sua família, permitindo a construção de ações pontuais que venham a contribuir para o tratamento eficaz e a prevenção de novos casos, estimulando as práticas de alimentação e exercício físico saudável.

O diabetes é uma patologia bem assistida na atenção primária, sendo até um de seus principais programas, porém, ainda é um problema de saúde, visto que a população idosa em sua maior parte continua resistente quanto ao tratamento.

Portanto, objetivou-se compreender a atuação do profissional enfermeiro frente à adesão do idoso ao tratamento de diabetes mellitus.

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MÉTODO

Estudo de natureza qualitativa com caráter descritivo, sendo realizada no município de Juazeiro do Norte-CE, tendo como cenário as estratégias de saúde da família deste município.

Para coleta de dados, foram selecionados doze pacientes cadastrados em unidades que possuem maior concentração de idosos portadores de diabetes, sendo considerados apenas aqueles que aderiram o tratamento há seis meses, sendo utilizada como instrumento de coleta, uma entrevista semi-estruturada.

A organização dos dados deu-se através do método de Análise Temática segundo Minayo (2009), sendo baseada na discussão dos resultados com artigos disponíveis na literatura.

O estudo respeitou os preceitos éticos da resolução nº 466/12, do Conselho Nacional de Saúde, que trata de pesquisa com seres humanos. RESULTADOS

Para realização da coleta de dados foram selecionados idosos diabéticos cadastrados na unidade básica de saúde que estiveram em tratamento totalizando em doze (12) idosos.

A partir do método proposto, foram elencadas as seguintes categorias: 1- Açúcar no sangue: percepção acerca do diabetes; 2- A adesão do idoso ao tratamento do diabetes: o que fazem os enfermeiros, conforme discriminado na tabela 1.

Tabela 1: Representação das categorias do estudo, Juazeiro do Norte, Ceará, 2015.

Açúcar no sangue: percepção acerca do diabetes A adesão do idoso ao tratamento do diabetes: o que fazem os enfermeiros - Fragilidade no conhecimento dos portadores, acerca da patologia; - A eficácia do tratamento não farmacológico; - Dificuldades de adesão ao tratamento; - Importância do profissional de saúde. - Predominância do modelo curativista; - A dificuldade para o acesso aos serviços de saúde; - A importância da educação em saúde; - O conhecimento empírico e científico. DISCUSSÃO

Açúcar no sangue: percepções acerca do diabetes

O diabetes mellitus é uma patologia crônica, caracterizada pela elevação da glicose, popularmente conhecida como excesso de açúcar no sangue, sendo definida como hiperglicemia, onde é considerada normal, a taxa de 60 a 110mg%. O individuo que apresenta algum fator genético ou ambiental associado, pode trazer consigo após o nascimento, a possibilidade de portar a diabetes (MARCELINO; CARVALHO, 2005). É importante que o paciente conheça a patologia que o acomete, pois este conhecimento implica diretamente na forma de lidar com as situações predispostas por pacientes portadores de diabetes. Para tanto, a associação com o profissional de saúde, é fundamental, visto que estes possuem o conhecimento técnico e científico para uma orientação adequada e eficaz, destacando a importância do cuidado com o estilo de vida, promovendo a alimentação saudável e o controle dos índices glicêmicos, através do tratamento medicamentoso (OLIVEIRA; ZANETTI, 2011).

Deste modo, com o objetivo de

compreender a percepção dos usuários acerca do Diabetes, evidenciou-se que estes associam a patologia, ao excesso de açúcar na corrente sanguínea.

Conheço não, sei nem o que é, diz que é um negócio no sangue, mas não sei o que é eu nem sabia que eu tinha depois que descobrir lá no posto porque fiz teste né, mas a minha eu controlo. Idoso 1.

Pra falar a verdade eu não conheço só sei que tenho essa doença, sei que vamos dizer assim que é açúcar no sangue e com o tempo o sangue vira água eu creio que seja assim, e acho que é uma doença terrível mesmo. Idoso

2.

O diabetes é açúcar no sangue e o cara tem que tomar o remédio certinho pra ela controlar, e quem controlar ela vive a vida inteira. Idoso 3.

Que é uma doença horrível que não tem cura é ruim, eu tava me sentindo mal um dia desses ai ela subiu, tá com um mês ela subiu fui parar no hospital pra tomar remédio porque subiu a diabetes e tudo. Idoso 4.

A diabetes é por causa do doce, bolo essas coisas que eu como demais, e tanto que to com minhas pernas dormentes por causa da diabetes,ela parece que tá forte agora, ai fico com medo né. Idoso 5.

Apreende-se, pois, que embora o diabetes seja uma patologia associada à glicose no sangue,

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desconhecimento dos usuários quanto à patologia, já que não associam a doença a etiologia e suas complicações.

Para Klagenberg et al., (2007) entre as principais consequências do diabetes mellitus, estão a cegueira, doenças terminais crônicas e amputações não traumáticas de membros, principalmente no público idoso. A doença aumenta em 2 a 7 vezes o risco de doenças cardíacas, cerebrais e vasculares periféricas, porém, tais consequências, podem ser reduzidas, controladas e evitadas por meios de tratamentos prospectivos da hiperglicemia e dos fatores cardiovasculares.

Entre os idosos, as complicações de maior gravidade, são as macroangiopáticas, que envolvem o comprometimento aterosclerótico das artérias coronarianas e dos membros inferiores e cerebrais. Como principais fatores relacionados, está a hiperglicemia, hipertensão arterial,

dislipidemia, tabagismo, e, fatores não

convencionais, como: disfunção endotelial, estado trombótico e inflamações (SCHEFFEL et al, 2004).

Nessa perspectiva, percebe-se que o tratamento do diabetes mellitus é complexo e difícil, podendo acarretar em dificuldades no controle, consequentemente aumentando as chances de complicações. Porém, a mudança do estilo de vida, a pratica de atividades físicas regulares, ingestão de alimentos e líquidos saudáveis, possui maior efetividade, quando comparado a tratamentos farmacológicos (COSTA et al., 2011).

Os profissionais de saúde devem visualizar o paciente como um ser biopsicossocial e evitar o cuidado curativista, promovendo saúde através da

orientação, bem como, entendendo as

individualidades de cada paciente. Por esse motivo é viável que o profissional desperte a sensibilidade para a percepção do paciente de maneira única, visando prestar uma assistência eficaz e individualizada, atendendo as necessidades do cliente (MALDANER et al., 2008).

A adesão do idoso ao tratamento do diabetes: o que fazem os enfermeiros

Acredita-se que é de grande importância que o profissional enfermeiro realize programas educativos voltados para o idoso, juntamente com a família e a comunidade, pois, possivelmente, resultará no controle da doença, uma vez que as complicações estão ligadas ao conhecimento para o cuidado diário adequado e mudanças no estilo de vida. O idoso necessita do estimulo dos profissionais de enfermagem para ser e empodera-se, adaptando-se da melhor maneira frente às

modificações pertinentes ao controle metabólico (FAEDA; LEON, 2006).

Assim, ao buscar junto aos idosos as estratégias desempenhadas pelos enfermeiros frente a adesão ao tratamento, evidenciou-se pela percepção deste público que os profissionais restringem suas ações voltadas apenas para a aplicação de normas, como por exemplo mudança na dieta e/ ou ao cuidado as complicações, como ilustram os depoimentos abaixo:

Ele passa o regime que não pode doce, gordura, frango, essas coisas né, só isso mesmo a conversa é rápida, e o remédio eu sempre compro porque lá nunca tem. Idoso 1.

Nenhuma, no começo eles falavam mais, já faz muito tempo e eu nem me lembro mais, porque eles só passam a medicação e pronto, ai quando tem eu pego lá se não tiver eu compro quando tenho o dinheiro. Idoso 2.

É eles dizem que agente tem que ter dieta, num comer coisa que seja inconveniente, dá uns conselhos que é direito deles né, ai as medicações eles nem fala que eu já sei como é que toma porque tá tudo escrito lá. Idoso 3.

A dieta que eu faço e o remédio que eu tomo que quase sempre eu compro e que é pra continuar até o fim, só isso que ele diz, só.

Idoso 4.

Nada, a orientação que recebi ontem foi que eu retornasse o mês que vem ou daqui a quatro meses pra pegar a receita e levar uns exames que fiz ano passado no mês de maio e nada mais, nenhuma orientação. Idoso 5.

Assim, aprende-se que ainda existe uma predominância por parte dos enfermeiros de ações curativistas e pontuais, assim como, autoritárias, uma vez que estes apenas ditam normas e focam às ações nos problemas e não nas necessidades de saúde e qualidade de vida da população. Tal realidade, por sua vez, pode implicar na não adesão destes usuários ao tratamento do diabetes e favorecendo ao abandono do mesmo.

Sabe-se ainda que no processo de envelhecimento a pessoa com diabetes mellitus apresenta maior risco de desenvolver complicações graves que podem afetar no autocuidado, interferindo diretamente no regime terapêutico, podendo diminuir a adesão ao tratamento. Frente a esses problemas, o enfermeiro deve atuar na manutenção do controle metabólico, investindo na terapia não medicamentosa e medicamentosa, sendo a primeira, vinculada a alimentação saudável e atividade física, traçando um plano individualizado para melhores resultados (BOAS et al., 2011).

Deste modo, torna-se necessária a adesão dos usuários ao tratamento do diabetes, sendo que, muitas vezes, a adesão está ligada com a dificuldade de acesso aos serviços de saúde. Sendo

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assim, há uma necessidade de ações de educação permanente voltada para os profissionais que atuam nas redes básicas de saúde, visto que estas, possuem um maior vínculo com o usuário e a comunidade. Outro ponto de grande importância é a abordagem multidisciplinar, esta, que permite a diversidade do conhecimento técnico, científico e popular para a orientação do idoso, não associando apenas, ao profissional médico (MACHADO, 2008).

Com a educação em saúde para os idosos diabéticos é possível perceber redução das complicações e melhoria no estilo de vida, pois a educação realizada por grupos especializados, contribuirá para uma melhor capacitação dos profissionais, idosos, família e comunidade, visando atingir uma melhor qualidade de vida no processo saúde-doença. Sendo assim, é uma tarefa de responsabilidade de todos os integrantes da equipe de saúde, pois requer dedicação, conhecimento e persistência, tornando-se parte essencial do tratamento, valorizando e enfatizando os direitos e deveres do paciente e do profissional responsável pela promoção da saúde (CAZARINI et al., 2002).

A implementação de práticas de promoção a saúde, inclui ações preventivas e curativas, que quando aplicadas de forma simples e objetiva, ajudam a diminuir o risco de complicações crônicas do diabetes, o que possivelmente pode resultar em uma melhora na qualidade de vida do portador de diabetes. Para o controle dessa patologia é necessária à inclusão de mudança de hábitos de vida, sendo iniciada pela a implementação da educação em saúde pelos profissionais, que devem

ser voltadas para promoção da saúde,

intervenções e fatores de risco, além de prestar um acompanhamento humanizado ao idoso diabético (PAIVA; BERSUSA; ESCUDER, 2006).

A prática de educação e saúde está intimamente ligada ao cotidiano do enfermeiro que atua na rede pública de saúde. Sabe-se que para realização dessas práticas é preciso que o profissional conheça a si mesmo pra que possa entender e compreender o outro, pois educar é ensinar e aprender diariamente. Nesse sentido, deve-se respeitar o conhecimento do outro, usando para o favorecimento na transferência de ideias, possibilitando a construção de novos saberes para a melhoria na qualidade de vida dos idosos (CARVALHO; CLEMENTINO; PINHO, 2008). CONSIDERAÇÕES FINAIS

A baixa adesão ao tratamento do diabetes mellitus em idosos, está ligada diretamente ao déficit de ações de promoção a saúde por parte dos profissionais, complementada com a falta

recorrente de medicamentos que assessorem o tratamento desta patologia.

Nessa perspectiva, nota-se uma lacuna quanto ao conhecimento dos idosos acerca do diabetes, implicando diretamente na dificuldade de adesão ao tratamento medicamentoso, pois este público ao notar a ausência de sinais e sintomas, que é característico desta patologia, cessa o tratamento. Tal fato está ligado diretamente à promoção da saúde, por não ser aplicada pelos

profissionais, não havendo então o

desenvolvimento de práticas de educação em saúde.

Considera-se, pois, que a implementação de práticas que motivem a adesão ao tratamento, não visando apenas resultados curativistas, podem influir diretamente em resultados positivos frente ao público idoso. Dessa forma, torna-se necessário que, com o desenvolvimento dessas ações pelo

profissional juntamente com a equipe

multidisciplinar, hajam melhorias na qualidade de vida do idoso diabético. Contudo, é imprescindível que este público, participe e compreenda que a realização dessas práticas é de grande importância para o tratamento desta patologia.

REFERÊNCIAS

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Tabela  1:  Representação  das  categorias  do  estudo, Juazeiro do Norte, Ceará, 2015

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