ANGELO
FRANCISCO MARTINS
TO
281
HIPERPROLACTINEMIA
EM
PACIENTES
FEMININAS:
ESTUDO
DE
SEIS
CASOS
Trabalho apresentado à Universidade Federal de Santa Catarina para a conclusão do Curso de Graduação
em
Medicina.F
LORLANÓPOLIS
-SANTA CATARINA
HIPERPROLACTINEMIA
EM
PACIENTES
FEMININAS:
ESTUDO DE
SEIS
CASOS
Trabalho apresentado à Universidade Federal de Santa Catarina para a conclusão do Curso de
Graduação
em
Medicina.Coordenador
do
Curso
de Medicina:
Prof.Dr.
EDSON
JOSÉ
CARDOSO
Orientador:
Prof”. Dr”.YARA
S.MEDEIROS
Co-orientador: Prof.
Dr.
CARLOS
GILBERTO
CRIPPA
FLORIANÓPOLIS
-SANTA CATARINA
Martins, Angelo Francisco
Hiperprolactinemia em pacientes femininas: estudo de seis casos/ Angelo
Francisco Martins - Florianópolis, 1999. 34p.
Trabalho apresentado à Universidade Federal de Santa Catarina, para a conclusão do Curso de Graduação em Medicina.
Título em inglês: High prolactin levels in female patients: study of six
cases.
1. Agentes dopaminérgicos. 2. Prolactinoma. 3.Hiperprolactinemia 4.
J
À
Professora,Dra
YARA
S.MEDEIROS,
grande responsável pormeus
conhecimentos
na
áreada
pesquisa e pelodesenvolvimento
deste trabalho.Sua
dedicação e
amor
amedicina
e'um
exemplo
que
procurareisempre
seguir.J
Ao
Professor Dr.CARLOS
GILBERTO
CRIPPA,
por acreditarna
realizaçãodeste trabalho.
J
À
minha
mãe,
ZULEIMA BoRroL1N
1v1ARTrNs,
pelomzemivo
econfizmça
depositados durante todos estes anos. Pelo
amor
e pela generosidade,que
sóalguém
tão dedicada poderia oferecer. Pelos princípios de vida ensinados,procurando
guiar-me peloscaminhos
certos desta vida.J
À
minha
FAMÍLLA,
por estarsempre
presente nosmomentos
mais
dificeis eser
um
exemplo
de união.As
minhas
irmãs,STAEL
MARTINS
ROSA
eINESITA
MARTINS
CONCER
pelos conselhos, pelas palavrasamigas
ede
incentivo.
J
À
Doutoranda
ANA
CARLA,
por seuamor
e sua alegriasempre
presentes,que
fezcom
que
estes anos de faculdadefossem
bem
mais
agradáveis.J
Àqueles
PROFESSORES,
que
sepropuseram
a transmitir a Arte da Medicina,com
dedicação eempenho, demonstrando
alegriano
exercícioda
profissão.J
A
meu
pai,FRANCISCO
MANOEL
MARTINS,
quemesmo
ausente, tenhocerteza,
sempre
aomeu
lado.“Estudaí
como
se vívêsseíspara
sempre, víveí
como
se fósseismorrer
amanhã
” - Santo IsidoroDe
SevilhaINTRODUÇÃO
... ..REVISÃO
EIELIOORÁFICÃ...
OBJETIVOS
... ..MÉTODO
... ..RESULTADOS
... ..DISCUSSÃO
... ..CONCLUSÕES
... ._REFERÊNCIAS
... .. . . . . . - z . . . - . - - . .. . . . . . . . . . . . . ..RESUMO
... ..SUMMARY
...INTRODUÇÃO
A
associação de distúrbios menstruaiscom
secreção láctea inapropriada,fora
do
período deamamentação,
é conhecida desde a Antiguidade. Neste séculoforam
descritas síndromes de amenorréia-galactorréia relacionadasou não
atumores
hipofisários, cuja etiopatogenia posteriormente foi atribuída a hipersecreção deum
homiônio
hipofisário, a prolactina.A
importância clínica eo papel deste
hormônio
nos processos fisiológicos e patológicos dareprodução
humana
puderam
sermelhor compreendidos
e estudados depoisdo
desenvolvimento
deum
método
de radioimunoensaio específicol.Concomitantemente
surgiram técnicas radiológicasmais
sofisticadas, foiaperfeiçoada a cirurgia por via transesfenoidal,
com
a introduçãodo
microscópio cirúrgico, e as descobertas
no
campo
da
neurotransmissão permitiram o desenvolvimento de potentes agentes agonistas dopaminérgicosz.Hoje, a hiperprolactinemia é a disfunção
mais
comum
do
eixo hipotálamo-hipofisário, dispondo-se atuahnente de importante arsenalde
recursos para diagnosticar e tratar de
maneira eficaz
os distúrbiosprovocados
pela elevação inapropriada deste
hormônio
adeno-hipofisário.O
presente trabalhocom
basena
revisão de literatura realizada, éum
estudo de seis pacientescom
hiperprolactinemia.A
hiperprolactinemia é a causamais
comum
de hipersecreçãohonnonal
na
hipófise anterior,sendo
osadenomas
hipofisários funcionais (prolactinomas) os maiores responsáveis peloaumento
deste hormônio.Em
1928, a prolactina(PRL)
foi identificadaem
espécies animaiscomo
um
hormônio
hipofisário anterior distinto,mas
em
humanos
só foicaracterizada
em
19711.É
produzida por células hipoñsárias epor
outrossítios,
como
estruturas nervosas cerebrais, epitélio de glândulas lacrimais esudoríparas, timo, linfócitos
do
baço, dos linfonodos eda
medula
óssea,fibroblastos
da
pele e células miometriais eda
decídua3.Atuahnente, é reconhecido
que
a secreção dePRL
pela hipófisehumana
consiste
em uma
diversidade de fomias moleculares. Através demetodologia
por cromatografia gel (padrão-ouro) é possível caracterizar três
formas
moleculares
denominadas
de “little” (peso molecular de 23 kDa), “big”(45-50
kDa)
e a “big-big” (maiorque
100kDa) PRL.
Admite-se
aindaque
a estruturamolecular
da
“big-big”PRL
seja bastante heterogênea.No
soro de indivíduosnormais
eda
maioria dos pacientescom
hiperprolactinemia, a principalforma
secretada e circulante
da
PRL
é a “little”. Esta é amolécula
biologicamenteativa, sendo identificado
na
sua estrutura três pontes de sulfeto entre os aminoácidos 4-ll,58-174
e 191-199, diversos sítios de glicosilação e trêsde
fosforilação.
O
conhecimento
destas formas moleculares é deextrema
importância,
uma
vezque
portadores de hiperprolactinemiapodem
apresentarum
predomínio
daforma
“big-big”. Estes pacientes, geralmente,não apresentam
sintomas
ou
sinais relacionadoscom
o excesso deste hormônio, pois amolécula
7
também
contribuir para níveis falsamente elevados deste honnônio4.Tanto
asformas “big-big”
PRL
como
oscomplexos
moleculares de anticorpos anti “big-big”
PRL
contribuem para as dosagens elevadas destehormônio
na
corrente sangüínea, sendo estequadro
denominado
atualmente de macroprolactinemia eresponsável por grande parte dos casos rotulados de hiperprolactinemia
âai‹›pàú‹za4›5.
Nos
lactotrofos hipofisários, aPRL
produzida é secretadaem
pulsos,sendo seu nível sérico
menor
que 20 ng/ml
em
adultos.Sua
secreção é inibida pela dopamina, produzida pelos neurônios tubero-infundibularesno
hipotálamo,e estimulada por vários fatores liberadores de prolactina, entre eles o
hormônio
de liberação da tireotropina
(TRH),
peptídio intestinal vasoativo (VIP),um
peptídio semelhante ao
VIP (PHM-27)
eo
polipeptídio ativadorda
adenilato cilclase pituitária
(PACAP)6.
A
dopamina
ageem
célulasda
membrana
dos lactotrofos atravésda
ligação aos receptores dopaminérgicosdo
tipo
D2
7.A
PRL
está envolvidanum
grandenúmero
de processos fisiológicos,agindo
em
receptores própriosem
vários tecidos, incluindomamas,
ñgado,ovário, testículo e próstata, sendo observada sua ação
como
moduladora da
esteroidogênese ovariana, e
também
com
uma
possivel ação corticotrópica.No
entanto, sua principal ação é atuandono
desenvolvimentodo
sistema ductalda
glândula
mamária humana,
concomitantemente
com
outros hormônios,bem
como
na
lactogênese atravésdo aumento da
síntese protéica e possivelmentena
lactopoiese7.
O
aumento
dos níveis plasmáticos dePRL,
mais especificamente da
suafonna
molecular biologicamente ativa (23 kDa), detenninauma
série de sinais esintomas relacionados
com
o aparelho reprodutor tantoem
homens
como
em
Uma
história clínica cuidadosa,exame
fisico, testes de função tireoidiana(TSH)
e de gravidez,podem
excluirou
confirmar
várias causasde
hiperprolactinemia. Entre os
exames
disponíveis para avaliar a presença dedoença
em
regiõesdo
hipotálamo eda
hipófise incluem-se atomografia
computadorizada (TC) ou
aimagem
de ressonânciamagnética
(RM)
ea
campimetria
visual.O
uso de drogascomo
a metoclopramida, sulpiride, butirofenonas, fenotiazinas (clorpromazina), reserpina, oc-metildopa, antidepressivos tricíclicos,inibidores
da monoamino-oxidase,
verapamil e outros,podem
provocar
oaumento
da
secreção dePRL,
seja pela ação antagonista sobre os receptoreshipofisários
da
dopamina,ou
aindadiminuindo
a síntese e secreção dopaminérgica7.A
hiperprolactinemiatambém
está associada a doenças endócrinas e metabólicascomo
hipotireoidismo primário,síndrome
dos ovários policisticos,insuñciência renal crônica, hepatopatias e distúrbios
da
ftmção adrenal.Pode
ainda ocorrer
em
decorrênciade
processos irritativosda
parede torácica (herpeszoster, mastectomias, mastoplastias, dermatites, queimaduras) e outras entidades
clínicas diversas
como
pseudociese, tabes dorsalis, siringomielia etumor
de
medula
espinhal, entre outros7.Em
mulheres, as hiperprolactinemiasnão
fisiológicasproduzem
distúrbiosda
funçãodo
eixo hipotálamo-hipófise-ovariano, levando aum
quadro clínico deamenorréia
secundária, diminuiçãoda
libido, desordensmenstmais
egalactorréia. Dentre as mulheres
com
amenorréia secundárianão
gestacional,30%
têm
hiperprolactinemia e se a galactorréia estiver associada aoquadro
clinico, a incidência sobe para
70%.
As
pacientescom
hipeiprolactinemiatendem
a teruma
diminuiçãoda
massa
Óssea tendo sido constatadoum
maior
9
Uma
vez
excluídouso
demedicamentos que
possam
elevar os níveisde
prolactina, os prolactinomas são a principal causa
endógena de
hiperprolactinemia. Níveis elevados de
PRL,
todavia, resultamda
presençade
qualquer
tumor
do
sistema nervoso centralque
interfirano
controle inibitóriotônico
do dopamina.
Os
prolactinomas são classificadosem
microprolactinomas (< 10mrn)
emacroprolactinomas
(> 10mm)7”
9. Gerahnente,há
correlação entreo
tamanho
do
tumor
e os níveis de prolactina sérica,porém
esta relaçãonão
éabsoluta.
Os
pseudoprolactinomas,tumores
hipofisáriosnão
secretores dePRL,
causam aumento
hormonal
atravésda compressão do
pedículo hipofisário.Podem
ser diferenciados dos macroprolactinomas, poiscausam aumento
moderado
dos níveis dePRL
(<l50
ng/ml)7.O
uso indiscriminado deexames
deimagem
tipoTC
eRM
tem
diagnosticado
um
grandenúmero
de incidentalomas (microtumoresou
cistoshipofisários achados acidentalmente), os quais são clinica e
bioquimicamente
inativos.
No
passado, estes pacienteseram
muitas vezes submetidos à cirurgia,porém
estudostêm
demonstrado que
a grande maioria destes micro- e/oumacroadenomas
silenciososnão progridemm.
Estudos
sugerem
aindaque
otamanho
da
maioria dos microprolactinomas(93%)
permanecem
inalteradoscom
o passardo tempo,
e questiona-se a evolução deuma
pequena
proporção destes paramacroadenomas7”
11.Nesta
condição clinica, os níveis dePRL
estãomoderadamente
elevados,mas
valoresacima
de100 ng/ml
podem
ocorrer.Pacientes
com
macroprolactinomas,em
adição as manifestações endócrinas relacionadas aos níveis elevados dePRL,
freqüentementeapresentam
cefaléia crônica e alterações
no
campo
visual, devido acompressão do quiasma
óptico pelo tumor. Destes pacientes, dois terços
desenvolvem
uma
hemianopsia
Outros sintomas
mais
rarosincluem
hidrocefalia, crises convulsivas, tonturas, alteração de personalidade e paralisiano
nervo
facial devido a reduçãodo
fluxo
do fluido
cerebroespinhal 12.Na
prática clínica, os macroprolactinomasocorrem
menos
freqüentementeque
os microprolactinomas, e sãomais
comuns
em
homens
do que
em
mulheres. Estestumores
podem
pelacompressão
da hipóñse
anterior,
comprometer
a sua função,causando
deficiênciana produção
dehormônios
como
o
hormônio
luteinizante (LH),hormônio
folículo-estimulante (FSH), corticotropina(ACTH),
emais
freqüentemente ohormônio
de crescimentohumano
(GH)13.A
avaliaçãoda
função hipofisáriaem
pacientescom
macroprolactinoma
atravésda
dosagem
desteshormônios
se fazsempre
necessária”.
Quando
apesar de toda investigação,não
for encontradauma
etiologiapara a hiperprolactinemia, esta é rotulada de idiopática. Neste caso, a hiperprolactinemia é atribuída a disfunção hipotalâmica
ou
mesmo
aum
microprolactinomaque
não
foi identificado porexame
de imagem7” 9.A
dosagem
dePRL
séricadeve
ser pesquisada rotineiramenteem
pacientes
que
apresentam ciclos menstruais irregulares, galactorréia,infertilidade
ou
suspeita deadenomas
hipofisários.O
valornormal
máximo
de
PRL
sérica varia entre os diferentesmétodos
laboratoriais,contudo
éconsiderado
normal
até20
ng/ml. Níveisde
PRL
acima
de200 ng/ml
são sugestivos demacroadenoma
edevem
ser investigadoscom
estudode
RM
ou
TC
de crânio; valores entre 100 e200 ng/ml
geralmente estão relacionados atumores hipofisários
não
secretores.No
entanto se o nível dePRL
sérica formenor
que 100
ng/ml, a probabilidade demicroadenomas
entre outros fatores,não
pode
ser excluída 7° 9.O
objetivoda
terapêuticana
hiperprolactinemia varia de acordocom
a apresentação clínica.Enquanto
a hiperprolactinemia idiopática é tratadacom
ll
radioterapia.
Em
pacientescom
macroprolactinoma, o tratamento farmacológicoalém
de reduzir os níveis dePRL, também
diminui significativamente amassa
tumoralz.Como
os níveis elevados dePRL
freqüentemente estão associadoscom
hipogonadismo,
esta éuma
indicação clara para terapia,não somente
para restabelecer a fertilidademas também
paraprevenção da
osteosporose,uma
importantecomplicação
do hipogonadismo
causada, indiretamente, pela hiperprolactinemias.O
principalavanço
terapêuticono
tratamentoda
hiperprolactinemiatem
sido o desenvolvimento de
medicamentos.
A
bromocriptina, éum
derivadodo
esporão de centeio
que
possui ação agonistadopaminérgica que não somente
inibe a síntese e a secreção de
PRL
mas também
reduz a síntesedo
ácidodesoxirribonucleico
(DNA)
celular eo
crescimentodo
tumor7*9.Aproximadamente
80%
dos pacientescom
prolactinomarespondem
a
BRC,
em
doses de 2,5 a 5
mg
administrada duasou
três vezes ao dia,com
diminuiçãodo
tumor
e redução dos níveis de prolactina. Todavia,pode
ser necessária doses deaté 15
mg
ao dia para normalizar os níveis hormonais.Em
13 estudosenvolvendo
286
mulheres
com
hiperprolactinemia, aBRC
foi capaz denormalizar os níveis séricos de prolactina
em
64
a100%,
galactorréiaem
57
a100%
e regularizar os ciclos menstruais e a ovulaçãoem
57
a100%
das pacientes”.A
BRC
gerahnente ébem
tolerada,porém
alguns pacientespodem
apresentar alguns efeitos colaterais importantescomo
náuseas, vômitos, hipotensão ortostática, obstrução nasal, psicose e outros,que
podem
levar omédico
a suspender seu uso.Também,
cerca de 5 a10%
dos pacientesem
tratamentopodem
apresentar resistência a bromocriptina,não
havendo
resposta terapêutica adequadag.Outros agonistas
dopaminérgicos
disponíveisalém da
bromocriptina incluem a quinagolida, pergolida, cabergolida, metergolida e a lisurida.Todas
estas drogas
agem,
diretamente por estimulação dos receptoresdopaminérgicos
hipofisários e neuronais.
A
quinagolida,um
novo
agonistadopaminérgico
de grande potência,tem
sidotambém
proposto para o tratamentodo
prolactinoma.Aproximadamente
50%
dos pacientes resistentes a bromocriptinarespondem
a esta droga. Inicialmente, é administradaem
doses de 25 ug,uma
vez ao dia, egradualmente
aumentada
atéum
total de 75 a 100 ug/dia,podendo
em
algunspacientes
que
respondem
parcialmente a terapia chegar a 1mg. Estudos
mostram
que mais da metade
dosadenomas
resistentes aBRC
respondem
aotratamento
com
quinagolidals.A
pergolida éum
derivado sintéticoda
ergolina,que demonstrou maior
duração de ação
em
comparação
com
aBRC
e possivelmentepoucos
efeitoscolaterais16”l7. Todavia, alguns estudos
não mostraram
evidênciasna diminuição
de efeitos colaterais
quando
comparado
com
aBRC18.
Estudosdemonstram
que
uma
única administração diária de pergolida exerce efeitoscomparáveis
aos produzidos por trêsou
quatro ingestões diárias deERC,
reduzindo tanto osniveis
de
prolactinacomo
o
tamanho
do
tumor.Em
estudos, a dose inicialmenteusada
foi de 25ug
ao dia,em uma
tomada,sendo
gradualmenteaumentada
para75
ug
em
pacientescom
microprolactinoma e 75 a 150ug
em
portadores de macroprolactinomasn” 18.Cabergolina,
um
novo
e potente agente redutor de prolactinacom
duraçãoextremamente
longa, tem-semostrado
efetivono
tratamentoda
hiperprolactinemia tumoral.
A
cabergolina se caracteriza poruma
duração
de ação de até 21 dias apósuma
dose oral de 0,3-1mg”.
Em
mulheres
com
hiperprolactinemia, a dose
recomendada
é de 0,5 a 2mg,
duas vezes porsemana.
Em
um
estudo multicêntrico,95%
dasmulheres
com
13
durante a administração crônica de cabergolina,
com
duas doses semanaiszo.Por
sua vez, a cabergolina semostrou mais
efetiva emelhor
toleradado que
aBRC
em
mn
estudoenvolvendo
459
mulheres hiperprolactinêmicas, eem
algunspacientes
com
macroprolactinomaszl. Estudostambém
demonstraram que
70%
dos pacientes
com
prolactinomas resistentes aBRC
e a quinagolida, tiveram redução dos níveis de prolactina séricoscom
o tratamentoprolongado
com
cabergolinan.
Alguns
anos atrás,adenomectomia
transesfenoidalou
transcraniana erao
tratamento de escolha para pacientes
com
macroprolactinomas,porém
o índicede recorrência,
embora
inicialmente baixo,aumenta
com
o
tempog” 12.Entretanto, a cirurgia
pode
ser indicada para pacientescom
defeitos persistentesno
campo
visual devido a efeitode
massa
tumoral a despeitodo
tratamentocom
agonistas dopaminérgicos e para osque não
toleram este tipo demedicação.
Além
disso, os tumorescom
grandescomponentes
hemoirágicosou
císticospodem
exigirdescompressão
cirúrgica de alívioem
função dos sintomas visuaisou da
cefaléia.A
radioterapia é reservada para pacientescom
tumoresque não
tiverambons
resultadoscom
os tratamentosmedicamentoso ou
cirúrgico.A
doseradioterápica usada corresponde a
um
total de45
Gy, administradaem
doses de 1,8 Gy/dia durante25
dias.Complicações da
radioterapia hipoñsáriaincluem
insuficiência hipotalâmica, hipopituitarismo, lesão
do quiasma ou do
nervoÓptico, acidente vascular cerebral, desenvolvimento de
tumores malignos
(fibrossarcoma, osteossarcoma)23.
Além
disso, a radioterapia raramente resultana
restauração da concentração sérica de prolactina.Em
16 pacientes tratadoscom
radioterapia convencional,somente
6 (38%)
tiveram os níveisde
prolactina sérica normais 2 a 14 anos após tratamento 7.
O
conjunto dos trabalhos publicadosna
literatura indicaque
o tratamentohiperprolactinemia funcional induzida por
adenomas
hipofisários.Além
disso, a eficácia desta terapêuticatambém
foicomprovada
nos
casos de elevaçãoda
PRL
de causa idiopática.
Hoje
em
dia, o arsenal terapêutico disponivel permite tratartodas as pacientes
que
apresentam intolerância e/ou resistência aum
dessesmedicamentos.
A
história clínica associada aoexame
fisico orientamo
profissionalOBJETIVOS
Os
objetivosdo
presente trabalho são:1. Analisar as características clínicas e laboratoriais de pacientes femininas
portadoras de hiperprolactinemia.
Foram
revisados os prontuários de seis pacientes femininas (amplitudeda
idade
no
diagnóstico: 17-64
anos), portadoras de hiperprolactinemia e atendidasno
ambulatório de Endocrinologiado
HospitalGovemador
CelsoRamos
(HCR)
- Florianópolis.Fez
seum
estudodo
tipo “cohort” histórico24.Os
seguintes critérios para seleção das pacientes
foram
usados: i)não
haverem
evidências clínicas e laboratoriais de
tumores
hipofisários mistos(também
secretantes
de
GH
ou
deACTH),
ii) ausência de outras doenças tipo ováriospolicísticos, tireoideana
descompensada,
adrenal, hepáticaou
renalbem
como
uso de
medicações que
sabidamenteelevam
os níveis dePRL.
Para coletade
dados foi previamente confeccionado
um
questionáriocom
as informaçõespertinentes
como
idade, últimos resultados eno
diagnóstico dePRL,
outrosexames honnonais
realizados, manifestações clínicas associadas adoença
e tratamentos realizados.Nas
pacientescom
alteração hipofisária, ovolume
tumoral antesdo
tratamento e omais
recentequando
da
realizaçãodo
presente estudoforam
anotados.O
diagnóstico demacroprolactinoma
baseou-sena
presença de níveis de prolactina maioresque
200 ng/ml
e aRM
ou
TC
mostrando
um
adenoma
hipofisário
maior que
10mm
no maior
diâmetro. Estas pacientes realizaramexame
oftahnológico, incluindo acuidade ecampimetria
visuais.Os
valores de prolactina séricaforam dosados
por diferentesmétodos
de
ensaio (Bayer®, Abbott®, Pharmacia®-valores de referência para
mulheres
adultas
não
grávidas: até29
ng/ml).Na
ausência de quadro clínico relacionadocom
hiperprolactinemia, foi solicitado pesquisa de macroprolactina.17
Todas
as pacientesforam
acompanhadas
porno
mínimo
24
meses, até 15 de outubro de 1999, excetouma
pacienteque
recebeu altano
momento
do
diagnóstico.
Além
da
dosagem
dePRL,
as pacientescom
macroprolactinoma
tiveram a função hipofisária avaliada atravésda
dosagem
dos níveis deFSH
eLH
em
resposta ao estímulocom
hormônio
de liberação dasgonadotrofinas
(GnRH:
100 ug, i.v.).
Por
sua vez, a respostado
TSH
ao estímulocom
ohormônio
liberador de tireotropina
(TRH:
200
ug, i.v.)bem
como
do
cortisol edo
GH
aoestímulo induzido pela insulina (0,05
UI/kg
de peso corporal, i.v.)também
foram
avaliados”.Todos
osexames
foram
realizadosno
mesmo
laboratório,utilizando-se ensaios produzidos pela
Bayer
CO.
Diagnostics(USA).
O
diagnóstico de macroprolactinemia foi realizado atravésdo
método
de rastreamento de precipitação por polietilenoglicolzó.Quando
adequados, os resultadosforam
apresentadoscomo
média
i
erropadrão de
media
(e.p.m).Quando
necessário, graficosforam
confeccionadosA
tabela Imostra que
a idademédia
das pacientesno
diagnóstico foi de33 :E 7,5 anos (17 a 64) anos, sendo
que
uma
delas já estavaem
idadede
menopausa
(paciente 1,64
anos).O
tempo médio
deacompanhamento
clínicofoi de 5,2
i
1,8 anos.As
repercussões clinicasda
hiperprolactinemiaforam
bastante variadas.
À
exceção da
pacientemenopausada
(1) e de outra portadorade macroprolactinemia (6), as
demais apresentavam
alterações menstruais(100%)
e galactorréia (75%). Alteraçõesno
campo
visualestavam
presentes nastrês pacientes
com
macroprolactinomas (100%), sendo que
outros sintomas relacionadoscom
aexpansão do
tumor
como
cefaléia, crise convulsiva ehipertensão craniana
foram
também
diagnosticados nestas pacientes.TABELA
I - Características clínicas e diagnóstico das pacientescom
hiperprolactinemia estudadas.
Pacientes Idade (anos) Manifestações Diagnóstico
diagnóstico atual Clínicas
1. [PP 64 70
ACV,
C,HC
Macroprolactinoma2.
PCS
17 19ACV,
C,A1
Macroprolactinoma3.
JO
45 47ACV,
C,G,A2
Macroprolactinoma4.
CSM
20 32 I, C,G
Microprolactinoma5.
ABN
20 24 I, G,H
Incidentaloma HipofisáriotHiperprolactinemia Idiopática
Hipotireoidismo tratado
6.
TL
Ló) U.) *C
MacroprolactinemiaACV: alterações campo visual; C: cefaléia; HC: hipertensão craniana e crise convulsiva; A1: amenorréia primária; G: galactorréia; A2: amenorréia secundária; I: irregularidade menstrual; H: hirsutismo. T : cisto
hipofisário, *: alta no diagnóstico.
19
O
tratamento farmacológicode
escolha,quando
indicado, foi a bromocriptina (tabela II).Uma
paciente (4)não
tolerou os efeitos colateraisdeste agonista
dopaminérgico
o qual foi utilizado pelas vias oral, vaginal e intra-muscular. Atualmente, está
sendo
medicada
com
quinagolida, 150 ug/dia, viaoral,
um
agonistadopaminérgico
de efeito prolongado.TABELA
II - Tratamentosempregados
nas pacientes estudadas.Pacientes Cirurgia Tratamento Dose
Hipofisária Famiacológico (mg/dia)
1. IPP sim bromocriptina
2.
PCS
não 3.JO
não 4.CSM
não 5.ABN
não 6.TL
não bromocriptina bromocriptina quinagolida bromocriptina não*i não faz uso de medicação.
Fonte: Prontuários Médicos - HCR. Florianópolis 1999.
No
diagnóstico, as concentrações dePRL
nas portadorasde
macroprolactinoma
foram
superiores a200
ng/ml
(tabela Ill),sendo que
apaciente
com
hiperprolactinemia idiopática e incidentaloma tinha valoresiniciais inferiores a 100
ng/ml
(62,2).O
tratamento farmacológico restabeleceuos valores de
PRL
paranormalidade
em
4 pacientes.Em
uma
portadorade
~
TABELA
III - Efeitoda
administraçao de agonistasdopaminérgicos
nos níveis dePRL
nas pacientes estudadas.Pacientes Valores Prolactina (ng/ml)
%
redução daPRL
diagnóstico durante tratamento
1. I.P.P. 561,3 278,2 50,4
2. P.C.S. 714,0 2,7 99,6
3. J.O. 396,0 23,4 94,1
4. C.S.M. 114,0 13,8 87,9
5. A.B.N. 62,2 14,4 76,8
Fonte: Prontuários Médicos - HCR. F lorianópolis 1999.
Avaliação
da
reduçãodo
volume
tumoral por estudo deimagem
com
RM
foi possível apenas
em
duas pacientes (2 e 3), o qual foida
ordem
de64
e57%,
respectivamente.
A
tabelaIV mostra
a resposta terapêuticado ponto de
vista clínico, obtida nas pacientescom
hiperprolactinemia funcional tratadascom
agonistas dopaminérgicos.Panhipopituitarismo, isto é, deficiência de dois
ou mais hormônios
hipofisários foi diagnosticado nas portadoras de
macroprolactinoma
(1, 2 e 3).(figuras I e II). Nestas pacientes, a resposta hipofisária
do
hormônio
decrescimento
(GH)
e adrenocorticotrófico(ACTH),
indiretamente avaliado pelocortisol
ou
das gonadotrofinas,foram
deficientes.Em
duas pacientes foi possível recuperar os registrosdo
teste detolerância à insulina, cujos valores
estavam
diminuídos, isto é,menores que
21
TABELA
IV
-
Sinais e sintomas relacionadoscom
a hiperprolactinemia funcional ecom
aexpansão
do tumor
antes e após o tratamento.Pacientes l 2 3 4 5 Amenorréia antes * +
+
++
após Galactorréia antes após il* + + ++
ACV
antes ++
+ * * após ++
+
* * Cefaléia antes + + + + - após - - + - -ACV: alterações campo visual; *I prejudicado; +: presente; -2 ausente.
Fonte: Prontuários Médicos - HCR. Florianópolis 1999.
Em
relação aos resultadosdo
cortisol, duas pacientestinham
reservadiminuída
deACTH
(2 e 3), isto é, valores inferiores a20
ug/dl,enquanto
em
outra foi considerado normal.
Quanto
a função tireoidiana avaliada pelo testede
estímulo
com
TRH,
em
duas pacientes (2 e 3), foi diagnosticado hipotireoidismosecundário (figura 1 B). Já a resposta das células hipofisárias produtoras
de
FSH
eLH
ao estímulocom
GnRh
foi bastante variado (figura 2A
e B),não
mantendo
correlaçãocom
o quadro
clínico.A
paciente 2com
amenorréia
primária, entretanto, tinha
gonadotrofinas
basais abaixo dos valoresda
normalidade
e quepermaneceram
inalterados durante o teste de estímulo.I\
1
CORT SOL (ugld TsH (tr u/m)FIGURA
1 - Testes de estímulocom
insulina (A) eTRH
(B)em
pacientescom
macroprolactinoma. Cada símbolo representa os valores individuais obtidos.
Fonte: Prontuários Médicos -
HCR.
Florianópolis 1999.20-
10-
0-
-¢-
Paciente
3
_ 4-I,_
\
_»¿`~__
///
"A"
TEMPQ
(min)
B
l
TRH
(¡.v.)`
Er---D---4::--_
"q5
O3Ó
60
90
;_.L
A~1
_4r
i
TE|v|Po
(min)
1
O30
60
90
" w/fiu) Hs (_A
15`
l
GnR|-| ‹¡.v.) |=sH(
un.)Ê
5--I-
Paciente
1+
Paciente
2
--
Paciente
3
¬¡ Á 0- e e O30
e 960
90
TEMPQ
(min)B
2°f
L
GnRH
(¡.v.)15-
_
10"
5-
LH(
u/L)0-
.. .-_ â â0
30
60
90
TEMPO
(min)FIGURA
2 - Avaliação dos níveis honnonais deFSH
(A) eLH
(B) ao teste de estimulocom
GnRH.
Cada símbolo representa os valores individuais obtidos Resultados doLH
daspacientes 2 e 3 estão sobrepostos.
1000
PRo|.AcT NA (ng/m)š
I--I-- proIactina(vár¡os ensaios)
I .__ .`_ - .___ `II _,-. -' -"' _. .-i __! . I-' I 1---lr”.-X ¡'
iv-
""
gestaçao
ur macro- prolactina +FIGURA
3-
Valores laboratoriais dePRL
trazidos pela paciente 6, portadora de macroprolactinemia.Fonte: Prontuários Médicos -
HCR.
Florianópolis 1999.O
retângulo acizentado indica a faixaDISCUSSÃO
As
pacientes estudadasno
presente trabalho apresentam níveis de prolactina elevados associados atumores
hipofisários, hiperprolactinemiaidiopatica
ou
macroprolactinemia.Nos
últimos anos, a solicitação de prolactina pelosmédicos na
avaliação de distúrbios puberaisou
menstruaistem
sido de rotina.Na
maioria das vezes, os achados se relacionamcom
oquadro
clinicocomo
o observado nas pacientes portadoras detumores
hipofisários e hiperprolactinemia idiopáticasendo
inexpressivo naquelas
com
macroprolactinemia. Esta última entidade estáassociada
com
função gonadalnormal
e fertilidademantida
nasmulheres
estudadas.
Como
descrito por Hattori27, portadoras de macroprolactinemia apresentam níveis elevados de prolactina, dosados pelosmétodos
convencionais,conforme
foi evidenciadona
paciente estudadaem
nosso
trabalho. Neste caso,o
desconhecimento
das diferentes isofonnas de prolactina pelo médico4,pode
levar erroneamente ao tratamento
com
agonistas dopaminérgicos, os quaistambém
são eficazesem
reduzir os níveis séricos destehonnônioi”.
Todavia,este
achado
laboratorialcomo
ébem
conhecidonão
compromete
a funçãoreprodutora fem.inina27, devendo-se ter o cuidado de
não
causardanos
iatrogênicos as pacientes seja pela investigação exaustiva, agressiva e
financeiramente dispendiosa
com
métodos
deimagem
hipofisáriaou
com
o tratamentomedicamentoso.
Como
comentado
anteriormente, a grande maioria(92%)
dosadenomas
hipoñsarios (micro
ou
macroadenomas)
é efetivamente controlada pela terapiamedican1entosa7' 9' 14,
usando-se
um
agonistadopaminérgico
como
a bromocriptina.Embora
muitos destes prolactinomasrespondam
à terapianíveis de
PRL,
estes dois aspectosda
resposta terapêutica são independentesum
do
outro7” 23.Em
nosso estudo, a terapiamedicamentosa
com
BCP
foi a primeira escolha terapêuticausada
em
três pacientescom
prolactinoma. Estemedicamento
é omais
utilizado a nivel clínico,sendo
que é substituído poroutro
do
mesmo
grupo
quando
ocorre intolerância (efeitos colaterais severos)ou
resistência ao tratamento7° 9' 14° 23.
Um
dos
problemas
mais
comuns
com
a terapiamedicamentosa
com
BCP
é a intolerância caracterizada clinicamentepor
sintomas
como
náuseas,vômitos
e/ou hipotensão postural, sendoque muitos
pacientes
têm
descontinuado a terapiam' 15. Estes pacientescom
intolerância aBCP
têm
toleradobem
a quinagolida,um
agonistadopaminérgico de longa
duração de ação,
com
administração oral única ao dia”.Em
nosso estudo,uma
das pacientes (4)não
tolerou aBCP,
sendo
substituída pela quinagolida (O,l5 mg/dia), ocorrendouma
normalização das funções menstruaiscom
normoprolactinemia.Mais
recentemente, a disponibilidade de outro agonistadopaminérgico
-
a cabergolina - de açãomais
prolongadaque
a quinagolida ecom
menor
incidência de efeitos colaterais, permitemaior
adesão das pacientes ao tratamento, pois a maioria necessita de apenasuma
dosesemanal
destemedicamentow”
2°” 21' 22.É
descrito que o tratamentodo macroprolactinoma
com
BCP
diminuiem
mais de
50%
otamanho
tumoralem 46%
dos pacientes, sendo queem
18%
ocorre involução total7.Enquanto
a diminuição dos níveis dePRL
sempre
é precedida dealguma
reduçãodo
tamanho
do
tumor,não há
correlação entretamanho
da
redução e diminuição dePRL
antesou
durante o tratamento 1233.No
presente trabalho,em
duas pacientescom
macroprolactinoma
onde
foipossível avaliar as
dimensões
tumorais porexame
deimagem,
aredução
do
tumor
foi superior a50%
durante o tratamentocom
BCP
e os níveishormonais
de
PRL
voltaram aos valores normais.Na
paciente 1, por sua vez,houve
uma
27
valores nonnais.
Em
fimção
do
seuquadro
clinico (hipertensão craniana e crise convulsiva), a cirurgia hipofisária foi a primeira indicação terapêutica,por
não
se disporna
ocasiãodo
tratamento de bromocriptina injetável.Não
é possível, todavia, caracterizar se esta paciente é portadora de resistência àBCP22°
23,uma
vezque
em
funçãoda
idade associadocom
outras doenças cardiovascularesnão
é possívelaumentar
a dosedo
agonista dopaminérgico.Outro
fatorque
deve ser levadoem
conta éque no
inícioda
terapia dos macroprolactinomascom
agonistas dopaminérgicosnão
é possível saber se asalterações
no
campo
visual irão ser revertidascom
o tratamento, poisalgumas
fibras nervosas
podem
estar atrofiadas devidoum
períodoprolongado
decompressão do quiasma
óptico 23.As
pacientes estudadasem
nosso trabalhocom
macroprolactinoma apresentavam
alteraçõesno
campo
visual ao diagnóstico eembora
tenha persistidocom
déficit visual,melhora da
visão foireferida subjetivamente por todas.
A
normalização das funções gonadais é a regra geral nas portadoras de microprolactinomasou
de prolactinemia idiopatica. Já nas pacientescom
macroprolactinomas a restauração das funções hipofisáriasdepende do
efeito demassa
produzido localmente pelo tumor7' 9.As
pacientes estudadas, antesdo
tratamento cirúrgico e/ou
medicamentoso
apresentavam
grau variado de déficit de outroshormônios
hipofisários, caracterizandoum
quadro de panhipopituitarismo. Nestas pacientes, à exceçãoda menopausada,
foi instituídoa terapia de reposição
hormonal
ovariana,não
tendo sido ainda suspensa parareavaliação,
uma
vez quenão expressam
o desejo de engravidar.Estudos
têm
demonstrado que
lesões intra-selares diagnosticadas duranteexames
de ressonânciamagnética ou
de tomografiacomputadorizada de
crânio sãobem
freqüentes”.O
achado
de lesões hipofisárias (adenomas, cistos) éi
30 ~
comum,
sendo que
a maioria apresentauma
evolução benigna .Quando
nao
acompanhamento
em
ambulatório parece ser amelhor
conduta parao
pacientecom
incidentaloma hipofisário, evitando assim riscos cirúrgicos desnecessários para retirada deuma
massa
intra craniana estável.Em
nosso
trabalho, a paciente5 foi diagnosticada
como
portadora de incidentaloma hipofisário, pois apresentavauma
lesão cística enão
sólida associadacom
níveisde
PRL
elevados.
Apesar
de sertambém
portadora de hipotireoidismo induzidopor
tireoidite de
Hashimoto,
uma
causacomum
de hiperprolactinemia”, níveis elevados destehormônio
associadoscom
galactorréia e alteração menstrual persistiram após o controleda doença
tireoideana.Neste
caso, o diagnósticofoi de hiperprolactinemia idiopática”, sendo
que
os quadros clínico ehormonal
foram
revertidoscom
tratamentocom
BCP.
O
conjunto destes resultados serve para ilustrar as diferentes causas de hiperprolactinemia, cujo tratamentomedicamentoso, quando
necessário, écomum.
Nestes casos a adesão das pacientes ao tratamento resultouem
melhora
significativa dos níveis de
PRL.
Além
disso, a redução significativado
volume
tumoral induzido pelos agonistas
dopaminérgicos
contribuiram significativamente para diminuição dasco-morbidades
associadas.Por
outro lado a identificação de macroprolactinemia evitao uso
desnecessário deexames
CONCLUSÕES
1.
As
causas de hiperprolactinemia nas pacientes femininas estudadasforam
diversas, requerendo,
além da
anamnese
eexame
fisico cuidadoso, outrosmétodos
diagnósticos complementares.2.
O
tratamentocom
agonistas dopaminérgicos foi efetivoem
normalizar os níveis dePRL
nas pacientes tratadas,além
de reduzir significativamente otamanho
do tumor
em
duas pacientes.3.
Os
resultados deste estudocom
seis pacientes femininas são concordantescom
a literatura médica.1.
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Bardin
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CurrentTherapy
inRESUMO
Hiperprolactinemia é
uma
anormalidade endócrina, relativamentecomum,
causada porum
aumento da
secreção de prolactina (PRL).O
objetivo deste estudofoi analisar as características clinicas e laboratoriais encontradas
em
seismulheres
com
hiperprolactinemia e a eficaciada
terapiacom
agonistas dopaminérgicos,quando
indicado.Dados
da
apresentação clinica, niveis dePRL
antes e depoisdo
tratamento,
tamanho
tumoral e terapia,foram
obtidos de prontuários médicos,do
Hospital
Governador
CelsoRamos,
Florianópolis, Brasil.A
média
de idade foi33
i
7,5 anos e amédia
deacompanhamento
de
5,2i
1,8 anos.Todas
as pacientestinham
níveis dePRL
patológicas, devido a:macroprolactinoma
(n=3),microprolactinoma (n=l), hiperprolactinemia idiopática (n=l) e macroprolactina
(n=l).
Com
exceção da pacientecom
macroprolactinemia, a qual era assintomática,desordens menstruais e galactorréia
foram
as características clinicasmais
freqüentes.
Em
adição às manifestações endócrinas, cefaléia, convulsão e déficitvisual
foram
também
observadas nas pacientescom
macroprolactinoma.Quatro
pacientes
foram
tratadascom
bromocriptina (Sing/dia) e outracom
quinagolida (150 ug/dia),sendo
a maioria dos sintomas revertidos devido auma
diminuição
signiñcativa dos níveis de
PRL.
Concluiu-seque
as pacientes estudadascom
hiperprolactinemia tiveram características clínicas e laboratoriais semelhantes aosdescritos pela literatura e
que
os agonistas dopaminérgicosforam
efetivos nestasHypeiprolactinemia is a relatively
common
endocrine abnomiality causedby
an
increased secretionof
prolactin (PRL).The
aim of
this studywas
toanalyze the clinical
and
laboratory featuresfotmd
in sixwomen
with hyperprolactinemiaand
the efficacyof
the therapy with dopaminergic agonists,when
indicated.Data on
clinical presentation,PRL
levels beforeand
during treatment,tumor
sizeand
therapywere
obtainedfrom
medical filesfrom
Govemador
CelsoRamos
Hospital, Florianópolis, Brazil.The
mean
agewas
33Í
7.5 yearsand
themean
followup
5.2Í
1.8 years. All patientshad
pathological
PRL
levels thatWere due
tomacroprolactinoma
(n=3), microprolactinoma (n=l), idiopathic hyperprolactinemia (n=l)and
macroprolactin (n=l).
With
the exceptionof
the patient with macroprolactin thathad no symptoms,
both menstrual disordersand
galactorrheiawere
themost
frequent clinical features. In addition to the endocrine manifestations, headache, convulsionand
visual fieldimpairment
were
also observed in patients with macroprolactinoma.Four
patientswere
treated with bromocriptine (5mg/day)
and another with quinagolide (150 ug/day), being the majority of the
symptoms
reverted
due
to a significant fall inPRL
levels. It is concluded that the studiedpatients with hyperprolactinemia
had
clinicaland
laboratory features similar tothose reported in the literature
and
that the dopaminergic agonistsWere
TCC
UFSC
TO
0281 Ex.l N-Chan» TCC UFSCTO
0281 Autor: Martins, Angelo FrTítulo: Hiperprolactinemia em pacientes 972812636 Ac. 254411