DANIELAKIST
BUSNARDO
INFECÇÃO
mv
NA GESTAÇÃO
TO
095
Trabalho apresentado à Universidade Federal de Santa Catarina, para a conclusão no Curso de Graduação
em
Medicina.FLORIANÓPOLIS
DANIELA
I<IsT
BUSNARDO
INFECÇÃO
HIV
NA OESTAÇÃO
Trabalho apresentado à Universidade Federal de Santa Catarina, para a
conclusão no Curso de Graduação
em
Medicina.
Coordenador
do Curso:
Prof. Dr.Edson
JoséCardoso
Orientador:
Prof. Dr.Edison
NatalF
edrizziFLORIANÓPOLIS
Busnardq, Daniela Kist Infiecção HIV na gravidez. Florianópolis, 1999. 23p.
Trabalho de conclusão no Curso de Graduação em Medicina.
-Universidade Federal de Santa Catarina.
l. HIV na gravidez 2. Infecção na gestante 3. Profilaxia anüwiral
AGRADECIMENTOS
Agradeço
ao orientador, Dr. Edison Natal Fedrizzi, queme
incentivou e seguir durante todo o decorrer
do
trabalho, à Prof.Leda
Dietrich pela correção gramatical, e aomeu
noivo, AdrianoINTRODUÇÃO
OBJETIVO
... ..MÉTODO
. ... ..RESULTADOS
DISCUSSÃO
... ..CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
RESUMO
_.SUMARY
... . _APÊNDICE
ÍNDICE
z . . . . . . › . . . . . . . . . . . . z z . . . . . . . .. . . - . . . z . . . . . . . . . . . . .z . . . . . . . . z z . . . . . . . . . . . - . . . z . .. . . . . . - . . . . . . . - . . . . . . . . . . z . . . . . . z. . . . z z . . . . . - . . . . . . . - . . . . . - . . . . z . ...1.
INTRODUÇÃO
Definida
pelaOMS
(OrganizaçãoMtmdial
da Saúde),como
amanifestação final e mais grave da infecção pelo
HIV,
caracteriza pela presença de doenças associadas à imunodeficiência celular, o tennoAIDS
ou
SIDA
é usadocomo
sinônimo deum
amplo
espectro de doenças que incluem os casos soropositivos até aAIDS
propriamente dita.5O
agente etiológico daAIDS,
oHIV,
foi reconhecido pela primeiravez
em
1981, nas cidades deLos
Angeles eNova
York
em
jovenshomossexuais masculinos, e isolado separadamente na França e nos Estados
Unidos
em
1983.No
Brasil, os primeiros casosforam
diagnosticadosem
1982. Nestemesmo
ano,quando
menos
de 100 casos deAIDS em
mulhereshaviam
sido registrados noCDC
(Center for DiseaseControl) dos
EUA,
a transmissão perinatal foi descrita pela primeira vez.No
ano seguinte, os casos deAIDS
namulher aumentaram
paracerca de
200
o primeiro caso de transmissão heterossexual foi registrado.Em
1985, os casos deAIDS
nas mulheresaumentaram
para maisde 1000
e a transmissão atravésdo
leite materno foi proposta iniciaImente.1' 1°” 8As
mulheres representam atualmente osegmento
de mais rápidoaumento
de aquisição da infecçãoHIV.
A
transmissão heterossexual éo
modo
maiscomum
da transmissãoHIV
para a mulher.A
transmissãohomem-mulher
é 2 a 4 vezes mais efetiva que a transmissão mulher-homem.5
Durante a gravidez, além de passar por grandes alterações,
o
pode
ocasionaralgum
prejuízo para 0 binômio matemo-fetal, causando danos irreversíveisou
não,no
organismo do concepto e/ou da gestante.A
transmissão perinatal é a principal via de infecção pelo
HIV
na populaçãoinfantil, sendo responsável
em
nosso país por89,9%
dos casoscom
fonna
de exposição conhecida
em
menores
de 13 anos.A
cada dia cresceo
número
de mulheres infectadas e a faixa etária mais acometida é a idade reprodutiva (20-40 anos).A
prevalência émaior
nas mulheres consideradas“grupo de risco” (usuários de drogas injetáveis, portadoras de doenças
sexualmente transmissíveis, multiplicidade de parceiros, parceiros de risco,
entre outros),
mas
tem aumento
sobremaneira nas mulheressem
fator derisco.
Em
um
levantamento epidemiológico realizadoem
Florianópolis,em
1994, na
Matemidade
Cannela
Dutracom
a colaboraçãodo
DepartamentoAutônomo
de Saúde Pública(DASP),
FEDRIZZI
e col.5 encontraramum
percentual de
1,64%
das gestantesHIV
positivas, sendo que75%
delasnegavam
fator de risco.5A
transmissão materno-fetaldo
HIV
varia de 13 a52%
(média de 35%), basicamente através das vias transplacentária, parto eamamentação.
A
queda
das célulasCD4
pela própria gravidez e pela açãodo
vírus é mais notávelno
terceiro trimestrequando aumenta
o risco de desenvolvimento de doenças relacionadas à imunodepressão e a transmissão perinatal.5Na
transmissãonão
estábem
definido omomento
nem
omodo
pelo qual esta ocorre.No
período intraparto, a infecção ocorre pela exposição atravésdo
processo de nascimento, ao sangue fluídoscorporais maternos.
No
pós parto, o leitematemo
seria a fonte de infecçãoviral.6' 7
Segundo
TOWOR
e col. a maioria da transmissão perinatal ocorredurante o período intraparto, pela exposição do feto ao sangue e fluídos
corporias maternos. Este
mesmo
autor sugere quemesmo
a transmissão transplacentária ocorreno
final da gestação e periodo periparto (excluindo- se aqui as pacientescom
sangramentodo
segundo e terceiro trimestre, querelevantes já que a transmissão neste período da gestação
pode
sermodificada
por tratamento e estratégias de prevenção?O
risco de transmissão vertical estáaumentado quando
a carga viral é alta, o estadogeral
matemo
é pobre e o trabalho de parto é prematuro.”A
transmissão através do aleitamento materno no período pós-parto, segundoTESS
e col.depende
do
efeitodo
colostro, duração daamamentação,
associaçãocom
fómiulas industrializadas e patologia mamilar, o risco de transmissão é de21%
nas criançasamamentadas
exclusivamenteno
peitocomparada
a13%
naquelesamamentadas
artificialmentezoA
transmissão perinataldo HIV,
deve ser prevenida aomáximo
enovas estratégias
devem
ser pesquisadasõNo
intuito de diminuir esta transmissão vários estudos utilizando drogas antiviraiscomo
oAZT
(zidovudina) mostraram-se eficazes.
A
avaliação da segurança e da eficáciado
usodo
AZT
na presença da transmissãodo
HIV
na gestação e parto foirealizada
em
estudantes multicêntricos nosEUA
e França (conhecidoscomo
ProtocolosACTG
076 eANRS
024). Estes trabalhosmostraram
uma
redução da transmissão vertical de
67,5%
nos pacientes que fizeram usodo
AZT
na gravidez e partos' 6” 9WADE
e col. relatam que a terapiacom
zidovudina durante a gestação,
no
trabalho de parto e para o recém-nato nas primeiras seissemanas
de vida, reduz a transmissão de25,5%
para 8,3%.Mesmo
regimes derivados de zidovudinapodem
ter efeito profiláticona
transmissão perinatal
do HIV.
Estemesmo
autor relata quequando
a terapia iniciouno
período pré-natal a taxa de transmissão foi de 6,1%,quando
iniciou intra-parto foi de10%, quando
iniciou nas primeiras48h
devida
do
recém-nato foi de9,3%
equando
inicioucom
três dias de vidaou
mais foi l8,4%, já na ausência do uso de
AZT
foi 26,6%.6MOLA
e col. relatam que a gestação parece não terum
maior
impacto
no
progresso daAIDS,
mas
pode
ser devastadora particularmentegravidez afete adversamente a evolução da
doença
e que as alteraçõesdo
sistemaimune
própriasda
gravidez, associadas às alterações peloHIV,
levem
auma
evolução mais rápida das doençasHIV
associadas, inclusive aAIDS.
Em
adição, o aloenxerto placentáriopode
servircomo
um
ativadordo
sistemaimune
matemo
que teoricamentepode
acelerar o processo de diminuição das células T¢D4.2Especialmente
em
paísesem
desenvolvimento,onde
pacientesHIV
positivas são mais susceptíveis à pobreza de estado nutricional e outras infecções, háum
riscoaumentado
de trabalho de parto prematuro, retardode crescimento intra-útero e corioanmioite.
O
teste anti-HIV deve serrecomendado
a todas as gestantes(com
ou
sem
fator de risco) após aconselhamento (orientação sobre a infecçãoHIV,
beneficio do diagnóstico precoce e tratamento, diminuição da transmissão
com
medidas
preventivas e anti-virais) e realizado somente apóso
consentimento
do
paciente.MINKOFF
e col. citaram sobre aAIDS:
“uma
doençaque
eradesconhecida duas década atrás, era intratável
uma
década atrás e cuja taxade transmissão
matemo
fetal estava imutável nos últimos cinco anos, é hoje, facilmente diagnosticada, tratadacom
crescente efetividade e sua transmissãopode
ser bloqueada na maioria dos casos”.14A
prevenção e o diagnóstico precoce são fimdamentais devido aosefeitos da infecção sobre a gestação, entre eles o maior índice de
abortamento rotura prematura de
membranas,
retardo de crescimento intra-uterino, óbito fetal,
mal
formações fetais e infecções oportunistasmatemo
fetais.
Além
disso as complicações pós natais para a puérpera (agravamentodo quadro clínico) e para o recém-nato (desenvolvimento
do
quadro clínicoda
AIDS
com
suas complicações e repercussões associadas)tomam
essa questãoum
grandeproblema
de saúde pública atual, necessitando deconscientização populacional e introdução de
uma
terapêutica precoce eadequada
para diminuir a transmissão perinatal, principalmentecom
o uso2.
OBJETIVO
Determinar o percentual de pacientes gestantes
HIV
positivas dentre as que realizaramacompanhamento
pré-natalno
Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina
no
período de 27 de janeiro de 1998 à 26 de janeirode 1999 e compará-las
com
um
grupo controle(HIV
negativo)3.
MÉToDo
Realizou-se
um
estudo caso-controle retrospectivo atravésda
análisedos prontuários de pacientes gestantes atendidas
no
serviço de Ginecologiae Obstetrícia do
HU-UFSC
no
período de 27 de janeiro de 1998 a26
dejaneiro de 1999.
As
pacienteseram
divididasem
dois grupos, sendo o primeiro gestantes soropositivas para oHIV
(8 pacientes) e o segundo por 100pacientes gestantes soronegativas escolhidas aleatoriamente
que
consultaram o serviço
no
mesmo
período.Comparou-se
entre os dois grupos, dadoscomo
idade, estado civil,paridade, infecções
na
gravidez, gestoses e interrupçãoda
gestação.No
grupo
HIV
positiva ainda analisou-se a épocado
diagnóstico,forma
deaquisição, uso de
AZT
e fatores de risco.4.
RESULTADOS
No
período de 27 de janeiro de 1998 à26
de janeiro de 1999, 1367pacientes realizaram
acompanhamento
pré-natalno
Hospital Universitárioda
UFSC.
Dentre estas encontrou-se 8 pacientesHIV
positivas,correspondendo a
0,58%
dos casos.O
grupo controle constitui-se de 100 pacientesHIV
negativos escolhidos aletoriamentecomparadas
ao grupo de 8 pacientesHIV
positivas.
Os
resultadospodem
ser avaliados pelas tabelas e figuras a seguir.TABELA
I: Correlação da idade das pacientes estudadasdo
grupoHIV
positivos e grupo controle.HIV
(+) `HIV
(-)Idade
(anos)n
%
n
%
<
20
2 25 2222
20
- 25 4 50 3434
26 - 30 1 12,5 2020
31 - 35 1 12,5 13 13 36-
40 - - 10 10>40
- - 1 1 Total 8 100 100 100TABELA
II: Correlaçãodo
estado civil das pacientes estudadasdo
grupo
HIV
positivos e grupo controleEstado
civilHIV
(+)HIV
(-)%
n
%
Casadas Solteiras Divorciadas 62,5 51 5148
48
1 l 25 12,5 Total 100 100 100Fonte:
SAME
HU-UFSC,
Florianópolis 1999.TABELA
III: Correlação da paridade das pacientes estudadasdo
grupo
HIV
positivos e grupo controle.Gesta
HIV
(+)HIV
(-) ll%
I II IIIIV
>
IV
3 3 2 37,5 37,5 2548
Total 8 100 100 100TABELA
IV: Correlação das infecçõesna
gestação das pacientes estudadasdo
gmpo
HIV
positivos e grupo controleGesta
HIV
(+)HIV
(_) ll%
Il%
Rubéola
Toxoplasmose
Vaginose bacteriana Candidíase vaginal Tricomoníase Infecção do trato . , .unnano
Sífilis HepatiteClamydia
HPV
Tuberculose Parasitose intestinal 2 3 2 1 1 1 1 12,5 12,5 12,5 12J 525
37,5 25 2 2 14 15 42 1 1 3 5 2 2 14 1542
1 1 3 5TABELA
V: Correlação das gestoses das pacientes estudadasgrupo
HIV
positivos e grupo controle.Gestose
mv
(+)HIV
(_) Il%
Il%
Hiperemese
Diabete gestacionalDoença
hipertensiva específica da gravidezAmeaça
de abortamento Trabalho de parto prematuro Sangramentodo
III trimestreNenhuma
l 7 12,5 87,5 81 2 6 4 1 3 2 6 4 1 3 81 Total 8 100 100 10012
TABELA
VI: Correlação da intemlpção da gestação das pacientes estudadasdo
grupoHIV
positivos egmpo
controle.HIV
(+)HIV
(-) Interrupçãoda
n
%
n
%
gestação Parto normal 2 25 37 37 Cesareana 2 25 17 17Abortamento
- - 1 1 Ignorado* 4 50 4545
Total 8 100 100 100Fonte:
SAME
HU-UFSC,
Florianópolis1999.*considerado ignorado quando a paciente não interrompeu a gestação no
HU
ou não consta no prontuário.TABELA
VII: Correlação da idade gestacional das pacientes estudadasdo
grupoHIV
positivos e grupo controle.HIV
(+)HIV
(-)Idade
gestacionaln
%
n
%
Pré-termo - - 6 6Termo
3 37,546
46
Pós-termo 1 12,5 2 2 Ignorada 4 5046
46
Total 8 100 100 10013
Com
relação às pacientesHIV
positivas exclusivamente, alguns itensforam
analisados.pré-gestacional 62,50%
pré-natal 37,50%
31500/° Í gestacionalí
62,50% Epré-natal '
Figura l: Representação gráfica das pacientes HIV positivas em relação ao momento do
diagnóstico ignorado 62,50% droga
EV
12,50% heterossexual25%
25%
Q
I
ignoradoE
drogaEV
V 12'5°% 62'5°%D
heterossexual ¿TABELA
VIH:
Uso
do
AZT
antes e durante a gestação,no
partorecém-nato e
no
puerpério.,U0
sim
nao
_ignorado
Il
%
n
A%
n
%
Pré gestacional Gestação H Gestação PartoRecém
nato 3tempos
Nenhum
dos 3 Puerpério 2 3 4 l 2 . 25 3 37,5 ' 37,54
so - ó _ 75 - 6 75 50 2 25 12,5 675
25 3 37,5 3 3 37,5 1 12,5 2 25 225
2
25 1 12,5 37,5 Fonte:SAME
HU-UFSC,
F1orianópo1is1999.'
il5
TABELA
IX: Fatores de risco para as pacientes estudadasdo
grupoHIV
positivos. -HIV
(+) Fatoresde
riscon
%
\_Droga
EV
~ 2 . 25Droga não
EV
1 12,5 -DST
prévia 1 12,5 Múltiplos parceiros 1 12,5 Alcoolismo 1 12,5 Parceiro de riscoou
1 V 12,5HIV+
-Nenhum
- 2 . 2516
O
,. 5.D1scUssÃo
z , . `O
estudo da infecçãoHIV
na
gestação é fundamental devido às implicações destenuma
fase tão importante da vida reprodutiva eemocional da mulher, e
no novo
ser que surgecomo
produto desta gestação e sofre as consequências da infecçãomatema.
`As
diferençasem
vários estudos sedevem
a fatores demográficos,sociais,
econômicos
e culturais, que influenciamna
prevalência destadoença.
A
prevalência de gestantes acometidos pelo virusda_A1DS
varia de0,42 a 3,7%.
Em
nosso meio,FEDRIZZI
e col. analisaram 730 gestantesem
1994na
MaternidadeCannela
Dutraem
Florianópolis e encontraramum
percentual de 1,64%.Na
mesma-época
o percentual na cidadedo Rio
de Janeiro era 0,3%,
São
Paulo0,7%
e Porto Alegre 3,1%.Em
algtms lugarescomo
a África Meridional, a prevalência é tão alta' quanto 35 -45%
das gestantes.
COZEIN
è col.,em
seu estudo de prevalência deHIV
em
gestantes
na Europa
entre 1990 e 1996, encontraram variações_ o
demográficas
com
taxas de 10-30/ l0.000 mulheresem
grandes áreasurbanas
com
Amsterdã, Barcelona, Londres, Milão, Paris eRoma;
entre 1-2/10.000
em
países escandinavos, e 0,5/10.000em
países daEuropa
Central e leste europeu (exceto Ucrânia 5/10.000).
MBOPI-KEON
e col.analisando 4.100 gestantes entre 1994 e 1996
em
Yaounde
no
Camarão
encontraram a soroprevalência para oHIV
de 4,2%.Ainda
DAVIS
e col.nos Estados
Unidos
entre 1989 e°l994 demonstraram
uma' soroprevalência entre gestantesem
trabalho de parto de 1,5-1,7/1.000 mulheres.Nosso
_ 17
estudo mostrou tuna taxa de
0,58%
de gestantes _HIV
positivas naspacientes que realizaram pré-natal
no
HU-UFSC,
número
bastante inferior à realidade, pois muitas das gestantesHIV
positivasnão
realizam pré-natalou
ofazem
em
hospitais de referência para doenças infecciosas.Com
relação à idade das pacientes, notou-seuma
distribuiçãomaior
entre asHIV
negativas euma
restrição dasHIV
positivas à idade de35
anos,
ou
seja, mais jovens;mas
em
ambos
os casos, o percentualmaior
foientre os 20-25 anos de idade.
PORTO
e col.em
seu estudo comparativotambém
não
encontraram entre as pacientesHIV
positivasnenhuma
com
idade superior a 35 anos.” »
-
Os
dados de estado civil das pacientesmostraram
apenasum
aumento
significativos de divorciadas entre asHIV
positivas, nãohavendo
dados de confronto
na
literatura." _Com
a relação à paridade,PORTO
e col. encontraram entreHIV
positivas
um
menor
número
de primíparas eaumento
de multíparas,concordando
com
dados presentesem
nosso estudo.As
infecções na gestação são maiscomuns
em
paísesem
desenvolvimento, devido ao baixo nível sócio-econômico e cultural, e é
comum
a associação de infecções.Segundo
MBOPI-KEON
e col. a infecçãoHIV
é duas vezes maiscomum em
mulherescom
sorologia positiva para sífilis(7,2%
vs 3,2%),com
soroprevalência para sífiilisde
17,4%
das gestantes,no
Camarão.SCHUTER
e col. relataramnum
estudo entre 213 prisioneiras gestantesem
Nova
York
-EUA, uma
prevalência de tricomoniase vulvovaginal (Trichomonas vaginalis) de 46,9%, sendoum
cofator na transmissãodo
HIV,
com
maior
prevalência neste grupo.RESTI
e col. relatamem
seu estudo italianoque
a taxa de transmissão do vírusda
hepatite
C
é maior entre pacientescom
fatores de risco para oHIV.
Dados
estes concordantescom
nosso estudo que mostrauma
maior porcentagem18
pacientes
HIV
positivas, deixando as outras infecçõesou
caráternão
genital/parental para asHIV
negativas.Ainda
a tuberculose apareceu entreas
HIV
positivas, sendouma
característica daAIDS
doença.As
gestoses foram mais prevalentes entre as pacientesHIV
negativas, exceto a doença hipertensiva específica da gravides,provavelmente pela população pequena. -
~ '
Com
relação à resolução da gestação e a idade gestacionalna
qualisto ocorreu,
NOUSE
e col. descreveram não haver diferenças significativasentre idade gestacional e
modo
de resolução da gestação entre pacientes infectadosou
não peloHIV.
J áDESGREES-DO-LOU
e col.em
seu estudosugerem
que o risco de terminar a gestaçãoem
abortamento é maior entreas pacientes
HIV
positivas.D”UBALDO
e col. relatamum
aumento
de67%
no
risco relativo de abortamento espontâneo entre pacientesHIV
positivas
em
comparação
asHIV
negativas.Nosso
estudo mostraum
aumento na
taxa de parto normal entreHIV
negativas eaumento na
taxa deoperação cesareana entre as pacientes
HIV
positivas, talvez devido aomedo
dos profissionaiscom
relação ao parto normalem
gestantes soropositivas e a polêmica da diminuiçãoda
transmissão perinatalcom
cesareana.Restiingindo-se às pacientes
HIV
positivas nota-se que a maioriaem
nosso estudo
tem
diagnóstico pré-gestacional, reforçando àafinnação
deDESGREES
e col sobre a necessidade deum
maior planejamento familiar e aconselhamento das pacienteHIV
positivasem
relação às gestaçõesfutura.
Cerca
de50%
das pacientesHIV
positivas não apresentaram fatoresde risco para aquisição
do
vírus.FEDRIZZI
e col.em
seu trabalhodemonstraram
que75%
das pacientesnão
apresentavamnenhum
destesfatores. Estes dados reforçam a necessidade da instituição
do
exame
anti-l
pacientes não terão diagnóstico da infecção
HIV
durante a gestaçao.Neste
estudoobservamos
até75%
das pacientes apresentavamalgum
fator derisco, principalmente
o
uso de trocaEV
(25%).O
usodo
AZT
na profilaxiada
transmissão perinatal é deimportância fundamental, diminuindo as taxas para
8,3%
ou
atémesmo
3%
quando
usados precocemente na gestação, trabalho de parto e recém-nato.Não
foi possível avaliar o usodo
AZT
neste trabalho daforma
esperadapela falta de dados nos prontuários. .
20
6.
CONCLUSÕES
1)
A
investigação e` análise neste estudo mostraque
a taxade
soroprevalência para o
HIV
nas pacientesque
realizaramacompanhamento
pré-natalno
HU-UFSC
foi 0,58%. “2)
A
maioria das pacientesHIV
positivas são jovenscom
idadeinferior
ou
igual a 25 anos(75%)
e63%
já sabiam serHIV
positivona gravidez.
3)
As
doenças sexualmente transmissíveis (sífilis, hepatite,HPV)
foram mais frequentes no
gmpo HIV
positivo.4)
O
parto cesáreo foi mais frequenteno
grupoHIV
positivo(25%
vs17%). V
-
5)
O
fator de risco mais encontradono
grupoHIV
positivo foi ouso
21;
6.
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24
RESUMO
A
infecçãoHIV
na gestação éuma
doença
com
aspectos sociais,econômicos
e médicos,com
repercussões para amãe
e a criançamuito importantes. Este estudo avaliou o percentual de gestantes
HIV
positivas dentre as que realizaram pré-natalno
HU-UFSC
entre 27 de janeiro de 1998 e26
dedezembro
de 1999,comparando-as
com
um
grupo controleem
relação . àepidemiologia, fatores de risco e evolução obstétrica,
encontrando
um
percentual de0,58%
de gestantesHIV
positivas,sendo que
75%
destas pacientes tinham idademenor
ou
igual à25 anos.
Ainda
este grupo tevemaior
frequência de doençassexualmente transmissíveis e a grande maioria (63,5%) já
sabiam
serHIV
positivas antes da gestação.Não
foi possível avaliaro
uso
do
AZT
na prevenção da transmissão perinatal pela falta dosdados nos prontuários.
O
fator de risco mais encontrado foi o uso25
SUMARY
The
HIV
infection in pregnancy is_ ap disease with social,economic and
medical aspects very impoitantsand
repercussionsto
mother and
child. This study assessed the percentualof
HIV
positive preganants
among
the patients that realized prenatal inHU-UFSC
for the januaiy, 27 1998 to january,26 1999 and
assessedthem
with a control group in relation for the epidemiology, risk factors, and obstretic evolution.Theráte
was
0,58%
ofHIV
positive pregnants, and75%
ofthem had 25
yearold or less. Still, this group
had
higher frequency ofknowledge
about their disease before pregnancy.
The
risk factormore
finding
was
intravenous drug use in this group.The
ZDV
“M z Ê*-« .""4 ='.'22 .v-«É *~Í`¿ ' ›: Íz›.. . ". \- . `.‹;ššâ
APÊNDICE
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0095Autor: Bgsnardo, Daniela? ,
Título:-Infecção HIV na gèstação..
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972801427 Ac. 254230