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CRIAÇÃO, QUEDA E REDENÇÃO DO MEIO AMBIENTE NO PENSAMENTO DE JOHN WESLEY

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Academic year: 2021

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Vinicius Magno Borges Nunes Couto**

Resumo: John Wesley foi um clérigo anglicano do século XVIII que ficou mais conhecido

por seus trabalhos de evangelismo ao ar livre. Contudo, ele transcendeu este tipo de atividade e atuou, até mesmo, como um proto-teólogo público, discutin-do questões prisionais, abolicionistas, trabalhistas e de saúde pública e laboral, dentre vários outros temas. Um dos temas que podem ser explorados em Wesley é o da ecoteologia. Por isso, o presente trabalho se ocupa em discutir a visão deste clérigo anglicano a respeito de sua descrição tríplice de criação, queda e redenção do meio ambiente. A metodologia é exploratória e os textos são, a prin-cípio, oriundos de fontes primárias de Wesley, em diálogo com estudiosos de seu pensamento e história.

Palavras-chave: Ecoteologia. John Wesley. Criação. Queda. Redenção.

E

ntre os dias 5 e 16 de junho de 1972 foi realizada uma conferência da Organização das Nações Unidas. Essa programação aconteceu na cidade de Estocolmo, na Suécia e teve como temática a preservação do meio ambiente. As discussões se concentraram em torno dos problemas da poluição e da degradação ambiental, além do uso de recursos de fontes não renováveis. A partir dessa discussão, foi amadurecido o conceito de sustentabilidade, que tem sido compreendido como o uso responsável dos recursos, isto é, o suprimento das necessidades da geração atual sem que isso comprometa o suprimento das gerações futuras. Nesse sentido,

CRIAÇÃO, QUEDA E REDENÇÃO DO MEIO

AMBIENTE NO PENSAMENTO DE JOHN

WESLEY*

–––––––––––––––––

* Recebido em: 26.09.2019. Aprovado em: 18.11.2019.

** Doutorando em Ciências da Religião (UMESP). Mestre em Teologia (Faculdade Batista do Paraná). Especialista em Ciências da Religião (Universidade Cândido Mendes). Ba-charel em Teologia (Faculdade Nazarena do Brasil) e em Administração de Empresas (Universidade Cândido Mendes). Professor do Seminário Teológico Nazareno do Brasil. Bolsista CAPES. Pesquisador do Grupo de Pesquisa RIMAGO. E-mail: prviniciuscouto@ yahoo.com.br

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sustentabilidade é uma discussão bastante ampla, envolvendo a sociedade, a economia e o meio ambiente. O presente artigo se encarrega de discutir apenas o último ponto.

Apesar de a discussão em torno da sustentabilidade ser algo novo, o conceito de uti-lização responsável dos recursos não é tão recente assim. No século XVIII, o clérigo anglicano John Wesley chegou a desenvolver algo que sistematizado-res de seu pensamento chamaram, posteriormente, de mordomia sistematizado-responsável. Tendo isso em vista, o presente artigo aborda a visão de John Wesley a respei-to de questões ambientais, sinalizando como sua teologia continha elemenrespei-tos importantes que podem ajudar em tal debate e a orientar melhor a comunidade cristã a respeito da responsabilidade ambiental que a mesma possui. Para isso, o presente artigo se propõe a apresentar a maneira como Wesley enxergava a criação numa espécie de via salutis, abordando a perspectiva deste clérigo anglicano acerca dos efeitos da queda e do plano divino de redenção.

CRIAÇÃO: A ORIGEM DOS REINOS ANIMAL, VEGETAL E MINERAL NO PENSAMENTO DE WESLEY

A ideia de discutir questões ambientais na teologia tem sido considerada por muitas pessoas do evangelicalismo como algo infrutífero. Isso porque há um conceito de que o ser humano deve se relacionar apenas em nível vertical, isto é, com o Criador. Essa questão foi discutida por Snyder e Scandrett (2016, p. 80) e eles chamaram esse fenômeno de “espiritualização”, isto é, uma visão evangélica de que a criação, em si mesma, não chega a ter nenhum valor direto, de modo que as pessoas devem concentrar seus esforços tão somente na evangelização e na salvação espiritual do próximo. Outra observação importante é que a palavra “espiritualidade” tem sido associada apenas ao contexto medieval dos meios de graça, como oração, leitura e meditação das Escrituras, sacramentos etc. Dunning (2015, p. 100) elucidou esse ponto, dizendo que

essas preocupações vão de encontro a um tipo de espiritualidade transcendental que é bastante inclinada à ideia metafísica de que não seriam de nenhuma utilidade terrena” e “reciclar recursos não renováveis é ser tão espiritual quanto participar de uma reu-nião de oração, apesar é claro de não substitui-la.

O grande problema dessa visão pseudo-espiritualista é o descaso para com a pró-pria casa onde moramos, isto é, nosso planeta. Contudo, “na perspectiva wesleyana [...] a espiritualidade não se restringe às práticas contemplativas, mas também tem a ver com a ortopraxia cristã” (COUTO, 2018, p. 137). Renders (2010, p. 231) mostra que, “para a teologia wesleyana, a ecologia não é somente um aspecto da ética. Ela relaciona a vida dos seres humanos e dos outros seres vivos com o estado da criação não viva (limpeza de água, terra, ar etc.)”.

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John Wesley falou muitas coisas a respeito da criação de Deus. As principais fontes em que podemos encontrar falas diretas sobre esse assunto são seus comentários bíblicos do livro do livro de Gênesis e da epístola de Paulo aos Romanos e alguns sermões específicos. No primeiro livro da Escritura cristã, há um relato da criação divina que envolve os diversos reinos do mundo vivo terrestre, a saber: animal, vegetal, protista, monera e fungi; e do mundo não vivo terres-tre, isto é, o que de acordo com a concepção da época se enquadra no mineral. Conforme Dalton (2008, p. 1009-10), a primeira pessoa a criar essa identifica-ção de “reino” foi o luterano sueco Carolus Linnaeus (1707-1778), em 1735, em sua Systemae Naturae, sive regna tria naturae, systematics proposita per classes, ordines, genera & species (O sistema da natureza, ou de três reinos da natureza, sistemática proposta pelas classes, ordens, gêneros e espécies). Na classificação de Linnaeus, existiam três reinos, dois de seres vivos (animal e vegetal) e um de seres não vivos (mineral).

A taxonomia de Linnaeus fora realizada por meio de observações macroscópicas, mas com o avanço cientifico e com a capacidade de verificar outros organismos vivos até então desconhecidos, o estudo microscópico inseriu em 1866 o reino protista. De acordo com Noll (2008, p. 735-6), o responsável pela nova inser-ção foi o biólogo e naturalista Ernst Haeckel (1834-1919), quando registrou sua proposta em sua obra Generelle Morphologie der Organismen (Morfo-logia geral dos organismos). Em 1925, o biólogo francês Édouard Chatton (1883-1947) publicou um artigo intitulado Pansporella perplexa: amebien to spores protege parasita de daphnies (A confusão Pansporella: reflexões sobre a biologia e a filogenia dos protozoários). Neste texto, Chatton propôs a ideia de dois impérios, o dos eucariontes e o dos procariontes. O primeiro império é formado por seres uni ou pluricelulares que possuem núcleo celular, ao passo que o segundo império é formado por seres unicelulares que não possuem tal núcleo (MARGULIS; CHAPMAN, 2009, p. 12-5).

Os estudos de Chatton foram importantes para que, em 1938, o biólogo norte-ame-ricano Herbert Faulkner Copeland (1902-1968) inserisse o quarto reino na discussão, o das moneras (MARGULIS; CHAPMAN, 2009, p. 10-5; 122-3). Suas ideias foram publicadas no artigo The kingdoms of organisms (Os reinos dos organismos). As moneras são organismos de organização celular procariótica, como as bactérias. Em 1969, uma nova inserção foi proposta a partir do biólogo norte-americano Robert Whittaker (1920-1980), quando pu-blicou seu artigo New concepts of kingdoms of organisms (Novos conceitos dos reinos de organismos) (MARGULIS; CHAPMAN, 2009, p. lxvii-lxviii; 10-5). Depois disso, novas propostas também já surgiram, como a divisão do reino monera em dois outros reinos (eubacteria e archaebacteria), a inserção do reino chromista (que seriam algas com especificidades comuns) e a inser-ção do reino archezoa (uma espécie de divisão do reino protista em archezoa e protozoa). Apesar das novas propostas, o modelo de cinco reinos de orga-nismos vivos ainda é bastante utilizado na literatura científica (MARGULIS; CHAPMAN, 2009).

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Obviamente que não existia nenhuma dessas taxonomias modernas e contemporâneas na bíblia, mas é possível perceber na narrativa bíblica a presença direta dos três reinos de Linnaeus (animal, vegetal e mineral). A princípio, o autor de Gênesis chama esses três reinos de “terra”. Waltke e Fredericks (2010, p. 68) explicam que a palavra hebraica ʼereʼ pode significar “o cosmos, quando parte de uma frase composta com ‘céu’ (ver 1.1)”, “terra seca (ver 1.10)” e “o que chamaríamos o planeta [1.2]”. O contexto determinará o significado. Quando tem a ver com o planeta, a ideia é de totalidade da criação de Deus, isto é, da sincronia do reino animal, vegetal e mineral. Já o uso como “terra seca” é o que envolve o conceito de reino mineral, cuja composição é caracterizada por elementos naturais que não possuem vida, como água, solo, rochas, mi-nérios, gases etc, e seu estudo técnico atual é a mineralogia (KLEIN, 2001, p. 5-12). Conforme a narrativa de Gênesis, Deus criou a água e o firmamento (superfície sólida). A superfície sólida de Gênesis é uma expressão genérica e pode representar diversos componentes como argila, rochas, grafite, cristais, diamantes, ouro, prata etc.

Além do reino mineral, a narrativa de Gênesis também atribui a Deus a criação do rei-no vegetal, falando a respeito de relva, ervas sementeiras e árvores frutíferas (Gn 1,11.12). Do mesmo modo como “terra seca” é um termo genérico para representar a totalidade do reino mineral, os pontos descritos anteriormen-te representam a totalidade do reino vegetal. Finalmenanteriormen-te, a narrativa ainda apresenta o reino animal, falando a respeito de cardumes de peixes, aves, répteis, animais domésticos, animais selvagens e até mesmo o ser humano (Gn 1,20-26). Esses termos também são genéricos, pois não havia ainda ta-xonomias mais específicas para os animais como um todo. O ser humano mesmo parece estar numa taxonomia distinta, mas não há necessidade de distinguirmos nesse texto.

Apesar de uma catalogação distinta dos seres humanos e do reino animal, a narrativa bíblica apresenta algum tipo de capacidade relacional entre os seres huma-nos e os demais reihuma-nos (animal, vegetal e mineral). A raça humana deveria ter domínio “sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se arrasta sobre a ter-ra” (Gn 1,26). A localização geográfica inicial dos primeiros seres humanos que habitaram a terra, de acordo com a narrativa de Gênesis, era o Jardim do Éden, cujos primeiros habitantes tinham a responsabilidade de “lavrar e guardar” (Gn 2,15).

Esta capacidade relacional do ser humano com os reinos animal, vegetal e mineral diziam respeito ao próprio conceito de imagem de Deus na teologia de John Wesley. O clérigo anglicano entendia que tal imagem era tripartite, a saber: natural, po-lítica e moral. Ele baseou essa compreensão tripartite nas contribuições de Isaac Watts (1674-1748), teólogo e hinólogo da igreja da Inglaterra. A imagem política, para Watts, era a capacidade doada por Deus, para que os seres humanos tivessem um certo grau de governo sobre a criação (WATTS, 1742, p. 188-189). Trinklein (2016, p. 113) ainda acrescenta que o entendimento wesleyano da imagem divina

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partia de um raciocínio de conexão da triunidade divina com a tripla natureza da imago Dei. Deste modo, conforme apontou Dunning, baseado nas ideias de Isaac Watts, Wesley “introduziu o conceito de imagem política pela qual ele se referiu aos humanos como criaturas governadoras”, abordando “a capacidade de dominar sobre outras criaturas inferiores. Isso mostra que Wesley estava consciente de um conceito mais amplo da imago do que as formulações tradicionais” (DUNNING, 2015, p. 56).

Em seu sermão O novo nascimento, Wesley defendeu esse ponto da imagem polí-tica e pregou que Adão fora criado como “governador desse mundo aqui de baixo, tendo ‘domínio sobre os peixes do mar, e sobre toda a terra’” (WESLEY, 2006). Entretanto, vale salientar que a imagem política não se limita à governabilidade dada a Adão. Trata-se, ainda, da capacidade relacional inerente do homem, que fora criado, desde o princípio para ser social. Essa característica social do ser humano é uma herança comunicada pela divindade triúna, que também é um ser relacional, algo que a teolo-gia tem denominado como pericorese, isto é, uma compenetração mútua, caracterizada pelo viés relacional (CANTALAMESSA, 2005, p. 16-17). Pericorese significa, ainda, interpenetração, co-inerência, habitação mú-tua, imanência múmú-tua, enfatizando o aspecto anterior (TWOMBLY, 2015, p. 1). Wesley acreditava que no ato da criação do ser humano (Gn 1,26), “as três pessoas da Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, consultaram-se e concordaram” (WESLEY, 2017b, p. 11) com a decisão de criar a raça humana. Wesley usou da mesma hermenêutica para os textos bíblicos de Gênesis 11,7, que relata a intervenção divina frente a audácia humana en-quanto construía-se a torre de babel, “desçamos e confundamos” (WES-LEY, 2017b, p. 31); e em Isaías 6,8, na experiência deste profeta, quando o mesmo registrou ter ouvido “quem enviarei? E quem há de ir por nós?” (WESLEY, 2017c, p. 50).

QUEDA: A VISÃO DE WESLEY ACERCA DOS EFEITOS DO PECADO DE ADÃO NO RELACIONAMENTO DO SER HUMANO COM A NATUREZA

De acordo com os textos de Gênesis 1,26.28 e 2,15, a raça humana deveria, original-mente, dominar, subjugar, sujeitar, lavrar e cuidar dos reinos animal, vegetal e mineral. As três primeiras palavras têm conotações mais negativas no idio-ma português e as traduções para nosso idioidio-ma nem sempre ajudam muito a passar o significado bíblico. A seguir, temos um comparativo das versões tra-dicionais da Almeida (ARA, ARC e ACF), além da Nova Almeida Atualizada (NAA) e de outras versões com linguagens contemporâneas (NVI e NTLH), com as versões da Vulgata latina e da Septuaginta (LXX). Estas duas últimas parecem ser mais fiéis ao texto hebraico, conforme veremos a seguir.

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Quadro 1: traduções de Gênesis 1.26 e 28 em algumas versões da Bíblia

Versão bíblica Traduções

ARA / ARC / ACF / NAA Dominar, sujeitar

NTLH Poder sobre e dominar

NVI Dominar e subjugar

Vulgata Subicite (subjugar) e dominamini (governar / dominar) LXX archétosan (governar) e katakyriéusate (exercer autoridade)

Fonte: elaboração própria.

Todas as versões Almeida traduzem do mesmo jeito. As duas versões contemporâneas (NTLH e NVI) também mantêm o mesmo tipo de sentido. A Vulgata acerta na segunda palavra, mas erra na primeira. Já a septuaginta consegue chegar mais próximo da realidade que o livro de Gênesis aponta no mundo edêmico. A primeira palavra que a LXX usa vem da raiz de árcho, cujos significados têm o sentido de governar, reger, liderar, chefiar (BRAYFORD, 2007, p. 34, 35). Essa palavra ocorre em Marcos 10,42 e em Romanos 15,12. No primeiro texto, Jesus critica a postura dos discípulos de desejar haver algum tipo de hie-rarquia entre eles e usa como exemplo os maus governantes. No segundo caso, Paulo cita um texto do profeta Isaías, alegando que Cristo governará sobre os gentios. A ideia de governar sobre um povo ou sobre uma nação, no sentido bíblico, não deveria ser de tirania, mas de uma atitude misericordiosa e bené-fica para com as pessoas. Os recursos deveriam ser utilizados de modo que as pessoas sejam cuidadas e não para que apenas o governante e seus familiares gozassem de uma vida farta. Exemplo disso está na maneira como Daniel orientou o rei Nabucodonosor: “põe fim aos teus pecados, praticando a justiça, e às tuas iniquidades, usando de misericórdia com os pobres” (Dn 4,27). A segunda palavra, katakyriéusate, pode ser traduzida como sujeitar, dominar,

sub-jugar e exercer autoridade sobre. Essa palavra aparece no Novo Testamento quatro vezes e todas elas com conotação mais negativa. Em Mateus 20,25 e Marcos 10,42, Jesus fala do exemplo dos maus governantes; em Atos 19,16, Lucas fala a respeito de como um homem endemoninhado atacou fisicamente a algumas pessoas e as subjugou; e em 1 Pedro 5,3 o autor da epístola critica os maus pastores, que acabam subjugando o povo. A LXX traduziu em Jere-mias 3,14 a palavra “tomarei” (laqach) pela palavra grega que estamos anali-sando. O sentido era de uma atração para o justo governo de Deus, por meio do qual ele daria pastores segundo o seu coração e que apascentariam esse povo “com ciência e com inteligência” (Jr 3,15). Também no livro apócrifo / deuterocanônico de Eclesiástico 17,4, katakyriéusate aparece num breve

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re-lato da criação do ser humano e afirma que Deus “fê-lo senhor dos animais e dos pássaros”. O princípio interpretativo aqui é o mesmo de árcho, isto é, de uma governabilidade humana para com a criação divina, não de maneira egoísta, mas responsável.

As traduções da LXX estão mais fieis, portanto. Podemos verificar isso a partir dos vocábulos hebraicos que aparecem em Gênesis 1. Os verbos traduzidos como “domine” e “dominai” nos versículos 26 e 28 de Gênesis 1 são radah, que ainda pode significar reinar, governar, prevalecer e ter domínio. Contudo, não se trata exatamente de um domínio tirano, mas do exercício de um governo administrativo, no qual ambos saiam ganhando. De um lado, o ser humano agindo com cuidado, cultivo e subsistência e do outro, a natureza fornecen-do alimentos, bem-estar1 e matéria-prima para usos diversos, dentre os quais

estão medicamentos. A visão de John Wesley sobre a imagem política, isto é, de capacidade governadora, está completamente de acordo com o sentido bíblico de radah, visto que para ele, o ser humano fora criado como se fosse o representante de Deus na Terra, como alguém que deveria cuidar da criação não para a própria gratificação, mas para a glória de Deus, de modo que a natureza também fosse beneficiada e o criador fosse honrado por meio desse tipo de administração (WESLEY, 2017b, p. 11,12).

A ideia de ambos os lados saírem ganhando pode ser melhor explicado por meio de um conceito oriundo da gestão comercial, chamado de relacionamento ganha-ganha, isto é, uma forma de negociação em que ambas as partes sejam beneficiadas por um preço justo, que não dê prejuízo financeiro ao comerciante e tampouco seja oneroso para quem está comprando o produto (CHIAVENATO, 2008, p. 5). Esse sentido da palavra radah pode ser visto por meio de outra ocorrência dela em Levítico 25,43, onde Deus estava dando uma diretriz para que quando acontecesse de algum hebreu se tornar escravo por conta de dívidas, não fosse tratado por um domínio impiedoso, mas de modo respeitoso, como um irmão. Esse tipo de tratamento mais uma vez fortalece a ideia do relacionamento ganha-ganha, de modo que o devedor trabalhasse para pagar suas dívidas e o credor recebesse a mão-de-obra como forma de pagamento para que não ficasse no prejuízo. O teólogo. Kinlaw (2005, p. 307) confirmou essa informação dizendo que neste caso de dívida, o hebreu não podia ser tratado com tirania, crueldade ou aspereza. Sobre o texto levítico, Wesley comentou que os que recebessem o serviço escravo deveriam temer a Deus e utilizar dos serviços deles “com bondade”, caso contrário, o Criador “vingará a causa deles [dos escravos], se você os oprimir (WESLEY, 2017b, p. 169). Dominar os animais, os vegetais e os minerais, bem como os trabalhadores, não significava, portanto, usá-los levianamente para os próprios deleites.

No versículo 28 do texto supracitado ainda aparece mais uma palavra, a saber, kabash que foi traduzida nas versões Almeida como subjugar. Essa palavra pode ser traduzida, ainda, como sujeitar, moderar ou domar. Tal palavra, porém, parece ter mais o sentido de moderar do que de subjugar, dominar ou sujeitar. Faz mais sentido que a ideia da moderação porque os recursos deveriam ser gover-nados, isto é, administrados e não meramente extraídos. Sendo assim, Adão

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deveria ter um relacionamento com a criação de um moderador dos recursos e o uso desses recursos deveria ser feito de maneira responsável e não para o enriquecimento irresponsável. Sobre essa governabilidade / moderabilidade de Adão, Wesley disse em seu sermão O livramento geral que “o homem era o representante de Deus sobre a terra; o príncipe e o governador do mundo; e todas as bênçãos de Deus fluíam, através dele, para suas criaturas inferio-res”, isto é, os reinos animal, vegetal e mineral. Outrossim, “o homem”, para Wesley, “era o canal de comunicação entre seu Criador e toda a criação bruta” (WESLEY, 2006).

Analisando essa dinâmica, Couto explicou que “o ser humano, portanto, é o canal escolhido por Deus para levar as bênçãos para o restante da criação de Deus. Trata-se de um governo ‘com’ Deus e ‘para’ Deus”, ou seja, “de uma mor-domia responsável, onde o ser humano não pode tratar a criação como Deus não faria”, um “governo [...] conjunto, não autônomo e nem negligente”, cujo “uso dos recursos, bem como o tratamento das criaturas inferiores deve ser para a glória de Deus e não dos seres humanos” (COUTO, 2018, p. 139). Mordomia é outro conceito bíblico importante que merece destaque. A palavra

mordo-mo, em grego, é oikonomos. O significado dessa palavra envolve as ideias de um administrador do lar ou dos afazeres do lar, pois é a junção de duas outras palavras gregas, a saber, oikos e nomos, que significam respectivamente, casa e lei. Expandindo o conceito, a palavra oikonomos ainda pode significar ge-rente ou superintendente para quem o chefe ou proprietário de alguma casa tinha confiado a administração dos seus afazeres, o cuidado das receitas e despesas e o dever de repartir a porção própria para cada servo e até mesmo para as crianças pequenas. O mordomo deveria ser responsável com a gestão dos recursos, repassando o necessário, sem esbanjar e nem deixar faltar. Por outro lado, pensar “mordomia” com sustentabilidade envolve o cuidado que os habitantes devem ter com o planeta, isto é, com o oikos onde vivem. Wes-ley conhecia bem esse conceito, tanto que em seu comentário de Lucas 16,12 e em suas notas de 1 Coríntios 7,30, ele explicou que “[somos] mordomos, não proprietários” (WESLEY, 2017a, p. 81, 193). Em Deuteronômio 5,19, ele também clarificou seu pensamento sobre esse tema, quando levantou os seguintes questionamentos: “Você já considerou que Deus é o único proprie-tário do céu e da terra? O verdadeiro dono de tudo? Você já pensou que ele apenas os emprestou para você? Que você é apenas um mordomo dos bens de seu Senhor?” (WESLEY, 2017b, p. 217)

Finalmente, Gênesis 2,15 também é outro texto importante para o tema em pauta. O texto bíblico diz: “Tomou, pois, o Senhor Deus o homem, e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e guardar”. Lavrar neste texto é abad e guardar, shamar. A primeira pode significar, ainda, trabalhar, fazer algum serviço, lavrar ou plantar e a se-gunda pode significar cuidar, manter, defender, zelar, proteger, manter ou vigiar. Deste modo, a relação do ser humano com a natureza tem a ver com proteção, cuidado e provisão. Não tem nenhum tipo de ligação com um uso irresponsável e egoísta, mas com algo que beneficie a todos dentro da criação divina.

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Do ponto de vista teológico, a queda de Adão deturpou esse nível relacional dos seres humanos com os reinos animal, vegetal e mineral, de maneira que a natureza perversa da humanidade caída, que por solidariedade da raça herdou a peca-minosidade adâmica, procura fazer a gestão de tais recursos pensando em si própria. Como efeitos negativos dessa má gestão, podemos citar problemas climáticos, como o fenômeno el niño, o aquecimento global e o efeito estufa; problemas ecológicos envolvendo queimadas e desmatamento; o uso desenfre-ado de fontes não renováveis; extinção de espécies da nossa fauna e flora etc. REDENÇÃO: MORDOMIA RESPONSÁVEL E A SALVAÇÃO DE TODA

A CRIAÇÃO NO PENSAMENTO DE WESLEY

Em seu sermão O beneplácito de Deus por suas obras, Wesley pregou que a criação de Deus está toda interligada. Para este clérigo anglicano, todos os reinos vivos e não vivos estão conectados, “desde o mais elevado ao menor; desde a terra inerte, passando pelos fósseis, vegetais, animais até chegar no ser humano”, o qual além de ter sido criado à imagem de Deus, fora “designado a conhecer, amar e alegrar seu Criador por toda a eternidade” (WESLEY, 2016). Comen-tando sobre este excerto do sermão de Wesley, Snyder (2017, p. 24) explicou que a perspectiva de Wesley era menos estática se comparada com a visão tra-dicional da criação de Deus predominante no século XVIII. Isso se dava por-que sua compreensão do ser humano e de seu relacionamento com Deus era mais dinâmica, uma vez que o primeiro casal fora criado à imagem de Deus e eram capazes de participar de uma comunhão profunda e transformadora com Deus. Adão e Eva poderiam, portanto, participar da administração da terra de maneira responsiva. Todavia, conforme apontou Snyder (2017, p. 24), Wesley também concebia que a imagem política fora distorcida após a Queda e que isso passou a gerar um desarranjo na mordomia da raça humana para com a criação de Deus.

Por meio da queda, Adão e sua descendência (por solidariedade da raça), tornaram-se inimigos de Deus. De acordo com a narrativa bíblica, Deus tomou a iniciativa em resolver esse problema relacional, de modo que “quando éramos inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho” (Romanos 5,10). A palavra “inimigos” no texto grego é echthroi, que significa alguém odiado, hostilizado, um adversário. Reconciliação, por sua vez, “envolve a superação da alienação pessoal (Ef 4,18) ou da hostilidade (Cl 1,21), causadas pela re-belião do homem contra o seu legítimo Soberano” e que “é o homem que deve ser reconciliado, e não Deus, como no judaísmo, pois é Deus quem realiza a reconciliação” (CARVER, 2006, p. 436).

Wesley reconheceu a importância da reconciliação e ligou este ato soberano de Deus em Cristo como algo gracioso. Em seu sermão A retidão da fé, ele pregou que “pode ser, mais além, considerado que foi da mera graça, do amor livre, da misericórdia imerecida, que Deus tem concedido ao homem pecador algum caminho de reconciliação consigo mesmo; que nós não fomos tirados de Suas

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mãos, e inteiramente apagados de Sua lembrança” (WESLEY, 2006). Dun-ning (1988, p. 340), por sua vez, explicou que a reconciliação é um benefício da expiação estendido aos que creem no sacrifício de Cristo e que tanto a justificação quanto o perdão são os instrumentos removedores das barreiras relacionais outrora impostas aos não regenerados.

Entretanto, a reconciliação não atinge apenas o relacionamento espiritual. Do mesmo modo como a queda afetou o ser humano em sua integralidade, a obra de Cristo traz transformação completa. Paulo escreveu aos coríntios que Deus “nos reconciliou consigo mesmo por Cristo, e nos confiou o ministério da reconciliação” (2Co 5,18). O verbo “reconciliou” é katallaxantos, no grego. Neste texto, ele está conjugado no aoristo particípio ativo, “mostrando que a ação de Jesus no Calvário foi realizada de maneira instantânea e consolidando esse benefício para aqueles que usufruem de sua expiação” (COUTO, 2018, p. 111). Vale acrescentar que “esta palavra deriva de katallassó, cujo significado é de voltar a ter o favor de alguém ou da restauração de um relacionamento que foi rompido ou danificado” (COUTO, 2018, p. 111). Por isso, Dunning (1988, p. 341) reconheceu que esta tarefa reconciliadora envolvia três níveis: 1) entre Deus e os seres humanos; 2) entre os próprios seres humanos; e 3) uma reconciliação cósmica, entre os seres humanos e a criação divina. A fi-nalidade salvífica de Deus é mais abrangente do que a eternidade, pois “o Novo testamento [...] fala de salvação como restauração da imagem de Deus, levando em consideração que o relacionamento foi quebrado” (DUNNING; GREATHOUSE, 1989, p. 53). Com base em tais argumentações, é plausível concluir que os seres humanos são restaurados para restaurar, reconciliados para reconciliar. Esse é o ponto central da ideia de redenção. A obra de Cristo não foi para tornar os cristãos estáticos e passivos, mas para torna-los dinâ-micos e ativos.

Por isso é que John Wesley não concebia a ideia pessimista de que Deus iria destruir a criação que ele mesmo estabelecera a partir do nada. Ao analisar a onoma-topeia paulina de que a criação geme aguardando a manifestação dos filhos de Deus (Rm 8,19), Wesley apontou que “cada espécie da criação [animal, vegetal e mineral]” será redimida, pois “destruição não é redenção” e “o que é destruído, ou que deixa de existir, simplesmente não é redimido”. Ele ter-mina suas notas sobre essa perícope com uma pergunta retórica: “Será, então, qualquer parte da criação destruída?” (WESLEY, 2000, p. 60, 61). Na teologia wesleyana, portanto, o status quo não pode levar à passividade, mas à mudança legítima no relacionamento com a natureza. Vimos que um conceito que tem sido entendido de maneira equivocada é o do “domínio”. De acordo com Dun-ning (2015, p. 98), “na narrativa da criação, foi dado aos humanos o ‘domínio’ sobre a terra, um conceito que frequentemente é mal compreendido”, pois ”ao invés de uma relação de exploração, como o termo domínio parece sugerir, a verdadeira relação deveria ser de mordomia responsável”. “Como o ápice da criação de Deus”, ele conclui, “os seres humanos devem cuidar da terra e usar seus recursos para a glória de Deus e não para sua própria gratificação”.

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Contudo, a mordomia egoísta, exploratória e extrativista, que é prática da economia de mercado, tem desordenado o planeta. Podemos citar como exemplo, o problema do desmatamento da Amazônia, que em muitos casos, tem a ver com esse afã pelo enriquecimento. Fearnside (2006, p. 397) escreveu sobre o desmatamento da Floresta Amazônica em 2006 e apresentou números crescentes desta prática devastadora. Junto com a exploração ilegal de madeireiras e de fazendeiros que estavam usando terrenos amazônicos para plantação de soja e/ou pasto pecuá-rio, havia também as queimadas. O desmatamento é um problema grave para o Brasil. De acordo com Fearnside (2005, p. 113), a Floresta Amazônica per-maneceu intacta até a inauguração da rodovia Transamazônica em 1970, mas sofreu danos assustadores nas décadas seguintes. De acordo com O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), as taxas de desmatamento têm sido reduzidas em 2004, conforme se pode verificar no gráfico a seguir. Mesmo as-sim, é importante trabalhar na conscientização das pessoas, pois como Baptista (2003, p. 128) comentou, a Floresta Amazônica tem sido destruída por meio de construções de barragens, exploração de madeira (legal e ilegal), mineração e queimadas. O resultado disso tem sido a destruição de grupos indígenas, o em-pobrecimento da fauna e flora e até mesmo extinção de espécies.

Figura 1: Gráfico de taxas de desmatamento da Amazônia (1988-2016)1

Fonte: www.obt.inpe.br/OBT/assuntos/programas/amazonia/prodes

Diante de tais problemas levantados, a teologia de Wesley não apenas chama a aten-ção para uma mordomia responsável, mas tem a expectativa de que a criaaten-ção também há de ser redimida. Isso significa dizer que ao invés de ser destruída, o planeta também será restaurado por Deus. Runyon explicou esse ponto de

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vista de Wesley por meio dos paralelos entre os seres humanos e a natureza, de modo que se houve extensão do pecado na criação, esta criação também sofrerá redenção e chama este ato de extensão da redenção de “nova criação”. Ele explicou que essa fundamentação teológica vem da hermenêutica de Wes-ley identificar “a renovação da criação e das criaturas mediante a renovação da imagem de Deus na humanidade como a própria essência do cristianismo” (RUNYON, 2002, p. 16).

Podemos verificar essas ideias no próprio Wesley. Em seu comentário de Romanos, ele salientou que todas as criaturas visíveis (ele chama mais adiante de uni-verso no comentário de Romanos 8,26) são mencionadas no versículo 19 de Romanos 8, com exceção dos crentes, que são mencionados à parte nos versos 22 e 23. Todas essas criaturas visíveis foram sofredoras por causa do pecado, mas para todas elas redundará o refrigério da glória dos filhos de Deus. Não apenas num refrigério passivo, mas ativo, pois a criação também gozará da redenção divina. E sobre tal redenção, já vimos que Wesley afirmou que “a destruição não é redenção; portanto, o que é destruído, ou que deixa de existir, simplesmente não é redimido” (WESLEY, 2000, p. 61). É por isso que há um gemido conjunto, uma externação da angústia causada pelos efeitos do peca-do adâmico e pela pecaminosidade universal que tem gerapeca-do um desconforto ilimitado de permanecer nesta terra, visto que a iniquidade tem se multipli-cado. A melhor metáfora paulina aqui é de dores de parto, que demonstra o desespero de uma mulher para com o sofrimento de dar à luz, mas ao mesmo tempo a boa ansiedade de ver a criança no colo. A criação, em conjunto com os crentes, geme de dores e ao mesmo tempo de ansiedade para desfrutar da glória de Deus.

Para suportar esses dias maus na casa terrestre deste tabernáculo (2Co 5,1), apenas a ajuda externa sobrenatural do Espírito Santo é motivadora. Por isso, Wesley ainda comentou que “não é só o universo, nem só os filhos de Deus, mas o próprio Espírito de Deus, por assim dizer, geme, enquanto nos assiste em nossas fraquezas” (WESLEY, 2000, p. 62). Deste modo, ele deixou claro que, em sua teologia, Deus tem plano de redenção não apenas para os seres huma-nos, mas também para o universo como um todo, afinal, também eles foram afetados pela Queda de Adão em Gênesis 3, sofrem das consequências dela e serão, igualmente, libertos dos efeitos e da penalidade dela. A salvação para Wesley, portanto, não é exclusiva para a raça humana, mas também se estende para toda a criação.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A “espiritualização” da teologia, apresentada por Snyder, acabou deixando a ideia erra-da, em meio à cristandade de que não é necessário se importar com a criação, levando alguns à equivocada conclusão de que a necessidade única da Igreja é proclamar o evangelho. Contudo, nesta apresentação de uma espécie de via sa-lutis da criação, foi possível perceber que da mesma maneira como os efeitos da

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queda atingiram negativamente à humanidade e os efeitos da graça de Cristo al-cançaram positivamente à raça humana, os mesmos eventos (queda e redenção) também se estendem à toda a criação de Deus. John Wesley percebeu esse as-pecto e concluiu que Deus não quer destruir o planeta, mas também restaurá-lo. Diante das explorações das ideias do clérigo anglicano John Wesley, pôde-se perceber

que o propósito original de Deus quanto ao relacionamento dos seres huma-nos e da criação era num estilo ganha-ganha, isto é, o ser humano poderia utilizar os recursos naturais de maneira responsável e a natureza, por sua vez, receberia os cuidados necessários, inclusive o descanso. A queda, entretanto, desfigurou no ser humano sua consciência deste aspecto relacional, mas o ato redentivo de Cristo promove a reconciliação não apenas entre Deus e os seres humanos, mas também entre seres humanos e a natureza. Deste modo, concluiu-se que na teologia de Wesley, enquanto o ápice da redenção não ocorre na criação, os seres humanos devem “governar” tais recursos de ma-neira responsável e levando em conta a glória de Deus.

Notas

1 É possível desfrutar de paz e sossego numa caminhada pela natureza, matar a sede com um bom copo de água fresca, descansar no meio de uma área arborizada longe do frenesi dos grandes centros etc.

2 PRODES é o Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite do INPE. Os dados do gráfico e a metodologia para o cálculo das taxas estão no site do INPE, indicado na fonte.

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CREATION, FALL AND REDEMPTION OF THE ENVIRONMENT IN THE THOUGHT OF JOHN WESLEY

Abstract: John Wesley was an 18th-century Anglican clergyman best known for his outdoor

evangelism work. However, he transcended this type of activity and even acted as a public proto-theologian, discussing prison, abolitionist, labor and public health and labor issues, among many other topics. One of the themes that can be explored in Wesley is that of ecotheology. This paper therefore discusses this Anglican cler-gyman’s view of his threefold description of the creation, fall, and redemption of the environment. The methodology is exploratory and the texts are, a priori, derived from Wesley’s primary sources, in dialogue with scholars of his thought and history.

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Figura 1: Gráfico de taxas de desmatamento da Amazônia (1988-2016) 1 Fonte: www.obt.inpe.br/OBT/assuntos/programas/amazonia/prodes

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