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Caderno de Apoio ao Estudo: Análise e Adaptação de Atividades III

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Curso de Licenciatura em Terapia Ocupacional

Caderno de apoio ao estudo

Análise e Adaptação de Atividades III

2019-2020

Documento elaborado pela docente:

Mônica Braúna Alencar Leão da Costa

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An ál is e e Ad ap ta çã o de At ivi da de

III

MÔNICA BRAÚNA ALENCAR LEÃO DA COSTA

Professora Adjunta Convidada da Escola Superior de Saúde de Leiria

monica.leao@ipleiria.pt

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An ál is e e Ad ap ta çã o de At ivi da de III

Índice

INTRODUÇÃO 5

CAPÍTULO I- Atividade Humana 6 CAPÍTULO II- Níveis de Intervenção 10 CAPÍTULO III- Gerontopsicomotricidade 16

CAPÍTULO IV- Atuação do Terapeuta Ocupacional em idosos institucionalizados 20 CONSIDERAÇÕES FINAIS 24

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Índice de figuras

Figura 1. Análise sistematizada da atividade 8 Figura 2. Aplicabilidade da análise 9

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Introdução

Este material pedagógico descreve a análise e adaptação de atividades e relaciona-a com o raciocínio clínico e o processo de Terapia Ocupacional nas diferentes áreas e competências de desempenho, no contexto da função motora, cognitiva, psicossocial, em diferentes contextos de prática direcionando-o para a população idosa.

Esta Unidade Curricular tem como objetivos: analisar tarefas e ocupações relacionadas com as diferentes áreas de desempenho, em diferentes contextos de prática, tendo em conta as competências de desempenho e os fatores inerentes ao cliente, na população idosa; selecionar atividades e ocupações adaptadas e graduadas, relevantes e significativas que suportem os objetivos da intervenção, em diferentes áreas de desempenho e contextos de prática.

A sebenta encontra-se dividida em 4 capítulos: o Capítulo I descreve a complexidade da atividade humana, no Capítulo II, são identificados os níveis e tipologias de intervenção com a pessoa idosa. Já no Capítulo III é feita referência sobre as atividades de Psicomotricidade na pessoa idosa e, por fim, no Capítulo IV são descritas as ações do terapeuta ocupacional em idosos institucionalizados.

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Capítulo I

ATIVIDADE

HUMANA

A Terapia Ocupacional é uma ciência na qual se processam a análise e a aplicabilidade da atividade humana, com o objetivo de prevenção e/ou adaptação do homem nas relações consigo mesmo e com o mundo. É, portanto, um modo de tratar que envolve ativamente o sujeito em uma relação terapêutica do seu fazer (Pedral & Bastos, 2013).

Importa saber que o único profissional capaz de tratar com a aplicação da atividade terapêutica é o terapeuta ocupacional, visto que possui conhecimento científico para análise da atividade humana. Por isso, a intervenção do Terapia Ocupacional implica a utilização obrigatória de uma atividade que não só represente o discurso do sujeito, mas também a realização de uma ideia, por meio da conhecida tríade terapeuta versus atividade versus cliente. Portanto, é saber lidar com todas as possibilidades e diversidades da expressão humana associadas ao seu procedimento, a análise de atividades. Isto não só envolve os

materiais e as ferramentas utilizados, mas também o ambiente, as relações, as perceções as

habilidades, os sentimentos, as ações, ou seja, tudo aquilo que envolve o seu quotidiano entre a essência e a existência humana (Pedral & Bastos, 2013).

Uma análise de atividade faz mais do que expressar diferentes formas de ver o mundo, ela produz uma forma de ver. Alguns autores, inclusive, explicitam a intenção de que os modelos de análise por eles propostos se constituam em instrumentos de treinamento para que os terapeutas ocupacionais possam selecionar atividades mais apropriadas terapeuticamente (Trombly, Scott citado por Benetton, 1994, p.25). Em Terapia Ocupacional, a análise de atividade tem a função de construir a forma como o terapeuta ocupacional poderá perceber o fazer humano.

A atenção e o cuidado do terapeuta ocupacional com a forma como uma atividade é realizada, o olhar que dedica àquele que a realiza, pode colocar esta atividade e esta forma de fazer ao seu alcance: possibilita-lhe pensar os possíveis sentidos desta atividade para quem a realiza, porque ela é feita, como é feita, em que situação (Lima, 2004).

As atividades para a Terapia Ocupacional são identificadas de acordo com a função de suas metas e de processos básicos a que se destinam na relação com os aspetos sociais, de trabalho e atividades de vida diária. Assim, o instrumento de trabalho é a atividade humana nos seus diferentes aspetos, desde ações diárias de higiene e vestuário até práticas de lazer e trabalho (Pedral & Bastos, 2013). Por isso as atividades devem ser :

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• Adaptadas conforme seu propósito.

Esse procedimento, inerente à prática do terapeuta ocupacional representa a seleção da atividade com a finalidade de promover o desempenho de habilidades cognitivas, sensório-motoras e/ou psicossociais, o que permitirá o desenvolvimento do sentido de competência, de orientação à realidade, além do aumento da responsabilidade.

A análise de atividades é um processo lógico e simplificador, por meio do qual a atividade examinada de modo detalhado, em seus componentes específicos, para identificação e estabelecimento de características que respondam às demandas.

O uso terapêutico da ocupação e da atividade é considerado como um elemento único e central da prática profissional da Terapia Ocupacional, sendo importante compreender estes conceitos. Os termos ocupação e atividade estão presentes desde a origem da Terapia Ocupacional e são os conceitos primordiais, que promoveram o desenvolvimento da profissão

(Salles & Matsukura, 2016).

O termo ocupação está arquivado na literatura pelos fundadores da Terapia Ocupacional: o propósito da nova profissão era avançar na ocupação como uma medida terapêutica. A ocupação foi descrita como tão necessária para a vida como a comida ou a bebida. Considerava-se que mentes ou corpos doentes poderiam ser curados pela ocupação (Bauerschmidt & Nelson, 2011). Reed, Hocking e Smythe (2013) destacam que a ocupação não é algo que surge apenas do indivíduo, mas deve ser compreendida na totalidade complexa da pessoa em seu ambiente. Neste sentido, o significado da ocupação vai além de um significado individual.

Já o conceito de atividade criou raízes no processo histórico do desenvolvimento da profissão, sendo o constructo centralizador que alicerçou a teoria e a prática da profissão e apesar da plurivocidade dos termos, na Terapia Ocupacional, a partir de certo momento do desenvolvimento da profissão, o conceito de atividade se universalizou, abarcando questões

A análise de atividades é um procedimento próprio e exclusivo do terapeuta ocupacional, que avalia o movimento humano nas suas diversas maneiras de

expressão. Ainda analisa, os aspetos da vida quotidiana de uma pessoa e a complexidade das atividades e suas especificidades, tanto nos contextos de saúde, educação e pesquisa como nos aspetos de organização empresarial e social (Pedral

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relativas ao cotidiano [e às atividades recreativas, expressivas e produtivas]. A atividade passa a ser vista como elemento que promove o encontro e o diálogo entre o sujeito, seu grupo social, seu tempo histórico, sua tradição cultural (Lima, Okuma & Pastore, 2013).

Em suma, tanto o termo atividade como o termo ocupação se referem a um fazer que é capaz de influenciar os processos de saúde e doença, e o bem-estar do sujeito. Para se referir a um fazer significativo para o sujeito, que faça sentido em sua história pessoal e na sua vida, a literatura nacional utiliza o termo atividade e a literatura internacional utiliza o termo ocupação ((Salles & Matsukura, 2016).

A análise de atividades é resultante da identificação da história ocupacional do sujeito, do estudo das características da demanda, da análise sucinta o material a ser utilizado e de sua aplicabilidade. Esta análise é realizada com base no que pensa desenvolver. Por isso, é importante que o terapeuta ocupacional tenha vivenciado cada material e ferramenta em uso para que sua indicação esteja fundamentada quanto aos efeitos que a atividade poderá causar.

Thomas (2012), sistematizou a análise de atividades em sete passos (Figura 1):

Figura 1. Análise sistematizada da atividade. Fonte: Thomas, 2012.

A seleção de uma atividade terapêutica requer que o equilíbrio seja alcançado entre as necessidades e interesses do paciente, o repertório pessoal de habilidades possuído pelo terapeuta ocupacional e as exigências do modelo ou abordagem em que o terapeuta escolhe trabalhar e é preciso (Figura 2):

Identificação da Atividade Tempo e sequência da atividade Demandas sociais, objeto e espaço Funções corporais requeridas Estruturas corporais requeridas Ações requeridas / desempenho de habilidades Análise para intervenção

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Figura 2. Aplicabilidade da análise.

Mais ainda, a análise da atividade envolve fragmentar em componentes (tarefas) e sequências, observando seus componentes estáveis e situacionais, e avaliando seu potencial terapêutico devendo-se ter em consideração (Hagedorn, 2003):

✓ Performance necessária para alcançar a atividade ✓ Grau de complexidade da atividade

✓ Associações sociais e culturais positivas e negativas ✓ Se a atividade é estruturada ou não

✓ Definição das tarefas em que a atividade é composta

✓ Análise da sequência da performance das tarefas e suas características

✓ Definição de ferramentas, equipamentos, materiais e ambientes necessários para a realização da atividade

✓ Definição e consideração dos cuidados com segurança e fatores de risco

A Terapia ocupacional emprega uma variedade de técnicas para avaliar habilidades e défices, treinar habilidades e solucionar problemas nas áreas ocupacionais com o objetivo de compreender a natureza da ocupação, atividade ou tarefa e a natureza da participação e performance do indivíduo. Avaliar habilidade Ajustar às necessidades Solucionarum problema Fornecer experiência Dar oportunidades para escolha

Encorajar a interação

Promoverindependência Estimular interesse

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CAPÍTULO II

NÍVEIS DE INTERVENÇÃO

O raciocínio clínico tem sido descrito como um modo de pensar e tomar decisões dependentes do contexto na prática profissional de saúde (Arntzen, 2018). O processo de raciocínio clínico utiliza as três principais dimensões do conhecimento prático, a investigação cognitiva e reflexiva e a metacognição (Higgs, 2008).

Mattingly & Fleming (1994), através de sua investigação empírica do raciocínio clínico de profissionais de terapia ocupacional no início da década de 1990, fez uma contribuição teórica para uma compreensão mais ampla da natureza do raciocínio clínico. A primeira faixa é o raciocínio procedimental, que é baseado em teorias gerais, procedimentos e técnicas relacionadas ao diagnóstico do paciente, deficiências, desenvolvimento e assim por diante. em. A segunda faixa é o raciocínio interativo, em que o terapeuta se concentra no paciente como pessoa e em sua experiência vivida de doença. A terceira faixa é o raciocínio condicional, em que o terapeuta entende a pessoa, suas experiências e a condição médica em relação aos contextos social, temporal e material de sua vida cotidiana.

As abordagens atuais do raciocínio clínico na terapia ocupacional integram uma abordagem centrada na pessoa, capturando a perspetiva da primeira pessoa dentro de uma prática baseada em evidências, que é a política dominante para fornecer bons cuidados de saúde profissionais. Outra característica comum das descrições contemporâneas do raciocínio clínico na literatura de terapia ocupacional é que o foco é principalmente sobre o que o terapeuta ocupacional está raciocinando, ou seja, sua substância, e não sobre como o raciocínio surge na prática profissional em curso ( Robertson, 2012).

A epistemologia dominante subjacente aos atuais modos de raciocínio clínico usados pelos profissionais de terapia ocupacional é a teoria do processamento de informações (IPT) ( Carr & Shotwell, 2008 ). O IPT propõe que a informação seja processada e armazenada em três estágios - orientação, execução e controle - e que seja processada de maneira serial, descontínua, conforme se move de um estágio para o próximo ( Colombetti, 2013). No entanto, essa teoria é muito limitada.

Arntzen (2018), refere que um raciocínio clínico incorporado e intersubjetivo é adequado para explorar como os julgamentos profissionais são gerados a partir da interação recíproca (sensório-motora) contínua e terapeuta com o paciente e o entorno imediato. Tempos, espaços, corpos e coisas e como eles se constituíram mutuamente através da interação dos agentes são dimensões essenciais das práticas profissionais e da aprendizagem ( Kinsella, 2014).

A investigação da terapia ocupacional concentra-se no que é importante para o indivíduo em suas vidas quotidianas. Os significados podem ser explorados em um nível narrativo,

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biográfico por meio, por exemplo, da conversação, ou usando um instrumento padronizado para investigar a vida ocupacional dos pacientes, determinando quais atividades são importantes e significativas para eles e assim por diante. Ao passar da indagação sobre a experiência articulada das pessoas para investigar as mudanças corporais e a capacidade do paciente, muitas vezes capturadas através da observação da atividade, o foco tende a mudar de nível narrativo, biográfico para a conceituação do corpo (Arntzen & Elstad, 2013).

Os processos genéricos e centrais, competências e habilidades da terapia ocupacional associados com o conhecimento central referente a pessoa, suas ocupações e seu ambiente, fornecem o alicerce em que a terapia ocupacional constrói o serviço individualizado para cada indivíduo. O terapeuta e cliente trabalham com uma equipa para identificar as necessidades e descobrir meios para alcançar os objetivos estabelecidos. O termo intervenção é empregado para indicar essa forma amplamente baseada de fornecimento de serviços. É formada e influenciada pelas estruturas e abordagens teóricas (Hagedorn, 2003).

O plano de intervenção da terapia ocupacional com a pessoa idosa deve ter as seguintes características:

– Basear nos dados de avaliação do cliente. – Estabelecer objetivos claros e mensuráveis.

– Ser um trabalho em equipe, em conformidade com as intervenções dos demais profissionais, nas quais tanto o idoso, o cuidador e seus familiares devem participar.

– Estar programado em função das características da pessoa idosa. – Selecionar os métodos e as técnicas a utilizar.

– Determinar tanto a frequência quanto a duração do tratamento

Além de promover a interação dos idosos às suas capacidades e limitações, bem como ao processo de envelhecimento, além de procurar mantê-los independentes, ativos e participantes em seus ambientes familiar e comunitário, proporcionando mudanças de papéis nas relações sociais e um envelhecer com qualidade (Ribeiro, 2016).

Neste sentido os objetivos da terapia ocupacional na intervenção com a pessoa idosa, são:

• Buscar uma melhor qualidade de vida para o idoso

• Fazer com que a pessoa alcance o seu máximo grau de autonomia nas áreas de desempenho

A exploração do significado é uma parte essencial da formulação de metas e orienta a prática da terapia ocupacional (Arntzen, 2018).

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• Fazer com que a pessoa mantenha e/ou melhore o grau de independência funcional na realização de atividades da vida diária

• Organizar e adaptar o ambiente físico à pessoa idosa • Estimular as funções cognitivas e motrizes gerais

• Estimular as relações sociais, os gostos, as afeiçoes e os interesses

• Promover e manter a saúde e prevenir contra o aparecimento de limitações • Aumentar a auto-estima

• Ajudar a estruturar o seu tempo e a manter um equilíbrio ocupacional

Para uma intervenção adequada é necessário construir um perfil de forma a especificar os fatores específicos (Figura 3) das disfunções ocupacionais. Esses fatores devem ser vistos de forma dinâmica e a partir deles o terapeuta ocupacional visualiza a condição de agravo do cliente e busca promover os potenciais observados (Pedral & Bastos, 2013).

Figura 3. Fluxograma dos fatores específicos.

O que analisar???

• Aspetos afetivos ou psíquicos- refletem o comportamento e as relações do sujeito com o meio.

o Atitudes passivas ou agressivas o Reconhecimento do meio o Estabilidade emocional

o Estrutura psíquica (valores, formação pessoal) o Nível de tolerância

o Capacidade de iniciativa o Autocontrolo

o Controlo da frustração o Relação social

o Nível de comportamento ou adequação

• Área motora- a motricidade se define como a ciência que estuda o desenvolvimento muscular e sua função motora.

o Coordenação visuomotora o Coordenação motora grossa

Fatores específicos Afetivos e

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o Coordenação motora fina o Equilíbrio dinâmico e estático o Postura o Lateralidade o Ritmo o Mobilidade o Controle de movimento o Noção de direção o Consciência corporal

o Treino de próteses ou ortóteses

• Aspeto cognitivo- área fundamental ao processo terapêutico ocupacional na busca pela readaptação ou tomada de consciência do processo de aprendizagem.

o Habilidade organizacional o Raciocínio o Resolução de problemas o Planeamento o Atenção o Concentração o Seriação o Perceção

o Compreensão de ordem simples e complexa o Criatividade

o Memória

• Sensório percetivo- através dessas sensações o sujeito pode perceber o mundo que o cerca.

o Área dos sentidos o Interpretação sensorial o Diferenciação o Associação o Assimilação o Simbolização o Conceituação

• Área sociocultural- é a reciprocidade do sujeito com o seu contexto. o Integração com o meio

o Sentido de responsabilidade o Habilidades de comunicação o Juízo e valores

o Moral

• Lazer – Conhecimento fundamental para a identificação, aplicação e aproveitamento de várias esferas da vida.

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o Satisfação e sensação de bem-estar o Exploração da vivência social o Sentimento de satisfação e prazer

• Comunicação- área de interação e de troca afetiva e de criação e vínculos o Comunicação oral e escrita

o Linguagem corporal o Comunicação alternativa o Uso de simbologias

Para além dos fatores específicos importa saber quais os níveis de intervenção do terapeuta ocupacional (Papaléo Netto, 2009:

1. Individual

a. Treinamento, reeducação e estabelecimento de hábitos nas áreas de desempenho ocupacional.

b. Prescrição de ajudas técnicas e treinamento com elas.

c. Atividades terapêuticas significativas para o usuário, analisadas, selecionadas e adaptadas para recuperar, melhorar ou manter componentes sensoriais, neurológicos, cognitivos, neuromusculares.

d. Adaptação de tempo das sessões. e. Adaptação dos materiais e ferramentas.

2. Em grupo

a. Atividades terapêuticas significativas e adaptadas a todos os participantes. b. Programação das atividades de acordo com o número e as características dos

participantes: nível cognitivo, limitações no âmbito motor e sensorial, alterações comportamentais e relacionais.

c. Fazer com que as atividades favoreçam a participação e a interação de todos os membros do grupo.

3. Ambiental

a. Avaliação e adaptação do ambiente. b. Teleassistência.

c. Eliminação ou redução das barreiras arquitetónicas. d. Segurança no lar.

4. Familiar

a. Apresentar informação relacionada ao plano de intervenção aplicado a sua família.

b. Manter escuta ativa em torno dos comentários. c. Dar assessoria aos grupos de apoio.

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d. Dar recomendações quanto às atividades terapêuticas a serem realizadas com a família.

A atividade terapêutica como ferramenta de trabalho do terapeuta ocupacional vem desenvolvendo-se desde o início da profissão. Ao longo do tempo a evidência mostra que o uso das atividades pelo terapeuta ocupacional (respeitando a relação triádica) têm trazido benefícios para o bem-estar (físico, social ou psicológico) na melhoria/recuperação da função perdida nas áreas de desempenho ocupacional.

O uso da ocupação e da atividade como meio terapêutico

o Análise da atividade- O terapeuta ocupacional deve realizar uma análise detalhada buscando ver a sua conveniência de aplicação. Essa análise deve englobar as exigências da atividade e seus componentes do desempenho ocupacional, os materiais a utilizar, as indicações e contraindicações com relação às diversas patologias (disfunções)m as possibilidades de adaptação, o potencial terapêutico, duração da atividade (Ver Sebenta II- Guião do relatório de AAAIII).

o Seleção da atividade- uma mesma atividade, pode não ter o mesmo potencial reabilitador em todos os casos, por poder ser muito significativa para uma pessoa e não para outra. Assim, o terapeuta ocupacional, depois de efetuar uma avaliação e uma análise das diferentes atividades que possa aplicar, deve selecionar junto com a pessoa a atividade, procurando garantir que seja significativa considerando os seus interesses, gostos e preferências.

o Desenvolvimento da atividade- o terapeuta deve observar como a pessoa a desenvolve, buscando realizar as adaptações oportunas e assim alcançar os objetivos planeados.

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CAPÍTULO III

GERONTOPSICOMOTRICIDADE

A Gerontopsicomotricidade (GPM) é uma terapia não farmacológica e de mediação corporal que permite atenuar as alterações inevitáveis do assumindo-se como um método de reeducação das perturbações psicomotoras, cognitivas e emocionais, recorrendo a técnicas psicocorporais (Hilion, 2015) sendo, por isso, importante integrar os programas terapêuticos dirigidos a esta faixa etária (Nuñez e González, 2012).

Na GPM entende-se o corpo em movimento como uma forma de conexão com o mundo (Vásquez e Mila, 2014), valorizando-se a comunicação não verbal e o diálogo tónico-emocional, tendo precisamente como base a consciência corporal, obtida através das várias sensações e de movimentos que proporcionam sentimentos de bem-estar a nível corporal e que contribuem para a formação da identidade não só a este nível, mas também a nível psíquico.

O conceito de GPM envolve a dimensão biológica (respeita as alterações biológicas que acontecem no organismo durante o processo de envelhecimento), a psicológica (modificações na aprendizagem, atenção, memória e personalidade), a sociocultural (mudanças na estrutura social e alterações culturais) e a corporal (modificações na imagem corporal) (Branquinho, 2018). Com a técnica de psicomotricidade trabalham-se os âmbitos cognitivo, físico, motor e sensorial. Centra-se nos mecanismos percetivos vinculados ao movimento corporal, fundamentalmente quando há que reestruturar, manter, reorganizar o esquema corporal da pessoa idosa.

Na pessoa idosa o esquema corporal vai se deteriorando ao longo do tempo, algo inerente ao processo de envelhecimento normal, sendo alvo de intervenção quando essas alterações modificam a independência e autonomia do desempenho ocupacional. O idoso por meio de atividades psicomotoras, sente, percebe, elabora uma representação mental do significado de seu próprio corpo, estabelecendo laços com o terapeuta e o grupo. Em consequência do processo de envelhecimento, Aubert e Albaret (2001) referem que há vários declínios de um ponto de vista psicomotor. Esses declínios alteram o tónus, equilíbrio, esquema e imagem

corporal, noção de espaço, noção de tempo, coordenação e motricidade fina, sendo eles pintos

específicos e alvo da intervenção psicomotora (Juhel, 2010).

A psicomotricidade favorece a aprendizagem, quando reconhece que diferentes fatores de ordem física, psíquica e sociocultural atuam em conjunto para que se dê a aprendizagem. Trabalhando no ser humano cada uma das etapas que possibilita alcançar a consciência corporal, a consciência do mundo que o cerca, o relacionamento deste com o seu corpo e com

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o que está ao seu redor. Proporciona ao indivíduo a capacidade de ser, ter, aprender a fazer e a fazer, na medida em que se reconhece por inteiro, alcançando a organização e o equilíbrio das relações com os diferentes meios e a sua distinção, relacionando-se com o mundo de forma equilibrada (Vasconcelos, 2016; Alves, 2012).

O processo de aprendizagem no meio lúdico, através de atividades psicomotoras, para o público da terceira idade, envolve brincadeiras de entretenimentos onde inclui capacidade de criatividade, movimentação do corpo, atividades manuais, linguagem comparativa, contos, músicas, histórias, atividades culturais e principalmente o convívio com outras pessoas (Vasconcelos, 2016).

Examen Géronto-Psychomoteur (Exame Geronto Psicomotor- EGP)

A avaliação psicomotora, segundo Pitteri (2004), é a avaliação da competência psicomotora sobre uma perspetiva funcional, particularmente neuromotora, sensóriomotora, representação corporal e orientação espaçotemporal. Inclui ainda a avaliação Página 10 das características psicoafetivas através da atitude na relação, compromisso na ação, autoestima e através da expressão vivida num plano corporal, emocional e relacional.

O EGP é um instrumento que avalia as competências psicomotoras de sujeitos com 60 ou mais anos e pretende estabelecer um perfil/diagnóstico psicomotor do sujeito avaliado, ajudar no diagnóstico médico, orientar o projeto de intervenção individualizado e avaliar a eficácia dos projetos de intervenção (Michel, Soppelsa, & Albaret, 2011). Para ver o estudo de validação para a população portuguesa aceder:

É constituído por 17 itens que avaliam as seguintes dimensões: equilíbrio estático; equilíbrio dinâmico, mobilizações articulares, praxias, motricidade fina dos membros superiores e inferiores, conhecimento das partes do corpo, vigilância, perceções, memória verbal e memória percetiva, domínio espacial e temporal, comunicação verbal e não-verbal. O

A psicomotricidade para idosos, ou seja, a gerontopsicomotricidade tem como objetivo maior a manutenção das capacidades funcionais, melhorar e aprimorar o conhecimento de si e a eficácia das ações, sobretudo das atividades de vida diária. Visa, criar consciência de seu poder de sabedoria, valorizar suas capacidades e dar

realce às suas forças, incentivar o enfrentamento de certas limitações físicas e perdas, e estimular o autocuidado com o desenvolvimento de hábitos pessoais de

saúde. Essa intervenção certamente levará o idoso a questionar suas atitudes e, consequentemente, ter mais possibilidades em adaptar-se às mudanças que o

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protocolo de aplicação baseia-se numa metodologia de avaliação psicomotora e observação clínica, considerando valores quantitativos como qualitativos (Michel, Soppelsa, & Albaret, 2011).

O EGP aparenta ser um dos instrumentos que possibilita o desenvolvimento e planeamento de programas de intervenção junto da população idosa, já que produz uma avaliação completa do estado psicomotor do sujeito, e o contacto facilitado com outros profissionais intervenientes nestes programas, dado a necessidade do trabalho em equipa interdisciplinar. A intervenção psicomotora junto da pessoa idosa é, para além de potenciadora dos fatores psicomotores, sinónimo de aumento da autonomia, funcionalidade e bem-estar, assim a pessoa idosa sente-se novamente parte integrante da sociedade, onde as limitações são contornadas com recurso a técnicas de mediação corporal para revitalizar o corpo, a mente e o espírito do idoso (Juhel, 2010).

O corpo como ferramenta

O instrumento de trabalho é o corpo em movimento, o do terapeuta e o do indivíduo, como meio de relação consigo próprio, com o outro e com o espaço envolvente (o espaço, o tempo e os objetos). O ambiente lúdico constitui outro aspeto fundamental ao nível da Psicomotricidade, dadas as suas características (ativo, dinâmico, significativo, motivante, construtor, etc.) constitui um facilitador da vivência corporal, da relação, da comunicação e da aprendizagem (Pinto, 2014).

A Gerontopsicomotricidade relaciona a importância do corpo em movimento num papel de mediadores da intervenção, com recurso a técnicas de estimulação sensorial e de relaxação, ao toque terapêutico, à expressão artística e emocional, e às dinâmicas de grupo, permitindo desenvolver as estruturas gnoso-práxicas e o envelope corporal, que constituem os fundamentos da identidade e reconstrução do ego da pessoa idosa (Fernandes, 2014).

As práticas psicomotoras podem ser aplicadas em diferentes contextos, sendo os 3 principais, o contexto preventivo, educativo e reeducativo/terapêutico. O contexto preventivo consiste na promoção e estimulação do desenvolvimento, enquanto que no contexto educativo estimula-se o desenvolvimento psicomotor e o potencial de aprendizagem. Já no contexto terapêutico, a psicomotricidade intervém nos problemas de desenvolvimento e de aprendizagem, bem como nos problemas de comportamento e patologias de ordem psíquica, que ponham em causa a qualidade de vida do utente (Martins, 2015).

Neste sentido, gerontopsicomotricidade está associada ao objetivo global da intervenção, que envolve, num contexto reeducativo, a melhoria do equilíbrio, da regulação do movimento, da memória e outras capacidades cognitivas e num contexto terapêutico, a aquisição de processos que permitam ao idoso (re)narcisar o seu corpo, possibilitando um

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desenvolvimento de uma nova identificação especular (Silva, 2019). Centra-se num objetivo específico desta intervenção, que tem como propósito aprimorar o corpo envelhecido, de forma a ajudar a pessoa idosa a adquirir novas perceções e representações do seu corpo real e imaginário. Desta forma o idoso vivencia e ressente a sua unidade corporal, o seu envelope corporal, o seu continente psíquico, e consequentemente (re)valoriza a sua imagem corporal. A estratégia inerente à consecução deste objetivo passa por não considerarmos o corpo do sujeito como meio privilegiado de intervenção, mas, e fundamentalmente, considerarmos que existe um sujeito que possui um corpo em relação.

O terapeuta ocupacional utiliza estratégias de intervenção com base nos fundamentos da psicomotricidade, com atividades cognitivas e exercícios, para que os idosos possam melhorar a capacidade funcional, que representa a independência de o indivíduo viver, realizar suas atividades físicas e mentais necessárias para manutenção de suas atividades básicas e instrumentais, ou seja, sua independência para o autocuidado.

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CAPÍTULO IV

ATUAÇÃO DO TERAPEUTA OCUPACIONAL COM IDOSOS

INSTITUCIONALIZADOS

O processo de envelhecimento acarreta diversas mudanças físicas e psicossociais na vida de um indivíduo e na sua dinâmica familiar, algumas pessoas diante do desconhecido, optam pelo processo de institucionalização. O contexto familiar representa um elemento fundamental para o bem-estar dos idosos, oferecendo apoio e intimidade para as diferentes situações relacionadas à família e ao idoso, mesmo com as transformações que a família contemporânea vem sofrendo, com relação ao surgimento de novos papéis, longevidade da população idosa e a convivência intergeracional, encontrando-se, muitas vezes, até quatro gerações em uma mesma residência (Araújo, 2016). Esse cenário familiar demonstrou que, apesar das mudanças frente a diversas condições, o âmbito familiar continua sendo um local de extrema importância para nutrir afetos e proteção aos idosos.

O corpo idoso já não possui a beleza esteticamente padronizada do corpo jovem, mas tem a vivência madura das emoções. Por isto, a época da velhice deve ser um tempo de maturidade e de participação. Caso isto não ocorra, o idoso tende a não aceitar desafios, a não oferecer reações, acarretando fatalmente a diminuição de sua capacidade de aprendizado, como também a redução da oportunidade de mudanças comportamentais e a aquisição de atitudes mais condizentes com o meio sociocultural (Simões, de Moura & Moreira, 2018).

Muitos idosos, quando chegam às instituições asilares, possuem uma conceção de si mesmo que foi construída através de papéis sociais estáveis vivenciados anteriormente. Porém, ao adentrar nesta nova realidade, são despidos da proteção dada por tais papéis. Este processo desencadeia uma série de mudanças da conceção que o indivíduo nutre a seu respeito e a respeito de todos aqueles que são significativos para ele (Simões, de Moura & Moreira, 2018). Essas instituições para idosos, em determinadas situações manifestam uma conotação negativa para algumas pessoas. No entanto, algumas famílias compreendem-na como uma alternativa de cuidado adequado ao idoso em processo de adoecimento (Oliveira, & Rozendo, 2014).

Considera -se estrutura residencial para pessoas idosas (ERPI), o estabelecimento para alojamento coletivo, de utilização temporária ou permanente, em que sejam desenvolvidas atividades de apoio social e prestados cuidados de enfermagem

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1 — A estrutura residencial destina -se à habitação de pessoas com 65 ou mais anos que, por razões familiares, dependência, isolamento, solidão ou insegurança, não podem permanecer na sua residência.

2 — A estrutura residencial pode, também, destinar -se a pessoas adultas de idade inferior a 65 anos, em situações de exceção devidamente justificadas.

3 — A estrutura residencial destina -se, ainda, a proporcionar alojamento em situações pontuais, decorrentes da ausência, impedimento ou necessidade de descanso do cuidador.

Constituem objetivos da estrutura residencial, designadamente, os seguintes:

a) Proporcionar serviços permanentes e adequados à problemática biopsicossocial das pessoas idosas;

b) Contribuir para a estimulação de um processo de envelhecimento ativo; c) Criar condições que permitam preservar e incentivar a relação intrafamiliar; d) Potenciar a integração social.

A estrutura residencial presta um conjunto de atividades e serviços, designadamente:

a) Alimentação adequada às necessidades dos residentes, respeitando as prescrições médicas;

b) Cuidados de higiene pessoal; c) Tratamento de roupa;

d) Higiene dos espaços;

e) Atividades de animação sociocultural, lúdico- -recreativas e ocupacionais que visem contribuir para um clima de relacionamento saudável entre os residentes e para a estimulação e manutenção das suas capacidades físicas e psíquicas;

f) Apoio no desempenho das atividades da vida diária;

g) Cuidados de enfermagem, bem como o acesso a cuidados de saúde; h) Administração de fármacos, quando prescritos.

Uma ERPI deve dispor de pessoal que assegure a prestação dos serviços 24 horas por dia, possuir em seu quadro diversos profissionais para atender aos pacientes. No entanto, o número de profissionais muitas vezes é insuficiente para os cuidados, o que, em consequência, pode produzir sobrecarga de trabalho aos profissionais que ali exercem suas especialidades (Barbosa, Spyrides, & Andrade, 2014).

Dentre os profissionais atuantes em ERPI, podemos citar o terapeuta ocupacional. Segundo Silva (2009), o terapeuta ocupacional pode contribuir na manutenção e preservação da capacidade funcional e de produtividade de um idoso institucionalizado, sendo que, quando o número de profissionais que atuam nessa ênfase é restrito, pode ser visualizado um maior comprometimento da dependência física do idoso.

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Nos diferentes cenários de prática, o terapeuta ocupacional atua como um dos integrantes da equipe de cuidados à saúde do idoso, com o objetivo de habilitar o cliente para o engajamento em ocupações (Pontes & Polatajko, 2016), o maior tempo possível.

Com o aumento do envelhecimento acresce o número de doenças crónicas não transmissíveis e pode afetar de forma direta o desempenho ocupacional nas atividades da vida diária, isso faz com que os idosos estejam sujeitos a necessitar de mais cuidados a tempo integral. Para isso, é preciso que o terapeuta ocupacional tenha também uma rotina estruturada no âmbito da sua atuação profissional numa ERPI. As avaliações sustentam e delineiam a prática (intervenção) do terapeuta ocupacional. Esta intervenção tem um significado muito amplo, uma vez que as intervenções podem ser individual e centrada na pessoa, ou por vezes em grupo (Bernardo, de Paula, Pereira, de Barros,... & Raymundo, 2018).

A atuação do terapeuta ocupacional numa ERPI envolve a unidade de cuidado: o idoso, a família/cuidador promovendo qualidade de vida, manutenção da capacidade funcional, construção e continuidade de projetos de vida, preservação das relações afetivas, sociais e ocupacionais.

Na intervenção individual centrada na pessoa, o cliente participa ativamente da negociação de metas, e as metas ocupacionais do cliente são priorizadas e colocadas no centro da avaliação, intervenção e resultados. Existem inúmeras evidências na literatura com resultados significativamente positivos apoiando essas abordagens. Essas abordagens baseiam-se nas premissas de que as metas e objetivos das intervenções devem ser focados na ocupação e atividades significativas para o cliente e refletem os valores centrais da terapia ocupacional: uma perspetiva centrada no profissional que respeita as escolhas, objetivos e valores do cliente, promovendo e apoiando engajamento em atividades significativas (Pontes & Polatajko, 2016).

Os grupos possibilitam trocas sociais, por meio da construção de um espaço de escuta, em que os idosos podem compartilhar experiências e atribuir sentidos ao processo de envelhecimento, ressignificando-o (Perez & Almeida, 2010). Além disso, as atividades em grupo favorecem a participação social do idoso, assim como estimula o desempenho de novas habilidades (Assis, Barreto, & Assis, 2017).

Nas ações desenvolvidas pelo terapeuta ocupacional junto aos idosos

institucionalizados, a literatura internacional elenca o treino de ocupações, orientações para simplificação de tarefas, modificações no ambiente físico, reabilitação cognitiva e

outras estratégias que poderão contribuir para o aumento prolongado das suas competências, preservando ao máximo a sua funcionalidade (Padilla, 2011).

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O processo terapêutico ocupacional envolve diversos procedimentos, tais como: • Avaliação;

• Atividades expressivas e artesanais; • Atividades recreativas;

• Estimulação sensorial • Atividades socioculturais;

• Atividades de Estimulação cognitiva; • Modificação ambiental;

• Prescrição de produtos de apoio; • Treino de AVD;

• Ações de humanização e ambientação;

Mello (2007) refere que a atuação do terapeuta ocupacional nas ERPI visa a verificar a dependência funcional do idoso, a fim de promover e restaurar as habilidades residuais e funcionais em trabalho com a equipa, planear atividades em grupo, promover adaptações ambientais, orientação a familiares e á equipa.

As ações realizadas pelo terapeuta ocupacional estão relacionadas a estratégias de promoção, prevenção, manutenção e/ou reabilitação com objetivos de estimular funções cognitivas (memória. Atenção. Concentração, linguagem, orientação espacial e temporal), sensoriais e motoras no âmbito do desempenho ocupacional da pessoa idosa (COFFITO, 2016).

A Terapia Ocupacional tem como característica central o reconhecimento da natureza ocupacional do ser humano e o cerne de sua profissão é a busca pelo envolvimento em

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este material pedagógico foi desenvolvido de forma a complementar as aulas teórico práticas da UC de Análise e Adaptação de Atividades III e dar suporte informativo para o trabalho autónomo dos estudantes de Licenciatura em Terapia Ocupacional. Ressalva-se ainda a importância da análise da atividade como ferramenta inerente à prática do Terapeuta Ocupacional. A Sebenta II- Guião Relatório da Análise da Atividade reporta a análise da atividade no sentido prático com exemplos de casos clínicos.

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Figura 1. Análise sistematizada da atividade. Fonte: Thomas, 2012.
Figura 2. Aplicabilidade da análise.

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