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Saneamento Ambiental: Os desafios da estação de tratamento de esgoto do DAIA em Anápolis (GO) / Environmental Sanitation: The challenges of the DAIA sewage treatment plant in Anápolis (GO)

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p. 42426-42436, jul. 2020. ISSN 2525-8761

Saneamento Ambiental: Os desafios da estação de tratamento de esgoto do

DAIA em Anápolis (GO)

Environmental Sanitation: The challenges of the DAIA sewage treatment plant

in Anápolis (GO)

DOI:10.34117/bjdv6n7-018

Recebimento dos originais: 03/06/2020 Aceitação para publicação: 01/07/2020

Carlos Eduardo Fernandes caduengcivil@hotmail.com

Elson Barbosa Neto elson_b2@hotmail.com Vinícius Cassiano de Oliveira viniciuscassiano.oliveira@outlook.com Laila Isa Faustino de Araújo Fernandes

proflailafernandes@gmail.com RESUMO

O processo de industrialização gera resíduos sólidos, líquidos e gasosos. Os resíduos líquidos apresentam altos graus de nocividade ao ambiente por serem de difícil controle, e pelas possibilidades de contaminação de águas fluviais e lençóis freáticos. Dessa forma a importância de se analisar como um Distrito Industrial pode trabalhar aliando crescimento econômico e preservação da natureza e quais as mudanças necessárias para causar o mínimo de danos ao ambiente. A metodologia foi baseada na análise dos parâmetros utilizados no projeto inicial da Estação de Tratamento e nos relatórios que foram feitos a cada incidente na Estação de Tratamento. As conclusões apontam para dois aspectos principais como causadores dos problemas ambientais: a alta demanda de efluentes para o porte da Estação e a falta de pré-tratamento dos resíduos nas indústrias geradoras.

Palavras-chaves: ETE, indústria, efluentes, danos ambientais. ABSTRACT

The industrialization process generates solid, liquid and gaseous waste. Liquid residues present high degrees of harmfulness to the environment, as they are difficult to control, and because of the possibilities of contamination of river waters and groundwater. Thus, the importance of analyzing how an Industrial District can work combining economic growth and nature preservation and what changes are necessary to cause the least damage to the environment. The methodology was based on the analysis of the parameters used in the initial design of the Treatment Station and the reports that were made for each incident at the Treatment Station. The conclusions point to two main aspects that cause environmental problems: the high demand for effluents for the size of the Station and the lack of pre-treatment of waste in the generating industries.

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p. 42426-42436, jul. 2020. ISSN 2525-8761 1 INTRODUÇÃO

A cidade de Anápolis localiza-se a 53 km da capital do Estado de Goiás e tem um dos maiores entroncamentos rodoviários do país, visto que se localiza a pouco mais de 130 km da capital federal. A economia da cidade e os empregos diretos e indiretos, em sua maioria estão ancorados na produção farmacêutica, indústria de transformação, comércio atacadista, indústria automobilística e processos aduaneiros.

O potencial econômico e industrial do município tem reflexos em toda cidade, mas suas atividades principais se concentram no Distrito Agroindustrial de Anápolis, criado em 08 de setembro de 1976 com o objetivo de agregar valor à produção local, e garantir investimentos externos em uma cidade de posição estratégica, clima e relevo relativamente favoráveis. O DAIA acolhe atualmente 151 empresas dos mais variados ramos. Desde fábricas de adubo orgânico, passando por indústrias farmacêuticas e de peças automotivas, até indústrias de pré-moldados e produtos químicos. Toda essa diversidade produz os mais variados tipos de resíduos, e a sua destinação adequada é fundamental para manter o equilíbrio ambiental e favorecer o desenvolvimento econômico dessas empresas de forma consciente e sustentável. Hoje esse desenvolvimento está diretamente ligado à preservação da natureza. Levando isso em conta, a CODEGO (Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás) (antiga Goiásindustrial) implantou dentro do Distrito Agroindustrial uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), voltada ao tratamento dos efluentes industriais provenientes dos processos das indústrias.

A questão principal está no fato de que essa Estação de Tratamento nos moldes atuais foi implantada em 2003 quando o DAIA contava com 78 indústrias (atualmente são 151). E apesar de ter sido planejada para possíveis ampliações, isto não ocorreu, o que acaba forçando o sistema com o grande volume de efluentes e ocasionando vazamentos recorrentes.

Nossas referências estarão embasadas nos documentos disponíveis na plataforma virtual da CODEGO, nos documentos físicos da ETE e em obras como Tratamento de Efluentes Industriais (Luiz Alberto César Teixeira) e Manual de Tratamento de Efluentes Industriais (José Eduardo Cavalcanti).

O objetivo dessa pesquisa foi identificar quais falhas humanas e/ou mecânicas podem ocasionar os constantes problemas de vazamentos na Estação de Tratamento de Esgoto do DAIA e elucidar de que forma funciona a estação, qual a origem desses problemas e quais soluções possíveis. Além disso, em determinadas épocas do ano um odor toma conta da parte sul da cidade, e ao que tudo indica tem sua origem também no distrito industrial.

Apesar da ETE ter sido planejada para possíveis ampliações, isto não ocorreu, o que acaba forçando o sistema com o grande volume de efluentes e ocasionando vazamentos recorrentes. Além

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p. 42426-42436, jul. 2020. ISSN 2525-8761 disso, consta do projeto inicial da ETE que os resíduos deveriam ser pré-tratados na própria indústria. Mas isso quase nunca ocorre, ora por falta de investimento, ora por burocracia que impede o licenciamento ambiental adequado, ora por ignorância dos empresários, que geralmente não tem acesso à informação.

Quando uma empresa se instala, geralmente a preocupação está em liberar de forma célere a documentação para que se iniciem as atividades, daí a falta de preocupação nos projetos das empresas em já incluírem em suas estruturas físicas algum tipo de estação de tratamento para seus resíduos. Isso ocorre não só por não haver fiscalização, como também pelo fato de que esse pré-tratamento não é obrigatório e tampouco incentivado pela própria administradora do distrito.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O efluente industrial é o líquido que tem origem no processo industrial, desde o meio produtivo até limpeza e manutenção de máquinas, equipamentos, dependências, etc. As características físicas, químicas ou biológicas variam de acordo com o tipo da indústria, matéria prima utilizada, processo produtivo envolvido e armazenamento do resíduo líquido. O efluente pode ser completamente solúvel ou conter fragmentos sólidos em suspensão que podem ou não ter coloração, serem orgânicos ou inorgânicos e ter variações de temperatura.

A destinação adequada desses efluentes industriais com alto potencial de poluição é prevista por lei por seu grau de nocividade. O tratamento de efluentes se insere como necessidade inerente, e nada mais é que a mescla de processos químicos, físicos e biológicos eliminando os elementos contaminantes contidos nos efluentes, que após serem tratados, podem retornar à natureza ou serem reutilizados em diferentes processos.

Os resíduos sólidos (lodo), quando provenientes de processos biológicos livres de contaminantes, podem servir como matéria-prima para a compostagem. Ressaltamos que há um tratamento indicado para cada tipo de efluente, levando em consideração a carga poluidora e as características do resíduo, para só então destiná-lo para o processo mais adequado. Em se tratando de efluentes industriais, por exemplo, não podemos nos esquecer que diferentes ramos de indústrias geram efluentes com diferentes composições, além de diferentes volumes. A necessidade de caracterização e análise dos efluentes só evidencia ainda mais importância de se contar com especialistas.

Analisar a implantação dessa ETE e seus parâmetros de funcionamento, pode trazer à luz algumas falhas que ocasionam problemas de extravasamento de efluentes e consequente contaminação de córregos e ribeirões. Os vazamentos causam a mortandade dos peixes, contaminam a água e ainda espalham mau cheiro pela região. O impacto ambiental é enorme e dificilmente

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p. 42426-42436, jul. 2020. ISSN 2525-8761 reversível. O que se sabe é que com manutenção e operação adequada, e capacitação do recurso humano, esse tipo de acidente pode ser evitado, favorecendo uma relação favorável entre a industrialização e a preservação da natureza.

Ao selecionar a Estação de Tratamento de Esgoto DAIA para estudo de caso, a meta foi avaliar de que forma a industrialização impacta direta e indiretamente o ambiente à sua volta. Sem aprofundamento em termos biológicos ou químicos, o foco foi analisar de forma diagnóstica quais falhas (pessoais e mecânicas) podem ocasionar vazamentos na ETE.

Para entender como é feito todo esse processo o embasamento se dá principalmente nas notas de aula do professor da PUC Rio, Luiz Alberto César Teixeira, que traz uma gama de informações que facilitam o entendimento do processo até mesmo para quem não tem contato com esse tipo de ambientação. O professor traz esquemas sobre o processo de tratamento, a importância do tratamento prévio, a citação de órgãos reguladores, dentre outras informações.

Também foi utilizada como referencial teórico o Manual de Tratamento de Efluentes Industriais, de José Eduardo Cavalcanti, uma das poucas produções que tratam diretamente este tema. O livro proporciona muitas informações acerca das potencialidades e limitações dos vários processos e operações unitárias utilizadas nos diferentes modos de dispersão do efluente industrial. Além disso, orienta na elaboração de estudos e projetos visando a aquisição, implantação, reabilitação e operação de sistemas de tratamento.

2.1 SISTEMAS DE TRATAMENTO DE EFLUENTES LÍQUIDOS

O não tratamento dos efluentes ou a escolha de opção não adequada para o encaminhamento desses materiais acarreta em danos sérios para o meio e em riscos à saúde humana. O descarte dos resíduos não tratados no meio pode chegar a alterar as características do solo e da água, causando o desequilíbrio dos ecossistemas envolvidos por meio de processos de poluição e contaminação de alto impacto.

Quando o acúmulo de efluentes despejados ocorre nos corpos d’água, há a redução do oxigênio e a consequente morte dos peixes, além da inutilização do recurso para banho e atividades recreativas: este fenômeno, denominado eutrofização, se deve ao excesso de nutrientes na massa de água, o que provoca um aumento irregular de algas. Com isso, há também o aumento dos consumidores primários e de outros seres que compõem a teia alimentar do ecossistema aquático, desequilibrando-o e ocasionando a referida diminuição do oxigênio local.

Embora a problemática possa ocorrer de forma natural, a ação do homem - com o despejo inadequado de poluentes em rios e lagos - é uma de suas principais causadoras. Neste caso, o fenômeno é denominado “eutrofização cultural”, ou seja, desencadeado por intervenção humana.

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p. 42426-42436, jul. 2020. ISSN 2525-8761 Vale lembrar que, no solo, a penetração deste volume de resíduos se torna extremamente nociva para a composição química da água, chegando inclusive a atingir e contaminar os lençóis freáticos. A proliferação de inúmeras doenças é, ainda, outro efeito devastador do despejo inconsequente de efluentes no meio.

Toda esta problemática também se reflete no aumento da demanda pelos serviços de saúde, em danos para a agricultura - visto que a atividade demanda a captação e o consumo de um grande volume de água, muitas vezes advinda de rios e poços - e na alta dos custos dos sistemas de tratamento de água para abastecimento. O quadro se agrava ainda mais quando contabilizamos a quantidade de indústrias localizadas no perímetro urbano: nessas regiões, há alta concentração populacional, o que só aumenta os riscos à saúde, o comprometimento da prática agrícola e a ameaça à flora e à fauna locais.

Os sistemas de tratamento são constituídos de etapas (operações unitárias), que objetivam a remoção dos poluentes. Para a remoção dos sólidos grosseiros utilizamos as grades, peneiras, sedimentadores e flotadores. Os sólidos coloidais e dissolvidos são removidos utilizando-se os tratamentos físico-químicos. Os processos biológicos são utilizados para a remoção de matéria orgânica dissolvida ou coloidal.

2.1.1 Níveis de tratamento

A seguir são descritos os níveis de tratamento (preliminar, primário, secundário e terciário) e suas aplicações (GIORDANO, 1999).

Preliminar - destina-se à remoção de sólidos sedimentáveis grosseiros (areia, terra diatomácea, carvão, pó de pedra e similares), em caixas de areia; sólidos com diâmetros superiores a 1 mm (penas, plásticos, fios e similares), são removidos em peneiras; sólidos com diâmetros superiores a 10 mm podem ser removidos em grades. O nível preliminar compreende também a remoção por diferença de densidade dos óleos e graxas livres em separadores (SA0) de água e óleo (caixas separadoras tipo API, TPI).

Primário - destina-se à remoção de sólidos por sedimentação ou flotação (utilizando-se sedimentadores ou flotadores), ou pela associação de coagulação e floculação química (clarificação fisico-química para a remoção de matéria orgânica coloidal ou óleos e gorduras emulsionados). Nesta etapa são removidos normalmente componentes tóxicos (excesso de detergentes, corantes, amidas, etc), matéria orgânica, gorduras e metais pesados (dissolvidos).

Secundário - destina-se à remoção de matéria orgânica biodegradável dissolvida ou coloidal. Nesta etapa podem ser também removidos os nutrientes: nitrogênio e/ou fósforo.

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p. 42426-42436, jul. 2020. ISSN 2525-8761 Terciário - destina-se à melhoria da qualidade dos efluentes tratados pelas remoções de cor residual; turbidez (remoção de colóides, metais pesados, nitrogênio, fósforo, compostos orgânicos refratários aos níveis de tratamento anteriores); e desinfecção do efluente tratado.

2.1.2 Processos de tratamento

A tabela 1, apresenta os principais contaminantes de tratamento. Tais contaminantes, atendem aos requisitos para uma estação de tratamento em zona industrial.

Tabela 1 – Contaminantes e Operação de Tratamento

CONTAMINANTES OPERAÇÃO OU TRATAMENTO Sólidos Suspensos - Gradeamento - Remoção de areia - Sedimentação - Filtração - Adição de Polímeros químicos - Coagulação/ Sedimentação - Sistemas Naturais Orgânicos Biodegradáveis - Lodos ativados - Reatores de filme fixo:

filtros biológicos e contactadores biológicos

rotativos. Orgânicos voláteis - Striping

- Tratamento de gás pós striping

- Absorção por carvão

Patogênicos - Cloração - Cloreto de Bromo - Ozonação - Radiação UV - Sistemas Naturais Nutrientes (Nitrogênio) - Nitrificação e desnitrificação com culturas em suspensão ou filme fixo - Stipping de amônia - Troca iônica - Cloração - Sistemas Naturais Fósforo

- Adição de sais metálicos - Coagulação/ Sedimentação com cal

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p. 42426-42436, jul. 2020. ISSN 2525-8761 - Remoção

química-biológica - Sistemas Naturais Nitrogênio e Fósforo - Remoção de nutrientes

biológica Orgânicos

refratários

- Absorção por carvão - Ozonação - Sistemas maturais Metais Pesados - Precipitação Química

- Troca iônica Sólidos dissolvidos orgânicos - Troca Iônica - Osmose reversa - Eletrodiálise

Fonte: Disponível em: http://www.cimm.com.br/portal/material_didatico/3669-efluentes-industriais#.VXtWnPlViko Acesso em: 20 de fev. de 2020.

3 METODOLOGIA

A metodologia utilizada uniu as reportagens veiculadas sobre os vazamentos que ocorreram na Estação de Tratamento nos últimos cinco anos. A maioria denuncia o descaso com o dano ambiental e a intervenção do Ministério Público para denunciar os crimes ambientais. Um ponto interessante é que grande parte das reportagens indica que os vazamentos no DAIA foram descobertos depois de reclamações de moradores da cidade sobre o odor que vinha da região, o que indica que não há fiscalização de nenhuma espécie por nenhum órgão.

Alguns dados teóricos colhidos nos livros citados na bibliografia também foram utilizados, assim como o documento/projeto da Estação de Tratamento executado em 2003, que contém a caracterização dos efluentes, estudo do grau de tratamento da estação de tratamento de efluentes, informações sobre manancial receptor dos efluentes tratados e dados considerados para a elaboração do projeto. Foram utilizados os relatórios da CODEGO que regulamenta os serviços de água e esgoto e os dados colhidos presencialmente na Estação. Foram selecionadas também como ponto para análise, indústrias de três ramos diferentes (farmacêutico, montadora de automóveis e processamento de soja). Alguns dados foram coletados sobre o pré-tratamento e a maneira com que essas indústrias lidam com sua produção/destinação de resíduos.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Em uma ótica geral, podemos observar que a demanda recebida diariamente pela estação de tratamento é maior que sua capacidade. Além disso, são poucos os empresários preocupados em pré-tratar seus efluentes, dispensando na ETE os mais diversos resíduos. Além disso, o pré-tratamento garantiria que a água pudesse ser reutilizada dentro da própria empresa, trazendo uma estratégia economicamente viável.

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p. 42426-42436, jul. 2020. ISSN 2525-8761 A CAOA Hyundai Anápolis tem área de 1 milhão e meio de m² sendo 178 mil m² de área construída. Investimento de capital 100% nacional, produz 86 mil veículos/ano em média. O processo de solda é automatizado (3200 pontos de solda no ix 35). O processo de pintura de carroceria e peças plásticas é completamente automatizado garantindo economia e segurança ambiental e robôs alemães são utilizados na pintura garantindo uniformidade, economia de água e matéria prima.

A usina de biodiesel da Granol Anápolis vendeu 38 milhões de litros à Petrobrás, que junto com as vendas da unidade de Cachoeira do Sul, no Rio Grande do Sul, destacaram a Granol, mais uma vez, como a maior fabricante de biodiesel do Brasil. Em março a Granol irá comemorar a marca de um bilhão de litros de biodiesel entregues à Petrobras.

Em 2007 a Granol fechou uma parceria com a Secretaria da Educação de Anápolis-GO, para promover um trabalho educativo em 57 escolas públicas, esclarecendo aos estudantes os danos que o Óleo de Fritura Usado pode causar à natureza. Esses jovens têm se mostrado importantes multiplicadores de uma consciência ecologicamente correta. E para tornar o tema mais atrativo para as crianças e adolescentes, foi distribuído um gibi que conta a história do herói-mascote “Super granolzinho”, nessa batalha pelo meio ambiente.

O Selo Combustível Social é concedido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário aos produtores de biodiesel que promovem a inclusão social e o desenvolvimento regional por meio da geração de empregos e renda para os agricultores familiares enquadrados nos critérios do PRONAF (Programa Nacional de fortalecimento da Agricultura Familiar). A empresa deve originar um percentual mínimo - que varia em função da região e da oleaginosa - de matéria-prima para a produção de biodiesel, através da compra da produção agrícola dessas famílias.

O laboratório Geolab Anápolis, desde o início de suas atividades, possui programas de reciclagem do lixo e de tratamento de efluentes. Além de acondicionar corretamente os materiais não recicláveis, a Geolab também tem uma preocupação especial com o manejo desses resíduos. A fim de contribuir ainda mais para com o meio ambiente, a Geolab iniciou mais um projeto de preservação e manutenção da fauna e flora do cerrado na área de reserva ambiental, localizada ao lado da empresa. O objetivo é recuperar uma área de transição do cerrado e a mata ciliar do fundo de vale. Ao todo são 120.000 m², que correspondem a 12 hectares. Até o momento, mais de 7.000 mudas de espécies do cerrado já foram plantadas na área.

A Geolab, preocupada com o bem-estar e com a qualidade de vida de cada indivíduo e sabendo da importância da preservação do meio ambiente e da necessidade de conscientização de todos, visa desenvolver suas atividades em harmonia com o meio ambiente. Para isto implantou o Sistema de Gestão Ambiental, que possui uma equipe responsável por todas as ações que envolvem a sustentabilidade:

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p. 42426-42436, jul. 2020. ISSN 2525-8761  Divulgar a política ambiental da empresa a todos os colaboradores, fornecedores,

consumidores e público em geral;

 Evitar ao máximo a geração de resíduos de qualquer natureza e, quando gerados, serem destinados de forma adequada e segura;

 Reduzir o uso e o consumo de recursos naturais visando a manutenção e melhoria do ambiente;

 Avaliar o desempenho ambiental da empresa através do estabelecimento de indicadores ambientais;

 Realizar revisões periódicas do sistema de gestão ambiental visando sua melhoria contínua;  Atuar em conformidade com a legislação ambiental, com suas normas e diretrizes.

De maneira geral, observa-se que a CAOA tem uma política de poluente zero de vanguarda no Distrito Agroindustrial de Anápolis. Não só por ser uma empresa multinacional, mas também por sua importância no desenvolvimento econômico da região, fica claro o comprometimento da empresa com a manutenção do equilíbrio ambiental da região.

A Granol também desenvolve um processo de controle e gestão dos resíduos, e ainda divulga informações sobre o descarte do óleo de fritura usado. Acredito que esse seja um grande trunfo da empresa, porque o descarte inadequado do OFU nas residências causa também sérios impactos ambientais.

A Geolab também extrapola os muros da fábrica, e leva o conceito de sustentabilidade aliada ao desenvolvimento para a região em que a empresa está instalada. A implantação do Sistema de Gestão Ambiental demonstra a preocupação dos empresários (anapolinos) com a preservação do ambiente destinando corretamente seus resíduos. Além disso, há o projeto de preservação da fauna e flora em torno das instalações da empresa.

As instalações de tratamento de esgoto sanitários podem gerar odores em função dos processos adotados e das condições operacionais empregadas. Por consequência, estas instalações tornam-se indesejáveis às suas vizinhanças, justificando a implementação da gestão das emissões odorantes, seja na adoção de medidas de prevenção na sua produção, ou na ação de tratamento dos

gases. (Fonte: Jornal Contexto, junho de 2015, Disponível em:

http://www.jornalcontexto.net/ministrio-publico-sustenta-que-mau-cheiro-vem-do-daia).

Os maus odores são provenientes de uma mistura complexa de moléculas com enxofre (H2S

e mercaptanas), nitrogenadas (NH3 e aminas), fenóis, aldeídos, álcoois, ácidos orgânicos etc. Nas

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p. 42426-42436, jul. 2020. ISSN 2525-8761 operacionais BONNIN et al. (1993) apresenta na Tabela 2 os principais pontos de emissão e os níveis de concentração dos odores em uma estação de tratamento de esgotos sanitários.

Os vazamentos recorrentes veiculados nas reportagens são consequência do alto volume de poluentes que chegam à Estação, fazendo com que parte dos resíduos sejam destinados diretamente no Ribeirão Extrema, sem passar pelo devido tratamento.

Outro fato que incomoda é o odor que vem da Estação durante algumas épocas do ano. Esse odor se justifica pelo fato de que a Estação trabalha acima de sua capacidade e no final da tarde quando a temperatura está mais baixa, o ácido sulfídrico reage e exala um cheiro insuportável que é levado pelo vento até os bairros próximos do distrito.

Tabela 2 - Emissões de odores nas estações de tratamento de esgoto

Pontos na ETE Concentrações médias (mg/m³) H2S NH3 Estação elevatória Unidades de pré-tratamento Decantador Sistemas de lodos ativados Espessador de lodo Sistema de desidratação de lodo Sistema de disposição final de lodo 4,80 0,25 3,50 0,50 0,50 0,07 0,40 0,07 9,80 0,80 6,50 0,85 0,40 7,00

Fonte BONNIN et al. (1993) Fonte: http://www.finep.gov.br/prosab/livros/ProsabCarlos/Cap-8.pdf

5 CONCLUSÕES

É possível notar que as empresas avaliadas tem preocupação em pré-tratar seus resíduos. Infelizmente essa é a realidade de uma minoria das indústrias instaladas no Distrito Agroindustrial de Anápolis. Os custos para a instalação de subestações dentro dos prédios, a falta de incentivo do governo e da CODEGO e a falta de fiscalização perpetuam um cenário de descaso com a urgência de tratamento do efluente industrial. É papel da engenharia fortalecer a pesquisa e o desenvolvimento de alternativas que minimizem os danos ambientais sem desfavorecer a economia local além da importância do pré-tratamento/tratamento do esgoto industrial e a urgência da ampliação da estação que vem trabalhando muito acima de sua capacidade.

A cidade de Anápolis passa por um momento de instalação de um segundo distrito agroindustrial (Daia 2). Portanto, avaliar as condições e desafios do Daia atual, serve de modelo para

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p. 42426-42436, jul. 2020. ISSN 2525-8761 implantação de gestões eficientes que venham a contribuir para uma melhor estruturação do novo distrito, evitando assim problemas futuros com os sistemas de descarte de resíduos.

REFERÊNCIAS

CAVALCANTI, José Eduardo W. de A. Manual de Tratamento de Efluentes Industriais. 2012. 453 p. Editora J.E. Cavalcanti. 2012.

GIORDANO, Gandhi. Prof. Adjunto do Departamento de Engenharia Sanitária e do Meio Ambiente–UERJ. http://72.29.69.19/~nead/disci/gesamb/doc/mod7/2.pdf. Acesso em 21/02/2020. TEIXEIRA, Luiz Alberto César. Tratamento de efluentes industriais. 2009. 172f. Material de aula (Programa Interdependente de Engenharia Ambiental). PUC Rio. Rio de Janeiro. Revisado em 25/05/2009.

http://www.goiasindustrial.com.br/distritosindustriais/?distrito=4. Acesso em 20/01/2020.

http://www.teraambiental.com.br/blog-da-tera-ambiental/bid/338190/Como-funciona-o-tratamento-de-efluentes-industriais. Acesso em 01/01/2020.

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Tabela 1 – Contaminantes e Operação de Tratamento

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